A Comissão de Educação e Cultura promoveu nesta terça-feira, 26/4, audiência pública para debater especificamente o Projeto de Lei 231/2013, de autoria da presidente da comissão, deputada Rita Passos (PSD). Antes de iniciar o debate, Rita Passos anunciou a presença dos deputados Roberto Engler (PSDB), Márcia Lia e João Paulo Rillo (ambos do PT) e Carlos Giannazi (PSOL), e lembrou que em 23/4 comemora-se o Dia Mundial do Escotismo. "Escotismo faz diferença na vida dos jovens, da família, das escolas e na educação de todos", enfatizou Rita, citando o primeiro artigo de sua proposta - criar programa de estímulo ao escotismo nas escolas estaduais - e reiterando apelo aos líderes partidários pela aprovação do PL 231/2013. 108 anos de existência Fundado em 1907 pelo general Baden-Powel, o escotismo está presente hoje em mais de 160 países e tem mais de 28 milhões de adeptos entre 6 a 21 anos. No Estado de São Paulo são 22.685 associados, sendo 77% jovens nessa faixa etária e 5.236 adultos voluntários. São 312 unidades em 118 municípios, ou seja, apenas 18% das cidades paulistas. "Sinal de que podemos crescer muito", disse Renato Silva, um dos convidados desta audiência, que deu o testemunho de sua vivência como escoteiro. "Nasci em uma das regiões mais pobres de uma cidadezinha do Rio Grande do Sul e graças aos escoteiros hoje sou professor do Mackenzie e diretor de uma das maiores empresas de lubrificação do mundo", relatou. Luiz Ferrarezi, membro da União dos Escoteiros do Brasil, lembrou que a proposta da deputada de criar um programa de estimulo ao escotismo nas escolas já teve precedente em 1917, através da lei 1.579, e continuou com a renovação de decretos, mas foi abandonada após 1944. Porém, segundo ele, experiências acolhidas em outros Estados brasileiros, como o Paraná, renderam bons resultados. Estrutura para a implantação No Estado de São Paulo, teriam de ser considerados alguns pontos como a estrutura necessária à implantação do escotismo e o método de ensino. Neste último caso, por exemplo, a proposta pedagógica não poderia conflitar com o currículo elaborado pela Secretaria estadual de Educação para as próximas décadas, esclareceu Ricardo Dias, coordenador do Programa Escola da Família, criado pelo governo do Estado em 2003. "Não questionamos os valores do escotismo, porque são inquestionáveis; mas temos de pensar como se pretende implantar esse programa, qual a estrutura necessária ao processo, de que forma a União dos Escoteiros do Brasil poderá contribuir. Essas questões têm de estar bem amarradas", ponderou Dias. Em resposta, a deputada lembrou que esses pontos poderiam ser dirimidos na regulamentação da proposta.