Reitor ressalta importância da Unicamp e defende aumento do repasse

José Tadeu Jorge mostrou estar em sintonia com as reivindicações de professores e alunos
11/09/2014 19:48 | Da Redação: Keiko Bailone Fotos: Maurício Garcia de Souza

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José Tadeu Jorge, reitor da Unicamp<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165064.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião da Comissão de Educação e Cultura, realizada na quarta-feira, 10/9<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165065.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público acompanha os trabalhos da comissão <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165066.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Importância da Universidade de Campinas é ressaltada pelo reitor José Tadeu Jorge, em reunião da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165067.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público presente <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165068.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Em reunião da Comissão de Educação e Cultura, realizada nesta quarta-feira, 10/9, o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, expôs, resumidamente, números e objetivos que mostram a importância da universidade, e disse que sem o aumento do percentual do ICMS destinado às universidades públicas (atualmente de 9,57%) "não há como conseguir fôlego para qualquer tipo de expansão". Ao final, alertou sobre problema decorrente do subteto salarial do Estado, fixado hoje em R$ 21.600. Esse salário, destacou, é cerca de R$ 6 mil ou R$ 7 mil menor do que o pago pelas universidades federais e poderia causar uma evasão dos professores estaduais, "apenas atravessando a rodovia, como no caso da cidade de São Carlos".

Apesar de convocado, o reitor da USP, Marco Antonio Zago, não compareceu à reunião e foi alvo da indignação do deputado Carlos Giannazi (PSOL) e do público presente. Antes dessas manifestações, o presidente da CEC, deputado Carlos Neder (PT), leu ofício encaminhado pelo chefe de gabinete da Reitoria da USP, justificando a ausência do reitor por motivo de comparecimento à cerimônia de posse do ministro Ricardo Lewandowski, como presidente do Supremo Tribunal Federal. Sob a alegação de que Lewandowski havia sido professor na Faculdade de Direito da USP, Zago considerava injustificável sua ausência nessa solenidade e remarcou sua oitiva junto à CEC para o próximo dia 17/9. Neder observou que a proximidade das eleições impedia mudança nessa data, caso Zago deixasse de comparecer.

Giannazi lembrou que já havia entrado com representação junto ao Ministério Público Estadual, no último dia 3/9, contra o reitor Zago, por crime de responsabilidade pelo não comparecimento àquela audiência da CEC.

O deputado Beto Trícoli (PV) refutou discurso de Giannazi contra o reitor, enaltecendo a gestão de Marco Antonio Zago à frente da USP.

Ensino, pesquisa e extensão universitária

Ao justificar a destinação da arrecadação de impostos às universidades, o reitor da Unicamp destacou o ensino, a pesquisa e a extensão universitária como "o tripé que produz riqueza e renda, o grande propósito da universidade pública". Ele mostrou estar em sintonia com a reivindicação do Fórum das Seis " movimento que congrega alunos, trabalhadores e docentes da USP, Unesp e Unicamp -, lembrando que o 1% do percentual de 9,57% da arrecadação das universidades resultou num total de R$ 2 bilhões até este ano. Explicou que além dos 2,19% do repasse que cabe à Unicamp, a universidade recebe recursos extraorçamentários de outras fontes, como o SUS (R$ 210 milhões), Fapes (R$ 152 milhões), CNPQ (R$ 80 milhões) e Capes (R$ 49 milhões). "Senão teria um colapso", destacou.

José Tadeu Jorge procurou mostrar em números a importância da Unicamp, lembrando que 74 mil alunos se inscreveram para as 3.320 vagas oferecidas em 2014, ou seja, mais do que 20 candidatos por vaga. Citou programas de ação afirmativa, mencionou as empresas surgidas na Unicamp ou formadas por profissionais graduados na universidade, totalizando 257, que geraram, em 2013, mais de 10 mil empregos.

Orçamento versus folha

José Tadeu Jorge mostrou, em sua apresentação, o impacto causado pela aposentadoria de docentes, em 2013, na folha de pagamento, "sem que houvesse alteração no orçamento desde 1995". Além dos docentes, o número de funcionários aposentados nesse mesmo ano também foi bem alto. O reitor apontou esses indicadores como alguns dos fatores que levaram ao comprometimento do orçamento.

Após a apresentação de José Tadeu Jorge, deputados, representantes de organizações de professores, alunos e trabalhadores questionaram o reitor. A deputada Telma de Souza (PT) perguntou sobre o planejamento de verbas; Giannazi, sobre quanto o Cruesp havia solicitado de aumento no repasse de 9,57%; Ciro Correia, presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp), sobre o aporte emergencial solicitado pelo Fórum das Seis; Cesar Minto, vice-presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp), sobre a falta de demanda por mais recursos por parte da Cruesp; Eric Peleja, do DCE da Unicamp, sobre o fato de a liberação financeira basear-se em termos políticos; João Chaves, presidente da Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp), sobre a relação entre a reitoria e o governo do Estado, que faz com que seja possível a expansão de uma universidade sem a contrapartida financeira; e Paulo Cesar, presidente da Associação dos Docentes da Unicamp, sobre se o reitor concordava com os valores descontados para a habitação, a não cobrança de juros do ICMS recolhidos em atraso e a renúncia fiscal da Nota Fiscal Paulista.

O reitor ouviu atentamente às manifestações e respondeu a todos, com exceção daqueles que se referiram especificamente à situação da USP, como Claudionor Brandão, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), e Marcos Bernardini, da Comissão Ambiental da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.

Participou também da reunião a deputada Sarah Munhoz (PCdoB).

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