Como esclareceu o coordenador da Frente Parlamentar de Solidariedade a Cuba, deputado Raul Marcelo (PSol) trata-se de uma reedição da frente que já existiu na Assembleia paulista, com o mesmo objetivo, e era coordenada pelo ex-deputado Renato Simões. O que difere as duas iniciativas é o momento: Raul Marcelo vê na conjuntura política atual da América Latina, que conta com presidentes como Evo Morales, Fernando Lugo, Tabaré Vásquez, entre outros, uma forte pressão da esquerda a favor do fim do bloqueio econômico a Cuba. Marcelo declarou que a frente pretende atuar em demandas práticas " como a ratificação do tratado, no Congresso Nacional, que permite o exercício profissional de médicos brasileiros formados em Cuba " além do intercâmbio cultural, principalmente nas áreas de educação, esporte e saúde pública. Sobre as ações do governo americano no sentido do fim do bloqueio, Marcelo reconheceu que o governo Obama restabeleceu algumas liberdades que já eram praticadas no governo Clinton, mas que será difícil um avanço maior porque os presidentes americanos "estão sentados numa máquina de guerra e o fim do bloqueio depende muito do quanto de pressão a América Latina pode exercer". Ao compor a Mesa, Raul Marcelo convidou representantes de entidades, políticos e intelectuais, porque, conforme declarou, o pluralismo faz bem à frente. Tomaram assento à Mesa os deputados Vicente Cândido, Simão Pedro (ambos do PT), Carlos Giannazi (PSOL), e Pedro Bigardi (PCdoB), todos signatários da frente, o vereador Jamil Murad, a ativista política Clara Scharf, o presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária, Plínio de Arruda Sampaio, o jornalista Gilberto Maringoni, Marcelo Chaves, Marcio Campos, Vivian Mendes, José Batista e o cônsul cubano em São Paulo, Carlos Trejo Sosa. Todos os presentes falaram da importância da revolução cubana, que completa meio século neste ano, para os movimentos de esquerda de toda a América Latina, e da necessidade de a frente lutar pelo fim do bloqueio econômico e pela libertação dos cinco cubanos que estão presos nos EUA. Durante o evento, o músico Pedro Munhoz tocou e cantou canções de autores latinos.