Alunos denunciam problemas na Univesp


19/05/2017 14:34 | Keiko Bailone - Foto: Vera Massaro

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Eduardo Ribeiro, Alan Moreira, Carlos Giannazi, Romeu Miguel Rodrigues e Paulo Prati<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2017/fg202533.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Alan Moreira e Carlos Giannazi<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2017/fg202534.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público presente<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2017/fg202535.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Falta de transparência por parte da direção, falta de projeto pedagógico, falta de infraestrutura. Estas foram as principais denúncias apresentadas por um grupo de alunos nesta quarta-feira, 17/5, durante audiência pública promovida por iniciativa do deputado Carlos Giannazi (PSOL). Criada em 2008, por uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa na gestão do então governador José Serra, a Univesp é a primeira universidade virtual pública do Brasil e tem 5579 alunos. Professores da USP, Unesp e Unicamp dão vídeo-aulas pelo Youtube. Funcionava primeiro com o suporte dessa três universidades, mas ganhou status de universidade pública independente em 2012. A partir desse ano, passou a ter orçamento próprio, vestibular e seis cursos: licenciatura em Matemática, Física, Química, Biologia, Engenharia da Computação e de Produção. O primeiro vestibular ocorreu em 2014. São os estudantes dessa primeira turma, que vai se formar em junho de 2018, que resolveram levar ao conhecimento dos parlamentares as deficiências e irregularidades da Univesp.

"É a primeira universidade virtual pública do Brasil. Já se passaram três anos e não temos um projeto pedagógico", disse Romeu Miguel Rodrigues, um dos representantes dos alunos do Pólo São Paulo, Jardim Paulistano " há cerca de 40 pólos situados na capital e interior do Estado. Além dessa questão, ele reclamou da falta de diálogo com a atual direção, formada pela reitora Alice Carraturi, o diretor acadêmico Klaus Schluzen Júnior e Ricardo Bocalon. Segundo Rodrigues, no começo deste ano, a direção assumiu alguns compromissos, mas depois disso nada mais aconteceu.

Rodrigues fez menção ainda à outra preocupação dos alunos, ou seja, a possibilidade de que a próxima indicação para a reitoria da Univesp não se restrinja a um professor doutor. "Isso valeria para 2021. O futuro governador poderia usar esse cargo como cabide político e nomear como reitor da universidade um prefeito", alertou.

Gestão democrática

Giannazi lembrou compromisso do governo, à época da criação da Univesp, de atender à demanda de estudantes que buscavam um ensino superior público, mas não conseguiam ter acesso às aulas presenciais. "Falta laboratório, oficinas, infraestrutura para os alunos, mas um curso universitário sem projeto pedagógico é inconcebível", afirmou o parlamentar. Ele apontou ainda a necessidade de um representante dos alunos ter assento à mesa do conselho estadual de Educação, já que a Univesp seria a quarta universidade pública estadual. "Trata-se de gestão democrática; não ter um aluno num conselho universitário é uma agressão à Lei de Diretrizes de Bases da Educação", acentuou. Ele informou aos alunos que os deputados da Assembleia Legislativa começarão a apresentar emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias e, nesse sentido, reivindicará para a Univesp o dobro do orçamento atual. Os alunos anteciparam a Giannazi desconhecerem o orçamento da Univesp, "por falta de transparência".

Allan Moreira, do polo de Varginha, observou que um dos objetivos da Univesp era o de formar estudantes para trabalhar em empresas que fossem se instalar em regiões distantes dos grandes centros. Reiterou, portanto, a necessidade de a Univesp se posicionar para formar profissionais que disputem um mercado competitivo. Pronunciaram-se também os alunos Evandro Ribeiro e Paulo Pratt.

À época em que foi criada, o objetivo da Univesp era atender a demanda daqueles que não conseguiam acesso a um ensino público superior de maneira presencial. As aulas são semipresenciais e acontecem a cada 15 dias.

alesp