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17 DE MARÇO DE 2011

002ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidente: CELSO GIGLIO

 

Secretário: ITAMAR BORGES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - CELSO GIGLIO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - ITAMAR BORGES

Registra satisfação pelo início de seu mandato. Recorda seu passado político e suas três eleições para a prefeitura do município de Santa Fé do Sul. Faz agradecimentos gerais.

 

003 - PEDRO BIGARDI

Defende a criação da Aglomeração Urbana de Jundiaí. Informa quais regiões seriam englobadas pela medida. Dá conhecimento dos benefícios que o projeto traria à região. Cita outros deputados envolvidos na discussão.

 

004 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Agradece a votação recebida pela população. Ressalta seu passado de lutas sindicais. Firma compromisso de lutar pelo funcionalismo público estadual. Menciona a discussão ocorrida ontem com relação ao protocolo de CPIs. Considera necessárias mudanças no regimento interno da Casa. Sugere que partidos com maiores bancadas tivessem preferência no protocolo de CPIs.

 

005 - OLÍMPIO GOMES

Recorda problemas ocorridos com o protocolo de CPIs há quatro anos. Condena a recorrência destas dificuldades. Considera de pouca relevância o tema das CPIs propostas pela base governista. Critica a segurança pública do Estado de São Paulo. Lembra depoimento prestado por este Deputado na Câmara Municipal de São Paulo quanto ao tema.

 

006 - JOÃO ANTONIO

Ressalta a importância política deste Legislativo. Faz menção a suas experiências na Câmara Municipal de São Paulo. Lamenta a interferência do Poder Executivo neste Parlamento. Defende a independência deste Poder. Faz menção a suas expectativas com relação ao mandato que se inicia.

 

007 - JOSÉ CÂNDIDO

Comenta o pronunciamento do Deputado João Antonio. Menciona seu passado nesta Casa. Reflete acerca da função do Poder Legislativo. Cita o tema da Campanha da Fraternidade de 2011.

 

008 - CARLOS GRANA

Recorda seu passado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e na Central Única dos Trabalhadores (CUT). Afirma haver sido eleito já em sua primeira candidatura. Lamenta a dificuldade encontrada pelo PT para propor CPIs nesta Casa. Relata a importância de que seja instalada uma CPI para investigar as praças de pedágio do Estado. Defende o investimento em mão de obra qualificada.

 

009 - MILTON VIEIRA

Demonstra gratidão aos eleitores que o reconduziram a esta Casa. Comenta seu envolvimento com a religião evangélica. Afirma que pertencer à base governista não o impedirá de assinar propostas de CPI relevantes à população do Estado. Ressalta a importância de debates neste Legislativo. Faz agradecimentos gerais.

 

010 - JOOJI HATO

Agradece a recepção recebida por funcionários e Deputados desta Casa. Menciona seu passado no PMDB. Informa que este é seu oitavo mandato como parlamentar. Lamenta as catástrofes naturais ocorridas recentemente no Japão. Demonstra preocupação com os atuais níveis de radiação encontrados naquele país. Combate a possibilidade de investimentos em energia nuclear no Brasil.

 

011 - Presidente CELSO GIGLIO

Demonstra solidariedade com o povo japonês pela tragédia.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - ITAMAR BORGES

Recorda sua trajetória no PMDB. Mostra-se orgulhoso por representar o interior de São Paulo. Dá conhecimento de suas expectativas para este mandato. Cita projetos de sua autoria. Faz agradecimentos gerais (aparteado pelo Deputado Vinícius Camarinha).

 

013 - RUI FALCÃO

Relata suas expectativas como 1º Secretário. Elogia a instauração do "Conselho de Defesa das Prerrogativas Parlamentares", presidido pelo Deputado Campos Machado. Defende a ampliação das prerrogativas parlamentares e do poder de legislar das Assembleias Estaduais. Enfatiza que o PT permanece oposição, ainda que presente na Mesa Diretora. Esclarece que muitas das CPIs instauradas nesta Casa tratam de assuntos irrelevantes. Cita os Deputados eleitos de seu Partido, fazendo breve histórico da vida política dos mesmos.

 

014 - RUI FALCÃO

Para comunicação, saúda o Deputado João Antônio, líder do Governo de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo.

 

015 - DONISETE BRAGA

Agradece aos membros da bancada do PT. Comenta discussão ocorrida no dia anterior acerca das CPIs. Esclarece a função de fiscalizar do Poder Legislativo. Retoma debate sobre o reajuste salarial dos professores da rede pública e dos policiais militares. Condena o valor dos pedágios no Estado de São Paulo. Comenta os cortes orçamentários realizados no transporte metropolitano e ferroviário do Estado.

 

016 - OLÍMPIO GOMES

Demonstra preocupação com o cumprimento da data base para revisão do salário dos servidores públicos estaduais. Menciona que esta Assembleia aprovou lei que define 1º de março como data para esta revisão salarial, no entanto, a determinação não é cumprida. Recorda a presença do Presidente do TJ-SP a esta Casa na ocasião da elaboração de lei orçamentária, tendo este informado que haveria acordo salarial, cujo conteúdo não foi executado. Critica a postura salarial do Governo Estadual em relação aos profissionais da Segurança Pública.

 

017 - Presidente CELSO GIGLIO

Convoca sessão solene a ser realizada no dia 04/04, às 20 horas, com a finalidade de comemorar os 100 anos do Guarani Futebol Clube, a pedido do Presidente Barros Munhoz.

 

018 - PAULO ALEXANDRE BARBOSA

Agradece aos seus eleitores. Explana sua proposta de atuação para a região da Baixada Santista. Considera necessária uma ligação seca entre os municípios de Santos e Guarujá, assim como a instauração de transporte metropolitano a fim de integrar a Baixada Santista. Propõe a criação de Secretaria para gerenciar as regiões metropolitanas. Reflete acerca da importância do Terceiro Setor e dos trabalhos sociais. Declara que irá assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social no Estado de São Paulo.

 

019 - BRUNO COVAS

Agradece a população deste Estado que o elegeu. Relata que recebeu convite do Governador Geraldo Alckmin para assumir a Secretaria do Meio Ambiente e que deverá aceitá-lo. Considera acerca da importância da causa ambiental. Menciona dados sobre a meta de redução dos gases de efeito estufa.

 

020 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, informa sobre processo de extinção da Carteira Previdenciária dos Advogados do Ipesp e dos servidores cartorários do Estado de São Paulo. Menciona que o PSOL propôs Adins em face do STF em relação a estas medidas, pois as considera inconstitucionais. Lê e comenta texto sobre o assunto. Condena CPIs de caráter irrelevante a serem apreciadas nesta Casa.

 

021 - ALEX MANENTE

Pelo art. 82, agradece sua indicação como Líder da bancada. Elogia a posse do Deputado Vitor Sapienza. Enaltece o trabalho do Deputado Davi Zaia à frente da Secretaria de Estado de Emprego e Relações do Trabalho. Fala do Consórcio Intermunicipal da região do ABC. Lembra que a região tem 3 milhões de habitantes e pleiteia construção de Metrô.

 

022 - ENIO TATTO

Pelo art. 82, deseja sucesso aos novos Deputados. Afirma respeitar, mas discordar da decisão da Presidência sobre a ordem do protocolo de requerimentos de CPIs. Combate o teor desse instrumento em propostas da situação. Defende requerimentos de CPI da oposição que buscam investigar as obras do Rio Tietê, do Metrô e dos pedágios.

 

023 - SIMÃO PEDRO

Pelo art.82, dá as boas vindas aos novos Deputados da bancada petista. Recorda sua atuação como Líder do PT. Questiona o ex-Governador José Serra. Defende a CPI como instrumento de fiscalização do Governo pela oposição. Repudia os temas sugeridos pela situação para instalação de CPIs. Combate prorrogação das concessões de rodovias. Recorda obstáculos para protocolo de CPI, no dia anterior.

 

024 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, pontua CPIs as quais o PSOL gostaria de ver instaladas. Alega que o Parlamento perdeu seu poder de fiscalizar. Recorre ao Ministério Público sobre o Departamento de Perícias Médicas.

 

025 - CAUÊ MACRIS

Para comunicação, dá conhecimento de CPI de sua autoria que visa investigar os problemas do alcoolismo. Relata sua participação em evento no Palácio dos Bandeirantes sobre a transferência do Detran para a Secretaria de Gestão Pública.

 

026 - ENIO TATTO

Para reclamação, solicita a publicação de requerimento de CPIs. Lamenta a inviabilidade de pedido proposto pelo Deputado Carlos Giannazi. Cita levantamento feito por auditoria sobre os lucros das concessionárias de rodovias. Defende a implantação da CPI dos pedágios. Sugere que os Deputados da situação prestem esclarecimentos sobre as CPIs de suas iniciativas.

 

ORDEM DO DIA

027 - Presidente CELSO GIGLIO

Coloca em votação e declara sem debate aprovados requerimentos de licença: do Deputado Marcos Martins, no período de 25/04 a 03/05, a fim de participar de evento da Associação das Vítimas do Amianto, em Casale Monferrato, na Itália; e do Deputado Marcos Zerbini, no período de 18 a 29/03, para participar de evento no dia 19/03, em Milão, na Itália.

 

028 - ENIO TATTO

Pede o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

029 - Presidente CELSO GIGLIO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 18/03, à hora regimental, sem ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Celso Giglio.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Itamar Borges para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ITAMAR BORGES - PMDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Itamar Borges

 

O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, assomo à tribuna neste Pequeno Expediente para, rapidamente, registrar minha satisfação. Quero agradecer, primeiramente, a Deus. Agradeço a todos os Srs. Deputados e Sras. Deputadas pela acolhida. Agradeço pela oportunidade de estar nesta Casa para aprender, para trocar experiências, para conviver com todos. Logo mais, no Grande Expediente, falarei, em rápidas palavras, um pouco do que gostaríamos de aprender, colocar em prática, contando com o apoio dos companheiros, e interceder, com o Governador do Estado, com os órgãos do Estado e reivindicar, por parte do Governo Federal, apoio para o nosso Estado, para a região de minha atuação.

Quero dizer da minha satisfação de poder conviver com tantos brilhantes líderes políticos que compõem esta Casa, por poder aprender com tantos outros que por aqui passaram e por poder conviver com a experiência e aprendizado da oportunidade que tive quando fui Prefeito de Santa Fé por três vezes, anteriormente fui vereador, e agora, com essa bênção, tenho essa oportunidade. Cumprimento o Presidente Celso Giglio, em exercício, o Presidente efetivo desta Casa, Barros Munhoz, e a Mesa Diretora que inicia, com brilhantismo, seus trabalhos. Boa tarde a todos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, assomo à tribuna para abordar a necessidade do planejamento regional no Estado de São Paulo. Alguns dias atrás, o jornal “O Estado de S.Paulo” publicou a notícia de que esta Casa receberá, em breve, o projeto de criação da Aglomeração Urbana de Jundiaí. Há anos trabalhamos neste projeto. Diversos deputados trabalharam nessa questão, como o Deputado Ary Fossen, autor inicial do projeto, depois retirou o projeto para que o Governo pudesse mandar essa proposta. Outros deputados trabalharam nesse projeto, como Vanessa Damo e Célia Leão.

O Estado de São Paulo possui três regiões metropolitanas: a de São Paulo, a da Baixada Santista e a de Campinas. No eixo da Anhanguera-Bandeirantes, está a Aglomeração Urbana. Usando uma linguagem simples, é uma região metropolitana menor em que se faz o planejamento regional de temas como meio ambiente, mananciais, transporte. São temas que o município não consegue tratar de forma isolada, como saúde pública. Um hospital regional, por exemplo, pode atender diversos municípios. Essas questões precisam ser tratadas por meio do planejamento regional. Essa será a primeira Aglomeração Urbana do Estado de São Paulo e uma das poucas do Brasil. Insistimos para que o Governo mande a esta Casa o mais rápido possível esse projeto, que está muito maduro. O projeto engloba sete municípios - Jundiaí, Cabreúva, Campo Limpo Paulista, Itupeva, Louveira, Várzea Paulista, Jarinu -, com 700 mil habitantes. É uma região bastante significativa.

Com a criação do Conselho da Aglomeração Urbana, será possível tratar dessa questão com mais qualidade. O Deputado Beto Trícoli, presente no plenário, também participa dessa questão, esteve conosco, em Itupeva, no Fórum dos Vereadores, é um urbanista, um defensor do planejamento no Estado de São Paulo e também está conosco nessa luta pela criação da Aglomeração Urbana de Jundiaí e região. Pretendemos que esse assunto seja bastante discutido nesta Casa, que outros deputados possam participar dessa discussão e, assim, criarmos o melhor modelo de aglomeração urbana para o Estado de São Paulo, um modelo inédito no Brasil, com participação da comunidade, com a criação do Fundo.

Fui Secretário de Obras em Campinas quando foi criada a Região Metropolitana de Campinas. Tínhamos as câmaras temáticas, que faziam um debate bastante intenso sobre os problemas daquela região.

Essa expectativa é que me traz à tribuna. Esperamos que o Governo nos envie este projeto para fazermos uma discussão profunda, com o apoio de todos os deputados que aqui citei e que participam desta discussão. Que possamos dar início a um processo de planejamento permanente no Estado de São Paulo assim que o projeto for aprovado. Estou falando da Região Metropolitana de Jundiaí, mas vale também para a Região Metropolitana de Sorocaba, para o Vale do Paraíba que também aparece no mapa, inclusive a outras regiões que precisam ser criados no Estado para um planejamento permanente e para que não resolvamos os problemas de forma setorial e segmentada.

Essa é a proposta que apoiamos integralmente, inclusive atualizando a Região Metropolitana de São Paulo com o projeto que já está na Casa. Queremos aprofundar essa discussão. Eram essas as minhas palavras, cumprimentando a todos os Srs. e Sras. Deputadas. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Cruz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, colegas Deputados e Deputadas, ouvintes da TV Assembleia, funcionários da Casa, é com grande prazer que assomo pela primeira vez esta tribuna como Deputado Estadual. Quero aproveitar a oportunidade para fazer um agradecimento. A minha origem é de um movimento sindical. Fui Presidente do Sindicato Bancário de São Paulo, de Osasco e Região por dois mandatos. Tive nesta legislatura quase 97 mil votos. Quero agradecer aos eleitores que acreditaram na nossa proposta e na nossa plataforma de campanha. Tivemos o apoio de trabalhadores bancários, da área da Saúde, da área da Educação e, principalmente, de um trabalho muito forte e organizado de várias entidades, como a Sociedade Amigos de Bairros da Cidade de São Paulo. Chegamos à Assembleia Legislativa com o compromisso não só de um trabalho direcionado ao Funcionalismo do Estado - Educação, Segurança Pública -, mas principalmente de um trabalho forte e organizado de várias entidades, como a Sociedade Amigos de Bairros da Cidade de São Paulo.

Chegamos à Assembleia Legislativa com o compromisso não só de um trabalho direcionado com o Funcionalismo Público do Estado - trabalhadores da Educação, da Segurança Pública -, mas, sobretudo, fortalecer o debate sobre a importância do trabalho, manutenção dos direitos e dos empregos dos trabalhadores para criar condição de uma vida melhor.

É necessário que aproveitemos a nossa experiência sindical que tivemos ao longo desses anos para desejarmos um estado forte. É preciso que tenhamos um crescimento econômico efetivo. Muitas vezes, acabamos não acompanhando o desenvolvimento deste Estado e do Brasil, e não conseguimos ainda ver o São Paulo, pelo seu potencial e pela sua necessidade de crescimento, proporcionalmente ao crescimento deste país.

Neste meu primeiro momento em que ocupo esta tribuna, saúdo aos nobres Deputados e Deputadas aqui presentes. Tivemos ontem, no primeiro dia efetivo desta legislatura, um debate em relação a CPIs. Ontem foi o dia de protocolo das CPIs, das indicações dos líderes e dos novos projetos para esta Casa. E o episódio de ontem demonstrou a necessidade de mudanças no Regimento desta Casa. Na Sessão Inaugural houve a votação dos cargos da Mesa e ontem foram muitos os deputados que reclamaram. Poderíamos agilizar o procedimento da Casa. Em relação ao protocolo no dia de ontem, por exemplo, poderíamos fazer isso. Por que é necessário ficar dois dias na fila aguardando para se protocolar uma CPI? Por que precisa ficar dois dias na fila para se protocolar qualquer documento nesta Casa? Uma Casa como esta, moderna e eficiente, precisa mudar este mecanismo.

Proponho, Sr. Presidente, para começarmos a refletir sobre isso. Poderíamos trabalhar a questão das CPIs pela proporção de número de deputados desta Casa. Cada partido tem um número e isso seria mais justo. Daqui a quatro anos vai acontecer a mesma coisa: em vez de dois dias, serão três dias para protocolar. Não há uma regra definida nesta Casa em relação aos protocolos. Se houvesse uma proporcionalidade para apresentar CPIs de acordo com o número de deputados, seria uma forma de todos os partidos terem suas CPIs protocoladas, e de o Estado de São Paulo ter um debate. Nós, da bancada do Partido dos Trabalhadores, apresentamos uma CPI em relação aos pedágios que todo mundo reclama. Foi pauta de debate na campanha eleitoral de 2010. Acontece que a nossa CPI, com 32 assinaturas, será a 15ª CPI a ser discutida nesta Casa. Há CPI que foi apresentada ontem que é para avaliar a questão do consumo de bebida alcoólica no Estado de São Paulo. O que é mais importante? A questão do consumo alcoólico ou a questão do pedágio que interfere diretamente na vida das pessoas e na economia dos municípios e do Estado?

Fomos eleitos para discutirmos a Educação, a Saúde, fiscalizar o Estado de São Paulo e os atos do Governador. É isso que precisamos debater, criando um regimento com a reflexão dos deputados para que possamos debater não só internamente nesta Casa, mas também com a sociedade. Quais são as CPIs que são de fato representativas? Quais são as CPIs que criariam condições para debatermos efetivamente com a sociedade?

É isso que espero desta Casa. Muito obrigado aos quase cem mil eleitores que tivemos na eleição de 2 de outubro de 2010. Representarei as pessoas que me confiaram o voto e para isso fiscalizaremos, faremos acompanhamentos e traremos propostas efetivas para melhorar o funcionamento da Casa. E também para trabalhar com a proporção de CPIs, de acordo com o número de deputados eleitos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando José Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT – Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, aos novos colegas deputados desta Casa, bem-vindos ao mundo encantado da Assembleia Legislativa. Eu acompanhava o meu amigo Deputado Marcolino falando sobre as CPIs. Vimos cenas circenses que a administração da Assembleia Legislativa proporcionou à população, com esse episódio das filas, essa vergonha, mas em 2007 foi a mesma coisa. Essas situações para votação nominal nas eleições, para poder parecer um pouco mais importante demorar horas o processo que poderia ser feito em cinco minutos, em que registramos a nossa presença na Casa, que é feito em um papelzinho nojento, datilografado, que se pode colocar assinaturas até fora do horário se for o caso, para dizer que existiu quorum na Casa. Todas essas situações lamentavelmente diminuem e vão continuar a diminuir o Legislativo, se nós persistirmos em termos uma Casa completamente subjugada aos interesses do Palácio dos Bandeirantes.

É bom que a população entenda a luta para se protocolar CPIs. Aliás, me parece que havia 11 CPIs que foram protocoladas pelo Governo, que fala sobre o enriquecimento ilícito do Tio Patinhas, mas acho que ele não é administrador no Estado de São Paulo. O resto é perfumaria, é para ocupar o espaço para não se apurar nada.

Cheguei aqui inocente com 500 páginas debaixo do braço, mostrando o desvio criminoso de 30 milhões de reais no sistema prisional de 2000 a 2006, pedindo uma CPI da Segurança Pública. Mostrei a documentação, que ainda posso mostrar, não existiu a CPI - o porquê que aconteceram os episódios dos ataques do PCC em 2006, onde 43 profissionais de Segurança Pública foram mortos, deixando a população alarmada por uma semana.

Consegui as 38 assinaturas, e houve uma manobra de retirada de assinaturas. E até hoje os crimes praticados pelos agentes públicos na Segurança Pública, a morte dos profissionais, o apavoramento da população, o Sr. Secretário da Segurança era o Saulo de Castro, hoje está na Logística e Transportes, e Geraldo Alckmin havia deixado há poucos dias o Governo, e estava Cláudio Lembo, mas tudo o que aconteceu naqueles episódios, todos os crimes praticados e que eu mostro na documentação, movimentação criminosa de presos para serem resgatados, a Assembleia Legislativa não quis apurar.

O único cenário, o único órgão que tomou a corajosa atitude de me convocar como cidadão para depor, num depoimento de quase seis horas, foi a Câmara Municipal de São Paulo. A minha Assembleia Legislativa, seja através de CPI, seja através da Comissão de Segurança Pública, audiência pública, nunca teve a coragem moral que teve a Câmara Municipal de São Paulo de dizer “Deputado, venha aqui convidado, porque se apavorou a população da Cidade de São Paulo, é importante para nós sabermos o que se passa”.

É bom que a população saiba que em relação à apuração, esta Casa é uma casa de brincadeira, custando 680 milhões de reais para o Orçamento do Estado por ano, mas não apura nada. Não apura e não vai apurar. Vamos fazer uma CPI sobre a ingestão de álcool no Estado de São Paulo. Isso é motivo de gozação. Isso é para brincar com o tempo e com o dinheiro público.

Simplesmente gostaria de cumprimentar a todos os Deputados que estão chegando, sejam bem-vindos, mas ajudem efetivamente independentemente de serem situação ou oposição, a trazer dignidade para esta Casa. Eu ouvi vários Deputados falando em votar na Presidência da Casa no ultimo dia 15 para restabelecer a dignidade e a postura do Legislativo. Já começamos mal.

Voltarei para falar, mas desejo a todos que façam uma reflexão e vamos mudar o sistema desta Casa porque a população hoje se envergonha do Legislativo que tem e esse processo acaba dando azo a que essa vergonha que a população sente do seu Legislativo, proceda.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra a nobre Deputada Heroilma Tavares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, assomo à tribuna para reeditar o que falei no meu último discurso na Câmara Municipal de São Paulo, quando falei que estava saindo daquela instituição com um sentimento contraditório: um sentimento de alegria e o mesmo tempo de tristeza. Um sentimento de alegria porque estava diante de um novo desafio, de vir para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, um dos mais importantes estados da federação, no que diz respeito à importância política no cenário da República, e também no que diz respeito à importância econômica deste Estado para a nossa federação. Enfrentar esse novo desafio é uma grande alegria.

Mas vivenciei 10 anos junto com o meu colega Jooji Hato e Carlos Bezerra na Câmara Municipal, onde tivemos bons debates, boas ideias, na divergência, de maneira respeitosa, e obviamente aquele parlamento para nós nos ensinou muito, e a cidade de São Paulo com suas complexidades sempre foi um desafio. Eu fiz um trabalho no meu mandato para honrar os eleitores paulistanos, os cidadãos paulistanos. Deixei lá amigos verdadeiros, de todas as agremiações partidárias. E venho agora para este novo desafio na Assembleia Legislativa.

Gostaria de saudar os antigos Deputados porque tenho muito a aprender com todos e de todos os partidos políticos. Saudar também os novos colegas. E espero que este plenário seja num palco de grandes debates, democráticos, e que possam valorizar efetivamente este Parlamento, que é a essência da democracia, que é composto na diversidade. E é no contraditório que vamos fortalecer a democracia e a Assembleia Legislativa.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, não fiquei satisfeito com nosso primeiro dia de debates, porque acho que o Parlamento é uma coisa e o Poder Executivo é outra.

Quando o Parlamento é confundido com um departamento, como uma extensão, como um órgão do Executivo, perde a democracia e nesta Casa, vendo a distância o Executivo, tenho enorme peso na Assembleia Legislativa e aqui os debates são truncados pelos interesses do Poder Executivo.

A Assembleia Legislativa não pode aceitar essa interferência. É ruim para a democracia esse tipo de interferência. Portanto, aqueles que estão aqui no intuito de fortalecer a democracia nesta Casa, obviamente terão um parceiro leal de todas as horas porque é assim que vamos fazer um parlamento forte. O parlamento forte é democracia forte, e é isso que queremos propiciar aos paulistas que merecem todo o nosso respeito.

A minha inauguração nesta tribuna é para dizer que serei amigo de deputados de todos os partidos políticos fazendo debate leal e franco. Na divergência de ideias, seremos bons combatentes neste plenário. Obviamente, conviveremos quatros anos de bom convívio para fortalecer a democracia no Estado de São Paulo e no Brasil, fazendo com que a Assembleia Legislativa ouça tudo que foi confiado a nós por todos os paulistas que merecem o nosso respeito. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, ouvi com muita atenção o meu companheiro Deputado João Antonio que tem uma vasta experiência como legislador.

Quero desejar ao Deputado João Antonio e a outros 33 Deputados Estaduais, que estão assumindo, boa-sorte! Espero que realmente possamos fazer bons debates e resgatar a credibilidade na política, principalmente aqui na Assembleia Legislativa.

Ultimamente, deu para perceber que está havendo em alguns setores da imprensa certa discriminação ou então passam certa descredibilidade do Poder Legislativo do Estado de São Paulo e também dos outros estados. Mas é aqui que se parlamenta, é aqui que fiscaliza o Executivo, é aqui que elaboramos leis para dar continuidade na representação de fato do Estado de São Paulo. E tenho essa experiência porque vivi aqui por quatro anos e nesse tempo muitas coisas boas aconteceram e, também, algumas frustrações. Muitas vezes, também, pelo limite do Poder Legislativo, ficamos aqui sem uma solução. Mas parlamento é isso. Legislar é isso. Parlamentar é isso.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, também quero, nesta oportunidade, reforçar a Campanha da Fraternidade 2011, com o lema: Fraternidade e a Vida no Planeta.

Busquei no texto-base uma apresentação. Claro que, nesses cinco minutos na tribuna, não terei tempo de fazer a leitura total desse texto, mas, Sr. Presidente, peço que seja publicada, na íntegra, essa apresentação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que está preocupada em conscientizar o povo brasileiro no zelo com o Planeta Terra.

Já passou o tempo de nos preocuparmos com o meio ambiente. Já passou o tempo de perceber que a maioria dos seres humanos, principalmente aqueles gananciosos, são criminosos, buscam lucros em cima de lucros, degradam o meio ambiente e quem sofre as conseqüências disso é a própria população.

O que vem acontecendo no Japão agora é passivo da natureza, mas, independentemente disso, muitos abusos acontecem no Brasil e no mundo. Por isso, quero deixar como contribuição nesta Casa esse lema da Campanha da Fraternidade: “A Criação Geme em Dores de Parto”. Realmente, a natureza e o mundo gemem em dores de parto. E o nosso gemido tem que ser para a salvação do nosso Planeta.

Passo a ler o artigo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil:

Campanha da Fraternidade 2011

Tema: Fraternidade e a vida no planeta.

Lema: “A criação geme em dores de parto” (Rm 8:32)

Apresentação

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe a cada ano, por meio da Campanha da Fraternidade (CF), um itinerário evangelizador fortemente voltado para a conversão pessoal e comunitária, em preparação à Páscoa. Em 2011, a CF atinge um marco importante pela 47ª vez.

Os objetivos gerais da CF são sempre os mesmos e decorrem da missão evangelizadora que a Igreja recebeu de Jesus Cristo: em vista do mandamento do amor fraterno, despertar e nutrir o espírito comunitário no meio do povo e a verdadeira solidariedade na busca do bem comum; educar para a vida fraterna, a partir da justiça e do amor, que são exigências centrais do Evangelho; renovar a consciência sobre a responsabilidade de todos na ação evangelizadora da Igreja, na promoção humana e na edificação de uma sociedade justa e solidária.

Durante esses quarenta e sete anos, a CF passou por três fases distintas: no início, os temas eram mais relacionados com a renovação da Igreja (1964 e 1965) e a renovação pessoal do cristão (1966 a 1972). Na segunda fase (1973 a 1984), a preocupação era mais voltada para a realidade social mediante a denúncia do pecado social e a promoção da justiça (Gaudium ET Spes, Medellín e Puebla). Na terceira fase (de 1985 até o presente), a Igreja no Brasil propõe temas de reflexão e conversão relativos às várias situações sociais e existenciais do povo brasileiro, que requerem maior fraternidade.

Em 2011 estaremos falando sobre meio ambiente, a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas – causas e consequências. Tema: Fraternidade e vida no planeta; Lema: “A criação geme em dores de parto”, (Rm 8:22). Não há como não se dar conta que esta campanha esta ligada a Campanha de 2010. Afinal, o fator econômico não está relacionado à situação de nosso planeta hoje? Somos todos moradores de uma mesma casa, gostando disso ou não, estamos interligados. Não há como simplesmente virar as costas e não se importar, afinal se ocorresse uma catástrofe a nível global para onde iríamos? Aquecimento global, mudanças geológicas nada mais é do que reações as nossas ações. A Campanha da Fraternidade de 2011, de maneira primorosa como sempre, vem justamente nos alertar desta verdade: tudo o que fazemos pode prejudicar ou ajudar a salvar nosso planeta. Dá-nos a oportunidade de como família sentarmos juntos e elaborarmos ações para salvar a nossa casa.

Em cada catástrofe, seja ela terremotos ou inundações, podemos sentir o planeta gemer, e a humanidade fazendo o mesmo. Este gemido tem uma conotação de tristeza imensa. Ainda estamos em tempo hábil para reverter esta situação, podemos transformar estes gemidos de dor em gemidos de amor e de esperança, sim, podemos iniciar um período de gestão e após este período em que nos organizaremos com ações que ajudem a preservar o meio ambiente, receberemos de volta um planeta saudável. Resgataremos o planeta que nos foi dado por Deus.

Esta campanha não é uma utopia e sim um alerta de que atitudes devem ser tomadas, não por uma minoria, mas por um todo. Este planeta é nossa casa, precisamos ser fraternos, gerar ações que nos levem ao bem comum.

E para reforçar nossas expectativas aos gestos concretos que com certeza surgirão em nossas Paróquias, a Sociedade através da conversão individual e coletiva nesta quaresma, sugerimos para nos estimular ao amor fraterno entre irmãos e irmãs comprometidos com o Meio Ambiente, a louvarmos ao Senhor, como São Francisco de Assis o fez por todas as criaturas que fazem parte da vida planetária. Que a oração em que São Francisco louva a Deus pelas criaturas, inspire em nós, novas atitudes e nos ajude a ser transformados pelo Espírito de Deus de modo a resgatarmos atitudes de quem cultiva e cuida do seu jardim - esta obra maravilhosa -, que hoje requer socorro dos autênticos filhos de Deus, e de todos aqueles que empreendem ações sinceras e despojadas em favor do planeta.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana.

 

O SR. CARLOS GRANA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, venho aqui pela primeira vez para declarar a gratidão que temos por todos aqueles que lutaram para que hoje o Brasil pudesse ser uma democracia exemplar para o nosso Planeta - e isso é resultado de muita luta.

Tive a felicidade de participar em boa parcela dela quando já, em 1980, estava como um garoto do Senai fazendo um curso de ferramentaria. Ingressei ao Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, posteriormente, diretor de base do sindicato, secretário, secretário geral. Fui um dos fundadores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, secretário geral, vice-presidente, 1° presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, secretário geral da CUT - Central Única dos Trabalhadores - e esses últimos seis anos estou presidindo a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT/Brasil, que agora, no mês de abril, vai realizar o seu congresso, onde farei a despedida passando o bastão para outros companheiros e companheiras para que continuem esta luta tão importante do movimento sindical brasileiro.

Venho aqui também agradecer o povo paulista pelos quase 127 mil votos - primeira vez candidato - agradecer a confiança dos trabalhadores e trabalhadoras deste Estado que nos elegeram para que nesta Casa, juntamente com outros 93 parlamentares, possamos dignificar a população e o Estado São Paulo.

Confesso que ontem voltei para casa um tanto quanto decepcionado. Esperava que ontem pudéssemos ter uma atitude de grandeza na discussão travada na tarde de ontem. Nós, que somos da minoria aqui na Assembleia, crescendo a cada legislatura - hoje somos 24 integrantes da Bancada do PT - esperávamos sair daqui ontem com uma resolução que contemplasse uma boa parcela dos deputados que tão bem representam o nosso Estado. Infelizmente, rolo compressor! A bancada governista apresentou onze requerimentos de CPIs impedindo o direito de a oposição incluir uma CPI que é clamor da população do Estado de São Paulo, porque o problema dos pedágios não é apenas daquele que se utiliza da rodovia para passear. O problema dos pedágios no Estado de São Paulo está se tornado um problema de competitividade. Está ficando caro produzir na Cidade de São Paulo, está ficando cara a mobilidade dos produtos no Estado de São Paulo, isso está fazendo com que empresas optem por outros estados. Isso é grave, porque vai afetar diretamente no emprego dos paulistas, vai atingir diretamente no desenvolvimento do interior do nosso Estado.

Portanto, em que pese a decepção com que saímos daqui ontem, estamos aqui para fazer um bom combate, um bom debate para representar com muita dignidade o povo paulista que tanto clama por um estado que acompanhe o desenvolvimento do País, a exemplo do que conseguimos construir ao longo dos oito anos de Governo do Presidente Lula e que agora tem continuidade com a nossa Presidenta Dilma Rousseff.

São Paulo não pode caminhar contra o Brasil. São Paulo precisa caminhar junto com o Brasil e isso significa respeitar as opiniões do contraditório. Mesmo assim, tenho convicção de que teremos pela frente um bom trabalho e vamos, sim, honrar todos aqueles que depositaram na nossa candidatura sua confiança na discussão de temas importantes, porque com o crescimento econômico desenvolvido a partir da liderança do Governo do Presidente Lula hoje nos deparamos com um problema aqui no Estado de São Paulo, onde é preciso atuar de forma intensa.

Hoje, com a geração de mais de 15 milhões de empregos formais no Brasil, está faltando mão de obra qualificada, estão faltando profissionais, tem a vaga mas não tem o profissional e nesse sentido uma das tarefas que vamos impulsionar nesta Casa será o debate em cima da Educação e trabalho. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Moura. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Bruno Covas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Feliciano Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira.

 

O SR. MILTON VIEIRA - DEM - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero neste meu primeiro pronunciamento dizer que estou matando saudades desta Casa, onde tive o privilégio de exercer dois mandatos. Ao sair daqui trabalhei dois anos com o Prefeito Gilberto Kassab, por sinal meu amigo, pessoa que considero, estimo e em cujo trabalho me espelho, um trabalho honesto. Saudades dos funcionários desta Casa, das assessorias, dos policiais, enfim, um pessoal que sempre nos deu atenção. Acima de tudo quero agradecer aqueles que nos reconduziram a esta Casa: nossos eleitores, em especial os pastores da Igreja Universal que nos ajudaram, eu que sou pastor também da Igreja Universal com muita honra, agradecer os obreiros da minha e de outras igrejas que nos apoiaram.

Tive o privilégio também, ao sair desta Casa, de ficar dois anos em Brasília como Deputado Federal onde pude ter a experiência do que é o Parlamento nacional, o que me dá saudades também, mas volto para a Assembleia Legislativa com muito entusiasmo.

Ouvi muitos deputados falarem em mudanças. Acho que esta Casa tem de ser palco de discussões que venham trazer benefícios para o povo paulista, para a nossa sociedade, para aqueles que nos trouxeram para cá. Este é o nosso compromisso.

A imprensa fala hoje que assinamos uma CPI do PT, nós que somos da base do Governo. Ora, vejo isso com bons olhos. Assinei no dia da posse mais de 15 pedidos de CPIs (Palmas.) e não estamos querendo fazer com isso nenhum campo de batalha no sentido de ser a favor ou contra o Governo não. Sempre fui da base do Governo e não consta nenhum voto contrário ao Governo, mas acho que temos de falar das questões que estão em evidência.

Temos problemas graves na Segurança Pública, temos problemas na questão dos transportes, temos de discutir a Educação, temos muitos temas polêmicos. Eu não vim aqui para brincar de ser deputado. Ninguém trabalhou numa eleição ou assumiu compromissos para vir aqui apenas fazer discurso bonito para os seus eleitores. Nós temos de dar respostas para a nossa sociedade, nós temos de mostrar trabalho, não porque somos deputados, mas porque somos cidadãos, porque o que quero para o meu povo eu quero para a minha família, o que quero para o filho do meu eleitor ou o filho daquele que elegeu cada um de nós é o que quero para a minha família, para o meu povo, seja ele de classe social for.

Temos de dar uma reposta para a sociedade com dignidade, com transparência, com clareza, doa a quem doer. Não viemos aqui para agradar a A, B ou C, mas para cumprir nosso dever de cidadão, em primeiro lugar, e o compromisso público que assumimos quando tomamos posse e dissemos “assim o prometo”. Nós, deputados da situação e da oposição, não viemos aqui para travar nenhuma batalha no campo partidário, mas realizar o trabalho que a nós foi confiado. Agradeço a todos e cumprimento os novos deputados que vieram comigo desejando boa sorte e pedindo que Deus abençoe este Parlamento.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Celso Giglio, caríssimas Deputadas, caríssimos Deputados, Srs. Telespectadores, venho para esta Casa com dois grandes ex-vereadores, o agora Deputado Carlos Bezerra e o líder do PT na Câmara, João Antonio. Do maior parlamento municipal da América Latina viemos para esta honrosa Casa, o maior ou pelo menos o mais forte parlamento do nosso país. Somos calouros, mas fomos recebidos com tanta simpatia e amizade que nos sentimos muito bem neta Casa. Por isso, certamente não nos arrependeremos de deixar os amigos da Câmara Municipal para assumir nosso mandato.

Quero agradecer aos meus companheiros do PMDB e dizer que me filiei ao MDB há mais de 40 anos. No MDB contei com a confiança dos meus colegas de partido, do meu líder, Caruso, do Deputado Baleia Rossi, do grande ex-prefeito de Jales, Deputado Itamar Borges, da Deputada Vanessa Damo. Agradeço também pelo voto de confiança de todos para a eleição da Mesa Diretora, em que elegemos Barros Munhoz e demais membros entre os quais me incluo e quero trabalhar e me dedicar para honrar cada voto de confiança. Minha gratidão a cada um de vocês.

Quero expressar, ainda, minha felicidade por assumir esse mandato. É o meu 8º mandato como parlamentar, sendo 7 consecutivos na Câmara Municipal de São Paulo.

Mas estou preocupado e triste porque, do outro lado do globo terrestre está um país de meus antepassados. Sou brasileiro descendente de japoneses. Lá ocorreu um desastre natural que está atingindo crianças, jovens, adultos e a 3ª idade e arrasando ao longo do Oceano Pacífico várias cidades, principalmente Sendai. Além do terremoto, que é grave, de 9 graus, não havendo antecedente dessa ordem no Japão, veio o tsunami, uma onda gigantesca, maior do que este prédio da Assembleia, destruindo edifícios, jogando barcos enormes, navio. Os contêineres pareciam livros amontoados, um em cima do outro. Depois disso veio o pior: incêndio nas turbinas das usinas atômicas.

Sou médico e conheço a gravidade assim como V.Exa., também, da contaminação atômica, da radioatividade pelo Césio e outras substâncias químicas arrasadoras, que causam leucemia e todos os tipos de câncer como ósseo, cerebral, hepático, renal. Ficamos muito preocupados. Segundo levantamento de técnicos é uma contaminação muito forte. Lembro-me de quando fazia movimentos saindo da Praça da Liberdade indo até a Praça de República, voltando ao Teatro Municipal numa manifestação dizendo Hiroshima e Nagasaki nunca mais. Temos agora o problema de Fukushima, com os reatores.

Quando entrei na vida pública o então governador Franco Montoro, do PMDB, estava instalando uma usina atômica para energia em Iguape. Reagimos fortemente naquela ocasião, fui contra: não queremos Angra i, nem Angra II, e está-se falando em Angra III e IV e outras. Acho que temos de repensar.

Esse episódio em Fukushima tem que trazer uma reflexão a todos nós para pedir à presidente Dilma Rousseff, às autoridades, aos deputados, ao Senado, ao Congresso Nacional para não se instalar mais uma usina atômica que não representa nem 2% do que consumimos. Nosso país é rico em bens naturais, principalmente em rios que podem gerar energia elétrica saudável. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Esta Presidência se solidariza com o nobre Deputado Jooji Hato, sobretudo com o povo japonês, na certeza de que estamos expressando o sentimento de todos os deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges.

 

O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, venho a esta tribuna com muita alegria inaugurar o Grande Expediente. Inicialmente quero agradecer, como já o fiz no Pequeno Expediente, a acolhida desta Casa. Agradeço especialmente a Deus a oportunidade de estar aqui, neste momento. Agradeço aos nossos companheiros de partido, e, como disse o Jooji, ele está no MDB há mais de 40 anos. Eu me filiei aos 18 estou há 25 no PMDB. Fui sempre filiado a esse partido e em parceria com outros em nossas caminhadas.

Quero dizer do quanto foram importantes para mim o meu partido, os companheiros, começando pelo líder da bancada, Caruso, o presidente Baleia, a Deputada Vanessa Damo e esse companheiro que é o símbolo da história do nosso PMDB hoje, o Jooji, que com sete mandatos de vereador na capital paulista, hoje contribui com sua experiência no legislativo estadual. Tenho aprendido muito com o Jooji. Tive o privilégio de trabalhar e votar no Jooji como senador e de participar junto ele de tantas empreitadas. E venho hoje aqui ser seu companheiro nesta Casa.

Mas quero agradecer a cada um dos deputados que terminaram seus mandatos. Muitos deles dedicaram seu tempo e sua atenção para explicar e nos orientar sobre esta Casa. Foram momentos de aula e de aprendizado que lembram um pouco de sua trajetória, deputado Celso Giglio, que cada vez se fortalece mais pelo municipalismo. Celso Giglio presidiu a Associação Paulista de Municípios, e também como prefeito de Osasco ergue a bandeira do municipalismo, tem feito um trabalho com o qual quero cooperar porque fui seu diretor na Associação Paulista de Municípios quando era prefeito de Santa Fé do Sul. Quero estar junto nessa caminhada.

Mas venho aqui hoje para agradecer e preço permissão para registrar algumas palavras. Fiz questão de no Pequeno Expediente apenas registrar meus cumprimentos e agradecimentos, mas agora quero dizer da minha honra em utilizar pela primeira vez esta tribuna no Grande Expediente. Mais que honra, expresso meu profundo respeito, pois sei que por aqui passaram tantos paulistas ilustres que construíram a historia deste parlamento, e ajudaram com seu trabalho na construção da pujança e da historia de São Paulo.

Quero dizer da minha gratidão àqueles que me ajudaram a chegar até aqui. Inicialmente, a Deus, à minha família, pela compreensão e pelo apoio, até pela minha opção de vida. Mais uma vez, agradeço o apoio do meu partido e a acolhida dos deputados.

Tendo de dizer que venho de uma terra distante, região promissora, de gente de fibra e vigor. Venho de terra distante, de uma cidade pequena, sol predominante, onde predominantemente o céu é azul e o tempo demora mais a passar. Venho de terra distante, de caminhos difíceis, seguindo os desígnios de um povo e as ordens do coração.

Trago, com certeza, - muitos companheiros são do interior - o cheiro do roçado e a seiva do mato verde, onde o sertanejo chora e ninguém se compadece. Trago o clamor do operário e a angustia do empreendedor. Trago, como muitos companheiros desta Casa, a madureza dos idosos e a inquietação da juventude carregada de sonhos e de esperanças. Trago a experiência da administração municipal e carrego comigo a certeza que aprendi na vida pública: de que ninguém faz nada sozinho.

Desde já quero agradecer pelo aprendizado que certamente terei com cada uma das senhoras e dos senhores. Quero me colocar ao lado de cada um nesta Casa para que juntos possamos buscar grandes conquistas para o povo de São Paulo.

Da mesma forma, quero contar com a participação, o apoio, a crítica e a opinião de todos os integrantes desta Casa.

Assinalo como ponto inicial de trabalho algumas demandas que trago da minha região e dos lugares por onde andei. Quero atuar com os companheiros deputados da região - Orlando Bolçone, Sebastião Santos, Carlos Pignatari, João Paulo Rillo, Geraldo Vinholi, entre tantos que vêm da nossa região - e claro, com o apoio de todos os deputados desta Casa. Queremos juntos, naquilo que couber, naquilo que puder ser a abrangência da atuação de um deputado, lutar por algumas conquistas, tais como:

- Agilização de duplicação da Rodovia Euclides da Cunha; lutar por soluções para as nossas Santas Casas de Misericórdia em todo Estado.

- Inserir na agenda do governo melhorias na rodovia Feliciano Salles da Cunha, que integra Ilha Solteira com Mirassol e São José do Rio Preto.

- Indicação ao Sr. Governador a criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa e do Empreendedor Individual, como já temos na capital paulista e o governo federal começa a criar o ministério.

- Ampliação do Projeto Município Verde/Azul, associando-o aos recursos do Fecop, do Secretário Bruno Covas, colega desta Casa.

- Ampliação dos AMEs. Buscar com os companheiros da região a implantação do Rodoanel de São José do Rio Preto.

- Lutar pela revitalização e transformação do aeroporto de Jupiá.

- Mobilizar lideranças para a criação da região metropolitana de São José do Rio Preto, atraindo investimentos para toda a região.

- Reivindicar a implantação de Etecs e Fatecs na nossa região de rio Preto e Araçatuba.

- Ampliação e melhoria do atendimento pelo Iamspe aos servidores e seus familiares. Está aqui Celso Giglio, que foi superintendente daquela casa e sabe da importância dessa ampliação para os nossos servidores.

- Criação do Centro de Formação da Juventude junto à secretaria de Esporte, Lazer e Juventude.

- Ações de governo em apoio à 3ª idade.

- Implantação do Parque tecnológico de são José do Rio Preto.

- Ampliação do atendimento do Banco do Povo Paulista com o retorno do Pro-Lar.

Também Jooji, com sua orientação, propus moção à Presidente Dilma e indicação ao Governador Geraldo Alckmin sobre esse desastre que aconteceu no Japão, não só de solidariedade. O governo federal já vem fazendo muitas ações, o governo também está integrando, mas devemos fazer tudo que pudermos para que os dekasseguis em especial, e os familiares muitas vezes privados da comunicação possam receber apoio nesse momento tão triste e tão difícil para todos nós.

Enfim, quero dizer a todos que pressinto que todos os paulistas, sobretudo os mais humildes, colocam para nós o desafio do novo e do urgente, com eficiência, ética e responsabilidade. Precisamos atender esse clamor. Naquilo que possa ter a nossa participação e na forma que seja possível para o deputado.

Repito, mais uma vez, o meu agradecimento. Cumprimento cada servidor desta Casa, os que já são do quadro e os que estão aqui acompanhando os deputados. Agradeço pela acolhida, pelo companheirismo, por tudo que temos recebido e pela competência dos que compõem esta Casa.

Cumprimento a Mesa Diretora mais uma vez na figura do Presidente Barros Munhoz e de todos os parlamentares desta Casa. Repito, estarei ao lado de cada um nesta Casa para aprender e para que façamos, no nosso limite, grandes coisas para que os paulistas e todos os brasileiros se orgulhem ainda de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados.

 

O SR. VINICIUS CAMARINHA - PSB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Itamar Borges, quero cumprimentar V.Exa, desejar-lhe boa sorte, cumprimentá-lo pelo seu entusiasmo, pela sua luta, pelo seu brilhantismo como prefeito. V.Exa. chega com entusiasmo e com um grupo de deputados da sua região, incluindo o Deputado Orlando Bolçone, do PSB, que sem dúvida alguma fará todos os esforços necessários para que essas obras citadas sejam realizadas. Parabéns, Deputado.

 

O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - Muito obrigado, Deputado Vinicius Camarinha. Obrigado a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. RUI FALCÃO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, senhores funcionários, senhoras funcionárias, telespectadores e telespectadoras da TV Assembleia, público que acompanha nossos debates nas galerias, não tivemos tempo na sessão de eleição da Mesa de agradecer a todos os deputados e a todas as deputadas por terem depositado sua confiança na nossa participação na Mesa diretora.

Quero dizer aqui que o PT faz parte da Mesa Diretora desde 1995 e sempre mediante uma carta de princípios política. Nós participamos da Mesa com o compromisso do Presidente de, entre outras coisas, ampliar a participação popular na Casa, democratizar a Assembleia Legislativa de forma crescente, garantir a sua independência, autonomia diante do Executivo e dos outros poderes, e de fazer com que esta seja uma Casa política, reconhecendo o valor da representação popular e de suas prerrogativas.

Não é por outra razão que criamos aqui o Conselho de Defesa de Prerrogativas Parlamentares, presidido pelo Deputado Campos Machado, e que entre outras medidas de defesa de nossas prerrogativas impediu, por exemplo, que os Deputados e as Deputadas fossem revistados em repartições públicas do Estado, como ocorrera anteriormente; para que nossa carteira de identidade tenha validade nacional; enfim, há várias coisas que com o tempo foram reduzindo as nossas prerrogativas. E precisamos recuperar aqui também as nossas competências legislativas. Por exemplo, hoje nós não legislamos sobre transporte, sobre trânsito, sobre Direito Agrário, e há um movimento nacional para que se aprove uma emenda constitucional no Senado, devolvendo-nos essas prerrogativas.

Então é nessa condição, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, povo de São Paulo, que participamos da Mesa Diretora. O fato de participarmos da Mesa Diretora não nos tira o direito de fazer oposição, e a nossa bancada é de oposição firme, permanente em defesa da população de São Paulo, porque defendemos para o Estado outro programa, uma outra forma de Governo, com transparência, com participação, e vimos ontem aqui: fica fácil discutir a questão da fila e do relógio, mas o que estava em questão não era a fila e o relógio, mas 11 CPIs totalmente inúteis.

E saúdo aqui a CPI da Gordura Hidrogenada. É uma CPI relevantíssima para os destinos do Estado. Como disse aqui o Deputado Milton Vieira, temos questões de Segurança, de Saúde, de Educação e vão ficar aqui 94 deputados discutindo a questão da gordura hidrogenada. Quero dizer que a este Deputado a gordura hidrogenada, as triglicérides não afetam, pela minha compleição física e pela minha herança genética. Mas mesmo para aqueles que eventualmente tenham problema, este não é o lugar para discutir isso. Há endocrinologistas, nutricionistas, não podemos folclorizar esta Casa.

Achava muito importante que pudéssemos dar cabo rapidamente dessas CPIs inúteis e pudéssemos discutir as questões do Estado. Não propusemos a questão da CPI das Concessionárias de Rodovias para fulminar o Governador, para colocá-lo em dificuldade. Estamos preocupados com a população de São Paulo, que paga pedágio caro que inibe a nossa produção. E não adianta eu vir aqui mostrar as concessionárias ou os pedágios do Governador Jaques Wagner, da Bahia. Somos deputados por São Paulo.

Vieram nos cobrar aqui, uma ocasião, por que a Bancada do PT não era favorável à venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil, se o Lula queria comprar a Nossa Caixa. O Lula que fizesse o que ele bem entendesse, e era bom para o Banco do Brasil. Mas para o Estado de São Paulo a venda da Nossa Caixa foi nefasta. Era o último banco para fazer financiamento ao desenvolvimento regional, porque já tínhamos perdido o Banespa. E venderam a Nossa Caixa e estamos sofrendo as consequências, porque a agência de fomento que ficou no lugar fez um capital de bilhão não integralizado até agora e não sabemos o destino desse dinheiro.

Então nós participamos da Mesa para ter cogestão aqui na Casa, de forma democrática, com todos os partidos, e a Mesa não é partidária, mas somos oposição ao Governo Geraldo Alckmin. Isso ficará claro, e V. Exas. estão percebendo, na composição da nossa bancada renovada.

Não vou falar aqui dos 12 deputados que permaneceram, são todos conhecidos. Estão aqui os Deputados Marcos Martins, José Cândido, Hamilton Pereira, nosso líder Enio Tatto, Donisete Braga, nosso ex-1º Secretário, mas quero falar sobre os que não são ainda tão conhecidos como os demais nesta Casa, de cada um que agora inicia seu mandato, mas com larga experiência da militância política fora desta Casa. E isso é importante, porque para nós atividade parlamentar não se esgota neste salão. E também é importante que tenhamos consciência disso. Quando a mídia nos cobra por não ter havido sessão na sexta-feira ou na segunda, trabalhamos fora. O Deputado Itamar Borges trabalha em sua região; o Deputado Orlando José Bolçone em sua região; a Deputada Heroilma Tavares também. Cada um tem suas demandas, tem que estar perto do povo. Então eles trazem essa experiência da luta popular, das reivindicações sindicais.

Então temos o Deputado Alencar Santana Braga, um dos deputados mais jovem da nossa bancada, vereador de alguns mandatos em Guarulhos, ex-líder estudantil. Temos o Deputado Carlos Grana, que já falou hoje no Pequeno Expediente, já com conhecimento de causa, dirigente sindical com larga experiência de luta, de combatividade, que preside a Confederação Nacional de Metalúrgicos, agora em seu segundo mandato, foi reeleito. Temos aqui o nosso Presidente Estadual, o deputado mais votado da Bancada do PT no Estado de São Paulo, Edinho Silva, prefeito reeleito de Araraquara, que também já foi vereador também nessa cidade. Temos o Deputado Geraldo Cruz, prefeito reeleito de Embu e que fez o seu sucessor numa demonstração de competência e de aprovação junto à população. Temos o Deputado Gerson Bittencourt, que foi do SPTrans, no Governo Marta, ex-Secretário dos Transportes em Campinas, também com grande experiência nessa área. Temos o Deputado Isac Reis, vereador em vários mandatos em Carapicuíba, foi Presidente da Câmara de Carapicuíba. Temos o Deputado João Paulo Rillo, vereador de dois mandatos e quase eleito prefeito de São José do Rio Preto - não foi eleito pelo poderio da máquina tucana e de outros assuntos que não vou mencionar, e que temos expectativa de que seja o próximo prefeito dessa cidade.

Temos o Deputado Luiz Claudio Marcolino, que foi por duas vezes Presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que já falou também aqui, dando contribuição para nossa bancada. Temos o Deputado Luiz Moura, deputado da Zona Leste de São Paulo, que ajudou a organizar e fundar a grande Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos em Transporte Alternativo, que hoje é uma realidade nacional, inclusive iniciando a produção, gerando centenas de milhares de empregos no País todo e que vai trazer muito dessa experiência para cá também. Temos o Deputado Marco Aurélio de Souza, que foi prefeito reeleito de Jacareí, e também fez o sucessor, mostrando que sua administração foi aprovada. E temos a Deputada Telma de Souza, que foi prefeita de Santos, já foi deputada nesta Casa e deputada federal.

Enfim, esse é o time com o qual vamos jogar aqui durante quatro anos, esperando poder, em outros pedidos de CPI, contar com o apoio dos Deputados e Deputadas nesta Casa. Queremos trabalhar em conjunto. O fato de sermos oposição não nos dá a diferença no convívio com Vossas Excelências. Vamos sempre fazer o debate aberto, franco, nunca descambando para o plano pessoal, mas sempre no plano das ideias. E o caráter da nossa oposição é esse: oposição franca, aguerrida, nunca atacando pelas costas, nunca criando fatos que não tenham respaldo na realidade, nunca atacando alguém considerando culpado de antemão. Isso V. Exas podem esperar do Partido dos Trabalhadores. E sob a liderança do Deputado Enio Tatto, será realidade aqui nos próximos meses. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga, em permuta com o nobre Deputado José Zico Prado.

 

O SR. RUI FALCÃO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, por um lapso imperdoável deixei de mencionar no meu discurso, e peço que seja incluído o Deputado João Antonio. E digo imperdoável porque o Deputado João Antônio, além de vereador de vários mandatos, quando exerci o cargo de Secretário de Governo, com muita honra, da Prefeita Marta Suplicy, o João Antonio foi o Líder do Governo Marta na Câmara Municipal de São Paulo. Dai o meu lapso imperdoável, e peço a V. Exa., com a sua complacência, que seja corrigido.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Será corrigido, nobre Deputado.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, funcionários da Casa, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, aproveito a intervenção do nosso 1º Secretário, Deputado Rui Falcão, para dizer que para nós da Bancada do PT é motivo de muito orgulho e muita honra tê-lo à frente da Mesa Diretora.

Eu especialmente quero fazer o registro, porque quando vim para esta Casa em 93, tive o aprendizado na figura do Deputado Rui Falcão: fazia a agenda do Deputado Rui Falcão. Aprendi muito com ele e fico hoje muito lisonjeado em poder estar junto neste Parlamento. Não tenho dúvidas de que pela competência e pelo estilo de mediador, a Assembleia Legislativa terá uma Mesa exemplar, não só na figura do novo Presidente Barros Munhoz e na figura do Deputado Aldo Demarchi, 2º Secretário, mas também na figura do nosso 1º Secretário, Deputado Rui Falcão.

Para mim também é motivo de muita honra poder neste momento compartilhar e felicitar o meu Líder, esse gremista, Deputado Enio Tatto, que vai liderar uma bancada de 24 parlamentares, que vai fazer a discussão e expor o pensamento de nossa bancada no Colégio de Líderes e com certeza fará um debate importante no plenário com a nossa bancada.

Quero render as minhas homenagens ao meu amigo, esse grande irmão, o Deputado Antônio Mentor, que liderou e representou a nossa bancada com muita competência, com muita democracia.

Saúdo na nossa bancada o Deputado João Paulo Rillo, que será o nosso Líder da Minoria, e vai representar aqui não só o PT, mas o PCdoB e o PSOL. Os partidos querem fazer aqui um debate democrático, e vão procurar de forma muito humilde, com muita responsabilidade, estabelecer um grande debate nesta Casa.

Ontem fiz uma intervenção aqui. Entendemos a posição dos Deputados que fazem parte da base aliada. No tête-à-tête, na conversa ao pé do ouvido, todos aqui sabem o quanto é importante exercermos o processo de fiscalizar o poder Executivo.

Tivemos ontem uma situação inusitada na Assembleia Legislativa, que foi a apresentação das Comissões Parlamentares de Inquérito. Essa é uma missão nobre, fundamental deste Parlamento. Queremos estabelecer um amplo debate em relação a nossa posição de fiscalizar o poder Executivo.

O Deputado Edinho Silva falava ontem, com muita clareza de conhecimento. Penso que é mais barato hoje, e sem cometer qualquer ironia, pegar um avião em Congonhas, ir até Ribeirão Preto e depois se locomover até a sua querida Araraquara. Deve ser muito mais barato se formos considerar o tempo e o custo dos pedágios no Estado de São Paulo.

Tenho a certeza de que todos os deputados aqui são cobrados com relação ao preço exorbitante dos pedágios do Estado de São Paulo. A nossa bancada estabelecia ontem esse debate neste plenário, no conceito eleitoral partidário e acima de tudo no conceito de sermos cobrados pela população do Estado que utiliza hoje as principais praças e rodovias do nosso Estado de São Paulo.

Esse é o debate que a nossa bancada vai estabelecer neste Parlamento. O Estado de São Paulo é o mais importante e mais rico da Federação e necessita fazer um amplo debate sobre a questão dos pedágios no Estado.

Queremos também debater sobre a Segurança Pública. Temos os policiais militares e civis que recebem o segundo pior salário do Brasil. São os professores da rede pública de ensino que há muito tempo reivindicam não apenas o reajuste salarial, mas a recomposição salarial. É importante também estabelecermos uma ampla discussão nesta Casa em relação às políticas públicas.

Hoje pela manhã eu ouvia nas principais rádios as reclamações dos usuários da CPTM e do Metrô, com relação aos atrasos das composições que atendem as principais estações do ABC, as estações da Zona Leste, de Osasco.

O Governo do Estado de São Paulo tem noticiado sobre os investimentos, mas ao mesmo tempo percebemos os cortes que têm sido feitos na questão dos transportes metropolitanos. Somente na Linha 10, a linha Turquesa que atende a Estação da Luz até a região do ABC, foram 46 milhões de cortes do Governo do Estado de São Paulo; é o orçamento do ex-Governador José Serra e do ex-Governador Alberto Goldman. Dá a impressão de que são governos diferentes, mas é a mesma coisa. Portanto, não conseguimos entender por que o Governo do Estado cortou 46 milhões nos investimentos para a CPTM. Os moradores que são atendidos pela estação Itaquera do Metrô ficam quinze minutos esperando na fila para pegar o metrô. Enfim, os usuários reclamam muito do Metrô.

É importante, mais do que nunca, que o Governo do Estado estabeleça uma ação, iniciativas que possam qualificar o atendimento da questão da CPTM e do Metrô, haja vista que teremos a Copa do Mundo em 2014. É fundamental que tenhamos investimentos na malha ferroviária, na questão do metrô no Estado, para que possamos apresentar uma situação importante para a população do Estado.

Quero neste momento parabenizar o coordenador de projetos, na questão da poesia que é levada nas estações da CPTM, o poeta Carlos Figueiredo, que é da Companhia de Poesia. O Governo do Estado tem noticiado que desde 2009 tem colocado nas estações a poesia do nosso saudoso Vinicius de Moraes. É até fácil decorar a poesia porque se demora de 15 a 20 minutos para acessar a estação, então na verdade o Governo do Estado de São Paulo, além de estabelecer uma política que possa investir na arte, na cultura, termina prejudicando muito os usuários atendidos pela CPTM e pelo Metrô.

Estaremos cobrando políticas afirmativas do Governo do Estado quanto aos transportes metropolitanos, quanto à CPTM, quanto ao Metrô para que possamos dar qualidade, para que possamos ter uma tarifa integrada e justa para os usuários do Estado de São Paulo. Essa é a nossa bandeira. Queremos que o Governo do Estado possa fazer jus ao Orçamento que aprovamos nesta Casa. Mas, na verdade, o Governo Geraldo Alckmin tem cortado em todas as políticas públicas do Estado - segurança, educação, transportes metropolitanos -, especialmente os 46 milhões da Linha 10, que atende à região do ABC. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, por permuta de tempo com o nobre Deputado Rafael Silva.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, gostaria de trazer ao debate uma questão de extrema preocupação para a boa execução dos serviços públicos estaduais: o cumprimento da data-base para revisão dos salários do servidores públicos. Esta Assembleia Legislativa aprovou uma lei, e o Governo do Estado sancionou, estabelecendo primeiro de março como data-base para revisão salarial dos servidores públicos do Estado de São Paulo. Terminamos quatro anos do Governo Serra, iniciamos um novo Governo Geraldo Alckmin e, nesse período, em nenhum dos anos, em nenhuma das circunstâncias foi cumprida a data-base.

Trago essa preocupação principalmente aos novos deputados empossados no último dia 15 para que se irmanem nessa luta. Não é uma luta corporativista, muito embora eu seja filho de servidor público, meu pai é agente penitenciário aposentado, na minha atividade laboral ser policial militar no serviço ativo por 29 anos, só ter estudado em escola pública. Mas entendo que deva ser uma preocupação dos 94 parlamentares desta Casa. Não dá para sair, literalmente, vendendo ilusão para a população, dizendo que temos uma excelência na prestação dos serviços públicos com salários aviltantes, miseráveis, salários de fome.

Em relação aos servidores do Poder Judiciário, nobre Deputado Enio Tatto, tivemos uma grande luta - sua bancada, o Deputado Carlos Giannazi e o PSOL - de apoiamento ao movimento salarial dos servidores do Judiciário que, durante 128 dias do ano de 2010, estiveram em greve mais do que justa, devido a uma posição ditatorial e intransigente do Tribunal de Justiça de São Paulo. Tenho essa preocupação porque, quando estávamos para votar o Orçamento, veio a esta Casa o presidente do Tribunal de Justiça, o Desembargador Vieira Santos, que faleceu em janeiro, e disse no Colégio de Líderes: “Fiquem tranquilos, Srs. Deputados, porque eu já me acertei com o Governador. Está tudo certo, ele toma posse no dia primeiro e haverá suplementação de recursos para o cumprimento dos acordos salariais e as garantias dos servidores do Judiciário”. Vieira Santos lamentavelmente faleceu.

Agora há uma tremenda interrogação, uma preocupação dos servidores do Judiciário se o acordo feito com o então presidente do Tribunal será confirmado. Naquele momento em que o PT, o PSOL e o Major Olímpio se debatiam para que houvesse recursos suplementares no Orçamento a ser votado, aquela posição do presidente do Tribunal de Justiça nos tirou a argumentação. Peço o empenho dos deputados de todas as bancadas, pois se não for cumprido o conteúdo desse acordo teremos graves prejuízos à população porque os movimentos salariais acontecerão sem a menor sombra de dúvida. E não vai dar para arrumar argumentação como na época o próprio presidente do Tribunal de Justiça, o Secretário de Justiça Marrey saíram apregoando que era posicionamento político-partidário apoiarmos o movimento salarial de servidores do Judiciário.

Quero trazer uma preocupação quanto à revisão de salários de todas as categorias de servidores públicos do Estado, da educação, da saúde, dos agentes penitenciários, da segurança pública. Como vamos falar em segurança pública com essa política salarial? Se me permite corrigi-lo, Deputado Donisete Braga, São Paulo tem o segundo pior salário de delegados de polícia. Se considerarmos de forma absoluta as categorias de base de soldados da Polícia Militar e de investigador de polícia, temos o pior salário brasileiro.

O Governo sai com propaganda enganosa dizendo que nunca houve tanto investimento na segurança pública neste Estado e alguns representantes do Governo saem papagaiando textos lidos. Digo que não leio o que acontece na segurança pública, eu vivo isso há 33 anos. Estou ávido pelo debate. Que venham me dizer que há um mínimo de satisfação hoje para os profissionais da segurança pública, da Polícia Civil, da Polícia Militar. Viatura não faz segurança pública. Colete não faz segurança pública. Rádio não faz segurança pública. Se não tivermos um profissional bem selecionado, bem preparado, motivado, estaremos eternamente fazendo cerimônias de formatura de soldados em praças públicas ou entrega de viaturas comprando imagem para a mídia paga para tentar vender ilusão para a população, enquanto pagamos um vale-alimentação chamado de vale-coxinha, vergonhoso para o Estado de São Paulo, de quatro reais.

Gostaria que os representantes do Governo fizessem um aparte e defendessem esses 12 anos de vale-coxinha de quatro reais. É uma vergonha! Digo aos deputados do partido do Governador, aos aliados que devem ser aliados - que se entendem aliados -, que não podem ser alienados, não podem achar que isso está bom. Quatro anos de mandato e não vi um parlamentar vir aqui e dizer que não apoiasse o serviço policial. Todos apaixonados pela Polícia Civil e pela Polícia Militar. Quando se fala de alguns serviços como canil, resgate, agrupamento aéreo, alguns chegam a derramar lágrimas de emoção. Mas nos momentos em que vamos discutir a questão de salários, de benefícios, aí viram as costas literalmente para os policiais civis e militares, e dizem “Olha, eu preciso acompanhar com o meu voto a base de Governo.”

Se não discutirmos verdadeiramente, se todos os partidos não pressionarem agora o Governo de São Paulo a enviar a esta Casa projeto, ou projetos que promovam as devidas correções salariais dos servidores, ficaremos aqui literalmente brincando de apoiarmos os serviços públicos e o serviço policial. Encareço, portanto, a todos os colegas deputados que, dentro de seus partidos, possam estimular o Governo a cumprir a lei, a apresentar um programa de valorização salarial para os servidores públicos do Estado de São Paulo que têm, cada um na sua área, salários aviltantes.

Entendo que esse deva ser um assunto de vital importância, e que estamos 17 dias atrasados. A data-base para a revisão salarial é 1º de março.

 

            O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r” da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão solene a realizar-se no dia 4 de abril de 2011, às 20 horas, com a finalidade de homenagear os 100 anos do Guarani Futebol Clube.

Tem a palavra, por permuta com o nobre Deputado Samuel Moreira, o nobre Deputado Paulo Barbosa.

 

O SR. PAULO ALEXANDRE BARBOSA - PSDB – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de, nesta nova legislatura que se inicia, em primeiro lugar, agradecer aos eleitores que me reconduziram à Assembleia Legislativa. Foram 215.061 eleitores em todo o Estado que me deram a honra de representá-los novamente no Parlamento paulista. Agradeço fundamentalmente aos eleitores da minha região, Baixada Santista, onde tive o orgulho e a satisfação de ter sido o deputado estadual mais votado de toda a sua história. É uma responsabilidade muito grande que aumenta o nosso compromisso no sentido de trabalhar cada vez com mais empenho para oferecer as respostas que a comunidade de todo o Estado de São Paulo tanto precisa.

No meu primeiro mandato como deputado estadual procuramos fazer um trabalho defendendo temas como a Educação, a área social e os temas regionais diretamente ligados à Baixada Santista, que é uma região que passa por grandes transformações dentro do cenário do desenvolvimento econômico do País. Temos o petróleo e o gás, o Pré-Sal chegando e grandes investimentos. Talvez seja a região do Brasil que vá receber maior volume de investimentos nos próximos anos, não somente frutos do advento do Pré-Sal, mas também da expansão daquele que já é o maior porto da América Latina. E, sem dúvida alguma, é uma região que merece um olhar diferenciado do Governo do Estado para a realização de obras de infraestrutura para melhorar as condições da população local. Não existe possibilidade de ocorrer progresso, desenvolvimento econômico e crescimento se não houver igualdade social e justiça social.

Vamos então trabalhar fundamentalmente para garantir que essas questões possam ser viabilizadas no âmbito da Baixada Santista. Ontem, no primeiro dia de trabalho nesta Casa, já apresentei a criação de Frentes Parlamentares que vão tratar desses temas. Vamos, aliás, continuar o trabalho que realizamos no primeiro mandato, de temas que são extremamente relevantes para a Baixada Santista como a ligação seca entre os Municípios de Santos e de Guarujá; do transporte metropolitano que possa integrar os nove municípios da Baixada. Nesse sentido, o Governo do Estado faz um esforço na medida em que cria uma secretaria para gerenciar as regiões metropolitanas do Estado de São Paulo - Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano. Nas regiões metropolitanas de São Paulo temos a concentração de mais de 75% da população do Estado e mais de 70% do nosso PIB, e é fundamental que essas regiões possam ter um olhar diferenciado para a implantação de políticas públicas visando o seu desenvolvimento. Nesse sentido, vamos trabalhar para que a Baixada Santista possa assim ocupar o seu espaço.

No meu primeiro mandato, tive a felicidade de ser o deputado que mais apresentou recursos de emendas parlamentares ao Terceiro Setor: as obras sociais de todo o Estado de São Paulo. Sabemos que o Terceiro Setor é imprescindível para que o Estado possa atender a população. Sempre digo que, se as entidades sociais do Estado de São Paulo fecharem suas portas, a sociedade vai à falência, porque o Estado - poder público de maneira geral - tem limitações para promover o atendimento com a competência necessária em todos os municípios. Por isso, é dever, é responsabilidade do poder público apoiar e incentivar os trabalhos sociais.

Quero agradecer a todos que me apoiaram no meu primeiro mandato - a nossa equipe de trabalho, aos funcionários da Assembleia Legislativa, aos eleitores que me reconduziram a esse segundo mandato -, especialmente à confiança depositada pelo Governador Geraldo Alckmin, que me convidou para assumir a pasta do Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo. É um desafio enorme. Todos nós sabemos que qualquer ação que é desenvolvida no poder público tem como objetivo melhorar a vida das pessoas. Na área do desenvolvimento social vamos trabalhar para melhorar a vida das pessoas que mais precisam: as pessoas que se encontram no estado de vulnerabilidade social e que precisam do apoio do Governo do Estado de São Paulo.

E aqui em São Paulo vamos, sim, atender a essas pessoas que precisam, aumentando expressivamente os programas de transferência de renda, e vamos atuar para que essas famílias possam progredir. Mas não vamos fazer uma política social baseada no clientelismo, no assistencialismo. Ao contrário, a base da política social do Estado de São Paulo estará alicerçada na Educação para que as pessoas possam conquistar a sua independência, caminhar com as próprias pernas e realizar seus sonhos. Aqui não vamos ter o clientelismo como base, mas o protagonismo, de maneira que o cidadão paulista possa ser o sujeito da própria história e possa construir o seu próprio futuro.

Este será o nosso grande esforço. Por isso, ações na área da Educação são fundamentais para garantir a liberdade ao cidadão. Vamos atuar para garantir desde a creche até a universidade do cidadão paulista em parceria e articulação com as demais secretarias de Estado. Acreditamos que esse é um trabalho fundamental para que o São Paulo continue nessa rota de desenvolvimento e de crescimento. É importante que as atenções deste Parlamento e da mídia de maneira geral estejam concentrados nos temas relevantes para o crescimento econômico, como a taxa de juros, a paralisação que acontece nos meios políticos, quando o Copom, por exemplo, se reúne. Mas é fundamental também o olhar para a área social, para as pessoas que mais precisam. Não adianta crescimento econômico, desenvolvimento econômico, sem igualdade social.

Por isso, esse é um desafio enorme. E quero colocar a Secretaria à disposição de todos os parlamentares de maneira democrática para receber críticas, sugestões e ideias para que nós possamos aprimorar o nosso trabalho visando atender ao cidadão paulista.

Como disse o nosso Governador Geraldo Alckmin, nenhum paulista será deixado para trás. É nessa perspectiva e com esse objetivo que nós vamos trabalhar na Secretaria de Desenvolvimento Social, sem deixar de acompanhar as atividades do Parlamento como Deputado licenciado desta Casa, sem deixar de acompanhar os temas relevantes para o desenvolvimento econômico e social da Baixada Santista, que é a região que represento.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores que nos acompanham, o meu muito obrigado e com a certeza de que juntos vamos fazer um trabalho profícuo no Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. BRUNO COVAS - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, agradeço o aparte do nobre Deputado Paulo Alexandre Barbosa.

Gostaria de aproveitar a oportunidade de agradecer à população do Estado de São Paulo, que me conferiu mais um mandato no último pleito de outubro de 2010. No dia 15, tomamos posse para o segundo mandato como Deputado estadual. O Parlamento é Casa do povo, é a Casa do debate, é a Casa do diálogo, é o auge da democracia. Todo político, que se dedica à causa pública, não pode deixar de passar pelo Parlamento, pela experiência do debate de poder discutir com todas as bancadas, com a sociedade, os projetos, os problemas e as soluções para todo o Estado de São Paulo.

Todos os senhores sabem que o Governador Geraldo Alckmin me fez um convite no final do ano, para que assumíssemos a Secretaria do Meio Ambiente. Aceitei esse desafio, para fazer parte de um Governo em que acreditamos e que conhecemos da seriedade e da dedicação do Governador Geraldo Alckmin.

Em segundo lugar, para tratar de uma questão importante que é a questão ambiental. Hoje a questão ambiental deixou de ser uma questão menor, secundária, para ser uma questão prioritária que envolve inclusive os rumos e o destino dos investimentos públicos e privados. A questão ambiental deixou de ser uma coisa menor, secundária, para ser algo que entrou na agenda junto com a questão financeira.

A Secretaria da Fazenda e a Secretaria do Meio Ambiente são questões fundamentais para quem quer fazer investimentos no Estado de São Paulo. Nós temos o desafio do licenciamento ambiental, o desafio de conseguir dar agilidade, dar a resposta o mais rápido possível, seja ela positiva ou negativa, àqueles que querem fazer investimento no Estado. Mas temos também questões importantíssimas como a implementação da política estadual de mudanças climáticas, um projeto aprovado por esta Casa. Temos a meta de redução de 20% das emissões de gases do efeito estufa até 2020 com base em 2005, com a meta de chegar em 2050 com 10% das emissões que nós temos atualmente. Hoje, o brasileiro médio emite 10 toneladas de carbono por ano, e o objetivo é chegar a uma tonelada em 2050. Isso envolve um esforço para darmos maior eficiência, mais eficácia à produção e aproveitar este momento como uma janela de oportunidade à economia verde, como o ecoturismo, a economia de baixo carbono. Enfim, todos os desafios que temos no Estado de São Paulo, além da gestão das nossas unidades de conservação, que é a grande jóia da coroa da Secretaria do Meio Ambiente, são 150 unidades de conservação entre hortos, florestas e estações experimentais. Também temos os planos de manejo que estão sendo aprovados. Portanto, o desafio é muito grande e nos motiva, e tenho certeza que nós só vamos ter algum êxito se houver a participação, a ajuda e o auxílio da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Tenho certeza de que estaremos aqui nos próximos dias discutindo com os Deputados a ampliação da inspeção veicular para as regiões metropolitanas para todo o Estado de São Paulo e a importância de projetos nessa linha da questão ambiental.

A questão ambiental engloba todos os partidos e hoje é a nossa grande preocupação no Estado de São Paulo, no Brasil e no mundo.

Gostaria de agradecer ao Governador Geraldo Alckmin pelo convite, à população por esse novo mandato e dizer que conto muito com a cooperação e a ajuda de todos os Deputados e Deputadas desta Casa. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Grande Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, ontem, houve uma publicação no Diário Oficial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo de uma sentença, declarando que vários artigos da Lei 13.549 são inconstitucionais, uma lei aprovada aqui na Assembleia Legislativa em 2009, que colocou em processo de extinção a Carteira Previdenciária dos Advogados do Ipesp.

Essa declaração é muito importante porque só vem confirmar as nossas teses, não só as teses do nosso mandato, mas, sobretudo dos 50.000 advogados contribuintes da carteira previdenciária do Ipesp, que foram golpeados, que foram vítimas de um verdadeiro calote patrocinado pelo Governo estadual, na época pelo Governador José Serra, do PSDB, com a cumplicidade da Assembleia Legislativa de São Paulo.

O projeto foi aprovado, a carteira dos advogados do Ipesp foi colocada em processo de extinção, sofreu um duro golpe, houve um esvaziamento de parte dessa carteira, e hoje, os advogados que continuam pagando, continuam contribuindo e, sobretudo, os que já estão aposentados, estão correndo sério risco de perderem a aposentadoria. Inclusive, nós afirmamos aqui que o Governo estadual, o Executivo estadual, com a cumplicidade da Assembleia Legislativa, está criando no Estado de São Paulo a figura do desaposentado, porque esses trabalhadores, esses operadores do direito, que trabalharam durante muitos anos e contribuíram com a sua carteira previdenciária, podem ficar agora sem a sua aposentadoria.

Mas no mesmo ano em que a lei foi aprovada, nós recorremos ao Supremo Tribunal Federal, a Bancada do PSOL, ingressamos com uma Adin, e um ano depois a OAB federal ingressou com outra Adin.

Então, temos duas ações tramitando no Supremo Tribunal Federal. E essa decisão da Justiça de São Paulo é muito importante porque serão apensadas as duas ações, para que nós possamos reverter essa situação de constituir os direitos dos advogados contribuintes da carteira do Ipesp.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, estou dizendo isso porque na época em que a lei foi aprovada, nós alertamos de que a lei era ilegal, inconstitucional, na medida em que o projeto de lei apresentado pelo Governador José Serra, agredia, violava o estado de direito adquirido e tantos outros princípios constitucionais. Mas não fomos ouvidos, a lei foi aprovada, a carteira estava em processo de extinção, mas temos absoluta certeza de que vamos reverter esse quadro no Supremo Tribunal Federal.

Já temos mostra de que a própria Justiça de São Paulo já foi sensível a essa causa, entendendo que os 50 mil advogados contribuintes do Ipesp não podem ser prejudicados porque foram vítimas de um calote e de um golpe patrocinado pelo Governo do Estado.

A Assembleia Legislativa tem aprovado leis inconstitucionais. Aprovou também outra lei, colocando em processo de extinção a Carteira Previdenciária dos Serventuários da Justiça, dos cartorários, que também foi uma lei aprovada aqui pela Assembleia Legislativa.

Ingressamos também com uma Adin no Supremo Tribunal Federal e vamos continuar fazendo isso porque é inconcebível que a Assembleia Legislativa de São Paulo se preste a prejudicar os trabalhadores, advogados e cartorários, que fique legislando contra a população do Estado de São Paulo, contra os trabalhadores e não aprove projetos aqui importantes que estão nesta Casa.

Temos mais de quatro mil projetos paralisados aqui só de deputados e, ao mesmo tempo, esta Assembleia Legislativa de São Paulo, como já tenho dito que não passa de um verdadeiro memorial, de uma extensão de lazer do Parque do Ibirapuera, aprovou ontem, aqui, os requerimentos de CPIs totalmente folclóricas, entre elas as CPIs do Governo que foram protocoladas aqui, ontem.

É bom que o telespectador conheça as CPIs porque é ele que está financiando, está pagando 680 milhões/ano para a Assembleia Legislativa de São Paulo fazer CPIs como a CPI do mercado de autopeças, CPI da reprodução assistida, CPI da TV a cabo, CPI do combate ao alcoolismo, CPI dos planos odontológicos, CPI da cobrança de taxas pelas lojas e CPI da gordura hidrogenada.

Essas as CPIs da base do governo aqui na Assembleia Legislativa. Isso é cômico. Isso depõe contra a existência da Assembleia Legislativa de São Paulo. Se por um lado, ela se comporta dessa maneira, não fiscalizando, essas CPIs foram protocoladas aqui justamente para obstruir as CPIs que investigam a corrupção, o superfaturamento de obras em várias áreas. Ao mesmo tempo, colocou em processo de extinção duas carteiras previdenciárias de trabalhadores: a dos cartorários e a dos advogados. Mas vamos reverter isso no Supremo Tribunal Federal, através das Adins que estão tramitando.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, passo a ler, para que seja publicado no “Diário Oficial” a sentença do Tribunal de Justiça em relação à inconstitucionalidade a alguns artigos da Lei 13.549.

Certidão de Publicação Expedida Relação : 0063/2011

Data da Disponibilização: 15/03/2011 Data da Publicação: 16/03/2011 Número do Diário: 911 Página: 976/986

11/03/2011

Remetido ao DJE Relação: 0063/2011

Teor do ato: Vistos. O polo ativo, qualificado e representado nos autos, ajuizou a presente Ação Ordinária em face dá Fazenda Pública do Estado de São Paulo e Instituto de Previdência do Estado de São Paulo - Ipesp.

Pretende obter:

- a declaração da inconstitucionalidade dos seguintes dispositivos legais: Art 2°, §2°, Art 6°, §1° e 2°, Art 33º, § 2° Art. 34, na parte que revoga os artigos 14 e 28 da Lei 10.394/70, por ferirem os direitos adquiridos dos aposentados e pensionistas;

- a declaração de responsabilidade do Estado no cumprimento das obrigações devidas aos aposentados e pensionistas;

- a condenação do Ipesp para que não proceda ao desconto de 20% sobre o benefício, com restituição de valores eventualmente descontados;

- a condenação dos réus no reajustamento dos benefícios com base na alteração do salário mínimo.

A petição inicial veio acompanhada de documentos. Concedida a antecipação da tutela decisão de fls. 59. Citadas, as rés ofertaram tempestiva defesa na modalidade de contestação, não tendo arguido preliminares.

No mérito, requereu a improcedência do pleito inicial e sustentou que a carteira tem natureza jurídica de direito privado, sendo o Ipesp tão somente órgão responsável pela sua administração, que o Estado não é responsável pelo destino nem pela solvência da carteira dos advogados, que possui patrimônio próprio.

Em relação ao pedido de reajustamento dos benefícios pelo salário mínimo, defendeu que a Constituição de 1988 vedou a utilização do salário mínimo como fator de reajuste, e que o STF, na mesma linha, editou a Súmula n°4.

Alega, outrossim, que a lei nova não tem o condão de afetar a validade do ato jurídico dito perfeito, sendo, porém , apta a modificar seus efeitos, os quais se protraem no tempo, de forma que , no caso do autor, qualquer modificação na forma de pagamento, critério de correção, percentual de contribuição é possível. Houve réplica. Informado o descumprimento da tutela antecipada, foram prestados esclarecimentos pela Requerida. É o relatório. Decido.

O processo comporta julgamento nos termos do artigo 330, inciso I, do Código de Processo Civil porquanto o cerne do litígio é de direito e os elementos necessários ao seu julgamento encontram-se carreados aos autos. Cuida-se de ação por meio da qual objetiva-se a decifração incidental de inconstitudonalidade dos dispositivos da lei 13.549/2009, os quais alteraram o regime jurídico de pagamento dos benefícios previdenciários da Carteira dos Advogados, em especial em relação aos dispositivos que excluíram a responsabilidade do Estado, aumentaram o percentual de contribuição paro 20% e alteraram o critério de reajuste destes. O dos autores é flagrantemente procedente.

Nos termos da inicial, o autor já é aposentado Carteira de Previdência dos Advogados. E para tanto, submeteu-se às condições da Lei n° 10.394/70 de forma a ter incorporado ao seu património do direito a esta aposentadoria. Traduz-se, tal circunstância, no fato de o benefìcio ter sido calculado em número de salários mínimos, fixando-se o reajuste na rnesma proporção do aumento do salário mínimo regional (artigos 13 e 14 da Lei n° 10.394/70).

De acordo com a tese inicial, ainda, o beneficiário tem a obrigação de contribuir com 5% sobre o valor do benefício em respeito ao teor do parágrafo 4°, do artigo 4°, da Lei n° 10.394/70. Ocorre que em 2009, após a criação da Spprev e extinção do Ipesp, órgão administrador da Carteira de Previdência dos Advogados, a Lei 13.549 veio a disciplinar a liquidação da Carteira, impondo aos inscritos as seguintes modificações, as quais se vêem impugnadas:

Artigo 2° - A Carteira dos Advogados, financeiramente autónoma e com património próprio, por não se enquadrar no regime de previdência complementar e demais normas previdenciárias, passa a reger-se, em regime de extinção, pelo disposto nesta lei.

§ 2° - Em nenhuma hipótese o Estado, incluindo as entidades da administração indireta, responde, direta ou indiretamente, pelo pagamento dos benefícios já concedidos ou que venham a ser concedidos no âmbito da Carteira dos Advogados, nem tampouco por qualquer indenização a seus participantes ou insuficiência patrimonial passada, presente ou futura.

Artigo 6° - Os benefícios previstos nesta lei, observado o disposto em seus artigos 8° e 11, serão reajustados a partir de janeiro de 2010 mensalmente, na mesma proporção da valorização positiva ou negativa do património da Carteira dos Advogados

§ 1° - Os benefícios concedidos até 31 de dezembro de 2009 serão reajustados variação do índice Nacional de Preços ao Consumidor apurado Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-INPC-IBGE, ocorrida entre fevereiro e dezembro de 2009.

§ 2° - O reajuste de que o § 1° deste artigo será aplicado somente se houver recursos disponíveis e de acordo com avaliação atuarial que demonstre o equilíbrio financeiro da Carteira dos Advogados.

Artigo 33 - Na data prevista no artigo 31 lei, o património da Carteira deverá estar individualizado e os segurados que não estiverem em gozo de benefícios terão contas individuais, com saldos iniciais proporcionais as suas contribuições.

§ 2° - Para cobertura de despesas administrativas da Carteira e para assegurar o equilíbrio atuarial da conta coletiva, os segurados de que o § 1° deste artigo contribuirão mensalmente com 20% (vinte por cento) do valor dos benefícios em manutenção.

Artigo 34 - Ficam revogados os artigos 5°, 8°, 11, 12, 14, 22, 28, 32, 43, 46, 53 e 54 da Lei n° 10.394, de 16 de dezembro de 1970, e o § l ° do artigo 40 dá Lei Complementar n° 1.010, de 1° de junho de 2007. Com o advento da Lei n° 13.549/2009, impôs-se ao autor, dentre outras medidas, a majoração do percentual de contribuição do inativo para 20% bem como a alteração do critério do reajuste do benefício. Ainda, o Estado deixa de responder, direta ou indiretamente, para quaisquer fins. E é contra estas alterações que o pedido antecipatório se volta. De fato, a aposentação do autor consolidou-se sob a égide da Lei revogada e os benefícios prescritos no referido diploma legal incorporam-se ao rol dos direitos adquiridos do pólo ativo. Aplicação merece, no caso concreto, o Princípio da Irretroatividade da nova lei em detrimento do direito adquirido do autor. A pretensão do autor, está, assim, albergada pela existência de ato jurídico perfeito e/ou direito adquirido, institutos estes que obstam a retroação dos efeitos de lei superveniente para a preservação da segurança jurídica das relações sociais, por força de mandamento constitucional (artigo 5º, inciso XXXVI, combinado com o artigo 6º da LICC) soerguido como direito e garantia fundamental. Assim, inconstitucionais as disposições legais que suprimiram direitos do autor, os quais se consolidaram sob a égide de legislação anterior mais benéfica. Neste sentido a jurisprudência: Agravo de Instrumento - Ato Administrativo - Obrigação de Não-Fazer - Complementação de Proventos.

1. Advogado aposentado pela Carteira de Previdência dos Advogados de São Paulo - Majoração da contribuição mensal, mediante desconto de vinte por cento (20%) do valor do benefício - Alteração da sistemática de reajuste do benefício previdenciário, de acordo com a modificação do salário mínimo regional - Inteligência dos artigos 6º e 33, § 2º, da Lei Estadual n° 13.549, de 26/maio/2009 - Inviabilidade - Observância dos princípios constitucionais do ato jurídico perfeito e/ou do direito adquirido (artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, combinado com o artigo 6º da LICC) - Verossimilhança das alegações - Receio de dano de difícil reparação - Presença dos requisitos para a antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional - Incidência do artigo 273, inciso I e § 2º, do Código de Processo Civil - Emenda da petição inicial - Adequação do valor da causa - Desnecessidade - Valor da causa que se aproxima do conteúdo econômico da ação – Atendimento dos artigos 258 e 259 do Código de Processo Civil - Reforma da decisão agravada.

2. Recurso provido. Agravo de Instrumento N°. 983.481.5/1-00 Relator: Osvaldo de Oliveira - Carteira de Previdência dos Advogados - Lei Estadual nº 13.549/09 - Insituição do regime de extinção, majoração da contribuição para 20% e alteração na forma de reajuste do valor do benefício - Presença de prova inequívoca e possibilidade de lesão grave ou de difícil reparação -Antecipação de tutela - Cabimento - Atendimento aos requisitos do art. 273 do CPC - Recurso provido Agravo de Instrumento n° 983.705-5/5-00 Ângelo Malanga – Relator.

Feitas essas considerações e por tudo o mais que dos autos consta, Julgo Procedente a pretensão inicial deduzida requerente, nestes autos da Ação Ordinária promovida em face da Fazenda Pública do Estado de São Paulo e Instituto de Previdência do Estado de São Paulo - Ipesp, nos termos do artigo 269, inciso I, do Código de Processo Civil, para: - Julgar Incidentalmente Inconstitucionais os Dispositivos Legais Constantes dos Artigos: Art. 2°, §2°, Art 6°, §1° e 2°, Art 33, §2°, Art 34, na parte que revoga os artigos 14 e 28 da Lei 10.394/70, por ferirem direito adquirido e ato jurídico perfeito, atingindo, de forma retroativa, relação consolidada sob a égide da lei estadual 10.394/70; -Determinar que a Revisão dos Proventos, Bem Como Percentual de Desconto sejam efetuados de conformidade com os critérios presentes na lei vigente ao tempo do surgimento da obrigação; - Condenar o polo passivo no dever de restituir os valores descontados a maior, observada prescrição quinquenal, devendo incidir correção monetária e juros de mora nos termos da Lei 11960/09; Pela sucumbência sofrida, condeno a ré ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios que fixo na quantia certa de R$3.000,00 (três mil reais), considerando a complexidade do litígio travado entre as partes e o trabalho desenvolvido pelos nobres patronos, à guisa do disposto pelo artigo 20, parágrafo 4°, do Código de Processo.

Decorrido o prazo para interposição dos recursos voluntários, cumpra-se o reexame necessário. P. R. I. C. Em caso de eventual recurso, haverá custas de preparo no valor de R$ 151,38. Porte de remessa e retorno no valor de R$ 25,00 por volume (l volume). Advogados(s): José Horacio Halfeld Rezende Ribeiro (OAB 131193/SP), Maria Beatriz De Biagi Barros (OAB 95700/SP).

 

O SR. ALEX MANENTE - PPS - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha das galerias, pela TV Assembleia, venho aqui, primeiro, para registrar, nesse início da legislatura, o nosso agradecimento ao eleitor que nos reconduziu a este mandato que tivemos a oportunidade de ter um crescimento de praticamente 100% dos votos em relação ao primeiro mandato. Agradecer aos 114 mil e 714 eleitores que nos deram a oportunidade de continuar representando o nosso Estado de São Paulo na Assembleia Legislativa.

Quero, também, aproveitar para agradecer à minha Bancada, a Bancada do PPS, que é composta pelo Deputado Roberto Morais, Deputado Luis Carlos Gondim e pelo querido Deputado Vitor Sapienza, que falarei adiante especialmente para reconhecer o seu trabalho, por ter indicado o nosso nome para a liderança do Partido neste no que se segue. Certamente, será uma grande responsabilidade liderar a Bancada do PPS para conseguirmos, em conjunto com os líderes desta Casa, com os deputados desta Casa, conduzir o trabalho adequadamente.

Quero agradecer a confiança e também destacar - ontem não tive a oportunidade de fazê-lo - a posse do nosso Ex-Presidente desta Casa, membro da nossa bancada, o Deputado Vitor Sapienza. Todos sabem do seu trabalho. Temos que reconhecer que a Casa ganha muito com a sua posse no dia de ontem para dar melhor fluidez ao nosso trabalho.

Quero destacar o Secretário de Emprego e Relações do Trabalho, Deputado Davi Zaia, que está hoje representando o nosso Partido no Governo Geraldo Alckmin e que certamente contribuirá com a sua experiência acumulada especialmente na área sindical para trabalhar adequadamente para a nossa população.

Quero, também, dizer do morador do Grande ABC, que é a nossa base, onde tivemos a grande concentração da nossa votação, da nossa responsabilidade com os temas que temos na região, temas extremamente importantes para que possamos ter uma melhoria de qualidade de vida. É importante destacar que o Grande ABC tem praticamente três milhões de habitantes e que precisa, certamente por estar na Região Metropolitana do Estado de São Paulo, de um atendimento diferenciado porque temos inúmeros problemas sociais.

Precisamos buscar a fundo a solução e continuar o trabalho importante da recuperação do nosso manancial, do meio ambiente, da preservação do meio ambiente.

Temos que trabalhar firmemente para termos um meio de transporte adequado. Será uma grande batalha de toda região a chegada do metrô para o Grande ABC para poder desenvolver de maneira ordenada, sustentável a nossa região.

Temos que trabalhar firmemente para uma qualificação de mão de obra específica para poder ter pessoas preparadas para ocupar as funções que o Grande ABC gera, nesse momento, sua qualificação de emprego para que tenhamos de fato esse desenvolvimento.

Estaremos à disposição para trabalhar naquilo que foi a nossa meta no primeiro mandato e continuará sendo um grande desafio melhorar a saúde para a população. Saúde que é um tema recorrente em todas as regiões, mas que, certamente, no Grande ABC, por termos apenas dois hospitais estaduais para praticamente três milhões de habitantes, precisamos ter esse trabalho desenvolvido, ampliado e buscar referências para poder ter novos convênios com o SUS.

Tivemos uma grande batalha, que foi a abertura da Santa Casa de Misericórdia da Cidade de São Bernardo do Campo, uma primeira conquista na área da Saúde. Mas precisamos de muitas outras, para que tenhamos de fato a qualidade que o cidadão espera, e a contribuição de representantes público no consórcio intermunicipal, que se tornou público no ano de 2009.

Hoje mesmo, o Prefeito de Diadema, Presidente do consórcio, Mário Reali, nos comunicou da reunião com os deputados da Região do Grande ABC para que, conjuntamente, tenhamos naquilo que for convergente, acima das divergências político-partidárias, a responsabilidade de trazer o desenvolvimento para a nossa população.

Gostaria de, novamente, agradecer à Bancada do PPS que nos conduziu a essa importante representação e que, certamente, trabalharemos unidos para trazer a qualidade de vida à população do Estado de São Paulo.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero cumprimentar e desejar sucesso a todos os parlamentares que estão iniciando o seu mandato, àqueles que foram reeleitos e, de forma especial, para a minha orgulhosa Bancada do Partido dos Trabalhadores, para os novos que chegam a esta Casa. O Deputado Rui Falcão já falou um pouco da história de cada um. Desejo sucesso a todos vocês.

Mas, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vou voltar ao assunto que gerou polêmica no dia de ontem: as CPIs. Respeitamos a decisão do Presidente, mas não concordamos, pois um assessor da Bancada do Partido dos Trabalhadores chegou primeiro no relógio e poderia ter protocolizado a CPI dos pedágios, que pede para apurar os escândalos e abusos que ocorrem no Estado de São Paulo. Em nenhum local está escrito que precisa entrar por uma determinada porta.

Para o telespectador que não conhece a Assembleia Legislativa quero dizer que existem pelo menos seis entradas. Esta Casa é chamada de casa do povo e como tal não existe porta determinada para a pessoa entrar, é a mesma coisa que na nossa casa: a gente pode entrar pela cozinha, pela sala, por onde tiver entrada e foi isso que aconteceu no dia de ontem. Assim, a CPI que o Partido dos Trabalhadores pleiteava infelizmente acabou sendo protocolizada em 13º lugar - a única coisa boa foi o número: 13. O Governo, para obstruir os trabalhos da Assembleia Legislativa, protocolizou 12 CPIs, ou seja, simplesmente para ocupar espaço, como foi colocado pelo Deputado Carlos Giannazi, porque elas não têm fundamento algum.

Vou ler o nome delas para o telespectador tomar conhecimento já que nem todos os jornais publicaram: CPI da TV a cabo, CPI das operadoras de plano de saúde, CPI do combate ao alcoolismo, CPI do ensino superior, CPI dos planos odontológicos, CPI da reprodução assistida, CPI da cobrança de taxas pelas lojas, CPI do mercado de autopeças, CPI da pesca predatória, CPI do telemarketing, CPI da gordura hidrogenada, CPI do desaparecimento de pessoas e a nossa era a CPI dos pedágios. Destas CPIs protocolizadas pela situação nenhuma mexe com os escândalos, com o mau uso do dinheiro público. São todas CPIs para ocupar espaço com o intuito de não se apurar os escândalos ocorridos no Estado de São Paulo.

Escândalos, por exemplo, envolvendo obras do Rodoanel, uma CPI que queremos e para a qual ainda não conseguimos as 32 assinaturas ainda. Só para o trecho da Bandeirantes até a Régis Bittencourt houve um aditamento de 85% no preço estipulado, um absurdo. Escândalos envolvendo as obras na calha do Tietê, obra que contou com um aditamento de 85% acima do valor estipulado, sem falar que ficou quatro anos sem manutenção e agora vai se gastar muito, pior de tudo: falaram que as enchentes tinham acabado nos Rios Tietê e Pinheiros, mas sabemos o que aconteceu aqui na Capital.

Escândalos envolvendo obras do metrô. Sabemos das falcatruas, dos problemas que ocorreram principalmente na Linha 4 do Metrô, que culminou com a morte de oito pessoas em razão do desabamento de uma estação, sem falar do atraso na entrega da linha. Outro problema é com a Linha 5 do Metrô na minha querida zona sul, na região do Largo Treze, que vem do Capão Redondo. A obra está parada e na Justiça porque a "Folha de S.Paulo" publicou seis meses antes quem ganharia os lotes. São CPIs sérias que realmente merecem uma investigação. Protocolizamos também a CPI do pedágio e vou argumentar por quê.

Aqui no Estado de São Paulo há pelo menos 170 praças de pedágio.

Deputado Edinho Silva, meu presidente, tem pedágio em torno de 20 reais. Lá na sua Araraquara, que vai para São José do Rio Preto do nosso querido João Paulo Rillo, tem pedágio de 12 reais e aí o líder do governo diz que o Governo Federal também instala pedágio, que o Governador Jaques Wagner, do PT, também instala pedágio, mas observem os valores dos pedágios do Governo Federal ou dos governos do PT. Enquanto na Régis Bittencourt e Fernão Dias a tarifa está em torno de 1,50, aqui temos pedágio de oito, dez, doze e até 20 reais.

Quero prosseguir falando ainda do porquê do pedido desta CPI.

Além do excessivo número de praças de pedágio e do abuso nos preços, quero argumentar com dados concretos o que nos motivou a pedir esta CPI.

Balanço de 2009 - lucro das concessionárias: quatro bilhões, duzentos e cinquenta e nove milhões no ano. Acho que nem os bancos têm esse lucro que as empresas que operam o pedágio têm. Vou dar alguns exemplos.

A AutoBan teve um lucro de 309 milhões no ano; a ViaOeste 119 milhões; a Ecovias 192 milhões.

O que discutimos não é ter ou não pedágio, eu até estou me convencendo de que é preciso ter pedágio. O que discutimos é o custo desses pedágios. Eu não tenho valores do que o Estado recebe de retorno. Por que o Governo Federal pode estabelecer pedágio com valor menor nas rodovias federais - 1,50, 1,00? Porque ele reduziu o valor de retorno para o Estado e exigiu que as concessionárias também reduzissem seu custo. Ninguém vai querer que a iniciativa privada tenha prejuízo, mas tem de ter um limite para o lucro e aqui no Estado de São Paulo o lucro é um absurdo. Por que uma rodovia tem de cobrar oito, doze ou até 20 reais como na Imigrantes e uma outra rodovia pode trabalhar com 1,50? Lógico, sempre exigindo investimento, mas que aqui em São Paulo o negócio é abusivo é! Por isso pleiteamos essa CPI.

Quero parabenizar os deputados que tiveram coragem de colocar suas assinaturas, como os Deputados Sebastião, Gilmaci e Ed Thomas. Sabemos que estão sofrendo pressão do Governo para retirar as assinaturas, mas temos certeza de que não vão fazer isso porque são deputados sérios, ao contrário de muitos que de outra vez dobraram os joelhos, não suportaram a pressão do Governo e acabaram retirando suas assinaturas.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - Sr. Presidente, indico o Deputado Simão Pedro para falar pelo Art. 82.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, inicialmente agradeço o Líder da Minoria Deputado João Paulo Rillo pela cessão do espaço de tempo para que pudéssemos falar.

Antes de mais nada, quero fazer uma saudação a todos os novos deputados, cumprimentá-los, desejar um bom trabalho e dizer do meu orgulho de participar de uma bancada como a do Partido dos Trabalhadores, doze novos membros com uma larga experiência e que vão dar uma grande contribuição a este Parlamento.

Quando fui Líder da Bancada do PT no início da legislatura anterior conseguimos derrubar, no Supremo Tribunal Federal, um artigo do nosso Regimento que dizia que além das assinaturas necessárias para protocolizar requerimento de CPI, para ser instalada ela deveria ser aprovada em plenário. Então, não conseguíamos colocar em votação requerimento de CPI. Com a decisão do Supremo, o Governo Serra deu uma explícita orientação: quem quisesse fazer parte da sua base de sustentação não deveria assinar requerimentos da oposição e com isso esta Assembleia ficou podada na sua missão de fiscalizar o Governo do Estado. Lembro-me que a decisão do Supremo Tribunal Federal em relação às CPIs dizia que a CPI é um instrumento de fiscalização e a fiscalização cabe a todo parlamentar, mas principalmente à oposição.

Lembro-me de que quando o Governador José Serra tomou posse - agora já estamos com outro governador do PSDB, é um governo de continuidade - e, perguntado sobre o que esperava da oposição: “oposição é para fiscalizar”. Se a CPI é um instrumento de fiscalização e se a oposição não pode se utilizar desse instrumento o papel de fiscalização do Parlamento cai por terra. Fiscalizar o governo é papel fundamental deste parlamento e temos muitas denúncias.

Mas vimos ontem a mesma manobra anterior de deputados protocolarem, além de não permitirem as assinaturas suficientes para os requerimentos que os deputados apresentam, que são as 32 assinaturas, 12 pedidos de CPIs cujos temas não têm nada a ver, não fazem nem cosquinha no governo do estado, justamente para que não se investiguem denúncias como o abuso dos pedágios, a que o líder Enio Tatto se referiu há pouco. E o governador já anunciou que vai prorrogar os contratos. Certamente lembra-se V.Exa. de quando foram feitas as concessões e que diziam “ é só por 20 anos. Depois, todos os benefícios, investimentos voltarão para o patrimônio do Estado.” Já prorrogaram na calada da noite, em 29 de dezembro de 2006, em 7, 6 anos as concessões de 20 anos, e, agora, vão prorrogar muito mais. É um novo presente para fortalecer o patrimônio dessas 11 empresas concessionárias de pedágio.

Já estamos sendo cobrados pela sociedade em relação a muitas denúncias diariamente, nos jornais. Com todo respeito aos deputados que fizeram esses pedidos de CPIs, isso fica ruim, piora a nossa imagem. CPI para investigar TVs por assinatura. Isso não tem nada a ver com o papel desta Assembleia. Temos de investigar o governo do estado - contratos, serviços, terceirizações, obras públicas, contratações. CPI para investigar a razão da remuneração irrisória das operadoras de planos de saúde; CPI para estudar as razões que determinaram o aumento exponencial do consumo de álcool no Estado de São Paulo nos últimos anos; CPI para investigar a situação do ensino superior das entidades particulares; CPI para investigar serviço odontológico fiscalizado pela Agência Nacional de Saúde; CPI para investigar supostas irregularidades em clínicas de reprodução assistida; CPI para analisar a cobrança de taxas de consumidores chamadas parcelamento sem juros; CPI para investigar cartelização do mercado de autopeças de reposição; CPI para investigar ocorrência de pesca predatória no Estado de São Paulo e assim por diante.

Ora, a sociedade paulista já sabe muito bem que isso é manobra para não permitir que nós da oposição - PT, PCdoB, PSOL - possamos investigar aquilo que tem de ser investigado, que são as inúmeras irregularidades, o mau serviço público, as terceirizações, as privatizações, os negócios feitos com dinheiro público do Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, dentro desse tema abordado, das CPIs, nós do PSOL temos a proposta de instalar 4 CPIs: da Educação, do Judiciário, do Ipesp,e do Departamento de Perícias Médicas. Estamos tentando instalar praticamente 4 anos nesta Casa. E, com toda essa obstrução histórica da base governista em relação a qualquer tipo de investigação que tenha relação com o governo, nós temos recorrido muito ao Ministério Público Estadual e tivemos agora uma boa notícia em relação ao Departamento de Perícias Médicas. Já que a Assembleia Legislativa não investiga nada para valer, e, à exaustão já denunciamos as CPIs folclóricas, principalmente as protocoladas aqui, ontem. Estamos recorrendo mesmo ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas do Estado e a outros órgãos porque parece que a Assembleia perdeu mesmo sua função de investigar.

Em relação ao Departamento de Perícias Médicas é uma luta que temos travado durante os quatro anos do nosso mandato denunciando esse Departamento que tem maltratado, que tem assediado e atendido muito mal os servidores do estado. Há denúncias gravíssimas em relação à falência do Departamento de Perícias Médicas, o que vem prejudicando de todas as secretarias do Estado de São Paulo. Fomos ao Ministério Público levando as denúncias e foi aberto um inquérito civil na Promotoria de Justiça de Direitos Humanos, na área de inclusão social. No dia 22 haverá uma reunião com a Promotoria e levaremos outras denúncias que temos. Criamos, inclusive, um disque denúncia contra o Departamento de Perícias Médicas. Existem milhares de denúncias de servidores da Educação, de professores, do pessoal da Segurança Público e do Judiciário. Nessa reunião vamos mostrar aos promotores, ao Ministério Público o que vem acontecendo nessa casa dos horrores que é o Departamento de Perícias Médicas.

Vamos continuar recorrendo ao Ministério Público, ao Supremo Tribunal Federal, acionando o Tribunal de Justiça porque infelizmente a Assembleia não fiscaliza. Além de não legislar ela não fiscaliza o Poder Executivo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CAUÊ MACRIS - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, primeiro quero me manifestar a respeito da questão das CPIs. Uma das 5 que foram protocoladas é de minha autoria e todos os deputados que assinaram comigo concordaram com a importância do tema. A CPI vai investigar o problema do alcoolismo em nosso estado. Todas as pessoas têm um familiar com problemas de alcoolismo, uma situação muito séria que as famílias estão enfrentando. Temos condição de fazer uma boa investigação e encontrar meios para resolver esse problema.

Como autor de uma das 5 CPIs protocoladas, deixo aqui a nossa posição sobre a relevância do tema. Temos uma CPI no mesmo sentido no Congresso Nacional protocolada pelo meu pai, Vanderlei Macris, deputado federal que também tem feito um ótimo trabalho sobre esse tema com apoio maciço da sociedade.

O segundo assunto é que estive hoje na sede do governo do estado e o Governador Geraldo Alckmin a transferência do Detran da Secretaria de Segurança Pública para a secretaria de Gestão Pública. É uma ação que vai contribuir muito para o melhor funcionamento e desburocratização do Detran; 1.368 policiais vão voltar às seccionais, continuar o seu trabalho e aumentar o material humano da Polícia Civil. Com certeza os trabalhos serão agilizados. E, uma felicidade muito grande: dentre as 2 cidades do interior escolhidas para ser o projeto piloto está a minha cidade, Americana.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, primeiro quero pedir ao presidente da Casa que faça publicar imediatamente as CPIs protocoladas ontem. Por que? Porque tem uma CPI do Poder Judiciário apresentada pelo Deputado Carlos Giannazi que demorou muito para ser publicada. Essa demora resultou na inviabilidade da própria Comissão de Representação, na CPI. Então, que fossem publicadas imediatamente as 13 CPIs, para que não acontecesse mais esse problema para conseguir as assinaturas e depois não serem publicadas, serem inviabilizadas por outros artifícios.

Só para complementar a defesa à CPI protocolada pelo Partido dos Trabalhadores, cito um levantamento feito por uma consultoria nacional. A média das concessões foi de 30% de lucratividade, sendo que no mesmo ano os bancos tiveram 20,3% de lucratividade. O absurdo maior, Sr. Presidente, foi a rodovia Bandeirantes/Anhanguera, da Autoban - CCR, com uma lucratividade de 80,5%. Não tem nada que dê tanta lucratividade quanto isso.

Então, não tem por que justificar a prorrogação do tempo da concessão como foi colocado pelo deputado Simão Pedro, ou então não querer discutir uma redução dessa taxa para beneficiar o usuário, principalmente os transportadores, os caminhoneiros e os ônibus, que têm custo elevado, ou aqueles que utilizam as rodovias todos os dias. Sabemos muito bem que esse custo vai refletir no bolso do consumidor final, aquele que consome um alimento, que consome uma garrafa de água. Defendemos essa CPI com essa argumentação.

Agora, gostaria que a bancada governista, principalmente o PSDB, no meio de tantos escândalos, viesse à tribuna defender as CPIs que eles protocolaram aqui. Nenhuma delas trata do mau uso do dinheiro ou dos escândalos no Estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Há sobre mesa requerimento do nobre Deputado Marcos Martins: “Requeiro, com fundamento no Art. 84, Inciso I, da XIII Consolidação do Regimento Interno, licença para no período de 25 de abril a 03 de maio de 2001 participar de evento promovido pela Associazione Famigliari Vittime Amianto, intitulado Giornata Mondiale delle vittime dell'amianto, que se realizará em Casale Monferrato, Itália, conforme convite anexo. Informo que as despesas correrão às minhas próprias expensas, sem ônus para o Poder Legislativo.”

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Sobre a mesa requerimento do nobre Deputado Marcos Zerbini: “Requeiro nos termos do Art. 84, Inciso I, combinado com o Art. 87, da XIII Consolidação do regimento Interno, licença para no período de 18 a 29 de março empreender viagem à Itália, onde participarei de um encontro da Diaconia Central da Fraternidade do Movimento de Comunhão e Libertação, que realizar-se-á no dia 19 de março de 2011, na cidade de Milão, Itália, conforme convite anexo. Esclareço, ainda, que essa viagem não acarretará ônus ao erário público”.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Havendo acordo de lideranças, antes de levantar os trabalhos esta presidência convoca V.Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e quatro minutos.

 

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