Taxas de homicídio da juventude negra são discutidas em audiência pública


11/10/2017 19:49 | Léo Martins - Foto: José Antonio Teixeira

Compartilhar:

Mesa da audiência pública<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2017/fg210479.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mesa da audiência pública<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2017/fg210520.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Claudia Adão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2017/fg210480.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público do evento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2017/fg210481.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Leci Brandão (à esq.)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2017/fg210482.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mesa e público da audiência pública<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2017/fg210483.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público do evento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2017/fg210484.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O aumento de homicídios por questões raciais foi discutido nesta terça-feira (10/10) na Assembleia Legislativa. A audiência pública "Contra o Genocídio da Juventude Negra" foi realizada por iniciativa da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais, da deputada Leci Brandão (PCdoB) e de entidades do movimento negro.

Leci Brandão des­tacou a importância de trazer esse assunto para o Parlamento. "Muitos não sabem o que é o genocídio, que isso é uma banalização da vida, um extermí­nio de pessoas pela raça", disse.

O Atlas da Violência 2017, lançado em junho deste ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, analisa a evolução de homicídios no período de 2005 a 2015. De acordo com o estudo, as principais vítimas no país são homens, jovens, negros e de baixa escolaridade. Os jovens do sexo masculino entre 15 e 29 anos correspondem a 47,85% do total de óbitos registrados nesse período.

De cada 100 pessoas assas­sinadas no Brasil, 71 são negras. A mortalidade de mulheres não negras (brancas, amarelas e indígenas) caiu 7,4%, enquanto o índice de mulheres negras subiu 22%. Os números mostram que o racismo está vivo na sociedade.

A representante da Frente Alternativa Preta Adriana Moreira destacou que as desigualdades no Brasil decorrem de diversos fatores. "O Estado omite-se quando não reconhece que o racismo é um fator de construção de desigualdade. Fazendo isso, promove a morte não apenas física, mas psicológica e social da população negra como um todo, em particular das mulheres negras", disse.

A representante do movi­mento Convergência Negra Cláudia Adão apontou para uma correlação entre raça, homicídio e pobreza na cidade de São Paulo. "Nas periferias isso se concentra. Não é um fato pontual ou um episódio que só está acontecendo agora, isso é originado na exclusão da população pós-abolição e no processo de segregação", destacou.

Adão ressaltou que a discriminação não ficou na história e se atualiza com o enfraquecimento de políticas públicas, a violência policial e a falta de oportunidades na periferia, resultando na morte da população negra. "Uma audiência pública sobre o tema traz visibilidade para a questão e cobra políticas focadas nesses públicos e territórios", afirmou.

alesp