04 DE MAIO DE 2007

005ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “95º ANIVERSÁRIO DO SANTOS FUTEBOL CLUBE”

 

Presidência: VAZ DE LIMA e LUCIANO BATISTA

 

Secretário: LUCIANO BATISTA


DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 04/05/2007 - Sessão 5ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: VAZ DE LIMA/LUCIANO BATISTA

 

COMEMORAÇÃO AO "95º ANIVERSÁRIO DO SANTOS FUTEBOL CLUBE"

001 - Presidente VAZ DE LIMA

Abre a sessão. Anuncia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada por esta Presidência, a pedido do Deputado Luciano Batista, com a finalidade de comemorar o 95º aniversário do Santos Futebol Clube. Convida a todos para, de pé, entoarem o Hino Nacional Brasileiro. Recorda como se tornou torcedor do Santos. Presta homenagem às autoridades presentes com a entrega da Medalha da Constituição. Anuncia a mensagem do jogador Robinho do Real Madrid.

 

002 - LUCIANO BATISTA

Assume a Presidência. Lê ofício do Deputado Federal Arnaldo Jardim, em que homenageia o Santos Futebol Clube.

 

003 - BRUNO COVAS

Deputado Estadual, diz ser torcedor do Santos desde a sua infância devido a influência de seu avô, o ex-Governador Mário Covas, que foi um torcedor radical do Santos.

 

004 - JOÃO BARBOSA

Deputado Estadual, fala de seu orgulho por estar presente nesta solenidade e saber do valor e da coragem deste time.

 

005 - CELSO JATENE

Vereador à Câmara Municipal de São Paulo, presta homenagem ao ex-Governador Mário Covas, como santista e como exemplo de político que lutou pela democracia deste país.

 

006 - FLORIVAL AMADO BARLETA

Presidente do Conselho  Deliberativo do Santos Futebol Clube, diz de sua emoção por participar da comemoração dos 95 anos do Santos Futebol Clube e agradece a homenagem prestada por esta Casa.

 

007 - Presidente LUCIANO BATISTA

Presta homenagem ao Santos Futebol Clube com entrega de placa comemorativa.

 

008 - MARCELO PIRILO TEIXEIRA

Presidente do Santos Futebol Clube, agradece a homenagem, destacando os fatos históricos que levaram o clube à posição de destaque em que hoje se encontra.

 

009 - Presidente LUCIANO BATISTA

Fala de sua alegria em ser santista. Recorda as conquistas dos Santos Futebol Clube nestes 95 anos de existência. Anuncia a execução do Hino do Santos Futebol Clube. Agradece a todos que colaboraram com a solenidade. Encerra a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Luciano Batista para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - LUCIANO BATISTA - PSB - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada..

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Esta Presidência convida a todos os presentes para, em pé, ouvirem o Hino Nacional Brasileiro.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Gostaria de aproveitar a oportunidade para dizer aos meus companheiros de clube que esta Sessão Solene foi convocada por este Presidente, atendendo solicitação do nobre Deputado Luciano Batista, com a finalidade de comemorar o 95º aniversário do Santos Futebol Clube.

E vou me permitir numa única fala cumprimentar o Deputado Luciano, proponente desta justa homenagem ao nosso glorioso Peixe e agradecer também a presença dos santistas, pelo menos um deles de nascimento, o outro, acho, que de coração - mas não podemos usar a camisa do Santos aqui, não tem jeito, temos que estar de terno -, os Deputados Bruno Covas e João Barbosa. E em nome do Presidente do clube, Marcelo Pirillo Teixeira, e do Presidente do Conselho Deliberativo, Florival Amado Barleta, cumprimentar todas as demais autoridades e os presentes.

Ficamos muito felizes com a iniciativa do nobre Deputado Luciano Batista, que inicia seu primeiro mandato. Aguardávamos com muita ansiedade esse momento ímpar, que é a oportunidade de recebermos aqui tantos santistas, muitos de nascimento, mas, com certeza, todos de coração.

Então, presidentes Marcelo e Florival, fiz questão de estar aqui no início da sessão não só pelo fato de ser torcedor do Santos, mas porque senti a vibração desta Casa durante esses últimos dias na expectativa desta sessão solene. O fato de não termos aqui muitos Deputados tem uma justificativa: é uma sexta-feira, dia em que os Deputados já estão voltando para suas bases eleitorais, muito mais do que justificado, e alguns tinham compromissos, precisaram atender o imperativo de outro compromisso, mas isso foi muito comentado durante esses últimos dias aqui. Portanto, como Presidente efetivo desta Casa quero deixar esse meu testemunho. Se isso estivesse ocorrendo num dia de semana, com certeza esta Casa estaria repleta de Deputados, ainda que de torcedores de outras agremiações, já que estamos numa Casa plural, numa Casa democrática, onde temos a representação de quase todos os partidos políticos.

Temos treze partidos políticos e 94 Deputados. Com certeza há torcedores de todos os times. Encontrei aqui, ontem, aliás, um gremista. Apesar de ser paulista, veio do Rio Grande do Sul: o Deputado Enio Tatto. Vieram alguns Deputados do Rio Grande do Sul, assistiram o jogo do dia anterior. Depois vieram me visitaram aqui. Terminaram dizendo que eu falei, quando estava entrando na sala, aos que estavam lá e vou repetir aqui: eu me converti ao Santos. Não nasci santista. Sou de São José do Rio Preto. Minha história toda é de lá. Portanto, lá tinha duas opções na infância: ou torcia para o América ou torcia para o Rio Preto. Era a grande rivalidade. E a minha opção na época era estar mais perto do América, porque um irmão era mascote do América.

O Santos foi jogar lá. A linha era essa: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. O América ganhava o jogo até os quarenta e três e tanto do segundo tempo. A torcida já estava começando a ir embora. De repente, tudo mudou, porque o Pelé faz um gol. Pepe lança a bola e o Pelé faz um gol. Todo mundo se assustou. Quem estava indo embora, voltou. Soltam a bola. Decorridos alguns segundos, gol de novo: dois a um para o Santos. Virei santista. Foi a minha conversão. De resto, meu irmão que era mascote do América, também virou santista. Enfim, há muitas histórias para se falar destes 95 anos em homenagem àqueles que fizeram a história do Santos Futebol Clube, de tantas e boas tradições no nosso Estado e no nosso País, sem falar dos inúmeros títulos que recebeu fora do País.

Esta Casa quer prestar uma singela homenagem, a pedido do Deputado Luciano Batista, a algumas pessoas que são, na verdade, a história viva do Clube.

Esta Presidência pede que o próprio propositor da homenagem, Deputado Luciano Batista, ao nominar os que receberão a homenagem, faça a entrega da Medalha da Constituição àqueles que são, de fato, testemunhas de um momento da história e, ao mesmo tempo, atores dessa história.

Primeiramente quero convidar o Presidente do Santos Futebol Clube, Sr. Marcelo Teixeira, para receber a sua medalha. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da Medalha da Constituição.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Antes de chamar o próximo homenageado, quero dizer que solidariedade, gentileza, expressão de carinho, sempre fez e fará bem às pessoas.

A pedido do Deputado Luciano Batista vou convidar os Deputados Bruno Covas e João Barbosa para ajudarem na entrega das Medalhas.

Num momento em que se é tão difícil encontrar gestos assim, quero dizer que mais uma vez o Deputado Luciano Batista me surpreende - e me surpreende positivamente, como tem sido surpresa e revelação nesta Casa - por esse gesto de muito carinho e de uma enorme consideração aos colegas. Meu abraço, meu amigo.

Vou pedir ao Deputado Bruno Covas para entregar ao Presidente do Conselho Deliberativo, Florival Amado Barleta, a Medalha da Constituição. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da Medalha da Constituição.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Vou chamar agora o Bicampeão Mundial Interclubes pelo Santos Futebol Clube em 62/63 e pela nossa Seleção Brasileira em 58/62, José Macia Pepe. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da Medalha da Constituição.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB – Pepe, um minuto só, pois o Robinho está ao vivo no Telão. Vamos aproveitar esse momento, porque não é tão fácil termos uma chance dessa natureza. Vamos ver se o Robinho consegue entrar ao vivo.

 

O SR. ROBINHO - Manda um abraço para todo mundo aí. Fala que me sinto orgulhoso de fazer parte da história do Santos. Parabéns pelos 95 anos de glórias. Manda um abraço para o meu Presidente e fala para ele me contratar em 2010, depois da Copa do Mundo. Valeu. Tchau. Fica com Deus.

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Ele pediu para o nosso Presidente contratá-lo de volta aqui. Está ouvindo a intimada Presidente? É uma ordem. Vamos aproveitar, já que estamos no plenário, e aprovar isso. Ele disse que ama, não consegui entender se a todos - espero que sim - e para ficarmos com Deus.

Vamos chamar agora o Campeão Paulista de 1956, Cássio Nogueira. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da Medalha da Constituição.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Campeão - Troféu Teresa Herrera - 1959 - nosso querido Lalá, Carlos Pierin Lalá. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Nosso querido e veloz ponteiro Dorval Rodrigues, 1962/63, para receber a sua homenagem. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Vamos convidar o Vereador Celso Jatene, da Capital, para prestar a sua homenagem, em mais um gesto de grandeza do Deputado Luciano Batista, para fazer a entrega da medalha ao Campeão da Copa Mundial, nosso querido Abel, campeão da Copa Mundial 1968. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Agora o campeão paulista de 1984, Paulo Robson. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Mais um campeão, de 84 também, campeão paulista, Márcio Fernandes. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Meus companheiros de caminhada, preciso deixá-los. Agradeço muito por estes minutos em que fiquei aqui. Passo a palavra e a Presidência ao autor do requerimento desta convocação, Deputado Luciano Batista, não sem antes dizer duas coisas, evidentemente com todo o respeito.

Se Deus me permitir, e nada me ocorrer de diferente, quero estar no domingo lá. Se Deus quiser. É uma alegria. Muito obrigado pelo convite. Fiz coincidir a minha agenda aqui na Capital, para estar mesmo aqui.

Em segundo, vamos todos no domingo acordar bem cedo e, literalmente, vestir a camisa do nosso time. Com toda a energia possível do mundo vamos para o estádio, ou se fica em casa ou se vê pela TV, ou se ouve, enfim, estaremos todos numa boa corrente para dizer que é possível. Já fizemos tantos outros bons milagres. Isso não é nenhum milagre. Nós vamos ganhar e seremos campeões.

Um grande abraço a todos e muito obrigado. (Palmas.)

Enquanto aguardamos a chegada do Deputado Luciano Batista, quero agradecer muito aos funcionários e a todos os que nos ajudaram, especialmente uma pessoa queridíssima entre nós, ela vai dar uma puxadinha na nossa orelha, porque nós não nos comportamos com a devida solenidade, a Dona Yeda. Ela não gosta muito, não, mas merece uma salva de palmas. (Palmas.) Ela está conosco há tanto tempo que já é o nosso patrimônio.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luciano Batista.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUCIANO BATISTA - PSB - Gostaria de registrar a presença do Chefe do Ministério da Agricultura de Santos, Sr. Orlando Trietto Júnior; Sr. Luis Cláudio da Silva Macedo, fiscal do Ministério da Agricultura de Santos; Sr. José Carlos Peres, nosso querido supervisor do Escritório Regional de Santos aqui em São Paulo; nossa diretora do Santos Futebol Clube, Sra. Valéria Simões Teixeira, esposa do nosso Presidente; Sr. Elias Oliveira Neves, diretor do Departamento de Halterofilismo; diretor geral de Esporte Olímpico, Sr. José Rodrigues Sanches; nosso delegado de Polícia, Chefe da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, Dr. Paulo Rios; representante da nossa equipe co-irmã, São Paulo Futebol Clube, Sr. Ézio Ribeiro; e da rádio ABC de Santo André, Sr. Jurandir Martins e João Caparros.

Gostaria também de registrar uma correspondência recebida de um santista ilustre, o Deputado Federal Arnaldo Jardim, que passo a ler:

Brasília, 04 de maio de 2007

OF. Especial

Excelentíssimo Senhor

Deputado Luciano Batista,

Quero saudar a iniciativa do nobre Deputado em realizar uma sessão solene pelo 95º aniversário do Santos Futebol Clube. Uma agremiação que extrapolou os limites das quatro linhas para ganhar o imaginário de meninos e meninas em todo mundo. O nosso querido alvinegro praiano encantou o mundo, colocou o esporte em estado de arte e ajudou a sedimentar a célebre frase de Nelson Rodrigues, que classificou este Brasil varonil como a legítima "pátria de chuteiras".

O Santos é o meu time do coração, que aprendi a admirar ainda menino, testemunhando a magia, a técnica e os dribles desconcertantes que reinventaram o nobre esporte bretão. Da bola que passava de pé em pé, daquela que ainda é considerada a melhor linha de todos os tempos: Durval, Mengalvio Figueiro, Coutinho, Pepe e o maior de todos - Pelé, capaz de encantar até torcidas adversárias, paralisar guerras e despertar emoções e alegrias de privilegiados como eu, que puderam ver ao vivo, a história do futebol mundial ser escrita.

Aproveito a oportunidade para destacar o trabalho de Marcelo Teixeira, que em sua administração foi responsável direto pela volta do Santos, não apenas à elite do futebol, mas como um clube revelador de talentos notáveis, como a jovem geração de Robinho & Diego. Isso traz a certeza de que se tivemos um passado glorioso, um presente de conquistas e um futuro de muitas alegrias.

Infelizmente, em virtude de compromissos previamente agendados como Deputado federal não poderei comparecer a esta homenagem, mas gostaria de deixar registrado a satisfação e o orgulho de ver a Assembléia Legislativa de São Paulo render homenagens ao nosso glorioso alvinegro praiano - o Santos Futebol Clube.

Atenciosamente,

Arnaldo Jardim

Deputado Federal

Gostaria de registrar a agradecer a gentileza do nosso eterno craque Robinho, que estava saindo para jantar e nós o seguramos para que passasse uma mensagem pela webcam. O que mais gostei foi que ele pediu para V. Exa. o recontratar e eu peço a V. Exa. que leve em consideração esse pedido.

Esta Presidência concede a palavra ao Deputado Bruno Covas, da Bancada do PSDB.

 

O SR. BRUNO COVAS - PSDB - Sr. Presidente, Deputado Luciano Batista, a quem cumprimento pelo requerimento que culminou com esta Sessão Solene, ex-jogadores, eternos craques do Santos Futebol Clube, Presidente Marcelo Teixeira, Dr.Barleta, Presidente do Conselho, senhoras e senhores, feliz a idéia de Raimundo Marques, Mário Ferraz, Argemiro de Souza, que, em 14 de abril de 1912, resolveram fundar o Santos Futebol Clube.

Além de alegrias, de tristezas, de muitos domingos com a família no estádio esse time me deu o conhecimento do limite da palavra democracia. Feliz o Deputado Vaz de Lima que escolheu entre dois times. Eu não tive essa opção. Dentro de casa tinha o político que foi preso, teve seus direitos políticos cassados, defendeu a democracia. Foi dada a ele a possibilidade de se tornar ministro do regime militar, mas, em nome da democracia, da defesa de valores preferiu não aceitar e foi preso. Foi uma pessoa que lutou a vida inteira para que todos pudessem se manifestar, dar sua opinião.

Mas quando se tratava de Santos Futebol Clube, lá em casa acabava a democracia. Ou era Santos, ou não podia ficar com ele assistindo ao jogo de futebol. Com essa “ausência total de democracia”, que mostrou ter alguns parâmetros, é que passei minha infância inteira torcendo pelo Santos Futebol Clube e espero passar isso para o meu filho que tem um ano e meio, para que seja mais um torcedor desse time.

Essa paixão de Mário Covas foi reconhecida recentemente, quando tive oportunidade, no ano passado, de inaugurar uma ala da diretoria na Vila Belmiro que foi denominada Mário Covas.

Nasci em 1980 e passei a década de 80 e 90 torcendo pelo Santos Futebol Clube. Nessa época tive muito sofrimento com o time. Era difícil encontrar alguém que tivesse a coragem de dizer que torcia pelo Santos Futebol Clube. Tínhamos de ouvir piadinhas como: “Você torce pelo Santos? Mas e time grande? Qual é seu time grande?” Mesmo assim tínhamos aquela paixão, como temos até hoje.

Vimos, recentemente, um trabalho de aposta sendo feito nas categorias de base, com possibilidade de campo de treinamento para essas categorias. Isso possibilitou ao Santos estar mais uma vez, hoje, disputando as finais. Estamos às vésperas de mais uma final e estaremos lá torcendo pelo Santos. Certamente, como disse aqui o Deputado Vaz de Lima, não será milagre nenhum. Tenho certeza de que domingo à noite estaremos cantando: “Sou alvinegro da Vila Belmiro, o Santos mora em meu coração.” Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCIANO BATISTA - PSB - Esta Presidência concede a palavra ao Deputado João Barbosa, outro Deputado santista.

Antes, gostaria de registrar a presença de outro santista ilustre, Coronel Renato Yoshio Mori, da nossa querida Aeronáutica.

 

O SR. JOÃO BARBOSA - DEM - Sr. Presidente, senhoras e senhores, a vida nos reserva coisas que não imaginamos. Sou filho de imigrante nordestino; meu pai apostou tudo vindo do Nordeste para o interior do Estado de São Paulo.

Tivemos uma vida muito difícil. Perdemos tudo, viemos para São Paulo. Não tínhamos televisão em casa e ouvíamos rádio. Assim, íamos nas casas de amigos, aos domingos, nos dias de jogos, ouvir falar desse time tão glorioso.

Ouvia os gols de Pelé, Pepe, essa turma maravilhosa, e nunca imaginei receber um dia um abraço carinhoso do Pepe, uma pessoa ímpar, dessas pessoas que nos dão enorme prazer e alegria.

Sr. Presidente, a quem conheço há poucos dias, quero dizer que hoje V. Exa. me fez voltar a ser criança. Em 1958, quando nossa Seleção se tornou campeã, eu estava com um ano de idade.

A minha vida não foi de facilidades, mas de muitas lutas, porém conquistei muita coisa. Tenho como exemplo o time do Santos, que sempre foi um time lutador, um time guerreiro, independente do adversário. Se estiver perdendo por um, por dois, é um time sempre vencedor. Tenho certeza absoluta de que nesse domingo teremos o prazer de, mais uma vez, levantar a taça.

Quando esse time foi armado, ninguém acreditava. Diziam que seria um time para 2007. Já tive o prazer de ver esse time campeão, classificado para a Libertadores. Agora, estamos às vésperas de mais um título. Não é disputa. É mais um título, porque confio na raça, no brilhantismo de quem veste essa camisa, porque sabe o valor que ela tem.

Não vamos falar do nosso Edson, o glorioso Pelé. Se formos falar do Santos vamos ficar aqui a noite toda. Quero agradecer de todo coração esta oportunidade.

Presidente, parabéns pelo trabalho que o senhor tem feito por esse time. O senhor estará no nosso coração eternamente.

Muito obrigado. Que Deus abençoe a todos os senhores, a todos os torcedores do Santos. Vamos mostrar ao nosso país, ao mundo, o que representamos, torcendo com vibração, sem violência. Espero que, nesse domingo, venhamos a ter o maior número de torcedores possível, porque, juntos vamos gritar “é campeão, é bicampeão”.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCIANO BATISTA - PSB - Esta Presidência concede a palavra ao Vereador Celso Jatene, que também fez uma homenagem ao nosso Santos na Câmara Municipal de São Paulo.

 

O SR. CELSO JATENE - Presidente Luciano Batista, na pessoa de quem cumprimento os Deputados e autoridades presentes, Presidente do Santos Futebol Clube, Sr. Marcelo Teixeira, na pessoa de quem cumprimento todos os craques que fizeram nossa história, o Presidente do Conselho, os amigos, os sócios e os conselheiros do Santos aqui presentes, não podia deixar de falar alguma coisa depois do que o Deputado Bruno Covas falou.

Não era falta de democracia. Todos sabemos, principalmente nós que estamos na política, que Mário Covas era um sábio. Portanto não era falta de democracia. Quando ele disse ao Bruno que ele teria de torcer pelo Santos ele estava colocando em prática sua sabedoria.

Têm duas passagens do Governador Mário Covas que quero deixar aqui registradas. Uma “in memoriam”. Quando fiz a comemoração dos 90 anos do Santos na Câmara Municipal em 2002, o Zuzinha, seu tio, foi receber um troféu que fizemos em homenagem ao santista Mário Covas. Quando ele foi usar a palavra, emocionado, chorando, disse o seguinte: “Apesar de ter sido prefeito de São Paulo, governador do Estado de São Paulo por praticamente dois mandatos, Mário Covas morreu com uma frustração: a de não ter sido presidente do Santos Futebol Clube”.

O outro registro de Mário Covas, costumo dizer para os meus filhos, meus amigos, meus familiares, na minha sala de trabalho na Câmara Municipal tem a bandeira do Brasil, do Estado de São Paulo, do Município de São Paulo e a bandeira oficial do Santos, que faço questão que permaneça lá. Digo: “No dia em que eu morrer essa bandeira cobre o meu caixão e vai junto comigo”. Quando assisti ao enterro do Mário Covas, a bandeira do Santos foi junto com ele. É muito importante fazermos o registro de um santista brilhante, um santista fanático que serve de exemplo para as nossas vidas como homem, como político, como profissional e como santista. Muito obrigado e parabéns ao Santos, parabéns a todos nós. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUCIANO BATISTA - PSB - Tem a palavra o ilustre Presidente do Conselho Deliberativo do Santos Futebol Clube, Florival Amado Barleta.

 

O SR. FLORIVAL AMADO BARLETA - Deputado Luciano, amigo, em nome de quem cumprimento todos os Deputados presentes; Vereador Jatene, Presidente Marcelo Teixeira, a quem reverencio o cumprimento nesta noite de homenagem desta Assembléia Legislativa; ex-atletas presentes, com quem convivi uma grande parte da minha vida. No Santos já me considero “móveis e utensílios”. Falar nesta Casa de Leis, a casa que em Santos tomei comando, é realmente um orgulho, uma emoção muito grande. Como diz o nosso querido Roberto Carlos, “se chorei ou se sofri, o importante são as emoções que vivi, que senti.”

Essa é uma emoção que me toca profundamente. O Santos completa 95 anos no dia 14 de abril. No ano de 1912, ano que nasceu meu pai. Abril, aniversário do Presidente Marcelo Teixeira. Um mês maravilhoso.

O Conselho Deliberativo, muito honrado, comparece a esta Casa de cidadania agradecendo ao Deputado Luciano pela brilhante idéia de homenagear o nosso querido “Peixe”. Em nome do Conselho, agradeço de coração esta homenagem. Referendando tudo o que os oradores anteriores disseram, que Deus nos ilumine no domingo, que possamos conseguir uma boa vitória e nos tornarmos campeões paulista. A todos presentes, amigos, Vereador Jatene, a todos os que estão aqui compartilhando conosco essa alegria, muito obrigado. O Conselho Deliberativo do Santos agradece emocionado à homenagem do Deputado Luciano Batista, santista, vicentino, Deputado. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUCIANO BATISTA - PSB - Esta solenidade se realiza para que a Assembléia Legislativa faça a entrega ao Santos Futebol Clube de placa comemorativa dos 95 anos de fundação do nosso glorioso Santos. “Reconhecendo assim a importância que representa para todo o Estado de São Paulo e para o esporte nacional. Considerou-se para isso a importância dessa agremiação para a história do esporte, capaz de fazer valer o espírito da união na comunidade santista, que preparou craques reconhecidos no mundo inteiro, além de contribuir para a formação de novos atletas, tendo sido responsável por várias das grandes emoções que abrilhantaram o futebol mundial.”

Convido o nosso Presidente Marcelo Teixeira para receber a placa em homenagem aos 95 anos do Santos Futebol Clube.

 

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- É feita a entrega da homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - LUCIANO BATISTA - PSB - Tem a palavra o nosso Presidente Marcelo Teixeira.

 

O SR. MARCELO TEIXEIRA - Exmo. Deputado e grande amigo particular Luciano Batista, representando o Presidente da Casa, hoje para nós, santistas, é um orgulho ter o Vaz de Lima e o Luciano Batista presidindo esta sessão, nesta noite tão festiva. Cumprimento sua iniciativa, uma iniciativa muito importante, justa, que vem num momento de nossa história de um presente e de um futuro muito promissores. Através dessa iniciativa, referendada pelos Deputados presentes, tanto o Bruno, quanto o João e todos aqueles que espiritualmente e de coração estão presentes, mas dada a justificativa do Presidente Vaz, estão em outros compromissos, temos a certeza que aqueles que, mesmo com compromissos estão de coração, de corpo e alma, representando toda a nossa classe de Deputados estaduais. Estão aqui dando um peso ainda maior por estar Bruno, João, Luciano, temos com certeza um peso muito forte dessa classe tão importante do nosso Estado de São Paulo.

Recordo-me que aqui estivemos em 2002. Quando estávamos aqui, pensei um pouco, viemos num dia de semana pela manhã. Quando o presidente citou que talvez num dia de semana tivéssemos um público maior, fiquei até impressionado, porque o público presente é um público muito bom, um público que está prestigiando a história de um clube que representa uma cidade, mas que já representou o Brasil e ainda continua sendo o grande embaixador no mundo, que é o Santos Futebol Clube, graças a tantos astros da bola, dentre eles alguns que temos o prazer e a honra de estarem conosco nesta noite festiva.

Recordamos esta data em 2002, quando comemoramos os 90 anos de existência do Santos, naquela oportunidade, numa propositura do Deputado Edmur Mesquita, tínhamos alguns santistas, mas que não representavam um número tão considerável e interessante como na noite de hoje. Isso demonstra que o Santos está ao longo desse período, tendo a condição de honrar mais uma vez sua camisa. Isso demonstra o prazer, o amor, a satisfação dos santistas em estarem mais uma vez aqui, mesmo sendo uma sexta-feira à noite. Talvez poderiam estar com a família, desfrutando momentos de lazer, mas não, os santistas vieram para este recinto. Muitos de outras cidades estão aqui prestigiando e registrando mais um fato tão importante na nossa história.

Um fato importante porque ao longo desses 95 anos o Santos sempre primou pela sua simplicidade. É um clube doméstico, humilde. E pelo branco da pureza, consegue passar fronteiras e com muita força, com muita espiritualidade, com muita luz e com as bênçãos de Deus, ele consegue superar momentos adversos, consegue superar e registrar, pelo seu próprio brilho, tendo no seu escudo duas das maiores glórias do futebol mundial, tendo o privilégio de ter sido Bicampeão Mundial Interclubes. Não obtivemos um bicampeonato de maneira tão culta, ao contrário, tivemos de jogar na casa dos adversários e percorrer um caminho árduo e difícil para alcançarmos esses títulos.

A vida do Santos sempre foi assim: de momentos muito difíceis, lutando contra tudo e contra todos para avançar e resguardar a marca do Santos Futebol Clube. Quis assim na nossa fundação em 1912. Tivemos assim os nossos títulos. O primeiro deles só veio em 1935, quando fomos Campeões Paulistas pela primeira vez em nossa história. O primeiro em termos estaduais, porque já havíamos conquistado muitos a nível regional, a nível local.

Após 1935, quis o destino que o Santos marcasse gerações e gerações, sendo sempre exemplo de renovação de grandes talentos para o futebol brasileiro. E não apenas para o futebol. Nós já revelamos grandes atletas em todos as áreas do esporte quando incentivamos essas modalidades olímpicas esportivas.

Acompanhei aqui os depoimentos feitos e percebi a emoção dos Deputados Vaz de Lima, Bruno Covas e João Barbosa e do nosso Vereador Celso Jatene. Pude observar que essa emoção de fato vem de família. O Santos é constituído por famílias ao longo da sua história, como o próprio Barleta, que através do seu pai e de tantas outras gerações teve um laço muito forte junto ao Santos Futebol Clube.

O Santos sempre cresceu, o Santos sempre foi grande, o Santos construiu o seu patrimônio graças à união da família alvinegra, graças àquelas mulheres e homens que passaram rifas, além de muitos anônimos que sequer quiseram que seus nomes fossem divulgados, mas lá estiveram, degrau por degrau, madeira para concreto.

Tudo aquilo que temos hoje na Vila Belmiro, em todo o nosso patrimônio, é graças a um rico passado. Não poderíamos festejar o presente sem voltar ao nosso passado. Porque o passado do Santos é um passado de muitas glórias, de muitas lutas, de homens que de fato honraram a tradição e o nome da nossa cidade e do Santos Futebol Clube. Alguns deles já foram citados aqui, como Mário Covas, Athiê Jorge Cury, Modesto Roma e tantos ilustres alvinegros. Aliás, Urbano Caldeira, conseguiu com a sua família doar parte do seu patrimônio para que o Santos tivesse a sua sede no lendário estádio da Vila Belmiro.

Tantas são as nossas histórias, tantos são os nossos momentos que precisaríamos ficar aqui horas e horas, noites e dias, meses, para relembrar a importância de um passado tão glorioso.

Se hoje estamos aqui é porque temos de preservar a memória deste clube. Temos de reverenciar esses atletas e outros grandes que, com suor, com lágrimas, com sangue, se deram dentro de campo para que o Santos honrasse e conquistasse os seus títulos, além daqueles tantos que também estão trabalhando hoje para que o Santos ostente e continue mantendo o time de maior simpatia no Brasil. Tenho certeza de que o Santos é o clube que tem a menor rejeição hoje no Estado de São Paulo e no Brasil. Santos é o mais querido. É o Santos que consegue cativar, emocionar. Quando a nossa equipe está em campo, todos admiram o belo futebol que o Santos sempre mostrou.

Estar aqui hoje é também voltar um pouco ao passado. Sou de 1964, o Bruno é de 1980, o Luciano também está beirando a nossa idade, chegamos num momento conturbado do País, na época da revolução. Acho que isso é positivo, pois vem para melhorar a qualidade de vida do cidadão brasileiro.

Lembro-me que nos idos de 67, 68, eu ficava com o meu pai. Para aqueles que são da nossa idade, ou mais antigos até, devem lembrar que, infelizmente, ou felizmente, a nossa família não tinha tantas posses naquela época. E eu ficava com o meu pai, no colo dele. Eu guardo até hoje a camisa que meu pai fazia questão que eu colocasse para ir ao campo de futebol. Eu não tinha o privilégio de entrar logo no início da partida, porque o meu pai não tinha condições financeiras para pagar os nossos ingressos, então ficávamos do lado de fora.

Lembro-me de um dia chuvoso e frio quando meu pai me disse: “Não fala para a sua mãe que você foi para o jogo, Marcelo, porque senão ela vai brigar comigo que você pegou chuva porque eu o levei ao jogo. Mas, espera um pouquinho que daqui a pouco vamos ver o Santos jogar.” E lá ficava eu com o meu pai esperando as portas abrirem, porque eram nos 20 minutos finais que as portas da Vila Belmiro eram abertas. Isso era de praxe, vocês devem se lembrar. Eu conseguia assistir com o meu pai, pelo menos, os últimos 20 minutos de jogo. Graças a Deus, como muito bem disse o Deputado Vaz e alguns santistas que me antecederam, o Santos perdia de seis a quatro, sete a cinco. Daqui a pouco, dava uns cinco minutos naquele grande Santos, naqueles crioulos, no Pepe - aquele canhão - e o jogo virava para oito a sete. Pelo menos, eu tive o privilégio de assistir dois ou três gols e vibrar com a vitória do Santos. Essa é uma memória importante.

Lembrando do meu pai, que também é um homem lutador e batalhador, foi presidente e campeão em 84, quero homenagear humildemente todos os grandes presidentes. Porque é na imagem do meu pai que consigo ver também tantos ilustres alvinegros que conseguiram com tanto esforço honrar o nome do Santos Futebol Clube.

Um outro fato muito interessante foi mencionado agora há pouco. A Dona Yeda foi citada pelo Presidente. Ela veio agora há pouco aqui - não sei se vocês notaram - e comentou comigo: “Presidente, não gosto de ser citada.” Eu disse que ela tinha o direito de ser citada não só pela sua idade, mas também pelo seu trabalho, que deveria ser um reconhecimento. Que ela deveria ficar feliz por isso. Aí ela disse algo muito importante, que marcou muito a noite de hoje. Ela disse: “Sabe por que eu não gosto de ser citada? Porque temos muitos funcionários na Casa e o trabalho que fazemos é de equipe. Não é um trabalho meu, próprio. É um trabalho de equipe.”

Nessa imagem da Dona Yeda, posso também dizer aos senhores que tenho a bênção de Deus hoje e eu o agradeço por estarmos aqui representando o Santos Futebol Clube como Presidente e o Flori representando o conselho.

Assim como reconhecemos o passado, devo também participar aos senhores que nada alcançaríamos se não tivéssemos um trabalho de equipe, exatamente aquilo que a Dona Yeda falou. É o trabalho de todo um grupo. É um trabalho de muitos alvinegros. Compartilho, divido esta homenagem com todos eles. Parte deles está aqui presente: diretores, conselheiros, associados e essa torcida maravilhosa que veio aqui. Quero dedicar mais especificamente à paciência da minha esposa, que também veio me acompanhar. Eu disse a ela: “Vamos até São Paulo, vamos fazer um passeio. É gostoso. Vamos ter um tempo para nós, deixar os filhos com a nossa secretária de casa”. Lá ficaram eles e ela veio fazer esse passeio comigo, que é um passeio gostoso. (Palmas.)

Estamos homenageando o Santos, da cidade de Santos, recebendo esta homenagem na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e cumprimento, mais uma vez, o meu querido amigo por trazer todos nós para esta justa homenagem ao Santos.

Percebo que esta Casa, com todo o respeito aos senhores, ficou muito vicentina: o nosso Presidente, vicentino; o nosso homenageado de pouco, vicentino, claro, de São Vicente, que é o Robinho; o Pepito, vicentino; na platéia, com certeza, há muitos vicentinos. Esse, para nós, é o Santos, é o Santos dos vicentinos, dos kalungas, que também tenho orgulho de ser, como cidadão.

De qualquer maneira, sejam vicentinos ou sejam de todos os cantos do Brasil e do mundo, são todos Santos Futebol Clube.

O Santos é de abril. Esta homenagem chega num momento tão bonito, que é o mês de maio, é o mês de Maria, é o mês que, com certeza, abençoará o Santos Futebol Clube em todas as suas trajetórias futuras.

O Santos é o Santos de um passado glorioso, mas não ficamos mais nesse passado de glórias. Comentamos, com muito orgulho, esse passado, mas o Santos está preparado para o presente. O Santos é o Santos moderno, do futuro, porque ele consegue, com as suas próprias forças, com a sua dignidade e, principalmente com a ética e o respeito diante de tantos adversários, continuar orgulhando uma cidade, continuar representando um país para o mundo, como estamos, mais uma vez, na Libertadores.

Peço licença aos senhores, no mês de Maria Santíssima, para homenagear todas as mulheres e as mães do Brasil. Vou pegar duas rosas. Uma delas vou levar para a nossa cidade para colocar, como agradecimento a todos os Srs. Deputados pela iniciativa do meu querido amigo Luciano, aos pés da nossa padroeira, Nossa Senhora de Monte Serrat.

Aqueles que conhecem a história dos santos sabem que Nossa Senhora de Monte Serrat é aquela que está sempre acompanhando, até nas delegações, abençoando o Santos.

A outra rosa vou dar para a Valéria, representando todas as mães, para que as mulheres que estão ocupando o seu espaço possam, num futuro muito próximo, talvez, até dirigir o Santos Futebol Clube. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MARCELO PIRILO TEIXEIRA - Como o trabalho é em equipe, vou dar uma rosa para a Dona Yeda, para que ela também possa levar, representando todas as mulheres aqui presentes. Nossos parabéns a todas vocês! (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MARCELO PIRILO TEIXEIRA - De fato, sempre fico emocionado nesses momentos de muita responsabilidade. Vou dividir com vocês o que é um anseio de todos os santistas. Aquilo ficou tanto no meu ouvido, na minha consciência. Nesse último domingo, escutava-os dizendo: “Vamos ser bi, Santos; vamos ser bi, Santos; vamos ser bi, Santos. Vamos ser bi, Santos; vamos ser bi, Santos; vamos ser bi, Santos.” Salve o Santos! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUCIANO BATISTA - PSB - Meus amigos, ficar por último para falar é uma desvantagem muito grande porque todos já falaram. Mas vou falar uma coisa para vocês: ele está com alvará para, pelo menos, uns dois meses. O alvará de soltura dele foi fantástico.

Sr. Presidente, como os Deputados Bruno e João, o Vereador Celso, V. Exa. e o Presidente do Conselho, Barleta, já falaram praticamente tudo sobre o nosso Santos, ficou para mim o discurso do encerramento. Veja como é difícil!

Algumas coisas são interessantes. O nosso Presidente presenteou-nos, nesta noite, com a presença de alguns atletas que fizeram história no nosso glorioso Santos. Em épocas diferentes: o nosso canhão, Pepe, do Continental, da Rua Mota Lima, em São Vicente; o nosso Vicentino, que está longe, na Espanha.

Vejam que interessante. Cássio, nosso campeão paulista de 1956, está ali. Cássio, vamos fazer aquele almoço na Ilha Porchat, com os nossos atletas. Está lá, o nosso goleiro. Está homenageado, num camarote, na Vila, pertinho do meu. Durval, o nosso grande ponta-direita, atacante fantástico; Abel, o nosso ponta-esquerda, que tem um filho maravilhoso, o repórter Abel Santos. Paulo Robson, o nosso lateral, campeão de 1984. E Márcio Fernandes, o nosso ponta-esquerda, campeão de 1984. Que título gostoso o de 1984!

O Zé Sérgio pegou a bola, jogou para o Humberto. O Humberto cruzou e o Serginho Chulapa e fez um a zero contra o Corinthians. Que delícia! Eu estava lá, sentado em meio àqueles 107 mil torcedores no Morumbi e, aqui, ao meu lado, sete atletas. Coincidência, não? O nosso camisa sete falou sobre isso. Muito interessante. E sete é o número dele. Que coincidência!

Sr. Presidente, passei hoje na Primeira Câmara das Três Américas e peguei o discurso daquela sessão de 2002. Vejam que interessante. Naquela sessão de 2002, em que o Santos estava completando 90 anos, houve um momento em que V. Exa. cumprimentou as autoridades presentes: a Reitora da UniSantos, a Professora Maria Helena Lambert estava lá; a Professora Sílvia Teixeira e a Professora Lúcia Teixeira, sua irmã; a Professora Maria Otília, Reitora da Unimonte, estava lá; o Coronel Toledo, Comandante do 2º Batalhão de Caçadores; o General de Brigada, Hamilton Bonati.

Logo em seguida, V. Exa. falou: “Senhoras e senhores, trata-se realmente de um ato muito especial, acrescendo a ele a expectativa de estarmos nos aproximando de uma grande decisão no próximo domingo”. Vejam que coincidência!

É um pedaço da Ata daquela sessão. No domingo, teremos a final contra o Corinthians. Coincidência, não? Tomara que dê certo, também, no próximo domingo.

O Bruno falou da felicidade que é ser santista, da diferença de ser santista, da nossa tarefa de ser santista, do nosso prazer de ser santista, é muito grande e o político, às vezes, não pode dizer que torce por um time, Sr. Presidente, porque ele pode desagradar aos outros torcedores. Eu tenho o prazer de ter uma excelente assessoria, mas o desprazer de ter alguns corintianos no meio, sãopaulino, palmeirense. É um desprazer olhar para o meu chefe de gabinete sabendo que ele é corintiano; é um desprazer saber que o meu assessor de imprensa é sãopaulino. Mas como ninguém é perfeito, e eles são excelentes profissionais, eu tenho de agüentá-los.

Esse prazer de torcer pelo Santos é uma coisa de infância, e V. Exa. falou dessa mística de esperar abrir o portão da vila, aquele templo sagrado do futebol, templo que consagrou grandes atletas e eu cansei de ir lá, de sentar no meio da torcida, sangue jovem, pequenininho também; não fazia parte da torcida, só gostava de sentar naquele meio e de ver Juari, João Paulo, Milton Batata, Pita, do Casqueiro; Airton Lira, Nelsinho, lateral; Joãozinho, zagueiro, ver essa equipe se consagrar campeão paulista de 78 em cima do tricolor paulista, que delícia! Na final, no Morumbi, eu estava lá.

Depois, em 84, como já disse; quase ganhamos em 83 o campeonato brasileiro em cima do Flamengo, se para variar não tivéssemos sido garfados. Existe até uma comunidade presente no “orkut” que fala: por que roubam tanto o Santos? E aquele título de 2002? Quem não se lembra do título de 2002? O Santos entrou como o oitavo classificado e todo mundo falava o poderoso tricolor. E aí derrotaram o São Paulo, não é, meu querido amigo? E não conseguiu, porque o Santos ganhou na vila. Eu saí do jogo e fui parar no Hospital do Coração, Sr. Presidente, pois passei mal quando o Kaká fez aquele gol de empate, um a um, mas o Santos virou dois a um, três a um, e eu passei a noite no Hospital do Coração pela primeira vez na minha vida. Nós temos quase a mesma idade. V. Exa. nasceu no dia 28 de abril de 64 e eu nasci no dia 28 de março de 64. Nasci três dias antes da revolução. Vossa Excelência já nasceu na bagunça da revolução.

E aquele título de 2004? E o título de 2006, que eu tive o prazer que não tem preço, de ver a final na Vila - com a Portuguesa -, com as minhas filhas.Uma delas está ali sentadinha, santista. Virou santista na vida, Sr. Presidente. Na estréia do gramado, Santos e Inter, de Porto Alegre, o Santos ganhou de dois a zero. O Santos fez o gol e ela corria em cima das cadeiras cativas com a Luciana.Como na explosão da boiada corriam gritando: Santos, Santos, Santos. Porque havia uma influência negativa em cima dela, por parte da minha esposa, para ela ser corintiana, mas graças a Deus eu consegui reverter ainda na raiz o mal: sai prá lá! De lá para cá, da inauguração do gramado, contra o Inter, em que ganhamos de dois a zero, graças ao bom Deus eu consegui transformar as minhas duas filhas em santista. Agora não tem mais jeito, já engrenaram, já estão fechadas com o pai e não abrem.

A história do Santos é uma história que se confunde com a história do futebol mundial, do futebol brasileiro, com a história de vida minha. É o clube que eu amo, é a paixão da maioria das pessoas que estão aqui.

Mas, encerrando, tudo isso que aconteceu no ano 2000 só foi possível graças à batuta de um grande maestro.Toda orquestra tem que ter um grande maestro, com grandes músicos e nós temos um grande conselho, temos uma grande diretoria, pessoas competentes, diretores como o Pepinho, diretores de futebol, diretor de pessoal amador de halterofilismo, de boxe, o Presidente Teixeira, que foi presidente do conselho também. Mas V. Exa. capitaneou essa diretoria e nos deu o orgulho. Como disse o Bruno, era muito difícil torcer para o Santos em 80, 90, uma equipe que disputava para não cair, exceto em 84, que por coincidência foi o pai de V. Exa., nosso professor Hamilton Teixeira. Mas V. Exa. nos deu orgulho de ver aquela equipe massacrada. Como é gostoso ver o Santos massacrar o Corinthians! É uma delícia. Quantos jogos o Robinho pedalou! Como é gostoso ver o Santos ganhar do São Paulo, o Diego sapateando, tudo isso, todo esse patrimônio de títulos que o Santos teve. O título de 2003, de vice-campeão brasileiro, é um título. O título de vice-campeão da Taça Libertadores da América de 2003 também é um título. Todos os títulos que V. Exa. nos deu e, mais do que o título, o patrimônio que V. Exa. implantou na Vila Belmiro, centros de treinamento, campos, Robinho e Diego.

A Vila Belmiro totalmente reformada, azulejada de ponta a ponta; o Estádio Urbano Caldeira está lindo, lindo. Realmente percebemos que V. Exa. é um presidente à altura de Athiê Jorge Cury, com espírito de Athiê, de Modesto Roma, de Urbano Caldeira. Essa mistura de Milton Teixeira deu Vossa Excelência. O povo vicentino o ama muito. Mas, quem sabe um dia V. Exa. possa ser prefeito da querida Santos. Quem sabe, se a Valéria permitir que V. Exa. cumpra essa tarefa, porque vejo que V. Exa. fala muito da cidade de Santos. Eu não sei por que eu vejo um dia V. Exa. sentado ajudando a administrar aquela cidade. E vejo a Dona Valéria no fundo social de solidariedade fazendo um trabalho fantástico V. Exa. já faz um trabalho fantástico em prol da comunidade de Santos, de São Vicente, e eu sou muito admirador disso. Tomara que V. Exa. não queira ser prefeito de São Vicente, senão, já vou ter que por as minhas barbas de molho, um dia, quem sabe.

Muito obrigado, Presidente, por tudo o que V. Exa.e sua diretoria fizeram por nós nos últimos anos. Torço para que o seu sucessor continue o seu trabalho ou que V. Exa. tenha pouco juízo, como lhe é peculiar e continue na presidência do Santos, que vai ser muito bom para todos nós santistas. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUCIANO BATISTA - PSB - Ouviremos agora a execução do hino mais importante, depois do Hino Nacional Brasileiro. Pediria para que os santistas cantassem com a mão no coração e com fé, para domingo.

 

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- É executado o Hino do Santos Futebol Clube.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUCIANO BATISTA - PSB - Senhoras e senhores, esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, esta Presidência agradece às autoridades, aos atletas, aos amigos que nos prestigiaram, aos funcionários desta Casa, à Dona Yeda e àqueles que com as suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade. Com a graça de Deus, está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 20 minutos.

 

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