02 DE FEVEREIRO DE 2011

002ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL

 

Presidentes: BARROS MUNHOZ, CARLINHOS ALMEIDA e DONISETE BRAGA

 

Secretário: CARLINHOS ALMEIDA

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - Presidente BARROS MUNHOZ

Abre a sessão. Saúda os Deputados suplentes, na pessoa do Deputado Valdemar Corauci Sobrinho. Convoca as Comissões de Constituição e Justiça, de Educação e de Finanças e Orçamento para uma reunião conjunta, hoje, às 15 horas e 30 minutos.

 

002 - VALDEMAR CORAUCI SOBRINHO

Para comunicação, recorda sua atuação ao lado do Presidente Barros Munhoz na Constituinte de 1989. Agradece a votação recebida na eleição de 2006. Diz que, nos 45 dias em que exercerá seu mandato, pretende trabalhar por sua região e pelo Estado.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Comenta manifestação do Deputado Valdemar Corauci Sobrinho, a respeito da Constituinte de 1989. Considera insuficiente a atuação deste Legislativo no que tange a suas funções essenciais. Menciona projetos de CPI, de sua autoria, que não conseguiram obter o número regimental de assinaturas.

 

004 - CARLINHOS ALMEIDA

Assume a Presidência. Convoca sessão solene para o dia 28/02, às 20 horas, pelo "Encontro da Mídia Evangélica", por solicitação do Deputado José Bruno.

 

005 - DONISETE BRAGA

Dá conhecimento de problemas encontrados nos traçados sul, leste e norte do Rodoanel. Lamenta o desmatamento ocorrido na Represa Billings durante a realização da obra. Repudia a instalação de praças de pedágio na via.

 

006 - CARLOS GIANNAZI

Denuncia o Departamento de Perícias Médicas do Estado que, segundo o Deputado, não atende os servidores de maneira satisfatória. Relata denúncias de discriminação atribuída a este órgão contra servidores obesos. Informa que protocolará convocação para oitiva com o Secretário de Gestão Pública e com o diretor do Departamento de Perícias Médicas.

 

007 - DONISETE BRAGA

Assume a Presidência.

 

008 - MARCOS MARTINS

Lamenta o número de pedágios instalados no Estado de São Paulo. Comenta manifestações da população contra tal medida. Lê texto, de sua autoria, sobre o tema.

 

009 - CARLINHOS ALMEIDA

Lembra sua eleição para Deputado Federal. Comenta decisão de permanecer neste Legislativo por mais 30 dias. Destaca seu passado na política e agradece os votos recebidos. Propõe alteração da data de posse dos Deputados eleitos para esta Assembleia, adequando-a, assim, ao padrão nacional.

 

010 - CARLOS GIANNAZI

Afirma já haver protocolado requerimento de convocação para reunião com o reitor da USP. Comenta artigo de professores da universidade publicado na "Folha de S. Paulo". Recorda denúncias já realizadas contra a autoridade. Considera ultrapassado o estatuto atualmente vigente na universidade.

 

011 - CARLOS GIANNAZI

Solicita a suspensão dos trabalhos, por acordo de lideranças, até as 16 horas e 30 minutos.

 

012 - Presidente DONISETE BRAGA

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h23min.

 

013 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h30min.

 

014 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, comenta o retorno às aulas. Fala da dificuldade para matrícula de jovens e adultos que buscam educação supletiva. Recorda audiência sobre o tema, realizada no ano passado. Cita visita à Escola "Lineu Prestes", em Santo Amaro. Solicita providências do Ministério Público sobre o tema. Propõe autonomia das escolas.

 

015 - Presidente BARROS MUNHOZ

Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 19 horas. Dá conhecimento de ofício do Sr. Sérgio Ribeiro da Silva, prefeito do Município de Carapicuíba, no qual informa sua renúncia ao mandato Deputado a esta Casa, na vaga decorrente do Deputado Vicente Cândido, conforme Ato nº 05/11. Assim, dá conhecimento de ato de convocação do Sr. Sebastião Moreira Arcanjo para ocupar o referido cargo.

 

016 - VINÍCIUS CAMARINHA

Requer o levantamento da sessão, com a anuência das lideranças.

 

017 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 03/02, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, hoje, com início às 19 horas. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Carlinhos Almeida para, como 1º Secretário, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto no artigo 18, inciso III, alínea ‘d’, c/c o artigo 68, ambos da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, Educação e Finanças e Orçamento a realizar-se hoje, às 15:30 horas, no salão nobre da presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei Complementar nº 46 de 2010.

Esta presidência, ontem, não teve oportunidade de se manifestar, por isso vai fazê-lo agora, sobre a alegria de receber os suplentes que tomaram posse ontem. Quero saudar a todos na pessoa do Deputado Valdemar Corauci que teve uma passagem brilhante nesta Casa, tendo sido um dos parlamentares mais atuantes na constituinte paulista. Ele era líder do então PFL e nessa condição teve papel fantástico nas memoráveis jornadas de tantos dias e tantas noites de dedicação para a elaboração da constituição paulista de 89. É uma satisfação, nobre Deputado, tê-lo novamente no nosso convívio.

 

O SR. VALDEMAR CORAUCI SOBRINHO - DEM - Sr. Presidente, gostaria de agradecer as palavras de V.Exa., e creio falar em nome dos demais empossados. No que me diz respeito quero agradecer a V.Exa., dizer que é uma emoção muito grande retornar a esta Casa, sobretudo por ser sob a presidência de V.Exa., que acaba de relembrar o momento histórico e memorável do parlamento paulista. V.Exa foi relator da constituinte e sabe muito bem que ela foi, talvez, um dos momentos mais importantes da vida deste parlamento nos tempos contemporâneos. Lembrou, V.Exa., das quantas e quantas jornadas diurnas, noturnas, em fins de semana, as reuniões de lideranças, e, V.Exa., sempre com muita proficiência, com muita competência, com muita paciência, até, pôde ouvir os reclamos, as reivindicações, as postulações de todos os líderes de todos os partidos. O resultado é que tivemos uma constituição, na minha opinião, na de V. Exa. com certeza também, que representou um grande avanço para o Estado de São Paulo.

Estamos aqui apenas por 44 dias, mas imbuídos do melhor espírito de poder trabalhar com os demais companheiros na apreciação de projetos, usando a tribuna da Assembleia. Enfim, voltamos a esta Casa para um período curto, mas tenho certeza que será bastante profícuo. Sou de Ribeirão Preto, V. Exa. sabe disso, em 2006 tive aproximadamente 50 mil votos - na coligação a que pertenci isso não foi suficiente para me trazer a esta Casa. Mas retornar agora sob a Presidência de V. Exa. é realmente um momento muito importante na minha vida, porque me faz relembrar aquele tempo glorioso que tivemos aqui, também a passagem pela Secretaria de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo, e V. Exa. era também Secretário da Agricultura naquela época, de modo que todos esses momentos vêm a nossa lembrança agora. E o compromisso que temos de trabalhar durante este tempo bastante pelo Estado de São Paulo, por Ribeirão Preto, pela nossa região. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência agradece a manifestação de Vossa Excelência.

Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Camilo Gava. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mozart Russomanno. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, acompanhava atentamente a manifestação do Deputado Valdemar Corauci Sobrinho lembrando o momento memorável desta Casa, juntamente com o hoje Presidente Barros Munhoz, também Deputado constituinte de 89, mostrando um grande momento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo quando se renovou a Carta Constituinte do Estado.

Acho que para o Deputado Valdemar Corauci Sobrinho, 22 anos após, como para o Presidente da Casa, Barros Munhoz, deve haver uma distância muito grande em relação ao atual papel da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Quanta grandeza em 89, e quão pequeno se tornou o papel desta Casa, meramente como um órgão homologador de projetos enfiados goela abaixo pelo Executivo. Temos centenas e centenas de projetos de Deputados que tramitaram pelas comissões temáticas, estão prontos na Ordem do Dia para serem votados e não são. Não são discutidos, não são debatidos. Temos quase mil vetos de projetos de Deputados desta Casa, projetos que tramitaram nas comissões, foram aprovados, também aprovados pelo Plenário desta Casa e vetados pelo Governador, na maioria das vezes sem uma razão técnica, simplesmente para diminuir o papel do Legislativo ou para colocar a Assembleia no devido lugar, que o Executivo entenda que deva ser, o minúsculo papel de homologador.

Não vamos nem levar em consideração a responsabilidade maior desta Casa de apurar, em nome da população do Estado de São Paulo, fatos gravíssimos através de Comissão Parlamentar de Inquérito. Aí é vergonhoso, realmente, seu papel. Nenhuma CPI que realmente tivesse a preocupação de apurar, não falo nem em irregularidades, mas em crimes gravíssimos, como a licitação da Linha 5 do Metrô antecipada em 180 dias pelos repórteres da "Folha de S.Paulo", o desabamento de obras na Linha 4 do Metrô, desabamento no Rodoanel, verbas sigilosas da Secretaria de Segurança Pública. Tentei abrir uma CPI, a Secretaria ainda informou que havia verba sigilosa para comprar droga para fazer infiltração de policial no mundo do tráfico.

É brincadeira. E esta Casa colocando-se nesse papel menor. Não é para se antepor ao Executivo. Respeitamos a democracia, e na democracia tem a maioria quem tem mais votos, e manifesta-se essa maioria através dos seus representantes. Mas ser aliado não é ser alienado, não. Não é simplesmente ser um apertador de tecla, atendendo à determinação do Líder do Governo.

Então eu assistia à emoção do Deputado Valdemar Corauci Sobrinho em seu retorno a esta Casa, vi nas suas palavras o sentimento do dever cumprido naquela oportunidade, avançando pelas madrugadas, e numa expectativa de voltar a esta Casa 22 anos depois e ver aperfeiçoado o processo legislativo até com crescimento da Assembleia. Mas sinto, Deputado, que talvez V. Exa. se frustre, porque mesmo que por 45 dias verá esta Casa esvaziada, prostrada, sem iniciativa, sem amor próprio, porque nem os vetos dos projetos votados por ela temos o respeito próprio de derrubar e mostrar que tecnicamente é o melhor para a população o que aprovamos aqui.

Tomara que a futura constituição da Assembleia Legislativa, a partir de 15 de março, consiga dar novo fôlego a esta Casa para que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo volte a ser, sim, a Assembleia que foi em 89 quando da elaboração da Constituição Paulista.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlinhos Almeida.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Antes de dar sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, gostaria de fazer a seguinte convocação: Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado José Bruno, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r” da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 28 de fevereiro de 2011, às 20 horas, com a finalidade de promover o Encontro da Mídia Evangélica.

Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Caro colega Carlinhos Almeida, nosso eficiente 1º Secretário desta Casa, que muito em breve estará representando o nosso Estado na câmara federal, é um prazer vislumbrar V. Exa. conduzindo os trabalhos com muito brilhantismo, ladeado pelo nosso grande companheiro, Deputado José Zico Prado.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, assessoria do plenário, quero abordar um tema referente à Região Metropolitana do nosso Estado. Eu me dirijo especialmente ao Deputado Marcos Martins, porque V. Exa. sucedeu nesta Casa a um grande amigo, o hoje prefeito da bonita Osasco, o nosso prefeito Emidio de Sousa, que naquela oportunidade fez um grande debate sobre as obras do Rodoanel, especialmente o traçado Oeste.

Temos hoje o traçado Sul, e está em debate o traçado Leste e o Norte. Nesta Assembleia Legislativa, a próxima legislatura seguramente terá que fazer um grande processo de acompanhamento e fiscalização com relação ao traçado Leste e ao traçado Norte. Digo isso porque sabemos que é uma obra importante para o crescimento do nosso Estado, mas ao mesmo tempo temos um grande passivo negativo, porque até hoje o governo do Estado não fez a sua lição de casa.

Tivemos um grande desmatamento na represa Billings. Perdemos fauna, perdemos armazenamento da nossa represa Billings e hoje o próprio traçado Sul ainda requer muitas obras complementares. Temos hoje situações de muitas curvas perigosíssimas no traçado Sul, que precisam rapidamente ser concluídas para que não tenhamos que depois registrar uma tragédia.

No traçado que se inicia no município de Mauá até a Imigrantes/Anchieta, a telefonia celular não funciona. Fico imaginando a situação dos usuários que transitam no horário da noite, e se precisarem fazer uma ligação telefônica para um socorro ou qualquer outra necessidade, ele terá uma grande dificuldade.

Quero fazer o registro desse problema sério no Rodoanel. Presenciei vários colegas da região do ABC falando sobre o mesmo assunto. Os pedágios estão quase prontos, tanto na entrada como na saída do município de Mauá, como também no acesso à Anchieta. Os pedágios foram muito rápidos. Nós queremos essa mesma rapidez que as concessionárias estabelecem para fazer a cobrança do pedágio no processo das melhorias na infraestrutura do traçado Sul do Rodoanel.

Quero chamar a atenção do Secretário de Transportes para que através da Dersa sejam feitos esses reparos. Esta é uma cobrança da população que utiliza o Rodoanel, os moradores da zona Leste, de Mauá, Santo André, Diadema e São Bernardo; especialmente a população de São Bernardo ainda hoje batalha muito por obras complementares, porque muitos bairros ficaram ilhados, sem vias de acesso.

Além desta intervenção, faremos um requerimento ao Secretário de Transportes, para que tome conhecimento e viabilize essas obras a fim de evitarmos possíveis acidentes no traçado Sul do Rodoanel. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Agradeço as palavras do Deputado Donisete Braga. Quando eu fizer uso da palavra na lista suplementar do Pequeno Expediente, quero falar um pouco sobre essa decisão que tomei, de atender à solicitação do Presidente desta Casa e do Sr. 2º Secretário, para utilizar o prazo previsto no Regimento Interno da Câmara dos Deputados, de até 30 dias para tomar posse.

Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fausto Figueira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, praticamente durante os quatro anos do nosso mandato aqui na Assembleia Legislativa nós denunciamos exaustivamente - não só através da tribuna, mas através de requerimentos, acionando o Ministério Público, acionando as comissões da Assembleia - o Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo..

Propusemos até a instalação de uma CPI para investigar os maus-tratos, o assédio moral e todas as denúncias que chegam a nós dos servidores do Estado de São Paulo, que são desrespeitados em todos os sentidos por esse Departamento Médico, que é vinculado à Secretaria de Gestão Pública. Inclusive duas Promotorias do Estado de São Paulo fizeram, por conta de nossa intervenção, uma investigação, uma apuração dessas denúncias, mas parece que nada tem resolvido, nem a intervenção do Ministério Público Estadual.

Por isso nós insistimos e vamos continuar insistindo na instalação de uma CPI para investigar esse Departamento, que é considerado uma verdadeira casa dos horrores. Os servidores são maltratados, são assediados por muitos médicos. Os documentos são perdidos, as publicações no Diário Oficial não são feitas. Temos denúncias gravíssimas, de servidores que viajam durante oito ou nove horas, por 600 a 700 quilômetros, para uma perícia, para uma consulta, e no entanto nesse dia o médico faltou e esse servidor tem que voltar para sua cidade e remarcar, o que demora um tempo. Ele tem transtornos, tem prejuízos inclusive financeiros e também emocionais. E a doença desse servidor é agravada.

Como se não bastasse tudo isso, estamos vivendo um outro drama, um processo de discriminação. Houve no ano passado um concurso público para professores da rede estadual e neste exato momento os professores estão fazendo os laudos médicos. O Departamento de Perícias Médicas não está dando conta de fazer os laudos e há um atraso. Os servidores não estão conseguindo assumir as aulas agora neste início de ano letivo. Teremos então milhares e milhares de crianças sem aula ou com professores eventuais, até que esses professores possam assumir.

Ao mesmo tempo estamos recebendo denúncias gravíssimas de que o Departamento está discriminando pessoas obesas no exame médico. As pessoas passaram nas provas, fizeram curso de formação de 4 meses, depois foram reavaliadas e passaram novamente numa segunda prova, e agora estão sendo discriminadas pelo Departamento de Perícias, no exame médico, porque são obesas.

Isso é muito grave. Inclusive a "Folha de S.Paulo" publicou uma matéria muito interessante nesse sentido, repercutindo essa denúncia que diz o seguinte: “Professoras dizem ter sido vetadas por obesidade.” Esse é um ato discriminatório que atenta contra a Constituição Federal.

Vamos apurar esse fato. Se isso virar moda, os Secretários do Estado obesos nomeados pelo Governador não poderão assumir a Secretaria; da mesma forma, os deputados obesos não poderão tomar posse. Dessa maneira, iremos vetar os deputados, secretários, ministros, obesos, assim como profissionais de outras áreas. Isso é um absurdo.

Por isso, Sr. Presidente, estamos novamente protocolando em algumas Comissões, um requerimento de convocação para que o Secretário de Gestão Pública e o Diretor do Departamento de Perícias Médicas venham a esta Casa explicar esse processo de discriminação. Que providências sejam tomadas em relação a isso, e que os médicos sejam punidos, ou mesmo o setor que vetou as professoras obesas.

Outro dado importante em relação a essa questão é que muitas professoras já atuam na rede estadual de ensino, como o caso de professoras que lecionam português e prestaram concurso para lecionar inglês. Algumas estão há mais de 20 anos como professoras de português, mas estão sendo vetadas pela Secretaria de Gestão para assumir o cargo de professoras de inglês. Assim, a professora obesa pode dar aula de português, mas não de inglês. É algo anacrônico que tem de ser investigado. É uma ofensa aos direitos humanos, à cidadania e, sobretudo, aos servidores, aos professores e profissionais da Educação.

Aproveito, Sr. Presidente, para solicitar que cópias do meu pronunciamento sejam encaminhadas ao Governador Geraldo Alckmin, ao Secretário de Gestão e ao Diretor de Departamento de Perícias Médicas, para que haja apuração desse grave crime contra os profissionais da Educação. É necessário que o Departamento de Perícias Médicas seja reformulado e atenda com dignidade aos nossos servidores.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Widerson Tadeu Anzelotti. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marquinho Tortorello. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Valdemar Corauci Sobrinho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Haifa Madi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Waldir Agnello. (Pausa.)

Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mozart Russomanno. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Camilo Gava. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Donisete Braga.

 

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O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Dando sequência à lista de oradores inscritos, chamamos o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de falar sobre um tema abordado há alguns anos que continua sendo problema para a população: os pedágios.

Estivemos em uma manifestação contra o pedágio na região entre Itatiba e Jundiaí, juntamente com o Deputado Carlos Giannazi, o Vereador Durval Orlato e a população.

É um absurdo o que ocorreu naquela região. Tentaram instalar o pedágio, e a população se manifestou, procurando a Artesp e solicitando que não fosse cobrado pedágio dos moradores das cidades próximas. No entanto, o Governo e a empresas são impiedosos.

Passo a ler um documento, para que conste nos Anais desta Casa, sobre essa situação que tanto castiga a população.

Pedágio Itatiba Jundiaí

No segundo semestre do ano de 2010, o assunto pedágio Itatiba - Jundiaí era motivo de dor de cabeça para os munícipes das duas cidades.

Por essa razão, em urna atuação conjunta com o vereador de Jundiaí, Durval Orlato, organizamos com a ajuda de alguns moradores e filiados do PT de Itatiba e Jundiaí, a coleta de assinaturas em um abaixo-assinado.

Uma das cópias dessa documentação foi então encaminhada para a Artesp. Os moradores exigiam ao menos, antes da inicialização da cobrança dos pedágios, a isenção da cobrança para os carros pertencentes aos 2 municípios, e a duplicação da Rodovia Engenheiro Constâncio Cintra, que conta com aproximadamente 10Km de extensão, e em mau estado de conservação.

A rodovia ainda é conhecida devido ao alto índice de acidentes e mortes.

Segundo o 4º Batalhão de Policiamento Rodoviário da lª Companhia da Polícia Militar de Jundiaí, em 2010, no trecho entre Jundiaí e Itatiba, morreram dez pessoas em acidentes. Foram 340 acidentes sem vítimas e 171 com vítimas. Em 2009, foram 11 mortes, 279 colisões sem vítimas e 155 com vítimas.

À época do encaminhamento do abaixo-assinado, os moradores foram pacificados com a falsa informação de que a cobrança começaria apenas após as obras de melhoria e duplicação da pista, contudo a cobrança do pedágio já começou, no dia 13 de dezembro, após o término das eleições.

Neste sábado, 29 de janeiro, estive presente com os moradores em mais uma das manifestações contra esse abuso cometido pelo Governo do Estado na praça de pedágio do km 77 da rodovia Engenheiro Constâncio Cintra (SP-360), em Itatiba.

Os moradores de bairros como Nova Champirra, Pinhal, Pomar São Jorge e Aparecidinha, pagam pedágio para irem ao supermercado, hospitais, escolas e universidades sem saírem dos limites do município de Itatiba.

Alguns moradores ao final do ano pagarão entre 900 e 4 mil reais para transitarem sem ultrapassar o limite do município, como o caso de uma mãe entrevistada por uma TV local que todo dia precisa levar e buscar seus filhos na escola, sem sair da cidade de Itatiba.

Um dos senhores que ali conversava comigo, é impedido de atravessar a pista livremente para poder cuidar da sua pequena lavoura, de onde retira o seu sustento.

Ele mora em um lado da pista e planta do outro, uma distância de 500 metros disse ele. Todo dia, ao menos, pagará 2 pedágios, e ainda desabafou: "Não posso nem voltar mais para casa na hora do almoço porque tenho que pagar pedágio, e preciso trabalhar com o carro para carregar o plantio e minhas ferramentas, vendo algumas frutas para aquelas barracas de suco na estrada, não sei como vou fazer, estou muito preocupado".

As tarifas são de R$ 1,85 para veículos de passeio e por eixo comercial e R$ 0,90 para motos.

O Ministério Público de Itatiba tenta suspender na Justiça a cobrança do pedágio na rodovia Engenheiro Constâncio Cintra, no trecho entre Itatiba e Jundiaí (58 km de São Paulo).

Em ação civil pública contra a Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) e a concessionária Rota das Bandeiras, a promotora de Justiça do Consumidor, Adriana Regina de Santana Ludke, pede a suspensão da cobrança até que as obras licitadas sejam executadas pela concessionária ou, pelo menos, até que a duplicação da rodovia seja finalizada.

A promotora também pede a isenção do pagamento da tarifa para moradores e trabalhadores dos bairros Pomar São Jorge, Aparecidinha, Chavini, Nova Xampirra, Pinhal, Princesa da Colina e condomínio Parque da Fazenda que foram segregados do restante da área urbana de Itatiba pela localização da praça de pedágio.

"É de responsabilidade exclusiva da concessionária a prestação de um serviço adequado, assim como é direito dos usuários do sistema rodoviário receber serviço adequado como contrapartida do pagamento de pedágio. Todavia, a Rota das Bandeiras, ao iniciar a cobrança da tarifa antes do término das obras objeto da licitação, está oferecendo aos consumidores um serviço inadequado, pois os usuários pagam a tarifa de pedágio e utilizam uma estrada sem os melhoramentos previstos no contrato, em flagrante desrespeito aos direitos dos consumidores e da população", afirmou Adriana.

Além disso, segundo a promotora, a obra de duplicação da rodovia - que teve início em agosto de 2010 e tem previsão de término em novembro de 2011- causa transtornos com grande parte da via sem acostamento, trânsito lento em razão dos maquinários e funcionários no local e falta de segurança e de condições adequadas de tráfego na rodovia Engenheiro Constâncio Cintra.

A ação foi ajuizada no dia 27 de dezembro com base em informações colhidas durante um inquérito civil instaurado logo que a construção da praça de pedágio teve início e inclui um abaixo-assinado com aproximadamente 2.500 assinaturas de usuários, este, coletado em parceria com o vereador de Jundiaí, Durval Orlato e moradores e filiados do PT de Itatiba e Jundiaí.

Parabéns aos manifestantes, moradores de Itatiba e Jundiaí, continuaremos juntos nesta luta em busca de soluções contra esses abusos cometido pelo governo do Estado.

 

O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida.

 

O SR. CARLINHOS ALMEIDA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e telespectadores da TV Assembleia. Assomo à tribuna na tarde de hoje porque, conforme foi publicado ontem no Diário Oficial, por meio de uma nota que emiti, decidi aceitar uma solicitação do Presidente desta Casa, Deputado Barros Munhoz, e também do 2º Secretário, Deputado Aldo Demarchi, depois de ter ouvido inclusive o nosso líder na Casa, Deputado Antonio Mentor, e também meu futuro líder na Câmara dos Deputados, Deputado Paulo Teixeira. Decidi aceitar o apelo para utilizar o prazo previsto no Regimento Interno da Câmara dos Deputados de até 30 dias para tomar posse.

Como todos sabem, fui eleito deputado federal em outubro do ano passado com 134.190 votos. Meu compromisso fundamental é dar sustentação ao Governo da companheira Dilma e ajudá-la a dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo Presidente Lula nesses oito anos, que liderou um projeto de transformações para nosso País do ponto de vista político, econômico e social e, evidentemente, representar a população do Estado de São Paulo como um todo, mas especialmente da minha região e das cidades onde tive uma expressiva votação.

Como tenho dito a alguns amigos, não vejo a hora de assumir em Brasília. Entretanto, não poderia deixar de levar em conta a solicitação do Presidente desta Casa, do 2º-Secretário, do líder da minha bancada para contribuir durante este mês de fevereiro para a continuidade tranquila dos trabalhos, especialmente no que se refere à 1ª Secretaria da Casa e ao funcionamento da Mesa Diretora.

Quero dizer que tenho uma honra e um orgulho muito grande de ter exercido três mandatos como vereador na Câmara Municipal de São José dos Campos, inclusive a presidência daquela Casa, e três mandatos como deputado estadual. Também tenho um orgulho muito grande de ter recebido a confiança da população para ser deputado federal. Mas quero dizer que levarei daqui muitas lições, grandes amizades, um respeito muito grande pelo trabalho feito não só pelos deputados, mas pelos servidores desta Casa, especialmente a assessoria da Bancada do PT e aqueles que trabalham conosco na Mesa Diretora. Não poderia deixar de levar em conta tudo isso num momento de tomar uma decisão que, evidentemente, como falei, não era aquilo que esperava ou pretendia inicialmente.

Mas quero dizer que já estou participando ativamente das reuniões da Bancada do PT na Câmara dos Deputados. Estou procurando vários ministros e órgãos do Governo para encaminhar reivindicações fundamentais, seja para o Estado de São Paulo, seja para minha região. Ficarei aqui por mais algum tempo no convívio dos companheiros deputados estaduais, da assessoria da Casa, dos servidores da Casa. Espero, dessa forma, colaborar para que possamos ter uma transição tranquila desse período que vamos viver.

Encerro dizendo que penso que esta Casa deve fazer uma reflexão sobre esse fato meio anômalo de termos a posse dos deputados estaduais paulistas no dia 15 de março, ao contrário do que acontece no país inteiro. Acho que já é o momento de fazer uma reflexão sobre isso e, eventualmente, fazer uma alteração. Deixo como contribuição uma proposta de emenda constitucional que fiz, se não me engano, em 1999, com o objetivo de alterar a data da posse adequando ao que acontece em todo o País.

De qualquer maneira, Sr. Presidente, é este o registro que faço. Mais uma vez agradeço a demonstração de confiança do Presidente desta Casa, da Mesa Diretora, do líder da minha bancada e de todos os companheiros. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, estamos protocolizando um requerimento de convocação do reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas, para depor na Comissão de Educação e explicar as denúncias que estão sendo inclusive já anunciadas pela imprensa. Por exemplo, no último dia 27 foi publicado um artigo no jornal “Folha de S.Paulo”, na seção Tendências e Debates, de pessoas da própria Universidade, de juristas conhecidos como Fábio Konder Comparato, que assina o artigo, jurista e professor emérito da Faculdade de Direito da USP; o sociólogo Francisco de Oliveira, também professor da USP; Paulo Arantes, professor da USP; e outros professores importantes como Jorge Luiz Souto Maior, da Faculdade de Direito e Renato Martins, da ECA.

Esse artigo traz fortes denúncias contra a reitoria da Universidade de São Paulo. Muitas dessas denúncias já fizemos aqui em exaustão, principalmente no segundo semestre do ano passado, quando houve a greve dos servidores. Nessa época, o reitor quebrou o princípio da isonomia salarial, concedendo reajustes apenas para um setor da Universidade de São Paulo, alijando os funcionários. É um fato grave, pois há uma agressão a um direito constitucional, o direito à isonomia salarial. Houve a quebra de uma tradição histórica. Nunca houve isso, nem nos governos vinculados à ditadura militar. No entanto, esse reitor quebrou a isonomia salarial.

Além dessa denúncia, existem outras, como a demissão, durante o recesso acadêmico, de 270 servidores do dia para a noite. São servidores que trabalham há um bom tempo na Universidade de São Paulo. Há também denúncias de perseguição a alunos. Há o processo de criminalização tanto do movimento estudantil como do movimento sindical.

O artigo desses professores da Universidade de São Paulo (USP), publicado no dia 27 sob o título “A USP contra o estado de direito”, é bem interessante porque cita o regimento interno da USP, da época da ditadura militar e que ainda está em vigor. Ou seja, é o entulho do regime autoritário, é um estatuto anacrônico que não tem mais nada a ver com a realidade de hoje da universidade.

No entanto, esse estatuto é utilizado para reprimir, para perseguir alunos, professores e servidores. Não é à toa que o Sintusp, que é o sindicato dos funcionários, é duramente perseguido pela atual reitoria.

Gostaria também de ressaltar nessa denúncia o processo de privatização da USP, por meio da instituição das fundações de caráter privado que estão lá dentro. Há um processo de privatização e o Reitor Rodas tem anunciado, exaustiva e publicamente, que é a favor de que os alunos sejam formados para o mercado. Existe um namoro dessa reitoria com o mercado, esquecendo-se de outros princípios importantes da Educação nacional. Nesse sentido, esse artigo faz uma síntese de todas essas denúncias, repito, denúncias que já havíamos feito na Assembleia Legislativa e levado à imprensa.

Queremos aproveitar a oportunidade, por conta da publicação desse artigo na “Folha de S.Paulo”, para convocar na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa o Reitor da USP, professor João Grandino Rodas, para que ele explique essas denúncias e para que providências sejam tomadas em relação a esse fato gravíssimo. Entendemos que esse reitor é um interventor porque não foi o mais votado na eleição. Ele foi o interventor do ex-Governador José Serra, que de uma forma autoritária, colocou o segundo colocado no posto. Então, ele não tem legitimidade para ser reitor da USP, já que é um interventor do ex-Governador José Serra, que parece ter ódio pela USP.

Portanto, registro a nossa indignação e também que protocolamos na Comissão de Educação a convocação desse reitor para explicar todas essas posições, todos esses procedimentos autoritários que não combinam com a Universidade de São Paulo, com o mundo acadêmico, com o mundo da pesquisa, que é o mundo principalmente da liberdade. Muito obrigado.

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - Donisete Braga - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Carlos Giannazi e suspende a sessão até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 15 horas e 23 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 30 minutos sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, servidores da Assembleia Legislativa, telespectadores da TV Assembleia, estamos no processo de volta às aulas, processo de atribuição de aulas tanto da Rede Municipal de Ensino aqui de São Paulo como de todo o Estado de São Paulo.

Visitamos muitas escolas ontem e hoje para conversar com os alunos e professores, mas principalmente com os alunos de Educação de Jovens e Adultos que estão tendo muitas dificuldades em conseguir efetivar a matrícula na Rede Pública de Ensino.

Gostaria de retomar este tema até porque, no final do ano passado, realizamos aqui na Assembleia Legislativa, através do nosso mandato, uma grande audiência pública, inclusive com a presença da Defensoria Pública do Estado de São Paulo com mais de 700 alunos, professores, com toda comunidade escolar tanto da Rede Estadual como da Rede Municipal aqui de São Paulo.

Recebemos dezenas de denúncias sobre o esvaziamento, fechamento de salas dessa modalidade de ensino das duas Secretarias de Ensino, tanto a estadual como a municipal de São Paulo, que parece que estabeleceram uma política para dificultar as matrículas nessa área de ensino, uma área importante e estratégica.

A educação de jovens e adultos é uma garantia constitucional que consta na Constituição Federal, na nossa Constituição Estadual e também na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, é a Lei Federal 93 e 94/96. Todas as pessoas têm direito ao Ensino Fundamental, inclusive aquelas que não tiveram acesso em idade própria, que não tiveram oportunidade de freqüentar tanto o Ensino Fundamental como também o Ensino Médio. Mas, parece que essa não tem sido a preocupação das nossas duas Secretarias que têm esvaziado e dificultado ao máximo a formação dessas salas.

Hoje, pela manhã, eu estive na Escola Municipal Lineu Prestes, na região de Santo Amaro, escola próxima ao Largo 13 de Maio, uma região que tem muito movimento e é uma escola muito procurada. No entanto, em conversa com os alunos que estavam na fila para tentar fazer a matrícula com os professores e a escola, constatamos um verdadeiro absurdo. Uma das escolas mais procuradas da região de Santo Amaro praticamente não está fazendo matrículas. Está, na verdade, cadastrando alunos no sistema on-line, no sistema integrado com as duas secretarias que têm retirado a autonomia das nossas escolas, das diretoras, dos funcionários para efetuar matrículas; ou seja, a matrícula hoje é feita de acordo com um programa de computadores que não leva em conta as dificuldades e singularidades de cada região e de cada situação.

Então temos várias pessoas que não conseguiram efetuar a matrícula nessa escola porque elas não moram na região de Santo Amaro, são pessoas que moram na região do Campo Limpo, Capão Redondo, Taboão da Serra, Parelheiros, mas que trabalham em Santo Amaro. Essas pessoas não vão ter condições de frequentar uma escola nos seus respectivos bairros porque não conseguiriam chegar a tempo porque o trânsito em São Paulo é caótico.

Temos um caos, um colapso no transporte público. Um trabalhador que trabalha na região de Santo Amaro demora duas, três horas para chegar a sua casa na periferia de Santo Amaro. Então a única opção para ele é estudar numa escola como a Escola Lineu Prestes. Estou dando um exemplo aqui de uma situação que vem acontecendo não só aqui na Cidade de São Paulo em relação à Rede Municipal, mas também em todo o Estado de São Paulo porque esse é o comportamento também da Secretaria Estadual de Educação. Então esses alunos ficam excluídos, alijados de frequentar uma Escola Pública Municipal ou Estadual. A matrícula é garantida, mas em uma escola distante da sua realidade, no bairro onde ele mora, mas está trabalhando e não tem condições de chegar ao seu bairro.

Parece-me que esse sistema on-line, esse programa dos computadores das duas secretarias é um programa frio que não leva em conta essa situação. Então isso tem impedido também que milhares de jovens e adultos tenham a oportunidade de dar continuidade aos seus estudos.

Sr. Presidente, diante disso, estamos pedindo providências ao Ministério Público para que faça uma intervenção. Não é possível que o direito básico à educação seja excluído assim do nosso ordenamento jurídico como direito básico da população, principalmente das pessoas que não tiveram acesso em idade própria ao ensino fundamental.

Fica aqui o nosso apelo ao Secretário Municipal da Educação, Alexandre Schneider, e ao Secretário Estadual da Educação para que revejam esse processo de matrícula, para que dêem autonomia às escolas e permitam a matrícula nessas escolas, principalmente para beneficiar os alunos que trabalham e não podem se locomover para seus respectivos bairros. O nosso apelo é para que seja garantido o direito à educação de jovens e adultos na Cidade e no Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoco V. Exas. para a Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: PLC nº 46/10, que altera a Lei Complementar nº 1093/09, que dispõe sobre a contratação por tempo determinado de que trata o inciso X, do Art. 115 da Constituição Estadual.

Sobre a mesa o seguinte requerimento:

“Sr. Deputado Barros Munhoz, Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Venho pela presente informar-lhe que, em função de estar exercendo o mandato de prefeito do Município de Carapicuíba, encontro-me impossibilitado de assumir a honrosa convocatória do Ato nº 5, de 2011, em substituição ao Deputado Estadual Vicente Cândido.

Diante do exposto, renuncio ao mandato de Deputado Estadual, conforme solicitado pelo supra Ato n° 5, de 2011, com fundamento no disposto artigo 17, da Constituição do Estado de São Paulo.

Sem mais para o momento, coloco-me à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários, e aproveito a oportunidade para renovar protestos de estima e consideração”.

Diante deste Ato do nobre Prefeito Municipal de Carapicuíba, que renuncia ao mandato de Deputado Estadual, esta Presidência anuncia o seguinte Ato:

“O Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com fundamento no Art. 17. parágrafo 1º da Constituição Estadual e no uso das atribuições regimentais, tendo em vista a vaga decorrente da renúncia, a partir de 2 de fevereiro, do Sr. Sérgio Ribeiro da Silva, 1º Suplente do Partido dos Trabalhadores, convoca, na qualidade de 2º Suplente do mencionado Partido, o Sr. Sebastião Moreira Arcanjo para perante a Mesa tomar posse como Deputado à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

A cerimônia dar-se-á no dia 3 de fevereiro, às 14 horas e 30 minutos, no Plenário Juscelino Kubitschek, localizado no Andar Monumental do Palácio 9 de Julho, sede do Poder Legislativo.

O convocado deverá apresentar o diploma da Justiça Eleitoral, declaração de bens, fontes de renda e passivos, incluindo todos os passivos de suas próprias responsabilidades, de seu cônjuge ou companheira ou de pessoas jurídicas por ele direta ou indiretamente controladas.

Este Ato entra em vigor na data de sua publicação.

 

O SR. VINICIUS CAMARINHA - PSB - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental, antes, porém, a Presidência convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas.

Em face do acordo entre as lideranças a Presidência dá por levantados os trabalhos.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 16 horas e 40 minutos.

 

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