O uso excessivo de agrotóxicos nos alimentos é sentido cada vez mais pela sociedade. Segundo dados do Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), foram avaliadas, entre 2011 e 2015, mais de 12 mil amostras de alimentos e, pela primeira vez, o documento revelou risco para a saúde. Com a finalidade de minimizar e, se possível, eliminar o perigo de acidentes no trabalho do agricultor, a Assembleia Legislativa discute um projeto de lei voltado a esse trabalhador, que comemora o seu dia nesta sexta-feira (28/7). O cultivo com o uso intensivo de agrotóxicos pode causar intoxicação aos agricultores, que são, em grande parte, os responsáveis pela produção dos alimentos. A proposta visa garantir a proteção deles por meio do Equipamento de Proteção Individual (EPI), que traz os recursos necessários para a segurança na atividade. O Projeto de Lei 456/2017 é de autoria do deputado Gil Lancaster (DEM). "A atividade agropecuária, na sua imensa maioria, utiliza agrotóxicos no processo de produção. Aplicar agrotóxicos é uma atividade considerada insalubre pela legislação brasileira porque os trabalhadores, ao manipularem e aplicarem os produtos, ficam expostos, com sérios prejuízos à saúde de curto, médio e longo prazo", afirmou. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de consumo de agrotóxicos. Nos últimos 10 anos, o crescimento desse setor no país foi de 190%, mais que o dobro do crescimento em todo o mundo. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) lançou um documento em 2016, expondo dados alarmantes a respeito dessas substâncias à saúde, que seriam danosas tanto para o agricultor, que está contato direto com o produto, como também para os consumidores.