Nesta quarta-feira, 19/10, mês em que acontece o movimento Outubro Rosa, foi realizada na Assembleia Legislativa audiência pública, presidida pela deputada Clélia Gomes (PHS), sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres que desenvolvem o câncer de mama e as possíveis soluções para o problema. O movimento Outubro Rosa acontece mundialmente e tem o objetivo de chamar a atenção da população para a luta contra o câncer de mama. Laços cor de rosa são distribuídos, prédios públicos, monumentos, pontes e teatros são iluminados. O câncer de mama é o tipo mais comum da doença entre as mulheres no Brasil e no mundo e representa aproximadamente 25% dos casos novos a cada ano. A deputada destacou o fato de que, apesar de a lei garantir o acesso ao diagnóstico e ao tratamento, as mulheres ainda enfrentam todo o tipo de dificuldades. "Como mulher e representante do poder público tenho a obrigação de fazer a diferença", asseverou. Participaram do debate Alexandra Fidêncio Casarini e Simone Keiko Shiine, diretoras técnicas da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo; Nise Yamagushi, oncologista e imunologista clínica com mestrado e doutorado em medicina na área de câncer pela Faculdade de Medicina da USP; Carlos Ruiz, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia; Ermantina Ramos, fundadora da União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama (Unaccam); Marta Lívia Suplicy, presidente da Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil (Libra); Ivone Minhoto Meinão, presidente da Associação Brasileira de Mulheres Médicas; e Rodrigo Tritapepe, presidente do Instituto do Legislativo Paulista (ILP). A necessidade de conscientização da população foi lembrada por todos os especialistas presentes. Contudo, destacou Carlos Ruiz, não se trata apenas de informar, uma vez que a maioria já tem o conhecimento mínimo sobre o problema, mas de encontrar formas de atender as mulheres e ajudá-las a vencer o medo e o tabu que o câncer de mama representa. "Há muita vida após o câncer de mama", declarou o convidado. Segundo ele, o diagnóstico precoce reduz a mortalidade em 35% e, para tal, a realização da mamografia é essencial. De acordo com Ivone Meinão, há subfinanciamento do SUS na prevenção, o que é "um tiro no pé", pois acaba sendo necessária a utilização posterior de medicamentos pesados e caros. Em sua opinião, informar a população e realizar a prevenção adequada são as duas formas mais eficazes de combate à doença. O fluxo de tratamento é também fundamental, afirmou Lísia Yamaguchi. Para ela, é importante que haja mecanismos de rastreabilidade e de facilitação para que a paciente entre no sistema de tratamento. Outros aspectos apontados pelos palestrantes como essenciais para o combate à doença são: cobrar do Poder Público a aplicação da lei, participar de políticas públicas em defesa dos pacientes e, acima de tudo, educar e informar adequadamente a população.