Opinião - Que país queremos?


19/12/2014 09:51 | Pedro Tobias*

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Com o propósito de ouvir o que a população tem a dizer a respeito da atual situação política, econômica, social e moral do país e sobre o que ela quer para o futuro, as coordenadorias regionais do PSDB ajudaram a organizar quatro encontros nos municípios de Marília, Jaú, Bauru e Lins. Nesta ordem.

Desses encontros, foram extraídos documentos que serão entregues ao governador Geraldo Alckmin e ao presidente nacional do partido, o senador Aécio Neves. Por sinal, Aécio deu início a um processo de atualização do programa partidário do PSDB e as sugestões e apontamentos feitos nestes encontros podem ser úteis.

Um dos pontos que me deixaram especialmente satisfeito nestes encontros foi a boa participação popular. Apesar do pouco tempo decorrido desde as eleições, apenas um mês, a militância e a população em geral mantêm-se mobilizadas na discussão dos problemas que afetam seu dia a dia. Todos querem falar, dar sua opinião ou pelo menos ouvir o que outros têm a falar sobre os mais diversos assuntos.

É fácil perceber que o descontentamento da população é grande em praticamente todas as áreas. Apesar da alta carga tributária que castiga o brasileiro indistintamente, a qualidade do serviço público oferecido em troca é precária. E as pessoas já não estão mais aceitando passivamente esta situação. As manifestações populares que tomaram conta das ruas do país no ano passado são prova dessa mudança de comportamento.

Some-se a isso a indignação da população com os seguidos casos de corrupção anunciados quase que diariamente e que tomaram conta da administração federal. As pessoas estão inconformadas e querem ser ouvidas.

O objetivo maior dos encontros foi estimular o debate a respeito das grandes questões nacionais e assim aumentar o interesse da população pela política e ao mesmo tempo ter uma participação mais ativa nos destinos do país.

E ao colocar os temas em debate, os encontros exercem uma função didática na sociedade. Eles ajudam a aprofundar a discussão e com isso aumenta o entendimento das pessoas a respeito dos assuntos discutidos.

Fala-se muito da necessidade de uma reforma política no país, mas o que isso significa? O que vai mudar? Por que ela é importante? Grande parte da população não tem a resposta para estas questões. Da mesma forma, a maior parte das pessoas está alheia à discussão sobre financiamento de campanha, sobre o voto distrital puro ou misto e outros temas que fazem parte da pauta política atual e têm poder de transformar o Brasil em um país melhor e mais justo.

Discutir esses assuntos ajuda a população a compreender a dimensão de eventuais mudanças e a lutar por elas. É isso que procuramos com os encontros regionais em Marília, Jaú, Bauru e Lins. Oferecer oportunidades para a população falar sobre os assuntos que lhe interessam, ouvir a opinião de outros, debater questões relevantes para a comunidade e propor mudanças.

O povo precisa ser ouvido. E a classe política, da qual faço parte, não pode ficar indiferente diante do barulho ensurdecedor das ruas. É preciso agir e é isso que estamos fazendo.

*Pedro Tobias é médico e deputado estadual pelo PSDB.

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