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21 DE MARÇO DE 2011

004ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: RUI FALCÃO, JOOJI HATO e OLÍMPIO GOMES

 

Secretário: ARY FOSSEN

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - RUI FALCÃO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - CARLOS GIANNAZI

Comenta matéria publicada no jornal "Folha de S. Paulo" sobre pedidos de exoneração por parte de professores da rede estadual de ensino. Lamenta o fato. Faz menção ao resultado do Saresp, publicado pela Secretaria de Educação Estadual. Informa que as notas do ensino médio estão regredindo. Pede pela elaboração de um Plano Estadual de Educação. Questiona o orçamento destinado à Educação no Estado.

 

003 - ARY FOSSEN

Comemora seu retorno a esta Casa. Cumprimenta as cidades de sua região. Comenta o crescimento da cidade de Jundiaí. Parabeniza o Governador Geraldo Alckmin pela criação da Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano. Recorda seu envolvimento em questões ambientais. Comenta a possível criação de aglomerado urbano em sua região.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Cumprimenta a equipe do CQC, presente neste Legislativo. Solidariza-se com o Deputado Jooji Hato pela agressão sofrida. Comenta problemas ocorridos durante o protocolo de CPIs na semana passada. Registra seu apoio à proposta de CPI que visa investigar as praças de pedágio do Estado de São Paulo. Considera irrelevante o tema de algumas CPIs propostas. Lê trechos de texto sobre a honestidade, de Rui Barbosa.

 

005 - JOSÉ CÂNDIDO

Informa que 21 de março é o Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Comenta episódio responsável por dar origem à homenagem, ocorrido na África do Sul. Ressalta o papel desempenhado por Nelson Mandela naquele país. Reflete acerca do termo racismo.

 

006 - JOOJI HATO

Recorda projetos, de sua autoria, destinados a combater a violência. Menciona resultados positivos alcançados por estas medidas. Relata assalto e agressão sofridos por este Parlamentar, sábado, em Diadema. Lamenta casos recentes de violência ocorridos no Estado de São Paulo. Ressalta a necessidade de combatê-la por meio de investimentos a longo prazo.

 

007 - LECI BRANDÃO

Lembra que no dia de hoje, 21/03, data de seu primeiro pronunciamento, comemora-se o Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Destaca a presença feminina neste Parlamento. Cita formas de racismo presentes em nossa sociedade. Lamenta a maior concentração de riqueza nas mãos da população branca. Lista série de Deputados e ex-Deputados desta casa que já contribuíram no combate ao racismo.

 

008 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

009 - CARLOS GIANNAZI

Combate a decisão do Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab em vender área na qual se encontra escola estadual. Apresenta fotos de protesto feito pela população contra a medida. Questiona justificativa apresentada pela prefeitura para a venda do mencionado espaço. Dá conhecimento de outros terrenos que, segundo o Deputado, estão à venda. Repudia a preocupação do prefeito em criar um novo partido.

 

010 - OLÍMPIO GOMES

Comenta violência sofrida pelo Deputado Jooji Hato. Menciona matéria publicada na revista "Carta Capital" da qual consta depoimento deste Deputado. Especula acerca da pouca fé da população na força policial do Estado. Afirma que faltam 6000 homens ao contingente da Polícia Militar estadual. Lamenta a falta de concursos públicos destinados a suprir tais vagas.

 

GRANDE EXPEDIENTE

011 - ITAMAR BORGES

Informa que amanhã ocorrerá evento, em Brasília, homenageando os 45 anos de fundação do PMDB, antigo MDB. Saúda a memória de Orestes Quércia, Franco Montoro e Ulysses Guimarães. Faz menção aos seus companheiros de bancada. Relata que o PMDB vive momento de destaque, especialmente em âmbito federal. Comenta que o partido deverá intensificar sua atuação nas eleições municipais. Comunica que entregará requerimento de congratulação ao PMDB nacional.

 

012 - JOSÉ CÂNDIDO

Comenta discurso dos Deputados Jooji Hato e Olímpio Gomes. Demonstra acordo com a postura destes, segundo a qual a educação deverá combater a violência. Lê texto acerca da escravidão e da presença da população negra no Brasil. Pede reflexão acerca da data comemorada hoje, em referência ao combate à discriminação racial. Considera ínfimo o número de Deputadas mulheres nesta Casa.

 

013 - OLÍMPIO GOMES

Lamenta o esvaziamento desta Casa no início da Legislatura; Lê e comenta lista de CPIs a serem apuradas nesta Casa. Lamenta que as CPIs instauradas pela oposição não sejam apreciadas. Afirma ser protelatório o caráter das Comissões comentadas. Informa que não foi possível a instauração da CPI da Segurança Pública pois não houveram assinaturas suficientes.

 

014 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência. Convoca sessões solenes a serem realizadas nos dias: 15/04, às 10 horas, em "Homenagem aos 20 anos da Força Sindical" a requerimento do Deputado Olímpio Gomes; e 18/04, às 20 horas, em "Homenagem ao Dia de Tiradentes", por determinação da Presidência Efetiva.

 

015 - JOOJI HATO

Lamenta a situação da segurança pública no Estado de São Paulo. Relata que foi vítima de assalto e agressão na cidade de Diadema. Informa que deseja aprovar projeto de lei de sua autoria que visa proibir a prática de garupas em motos. Solicita o apoio dos Deputados presentes e da imprensa.

 

016 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, realiza convite para audiência pública a se realizar no auditório Franco Montoro no dia 24 de março, às 14 horas e 30 minutos, a fim de discutir a crise de autoritarismo promovido pela reitoria da USP. Condena a perseguição e criminalização dos movimentos sindicais e estudantis. Critica o fim do benefício da isonomia salarial, o que considera inconstitucional. Lê e comenta panfleto distribuído pela reitoria da USP. Relata que irá interpelar o Ministério Público a fim de questionar os dados divulgados.

 

017 - CARLOS CEZAR DA SILVA

Para comunicação, faz agradecimentos gerais, em especial aos eleitores da região de Sorocaba. Comunica a visita que o Governador do Estado fará ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba a fim de anunciar investimentos no valor de 60 milhões na área da Saúde.

 

018 - CARLOS GIANNAZI

Pede o levantamento da sessão, com anuência de lideranças.

 

019 - Presidente OLÍMPIO GOMES

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 22/03, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão solene, hoje, às 20 horas, em "Homenagem aos 90 anos do jornal Folha de S. Paulo". Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Rui Falcão.

 

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O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Ary Fossen para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ARY FOSSEN - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Tem a palavra o primeiro orador inscrito nobre Deputado André do Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. Na Presidência. Tem a palavra a nobre Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olimpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Cruz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Junior. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente nobre Deputado Rui Falcão, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Assembleia, foi publicada hoje uma matéria na ‘Folha de S. Paulo’ que mostra que os professores da rede estadual de ensino que foram aprovados em concurso público assumiram seus cargos, começaram a trabalhar mas estão pedindo exoneração, desistindo porque não estão encontrando possibilidades de um trabalho pedagógico; estão sendo afetados por algo que todos nós conhecemos, ou seja, a superlotação de salas, falta de estrutura pedagógica material e humana, violência nas escolas, falta de projeto pedagógico na rede e tantas outras questões já levantadas por nós, pelas entidades do magistério.

Então, o professor presta concurso, vai entusiasmado para a rede trabalhar, mas percebe que de fato a rede está sucateada, degradada. Por isso estão desistindo, mesmo tendo sido aprovado em concurso de provas e títulos; são professores que estudaram muito porque o concurso é difícil, passaram pelo curso de formação de 4 meses e mesmo assim estão desistindo.

Isso mostra a falência da política educacional do governo estadual. O PSDB vem formulando esse tipo de política da destruição da rede estadual de ensino há pelo menos 16 anos. Esse fato é exemplar porque mostra para a sociedade que não há projeto pedagógico, não há projeto educacional no Estado de São Paulo.

Como se não bastasse essa notícia, acompanhei na semana passada a publicação dos resultados do Saresp, avaliação feita pela própria Secretaria Estadual de Educação das nossas 5.300 escolas. Os dados foram constrangedores. Tivemos acesso a eles, que inclusive foram publicados na grande imprensa. No ensino médio houve um recuo em 2 anos consecutivos e no ensino fundamental também, no 9º ano, houve um recuo. Ou seja, vivemos um verdadeiro retrocesso na área educacional no Estado de São Paulo. Isso, como eu disse, demonstra a falência da política educacional do PSDB neste estado.

Essa situação só pode ser revertida, em primeiro lugar, com mais investimentos na Educação, com a valorização do magistério estadual e de todos os servidores do Estado de São Paulo, principalmente os da área da Educação.

Temos que recuperar a carreira do magistério paulista, que tem que se tornar mais atrativa para quem está e para quem deseja ingressar. Para que isso ocorra o Estado tem de pagar salários dignos.

Estamos acompanhando algumas discussões sobre essa proposta da Secretaria de Educação de reformular o plano de carreira e o estatuto do magistério; acompanhamos com os professores nas escolas, com as entidades representativas do magistério e participei de algumas reuniões, de alguns encontros inclusive com o secretário da Educação. Temos de aproveitar essa oportunidade para de fato reformular o estatuto do magistério e, sobretudo, o plano de carreira que praticamente foi destruído nos últimos anos; foi achatado por conta da Lei 836, de 1997, formulada pela ex-Secretária Rose Neubauer. Houve uma redução de salários e da possibilidade de evolução da progressão funcional. Hoje temos uma carreira que não é atrativa, que não é valorizada e que tem levado o processo educacional para esse patamar sofrível. Tanto é que a rede estadual de ensino é considerada uma das piores do Brasil.

É a maior rede, com 5300 escolas, com quase 250 mil professores, é a rede de ensino com o maior orçamento entre as secretarias de ensino do país. No entanto, é uma das que oferece um dos piores níveis de ensino, porque não investe no magistério, não investe, sobretudo numa reforma educacional, nem plano estadual de educação temos no Estado de São Paulo. É uma vergonha. Vários municípios e estados já aprovaram seus planos, e o maior estado da federação não discutiu um plano estadual de educação para transformar a política educacional em política do estado, para não continuar sendo política de partido político, de governador ou de secretário.

Então, Sr. Presidente, quero fazer esse registro de que os professores que foram aprovados no concurso da rede estadual assumiram seus cargos, mas estão pedindo exoneração porque não estão encontrando possibilidades objetivas de desenvolver um trabalho pedagógico. Os resultados dessa nefasta e danosa política educacional estão refletindo nos dados do Saresp. Tivemos a diminuição das notas e dos resultados na área do ensino médio e no nono ano do ensino fundamental. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. Na presidência. Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. ARY FOSSEN - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, é com uma alegria e uma satisfação muito grandes, e muita emoção, que volto a esta Casa depois de ter participado da 14ª legislatura desta Casa, quando tive a honra de ser incluído entre os 11 melhores deputados, bem como na 15ª legislatura nos períodos 2003/2204, tendo sido eleito, logo após, prefeito da minha cidade.

Quero cumprimentar as cidades da região da cidade de Jundiaí, que hoje é um polo de crescimento muito grande. As cidades do entorno cresceram, se desenvolveram, e temos um trabalho desde 2001 com outros deputados, Pedro Bigardi, Vanessa Damo, o vereador André e seu Partido Verde, em Louveira. Eles fundaram uma frente parlamentar para a criação da aglomeração urbana de Jundiaí e região.

Quero cumprimentar a cidade de campo limpo paulista, na pessoa do prefeito Armando Hashimoto, do PSDB; Cabreúva, Claúdio Antonio Giannini, do PMDB; Francisco Morato, que não é da nossa microrregião, é de são Paulo, antiga Belém, tem uma ligação muito forte com a cidade de Jundiaí, José Aparecido Bressani, do PT; Ocimar Poli, de Itupeva; Louveira, do PMDB; Eleutério Malerba, do PSDB, em Louveira; em Várzea Paulista, Eduardo Tadeu Pereira, grande amigo, grande companheiro, parceiro que fomos na administração de Jundiaí e Várzea Paulista, no mandato passado.

Essas cidades se desenvolveram e cresceram muito ao longo desses anos. A maioria delas foi bairros da nossa cidade, há 46 anos, distritos da Cidade de Jundiaí, que cresceram e se desenvolveram também com a antecipação. As cidades, com a emancipação, procuraram seus caminhos, os cidadãos idealistas também, políticos da época. E agora, felizmente, o Governador Geraldo Alckmin, nosso querido Governador, entendeu a importância da criação da Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano, já criada e entregue a um ex-colega nosso, Deputado Edson Aparecido, deputado federal agora. São 39 cidades em torno da Capital de São Paulo, mais de 20 milhões de habitantes. Embora exista projeto nesta Casa que cria a Região Metropolitana de São Paulo, não tínhamos até agora a oficialização, a regulamentação dessa sociedade.

Essa assinatura deverá ocorrer na próxima semana, um ato coletivo com os prefeitos da região, criando essa aglomeração urbana para que projetos comuns, conselhos sejam criados para o desenvolvimento regional. As cidades conurbadas, cidades limítrofes têm, muitas vezes, problemas comuns em diversas áreas, como em saneamento básico, transporte coletivo, planejamento e uso do solo, e tudo isso dificulta um bom projeto de desenvolvimento e crescimento. Em relação ao meio ambiente, temos a Serra dos Cristais, a Serra do Japi, onde há movimentos ambientalistas de longa data. Participei, em 1978, como vice-prefeito, do movimento que decretou o tombamento da Serra do Japi, a reserva biológica. Mas ao longo desses anos os prefeitos, o Estado, os municípios têm dificuldade, municípios pobres como Cabreúva, a própria Cajamar, Santana do Parnaíba, para manter uma vigilância severa sobre a Serra do Japi. E o Estado, com a Polícia Ambiental, não consegue dar conta de tudo.

Em Jundiaí, temos a Guarda Municipal Florestal, que ajuda, e a Serra do Japi, com muita luta, muito sacrifício tem sido preservada. Nesta Casa deveremos aprovar nos próximos meses a regularização da Região Metropolitana de São Paulo e a aglomeração urbana da nossa região. O Deputado Pedro Bigardi sabe que vai ser um avanço muito grande para a preservação, principalmente do meio ambiente da zona rural, que é grande ainda, apesar do crescimento de cidades como Louveira, Cabreuva, Itupeva, Campo Limpo, Várzea Paulista. E queremos participar dessa integração.

O Governador deve enviar o projeto na próxima semana para que seja discutido, e apresentadas as emendas. Teremos assim a primeira região, o primeiro aglomerado urbano do Estado de São Paulo. Muito obrigado, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.

 

O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, equipe de profissionais de comunicação do CQC, sejam bem-vindos, e devem ter muito conteúdo nesta Casa para a edição do programa.

Sr. Presidente, assomo à tribuna para manifestar inicialmente a minha solidariedade às vítimas da violência, e neste caso personalizada neste final de semana no Deputado Jooji Hato, que foi vítima de assalto e violência física, tomando coronhadas. Deputado, infelizmente essa é a realidade da Segurança Pública que temos no Estado de São Paulo. Esse marketing mentiroso de governo, de dizer que o Estado de São Paulo atingiu um patamar de excelência na Segurança Pública, V. Exa. lamentavelmente sentiu na carne, literalmente, o quanto é duro ser vítima da violência e da criminalidade.

Quero dizer da minha preocupação quanto às manobras que foram realizadas nesta Casa para que não se instalassem Comissões Parlamentares de Inquérito, que identificariam, sem sombra de dúvida, desvio de dinheiro público, safadeza, locupletamento por pessoas da área pública, e tudo isso através de uma manobra da Mesa da Assembleia Legislativa, aliás, da Presidência, não posso dizer da Mesa porque V. Exa. é da 1ª Secretaria e tenho certeza de que não compactua, aliás, lutou para que a ordem cronológica das CPIs fosse exatamente a da chegada dos representantes dos partidos ou dos blocos.

No momento em que se tentava fazer o registro para a apuração de CPIs de desvios de dinheiro no Metrô, a farra dos pedágios no Estado de São Paulo, circunstâncias extremamente tenebrosas, na verdade provou-se nesta Casa, mais uma vez, que Governo que tem maioria não precisa se preocupar. Pode fazer o que quiser, o crime compensa no Estado de São Paulo. Se tiver a maioria da Assembleia Legislativa, a Assembleia, que é um órgão fiscalizador, não vai fiscalizar nada.

Quem está na máfia dos pedágios, na farra das empresas que são concessionárias de pedágios, que não podem fazer doação direta de campanha, mas as empresas que são coligadas a concessionárias podem tranquilamente. Então, não se vai apurar nada em CPI. Está-se fazendo a CPI para apurar o consumo de álcool no Estado de São Paulo, a CPI da gordura trans. Vejam onde os 680 milhões de reais da Assembleia Legislativa estão sendo carreados. É triste.

Vendo alguns escritos do saudoso Ruy Barbosa, começamos a observar que essa tristeza com o Legislativo, com a área política, não é uma novidade na nossa história. Em 1914, Ruy Barbosa, fazendo um discurso no Senado, já falava exatamente de um conteúdo que se aplica hoje como a verdade máxima no Congresso Nacional, aqui, na Assembleia Legislativa, com essas manobras para não se apurar nada, e fazer CPIs de faz-de-conta.

Na sexta-feira, inclusive eu propus a CPI do Fim do Mundo, considerando o filme “2012”, considerando o tsunami do Japão. Vamos perder um tempo aqui apurando a CPI do Fim do Mundo. Aí ocupamos o espaço e é para ser motivo de gozação.

O discurso de Ruy Barbosa chama a atenção por ser cada vez mais presente na nossa realidade. Quando ele fala as pessoas começam a se envergonhar de serem honestas. E ele diz:

A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêem nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas.

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agitarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.

É triste, São Paulo. Mas a nossa Assembleia está rumando nesse caminho.

 

O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Deputado Rui Falcão, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, faço questão de vir à tribuna para falar um pouco sobre o dia 21 de março. A ONU, Organização das Nações Unidas, instituiu o dia 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, em memória do massacre ocorrido na África do Sul. Era 21 de março de 1960, quando 20 mil negros faziam um protesto pacífico contra a Lei do Passe que obrigava a portar um cartão de identificação, especificando os locais por onde podia circular. Isso aconteceu na cidade de Johanesburgo, na África do Sul. Mesmo tendo sido uma manifestação pacífica, o Exército atirou para a multidão, e o saldo da violência foi de 69 jovens negros mortos e 186 feridos. Lá, como sabem, mais de 80% dos moradores da África do Sul eram brancos e menos de 20% eram negros. Isso num país africano onde os estrangeiros comandavam.

Essa violência foi também estendida ao militante Nelson Mandela. Depois de 27 anos preso, Nelson Mandela saiu da prisão, governou o país para brancos e negros e tentou promover a tão sonhada paz na África do Sul.

Parabéns, Nelson Mandela, pela sua atitude, pela sua sinceridade e pela sua vivência de pessoa solidária e cristã. Ninguém briga por nada e quando se manifesta é por alguma intolerância. O dia 21 de março também marca outras conquistas, que é a Independência da Etiópia, em 1975, e a da Namíbia, em 1990, ambos países africanos. É muito fácil identificar o que é discriminação racial. Existe a Convenção Internacional para a Eliminação de todas as Normas de Discriminação Racial da ONU, ratificada pelo Brasil, em seu Artigo 1º, “A discriminação racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, na cor, na ascendência, na origem, na ética ou nacional ou com a finalidade ou efeito de impedir ou dificultar reconhecimento e ou exercício em base de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública.”

Sr. Presidente, Srs. Deputados, é importante registrar aqui esse acontecimento. Falei sobre os países africanos e se houver oportunidade ainda hoje falarei sobre o país africano chamado Brasil. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Rui Falcão, 1º Secretário desta Casa, que sempre honrou esta cadeira que ocupou, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, assomo à tribuna no dia de hoje, decepcionado. Eu que sempre combati a violência. Sou médico de formação profissional, que fiz e aprovei na Cidade de São Paulo a Lei Seca, lei que controla a bebida alcoólica, lei que fecha os bares, fazendo com que diminuísse bastante a violência em Diadema. Depois de quatro anos em que aprovamos essa lei, a nobre Vereadora Maria Edite, ex-esposa do Prefeito José Augusto, de Diadema, implantou a lei, diminuindo em mais de 80% a violência.

Sempre cito Diadema, e não a cidade em que fui vereador por 28 anos, porque nós tivemos alguns resultados na Vila Madalena, na Praça Silva Romero, em Tatuapé ou em Moema, mas não tivermos um resultado tão impressionante como tivemos em Diadema.

Mas no sábado, anteontem, em Diadema, aproximadamente às 11 horas, eu fui assaltado. Sofri um assalto, uma agressão desnecessária, porque entregamos todos os nossos pertences, como relógios, carteiras, documentos, inclusive uma corrente de São Judas. Estávamos em 18 pessoas no Salão Comercial em Diadema. Colocaram-nos deitados, recebi uma coronhada, chutes, uma agressão sem motivo, porque todos nós entregamos os nossos pertences. Foram três indivíduos armados, e eu tinha como segurança, Deus, porque eu estava num carro particular, da minha esposa, e eu não estava com o motorista nem com um agente de segurança. E foi bom, porque estou vivo. Eu poderia não estar vivo, porque no sábado mesmo, assinaram no coração de São Paulo, na Rua 25 de Março, um comerciante de origem oriental, que entregou a bolsa, tudo, e sem motivo nenhum, segundo relato das testemunhas, mataram. É o sentimento da impunidade que faz com que eles puxem o gatilho.

Na hora em que o bandido estava com a arma na minha cabeça, pensei que chegou a minha hora. Não desejo isso para ninguém, nem para nenhum adversário, nem para o meu pior inimigo.

Eu estava lá com o meu filho médico - e tenho outro filho também médico. Tive muita sorte porque nessa hora ele estava na farmácia para pegar ataduras, medicamentos para doar a um time de futebol. Tive sorte porque, se o meu filho tivesse reagido vendo o pai sendo agredido, teria acontecido uma desgraça e talvez eu não estivesse neta tribuna no dia de hoje.

Precisamos reagir. Mataram o irmão do Deputado Mourad desta Casa. Há um ano, aproximadamente, também mataram o irmão do deputado federal, Walter Yoshi, lá em Diadema, na saída de um banco. No caso do irmão do Deputado Said Mourad foi há 15 dias, se a minha memória não falha. Eu ainda era vereador.

Quero dizer também ao Prefeito Ary Fossen que mora em Jundiaí, uma cidade pacífica e tranquila, que estamos aqui no caldeirão de fogo. Aqui na Grande São Paulo e São Paulo, quantas mortes serão necessárias ainda para tomarmos providência? Vamos continuar convivendo com esse grau radical de violência e não vamos fazer nada?

Temos que aplicar a tolerância zero em São Paulo, na Grande São Paulo e em algumas cidades violentas do Interior como, por exemplo, Campinas, que era uma cidade pacífica.

Deputado Major Olímpio, eu proponho melhorar o salário dos policiais, os aparelhos dos policiais, condições aos policiais e também fazer blitz com os armamentos porque certamente esses marginais estavam com armas não legalizadas, com armas roubadas, contrabandeadas, possivelmente com o número raspado. Não eram armas legais.

Aqueles que têm o porte de arma, que estão preparados para usá-la, que usem. Não precisamos tomar, não. Mas dos marginais tem que tomar, sim. É com a arma que eles matam. Não matam só os deputados, irmão de deputados. Matam todos de qualquer profissão: comerciante, engenheiro, médico, funcionário, jornalista. Eles matam todos em todos os lugares.

Sr. Presidente, Rui Falcão, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, proponho uma blitz para o desarmamento. É claro que combatemos a violência com educação, esporte, cultura, fazendo prevenção, também. Mas isso para aqueles que estão nascendo agora, crianças e adolescentes. Votarei à tribuna novamente para tratar deste assunto. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar da Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Leci Brandão.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, povo de São Paulo, que Deus proteja, ilumine e abençoe todos que aqui estão.

Esta é a primeira oportunidade que tenho de vir a este plenário para o meu pronunciamento neste dia muito especial. Hoje é o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial e que o nobre Deputado José Cândido de forma brilhante acabou de explicar a importância deste dia.

Não precisaremos repetir essa história triste.

Ao longo destes anos sempre estive com o meu pandeiro na mão cantando um samba em algum canto deste País, mas o povo de São Paulo e as bênçãos de Deus permitiram que eu, na data de hoje, 21 de março de 2011, estivesse aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo com muita honra sendo a segunda mulher negra a ingressar neste Parlamento, já que a primeira foi a Deputada Theodosina, a Dra. Theodosina, a quem quero desejar tudo de bom.

As mulheres na Assembleia são poucas, mas são fortes em seus ideais. Faço questão de citá-las: Deputadas Ana do Carmo, Ana Perugini, Analice Fernandes, Célia Leão, Heroilma Tavares, Maria Lúcia Amary, Regina Gonçalves, Rita Passos, Telma de Souza e Vanessa Damo.

Sabemos de muitas tragédias por motivação racial: escravidão de africanos e indígenas nas Américas; o Holocausto que ceifou a vida de milhões de judeus.

Kofi Annan, último Secretário Geral da ONU, chama-nos a atenção para além das grandes tragédias, a denúncia da discriminação racial cotidiana: "insultos nas escolas; decisões de contratações em local de trabalho; cobertura seletiva dos crimes pelos meios de comunicação; desigualdades na prestação de serviços públicos. Inegável que este tipo de racismo cotidiano subsiste. Mas é escandaloso que ninguém o conteste".

O Art. 1º da Convenção Internacional da ONU diz que “discriminação racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e/ou exercício em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública.”

O racismo e a discriminação pelo critério de raça ainda estão entre os principais fundamentos que edificam nossa desigualdade social e econômica, pois cor e raça são elementos estruturantes de apropriação de bens, riquezas e oportunidades. Para 1% dos brasileiros mais ricos, 86,3% são brancos, 12% são pretos e pardos. Na pobreza isso inverte: 73,9% dos pobres são pretos e pardos e 25,5% são brancos.

O mapa da violência de 2011 mostra a cara do racismo: morrem 67,1% mais negros que brancos. O movimento negro denuncia o genocídio da juventude negra.

Dois mil e onze é também o Ano Internacional dos Afrodescendentes. Que interessante eu fazer meu primeiro pronunciamento em 2011.

Quero destacar as contribuições dos Deputados Jamil Murad, Nivaldo Santana, Sebastião Arcanjo - o Tiãozinho - Vicente Cândido, Alberto Hiar - Turco Loco - e o meu nobre Deputado José Cândido.

Neste momento histórico temos que selar compromissos para mudar os cenários materiais desvantajosos aos negros e negras. Apesar de representarem 33,8 da população paulista, os negros somam 44% da população carcerária.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Espero em Deus honrar cada voto recebido. Que o Estado de São Paulo seja cada vez melhor e verdadeiramente melhor para todas as pessoas.

Quero agradecer à minha mãe, Dona Leci, à Deputada Theodosina, agradecer a cada mulher que com garra e ternura tem ajudado construir um Brasil melhor, e a cada homem que com respeito, coragem, carinho e cumplicidade ajudam nessa construção.

Peço licença ao Exmo. Sr. Presidente e aos Srs. Deputados e Deputadas para me ausentar desta Casa porque fui convidada para estar no Palácio do Bandeirantes para acompanhar o lançamento do projeto “São Paulo contra o racismo”. Que Deus abençoe a todos. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, estivemos há algumas horas na região do Itaim onde houve uma manifestação de professores, de alunos e de várias associações protestando contra a decisão absurda do prefeito Gilberto Kassab de vender para empreiteiras terreno municipal de 20 mil metros quadrados, uma área onde há escola pública, uma escola estadual que atende alunos do ensino fundamental e médio, uma Emei, uma creche, uma biblioteca municipal, um teatro, uma UBS, uma Apae, sem falar que trata-se de uma área verde quase tombada pelo Patrimônio Histórico e Ambiental de São Paulo.

Ele anunciou a venda da área para as empreiteiras construírem ali condomínios luxuosos, talvez um shooping center. Trouxemos a foto da manifestação. A atriz Eva Vilma participou da manifestação assim como setores da Igreja Católica, de Igrejas Evangélicas, contra esse crime em relação ao patrimônio público construído com dinheiro da população desta cidade.

A justificativa apresentada pelo prefeito é de que a venda é para que a empresa compradora construa 200 creches na periferia. Primeiro, tem dinheiro no Orçamento, nos cofres do município para construção de creches na periferia. Recentemente o Governo Estadual fez convênio com a Prefeitura repassando 80 milhões de reais para a construção de creches na periferia, para atender à demanda. E nós defendemos que a demanda seja atendida. A Prefeitura tem obrigação de fazer isso. O prefeito usa essa justificativa para vender o patrimônio público, ele está transformando a cidade de São Paulo numa imobiliária. Ele está vendendo o patrimônio público e anunciou também a venda do espaço da subprefeitura de Pinheiros.

Já tivemos um exemplo disso aqui na capital, quando da venda de um terreno na Vila Nova Conceição, em 2004, quando a ex-Prefeita Marta Suplicy fez uma troca com uma dessas empresas. Era um terreno onde havia a Escola Estadual Martin Francisco e uma UBS. Organizamos um grande movimento na época em que eu era vereador de São Paulo e conseguimos deter o que considero um verdadeiro crime contra a educação e contra saúde. Agora temos de volta a reedição desse movimento de liquidação do patrimônio público para entregar os nossos terrenos municipais e os nossos equipamentos públicos para as empreiteiras, para as construtoras.

Então, enquanto estávamos realizando essa grande manifestação, com toda a comunidade, no Itaim, o Prefeito Gilberto Kassab estava aqui no auditório Franco Montoro, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, lançando o seu novo partido político, que nasceu errado. Para burlar a legislação eleitoral, até mudou de nome. Ficou tão desgastado, que mal nasceu já foi obrigado a mudar de PDB para PSD. O prefeito não se preocupa mais com a cidade de São Paulo, se preocupa apenas com a sua candidatura a governador do Estado de São Paulo em 2014. É um fato paradoxal.

Enquanto a população está perdendo os equipamentos públicos - creche, Emei, escola estadual, posto de saúde, CAPS - que cuidada da saúde mental da população - esse quarteirão inteiro é conhecido como o quarteirão da vida, da saúde, da educação, porque temos vários equipamentos que funcionam muito bem e com qualidade. Ao invés de o Prefeito Gilberto Kassab utilizar esse quarteirão como exemplo de equipamentos públicos que funcionam de fato, ele vai vender o terreno com todos esses equipamentos.

Então, Sr. Presidente, já acionamos o Ministério Público estadual. Já há um inquérito civil no Ministério Público investigando a possibilidade da venda desse terreno. Também organizamos uma audiência pública no mês passado. E mais, apresentamos um requerimento de convocação do Prefeito Gilberto Kassab para que ele venha à Assembleia Legislativa não para fazer o lançamento de um partido político, mas sim para depor na Comissão de Educação. Ele tem de explicar por que vai fechar uma escola estadual que atende mais de 1500 alunos nas áreas do ensino fundamental e médio. Isso é um crime constitucional contra o patrimônio público, sobretudo contra todos os habitantes da cidade de são Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV assembléia, volto a esta tribuna para fazer coro à manifestação do nobre Deputado Jooji Hato, vítima da violência no final de semana, como milhares e milhares de cidadãos em todo o Estado de São Paulo.

Tenho manifestado minha preocupação, como profissional da segurança pública que ingressou na Polícia Militar do Estado de São Paulo há mais de 33 anos, e vejo com muita preocupação um marketing policial, uma pirotecnia policial na mídia sendo utilizada como instrumento para enganar a população em relação à segurança pública.

Nesse final de semana saiu publicada uma matéria na revista “Carta Capital’ sob o título “Secretário sem Segurança”, em que falo exatamente da minha preocupação - não é para fazer proselitismo político, manifestação de oposicionista; nada disso - que é muito grande, em relação aos rumos da segurança pública porque investimentos mais do que necessários nos recursos humanos da segurança pública não existem.

O governo sai mentindo para a população fazendo formatura de policiais no Anhangabaú, fazendo entrega de viaturas dizendo à população que nunca houve tanto investimento na segurança, mas na realidade o número de latrocínios está aumentando; o número de roubo e furtos crescente. O que está diminuindo é o número de registros. Quanto menos o cidadão acredita na segurança pública e na Polícia, menos ele registra. Temos uma sub-notificação, ou seja, a diferença de registros policiais com a probabilidade do número real de crimes em roubos e furtos de quatro para um; de estupro, de quatro para um; de cada quatro furtos ou quatro roubos apenas um é comunicado no Estado de São Paulo.

A Polícia é a pior paga do País. E qual é o instrumento melhor que tem o cidadão, para ser protegido, que não o aparato da Segurança Pública? Faltam seis milhões de homens na Polícia Militar e quase quatro mil policiais civis. O Governo pode fazer o remanejamento que quiser, o remelexo que quiser, mas não há soldado na prateleira, não há investigador, delegado ou escrivão.

Faltam seis mil homens no efetivo da Polícia Militar, e tudo isso foi exatamente pela atitude irresponsável do ex-Governador José Serra quando, em 1º de janeiro de 2007, quando tomou posse, assinou a suspensão de editais de concursos públicos para a Polícia. Naquele momento foi dito: “Governador, pelo amor de Deus, com a Segurança Pública não”. Da Polícia Militar, porque se aposentam, morrem, são expulsos, tornam-se deficientes físicos, saem dois mil homens e mulheres por ano. Se não formar pelo menos dois mil, aumenta esse buraco, essa falta de efetivo. E ficamos um ano e 10 meses sem nenhum edital de concurso público na Segurança. Um terço das cidades no Estado de São Paulo não tem um delegado de polícia, e agora vir com manobra dizendo: “Vamos tirar as delegacias dos municípios com menos de 10 mil habitantes, que não é importante.” É porque não há o que pôr, não há quadros. Agora, o Governo poderia admitir, sim, que não há, que vai formar, readequar, mas não, fica mentindo para a população.

E não tenho outro termo para usar: mentira. Estou louco para debater com qualquer representante do Governo essa questão da Segurança Pública. As pessoas estão sendo mortas, estão sendo arrancadas de dentro de suas casas, executadas, estão sendo atacadas dentro de suas casas, e é isso que a população tem que fazer, a sua opção. E a opção do povo é cobrar efetivamente. A Assembleia Legislativa tem que tomar atitude, acordar.

Há quantos meses não uma reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa? Por que o assunto não é importante? Não há necessidade? Pois a população está morrendo e nós precisamos tomar atitudes concretas aqui na nossa Assembleia Legislativa. A nossa Assembleia tem que parar de ser prostrada diante do Executivo. Só há comparecimento em massa de deputados no dia da votação de projetos de Governo. Vamos debater os temas. Temos temas fundamentais para serem debatidos, votados e, se possível, aprovados nesta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, terminado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges, por permuta com o nobre Deputado Roberto Morais.

 

O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, venho ocupar esta tribuna, no Grande Expediente, para fazer aqui o registro de congratulações, e não poderia ser de forma melhor, nesta sessão presidida por um Deputado da bancada do meu partido, que é justamente com quem venho me congratular. Amanhã em Brasília teremos a comemoração dos 45 anos de fundação do MDB/PMDB. O PMDB nacional e o PMDB de São Paulo saúdam todos os partidos.

É importante lembrar que em 1966, naquele dia 24 de março, quando o Ato Institucional nº 2 prevalecia no nosso País, com a extinção dos partidos políticos, nascia ali na verdade o bipartidarismo, numa imitação aos EUA na oportunidade. E nascia ali o MDB.

Eu não poderia deixar passar em branco o dia de hoje, afinal, amanhã, após as 18 horas vou me dirigir a Brasília, com os companheiros do PMDB, para participar do ato nacional do nosso partido.

O PMDB de São Paulo vive um momento importantíssimo na sua história. É inegável a contribuição de todos os que passaram pelo partido, que sempre serão merecedores de homenagens e agradecimentos, por toda a sua história e trajetória no nosso partido aqui no Estado de São Paulo.

Mais recentemente o ex-Presidente, o saudoso Orestes Quércia, deixou a sua contribuição para o partido, assim como tantos outros: Franco Montoro, Ulysses Guimarães, oriundos de São Paulo e que deram a sua contribuição para São Paulo e para o Brasil.

O PMDB de São Paulo hoje tem algumas marcas. Por exemplo, tem o ex-vereador por sete mandatos na Capital, hoje Deputado estadual e presidindo esta sessão, Jooji Hato, um símbolo da história do partido. Temos o Vereador Goulart, representando o partido na Câmara Municipal. Temos os nossos diretórios ativos em mais de 90% dos municípios do Estado de São Paulo, e uma bancada de cinco companheiros, hoje colegas Deputados nesta Casa, a quem saúdo: Deputada Vanessa Damo, Deputado Jooji Hato, Deputado Líder nesta Casa, Jorge Caruso, e o Presidente Baleia Rossi.

Quero falar um pouco deste momento da história do PMDB. Se não bastasse ser hoje o partido que tem o tamanho e a grandeza que tem, a força e a história no nosso País, aqui em São Paulo o PMDB vive um momento onde temos o vice-Presidente da República, Michel Temer, Presidente afastado do partido. Hoje o Senador Raupp preside o partido. É uma honra e orgulho termos hoje o PMDB de São Paulo representado na vice-Presidência da República, e que tem coordenado o crescimento e os trabalhos do nosso partido aqui em São Paulo, inclusive nas parcerias e nas participações do partido na Assembleia, dialogando em todos os campos.

Mais recentemente, sob a liderança do Presidente Baleia e do Deputado Jorge Caruso, existe o diálogo, sim, com relação ao posicionamento e à atuação do partido aqui no Estado de São Paulo de forma democrática e conforme a vontade do Presidente em exercício e vice-Presidente da República, Michel Temer. Temos também o Ministro da Agricultura, Wagner Rossi. É o PMDB de São Paulo representado no Governo Federal não só na vice-Presidência da República, mas também no Ministério.

Temos hoje na coordenação do companheiro Baleia a participação constante de Caruso como Líder desta Casa, e o nosso humilde apoio juntamente com os companheiros do partido, como Bebeto de São Paulo e de todos os diretórios deste Estado. Este é o momento de valorizar as lideranças existentes, de prestigiar a todos que fazem parte do partido e que ajudaram a construir a história. Ao mesmo tempo, de conduzir o projeto decidido na última sexta-feira.

O PMDB, em reunião do Conselho Estadual e da Executiva com o Ministro Wagner Rossi e com o vice-Presidente da República Michel Temer, decidiu que o partido, nas próximas eleições municipais, deverá ter candidato a prefeito ou vice-prefeito, e uma chapa completa de vereadores. Quando o partido não tiver candidato a prefeito ou a vice-prefeito, a homologação das convenções virá para o diretório estadual para que o partido possa trabalhar no seu crescimento, no seu fortalecimento e na sua participação efetiva. Temos hoje 70 prefeitos no Estado de São Paulo e um grande número de vereadores - não me lembro o número exato -, e o objetivo não é só de crescimento, mas fazer jus a essa história do partido.

Quero registrar que entrego hoje nesta Casa um requerimento de congratulação com o PMDB nacional pelo 45º aniversário do partido. Quero estender esse cumprimento a todas as lideranças do nosso partido no âmbito nacional e também para os companheiros de São Paulo. Deixo o meu agradecimento aos líderes do nosso partido, em especial ao nosso líder nesta Casa, ao Presidente Baleia e aos companheiros deputados. Agradeço também pelo carinho dos demais partidos pela acolhida. Estou convicto da importância e da certeza dos nossos trabalhos. O resultado depende muito da contribuição dos nossos partidos. Estendo o meu abraço, com muito respeito, a todos os partidos que compõem esta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra, por permuta com o nobre Deputado Geraldo Cruz, o nobre Deputado José Cândido.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, ouvi o depoimento em relação à violência que acometeu o nobre Deputado Jooji Hato. Fiquei estarrecido. Ouvi também com bastante atenção as palavras do nobre Deputado Olímpio Gomes, quando falou sobre a falta de profissionais e de material humano para combater a violência. Ouvi perfeitamente que a violência é também combatida com a educação, principalmente para os nossos jovens. Concordo plenamente com Vossa Excelência. Existe violência mesmo nos países que investem na educação, mas em menor grau. É por causa da educação, da geração de emprego e renda e maior respeito ao ser humano. É o que falta no Brasil.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, gostaria de dar continuidade ao meu pronunciamento anterior, falando sobre a falta de respeito aos negros num país africano chamado Brasil.

Passo a ler o documento para que fique registrado nos Anais da Assembleia Legislativa.

Ontem e Hoje, O Negro no Brasil

O Brasil foi a última nação da América a abolir a escravidão. Entre 1550 e 1850, data oficial do fim do tráfico de negros, cerca de 3.600.000 africanos chegaram ao Brasil. A força de trabalho desses homens produziu a riqueza do País durante 300 anos.

Apesar de a maior parte dos escravos não saber ler nem escrever, isso não significava que não tivessem cultura. Eles trouxeram para o Brasil seus hábitos, suas crenças, suas formas de expressão religiosa e artística, além de terem conhecimentos próprios sobre técnicas de plantio e de produção. Entretanto, a violência e a rigidez do regime de escravidão não permitiam que os negros tivessem acesso à educação. E até hoje o Brasil nos deve porque é na periferia, nos cortiços, na zona rural que está o percentual maior da comunidade negra. Inclusive este Deputado até os 21 anos de idade, nã teve a oportunidade de fazer nada a não ser trabalhar na lavoura de café e amendoim.

Oprimido e explorado, o negro encontrava nas suas raízes africanas a força para resistir à dominação dos senhores nas suas fazendas. E muitos aspectos de sua cultura permaneceram vivos, como, por exemplo, a religião. O candomblé, ritual religioso com danças, oferendas e cultos para Orixás, atravessou a história e aparece como uma prova de preservação das raízes do povo africano no Brasil.

Foi somente em 13 de maio de 1888 que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, libertando todos os escravos, entre aspas.

Quando digo entre aspas, Sr. Presidente, Srs. Deputados, estou dizendo que uma lei de dois artigos não tem significado nenhum para dizer que os escravos estavam libertos. A lei da Princesa Isabel dizia que a partir de hoje, vocês estão livres, não são mais escravos. Esta lei entra em vigor a partir desta data. Vão embora. Não precisamos mais dos serviços de vocês, vamos buscar outras nações para dar continuidade aos serviços.

E para onde foram os negros?

Foram para as beiras de estradas, para as beiras de pontes, e onde estão os negros hoje? Estão nas favelas, nos cortiços, nas periferais.

É por isso que faço questão de dizer que moramos em um país africano, onde mais de 50% da população é afrodescendente e ainda estão à margem da sociedade.

Após anos de dominação, os negros foram lançados numa sociedade preconceituosa, de forma desarticulada, sem dinheiro, sem casa, sem comida, sem nenhuma condição de se estabelecer.

Hoje, no Brasil, ainda é possível ver os reflexos dessa história de desigualdade e exploração.

A nobre Deputada Leci Brandão nas suas palavras já deu alguns indicadores referentes à população, família, educação, trabalho e rendimento e que são importantes para retratar de forma resumida a situação social de brancos, pretos e pardos, e revelam desigualdades em todas as dimensões e áreas geográficas do País. Apontam, também, para uma situação marcada pela pobreza, sobretudo para a população de pretos e pardos, que é a maioria dos pobres.

Apesar dos avanços nas últimas décadas na área da Educação, com declínio do analfabetismo, graças aos Presidente Lula, e aumento da escolarização e da escolaridade média, há muito que se fazer ainda para alcançar níveis de qualidade, eficiência e rendimento do ensino compatíveis com as necessidades atuais e futuras de empregabilidade e de exercício da cidadania para a população jovem.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, fiz questão de fazer este relato para dizer que o Brasil nos deve muito. Hoje é o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminalidade Racial porque aconteceu um massacre na África do Sul, porém ainda no Brasil, em vários países africanos e em países da América Latina esse dia não é de comemoração, mas, sim, conscientizar, fazer uma profunda reflexão.

Ouvi com muita atenção o depoimento da Deputada Leci Brandão dizendo que na Assembleia Legislativa ela é a segunda Deputada negra que assumiu nesta Casa de Leis. É inadmissível que de 94 Srs. Deputados haja somente 10 ou 11 Sras. Deputadas mulheres, e que também cai no assunto da desigualdade. É inadmissível que de 94 Srs. Deputados só 2 ou 3% de afrodescendentes. É por isso que este dia 21 de março não é dia de comemoração, mas, sim, de reflexão.

Quero deixar aqui este assunto para que mais pessoas possam acessar a internet, possam ler para se conscientizarem do significado do dia 21 de março. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, por permuta de tempo com o nobre Deputado Rafael silva.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, inicialmente, gostaria de lamentar porque mesmo com a nova legislatura, com a posse de 32 novos deputados no último dia 15.

Hoje, segunda-feira, dos 94 parlamentares, deu entrada na Assembleia Legislativa 31 deputados e deputadas, uma segunda-feira brava para todo cidadão. Depois dizemos que somos injustiçados pela mídia!

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, farei rapidamente a leitura das CPIs que foram protocolizadas pelos partidos aliados ao Governo como sendo as mais importantes para apurar desvios criminosos do dinheiro público praticados em várias áreas do Estado.

Teremos a CPI da TV por assinatura; a CPI para investigar a razão da remuneração irrisória paga aos médicos pelas operadoras de planos de Saúde - peço a atenção da opinião pública e dos parlamentares sobre o tema e sua relação com a Assembleia Legislativa; a CPI para investigar as causas e consequências do consumo abusivo de álcool, aliás, o número do requerimento é interessante: ‘Requerimento 171/11’; a CPI para apurar a real situação do ensino superior praticado pelas instituições particulares no Estado de São Paulo; vejam a profundidade desta CPI para ser objeto de apuração nesta Casa de leis e de fiscalização dos atos do Executivo: CPI para investigar os problemas relacionados à contratação do serviço odontológico especialmente os relacionados aos implantes odontológicos, esclarecendo à população que só podem funcionar cinco CPIs ao mesmo tempo, portanto, estas cinco primeiras é que devem ser instaladas, as demais vão para a gaveta.

Posteriormente mais cinco ao encerrarem as primeiras cinco. Ou seja, as CPIs protocolizadas pela oposição nesta Casa, pelo PT e pelo PSOL, vão ficar relegadas a um plano secundário, não sendo possível apurar situações em que haja desvios criminosos do dinheiro público e improbidade administrativa, por isso estou fazendo questão de dizer uma a uma dessas CPIs. Depois vou disponibilizar na internet para mostrar quem assinou esses requerimentos, para mostrar que são CPIs protelatórias, simplesmente para ocupar espaço e dizer que esta Casa está cumprindo seu papel fiscalizador.

A sexta CPI será para investigar supostas irregularidades praticadas em clínicas especializadas em reprodução assistida. Será que vamos trazer aqui o Roger Abdelmassih para falar sobre reprodução assistida? A sétima CPI vai investigar a prática adotada por lojas que dizem vender a prazo sem juros, o chamado parcelamento sem juros; a oitava CPI vai investigar a eventual cartelização do mercado de autopeças no Estado de São Paulo; a nona CPI vai investigar a ocorrência da pesca predatória no Estado de São Paulo; a décima CPI vai investigar as empresas de telemarketing; a décima primeira - esta eu vejo como de uma importância fundamental para o papel fiscalizador da Assembleia Legislativa -, a 11ª CPI vai investigar os problemas relacionados ao consumo da gordura hidrogenada. A 12ª vai investigar o desaparecimento de pessoas no Estado de São Paulo.

Por que estou dizendo isso? Porque muitas vezes a população acaba perguntando: mas a Assembleia não tem o papel de fiscalizar, antes até do papel de legislar? E a maioria de nós responde: nós, durante 4 anos, fizemos funcionar 20 CPIs. São CPIs com esse tipo de conteúdo que nada tem a ver com a missão precípua da Assembleia de ser órgão fiscalizador em nome da população.

Por que instalam esse tipo de CPI, com esse tipo de vergonha, medidas protelatórias dessa natureza? Simplesmente porque, se for fazer uma investigação séria, coerente, vai-se encontrar desvio criminoso de milhões e milhões de reais dos impostos recolhidos dos contribuintes. Então é isso que assistimos, lamentavelmente. Não pode fazer uma CPI. E mais: a maioria dos parlamentares assinar esse tipo de requerimento simplesmente para não ter a fiscalização de situações que vão escancarar o desvio do dinheiro público.

Eu mesmo, no início da legislatura anterior, consegui 38 assinaturas para instalação da CPI da Segurança Pública. Em mais de 500 páginas provei o desvio criminoso de mais de mais de 30 milhões de reais do Sistema Prisional de 2000 a 2006. Mostrei por que aconteceram os ataques do PCC. Quando o governo viu o conteúdo bombástico que tive que anexar à CPI ele pressionou 7 deputados da situação a retirar suas assinaturas dessa CPI. Fiquei com 31 assinaturas. Como são necessárias 32, tiraram a escada e fiquei com a brocha na mão sem ter condição de investigar, de aprofundar, de identificar e fazer punir criminosos em todas as esferas do governo, que participaram desse conluio criminoso de desvio financeiro na Segurança Pública.

Ao falar de Segurança Pública temos que lembrar, sim, que temos a polícia pior paga do país.

Para que conste do Diário Oficial da Assembleia vou ler os valores salariais da aprovação de uma PEC que acabou tendo o nº de PEC 300, também, mas no Estado da Paraíba. Os deputados estaduais paraibanos aprovaram por unanimidade a PEC 300, que recebeu parecer favorável. Houve um grande acordo com o governo e o soldado de 1ª classe, nesse estado, passou a ter salário base de 3.012,75 reais, chegando ao coronel com 12.401,00 reais.

Isso é 60% maior do que o salário base de 1.800 reais de um soldado; com todo respeito à Paraíba, mas com a limitação orçamentária da Paraíba. Na Paraíba um soldado de primeira classe ganha 3.012 reais. Em São Paulo, 40% do PIB, 1.880 reais.

Para complementar essas informações, passo a ler a íntegra da notícia.

Aprovado: com parecer oral da CCJ e da CO, ALPB acata por unanimidade a PEC 300; projeto amplia salários de policiais e bombeiros da Paraíba

Os deputados paraibanos aprovaram por unanimidade, na manhã desta quarta-feira (26), a PEC 300. A matéria recebeu o parecer oral favorável da Comissão de Constituição e Justiça, através do deputado Gervásio Maia (PSDB), da Comissão de Orçamento, através do deputado João Gonçalves (PSDB) e da Comissão de Serviço Público, através do deputado Fabiano Lucena (PSDB).

Nesta quarta-feira (27), a bancada do governo compareceu 'em peso' à sessão na Assembleia Legislativa para colocar o projeto na pauta de votação. Já a maioria dos deputados de oposição não se encontravam em plenário. A sessão contou com a presenças de 19 deputados.

Representantes das categorias já comemoram a aprovação do projeto pelas ruas da cidade. Vários representantes das categorias estão em frente à Assembleia comemorando as aprovações dos projetos. O Major Fábio (DEM) esteve presente à sessão e foi bastante saudado pelos policiais que lotaram as galerias da Casa de Epitácio Pessoa.

Para elaboração dos projetos, que foram apelidados de "PEC-300", a equipe econômica e administrativa do Poder Executivo Estadual tomou como base a tabela de vencimento dos policiais de Sergipe, que efetua, por graduações, os seguintes pagamentos:

Coronel: R$ 12.401,62;

Tenete Coronel: R$ 10.784,02;

Major: R$ 9.885,35;

Capitão: R$ 8.599,70;

1º Tenente: R$ 7.166,41;

2º Tenente: R$ 5.733,13;

Aspirante: R$ 5.512,63;

Subtenente: R$ 4.793,59;

1º Sargento: R$ 4.566,32;

2º Sargento: R$ 4.004,67;

3º Sargento: R$ 3.512,87;

Cabo: R$ 3.193,52;

Soldado 1ª classe: R$ 3.012,75

Também vou ler o projeto que alterou a estrutura remuneratória da Polícia Militar do Distrito Federal, que estabelece alguns procedimentos de unificação de quadros, de carreira única e o piso salarial do soldado de polícia em 5.600 reais, e do 3º sargento em 10.939 reais.

O teor do projeto é o seguinte:

O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 62 da constituição da República Federativa do Brasil, adota a seguinte medida.

Art. 1º Fica instituída a carreira única da Polícia Militar do Distrito Federal a qual incia-se como soldado de 2a classe e encerra-se como Coronel de Polícia.

Art. 2º - A polícia Militar do Distrito federal criará normas e mecanismos para a ascensão profissional.

Art. 3º - Unificam-se todos os quadros da Policia Militar ao Quadro de Policiais Militares Combatentes, exceto o Quadro dos médicos que permanece conforme encontra-se na lei.

Art. 4º - Deixa de existir o número do vagas para promoção, havendo progressão funcional conforme tabela em anexo.

Art. 5º - Todo o benefício contido nesta lei estende-se aos policiais militares inativos, da reserva remunerada e as pensionistas.

Art. 6º - Deixa de existir o interstício e passa a ter progressão funcional conforme tabela do anexo I.

Art 7º - Estabelece o Mês Março como sendo a data base do reajuste dos Policiais Militares do Distrito Federal.

Art. 8º - Institui o reajuste anual para os Policiais Militares no mesmo percentual concedido ao Fundo Constitucional.

Art. 9º - A promoção para 2º Ten. será exclusiva dos subtenentes ou, quando não houver subtenente habilitado, deverá ser primeiro Sargento obedecendo ao critério da antiguidade.

Art. 10 - Cria-se a gratificação para os policiais militares que estejam exercendo função de monitor, instrutor e ou comandante de pelotões dos cursos de formação e profissionalização.

Art. 11- Cria-se a gratificação de escolaridade para curso acima de 120horas/aulas no mesmo valor pago referente a um serviço voluntário.

Art. 12 - Para efeitos do disposto no inciso I do Art.86, ficam estabelecidas as equivalências de cursos conforme aplicado nesta lei no Art. 105 aos Bombeiros Militares do Distrito Federal

I - o Curso de formação da Praças, o Curso de Formação de Soldado;

II - o Curso de Aperfeiçoamento de Praças, o Curso de Formação de Sargentos;

III - o Curso de Altos Estudos de Praça, o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos;

IV - o Curso de Formação, os cursos superiores exigidos para o ingresso dos militares dos Quadros de Oficiais Militares QOPMA e Especialistas.

Art. 13 - O Policial Militar, quando completar trinta anos de efetivo serviço à Corporação, será promovido automaticamente ao posto ou graduação seguinte na escala hierárquica.

Art. 14 - Cria-se a gratificação de escolaridade para os cursos de pós-graduação, mestrado, doutorado, bacharelado no valor pago referente a dois serviços voluntários por cada certificado apresentado.

Art. 15 - Para a progressão funcional ao posto de coronel serão exigidos os cursos: Bacharel em Direito, de Aperfeiçoamento de Oficiais, de Altos Estudos de Oficiais, Superior de Oficial, que serão ministrados a partir do posto de capitão pela PMDF e CBMDF.

Art. 16 - autoriza a venda das licenças especiais e férias não gozadas total ou parcial para aquisição da casa própria, aquisição de veículos, custear despesas médicas para tratamento de saúde própria ou de dependentes, pagamento de dívida com entidade ou órgãos do governo.

Tabela dos quadros de postos e graduações da PMDF e seus respectivos vencimentos após a publicação da reestruturação

22 de fevereiro de 2011 10:55

Quadros existente hoje na PMDF e suas respectivas vagas.

Tempo na função/níveis

Vencimentos

Coronel PM

nível único

R$ 23.275,00

Tenente-Coronel PM

03 anos/nível 03

R$ 21.413,00

02 anos/nível 02

R$ 20.947,50

01 ano/nível 01

R$ 20.482,00

Major PM

03 anos/nível 03

R$ 20.016,50

02 anos/nível 02

R$ 19.561,00

01 ano/nível 01

R$ 18.852,75

Capitães

03 anos/nível 03

R$ 18.387,25

02 anos/nível 02

R$ 17.921,75

01 ano/nível 01

R$ 17.456,25

Primeiro-Tenente PM

03 ano/nível 01

R$ 17.400,00

02 anos/nível 02

R$ 17.300,00

01 ano/nível 03

R$ 17.223,50

Segundo-Tenente PM

03 anos/nível 03

R$ 17.117,00

02 anos/nível 02

R$ 16.687,00

01 ano/ nível 01

R$ 16.257,00

SubTenente

03 anos/nível 03

R$ 15.827,00

02 anos/nível 02

R$ 15.361,50

01 ano/nível 01

R$ 14.430,50

1º Sargento

03 anos/nível 03

R$ 13.965,00

02 anos/nível 02

R$ 13.499,50

01 ano/ nível 01

R$ 13.034,00

2º Sargento

03 anos/ nível 03

R$ 12.568,50

02 anos/ nível 02

R$ 11.870,25

01 ano/ nível 01

R$ 11.404,75

3º Sargento

03 anos/ nível 03

R$ 10.939,25

Essa é a diferença e muitas vezes o cidadão não entende por que a sua segurança é tão ruim: porque o estado faz de conta que investe na segurança pública no Estado de São Paulo.

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Heroilma Tavares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.)

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, atendendo solicitação do nobre Deputado Olímpio Gomes, esta presidência convoca V.Exas. nos termos do Art. 18, da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se em 15 de abril, às 10 horas, com a finalidade de homenagear os 20 anos de criação da Força Sindical.

Nos mesmos termos, esta presidência convoca V.Exas. para uma Sessão Solene a realizar-se em 18 de abril, de 2011, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o Dia de Tiradentes, patrono da Nação brasileira e da classe odontológica, com a posse de conselheiros do Conselho Regional de Odontologia.

Por permuta de tempo com o nobre Deputado Baleia Rossi, tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, caríssimos telespectadores assomo mais uma vez à tribuna para falar daquilo que é o mais importante para o ser humano: o direito à vida, o direito à saúde o direito e à paz; esse direito de ir e vir que não temos. Não é só este deputado mas todos nós temos esses problemas. É uma cidade que está no meio da Grande São Paulo que também convive com um grau radical de violência? Por quê? Porque não tivemos uma educação e uma cultura fortes. Não tivemos investimentos no esporte para encaminhar nossos jovens para o caminho do bem. A turma do mal está crescendo, mas não pode. A turma do bem tem de prevalecer. A continuar essa situação, todos nós pagaremos. E não é só policial que morre não, não é só marginal que morre não. Nós também morremos porque estamos entre eles. A mãe do marginal sofre muito e ela não tem culpa de ter um filho marginal.

Caro presidente major Olímpio, V.Exa. tem dado sua contribuição nesta Casa reivindicando melhores salários para os policiais. Quanto ganha um policial, um investigador, um delegado de polícia depois de dez anos, por exemplo? Não há estímulo. A Polícia, hoje, está sucateada. A Segurança está sucateada. Não temos uma política de Segurança que possa trazer o direito de ir e vir a todos nós.

A Cidade de São Paulo deveria exportar know-how de tecnologia, e exporta; know-how de medicina; know-how de ciência; know-how do comércio; mas não exporta o know-how da segurança. Em termos de segurança, estamos zero. Está muito difícil. Não dá para aceitar, no coração de São Paulo, um comerciante sair do trabalho e ser assassinado, como aconteceu anteontem. Ele entregou tudo aos marginais, mas com o sentimento de impunidade os marginais atiraram nesse comerciante, matando-o no Centro de São Paulo.

Que vergonha para nós. E fui agredido na Cidade de Diadema, a cidade em que sempre citei, em todos os cantos a que fui, dizendo ser uma cidade que havia diminuído o índice da violência em 80% por haver adotado a nossa lei, a lei de todos nós, aprovada na Câmara Municipal de São Paulo. Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. também fazia parte da Câmara Municipal à época. Sempre citei Diadema como uma cidade segura, mas sábado estive lá e fui agredido, assaltado junto com meu filho. Diadema é a cidade que sempre idolatrei, que conseguiu investimento, porque uma cidade com ordem pública atrai investimento e gera emprego. Os imóveis se valorizaram; antes não valiam nada. Ninguém queria ir para Diadema porque era violenta, como ninguém quer ir para Recife, para o Rio de Janeiro. Cidades onde há desordem pública, ninguém quer ir, ninguém quer investir, ninguém quer ficar.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, temos que reagir. Não dá para ficarmos de braços cruzados. Lá na Câmara Municipal de São Paulo fiz uma lei e aprovei, a Lei da Moto sem Garupa. Segundo Dr. Aldo Galeano Jr., que hoje ocupa o Dird, o número de assaltos em saída de banco pelo garupa de moto é de 92 por cento. A moto é rápida, o capacete faz o papel de máscara e impede a identificação do bandido. Tenho uma moto, mas não ando em São Paulo. Se andar aqui em São Paulo, sou assaltado por garupa de moto. Posso andar só em cidades tranquilas, talvez em Jundiaí, outras cidades do interior. Isso fora o trânsito caótico que ceifa três motoqueiros por dia nesta cidade maluca.

Mas o Executivo derrubou essa lei, vetou. E aí não consegui mais aprovar. Faz 10 anos que tento implantar essa lei em São Paulo, que iria salvar tantas vidas. Mas Deus vai me ajudar, como ajudou em Diadema, poupando-me. Eu poderia estar hoje debaixo da terra ou ter sido cremado. Como qualquer outro cidadão, não tenho segurança nenhuma. Pagamos impostos, e estamos sempre cumprindo nossos deveres. Qualquer cidadão de São Paulo, hoje, pode viver o que vivi. E isso eu não quero nem para o meu pior inimigo. Temos que fazer algo. Não sei se é esse o caminho, mas é tolerância zero. Quero o apoio de todos os Srs. Deputados, Sras. Deputadas. Talvez eu não tenha tido apoio dos vereadores na Câmara municipal de São Paulo, que é o maior Parlamento. Foram quase dez anos para aprovar a lei seca. A mídia bateu muito forte sobre este vereador, hoje Deputado, mas não consegui derrubar o veto sobre a moto sem garupa, com uma votação de 28, e que salvaria muitas vidas.

Talvez nós tivéssemos salvo a vida do irmão do Deputado Said Mourad. Talvez nós tivéssemos salvo a vida do irmão do Deputado Federal, Walter Ihoshi, em Diadema, no ano passado. Talvez nós tivéssemos evitado esse constrangimento do Thomas, filho do Governador Geraldo Alckmin, há dois ou três anos, que foi assaltado na Marginal do Pinheiros, em plena luz do dia.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, foi em plena luz do dia, não foi à noite, não. O filho do Governador foi assaltado em plena luz do dia. Se o filho do Governador é assaltado, imaginem nós. Eu não tenho nenhuma segurança. A única segurança que tenho é Deus. Vocês também não têm. Jornalistas são mortos, não chegou ainda a um deputado, mas pode chegar. Não chegou a um vereador na capital, mas pode chegar.

Eu dizia lá na tribuna: “preciso de sua ajuda, vamos derrubar esse veto da moto sem garupa”. Não podemos aceitar que um ministro desembarque em Congonhas e tenha seu Rolex roubado; depois foi devolvido num depósito da Rodoviária. O ministro Melo ia dar aula na FMU, no bairro da Liberdade, e foi assaltado ao desembarcar em Congonhas.

Que vergonha para nós que turistas sejam roubados a todo instante. É uma polícia mal remunerada, uma polícia desaparelhada. Não temos nenhuma segurança. Se assaltam o filho do Governador, um deputado poderá ser assaltado, assim como um jornalista, um vereador, um comerciante, um engenheiro, um médico, um economista. É questão de dias.

Eu nunca imaginei que ficaria na mira de três marginais, que poderiam puxar o gatilho. Eles não puxaram. Se tivessem puxado, eu não estaria aqui. Eu não quero viver essa situação novamente. Tenho obrigação de lutar pela segurança, pela vida. Tenho obrigação de lutar pelos projetos de lei. Tenho a obrigação e o dever de lutar por qualidade de vida, pela tolerância zero, pela blitz do desarmamento. Vamos tirar as armas desses marginais. De onde vêm essas armas?

Há pouco estava presente aqui a equipe do CQC. Quero fazer um apelo a esse programa, que é muito visto. Penso que eles poderiam satirizar sobre a nossa segurança, que não existe, satirizar sobre a violência. Peço à equipe do CQC que nos ajude, porque é um programa que muitos veem; até eu assisto frequentemente. Precisamos de todos para buscar qualidade de vida, buscar saúde, que é o bem maior.

Peço o apoio de todos os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas, da imprensa e de todos os cidadãos que sofrem constantemente com a violência. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, gostaria de reforçar o convite para uma grande audiência pública, a ser realizada no próximo dia 24, na Assembleia Legislativa, Plenário Franco Montoro, para discutir a crise na Universidade de São Paulo. A maior universidade de São Paulo passa por uma verdadeira crise de autoritarismo promovida pela Reitoria da universidade. A universidade pública que deveria dar exemplo de democracia, de gestão democrática no mundo acadêmico e no mundo educacional, se comporta de uma maneira totalmente inversa. Já denunciamos exaustivamente sobre a perseguição e a criminalização do movimento sindical e do movimento estudantil.

Temos lá estudantes respondendo a processo administrativo porque se mobilizaram, fizeram manifestações e tiveram um comportamento crítico em relação aos atos da administração. Temos lá também uma perseguição extremamente pesada e brutal contra o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo, a Sintusp. A sua diretoria, inclusive o atual Reitor, João Rodas, chegou a comparar o movimento sindical dos trabalhadores do Sintusp ao crime organizado do Rio de Janeiro. Existe até gravação de programa de rádio em São Paulo onde o reitor se coloca dessa maneira, afrontando o direito de organização dos trabalhadores. O mesmo acontece com os docentes.

O fato é que há uma grande crise de autoritarismo e a falta da gestão democrática vem acirrando cada vez mais a crise na Universidade de São Paulo, sem contar com o desrespeito da Reitoria em relação ao direito constitucional da isonomia salarial, que foi quebrada no final do ano passado. O Reitor João Rodas concedeu reajuste salarial apenas para os professores, não estendendo esse benefício para os servidores.

Isso é inconstitucional e fere a Constituição Federal no seu princípio da isonomia salarial. Vamos realizar essa audiência pública com os trabalhadores da USP, com os professores, com os alunos. Teremos a presença da Sintusp, do DCE, da Universidade de São Paulo, do Sindicato dos Professores e de muitas outras entidades que estão em defesa de uma universidade pública, democrática e livre no Estado de São Paulo.

Gostaria de registrar que a atual Reitoria demitiu recentemente mais de 260 trabalhadores sem a mínima justificativa. Como se não bastasse tudo isso, a reitoria está distribuindo um informativo no campus da Universidade de São Paulo representando um verdadeiro terrorismo psicológico contra os trabalhadores. É um documento muito estranho que joga o Ministério Público Estadual contra os trabalhadores, sobretudo ao direito de greve. O panfleto diz que a universidade acaba de ser interpelada pelo Ministério Público sobre o pagamento dos dias não trabalhados durante o período de paralisação de servidores, ocorrida entre os meses de maio e junho do ano passado.

Houve realmente uma greve por conta da intransigência e desse autoritarismo da reitoria em não negociar e não atender as justas reivindicações dos servidores, que têm um dos salários mais baixos do funcionalismo estadual. Elas são vítimas do processo de terceirização de serviços, e os servidores fizeram uma greve dentro dos marcos da legalidade. Agora o reitor pede para distribuir um panfleto, fazendo terrorismo psicológico, apresentando até uma foto de uma placa do Ministério Público, da Rua Riachuelo. Ele passa a impressão de que o Ministério Público é um bicho-papão que vai engolir os trabalhadores. Primeiro que a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público Social tem que defender os interesses dos trabalhadores, e a greve é um instrumento essencial que faz parte da luta dos trabalhadores, para a melhoria das suas condições salariais e também de trabalho.

No entanto, a USP tenta vender a imagem de que o Ministério Público está contra os trabalhadores. Ao contrário, nós vamos inclusive interpelar o Reitor Rodas, e vamos procurar também o Ministério Público para conversar e confirmar esses dados. Houve uma greve, e toda a greve depois passa por um processo de negociação no seu término sobre os dias parados, há sempre uma reposição, os dias são compensados e os trabalhadores recebem os seus salários, tanto que é proibido descontar enquanto a greve não é julgada ilegal, não pode haver descontos em folha de pagamento.

A greve dos trabalhadores da Universidade de São Paulo realizada no ano passado foi feita nos marcos da legalidade. Não tem sentido agora a USP fazer terrorismo psicológico justamente às vésperas de uma audiência pública na Assembleia Legislativa para debater a crise na universidade. E também no mesmo dia na parte da manhã, haverá uma grande assembleia na Universidade de São Paulo.

Entendemos que esse panfleto reacionário, de direita, tem como função desestabilizar a organização dos trabalhadores, dos professores e dos estudantes na Universidade São Paulo.

Sr. Presidente, para reforçar, a audiência pública será realizada no próximo dia 24, na Assembleia Legislativa, às 14 horas e 30 minutos, no plenário Franco Montoro. Estão todos convidados, população, estudantes, professores, servidores da Universidade de São Paulo, todos os Deputados e Deputadas, de todos os partidos, para que façamos a defesa intransigente da liberdade de expressão, da liberdade de organização, do direito de greve, de todos os trabalhadores da Universidade de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS CEZAR DA SILVA - PSC - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, é uma alegria muito grande estar chegando a Casa. Inicialmente gostaria de agradecer àqueles que nos conduziram a este mandato. Foram quase 70 mil pessoas que foram às urnas, e estamos estreando aqui no Parlamento do Estado de São Paulo, sou grato a todos os nossos eleitores, a toda região de Sorocaba. Eu que estive por dois mandatos na Câmara Municipal, deixei vários companheiros, amigos, vereadores combativos da cidade do Sorocaba, e quero aproveitar este momento para fazer um comunicado.

Amanhã, o Governador do Estado, Geraldo Alckmin, estará na cidade de Sorocaba para anunciar investimentos na área da Saúde, no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, que atende 48 municípios e mais de dois milhões e oitocentos mil habitantes. É um investimento da ordem de 60 milhões de reais. É uma demanda, um clamor de toda a nossa população que sonha em ter um atendimento digno na área da Saúde.

E a nossa proposta ao chegar aqui a este Parlamento estadual é exatamente de levar condições às pessoas de terem um tratamento de saúde digno. Estaremos participando desse ato com o Governador amanhã, às 10 horas, no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, investimento que visa trazer mais celeridade na realização de exames, num convênio também com a Pontifícia Universidade Católica, a PUC de Sorocaba, Faculdade de Medicina.

Amanhã então será anunciado esse investimento da ordem de 60 milhões de reais pela Secretaria de Saúde do Estado juntamente com o Governador Geraldo Alckmin na Cidade de Sorocaba. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência adita à Ordem do Dia da Sessão Ordinária de amanhã com o PLC 03/11 e o PL 30/11, que tramitam em regime de urgência.

Havendo acordo de lideranças, antes de levantar os trabalhos, convoca V. Exas. para Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia do dia 17 e o aditamento ora comunicado, lembrando-os ainda da Sessão Solene a realizar se hoje, às 20 horas, com a finalidade de homenagear os 90 anos do jornal “Folha de S.Paulo”.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 26 minutos.

 

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