Entrevista - Tiago Valenciano


11/11/2004 18:50

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Tiago Valenciano <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/tiago valenciano.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Eleições de 2004 teve deputado-jovem como candidato a vereador

Deputado-jovem em duas legislaturas (2002 e 2003), Tiago Valenciano é um dos bons frutos do Parlamento Jovem (PJ) paulista, evento cujo objetivo é estimular os estudantes dos ensinos fundamental e médio a discutir os principais problemas do Estado. Instituído em 1999, o PJ realiza nos dias 18 e 19 de novembro sua sexta edição.

Envolvido com os problemas de seu município, Presidente Prudente, Tiago foi candidato a vereador, concorrendo a uma das 13 vagas da Câmara Municipal prudentina. Em entrevista ao Diário da Assembléia, o jovem Tiago revela quais suas aspirações e preocupações.

DIÁRIO: Por que você saiu candidato a Vereador?

TIAGO:
Não se sai candidato a vereador da noite para o dia. Tudo começou quando me filiei ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), ainda sem idade legal, em janeiro de 2002, pouco depois de tornar-me um deputado-jovem pela primeira vez. Escolhi o PSDB pela ideologia que o partido prega - a social-democracia. Trabalhei pela reativação do núcleo da Juventude do PSDB em nosso município. Foi uma tarefa árdua, mas recompensadora. Hoje, a JPSDB de Presidente Prudente é uma das melhores e mais ativas do país, presente em todos os segmentos da sociedade. Comecei a me engajar nas atividades partidárias. Atuei na área jovem, na campanha de 2002 e, em 2004, estava indignado com a atual situação da Câmara Municipal de Presidente Prudente, um poder submisso às ações do Executivo e sem nenhuma autonomia. Revoltado com a ínfima atuação da Câmara, refleti: se sou um agente político, não posso ficar indeciso e tenho que apoiar alguém pra vereador. Mas, quem? Apoiar quem fosse se os nomes cogitados e, os atuais vereadores contribuem pouco para a sociedade prudentina? Então, decidi apoiar alguém que eu já conhecia: eu mesmo. Não que o melhor ou o pior dos candidatos. Humildade é tudo. Na política, quem não tem humildade, nada faz. Neste misto de revolta e mudança, lancei minha candidatura para vereador, apoiada por todos do partido.

DIÁRIO: Qual era sua principal proposta de campanha?

TIAGO: Minha proposta era simples e inovadora, a mesma que defendi no Parlamento Jovem 2003: criar uma auto-escola pública para as pessoas carentes poderem tirar carta de carro e moto de graça. Essa proposta até hoje é mal interpretada por quem não sabe se informar para depois formar opiniões. Fui taxado como o louco, quem promete e não cumpre. Quem sabia do que se tratava, dizia que era uma das melhores propostas dos candidatos a vereador. Aliás, propostas de candidatos a vereador foram poucas: quem já foi vereador, dizia o que fez; quem nunca foi, dizia o básico, que é atuar em determinadas áreas. Política não se faz assim. Lógico, o histórico importa muito. Mas, do que adianta falar do que foi feito e não falar do que se pretende fazer? Faltam propostas concretas na política, justamente para mudar.



ALESP: Se foi eleito, a que atribui sua vitória? Se não foi eleito, o que precisa ser revisto?

TIAGO: Não fui eleito. No Brasil, houve 20 candidatos a vereador com 17 anos. Fui o 4º ou 5º mais jovem (o TSE não divulga isso). Obtive 312 votos: 0,28% da votação. Fui o candidato a vereador mais jovem da história do município. Alguns fatores atrapalharam a minha campanha. Cito a falta de tempo, já que estudo de manhã e, por vezes, tinha que estudar à tarde. Outro foi minha proposta do CEFOCOPP (Centro de Formação de Condutores de Presidente Prudente), como já disse, mal interpretada. Outro foi o conservadorismo. Outro foi à falta de uma base eleitoral. Meus eleitores, na maioria, foram adultos entre 35 e 45 anos, com poucos jovens. O jovem não votou em jovem aqui. Falta constituir uma base eleitoral, fator este que estou tentando consertar. Acredito que minha campanha foi uma vitória pessoal. Fiquei em 91º dentre 182 candidatos, exatamente na metade. Houve candidato que gastou mais de R$ 100 mil e ficou com 100 votos na minha frente. Eu só gastei R$ 410,00. Aprendi muito na campanha.

DIÁRIO: Em que ser deputado-jovem influiu na votação de seus eleitores?

TIAGO: Sinceridade, para mim ajudou muito mesmo. A formação ético-política que tive nas duas edições do Parlamento Jovem de que participei foi a chave do meu sucesso na campanha. Aprendi muita coisa no Parlamento Jovem. Em Prudente, poucos sabem o que é o evento e passei a campanha toda falando do concurso. Por um lado, foi bom porque as pessoas se inteiraram do que se tratava. Por isso, continuo na luta incessante de divulgação do Parlamento pela cidade e região. Continuo na luta de contribuir para a formação de novos deputados jovens e de futuras câmaras mirins, pois acredito que tais eventos proporcionam uma bagagem curricular excelente aos jovens.

DIÁRIO: Qual é o balanço final da campanha?

TIAGO: Acredito que a campanha fez um bem muito grande para mim. Amadureci e aprendi muito sobre vida, filosofia, política, amor. Uma experiência fantástica. Aliás, campanha política foi a melhor coisa que inventaram até hoje.

Se quiser mandar uma mensagem para o deputado-jovem Tiago Valenciano, o endereço eletrônico é tiagovalenciano@ig.com.br.

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