19 DE ABRIL DE 2002

7ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO "DIA DOS ESPÍRITAS"

Presidência: ALBERTO CALVO

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 19/04/2002 - Sessão 7ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: ALBERTO CALVO

 

COMEMORAÇÃO DO "DIA DOS ESPÍRITAS"

001 - ALBERTO CALVO

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades. Anuncia que a sessão foi convocada pelo Presidente da Casa, Deputado Walter Feldman, por solicitação do Deputado, ora na Presidência, para comemoração do "Dia dos Espíritas". Convida todos a ouvirem a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

002 - ERCÍLIA ZILLI

Como Presidente da Associação Brasileira dos Psicólogos Espíritas, cumprimenta a todos e manifesta sua alegria por estarem reunidos novamente. Reflete sobre o significado da solenidade. Analisa questões como base da violência entre os homens. Analisa as diferenças religiosas como fonte de grandes desentendimentos entre os homens.

 

003 - Presidente ALBERTO CALVO

Anuncia um número musical.

 

004 - IZABEL MAZUCATTI

Presidente do Centro Espírita Jesus Redivivo, saúda a todos. Disserta sobre a origem do Monoteísmo e a chegada de Jesus, o Messias. Fala da obra de Kardec "Livro dos Espíritos".

 

005 - Presidente ALBERTO CALVO

Anuncia um número musical.

 

006 - RICARDO BRANDÃO

Representando o Centro Espírita Perseverança, saúda o Deputado Alberto Calvo, Presidente em exercício, e os demais dirigentes. Fala do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, como a base sólida para que a humanidade possa mudar. Enaltece Chico Xavier. Relata as atividades caritativas do Centro Espírita Perseverança.

 

007 - Presidente ALBERTO CALVO

Anuncia um número musical.

 

008 - OSMAR MARCILI

Diretor-Gerente da Rádio Boa Nova, cumprimenta o Deputado Alberto Calvo, Presidente em exercício, e os demais componentes da Mesa. Agradece a iniciativa da solicitação da sessão. Detém-se sobre a consideração da terceira revelação de Kardec.

 

009 - MÍLTON MEDRAN MOREIRA

 Na qualidade de Presidente da Confederação Espírita Panamericana, saúda o Deputado Alberto Calvo, que preside a sessão, os Srs. Parlamentares e os componentes da Mesa. Louva o Espiritismo por ser baseado nos valores eternos do espírito e, ao mesmo tempo, por ser dependente da própria iniciativa do homem.

 

010 - ATÍLIO CAMPANINI

Como Presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado, USE, cumprimenta o Deputado Alberto Calvo, Presidente em exercício, e os pares da Mesa. Sugere que a homenagem ao "Dia dos Espíritas" seja dirigida ao primeiro espírita do mundo, o Sr. Allan Kardec. Homenageia aqueles que, de forma bastante laboriosa, mantiveram o Espiritismo até hoje.

 

011 - DURVAL CIANIPANA

Presidente da Federação Espírita do Estado, cumprimenta o Deputado Alberto Calvo, Presidente em exercício, e as demais autoridades. Disserta sobre a lógica e o raciocínio fundamentado na lei da causa e efeito, como suporte de todos os princípios fundamentais da vida humana.

 

012 - Presidente ALBERTO CALVO

Anuncia um número musical. Faz pronunciamento, seguido de prece, assim como da recitação da oração "Pai Nosso", ficando todos em silêncio, por um minuto, em memória dos desencarnados. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

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O SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Nesta Sessão Solene, estão presentes as seguintes autoridades: Sr. Durval Ciampone, Presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo; Sr. Atílio Campanini, Presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo; Sr. Osmar Marcili, Diretor Gerente da Rádio Boa Nova; Sr. Ricardo Brandão, Representante do Centro Espírita Perseverança; Sr. Norberto Gaviolle, vice-Presidente do Instituto de Pesquisa e Ensino da Cultura Espírita; Sr. Adilson J. J. Pereira, representando o Dr. Rogério Amato, vice-Presidente da Rebraf; Sra. Ercília Zilli, Presidente da Associação Brasileira dos Psicólogos Espíritas; Sr. Milton Medran Moreira, Presidente da Confederação Espírita Panamericana; Sra. Neyde Schmeida, Diretora Secretária da USE; Sra. Izabel Mazucatti, Presidente do Centro Espírita Jesus Redivivo; presente, também, o Regente da Banda da Polícia Militar Tte. Sérgio Rodrigues.

Senhores Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Walter Feldman, atendendo solicitação deste deputado, com a finalidade de comemorar o Dia dos Espíritas.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional brasileiro, pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

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-          É executado o Hino Nacional.

 

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O SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar, ao Tte. Sérgio Rodrigues e a todo o seu conjunto.

Com a palavra a Sra. Ercília Zilli, Presidente da Associação Brasileira dos Psicólogos Espíritas.

 

A SRA. ERCÍLIA ZILLI - Boa-noite, meus amigos, muita alegria por estarmos reunidas aqui, novamente. Saúdo todos os presentes, o Deputado, Dr. Alberto Calvo, pela criação desta data e pela iniciativa deste evento, e todos os companheiros dirigentes de instituições espíritas que estão aqui, neste momento.

Eu gostaria de propor uma pequena reflexão sobre o significado desta celebração. Uso este termo ‘celebração’ porque ele traz, na sua essência, o conceito de sagrado. Ou seja, o sentido divino de ser religioso e, neste caso, especificamente, de ser espírita.

Num grave momento de turbulência planetária, onde mais e mais guerras eclodem, em nome de Deus, nos perguntamos: “Que Deus é esse?” Avaliando o estágio evolutivo em que nos encontramos, temos a impressão de que poucos conseguiram avançar. Em ‘Caim, El Cainismo en La Historia Universal’, Leopold Szondi coloca algumas questões como base da violência entre os homens.

A primeira delas é a necessidade de aceitação do filho pelo pai, e inveja do irmão. Da mesma forma que Caim se sentiu em relação a Abel, diante da recusa de sua oferenda, os irmãos de todos os tempos, quando rejeitados ou excluídos, tendem a exibir o mesmo comportamento de revolta, violência e desejo de vingança.

Outro tópico é o impulso de posse, de querer tudo. Podemos observar, por exemplo, que espólios são momentos de grande disputa, bem como acirramento de relações agressivas entre os membros da família.

Dentro da ampliação agora proposta, vemos também que a maior causa de desequilíbrios sociais é o desejo de posse e de poder, mesmo que obtido através de procedimentos ilegais e injustos.

Outro ponto que o autor aborda é a disputa religiosa pela tradição e pelos lugares sagrados. Desde os tempos simbólicos de Abel e Caim, a humanidade tem justificado seus impulsos violentos como uma forma de agradar a Deus. Hoje, os noticiários nos dão conta de guerras espalhadas pelo mundo, nas quais as pessoas estão em luta pela posse de territórios materiais supostamente sagrados, inclusive os cristãos, embora advertidos por Jesus de que o reino de Deus não é deste mundo.

As diferenças religiosas são fontes de grandes desentendimentos entre os homens. Cada um acredita ser possuidor da verdade, lutando como dono na exposição de seus pontos de vista da sua interpretação dos textos, e não buscando integração advinda da busca e da experiência do outro.

Este autor refere-se ainda a uma necessidade de expressão de violência, que brota em todos os homens em algum momento da vida. Ou seja, somos capazes de cometer fratricídio. Ele questiona: “Se essa possibilidade remota não estivesse presente em nós, como seria possível que a história do mundo estivesse formada por uma cadeia ininterrupta de violências, guerras e genocídios?” Ou seja, a violência, a inveja, entre outros enganos, é a tendência que ainda não encontrou a saída adequada, que ainda não se transformou no bem.

É uma energia psíquica mal utilizada, podendo ser transformada em ferramenta de crescimento espiritual. A saída adequada seria a potencialização do indivíduo para realizar escolhas, e escolha é fruto da conscientização do ser em relação a quem ele é, que tendências estão presentes em sua vida.

Com esta certeza, o homem pode decidir sobre o seu próprio destino. No entanto, esse processo é lento. Por vezes, surge o sofrimento para sensibilizar, de forma mais intensa, os espíritos. O sofrimento, porém, não é o objetivo do Criador.

O livro I, Capítulo I, cujo título é ‘Deus’, do “Livro dos Espíritos”, tem na sua primeira questão que - e este é o ponto que se celebra neste momento - “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.

É importante pensarmos, porque, em primeiro lugar, Kardec nos advertiu sobre essa causa primária: ‘Somos efeitos dessa causa primária’. ‘Parece uma contradição falarmos de instinto agressivo’. ‘Possibilidade de cometermos assassinato, tanto pegando numa arma, como na omissão diante do sofrimento das necessidades dos nossos irmãos’.

Parece-nos momento de pensarmos: “Quem somos de fato?” “O que somos?” Por que nos parece tão difícil reconhecermos em nós essa origem, que é o amor, a verdade, a ordem, a vida e a justiça?” E o “Livro dos Espíritos” nos diz: “Comece a pensar na sua origem divina. Descubra que o espírito traz em si o gene da divindade”. Ainda lutamos por um reino humano e falamos de Deus como uma entidade distante. Assim, construímos a falta de auto-estima, destruindo ou ignorando a construção divina.

O “Livro dos Espíritos” nos traz esta proposta de nos vermos a partir da nossa verdadeira natureza, que é a espiritual. Vivemos aquilo que chamamos de vida, mas é só um estágio, entre outros, de aprendizado realizado na matéria. Mas, nós nos apegamos a essa matéria como se ela representasse o verdadeiro reino de Deus. E, como não podemos servir a dois senhores, abrimos mão de Deus.

A doutrina espírita nos fala sobre o respeito a coisas materiais que representam possibilidade de lições. Mas, nos alerta sobre o problema do apego. Nos leva a ver as nossas situações como uma charada a ser decodificada, e não necessariamente sofrida.

Filhos do amor, queridos companheiros de busca da evolução, crianças queridas e amadas de Deus. A doutrina espírita nos fala de fraternidade, solidariedade, e só reencarnamos muitas vezes para aprendermos a nos conhecer. Quanto mais buscarmos entender o nosso Criador, mais saberemos quem somos. O sofrimento e a violência não terão mais espaço em nosso planeta. Os homens não brigarão mais por rejeições, ciúmes ou pela posse de terras e coisas materiais, porque haverá manifestação plena do amor e, quando o amor governa, existe espaço para todos.

A doutrina, que hoje celebramos, veio para não andarmos mais em círculos e, sim, para aprendermos a voar acima de diferenças que sempre existirão; acima de todos os ritos, lembrando que tudo que existe na face da terra saiu das mãos amorosas do Criador.

Agora, vou ler para vocês um pequeno texto, um pequeno trecho de Lao Tsé, escrito por volta de 500 a.C.

“Quando se perdeu o conhecimento do Tao, caminho a Deus, apareceu só a virtude. Perdida esta, veio a bondade. E, perdida a bondade, veio a justiça. Ao se perder a justiça, os ritos fizeram a sua aparição. Mas os ritos são aparência da verdadeira fé e a causa de todas as discórdias. Muita paz.” (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Ouviremos agora a apresentação do Coral Perseverança, do bairro de Sapopemba, com a música “Vira-virou”, sob a regência de Luiz Tadeu.

 

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- É executado número musical.

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O SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Esta Presidência concede a palavra à Sra. Izabel Mazucatti, Presidente do Centro Espírita Jesus Redivivo.

 

A SRA. IZABEL MAZUCATTI - Queridos irmãos, que o Senhor conceda a paz. As idéias comandam sempre as nossas vidas. Ao recebermos uma idéia, teremos que passar sempre pelo crivo da razão. E, quando passarmos as nossas idéias, deveremos sentir a responsabilidade. A verdade é que a filosofia enaltece os nossos pensamentos e a ciência alarga o nosso raciocínio. Mas somente a religiosidade é capaz de conduzir o sentimento dos homens.

Na antigüidade, havia o politeísmo, onde as criaturas não entendiam como era formado o universo, de onde nós vínhamos. E sempre a idéia da morte inspirava medo, inspirava pavor. Nem mesmo a Grécia, que é o berço da filosofia, logrou revelar ao mundo o monoteísmo. Apenas falou, numa revelação, que os deuses não poderiam ser em forma de animais, revelando ali o antropomorfismo; ou seja, deuses em figuras humanas. Mas não conseguiu entender esses deuses tão belos, encucou a idéia de que deuses eram seres cheios de prazeres, cheios de paixões, como se fossem humanos e que guerreavam entre si. E coube ao povo hebreu, sem muita preponderância política ou, então, de organização da época, revelar ao mundo a idéia do monoteísmo. Mais tarde, para confirmar essa idéia, quis o plano mais alto da vida mandar uma pessoa ou um grande médium com uma tarefa de revelar ao mundo a primeira revelação. E ali, no Monte Sinai, recebeu Ele os Dez Mandamentos. Passava a idéia da justiça e como deveríamos fazer para agradar a Deus.

Estava, mais tarde, plantada a idéia de que havia um Messias que haveria de vir, em nome do Supremo Poder do Universo. Veio então Jesus trazendo a idéia do amor, abolindo ‘olho por olho e dente por dente’. E, quando Ele pronunciou a palavra fraternidade, os povos estremeceram. Jesus demonstrou que não só prega, mas vive-se a Lei de Deus. E, para que a humanidade tenha paz, é preciso aprender a conviver fraternalmente uns com os outros.

O seu programa, a refletir-se na boa nova no Evangelho, supriu o ódio pelo amor, a inércia pelo trabalho. Mas esse grande missionário, Filho de Deus unigênito, Diretor do orbe terrestre, disse que não nos deixaria órfão, mandaria outro consolador, haveria de pregar o que Ele havia dito e lembrar tudo o que havia dito à humanidade. Então, mais tarde, encarna uma criatura de uma luminosidade incrível. Ele vinha com uma tarefa: codificar uma doutrina. Nasce, então, Allan Kardec - Hypolite Leon Denizard Rivail e, mais tarde, sob um grande trabalho, grande renúncia. No dia 18 de abril de 1857, é lançado o “Livro dos Espíritos”.

É interessante porque Kardec inicia primeira pergunta: “Quem é Deus?”, ou “O que é Deus?” E a resposta concisa é: “O Senhor do Universo é o ser incriado.” Nesse mesmo capítulo, Kardec discorre a respeito dos atributos de Deus e fala: “Deus é eterno. Isto é, Ele é incriado. Ele é infinito. Se Ele fosse criado, não seria eterno e deveria ter tido outros deuses”. Ele diz que outro atributo à divindade é que Ele é imutável. Ou seja, as suas leis criadas, que regem todo este Universo, jamais mudarão. É imutável: nós, seus, suas criaturas e deveremos evoluir para chegar até Ele. Nós é que teremos de crescer, espiritualmente falando, para chegar até esse grande Criador.

Depois ele diz: “Ele é imaterial.” Então, tira a idéia de que Deus tem alguma forma que nós conhecemos. Se Ele fosse matéria, naturalmente que Ele seria sujeito à mutação da matéria. Deus é onipotente, porque ele é todo poderoso. É o Criador dos céus, das terras, de tudo quanto nós possamos imaginar. Mas Ele também é previdente. Ou seja, jamais criaria um anjo perfeito, e que um dia haveria de se revoltar contra Ele. Vai por terra, então, a idéia de que existe algum anjo criado perfeito e, de repente, transformar-se no maior perseguidor desse Deus.

Não existe propriamente o satanás, ou o diabo, essa figura criada pelas teologias para inculcar o medo nas criaturas. Deus é o único porque, se não fosse assim, não haveria unicidade no universo. Ele é todo poderoso e é toda bondade porque as suas leis, criadas perfeitas, haverão de sustentar a vida para que ela se renove.

Kardec inicia o “Livro dos Espíritos”, alargando o nosso raciocínio a respeito do monoteísmo e nos dá a dimensão da grandiosidade desse Criador. Então, neste momento, não só aqui, a Capital de São Paulo, está comemorando o Dia dos Espíritas. Outras cidades do interior, bem como outros estados aceitaram a idéia e está também comemorando o Dia dos Espíritas.

Então, junto com todos os irmãos de humanidade, juntamente com os companheiros aqui presentes, permito-me dizer: “Deus, Criador dos mundos e dos seres, nós te louvamos através da luz do luar, das estrelas que sentiram neste universo, numa mensagem silenciosa de que não somos os únicos viventes aqui.

Nós te louvamos, Deus da bondade, através do murmúrio das fontes, das águas que percorrem o nosso planeta, da chuva que alimenta essas águas. Nós te louvamos, através do calor do sol que aquece a luz para o nosso planeta. Nós te louvamos pelo plano espiritual, pela imortalidade da alma.

Senhor, abençoa nesse momento a tua criação neste planeta Terra, porque, se os homens não aceitaram ainda o Messias como o único caminho para a verdade e vida para a humanidade, toda a humanidade já te aceitou como Deus único neste universo. Por isso, permita que possa cessar onde houver rumores de guerra. que o nosso Planeta compreenda que a mais bela vida é aquela que sabe amar, é aquela que sabe doar para se fazer progredir.

Nós também te pedimos, em benefício, ó meu Pai, de todo movimento espírita, mas, também, onde houver a palavra que enaltece o teu filho Jesus, que enaltece as tuas leis, onde houver uma estátua, uma obra de arte que fala a respeito da grandiosidade do Criador. Queremos te dizer que o que mais sentimos vontade é de ver a unicidade de pensamentos e de ideal.

Meu Deus, abençoa também o nosso Brasil por ser a pátria do evangelho, abençoa o nosso Estado de São Paulo, abençoa este Plenário, todos os dignos Deputados, e o nosso querido Dr. Calvo para que ele possa prosseguir, juntamente com a família, espargindo a idéia da luz, da fraternidade.

Abençoa-nos, neste instante, para sempre porque queremos te louvar. Que a tua paz permaneça conosco agora e para sempre.

Que assim seja.” (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Gostaria de informar também que estão aqui presentes o Sr. Jeter Jacomini Filho, Diretor da Rede Boa Nova, o Sr. João Batista Rodrigues, representante da U.S.E. de Ribeirão Preto.

Ouviremos agora a música “Ave Maria”, de Gounod, em solo de Adriana e Itajiba, sob a regência de Luiz Tadeu.

 

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-          É executado número musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Esta Presidência concede a palavra ao Sr. Ricardo Brandão, Representante do Centro Espírita Perseverança que inclusive patrocinou esse coral.

 

O SR. RICARDO BRANDÃO - Boa-noite ao nosso nobre Deputado Alberto Calvo, a todos os dirigentes, espíritas presentes, a todos os companheiros que estão nesta noite privilegiando este evento, aos nossos amigos espiritas que, com certeza, nos envolvem, à nossa Presidente do Centro Espírita Perseverança.

Dona Guiomar de Oliveira Albanese, no início de sua prece, sempre nos lembra uma passagem do Evangelho de Jesus. Uma de que muito nos marca é quando ela nos diz que a terra tremeu, quando os discípulos oraram, e todos ficaram cheios de Espírito Santo.

Nós que, hoje, encontramos na doutrina dos espíritos um caminho, uma resposta, temos, com certeza, no Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo a base sólida para que possamos mudar a própria humanidade.

Nos momentos em que aparentava que o homem havia esquecido as bases fundamentais do amor, o Senhor envia os seus emissários para nos fazer lembrar da glória de nosso Pai.

Na Idade Média, quando os representantes religiosos se perdiam nas guerras e levantavam armas em nome de Deus, o Senhor nos envia um Espírito, cuja luz fez sacudir as bases da humanidade.

Fez o próprio Papa Inocêncio III, dentro do Vaticano, ajoelhar-se e beijar os pés daquele menino chamado Francisco de Assis que, através do seu casamento divino com a dama pobreza, quis mostrar ao homem que o caminho de Deus não se compra. O caminho de Deus não se conquista com palavras belas, não se conquista com riquezas, mas se conquista com obra, com trabalho e com a transformação interior.

Passa-se o tempo e, mais uma vez, surge na Europa a idéia do materialismo puro em que o homem tenta afastar a presença de Deus do nosso mundo. Mas, como podemos não crer em Deus quando olhamos para o céu e o firmamento nos acena com o brilho das estrelas, quando surge um oásis no meio do deserto ? Ou, quando olhamos um casebre perdido nas terras nordestinas, vemos, nas paredes de barro, uma imagem do Senhor Jesus Cristo? E, quando lhe perguntamos de onde vem tanta fé, ele nos diz: “Vem de Deus, porque amanhã é um outro dia e, se hoje peço pão e não vem, amanhã o senhor manda-me algo mais, manda-me esperança que me permite resistir um pouco mais à minha fome. Se eu peço chuva e ela não cai, o Senhor me dá força de arar a terra mesmo seca, mantendo viva a minha esperança”.

A todo instante, Deus nos manda recado, assim como Kardec, quando codificou a doutrina dos espíritos, para dizer ao homem que a morte não existe e que a vida será sempre o nosso prêmio supremo dado por Deus, porque como filhos de Deus, nós podemos, sim, buscar e alcançar a felicidade.

Passam-se os anos e, no Brasil, somos abençoados com uma estrela. Uma alma sublime, que nasce nas terras de Minas Gerais, cujo jornal espírita certa vez estampou, em primeira página: “Chico Xavier, um beijo de amor celeste na face do Brasil. Um homem que viveu para amar e que parte do mundo não tendo nenhum bem financeiro, mas tendo a maior riqueza que um homem pode conquistar, que é a consciência tranqüila de que contribuiu para a obra de Deus no mundo.

E o que nós podemos fazer? Nós podemos fazer muito. Muitas vezes, nos pegamos a pensar assim: “Quando eu me aposentar, quando Deus me der os recursos, aí eu poderei fazer a caridade”. Mas, nós podemos fazer o bem agora.

Lembremo-nos do óbolo da viúva. Era a sua única moeda. Lembremo-nos de Jesus clamando aos homens para seguir os caminhos de Deus. Nós podemos fazer o bem, levantando uma alma ferida, sorrindo para alguém que chora, divulgando a nossa doutrina, porque não é uma doutrina do silêncio.

O Espiritismo é para ser dito aos quatro cantos do mundo, porque o homem precisa de paz. E a paz está em Deus, e através dos seus emissários que podem nos inspirar, nos fazer levantar pela manhã e dizer: “Hoje, Deus nos traz um novo dia, cujas páginas estão em branco, e eu posso escrever nelas. Obra pequena, mas grandes aos olhos de Deus. Nós, espíritas, que temos tanto acesso às verdades, da alma de onde viemos, por que estamos aqui e para onde vamos. Jamais podemos cruzar os braços. A terra está aí, fértil. A semente, Deus nos dá. As ferramentas, Ele nos oferece, mas precisa do nosso labor, precisa da nossa vontade. Não podemos esperar. Temos que fazer hoje, é hoje o momento.”

O Perseverança tem feito um trabalho social extremamente voltado à criança. Hoje, nós possuímos 11 núcleos espalhados na cidade de São Paulo e de Cotia, onde são atendidas mais de duas mil crianças, com assistência médica e odontológica, roupas, alimentos, cestas básicas às famílias, além das sopas distribuídas nas noites de São Paulo.

Temos, também, as obras realizadas no Centro Espírita, que atendem hoje mais de 30 mil pessoas por semana. O povo está sedento de Deus. O mundo nunca precisou tanto de paz, e nós podemos oferecer um pouco dessa paz. Talvez não possamos fazer tudo, mas podemos plantar a semente. Se o nosso filho nos vê acordar e erguer as mãos aos céus e clamar a Deus, nos vê, ao deitar, agradecer o dia, nem que tenha sido um dia difícil. Ele vai sentir no coração a necessidade de Deus, e nós estaremos criando dentro do nosso lar a célula que será capaz de transformar o mundo, porque a família sustenta a sociedade. Uma sociedade calcada na família cristã, pode, sim, mudar hoje, e ao invés de levantarmos armas, levantarmos as mãos aos céus e clamar ao Senhor, que a Sua graça se faça no mundo e se faça a paz na terra.

O Perseverança, desde 93, vai ao sertão nordestino. Inicialmente, fomos de forma tímida, e muitas vezes pensávamos por que ir tão longe. E aí notamos que aquele povo não tem onde pedir, não tem o bar da esquina, não tem o que comer ou beber. Fomos a esse sertão e já foram distribuídos, desde 93, 5.200 toneladas de alimentos. Foram atendidas 134 mil famílias carentes. Levamos médicos, dentistas, brinquedos, cadeira de rodas e colchões naquele lar que não tinha teto porque não chovia. As paredes eram de barro, os filhos passavam fome. Quando entrávamos lá, entregávamos uma imagem de Jesus. E eles, quando recebiam uma cesta básica, pegavam em nossas mãos, em prantos, e diziam: “Venha cá, seu Zé.” - é assim que eles nos chamavam. Mostrava-nos o cantinho, onde deveria haver alimento, dizendo: “Veja aqui. Há uma semana que não comemos porque não tínhamos nada. Deus é Pai porque, ontem, eu ajoelhei aos pés da Mãe Santíssima e hoje vocês nos trouxeram alimento.” Se o alimento não durar, foi ali erguida a esperança. O importante é que nós podemos, sim, hoje, fazer a nossa parte, porque só através do suor do trabalho, nós podemos renovar a nossa alma e, assim, renovar o mundo.

Não precisamos esperar que essa renovação se faça pela lágrima da dor, porque o Senhor apenas nos pede que façamos a nossa parte, e todos aqui, com certeza, estamos, porque dentro do coração está o espírito que busca Deus e que um dia recebeu o chamado para se modificar, ajudando a si, a mudar o mundo.

Muita paz a todos os nossos irmãos, que o nosso Senhor Jesus Cristo possa estar em nossas vidas como alicerce e um caminho para a nossa vitória do bem e para o bem.

Muita paz a todos. (Palmas.)

 

SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Ouviremos agora uma apresentação musical, com a música “Grande é o Senhor”, de Richard Wagner, sob a regência de Luiz Tadeu.

 

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-          É executado número musical.

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O SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Também quero assinalar a presença da Sra. Gilvana, esposa do Sr. Jeter, que está aqui conosco para abrilhantar esta nossa reunião espiritual.

Tem a palavra o Sr. Osmar Marcili, Diretor-Gerente da Rádio Boa Nova.

 

O SR. OSMAR MARCILI - Exmo. Sr. Dr. Alberto Calvo, digníssimo Deputado desta Casa Legislativa, demais componentes da Mesa, senhoras e senhores presentes, boa-noite. Mais uma oportunidade para cumprimentar os nossos companheiros, se me permite este tratamento, mais uma oportunidade para agradecê-lo por tão feliz iniciativa do projeto que se transformou em lei, instituindo o Dia do Espírita. Para nós, é um misto de alegria e, também, de responsabilidade a feliz iniciativa de comemorar o Dia do Espírita. Todas as vezes que os nossos ouvidos são brindados com a palavra espírita, ou espiritismo, nos causa uma grande satisfação interior.

No dia 18 de abril de 1857, o missionário nos trouxe a terceira revelação: Moisés, o consolador prometido por Jesus, que com aquele espírito rigoroso, libertador do povo hebreu do cativeiro egípcio, preanunciou a vinda do Messias e, também, dos profetas, constituindo-se na primeira revelação. E vem o Messias prometido, constituindo-se na segunda revelação, que nos deixou dito: “Não vim destruir a Lei de Deus, mas dar-lhe cumprimento”.

Quanto à lei do homem, Moisés mudou-se radicalmente, substituindo aquele rigor que ele aplicava apropriado ao povo daquela época. Vem Jesus e substitui a lei do perdão, a lei do amor.

A segunda revelação não somente falou, mas, acima de tudo, exemplificou, através dos atos, tudo aquilo que dissera aqueles que bebiam as suas palavras como ensinamento. E nós, espíritas, podemos considerar-nos, de certa forma sem vaidade, criaturas privilegiadas, porque a terceira revelação, a partir de 1857, nos foi dado conhecer de onde viemos, o que somos, para onde vamos. Nos foi dado conhecer o porquê da dor, do sofrimento, da desigualdade social, por que em determinado momento perdemos um ente querido. Quanto mais esperanças depositávamos naquela criatura, nos foi dado saber que a morte não existe, que a vida continua. Foi-nos dado saber a lei de causa e efeito, cuja semeadura é livre, mas a colheita será, inexoravelmente, obrigatória.

Então, a nós, espíritas, já nos foi cassado o direito de alegar ignorância, porque Jesus nos trouxe tudo aquilo que precisávamos. Jesus nos trouxe um verdadeiro código de vida: não atire a primeira pedra, não julgueis para não serdes julgados.

De modo geral, Jesus deixou um verdadeiro código de vida, como nos deixou dito Humberto Holden: “Se todos os livros fossem destruídos, mas se se mantivesse o ‘Sermão da Montanha’, nós teríamos tudo. E a “Doutrina dos Espíritos” tem nos trazido demonstrações de responsabilidade. Somos criaturas responsáveis porque deveremos devolver por muito que recebemos. Pior cego é aquele que não quer ver. E nós recebemos uma carga de informações do Evangelho de Jesus, revividos na sua plenitude.

No Espiritismo, a terceira revelação, e nós, neste dia, neste evento em que nós estamos comemorando o Dia do Espírita e o mês do “Livros dos Espíritos”, se pudéssemos transformar a comemoração em ato de reflexão, criaturas que receberam tanto, porque muito mais será pedido a quem muito foi dado.

E, através da reflexão tão importante nos dias de hoje, vemos que os valores humanos parecem estar invertidos: o certo passou a ser errado, e o errado passou a ser certo. Mas, sabemos da nossa responsabilidade. Um espírita pode-se constituir em um farol que ilumina o caminho dos viajores cambaleantes.

A nossa responsabilidade é muito grande. Se pudermos transformar a homenagem do “Dia do Espírita”, na condição de cidadão, como eu tenho aplicado todos esses talentos que me foram trazidos pela primeira, segunda e terceira revelações, como eu tenho me comportado com este fardo de verdades indestrutíveis na condição de esposo, de pai, de filho, de irmão, de chefe, de subalterno, de cidadão, na mais ampla palavra, vale a pena. É importante esta reflexão.

Nós que estamos habituados a empreender viagens para conhecer outros continentes, nós, os homens, não ficamos satisfeitos em conhecer o outro estado, nosso país, nosso continente. Quisemos conhecer outros continentes, quisemos conhecer outros mundos. Viagem sempre para fora. Como nos disse Divaldo Pereira Franco em uma de suas palestras, “É chegada a hora de o homem viajar para dentro de si mesmo, e se conhecer intimamente”. Porque toda matéria de que precisávamos, recebemos. Assim, como médico, o cientista recebe no banco acadêmico todas as informações de que ele vai precisar. Nós também recebemos todas as informações. Pior cego é aquele que não quer ver, e nós não podemos mais ser cegos. Então, este dia deve funcionar para cada um de nós como um “despertamento”, como um toque de alerta. Olhar para dentro de nós mesmos, principalmente nesses dias de hoje tão difíceis, e é exatamente este momento que nós, espíritas, temos que demonstrar que conhecemos aquilo que Jesus nos trouxe, que conhecemos aquilo que a codificação kardequiana nos trouxe, e aplicá-la.

Tenho certeza de que os oradores que me antecederam, e aqueles que vão continuar, terão toda propriedade para falar melhor do que eu. Mas estas palavras, que eu dirijo a vocês, são, inicialmente, dirigidas a mim mesmo na condição de pai, de esposo e de avô.

A nossa luta, espíritas e companheiros, é muito grande. A reforma interior é necessária, o momento é agora. É difícil, sim. Quão mais difícil, mais meritório se tornará. Que Deus, na sua infinita misericórdia, que Jesus, nosso Mestre e Amigo inseparável das horas difíceis, derramem sua paz sobre todos nós.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Encontra-se conosco o Sr. Pedro Felix Penha, do Centro Espírito Obreiros do Senhor, e a Sra. Miltes A. Soares de Carvalho Bonna e a Sra. Cleusa de Castro, da Instituição Assistencial Marcili.

Tem a palavra o Sr. Milton Medran Moreira, Presidente da Confederação Espírita Panamericana.

 

O SR. MILTON MEDRAN MOREIRA - Exmo. Sr. Deputado Alberto Calvo, que preside esta Sessão Solene, parlamentares, senhores componentes desta Mesa, comunidade espírita de São Paulo, senhoras e senhores, imagino que, como é feito hoje com os espíritas, outros segmentos e instituições sejam homenageados, no curso do ano parlamentar, por esta colenda Assembléia Legislativa.

Estou quase certo de que não há no mundo outro parlamento que tenha tido esta feliz idéia, esta feliz iniciativa, de instituir formalmente o “Dia dos Espíritas” e, com isso, homenagear, em uma sessão especial, anual e formalmente, a comunidade espírita de um estado.

Imagino que outras denominações sejam capazes, com mais competência do que os próprios espíritas, de se imobilizarem, até por uma demonstração de força e de poder, e de se faz quantitativamente presentes em eventos similares a este, nesta Casa Legislativa. Mas, estou absolutamente convicto de que não há um movimento de idéias, de fundamentação filosófico-espiritualistas mais afinado com os propósitos de um parlamento democrático do que aquele qualitativamente representado neste ato, em que diferenciados segmentos do pensamento e da atuação espírita prestigiam esta sessão especial. Um parlamento democrático guarda plena simetria com o movimento de idéias livres e democráticas como é, ou como deve ser o espiritismo.

Imagino que ainda não se sistematizou no planeta uma outra proposta, que seja como é a do espiritismo, tão radicalmente assentada nos valores eternos do espírito e, ao mesmo tempo, capaz de ser tão dependente da própria iniciativa do homem, onde se dá a transformação humana pela ação social, política, institucional, legal.

Quem jamais tem pensado nisso, que consulte o “Livro dos Espíritos”, na terceira parte dos seus capítulos quando fala em constante necessidade na lei de progresso, e as legislações humanas adequarem-se aos valores eternos da justiça, do amor e da caridade, inspirados na lei divina ou natural.

A lúcida proposta filosófica, materializada há exatos 145 anos, no dia 18 de abril de 1857, através do “Livro dos Espíritos”, concilia com absoluta propriedade os anseios do homem espiritual com instrumentos sociais de que se deve valer para aprimorar e qualificar a sua atuação necessariamente político, enquanto ser gregário, enquanto homem.

Senhoras e senhores, a Cepa - Confederação Espírita Panamericana - congratula-se com este Parlamento, especialmente por V. Exa., digno Deputado Alberto Calvo, pela feliz iniciativa que se renova anualmente. E por que este cenário de acontecimentos, desta significação democrática, pluralista, livre pensadora, integradora, em São Paulo? Porque São Paulo é capaz de promover anualmente, em seu Parlamento Estadual, o “Dia dos Espíritas”.

Eu não tenho dúvida que este também é o centro mundial mais apto hoje a assediar as reflexões e decisões que tendem, neste momento, ao conceder ao espiritismo, como queria Kardec, a missão de se fazer precisamente um instrumento de progresso e de evolução social, cultural e espiritual do homem.

Exatamente por isso, senhores, que, encerrando esta minha breve manifestação, que a Confederação Espírita Panamericana, que se sente honrada em estar presente neste ato, quer também, nesta oportunidade, convidar a comunidade espírita deste Estado para que estejam conosco na 14º Conferência Espírita Panamericana, que será sediada em São Paulo, no próximo mês de novembro. É um evento internacional, onde reunirão espíritas da América e do mundo, para, sob este lema, atualizar para permanecer, realizar mais uma tarefa daquelas que a Cepa realiza de dois em dois anos no mundo inteiro. Congressos ou conferências, agora voltados para este trabalho que julgamos imprescindível: dar permanente atualização cultural, como queria Kardec para o espiritismo.

Ao novamente cumprimentarmos S. Exa., o Deputado Alberto Calvo, e a este Parlamento como um todo por esta feliz iniciativa, também queremos convidar todos os espíritas paulistas nesse evento que acontecerá nos dias 14 a 17 de novembro deste ano, no campus da Unicsul, no campus Amália Franco, da Universidade Unicsul, que sediará esse evento da Cepa.

Por esta oportunidade de a Cepa manifestar-se neste plenário, cumprimento todos os espíritas desta comunidade.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Esta Presidência concede a palavra ao Sr. Atílio Campanini, Presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo - USE.

 

O SR. ATÍLIO CAMPANINI - Exmo. Sr. Deputado Alberto Calvo, nosso querido companheiro do espiritismo, meus pares da Mesa, senhoras e senhores, meus amigos, nessa data que se comemorou ontem, dia 18 de abril, há 145 anos, nascia Allan Kardec e, com ele, o “Livro dos Espíritos”, que é a obra basilar em nossa doutrina.

Tenho certeza de que essa data inspirou o nosso querido bom frade a elaborar o projeto de lei que agora institui o “Dia dos Espíritas”. Estamos aqui, evidentemente, para homenagear os espíritas.

Sem falsa modéstia, até poderíamos dizer que essa seria uma auto-homenagem. Mas, pensemos um pouco diferente e vamos homenagear, neste instante, aquele que poderíamos considerar como o primeiro espírita do mundo, o Sr. Allan Kardec, que laboriosamente dedicou o final de sua vida para nos trazer não somente o “Livro dos Espíritos”, como todas as demais obras da codificação e, também, 12 anos consecutivos da Revista Espírita, cujas obras é a sustentação literária, filosófica, científica e religiosa do nosso movimento.

Também não poderíamos deixar de nos esquecer de que nós, espíritas brasileiros, vivemos no mundo, apesar das dificuldades que sobressaltam as nossas vidas, mas que achamos que hoje o espiritismo é mais fácil do que ontem, porque dizia um companheiro nosso que, se hoje o espiritismo dá status, dezenas de anos atrás o espiritismo dava cadeia.

Neste instante, queremos homenagear também aqueles servidores fiéis da mediunidade, que, no final do século XIX e quatro dezenas de anos do século passado, “molejaram” aqui no Brasil, sustentando o movimento espírita numa época em que os espíritas não se conheciam. Os espíritas não se falavam. Onde o livro espírita estava ausente de todas as casas, mas que a fidelidade, o doutrinamento, os compromissos com os planos superiores da vida fizeram com que aqueles nossos irmãos, muitos deles motoristas, pedreiros, carpinteiros, iam antes, no retorno de suas casas, para os centros espíritas desenvolver mediunidade, praticar a caridade e manter sempre acesa a chama da doutrina espírita.

Sabemos hoje que tudo é mais fácil porque o livro espírita está exuberante em nossas prateleiras. Parece que se concretizam aquelas palavras do grande poeta Castro Alves, quando diz: “Bendito quem semeia livros; livros, à mão cheia, que mandam o povo a pensar”.

Naquela época, não havia livros, mas havia aquela fidelidade em servir. E, graças a eles, hoje estamos pretendendo homenagear, nesta oportunidade, dizendo que o espiritismo foi mantido, foi desenvolvido e chegou até os nossos dias.

Nunca se estudou tanto o espiritismo como agora com as casas espíritas, de modo geral, bem organizadas, bem estruturadas, com livros oferecidos a todas as pessoas, cursos que se estabelecem em todos os dias da semana. É um panorama bem diferente daqueles que víamos 50 ou 55 anos atrás.

Nesta oportunidade, pretendemos, na condição da USE - União da Sociedade Espírita do Estado de São Paulo -, homenagear todos aqueles trabalhadores e batalhadores da doutrina espírita, a começar pelo nosso codificador Allan Kardec e, também, aquelas meninas que, muitas delas, inconscientemente, se serviram na condição de médiuns para que Allan Kardec pudesse nos dar a doutrina dos espíritas.

Estes pensamentos nos trazem muita satisfação, mas perguntamos: e a nossa tarefa daqui para a frente?

Uma vez que estamos organizados, uma vez que o livro espírita já é uma realidade em nosso mundo, uma vez que o espiritismo é respeitado, haja vista o “Dia dos Espíritas”, promulgado pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, cuja autoria do projeto é o nosso querido Alberto Calvo, é uma realidade.

Cremos que muita responsabilidade nos cabe ainda, como espiritismo organizado, conhecedores da necessidade de nos constituirmos numa comunidade espírita, para oferecer a grande mensagem que consubstancia os seus princípios fundamentais.

A existência de Deus, a imortalidade da alma, a reencarnação, a comunicação dos espíritos e a frugalidade dos mundos habitados, verdades que devem ser oferecidas sempre à nossa sociedade, para aqueles que temendo a morte, temendo a incerteza do futuro, possam encontrar na doutrina espírita aquela tranqüilidade e serenidade que todos nós, pela misericórdia de Deus, temos direito a ter.

Que sejam as nossas palavras de homenagem a todos aqueles que até agora, de uma forma bastante laboriosa, delicada, mantiveram o espiritismo até os nossos dias, também aos futuros espíritas para que ofereçamos, da melhor maneira possível, essas verdades que o homem busca e que fazem parte do nosso conhecimento espiritual.

Nossos agradecimentos aos nossos irmãos que nos ouvem, ao nosso querido Alberto Calvo por esta oportunidade, e que Deus nos abençoe. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Esta Presidência concede a palavra ao Sr. Durval Cianipana, Presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo.

 

O SR. DURVAL CIANIPANA - Exmo. Sr. Deputado Dr. Alberto Calvo, mui digno Presidente desta Sessão Solene, onde comemoramos o “Dia dos Espíritas”, nesta Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, senhores membros da Mesa, digníssimos companheiros aqui presentes, queremos falar sem ter escrito, mas temerosos de nos perder nos meandros da nossa emoção e, um tanto quanto nos descaminhos de nossa ignorância, optamos por escrever algumas pequenas linhas, que diz o seguinte:

Quando se tem a convicção espírita, tudo fica fácil na vida. Por quantas dificuldades filosóficas, religiosas e até científicas se desfazem ante a lógica e o raciocínio fundamentado na lei de causa e efeito. Nela se prendem praticamente todos os princípios fundamentais da vida humana.

Item I - A existência do universo e seus elementos como efeitos da inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.

b) A existência da alma humana, aceita por mais de 96% da população, como efeito inteligente de uma causa inteligente.

c) A existência das diferenças individuais, como efeito dos que justificam a causa das reencarnações e a preexistência da alma.

d) A existência das comunicações dos espíritos e de muitos outros fenômenos impressos na história de todos os povos em seus livros sagrados, como efeitos de uma causa fundamental. A existência do perispírito ou corpo espiritual, que dá à alma sobrevivente condições para as suas manifestações junto ao mundo físico.

e) A existência do livre arbítrio do homem que transcende a um simples ato de manifestação de vontade, para se converter também na causa da responsabilidade individual de todos nós ante as leis divinas ou naturais que se aplicam em todos os níveis dos campos por onde tem gravitado a nossa evolução anímica ao longo dos milênios.

O espiritismo, como doutrina social, finca suas raízes no tríplice aspecto filosófico, científico e religioso, que explica e justifica a felicidade do homem, quaisquer que sejam as dificuldades por onde passa em sua existência, sejam de saúde, de pobreza, de riqueza, de poder, de autoridade e de relação de trabalho na escola e na família.

O espiritismo explica racional e logicamente a existência da vida futura, a interferência dos espíritos na vida presente e as conseqüências de nossas vidas passadas. Ele identifica os elos da corrente evolutiva, unindo o nosso hoje ao ontem, e o nosso amanhã ao que fazemos atualmente.

Senhores, neste “Dia dos Espíritas”, sempre em 18 de abril nesta digna Assembléia Legislativa, realiza-se uma sessão solene. Neste ato, comemoramos o 145º ano do lançamento do “Livro dos Espíritos”, codificado pelo Professor Hypolite Leon Denizard Rivail, o nosso Allan Kardec, o primeiro de uma série de livros que forma a codificação espírita, onde se inclui também “O Evangenho Segundo Espiritismo”, “O Livro dos Médiuns”, “O Céu e o Inferno” e “A Gênese”.

Nesta base, brotou o movimento espírito que hoje abraça o mundo. O Conselho Espírita Internacional, fundado em 28 de novembro de 1992, em Madrid, Espanha, congrega hoje perto de 30 federações nacionais. Somente no Brasil, temos hoje em torno de oito mil centros espíritas, com atuação direta no serviço da assistência social, na formação moral, ética e de cidadania dos freqüentadores de seus cursos de aprendizado.

O futuro dirá que temos razão. A descoberta oficial da vida espiritual está por um fio e, quando isto ocorrer, espero que brevemente todas as escolas e universidades estudem cientificamente essa realidade que é uma convicção inapelável para os espíritas.

Quando isto ocorrer, certamente estaremos entrando no novo ramo das ciências humanas que, neste momento, designo de ‘a meta da psicologia’, que é um passo a mais nos estudos da psicologia e da parapsicologia.

Não posso deixar de registrar aqui e de parabenizar o Conselho Estadual de Educação de São Paulo que, apoiados nos Poderes Legislativos e Executivos, regulamentou, a partir deste ano de 2002, o ensino religioso a ser ministrado na rede pública estadual do ensino fundamental.

Eis aqui, senhores, a extraordinária semente lançada no solo fértil da cultura infantil e adolescente, permitindo fixar o ensino da religiosidade e não da religião na sua formação cultural, assentada no binômio, autoconhecimento e austeridade. Isto é, no aprender a ser e no aprender a conviver.

Certamente os futuros homens, crianças de hoje, estarão libertos de alguns fanatismos religiosos, portanto aprenderão nas escolas os caminhos do compromisso com os valores da honestidade, do respeito ao próximo, da justiça, da bondade e da solidariedade.

Podem estar certos, senhores membros desta digníssima Assembléia, que a semente lançada em 18 de abril de 1857, com “O Livro dos Espíritos”, estará dando os seus frutos mais abundantemente a partir dessa abertura do terceiro milênio da era cristã.

Que Jesus, Moisés, Maomé, Buda, Lao Tsé, Rama e tantos outros mensageiros estejam unidos a Deus em seus diferentes nomes para que sejamos todos felizes. É o que eu desejo, a todos nós, em nome da Federação Espírita do Estado de São Paulo.

Os nossos cumprimentos efusivos ao nosso querido Deputado Alberto Calvo pela feliz idéia de ter conseguido obter a instituição deste “Dia dos Espíritas”, comemorado regularmente nesta Casa de Leis do Estado de São Paulo.

Paz, amor e carinho a todos vocês e o nosso muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Assistiremos agora a uma apresentação musical com a música “Haja Paz na Terra”, de Miller e Jackson, sob a regência de Luiz Tadeu.

 

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-          É executado número musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - ALBERTO CALVO - PSB - Todos aqui nesta Casa, inclusive esses batalhadores na Casa do Cerimonial e aqueles que secretariam a todos os trabalhos desta Casa, sabem perfeitamente que assumi muitas vezes esta tribuna durante discussões de projetos importantíssimos, tanto do Governo como de Deputados.

Assumi esta tribuna muitas vezes em substituição eventual do Sr. Presidente desta Casa, para chamar e dar a palavra aos deputados no Pequeno e no Grande Expediente. E todos, nesta Casa, sabem que é honroso substituir ou secretariar o Presidente e tenho sido convidado inúmeras vezes. É verdade que isto é muito honroso. Este trabalho parlamentar é da maior importância, porque o parlamento garante a democracia. Aliás, a única coisa que garante a democracia é o parlamento. Daqui partem algumas leis que são de fundamental importância para equilibrar as finanças, como também a ação do nosso Estado de São Paulo.

Esta Casa é uma cabeça importantíssima. Ela tem uma função não só de fazer leis, não só de aprovar leis, mas, também, uma função fiscalizadora. Eu presidi aqui algumas CPIs e fiz parte das CPIs mais importantes desta Casa. Embora me sentindo honrado com todo o apoio que tenho recebido aqui dos meus pares, como também dos funcionários desta Casa, quero garantir aos senhores que nada me honra e nada me honrou mais do que presidir esta solenidade para homenagear a comunidade espírita, através do cumprimento de uma disposição oficial de comemorar, uma vez por ano, o “Dia dos Espíritas”.

As pessoas pensam que, para fazer uma lei, basta querermos, que é só assomar aqui, na tribuna, e dizer: “Eu quero tal lei.” Mas não é assim, é muito difícil e trabalhoso.

Primeiro, para que o projeto possa tramitar, temos que contar com assinaturas suficientes de nossos pares que são de partidos diferentes e de interesses diferentes. Depois, precisa percorrer as comissões permanentes desta Casa, que são formadas também por um grupo de deputados de diferentes ideologias políticas, de diferentes interesses para que entre na pauta, para discussão e assentimento do Colégio de Líderes, a fim de que seja votado neste plenário. Isso é muito difícil, mas, quando se tratou da Lei para instituir o “Dia dos Espíritas”, foi tão fácil, por incrível que pareça.

Nesta Casa, a maioria é católica, protestante e judaica. É minoria os espíritas políticos e, também, funcionários. Mas, posso dizer a todos vocês que, num instante, obtive as assinaturas necessárias para o projeto instituindo o “Dia dos Espíritas” e ele percorreu as diversas comissões sempre com a aprovação de todos.

Num instante, foi aprovado aqui pelo Colégio de Líderes e por 94 deputados de outras religiões. Então, é por isso que eu digo que não me ufano das coisas que faço. Mas, esta sessão do “Dia dos Espíritas”, não sei se no próximo ano estarei aqui presidindo, pois posso não ser reeleito. Mas não importa, o que importa é o serviço já prestado.

Quero deixar claro que não sou um político, eu estou na política. Eu sou um médico e um espírita. Em primeiro lugar, sou espírita. Em segundo lugar, sou um médico. Em terceiro lugar, sou um cidadão. E, na qualidade de cidadão, fui eleito por quatro vezes: duas como vereador na Capital de São Paulo, que também não é fácil, e duas legislaturas nesta Casa.

Agradeço, de todo coração, pela presença de todos os senhores e pelas palavras que aqui nos foi trazida por aqueles que dirigem os destinos de entidades importantíssimas aqui em São Paulo, na Capital e no Estado de São Paulo.

Agradeço pela oportunidade que o Pai celestial me deu de poder estar junto com os espíritas e nos movimentos espíritas.

Agradeço pela saúde, pela energia que o espiritismo me dá.

Agradeço a Jesus, meu querido Mestre. Agradeço, acima de tudo, a Deus e aos nossos mentores espirituais. Mas não posso esquecer dos muitos companheiros nossos, grandes trabalhadores da seara, que já estão do lado de lá, que temos que homenageá-los. E, também, não posso esquecer da dor que está sucedendo neste nosso planeta, numa época em que mais se precisa das vibrações daqueles que se importam com as dores, com os sofrimento de seus irmãos.

É por isso que vou solicitar a todos para que fiquem de pé para vibrar em benefício de todos aqueles que já se foram para o lado de lá, todos os trabalhadores espíritas que estão, sem dúvida nenhuma, já nos auxiliando e nos orientando, como também àqueles nossos parentes, amigos, e até aqueles que nos têm como inimigos. Vamos vibrar por todos eles!

“Senhor Jesus, nós vos suplicamos de todo nosso coração: Tende piedade deste planeta Terra, que é o planeta de expiação, de provas, de reciclagem moral e que está experimentando, nesses dias tenebrosos, duras provas.

Nós lhe agradecemos, Jesus, Mestre amado, pela vossa intermediação junto ao nosso Criador, ao nosso Pai celestial, pelas forças que necessitamos receber, pelo estímulo que devemos ter, pela resistência necessária para todos nós prosseguirmos nessa luta sacrossanta, que é a de levar o Espiritismo, a Doutrina Espírita às mentes e aos corações da humanidade, para que possamos, então, um dia cantar : hosana a Deus; hosana a Jesus; hosana aos anjos guardiães; hosana a todos os grandes trabalhadores da construção do mundo de paz e de felicidade do terceiro milênio. É isto que nós queremos.

Senhor Jesus Mestre amado, não permita que paremos em meio ao caminho. Não permita desânimo. Senhor Jesus, conduza-nos pelas mãos, pelas vossas santas mãos. Não permita nunca que nos desviemos dos caminhos traçados por vós, Mestre, que aqui, quando de passagem por este planeta, deixaste consignado, através dos teus apóstolos, através das escrituras, para que nós possamos, inspirados, nos teus exemplos, nos teus ensinamentos, na tua palavra, na tua personalidade, na tua fé e na tua representatividade do Deus todo poderoso aqui na Terra.

Mestre, suplicamo-vos: permanecei em nossos corações, iluminando as nossas mentes, unindo cada vez mais os espíritas e trazendo cada vez mais aqueles necessitados de melhores conhecimentos, porque são criaturas que necessitam de conforto para que também entendam a doutrina espírita, entendam para o que ela veio, e possam, então, cerrar fileiras conosco para que seja implantado nesta Terra o planeta de regeneração, onde a caridade, a solidariedade, o teu nome, Jesus, e o nome do Pai celestial serão eternamente presentes em nossas mentes e em nossos corações.”

“Pai nosso que estais no céu, santificado seja o Vosso nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no céu.

O pão nosso de cada dia dai-nos hoje, perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos devedores.

Não nos deixeis cair em tentações, mas livrai-nos de todo o mal.

Que assim seja.”

Agora quero pedir um minuto de silêncio em homenagem aos companheiros que já se foram para a parte espiritual.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, esta Presidência agradece às autoridades, a esse coral maravilhoso do Centro Espírita Perseverança, àqueles que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade e convida-os para um café no Salão dos Espelhos.

Está encerrada a sessão.

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-          Encerra-se a sessão às 22 horas e 12 minutos.

 

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