Na última segunda-feira, 29/6, a deputada Clélia Gomes (PHS/SP) organizou, junto com o vereador da cidade de São Paulo, Laércio Benko (PHS/SP), um ato ecumênico contra a intolerância religiosa na Assembleia Legislativa de São Paulo. O evento contou com a presença de Kayllane Coelho Campos, de 11 anos, candomblecista, que levou uma pedrada de radicais no Rio de Janeiro, e sua avó Kátia Coelho Marinho Eduardo. A jovem foi recebida com uma chuva de pétalas de rosa, simbolizando a paz e o respeito entre as diversidades religiosas, num país laico. Representantes de várias crenças, contrários à violência e intolerância participaram do ato, incluindo umbandistas, judeus, muçulmanos, budistas, evangélicos, candomblecistas e espíritas. Também estiveram presentes autoridades, como o promotor do Ministério Público Alfonso Presti e a presidente da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da Ordem dos Advogados do Brasil do Estado (OAB-SP), Damaris Dias Moura Kuo. Pontualmente às 20h, foi realizado um "tamborzaço", que havia sido combinado nacionalmente via redes sociais pelos adeptos das religiões de matrizes africanas. "O que é primordial para a sociedade é que haja respeito entre as religiões e seus adeptos. Precisamos deixar o ódio de lado e cultuar a paz", afirmou o vereador Laércio Benko. Para a deputada estadual Clélia Gomes, primeira mãe de santo eleita por São Paulo, o Brasil é um país laico, que não admite a intolerância. "Reunimos judeus, muçulmanos, budistas, evangélicos, católicos e mostramos que a nossa força vem de Deus, que é um só, pode ter vários nomes, mas habita no coração de todos que acreditam nEle". A deputada, que é membro da Comissão de Direitos Humanos e presidente da Frente Parlamentar de Respeito e Liberdade à Diversidade Humana na Alesp, também decidiu criar um manifesto para ser entregue na Câmara dos Deputados, em Brasília, com a finalidade de iniciar uma mobilização no Estado de São Paulo e nos demais estados brasileiros contra os atos de agressão física, moral e verbal direcionados aos cidadãos no livre direito de professarem sua fé, seja ela qual for. "Nosso objetivo é transformar esse manifesto numa moção de apoio dos deputados dessa Casa e das demais casas legislativas do país, para entregar essa moção ao Congresso Nacional para que se tomem efetivas medidas contra esses atos de intolerância religiosa", afirmou Clélia Gomes.