Opinião- Intranquilidade na zona rural


16/01/2017 16:49 | Welson Gasparini*

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Em recente visita ao presidente da Associação e do Sindicato Rural de Ribeirão Preto, Joaquim Augusto Azevedo Souza, acompanhado pelo meu filho, o vereador Mauricio Gasparini, que tem realizado notável trabalho na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, na Comissão Permanente de Segurança Pública, focalizamos o problema da intranquilidade no meio rural e garantimos a esse líder ruralista total apoio ao seu esforço para coibir a violência no meio rural, inclusive agendando reuniões com os comandos da Policia Civil e da Polícia Militar na busca de estratégias capazes de inibir a ação desses meliantes.

Lembramos das situações vividas pelos produtores rurais das cidades de Brodowski, Batatais, Altinópolis e Jardinópolis, num momento em que Ribeirão Preto sediava a 23ª versão da Agrishow, quando, em menos de 10 dias, cerca de 10 fazendas dessas cidades foram vítimas de verdadeiros arrastões. Fazendeiros honrados, cumpridores dos seus deveres com o fisco e com a sociedade, contribuindo para manter a paz social, de uma hora para outra tiveram sua tranquilidade perturbada e seus bens violados, sem que a polícia, lamentavelmente, nada fizesse para protegê-los ou identificar os culpados.

Esses marginais não se contentam apenas em furtar ou roubar, também vandalizam as propriedades e, não raro, humilham proprietários ou trabalhadores rurais que ousem tentar impedi-los. Foi o que aconteceu numa das propriedades invadidas, onde um vigia foi rendido e, como relutava em dizer uma senha do interesse dos invasores, levou um tiro no dedo mínimo da mão. Tipo de cena, diga-se de passagem, própria desses filmes policiais, nos quais os vilões deformam suas indefesas vítimas, isto quando não estupram e violentam as mulheres da casa.

Em Brodowski, palco da maioria dessas ações, apenas na madrugada do dia 24 para 25 de abril, foram invadidas as fazendas Mataruna e Ponta da Serra. Segundo informações dadas à imprensa pelo investigador Cristiano Miguelassi, o bando invasor era formado, no mínimo, por três bandidos que operavam de forma planejada. Deixavam seu veículo estacionado em curta distância das fazendas e chegavam caminhando às respectivas sedes. Dentro dos imóveis, procuravam por dinheiro, joias, armas e pertences diversos; uma vez saciados nessa busca, vandalizavam os cômodos com descartes de bebidas e comidas, após consumidas, espalhadas pelas paredes e pelo chão.

Uma semana antes de se apropriarem de bens das fazendas Mataruna e Ponta da Serra, essa mesma quadrilha, presume-se, invadiu as fazendas Bom Retiro, São José e Itaimbé, também em Brodowski. Já em Batatais, foram invadidas quatro fazendas e, em Altinópolis, duas. Nem o ex-prefeito de Jardinópolis, Amaury Pegoraro, escapou da fúria desses criminosos. Teve sua propriedade, em Jardinópolis, invadida e violências foram praticadas contra ele e seus familiares, felizmente sem maiores consequências.

Esses proprietários rurais clamam, via suas representações classistas, por segurança e respeito às suas propriedades; pelo direito de morarem e conviverem com suas famílias; pela possibilidade de trabalharem e curtirem o seu lazer sem serem molestados. Terão, assim, e isto deixamos claro ao presidente Joaquim Augusto, o meu empenho e o de Mauricio, no sentido de recuperarem a tranquilidade, ora tão abalada.

*Welson Gasparini é deputado estadual pelo PSDB, advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto

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