Sessão solene, solicitada pela deputada Leci Brandão (PCdoB), homenageou, nesta segunda-feira, 28/3, mulheres que se destacaram na sociedade em razão da contribuição ao enfrentamento da discriminação racial e na defesa dos direitos das mulheres no Estado de São Paulo. O evento contou com a presença de Theodosina Ribeiro, que dá o nome à medalha com a qual as mulheres foram homenageadas, ex-deputada estadual e a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira no legislativo paulista. A deputada Leci Brandão frisou que esta segunda edição da medalha tem o objetivo de disseminar uma cultura de paz e lembrar o trabalho de mulheres que lutam para fazer do mundo um lugar melhor para todos. Observou que Theodosina Ribeiro é um exemplo de vida em favor das minorias e enfatizou a importância da resistência à atual tendência de volta ao conservadorismo e de perda de conquistas importantes das minorias. Sem retrocesso de direitos Maurício Pestana, secretário municipal de Promoção da Igualdade Racial de São Paulo, também destacou o perigo de retrocesso em direitos conquistados nos últimos anos, especialmente a inserção inédita de negros nas universidades. "Esta Casa só teve até agora duas mulheres negras, o que mostra a violência a que somos submetidas, e é contra isso que precisamos lutar", declarou. O subprefeito da Sé, Alcides Amazonas, alertou para o momento político que o país vive, asseverando a necessidade de que a luta das mulheres continue com força ainda maior para que não haja retrocesso nos direitos conquistados. O vereador Jamil Murad também se pronunciou, parabenizando a deputada Leci Brandão por sua atuação na Assembleia Legislativa. "Hoje é um dia de reflexão", afirmou Theodosina, lembrando que para que se chegasse a recentes conquistas, foi necessário um grande período de incessantes lutas em prol das mulheres. Ela também frisou a importância da atuação da deputada Leci Brandão. Foram agraciadas com a medalha Theodosina Ribeiro dez mulheres: Zeni Rose Toloi, supervisora técnica de saúde na Casa Verde/Cachoeirinha; Sandra Santos, que iniciou sua militância política aos 18 anos através do Sindicato dos Bancários e trabalhou mais de 30 anos como voluntária, assumindo a vice-presidência de um dos centros sociais mais antigos de São Paulo; Raquel Trindade, filha do poeta Solano Trindade e fundadora do teatro popular Solano Trindade em Embu das Artes; Natali de Araújo, participante dos grupos Amigas do Peito e Camaradas e vencedora na luta contra o câncer; Renata Peron, cantora e militante de direitos humanos e da diversidade; Renata Martins, diretora audiovisual na Companhia dos Crespos e idealizadora da websérie Empoderadas, que, em formato documental, apresenta mulheres negras das mais distintas áreas de atuação; Ildslaine Mônica da Silva, conhecida como MC Sharylaine, ativista cultural e social, cantora, compositora e produtora cultural; Conceição Aparecida Lourenço, jornalista, escritora, ex-diretora da revista Raça e membro do Conselho da Seppir; Kenarik Felippe, desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo, cofundadora e ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia, e Alexandra Loras, consulesa da França, de origem francesa e gambiana, nascida num gueto na periferia parisiense. Compareceram à solenidade o deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB), vereadores e secretários de diversos municípios paulistas, além de militantes das mais diversas áreas ligadas ao movimento negro.