O mundo mágico e poético de Lise Forell envolvido numa atmosfera de denso cromatismo

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
08/02/2008 16:49

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Lise Forell<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/liseforell.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Bananeira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/liseobra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Graças a Henri Rousseau, o Douanier, a chamada arte moderna descobriu a arte "naif". Sem nunca ter saído de Paris, esse genial pintor, usando apenas sua imaginação, pintava florestas de um exotismo impressionante. Sob uma aparente simplicidade, suas obras revelavam uma arte nova, original e de um vanguardismo reconhecido somente bem mais tarde.



Lise Forell pertence ao grupo dos artistas "naifs" que se inspiram em seu mundo poético particular, onde acontece o pontual encontro entre o ser humano e o seu ambiente, na única forma ainda possível, o da mágica. Suas obras alcançam uma intensidade criativa notável e uma calorosa espontaneidade dentro de uma atmosfera forte, de cromatismo denso e detalhes meticulosamente cuidados.



Estilisticamente completa Lise Forell é uma pintora que revela, em toda sua produção, uma forte personalidade. Com efeito, o equilíbrio dos volumes de suas paisagens sublinha a elegância da composição. Trata-se de uma artista que possui o raro dom de saber o que pode ser transformado em pintura.



A segurança de sua pincelada, a simplicidade próxima do ingênuo, os tons quentes de seu cromatismo confirmam as várias fases pictóricas de Lise Forell, sempre envolvida com novas exigências artísticas. Meditativa e fantasiosa ao mesmo tempo, a artista se inspira de uma certa melancolia, evidenciada por uma gama de tons poéticos.



Com um cromatismo matérico, denso e pastoso, na obra "Bananeira", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a artista evoca floresta, flores e paisagem numa atmosfera poética. Sob o plano de uma coerência linear, onde a transposição do próprio sentir e a emoção flui na fusão do componente cor-matéria consegue um contar imperioso alcançado sem esforço aparente.





A artista



Lise Forell nasceu em Brno, na atual República Tcheca, no ano de 1924. Estudou na Academia de Belas Artes de Antuérpia, na Bélgica. Em 1940, em plena II Guerra Mundial, consegue embarcar em Marselha, pelo navio Alsina, com destino ao Brasil. O navio foi, entretanto, bloqueado em Casablanca e seus passageiros transferidos a um campo de concentração no Saara marroquino. Um ano mais tarde, consegue escapar com a família para Cadiz e embarcar no navio espanhol Cabo de Buena Esperanza para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em setembro de 1941. Transferiu-se para São Paulo em 1942, onde passou a executar pinturas em vitrais para a empresa Conrado Sorgenicht. Há muitos anos, vem se dedicando à pintura naif e ensinando em seu atelier na Chácara Shalom, nos arredores de São Paulo.



Participou de inúmeras exposições coletivas, entre as quais destacam-se: Museu de Arte de São Paulo (1971 e 1978); Grupo Nós, SP (1973, 1979 e 1988); Chapel Scholl, SP (1974, 1977 e 1978); Escola Suíça-Brasileira, SP (1977, 1979, 1993 e 1994); Briminghans of Art, Inglaterra (1975); Galeira Cravo e Canela, SP e Galeria Orixás, SP (1980); Galeria Jacques Ardies, SP (1981 e 1982); Galeria Samuel Wainer, Brasília (1986); Clube Transatlântico, SP (1989); Livraria Revisal, SP (1996); Atelier Pinski, SP (1997); Bienal Internalcional de Budejovice (2001); Galerie Kaplanka " Krumlov; Galerie Mesic de Budejovice; Galerie Zert, Colin (2002).



Entre as exposições individuais salientam-se: Galeria Pilão, SP (1972); Galerie Heide, Hamburgo, Alemanha e Galeria Heijo, SP (1974); Galeria 167, SP e Espaço Cultural Mercedez-Benz, SP (1975); Centro Cultural de Wilster, Alemanha; Galeira Armon e Galeria Alex Lezion, Israel (1977); Clube Naval Brasília, (1977 e 1778); Espaço Araras, SP (1978); Galeria Cléo, SP (1979); Galerie Bambu, Hamburgo, Alemanha (1980); Galeria do Consulado do Brasil em Berlim, Alemanha, (1981); Espaço Cultural Sambra, SP (1983 e 1985); Galeria Todarte, SP e Woman"s Club, SP (1984); Galeria Matalon, Los Angeles, EUA (1985); Chapel Art Show, SP (1986); Centro Cultural Brasília (1987); Credit Lionnais, Paris; Casa Antigua, SP (1990); Galerie Saint Romain, França (1991); Espaço Cultural do Banco do Brasil e Clube A Hebraica, SP (1992); Clube Transatlântico, SP (1998); Galerie Altestadt, Vaduz, Liechstenstein (2001); Espaço Cultural Judaico, Brno (2002); Espaço Cultural Einstein, SP; Galeria Futura, Praga e Galeria Mischa Marianske Lazne, República Tcheca (2003).



Recentemente, publicou o livro intitulado "Contrastes" e suas obras constam em inúmeras coleções particulares e oficiais, entre elas a do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp