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29 DE MARÇO DE 2011

010ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: CELSO GIGLIO, JOOJI HATO, BARROS MUNHOZ

 

Secretário: ITAMAR BORGES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - CELSO GIGLIO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - ITAMAR BORGES

Fala de proposta encaminhada à Mesa para criação da Frente Parlamentar das Santas Casas. Comunica Projeto de Resolução de sua autoria sobre o tema. Defende atuações regionais em favor dos hospitais. Destaca importância de participação de prefeitos e Deputados em favor da Saúde.

 

003 - ALEX MANENTE

Tece comentários sobre o lançamento de pedra fundamental do Hospital São Luiz, em São Caetano do Sul. Explica que os investimentos fazem parte de pacote incentivado pela Prefeitura. Parabeniza o prefeito do município pela visão desenvolvimentista. Enfatiza carência de leitos nos hospitais do Grande ABC. Diz que a região sofre pela falta de investimentos, em virtude da capital ter prioridade.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Registra a visita do ex-prefeito de Presidente Venceslau, Inocêncio Erbella. Critica a decisão do Prefeito Gilberto Kassab de autorizar que policiais militares façam "bicos oficiais" durante folga. Combate o fato de o município ignorar a necessidade de descanso semanal ao policial. Repudia o atraso nos pagamentos realizados pela Prefeitura. Comunica que 7 Estados, mais o Distrito Federal, já adotaram o piso salarial proposto pela PEC 300.

 

005 - VITOR SAPIENZA

Parabeniza os Deputados Alex Manente e Itamar Borges pelo discurso em defesa das Santas Casas. Fala de sua participação em evento em homenagem ao tributarista Ives Gandra. Ressalta questionamento feito por sua filha sobre a origem do termo Santa Casa. Sugere a unidade de esforços no sentido de buscar soluções para os problemas das Santas Casas.

 

006 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Comunica a realização de audiência pública amanhã, na Assembleia, para debater a Educação. Divulga evento em 1º de abril, na Praça da República, sobre o mesmo tema. Declara apoio à manifestação ocorrida na 4ª Delegacia, contra o crescimento da homofobia no Estado. Rejeita todo e qualquer tipo de discriminação. Defende a luta pela igualdade de todos.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - GILMACI SANTOS

Para comunicação, anuncia o falecimento do ex-Vice-Presidente José Alencar, Presidente de Honra do PRB. Informa que a morte ocorreu há poucos minutos, no Hospital Sírio Libanês. Presta solidariedade à família do ex-Vice-Presidente.

 

009 - ANTONIO MENTOR

Para comunicação, fala de sua tristeza pela morte de José Alencar. Diz que a vida do ex-Vice-Presidente foi marcada pela lealdade e pela sustentação ao Governo Lula. Destaca a importante participação de Alencar no desenvolvimento da democracia brasileira. Relembra Projeto de lei de sua autoria, que sugere dar ao Conjunto Viário da Rodovia Anhanguera o nome de José Alencar. Critica o ex-Governador Alberto Goldman por vetar o PL. Pede que esta Casa derrube imediatamente o veto.

 

010 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, lamenta a morte de José Alencar. Ressalta características e qualidades do ex-Vice-Presidente. Manifesta apoio à reivindicação do Deputado Antonio Mentor quanto à derrubada do veto para homenagear José Alencar.

 

011 - Presidente JOOJI HATO

Declara, em nome deste Parlamento, palavras de gratidão ao ex-Vice-Presidente. Considera-o símbolo de resistência. Diz que ele manifestava amor à vida, à família e aos brasileiros. Rende sinceras homenagens ao falecido.

 

012 - CARLOS BEZERRA JUNIOR

Registra sua solidariedade à família do ex-Vice-Presidente. Reconhece sua obra e o legado deixado por ele para o país. Fala de sua participação em evento contra o possível turismo sexual na Copa de 2014. Defende ações preventivas e imediatas nesse sentido. Critica o fato dos debates serem em cima apenas do quesito infraestrutura. Questiona sobre as contrapartidas sociais a serem deixadas pela Fifa no Brasil. Chama a atenção para a discussão do desenvolvimento humano, além do econômico.

 

013 - CARLOS GIANNAZI

Fala sobre a votação, hoje, do PLC 03/11. Diz que o PSOL apresentou emenda para modificar a matéria. Cita os três pisos salariais estipulados aos servidores. Rebate Projeto enviado pelo Governador, que prevê salário de 600 reais para a iniciativa privada, contra 315 reais para o funcionalismo. Critica o vale-refeição, no valor de 4 reais. Apela aos demais pares que votem contra o projeto mencionado.

 

014 - ARY FOSSEN

Critica o atraso nos serviços prestados pelos Correios. Diz que a responsabilidade em corrigir tal problema é do Governo Federal. Critica a mídia por não abordar a questão. Questiona possíveis mudanças ocorridas na Estatal após 2005, na gestão do então presidente Maurício Marinho. Apoia as críticas feitas aos pedágios.

 

GRANDE EXPEDIENTE

015 - EDINHO SILVA

Lamenta o falecimento do ex-Vice-Presidente José Alencar. Solicita que a Mesa realize manifestação formal em razão de seu óbito. Recorda a trajetória do ex-Vice-Presidente como político e líder empresarial. Elogia a decisão de José Alencar em assumir a vice-presidência do Governo Lula, pois, através desta atitude, demonstrou que posições políticas distintas podem se unir sem intransigência. Ressalta a importância da atuação do homenageado na vida política do Brasil.

 

016 - OLÍMPIO GOMES

Apresenta condolências em razão do falecimento do ex-Vice-Presidente José Alencar. Informa que, passados 14 dias da eleição da nova Mesa Diretora, as Comissões temáticas ainda não se encontram instaladas. Considera que, por conta de tal morosidade, esta Casa mantém-se distante das discussões sobre a Segurança Pública em nível estadual e federal. Condena o atraso na revisão do salário dos servidores públicos no Estado. Relata que deverá haver paralisação da Polícia Civil em 15/04. Insiste que este Legislativo deve agir para impedir greves no funcionalismo público.

 

017 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

018 - JOÃO ANTONIO

Enaltece a trajetória política do ex-Vice-Presidente José Alencar. Comenta as críticas do Deputado Ary Fossen ao Governo Lula. Condena a postura do Governo Estadual em relação à violência urbana, às inundações e à aprovação automática nas escolas públicas. Lê matéria do jornal "O Estado de S.Paulo" que denuncia o aparelhamento político de escritórios de gestão pública no Estado.

 

019 - RUI FALCÃO

Para comunicação, lê manifestação oficial do Partido dos Trabalhadores em razão do óbito do ex-Vice-Presidente da República José Alencar.

 

020 - JOOJI HATO

Lamenta, em nome do PMDB, o falecimento do ex-Vice-Presidente José Alencar. Congratula o Governador Geraldo Alckmin e o Secretário Antônio Ferreira Pinto pela divulgação de dados a respeito da Segurança Pública. Defende a segurança preventiva por sua eficácia e pela diminuição de gastos orçamentários. Manifesta-se em favor da prática da prisão agrícola-industrial para autores de pequenos delitos (aparteado pelo Deputado Ary Fossen).

 

021 - MARCOS MARTINS

Informa que o Governador Geraldo Alckmin revogou decreto que transferiria a Delegacia Seccional de Carapicuíba para a região de Barueri. Lamenta o falecimento do ex-Vice-Presidente José Alencar. Destaca o Dia Mundial do Teatro, em 27/03, e informa a ocorrência do Seminário Nacional do Teatro, na cidade de Osasco. Comenta a Lei 12.684/07, que determina a remoção de amianto em edifícios públicos no Estado de São Paulo. Alerta sobre as propriedades cancerígenas da substância.

 

022 - Presidente BARROS MUNHOZ

Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, com início 10 minutos após o término da presente sessão.

 

023 - GILMACI SANTOS

Pelo art. 82, lamenta a morte do ex-Vice-Presidente José Alencar. Presta homenagem póstuma à autoridade. Enaltece a luta do homenageado contra o câncer. Faz histórico da vida do político.

 

024 - ORLANDO MORANDO

Para comunicação, registra a presença dos vereadores de Diadema Lauro Michels e Márcio da Farmácia.

 

025 - PEDRO BIGARDI

Pelo art. 82, enaltece o passado político do ex-Vice-Presidente, José Alencar. Lamenta a perda que sua morte trará ao País.

 

026 - ENIO TATTO

Para comunicação, lê nota da bancada do PT sobre a morte de José Alencar, ex-Vice-Presidente do Brasil.

 

027 - JOSÉ BITTENCOURT

Pelo art. 82, enaltece o legado deixado por José Alencar para a política do País. Ressalta o caráter conciliador do político. Afirma que o mesmo possuía voz independente dentro do partido.

 

028 - ESTEVAM GALVÃO

Pelo art. 82, demonstra tristeza pela morte do ex-Vice-Presidente José Alencar. Destaca a luta do homenageado contra a doença que o levou.

 

029 - DONISETE BRAGA

Pelo art. 82, faz menção à mensagem de pesar lida pelo Deputado Enio Tatto pela morte de José Alencar. Apoia reivindicações de moradores da região de Mogi das Cruzes no que tange a melhorias na sinalização da SP-98. Combate curvas acentuadas presentes no traçado Sul do rodoanel.

 

030 - LUIS CARLOS GONDIM

Pelo art. 82, combate a retirada de delegados de cidades com menos de 10 mil habitantes. Pede por melhorias salariais para a categoria. Cita problemas que a medida trará à região de Mogi das Cruzes. Afirma que o Governador deve rever a decisão.

 

031 - ANTONIO SALIM CURIATI

Pelo art. 82, parabeniza o Deputado Luis Carlos Gondim pelo pronunciamento. Presta homenagem póstuma ao ex-Vice-Presidente José Alencar.

 

032 - MAURO BRAGATO

Requisita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

033 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra o pedido. Faz pronunciamento sobre a morte do ex-Vice-Presidente José Alencar. Lembra evento do qual participara ao lado da autoridade. Enaltece sua simplicidade e carisma. Menciona sua atuação como Senador por Minas Gerais e a contribuição para a economia e para a política do País. Mostra-se sensibilizado com as demonstrações de fé, esperança e luta pela vida, que marcaram José Alencar. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 30/03, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão extraordinária, hoje, com início às 19 horas. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Celso Giglio.

 

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O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Itamar Borges para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ITAMAR BORGES - PMDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges.

 

O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, equipe da Assembleia Legislativa, trago novamente um tema importantíssimo, que já apresentamos com o apoio dos Deputados, que constantemente ampliam essa participação.

No dia 16 demos entrada a essa solicitação, de duas formas. Entramos com um Projeto de Resolução e depois fomos orientados a entrar diretamente com uma solicitação ao Presidente da Assembleia, Deputado Barros Munhoz. Fizemos as duas, e possivelmente a solicitação ao Presidente é que deverá ser atendida imediatamente, tornando assim sem efeito possivelmente o Projeto de Resolução, implantando a Frente Parlamentar.

Apresentamos a proposta de criação, de retomada, de agilização, enfim, de encaminhamento das Frentes Parlamentares, em especial da Frente Parlamentar das Santas Casas. Esse é o tema. Tenho a certeza de que os 94 Deputados desta Casa são solidários, são parceiros deste tema. Costumamos dizer que as Santas Casas são uma santa causa a ser defendida por todos nós.

Fui prefeito por três oportunidades e tive a felicidade de conviver e hoje estar aqui falando deste outro lado, porque o município precisa estar junto. A Santa Casa é conduzida e gerenciada pela comunidade. A gestão da Santa Casa é pela população, pela solidariedade de toda a população, e muitas delas são de cunho regional.

Com esse propósito, elas são filantrópicas e acabam prestando esse serviço praticamente em constante déficit no dia-a-dia, atendendo às famílias que mais necessitam. Hoje as famílias que precisam de um amparo de saúde, de um atendimento hospitalar, nas pequenas cidades, nas cidades do interior e até nas cidades médias, o recurso principal, senão o único, é a Santa Casa. Por isso é muito importante que estejamos aqui, construindo esse debate para ouvir sugestões, apresentar propostas e definir ações que possam ser desenvolvidas pela Assembleia com a parceria das entidades e dos municípios junto à Secretaria de Estado de Saúde, e também encaminhando para o Ministério da Saúde.

Sabemos que o valor da remuneração, pela Tabela SUS, é muito aquém da realidade, é muito insuficiente para as necessidades. O que as Santas Casas recebem cobre menos da metade do custo efetivo que se tem para atender um paciente, seja nos procedimentos, seja na internação, seja na alimentação que o paciente recebe quando está internado.

Diante disso, existem alguns modelos. Outro dia, citei um dos modelos mais importantes e que tem dado resultado. É fundamental que se crie uma alternativa como algumas cidades criaram: o município entra com metade desse déficit e o Estado com metade. Ou seja, se a Santa Casa tem um custo de 100 mil reais por mês e recebe 50 mil, que o município entre com mais 25 mil e o Estado com mais 25 mil, num período de 24 meses, que é um período de saneamento, para ela ganhar corpo e voltar a ser autossustentável.

Esse é o objetivo; dessa forma tem dado certo. Tenho certeza de que todos os deputados que atuam na área da Saúde sabem do que estou dizendo. É muito importante apoiarmos para que Governo, Secretaria de Saúde e municípios unam-se para dar uma solução e novos ares para as Santas Casas do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - CELSO GIGLIO - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente.

 

O SR. Alex Manente - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha nas galerias e pela TV Assembleia, assomo à tribuna para falar de algo fundamental para o desenvolvimento na Região do Grande ABC. Ontem, tive o privilégio de participar do lançamento da pedra fundamental do Hospital São Luiz, na Cidade de São Caetano do Sul. É importante ressaltar que a nossa região, com praticamente três milhões de habitantes, tem uma carência muito significativa de leitos de atendimento particular. Os nossos hospitais estão numa situação econômica difícil. Recentemente, houve a falência do Hospital São Caetano e do Hospital Neomater.

O Hospital São Luiz é um hospital de altíssima complexidade, de atendimento reconhecido em todo o Estado de São Paulo. Ao chegar ao Grande ABC, gerará dois mil empregos diretos e atendimento à população regional. Certamente, ele dará um novo patamar de atendimento na área da Saúde Pública.

Estivemos presentes com o Prefeito de São Caetano do Sul, José Auricchio Júnior, que foi fundamental por viabilizar incentivos fiscais, por fazer a gestão para que, de fato, o Hospital São Luiz concretizasse os seus investimentos na Região do Grande ABC. Houve também a participação do Presidente da Rede D’Or, Dr. Jorge Moll Filho, que está investindo e acreditando no potencial de desenvolvimento da região.

Esse investimento faz parte de um pacote que está sendo criado no Espaço Cerâmica, na Av. Guido Aliberti, com incentivos da Prefeitura de São Caetano do Sul. Esse era um local extremamente abandonado e que sofria com enchentes - ainda sofre, porque existe a junção dos ribeirões que cortam a região. Agora, o local recebe todo esse investimento e é um novo polo de desenvolvimento local.

A chegada do Hospital São Luiz é uma grande reivindicação. Nós, que batalhamos muito pela abertura da Santa Casa de São Bernardo do Campo, muitas vezes trabalhamos para poder gerar novos investimentos no setor público da área da Saúde. Mas há também uma parcela significativa da população que precisa de atendimento nos hospitais particulares. A Região do Grande ABC, que tem o benefício de estar ao lado de São Paulo, sofre significativamente pela falta de investimentos em virtude dos serviços estarem na capital paulista.

A Rede D’Or já havia comprado o Hospital Assunção, em São Bernardo do Campo, e o Hospital Brasil, em Santo André. Além de gerar empregos, divisas para a região, qualidade no atendimento, essa empresa acredita e proporciona um novo momento para trazer benefícios à rede particular, que dependia muitas vezes do atendimento feito em São Paulo. Ao adquirirmos um atendimento de ponta, melhoramos toda a cadeia do atendimento da Saúde. Conversava com muitos profissionais da área da Saúde, que agora terão novos postos de trabalho.

Gostaria de deixar a nossa satisfação em participar de um momento significativo para a região, um novo momento na área da Saúde particular, gerando empregos para a nossa região. Já estivemos à frente dessa batalha pela Santa Casa, que hoje atende parte do que a Prefeitura de São Bernardo demanda como necessidade. Conseguimos levar leitos para lá, por emendas parlamentares. Na época, mobilizamos toda a sociedade para pressionar o poder público na assinatura do Convênio SUS, porque era uma Santa Casa. A Santa Casa de São Bernardo não tinha um convênio em grande parte das especialidades e também nos leitos de internação, que era uma carência da região. Isso acumulava as pessoas no Pronto-Socorro e não dava sequência ao atendimento.

A Santa Casa foi uma grande conquista. Precisamos de mais, mas não podemos perder a oportunidade de falar do desenvolvimento quando chega o capital da iniciativa privada, trazendo uma projeção de futuro adequada para a nossa região, gerando novos empregos e fazendo com que tenhamos um atendimento para o segmento da sociedade que tem condições de ter um convênio médico com mais qualidade na região do Grande ABC.

Portanto, deixo os nossos cumprimentos, especialmente à Rede D’Or, que está investindo no Grande ABC, e ao Prefeito José Auricchio Júnior, pela visão desenvolvimentista que possui para a região.

 

O Sr. Presidente - CELSO GIGLIO - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, inicialmente, quero saudar a presença na Assembleia Legislativa de Inocêncio Erbella, que foi Prefeito de Presidente Venceslau, Secretário Estadual de Esportes e Turismo, um ícone da política paulista, pai do Prefeito Ernane Erbella, de Presidente Venceslau. Seja muito bem-vindo à sua Casa, grande amigo Inocêncio Erbella!

Assomo à tribuna para comentar um noticiário que está estampado hoje nos jornais “Folha de S.Paulo” e “O Estado de S.Paulo”:Kassab leva bico oficial de PMs para a periferia” e “Operação delegada alcança toda São Paulo e 3.500 PMs poderão fazer o bico oficial”.

Muitas vezes me envergonham algumas atitudes que o Estado toma em relação aos seus servidores públicos e principalmente em relação à família policial militar, da qual sou originário.

Dizer à opinião pública que a solução para a Segurança Pública está na chamada Operação Delegada, e que isso vai aumentar os ganhos para os policiais militares, é uma tremenda hipocrisia. Há mais de 170 anos a minha corporação, a Polícia Militar, vem punindo e prendendo o policial que exerce atividade fora da corporação. A Cidade de São Paulo acabou fazendo essa Operação Delegada. No que ela consiste? O município transfere para o Estado, ou para o agente público do Estado, a competência que lhe é específica. Não é para ações de combate à criminalidade específica, mas para ações de fiscalização de posturas de legislação municipal. Até então os comandantes da Polícia Militar diziam “O policial não é uma máquina. Ele tem de ter um horário de repouso, de lazer, de estudo, de convívio com a família.” Agora não precisa mais? Conforme o regulamento, punimos o policial que faz o bico de segurança, mas quando é bico oficial pode? Não precisa mais descansar?

A verdade é que o policial trabalha sempre cansado, seja no bico oficial, seja no bico não-oficial. Quantos municípios conseguem pagar policiais militares para uma Operação Delegada? Há uma previsão de 15 municípios, mas, com a exceção de São Paulo, ninguém começou. Já há uma lei para Mogi da Cruzes, mas não está em vigor. A Câmara Municipal de Sorocaba também aprovou, mas não entrou em vigor. Isso provocará, Sras. Deputadas e Srs. Deputados que dizem que apoiam a família policial, um congelamento maior ainda do piso salarial de policiais do Estado de São Paulo. Vejo lá em cima meu amigo, que é da carreira da Polícia Civil. Não há Operação Delegada para o policial civil. E o Governo vai anunciando e divulgando para a população, através da mídia, como se isso fosse acalentar e minimizar a dor de ter os piores salários brasileiros para toda a família policial. Não há também Operação Delegada para os policiais da Polícia Técnico Científica.

Esse bico então, de 12,56 reais/hora limitados até 1.600,00 reais, é ruim. Todos os meses a Prefeitura tem atrasado e o sistema de processamento financeiro da Polícia Militar atrasa mais ainda para o bico. E vamos parar com hipocrisia. O Distrito Federal e sete estados brasileiros já adotaram o conteúdo da PEC 300, com piso salarial mínimo de 3.200,00 reais. O último deles foi Paraíba, com todo o respeito a meus amigos paraibanos. Mas falar no Orçamento de São Paulo, e ter o policial com um piso salarial de 1.600,00 reais, com salário base do soldado da Polícia Militar de São Paulo, do investigador de polícia, do agente policial, de 540 reais, é uma vergonha. É tentar tapar o sol com a peneira dizer que a Operação Delegada, paga pelo município, vai trazer revitalização para o salário do policial. E nos outros 644 municípios, 3,5 mil PMs vão fazer; na Cidade de São Paulo temos 32 mil. Vergonha! Hipocrisia! Falta de respeito com a força policial de São Paulo!

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza.

 

O SR. VITOR SAPIENZA - PPS - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos honra com a presença, telespectadores, ontem à noite tivemos a oportunidade de participar de um dos grandes eventos desta Casa, promovido pelo Deputado Capez, em que foi homenageado o Dr. Ives Gandra. Ele é um dos maiores tributaristas deste Estado e tem contribuído sobremaneira em grandes debates.

Quero cumprimentar o Deputado Alex Manente e o Deputado Itamar Borges por terem abordado um assunto de tanta importância, que é o problema envolvendo as Santas Casas. Ao ensejo dos seus pronunciamentos, inicio o meu. Eu já narrei na última oportunidade que estive no plenário, sobre os meus diálogos com minha filha de 17 anos sobre os acontecimentos deste país. Eu olho e vejo Major Olímpio que diz, sorrindo: “Quando é que ela vai te interpelar sobre a Segurança?” Major Olímpio vai chegar o momento, e na oportunidade, trago o assunto para o plenário. Lilinha, porém, me indagou sobre as Santas Casas: “Pai, por que o termo Santas Casas?” Dizia a ela “Filha, ao longo dos séculos, a instituição sempre se pautou pela caridade e solidariedade cristãs. Era um tipo de santidade. Hoje, sabemos da luta dos dirigentes dessas instituições para sobreviverem. Todas as Santas Casas no interior, com uma quantidade pequena de leitos, tendem a ser fechadas. Não se admite mais a caridade, o altruísmo, típico do que aconteceu ao longo dos anos.”

Vejo com bastante satisfação o Deputado Jooji Hato - irmão do Deputado Mário Hato -, médico, e que está aquiescendo com a cabeça como a dizer “Está abordando um problema que existe.” Existe mesmo. Hoje, problema mundial é o problema da saúde. E eu procurava explicar para a menina Lilinha: “O que temos de fazer para buscar soluções para um problema crucial e chamado Santas Casas?” Quem conhece o interior sabe muito bem que as Santas Casas do interior que funcionam atraem todo aquele pessoal dos outros estados em busca de soluções. E o que ocorre? O problema SUS - com todo esforço do Governo Federal, do Fernando Henrique Cardoso, do Governo Lula - ainda sofre de alguma falta de controle no sentido de repor às Santas Casas aquele atendimento àqueles que são de outros estados.

Vejo também prestando atenção o Dr. Ulysses Tassinari - brinquei com ele outro dia dizendo que, na época de candidatura, passa a ser Ulysses, médico renomado da cidade nossa de Itapeva -, que conhece talvez bem melhor do que eu o problema da Santa Casa. Mas folgo em saber que teremos grandes lutadores em prol desse nosocômio que necessita de todo o esforço dos Srs. Deputados. Digo com toda sinceridade, Major Olímpio, falarei novamente com Lilinha, mas por ora o assunto é a Santa Casa. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários. Hoje vou usar esta tribuna para fazer três considerações: uma em relação ao dia de amanhã quando realizaremos uma audiência pública no Auditório Paulo Kobayashi, a partir das 9h da manhã, onde será debatido um tema muito relevante para o nosso Estado que é sobre Educação.

A Educação tem sido um tema debatido ao longo dos últimos anos e, cada vez mais, vem ganhando relevância em virtude do próprio crescimento do País e por isso a necessidade de investimento nessa área. E para isso é necessário também ter uma preparação efetiva do nosso corpo de funcionários, dos trabalhadores do magistério do Estado de São Paulo.

E amanhã teremos dois debates importantes na parte da manhã sobre o Plano Estadual de Educação e na parte da tarde o Plano de Carreira do Magistério Público Estadual. São dois debates importantes no dia de amanhã, que vai consolidando a partir da necessidade da construção de uma Educação plena para nosso Estado, é importante também investimento no Quadro do Funcionalismo Estadual.

Teremos ainda no próximo dia 01/04, às 14 horas, uma assembleia dos professores na Praça da República, com três pontos em pauta: a reposição das perdas salariais por conta da inflação durante o atual plano de carreira, de 36,74, a retirada das faltas da greve do ano passado e o novo Plano de Carreira que será debatido amanhã em audiência pública, que contempla as reivindicações do Magistério.

Serão essas duas ações em relação à Educação que ocorrem amanhã na Assembleia Legislativa em audiência pública e uma assembleia dos trabalhadores vinculados à Apeoesp, no dia 01/4, à 14h na Praça da República.

Sr. Presidente, ontem a Deputada Leci Brandão falou sobre a entrega e a manifestação ocorrida na 4ª Delegacia de Polícia próximo da região central de São Paulo, onde o Guilherme Rodrigues apresentou corpo de delito. E mais uma vez temos visto no Estado de São Paulo o crescimento da homofobia, e nós não podemos aceitar nenhum tipo de ocorrência, nenhuma agressão. Não podemos compactuar com nenhum tipo de discriminação no Estado de São Paulo, seja por gênero, raça, crédito religioso ou em relação à condição social.

E se nós queremos construir um estado forte, ele se dá na luta pela igualdade a todas as pessoas. Não podemos compactuar com nenhum tipo de discriminação.

Então, queremos mais uma vez repercutir a manifestação ocorrida ontem, na 4ª Delegacia, na região central próximo a Rua Augusta, e esperamos das autoridades competentes que esse caso não seja engavetado como muitos outros de homofobia que tem acontecido do nosso Estado. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. GILMACI SANTOS - PRB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, gostaria de comunicar com muita tristeza, com muita dor, que acaba de falecer no Hospital Sírio Libanês, o ex-vice-Presidente da República, José Alencar, o nosso Presidente de honra do PRB, após muitos anos de sofrimento de uma doença que o acometia. Ontem foi internado, estava em uma situação muito grave, e há poucos minutos o hospital acabou de fazer o comunicado do seu falecimento.

Estamos aqui para prestar a nossa homenagem à família. E também comunicamos com muita tristeza não somente ao PRB, por ser o nosso Presidente de honra, mas também com certeza, a toda nação nesse momento estar entristecida por ser José Alencar o que ele representa e representou para o nosso País. Muito obrigado.

 

O SR. ANTONIO MENTOR - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, ouvi a mensagem triste trazida a este plenário pelo nosso grande companheiro, Deputado Gilmaci Santos. Já havíamos tido essa informação alguns minutos atrás. E estávamos expressando no nosso coração uma enorme tristeza pela perda de um grande brasileiro. Foi um homem que deixou na sua vida uma referência de luta, não apenas nesses últimos anos no seu embate contra o câncer, mas durante toda a sua trajetória marcada pela lealdade, um homem que foi sem dúvida uma referência de sustentação para os oito anos de Governo do Presidente Lula; um homem que nos momentos mais difíceis dessa trajetória desse Governo exitoso, como foi o Governo do Presidente Lula, mas que passou por grandes dificuldades conjunturais, ele manifestou sempre a sua posição de defesa intransigente da democracia e das instituições no nosso País.

Sr. Presidente, esta Casa no ano passado aprovou um projeto de lei homenageando o vice-Presidente José Alencar, denominando um conjunto de viadutos, um complexo viário ao final da rodovia Anhanguera, sobre a Marginal do Tietê, com o nome José Alencar.

A Casa aprovou, porém o Governador Alberto Goldman à época, por razões que não convenceram até hoje este Deputado e não convencerão a ninguém, vetou essa homenagem.

Sr. Presidente, não quero me valer do momento de comoção para defender uma proposta que foi de minha autoria. Mas sem dúvida nenhuma, eu penso que esta casa pode e deve levantar a sua voz em homenagem a José Alencar, derrubando imediatamente esse veto, garantindo essa homenagem do povo paulista a esse mineiro, esse grande brasileiro, que nos deixa com uma lição de vida espetacular, que deve servir de referência para cada um e para todos nós. Muito obrigado.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu gostaria de expressar o lamento, que tenho certeza é o lamento de todo o povo brasileiro, pela grande perda nesse momento desse grande brasileiro, grande pai de família, grande político, grande empresário, que fomentou milhares de empregos. E eu gostaria de fazer coro ao posicionamento do Deputado Antonio Mentor, para que a Assembleia Legislativa tome uma atitude de valorizar, inclusive, talvez V. Exa. fosse até o Colégio de Líderes e já pleiteasse para que nesse momento, e temos que aproveitar a comoção para valorizar o Sr. José Alencar e valorizar a postura do Legislativo que já reconheceu em vida que o Sr. José Alencar deveria marcar a história de São Paulo naquela obra de engenharia.

Gostaria de já me colocar solidário não só a toda família dos amigos e de todo o povo brasileiro, mas solidário à sua manifestação para, de forma mais do que oportuna - e pode ser até numa sessão hoje mesmo -, derrubar esse veto e fazer justiça ao Sr. José Alencar. Tenho certeza que todo o povo brasileiro, toda a classe política, independente de partido, posicionamento ideológico fará isso para o Sr. José Alencar.

A Assembleia Legislativa prestigiará esse grande brasileiro, derrubando esse veto e fazendo com que o complexo de obra de engenharia, na Anhanguera, torne-se Vice-Presidente José Alencar. Parabéns pela iniciativa!

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência também se une à fala dos nobres Deputados que me antecederam nesta tribuna.

O nosso pleito de respeito e gratidão ao Vice-Presidente José Alencar que nos deixa e que foi um símbolo da resistência com muita galhardia. Com certeza, ele está junto com o Nosso senhor.

O Vice-Presidente José Alencar deu uma demonstração de amor à vida, à família e aos brasileiros, dedicando a sua vida empresarial junto com a vida política e sempre preocupado com os cidadãos, sempre preocupado com o nosso País.

Descanse em paz. Em nome desta Casa, esta Presidência rende as nossas sinceras homenagens.

Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Júnior.

 

O SR. CARLOS BEZERRA JÚNIOR - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, assessoria da Casa, companheiros de imprensa, telespectadores da TV Assembleia, antes de iniciar o meu pronunciamento, quero, aqui, registrar a minha solidariedade especial à família do ex-Vice-Presidente José Alencar, símbolo de homem público no País e que merece neste momento todo o nosso respeito.

Fica aqui a minha solidariedade, o meu carinho, o meu abraço enviado à família em reconhecimento à grande obra, ao grande legado que esse homem público deixa a todos nós brasileiros.

Quero, mais uma vez, nesta tarde, ocupar esta tribuna destacando um assunto que julgo da maior relevância em virtude dos acontecimentos que cercam o nosso País e desse grande acontecimento, que é a Copa do Mundo de 2014.

Ao usar ontem a tribuna desta Casa, relatava o fato de que, na semana passada, tive o privilégio de participar de uma grande articulação de centenas de ONGs de todo o País em uma grande rede que se forma para o enfrentamento ao turismo sexual na Copa de 2014.

É sabido de todos que eventos desse porte que trazem grandes investimentos, muitos investimentos em turismo e um potencial de atração aos turistas do mundo inteiro com aglomeração e tudo isso que já foi citado, trazem consigo também possíveis efeitos colaterais, como, por exemplo, o estímulo indireto ao turismo sexual, que é preciso ser falado.

Precisamos aqui chamar insistentemente a atenção sobre esse problema e, mais que isso, trabalhar de forma preventiva hoje, para que, daqui a quatro anos, não tenhamos que agir de maneira reativa.

Parece-me que ao participar desse evento o tom da fala era o mesmo do que participei hoje, pela manhã, lá na Universidade de São Paulo falando sobre políticas públicas de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes. E vai ficando cada vez mais claro o seguinte: o grande debate que envolve a Copa de 2014 tem sido um debate que fala sobre a infraestrutura econômica, que fala sobre a infraestrutura urbana, que fala sobre a construção de grandes estádios, que fala sobre os aspectos do transporte, a melhoria das vias de transportes, o acesso, etc. Mas fala-se muito pouco sobre os problemas potenciais que podem se agravar, como, por exemplo, o turismo sexual, a exploração sexual de crianças e adolescentes por redes que podem se instalar a partir de hotéis e outras vias.

Esses problemas podem vir a se agravar e esse é o momento em que todos nós temos que nos unir enquanto Poder Público, Legislativo, Executivo, sociedade civil organizada, universidades, enfim, unirmos os nossos esforços, deixando de lado a questão político-partidária, na direção da garantia dos direitos da criança e do adolescente.

Eu me faço as perguntas: que tipo de contrapartida será cobrada daqueles que investem na Copa do Mundo? Que tipo de contrapartida social a Fifa terá que deixar no Brasil? Que tipo de contrapartida eles deixaram, por exemplo, na África do Sul? Um belíssimo exemplo a ser seguido é o da Cidade de Barcelona, que criou inclusive o conceito de Cidade Educadora e que hoje colhe frutos de 20, 30 anos atrás quando sediaram a Copa do Mundo e a Olimpíada. É a cidade que preparou toda sua estrutura urbana para que, uma vez acabado o evento esportivo, toda aquela infraestrutura pudesse ter utilização social adequada, como, por exemplo, núcleos assistenciais específicos para receber crianças vítimas de violência, etc..

É muito importante chamarmos a atenção para isso porque parece que a preocupação é muito maior sobre se teremos uma ligação de trem do Centro de São Paulo até o aeroporto. Claro, isso é superimportante. Aliás, é uma vergonha não termos, mas é uma vergonha muito maior termos crianças nos semáforos por fruto de omissão, negligência, enfim, de abuso dos seus pais. É mais do que urgente trazer essas questões à tona.

Encerro o meu pronunciamento aqui, nesta tarde, mais uma vez chamando a atenção de que, além da discussão, do desenvolvimento econômico, precisamos mais do que nunca - e temos uma oportunidade histórica nesses quatro anos - discutir o desenvolvimento humano e social do nosso Estado. Sr. Presidente, muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, hoje provavelmente iremos votar aqui na Assembleia Legislativa o PLC nº 03/11, que vai estipular as novas faixas salariais do funcionalismo público estadual, estabelecendo alguns pisos salariais para os servidores do Estado de São Paulo.

O projeto já foi discutido aqui na Casa e se tudo der certo parece que entra em votação hoje em sessão extraordinária.

Nós, do PSOL, apresentamos uma emenda a este projeto para que ele seja totalmente modificado porque do jeito que veio do Palácio dos Bandeirantes ele representa uma verdadeira afronta aos servidores do Estado de São Paulo. Com os pisos salariais oferecidos pelo Governo hoje e atualizados através do abono a ser aprovado vamos três faixas de pisos salariais: um de 315 reais, outro de 425 reais e outro de 600 reais. Isso é uma afronta, é uma vergonha o Estado de São Paulo, o estado mais rico da Federação, oferecer um salário-mínimo para o seu servidor público estadual de 315 reais por isso apresentamos a Emenda nº 1, para a qual pedimos o apoio dos deputados, a fim de reverter essa situação. Primeiro porque o servidor público do Estado tem um vale refeição de quatro reais, chamado de vale coxinha. De tão baixo que é, ele é conhecido no funcionalismo público como vale coxinha. Segundo porque o salário-base do servidor público estadual é de 315 reais. É isso que vai ser votado hoje aqui na Assembleia Legislativa.

Então hoje é o dia da verdade porque os deputados e deputadas que realmente têm compromisso com os servidores do Estado, com os professores, com os servidores da Segurança Pública, com os servidores do sistema prisional, com os servidores do Poder Judiciário vão ter de mostrar agora na hora do voto porque aquele que votar neste projeto do Governo estará votando contra todos os servidores do Estado. Onde já se viu um piso salarial de 315 reais! Ao mesmo tempo, o Governador enviou outro projeto estipulando o salário-mínimo regional para a iniciativa privada de 600 reais. Ou seja, para a iniciativa privada o Governador concede um piso de 600 reais, mas para os seus próprios servidores ele mantém o piso de 315 reais. Isso é uma afronta aos servidores do Estado de São Paulo, que estão com suas carreiras corroídas pelas perdas inflacionárias.

Ao mesmo tempo em que o Governador mantém esse salário miserável de 315 reais ele não respeita a data-base salarial dos servidores aprovado nesta Casa em 2006, não respeita o Art. 37 da Constituição Federal, que obriga o Governo a fazer a reposição salarial pelo menos das perdas inflacionárias. Mas nem isso! Tudo aquilo que o Governador disse durante a campanha eleitoral não procede. É mentira. O Governador enganou o eleitorado do Estado ao dizer que iria rever a situação salarial dos servidores do Estado. No entanto, envia projeto estabelecendo um piso salarial para os seus servidores de 315 reais.

Podemos mudar isso. Hoje pode ser um dia histórico aqui na Assembleia Legislativa se os deputados da base governista não se curvarem a essa afronta aos servidores que o Governador quer imprimir hoje através da votação do PLC 03/11. Nós temos a opção de mudar isso através da votação de algumas emendas. A nossa emenda é a de nº 1.

O deputado realmente que prometeu ajudar os servidores na sua cidade, no seu município, na sua região vai ter de provar hoje na votação deste projeto. Como disse, a situação do servidor hoje no Estado de São Paulo é a pior do Brasil. Temos os piores salários pagos aos servidores. A Polícia Civil vive uma grande crise com os delegados de polícia, que têm um salário-base de 3500 reais. Os delegados estão pedindo exoneração de seus cargos. Os professores também no Estado de São Paulo são os mais mal pagos da Federação. O salário-base de um professor é de 600, 700 reais e o Governo insiste na manutenção dessa política nefasta e perversa de bonificação, de gratificação, que destrói as carreiras dos servidores: do magistério, da Polícia Civil, da Polícia Militar, do sistema prisional, dos servidores do Poder Judiciário. O servidor não quer esmola, não quer migalha. O servidor não quer abono ou gratificação, muito menos prova de mérito. O servidor precisa de salário digno, precisa do cumprimento tanto da lei da data-base como do Art. 37 da Constituição Federal. Portanto, hoje é um dia histórico e temos de mudar pelo menos o piso salarial dos servidores do Estado de São Paulo, que não pode ser mais de 315 reais. Vamos votar com dignidade para valorizar de fato, do ponto de vista salarial, os servidores do Estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen.

 

O SR. ARY FOSSEN - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, há dias que quero falar de um assunto que incomoda todos os brasileiros.

Tenho visto aqui, por parte dos deputados da oposição, críticas ao valor do pedágio, ao valor disso e daquilo.

Nós estamos vivendo um problema que talvez esteja passando despercebido do Congresso Nacional. Como cidadão comum eu sinto isso. Refiro-me aos Correios, uma instituição maravilhosa que na administração do presidente Fernando Henrique Cardoso mereceu prêmios, elogios, como de outros presidentes que o antecederam.

Vejam: um boleto de 15 de março, a portaria do meu prédio recebeu das mãos dos Correios dia 21. Isso é comum, constantemente recebo com atraso. Pode-se dizer ‘é pouco’ do ponto de vista financeiro para cada boleto: é o condomínio, a conta da água, a conta da luz. Vai nos bancos, eles não perdoam. E não vejo nenhum movimento contra isso no Brasil.

O Departamento de Correios e Telégrafos era um órgão de referência nacional em organização, em eficiência. Lembro-me que recebia correspondência na segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado. Agora não é sempre. Esta é uma queixa de muitos vizinhos, amigos, que dirá do povo.

Os três jornais da minha cidade diariamente noticiam as reclamações que se fazem quanto à entrega de correspondências por parte dos Correios e Telégrafos.

O que será que aconteceu com os Correios e Telégrafos depois de 2005, quando o cidadão de nome Maurício Marinho foi pego recebendo propina, negociando o contrato dos Correios, que de lá para cá deu origem ao mensalão do Congresso Nacional, conhecido de todos? Tudo isso originou um descontrole. Parece que os Correios foi abandonado, ninguém mais se incomoda com os Correios.

O jornal da terra do nosso querido companheiro deputado Pedro Tobias, de Bauru, dá a manchete “Correios atrasam entrega em até duas semanas e os pacotes ficam expostos ao sol e à chuva no pátio do Distrito 1.” É do Governo Federal a responsabilidade e não vejo nenhum pedido de CPI, não vejo nenhum cotejamento daquilo que todo cidadão brasileiro está pagando. É pouco a multa e os juros na correção do valor de um boleto? Mas há boletos em que esse valor é alto. O Departamento de Água e Esgoto de Bauru deixou de fazer a entrega das contas por intermédio dos Correios porque eles entregavam atrasado. Ficamos tristes com essas críticas. Tenho o material de toda a CPI dos correios, que envolveu figuras importantes da política nacional.

Há uma crítica aos pedágios. Vamos conversar. O governador já deu entrevista durante a campanha, já falou esse ano, está fazendo levantamentos. Mas fico triste quando ouço que houve mais uma morte na rodovia Regis Bittencourt - São Paulo/Curitiba. Quantas pessoas morrem naquela estrada? Foi feita a concessão pelo governo federal há quatro anos e as coisas não melhoram. Não é diferente a rodovia São Paulo/Belo Horizonte. Obra lenta, difícil, não é a mesma qualidade do sistema Anhanguera/Bandeirantes ou da Castello Branco. Foram feitas concessões por um grande homem, com a melhor das boas intenções: governador Mário Covas. São concessões; não são privatizações. Ficamos tristes o pedágio é caro, precisa ser revisto. O governador já demonstrou boa vontade.

E quanto aos Correios? Não vejo nenhum pronunciamento no Congresso Nacional, não vejo críticas de cronistas, de jornalistas, de radialistas, reclamando do trabalho que os correios vêm prestando à nossa população. São milhões e milhões de brasileiros que deveria receber a correspondência em ordem para fazer seus pagamentos em ordem. A exemplo deste deputado, que mora no centro, local fácil de fazer a entrega, imagino a situação das outras pessoas. Todo mundo deve ter recebido alguma conta com atraso. Falta que o Governo Federal organize a Instituição, que foi orgulho de nós brasileiros. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Por permuta de tempo com o nobre Deputado João Paulo Rillo, tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. EDINHO SILVA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste pela TV Alesp, como deputado integrante da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que exerce o cargo de presidente do PT no estado de São Paulo, ocupo a tribuna com muito pesar para aqui fazer uma manifestação pela morte do nosso sempre vice-presidente José Alencar, que nos deixou há poucos minutos. Evidente que com todas as homenagens que ele já recebeu, todas as reverências feitas a ele como líder empresarial, como vice-presidente da República, como cidadão, faz-se um reconhecimento à página belíssima que José Alencar escreve na história brasileira.

Sr. Presidente, a bancada do PT vai enviar um ofício para que a Mesa faça uma manifestação formal à família e ao povo brasileiro pela perda de José Alencar.

José Alencar, homem de origem humilde, homem pobre, que nos primeiros tempos de juventude, juntamente com seu irmão, inicia um empreendimento empresarial, tornando-se um dos maiores empresários desse país, uma das maiores lideranças empresariais do Brasil.

Em 2002, José Alencar faz uma opção que poucos brasileiros acreditavam que seria capaz de fazer. José Alencar não só faz uma opção por um projeto político ao ser o vice do presidente Lula, mas faz também uma demonstração pública de opção de vida. Em 2002, José Alencar mostra ao povo brasileiro que era possível, sim, sinalizar ao país com a construção de relações contraditórias, mas sem intransigências. Temos na presidência da República a união de um dos maiores líderes empresariais com o maior líder operário dos trabalhadores que nosso país já teve, que foi o Presidente Lula. Os dois se unem em prol de um sonho, o sonho de fazer do Brasil um país mais justo, um país mais igualitário, um país de igualdade de oportunidades. Portanto, um país que crescesse economicamente, mas sem tantas contradições sociais.

Sr. Presidente, o vice José Alencar foi fundamental na construção do governo do presidente Lula. Ele opinou nos momentos decisivos da história da República. O vice José Alencar foi leal nos momentos mais difíceis da construção do governo do Presidente Lula. Mostrou lealdade, mostrou ao povo brasileiro que estava em jogo um projeto para que o Brasil se tornasse um país mais justo para o povo brasileiro, um país que sinalizasse para a América Latina que era possível, num continente de terceiro mundo, construir um projeto que garantisse autonomia internacional e crescimento econômico com justiça social.

José Alencar, Sr. Presidente, repete sua lealdade ao ser novamente o vice em 2006. Esse brasileiro, esse líder empresarial, esse cidadão que passou por 17 cirurgias. Portanto, não só foi um líder político, não só foi um líder empresarial. Foi um homem fundamental na construção desse governo que tirou 30 milhões de brasileiros das classes mais inferiores e 25 milhões de pessoas da miséria. Mostrou ao povo brasileiro aquilo que temos de maior valor, que é a nossa vida. Lutou contra uma doença, venceu-a muitas vezes, mas ela retornou e ele retomou sua luta. Como um grande guerreiro, como um grande lutador, cumpriu a sua missão e deixou o Palácio do Planalto - do ponto de vista simbólico, porque estava internado, mais uma vez lutando contra a doença - junto com o presidente Lula no dia 1º de janeiro. Cumpriu a sua missão de vida. Foi até o final no governo do presidente Lula e mostrou ao povo brasileiro que é possível, sim, vencer as adversidades; que é possível, sim, superar as limitações; que é possível, sim, lutar pela vida, mesmo quando do ponto de vista médio e clínico que a situação já está definida.

Esse é o exemplo que deixa a todos nós José Alencar. Hoje o Brasil perde certamente um dos maiores brasileiros que já tivemos, o Brasil perde uma grande liderança, um grande político, um grande empresário, um grande cidadão. E a história ganha, definitivamente, para as suas páginas, um grande exemplo a ser seguido pelas futuras gerações.

Quero aqui, Sr. Presidente, dizer do nosso sentimento pelo fato de José Alencar ter nos deixado. Queremos deixar aqui nossa manifestação de solidariedade à família, bem como ao seu grande amigo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dona Marisa. Queremos deixar aqui a nossa manifestação de sentimento, dor e reconhecimento à dona Mariza, sua esposa.

Sr. Presidente, deixamos aqui registrada a nossa manifestação. Queremos dizer ao Brasil todo que José Alencar deixa esse espaço de convivência, mas certamente a sua história está registrada. O seu exemplo vai ser seguido por aqueles que se iniciam hoje, tanto na vida empresarial, como na vida política, ou aquele jovem que inicia hoje o seu sonho de se construir como cidadão neste país. Hoje, efetivamente, está registrada, nos anais da História deste País, a vida de um grande brasileiro, a vida de José Alencar.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Muito obrigado, Srs. Deputados, Sras. Deputadas. Esta é a manifestação do Partido dos Trabalhadores pelo fato de José Alencar, nosso vice-presidente, ter nos deixado nesta tarde.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Caríssimo Deputado Edinho Silva, acatamos o seu pedido, que levaremos ao Presidente efetivo desta Casa, Deputado Barros Munhoz.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. Há, sobre a mesa, requerimento de permuta de tempo entre os nobres Deputados Carlos Giannazi e Olímpio Gomes.

Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, por permuta de tempo.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, quero inicialmente cumprimentar o Deputado Edinho pela sua manifestação em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Tenha a certeza absoluta de que o pensamento uníssono do povo brasileiro é de reconhecimento ao trabalho de José Alencar, ao seu esforço, ao seu exemplo de vida, e que no momento crucial para a História do País ele dar as mãos ao Presidente Lula acabou vislumbrando uma transformação no quadro político-nacional e, portanto, na História do País. Parabéns pela manifestação.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, ocupo esta tribuna para lembrar que estamos no dia 29 de março. Quatorze dias já se passaram da posse da nova Mesa Diretora e até agora não estão instaladas as comissões temáticas desta Casa. Houve uma modificação no Regimento Interno, as 22 comissões acabaram sendo transformadas em 12 comissões temáticas para haver mais parlamentares, para fomentar mais o debate, para haver mais presença. Até agora não se resolveram as questões de indicação dos representantes de cada uma das bancadas.

Minha origem é como profissional de segurança pública. Tenho até a pretensão de compor a Comissão de Segurança Pública nesta Casa, não sei se comporei, mas muitas questões estão palpitantes neste momento na área da Segurança Pública, sendo objeto de discussão na mídia, na sociedade, o Governo do Estado anunciando medidas. A elaboração do Boletim de Ocorrência era feito em delegacias de polícia, quando em delitos menores, e agora pela Internet; temos a possibilidade das escoltas de presos passarem a ser feitas pelos agentes de escolta e vigilância do Estado de São Paulo; o Governo apresenta para a mídia a pretensão da construção de inúmeras unidades prisionais, e a Assembleia Legislativa está absolutamente fora do debate. Não temos as comissões instaladas. Vi que novos parlamentares nesta Casa têm apresentado inúmeros projetos, mas se não há Comissão de Constituição e Justiça para ser a porta de entrada, não se tem início de discussão dos projetos apresentados.

Então eu gostaria de insistir, em nome da valorização desta Casa. Muitas vezes dizem que o Major Olímpio quer destruir a Assembleia. Não é nada disso, não. Não existem razões. Vamos ter 12 comissões, com 10 membros cada uma, com indicação das bancadas, e os eventuais acordos para a Presidência e vice. Pelo amor de Deus! Quanto tempo vamos ter que esperar para começar a cumprir nossa obrigação nas comissões temáticas? E depois não sabemos por que o Legislativo está tão em baixa com a população.

Mudando o foco, gostaria de lembrar à Assembleia Legislativa que um projeto que foi aprovado nesta Casa, sancionado pelo Governo, estabeleceu a data-base para a revisão de salários dos servidores públicos do Estado de São Paulo para 1º de março. Estamos no dia 29, e, portanto o Governador de São Paulo está atrasado 29 dias em encaminhar para esta Casa mensagens que versem sobre, ou projetos que versem sobre matéria de revisão salarial, cuja competência é privativa do Executivo.

Devo lembrar que já a programação de eventos no dia 30, 31, eventos unificados de manifestação de categorias de servidores públicos do Estado de São Paulo. Há uma possibilidade concreta de termos paralisação das atividades da Polícia Civil paulista, a partir da segunda quinzena de abril. E não haverá a paralisação da Polícia Militar, pelo menos em tese, em função da Constituição da República vedar, proibir no Art. 142 aos militares do Estado a sindicalização e a greve.

Mas trago isso à Assembleia Legislativa numa expectativa que a Assembleia tome atitudes concretas de sensibilização do Governador e do Governo para evitar essas ações de paralisação que apenas desgastam os servidores e acabam, de certa forma, comprometendo a prestação de serviços à população.

Falo pela polícia. Ninguém na polícia quer a greve pela greve. A greve é dolorosa, é muito difícil entrar em greve, é muito difícil manter-se no movimento de paralisação e, mais difícil ainda, é sair. A condição salarial dos servidores públicos do Estado de São Paulo é de miserabilidade. A família policial, então, é um descalabro completo, um total desrespeito.

Se o Distrito Federal e mais sete unidades da Federação, portanto oito unidades federadas, já estabeleceram por legislação própria um piso salarial para os seus profissionais, na esteira da PEC 300, sendo o último deles agora a Paraíba, com piso de R$ 3.300,00, São Paulo é uma vergonha. Com um orçamento de 142 bilhões de reais, temos os policiais mais mal pagos do País. Uma tragédia. Na mesma intensidade em que o Governo anuncia redução dos indicadores de criminalidade, essa redução, no que se refere à ação de polícia, ela acontece justamente pelo desdobramento, pelo amor à causa pública dos policiais civis e militares do Estado de São Paulo. Não é pela ação de Governo, não. Ao contrário, é notória a omissão governamental e o descaso com seus quadros.

Quero lembrar aos Srs. Deputados e às Sras. Deputadas que centenas e centenas de policiais civis estão pedindo exoneração do serviço público para ir para qualquer outra atividade, muitas vezes no serviço público municipal ou no serviço público federal, muitas vezes saindo da Polícia Civil para ir para a Polícia Federal ou para a Polícia Rodoviária Federal, porque o salário é de fome no Estado de São Paulo.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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Eu assisto a meus irmãos policiais militares sendo obrigados a se matarem nesses bicos da vida, e a essas nojeiras como essa Operação Delegada, que o Governo deveria ter vergonha de veicular como a grande novidade: permitir o bico oficial, quando durante 180 anos - a Polícia Militar vai fazer 180 anos em 15 de dezembro - são 180 anos prendendo, por falta grave, o PM que faz que o bico.

Sabem por que prendiam? “É muito perigoso ao policial, o policial tem que ter uma escala de serviço e ele tem que descansar no turno seguinte para refazer as suas energias para voltar pronto para o serviço”. Agora não precisa mais.

Quando é o bico oficial e quando se monta um sistema onde para os oficiais, subprefeituras e chefia de gabinete, casa grande, para a tropa, senzala e açoites, isso é lamentável. Não vamos ter Segurança Pública de fato no Estado de São Paulo enquanto não tratarmos com dignidade a peça mais importante no sistema de Segurança Pública, que são as pessoas. As pessoas estão sem ânimo, cansadas, sofridas, arrebentadas e sem esperança.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio, por permuta de tempo com a nobre Deputada Leci Brandão.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, a exemplo do meu Presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores, Edinho Silva, quero expressar os meus sentimentos aos familiares do vice-Presidente José Alencar, exemplo de firmeza, exemplo de conduta reta e exemplo de determinação. Determinação, porque combateu o bom combate neste País para, junto com Lula, modificar a história do nosso povo. E exemplo de luta pela vida, nesses dez anos em que lutou contra o câncer que o abateu.

Ouvi atentamente um Deputado que eu, a distância, aprendi a respeitar muito, o Deputado Ary Fossen. Ele assomou à tribuna para fazer uma crítica ao Governo do Presidente Lula, mais especificamente na questão dos Correios e das rodovias federais.

Sou daqueles deputados que valorizam a crítica. Valorizar a crítica na democracia é algo da mais alta importância, e naquilo que de fato tiver fundamento, o nosso Governo com certeza está sempre aberto para corrigir os erros. O que nós desejamos mesmo, e o que pauta o nosso Governo é fazer da governança, do ato de governar, um instrumento para melhorar a vida do cidadão brasileiro.

Se as críticas vêm nessa direção, estamos abertos e vamos com certeza valorizá-las, para melhorar ainda mais um Governo que, durante oito anos, fez o melhor para o País e saiu com quase 90% de aprovação da população. E recentemente as pesquisas indicam que a Presidenta Dilma continua na mesma trajetória de aprovação, porque vai dar continuidade a um projeto que está dando certo, que está colocando o Brasil nos trilhos do desenvolvimento. Mais do que isso, está melhorando a vida daqueles que mais precisam dos serviços públicos, que são os pobres deste País.

Não posso deixar de, com muita franqueza, travar desta tribuna o bom debate, porque somos deputados estaduais, e aqui temos uma função, que é legislar e fiscalizar a ação do Executivo. Não é correto determinado tipo de críticas incoerentes. Parece que o Estado de São Paulo está a mil maravilhas, e não é verdade.

A Segurança Pública já foi objeto de um pronunciamento meu. Quem não tem medo de andar nas ruas da Cidade de São Paulo, não somente nas noites, mas durante o dia? E como está a nossa Educação? Recentemente tivemos uma queda nas notas dos nossos alunos em avaliações oficiais.

Na zona Leste de São Paulo, que conheço bastante, as enchentes tomaram conta de bairros inteiros, e não foi culpa apenas do Kassab. É culpa do assoreamento do rio Tietê, que nas marginais já está assoreado, mas da barragem da Penha até a barragem Edgard de Souza o leito do rio está acima das ruas. Nunca entrou uma máquina naquele rio para fazer o desassoreamento. Como resultado, bairros inteiros são inundados pelas enchentes, exatamente porque o leito do rio está acima das ruas, de todos os bairros da zona Leste, de Itaquaquecetuba, de Suzano. É só fazer uma visita.

Vejam bem, pedágios são caros. O Governo do Estado de São Paulo não é um exemplo de gestão pública. O PSDB é incoerente.

Na campanha, fartamente ouvimos as críticas: “É o Governo do PT; o governo dos companheiros para beneficiar companheiros.” Estou sugerindo aos deputados do PSDB desta Casa, com todo o respeito ao Deputado Ary Fossen que me antecedeu, a lerem o “Estadão” do dia 28 de março: “Escritórios viram braços políticos em São Paulo.” Os escritórios, que deveriam estar a serviço do desenvolvimento do Estado, foram todos aparelhados para fazer política partidária. Todos, aparelhados pelo PSDB não para fazer gestão pública, mas para fazer política partidária no Estado de São Paulo.

Ora, política é feita de coerência! Em época de eleição, vem o Sr. José Serra dizendo que o Governo do PT era para favorecer os companheiros. Vejam o que fala um companheiro de José Serra: “Eles (do Governo) indicam pessoas em que eles confiam. É questão de perguntar os critérios ao Governador passado (José Serra) porque foi ele que assinou a minha nomeação.” Isso é o que diz um companheiro tucano.

Acho que está na hora de mudarmos realmente a forma de fazer política neste País. Iniciei falando de um deputado adversário, cuja história respeito profundamente. Sem a crítica consistente, sem uma oposição consequente, sem uma oposição propositiva, sem uma oposição que faz a crítica com razão, a democracia não evolui, os governos acabam se acomodando.

Portanto, a crítica é sempre positiva. Não concordo é com a crítica rasa; não concordo é com a incoerência. Na campanha, para ganhar votos, faz-se um discurso. No ato de governar, faz-se exatamente o inverso do que se discute, do que se propõe nas tribunas, nos comícios e na televisão no horário eleitoral gratuito.

É hora de mudarmos, de fato, o jeito de fazer política. E para mudar, temos que mudar na prática, fazendo com que os nossos governos apresentem melhora para a população. Nós, que apoiamos o Governo Lula, que apoiamos o Governo Dilma, não temos do que reclamar: o Governo vai bem; o Brasil está no caminho certo; o Brasil está em desenvolvimento cada vez mais acelerado; a vida dos brasileiros está mudando para melhor. Temos absoluta certeza de que com coerência, determinação e programas voltados para o desenvolvimento do País, vamos continuar fazendo com que o Brasil melhore ainda mais.

E que sejam bem-vindas as críticas! Eliminemos da política as críticas incoerentes; eliminemos da política a ideia de que o que vem do outro é sempre o pior. Coloquemos a política a serviço da construção do bem, a serviço da construção de uma Nação grande, a serviço da construção de um Estado de São Paulo cada vez melhor, sem aparelhamento da máquina estadual, como fazem os tucanos no nosso Estado há duas décadas e meia. Muito obrigado.

 

O SR. Rui Falcão - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, gostaria de ler a manifestação oficial da Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores a propósito desse triste falecimento do ex-Vice-Presidente da República José Alencar, para que seja registrado nos Anais desta Casa:

“Nota de Pesar

O Partido dos Trabalhadores, em nome de seus dirigentes, filiados e militantes, lamenta profundamente o falecimento do ex-Vice-Presidente da República José Alencar, ocorrido na tarde desta terça-feira após longa batalha contra o câncer. Sua coragem e espírito de luta comoveram o País.

Empresário que sempre acreditou no Brasil, José Alencar se destacou, ao longo dos oito anos em que exerceu o mandato, pela lealdade e dedicação ao lado do Presidente Lula, quando foi um defensor de primeira hora do projeto político nacional que vem transformando o País.

Ao longo desse processo, José Alencar tornou-se um grande companheiro do PT, conquistando o respeito e a admiração da militância petista. Sua garra e o seu exemplo de vida deixarão saudades.

Neste momento de luto, o PT manifesta sua solidariedade à esposa Dona Mariza, filhos, netos e amigos de José Alencar.

São Paulo, 29 de março de 2011.

Rui Falcão

Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores (em exercício).

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Registrada a manifestação de V. Exa., que fará parte dos Anais da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, por permuta de tempo com a nobre Deputada Vanessa Damo, tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. Jooji Hato - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, em primeiro lugar, quero agradecer à combativa companheira de partido, Deputada Vanessa Damo, que nos concedeu esta permuta.

Em nome do meu partido, PMDB, quero dizer aos caríssimos Deputados e Deputadas que nós também nos irmanamos neste momento do passamento do ex-vice-Presidente da República José Alencar, homem que dignificou a luta pela vida; homem probo, digno, que ajudou muito este País. José Alencar vai sempre estar incrustado em nossos pensamentos, em nossa memória, em nossos corações.

Portanto, em nome do PMDB, quero trazer os votos de condolências à família e ao povo brasileiro, que está muito triste neste momento.

Gostaria de saudar o nosso Governador Geraldo Alckmin e parabenizá-lo por dar os dados da violência que assola a nossa Cidade, o nosso Estado, o nosso País. Ele dá o exemplo de um governo de transparência. Fico muito feliz com isso. Da tribuna da Câmara Municipal de São Paulo, reivindicávamos a segurança, o direito de qualquer cidadão de ir e vir, o direito à vida.

Portanto, quero cumprimentar o Governador Geraldo Alckmin e o Secretário Antonio Ferreira Pinto por esse gesto. Se Deus quiser, a partir do dia 15 de abril, os dados - que eram abertos após 90 dias - serão abertos mensalmente a qualquer cidadão. Com esses dados, obviamente, teremos uma organização e faremos uma segurança preventiva.

Sou médico e entendemos que a segurança preventiva, ao lado da medicina preventiva, é muito eficaz. Quando fazemos medicina preventiva temos pouco gasto no orçamento e temos uma eficácia surpreendente. Seja na vacinação, seja na prevenção de um câncer ou uma gripe, em qualquer moléstia ou patologia, a medicina preventiva é muito eficaz. E assim entendo também que quando praticamos, na área da Segurança, uma segurança preventiva, temos muito mais eficácia e resultados positivos se compararmos com a medicina curativa, aquela aplicada depois que a pessoa adoece. No caso da Segurança Pública você encarcera e acaba não tendo a eficácia.

Sempre lutei pela prisão agrícola-industrial. Para pequenos delitos temos sim cada vez mais de incentivar a prisão agrícola-industrial, em que o preso, o marginal de pequenos delitos, possa fazer laborterapia. Lá na penitenciária, nessa colônia penal, ele poderá sustentar a sua família não deixando seus filhos nos cruzamentos, nos semáforos, pedindo ou vendendo alguma coisa, atrás de uma mãe ou um pai de rua, não biológicos, que vai certamente encaminhar este adolescente para uma Febem. Depois, se não cuidarmos, da Febem para penitenciária. Isso se a polícia não o matar antes.

A segurança preventiva é fundamental. É por isso que assomo a tribuna hoje com muita alegria, pois se acende uma luz no fim do túnel. Parece que temos de ficar encurralado, aprisionado e com medo. Erguemos os nossos muros, cercamos, colocamos câmeras, há pessoas que andam de carro blindado - quem pode - buscando segurança e vida. Não temos esperança porque mesmo assim somos assaltados e agredidos. Renasce então uma esperança muito grande, caro Governador Geraldo Alckmin, nessa sua coragem de mostrar os dados. Isso ajudará muito os Consegs e a todos nós. Em todas as delegacias teremos acesso aos dados e poderemos fazer a segurança preventiva.

Quero me lembrar de uma reunião que tivemos com vários vereadores, juntamente com o Governador Geraldo Alckmin. Lá, disse: “Caro Governador, precisamos fazer leis que ajudem a todos nós termos mais qualidade de vida.” Falei da moto sem garupa nos dias úteis da semana, liberando-a nos finais de semana e feriados. Assim poderemos sair de um banco, andar pelas ruas ou sair de casa sem sermos molestados, pois 92% de assaltos nas saídas de bancos são realizados por assaltante na garupa de moto. Se alguém duvida, pergunte ao Delegado Aldo Galiano Júnior, que está agora no Deic. Ele tem esses dados de estatística. Disse ao Governador que precisamos retirar essas crianças dos semáforos. Eles são futuros marginais. Temos de cuidar deles e fazer a prisão agrícola-industrial para fazer prevenção com laborterapia. Disse ao Governador que precisamos implantar a Tolerância Zero na nossa cidade, no nosso Estado e no nosso país, desarmando, fazendo blitz, tirando armas - contrabandeada e roubada - de marginais.

Cedo um aparte ao nobre Deputado Ary Fossen.

 

O SR. ARY FOSSEN - PSDB - Obrigado, nobre Deputado Jooji Hato. Queria apenas esclarecer ao nobre Deputado João Antonio, que fez uso da palavra anteriormente. Nobre Deputado, o senhor deve ter lido o jornal de ontem. Gostaria que tivesse lido o de hoje. Eu me recordo quando o PSDB assumiu o Governo do Estado, na pessoa de Mário Covas, que demitiu 122 mil funcionários do Baneser. Havia mais de 3.300 obras paralisadas e ele falou “Vou terminar todas.” E terminou todas antes de morrer. Naquela época, tínhamos 42 escritórios regionais.

O mesmo jornal que o senhor leu na tribuna está também aqui hoje. Temos hoje, desses 42 escritórios, só 14 escritórios. Só no Vale do Paraíba - Cruzeiro, Guaratinguetá, Taubaté, São José dos Campos e Caraguatatuba - ele reduziu para um. São 14 escritórios pequenos, não mais que quatro, cinco funcionários cada um. Palavras do nosso Governador Geraldo Alckmin no mesmo jornal que publicou ontem, e hoje está sendo ratificado. Acredito que o senhor não tenha tido tempo de ler o jornal de hoje e eu consegui ler. Guardei bem esse fato e V. Exa. mencionou isso. O Governo do PSDB está há cinco mandatos no poder do Estado de São Paulo. Assim como nós respeitamos muito o Presidente Lula e a Presidente Dilma, acho que merecíamos também um grande respeito por parte da oposição neste plenário também. Um grande abraço, muito obrigado.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - Não podemos aceitar essa violência tão radical. Precisamos reagir, precisamos fazer blitz com desarmamento e também implantarmos Tolerância Zero, se Deus quiser, no nosso país, e começar pelo estado mais forte, que é o Estado de São Paulo, através do Governador Geraldo Alckmin.

Parabéns, Governador, pela coragem. Tem o nosso apoio total. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra, por permuta com o nobre Deputado José Zico Prado, o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente, assomamos mais uma vez a tribuna para falar de assuntos de interesse da população. Falando em Segurança Pública, o Governador acabou revertendo um decreto que havia publicado, retirando a Delegacia Seccional de Carapicuíba e estava transferindo para Barueri. Carapicuíba, todos sabem, é uma cidade que tem muita dificuldade e carência. Então, o Governador revogou o seu próprio decreto. Ele disse que iria fazer com que a Seccional não se mude, numa atividade da reinauguração da Estação de Trem de Carapicuíba. Nós verificamos a publicação no Diário e valeram as cobranças da população de Carapicuíba, e seria uma injustiça, e dos parlamentares, do prefeito da cidade, Sérgio Ribeiro, de todos aqueles que acabaram por cobrar do Governador do Estado.

Gostaria também de me irmanar a todas as manifestações feitas em solidariedade e respeito ao nosso ex-Vice-Presidente José Alencar, além de todas as contribuições de civilidade que fez durante toda a sua vida pública, também a sua luta, essa demonstração de persistência, coragem e luta contra a morte. É um exemplo, é um legado que deixa para toda a população brasileira e certamente para a humanidade.

Gostaria também de fazer outro registro. Dia 27 se comemora o Dia Nacional do Teatro. Durante três dias foi feito na cidade de Osasco, um seminário nacional do teatro, com a presença de várias pessoas da maior relevância nessa área. Tivemos a presença do Prefeito Emidio, a quem eu gostaria de cumprimentar, e em seu nome, toda população daquela cidade; tivemos também a presença da Ministra da Cultura, Ana de Holanda; do presidente da Funarte, Antonio Glaci; Jean Carlos, coordenador do Teatro de Rua; Sérgio Mambert, Secretário Nacional de Política Cultural da Funarte; Luciano Lubi, Secretário da Cultura; Nei Piacentini, presidente da Cooperativa Paulista de Teatro de Rua; uma representante de Brasília, do Teatro e Circo do Brasil. Além da Secretária de Educação.

Durante essa discussão, elaboramos uma carta que será entregue à Ministra da Cultura e à Presidente Dilma, a respeito desse assunto tão importante e que certamente ajuda a população a ter paz e viver melhor.

Ainda há pouco falávamos sobre o falecimento do ex-Presidente José Alencar, da sua doença, da sua luta e eu gostaria também de fazer um registro sobre a nossa luta contra um produto cancerígeno - são vários produtos - a origem do câncer são várias - mas a nossa luta é pelo banimento do amianto no Brasil.

Aqui no Estado de São Paulo já conseguimos a proibição da lei. E eu gostaria de fazer um registro que Portugal já proibiu, assim como a União Europeia inteira, são 60 países no mundo, acaba de fazer uma lei para que seja retirado o amianto existente nos prédios - a desamiantização.

Essa matéria foi publicada no Diário da República, em 9 de fevereiro de 2011, Assembleia da República, Lei 2/2001, de 9 de fevereiro.

Remoção do amianto em edifícios, instalações e equipamentos públicos. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c, do artigo 161 da Constituição, e continua. Já é lei para que no prazo de um ano tenhamos todo levantamento e se inicie essa tarefa que não é barata, não é fácil, que é a remoção do amianto. Imaginem vocês quando passarmos para a segunda fase da remoção das toneladas de amianto existentes no Brasil: em telhados, pisos, divisórias, chapas de forro, a tarefa que teremos pela frente.

Nós vamos fazer cumprir a Lei 12.684, de nossa autoria, para termos que remover menos. Então, não permitir que se use esse produto nem clandestinamente como tem acontecido, porque, pela ausência de fiscalização, muitas vezes, vem de outros estados para cá a transferência desse produto, de Santa Catarina, Mato Grosso, Paraná, para fábricas que insistem ainda em usar esse produto proibido. Das 160, duas apenas insistem em usar, mas já percebem que terão que mudar a matéria-prima também para dar continuidade no mercado.

Esse quadro precisa ser mantido, é uma forma de sermos solidários na luta contra o câncer no País, um desconhecido, que é o amianto, e nós não podemos permitir em hipótese alguma que ele continue sendo usado. Comprovadamente no mundo inteiro, a Organização Mundial de Saúde, Ministério da Saúde, Secretaria da Saúde do Estado, todos sabem que é cancerígeno. Não existe o uso controlado e nós precisamos bani-lo, proibi-lo, seguindo o exemplo de 60 países no mundo.

Nesta data em que lamentavelmente tivemos a notícia do falecimento de José Alencar, aproveito a oportunidade para apelar a todos aqueles que nos assistem pela TV Assembleia, que não usem nada de amianto. O amianto mata. É cancerígeno. Existem outros tipos de câncer, assim como este que lamentavelmente ceifou a vida de José Alencar.

Gostaria de deixar registradas as minhas considerações, para que possamos também votar outros projetos, para iniciar a substituição das caixas d’água que são de amianto, e já pensar na segunda fase, e a essa nossa luta pela eliminação total, a tarefa da retirada, que é difícil, cara, mas não podemos nos omitir. E iniciando pelas caixas d’água, ajudamos a combater a dengue, que é comum, por ausência de tampa, serem criadouros desse mosquito que também mata. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, nos termos do Art.100, inciso I, da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoca V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

1 - Projeto de lei Complementar 03/2011, de autoria do Sr. Governador, que dispõe sobre a concessão de abono complementar aos servidores das Secretarias de Estado, da Procuradoria Geral de Estado e das Autarquias.

2 - Projeto de lei nº 30/2011, que revaloriza os pisos salariais mensais dos trabalhadores, que especifica, instituídos pela Lei 12.640/2007.

3 - Projeto de lei Complementar nº 10/2011, de autoria do Sr. Governador, que dispõe sobre a estrutura de pessoal dos gabinetes de Deputados e Deputadas e cria cargos em comissão no quadro de servidores da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, de autoria da Mesa.

4 - Projeto de Decreto Legislativo nº 7/2011, que aprova a indicação para o cargo de Diretor de Relações Institucionais da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo - Arsesp.

 

O SR. GILMACI SANTOS - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Telespectadores da TV Assembleia, com muita tristeza que assomo a esta tribuna neste momento para falar do vice-Presidente José Alencar, que agora todos os meios de comunicação estão noticiando a sua morte.

É com grande pesar e muitíssima tristeza que escrevo este artigo. Morreu em São Paulo aquele que já chamei de parceiro ideal do Brasil e até mesmo soldado, José Alencar, o Zé para os mais próximos. Vai, mas deixa aqui conosco saudades e a lembrança de um homem que lutou e venceu, sim, venceu as expectativas de todos e mostrou que a força e a vontade de vencer são as características que sustentam os melhores homens.

O ex-Vice-Presidente do Brasil era também o presidente de honra do Partido Republicano Brasileiro, ao qual sou presidente estadual. Uso este espaço também, para representar os milhares de filiados deste partido, que se espelharam nele para carregar a bandeira do republicanismo. Sua morte nos deixa quase que órfãos. Mas tenho certeza de que não somos apenas nós do PRB, que nos sentiremos assim, além de sua família, é claro, a nação brasileira acompanhou de perto sua luta contra o câncer e se emocionava a cada retorno ao hospital e às vezes em que durante seus pronunciamentos, mostrava toda a sua força e fé. Alencar lutava contra um câncer no abdome há mais de 13 anos e já havia passado por 17 cirurgias.

Esse mineiro será, sem dúvida, um daqueles grandes homens de nossa história que será referência até mesmo nos livros de história, porque em nosso tempo seu nome já remete a força e trabalho. Zé foi um dos homens mais humanos que já conheci, e essa postura é reconhecida e respeitada por todos. Em 2009, escrevi neste mesmo espaço um texto intitulado "O parceiro ideal do Brasil", homenageando o trabalho e a força de Alencar, e para minha surpresa dias depois recebi uma carta de agradecimento na qual o então Vice-Presidente da República afirmava que ficou sensibilizado e agradecido com esse tipo de manifestação que, segundo ele, muito o ajudava a enfrentar, com ânimo e fé, o tratamento ao qual se submetia.

Em 1997, aos 66 anos, após um check-up, Alencar descobriu tumores no rim e no estômago. Em 2002, outro check-up deu a notícia: câncer de próstata. Após a posse em 2003, o vice também tirou a vesícula, depois colocou um "stent" para desobstruir uma artéria do coração e também operou uma hérnia. Em 2006, em plena campanha da reeleição, mais um check-up e outra má notícia: um tumor. De lá para cá vieram as quimioterapias, novos tratamentos e internações, mas mesmo assim, surpreendendo todos, Alencar se mostrava firme, alegre e otimista.

Muitas foram as frases de superação ditas por ele que rechearam os noticiários brasileiros, isso porque sua postura impressionava pela força de vontade de viver. Em um desses momentos, Alencar disse: "Se Deus quiser me levar não precisa de câncer. Se Ele não quiser me levar, não há câncer que me leva. E tudo indica que Ele não quer me levar agora". Outra frase que teve também muito destaque na imprensa foi: "Eu não tenho medo da morte. Entreguei a Deus". E aos que passam por uma situação semelhante, ele disse "Sem desespero. Tem de encarar de frente e nunca desmobilizar". Realmente, ele foi um exemplo para muitos que como ele tem lutado contra o câncer.

Sobre sua história, José Alencar Gomes da Silva nasceu em 17 de outubro de 1931, no município de Muriaé (MG). Aos 14 anos de idade saiu da casa de sua família para trabalhar como balconista. Alencar também foi viajante comercial, atacadista de cereais, dono de fábrica de macarrão, atacadista de tecidos e industrial do ramo de confecções. Ele era casado com a Senhora Mariza Campos Gomes da Silva e deixou três filhos. Alencar era um bem-sucedido empresário e se destacava como um homem público honrado e de ilibada conduta. Recebeu inúmeros títulos de reconhecimento e condecorações, mas como político foi muitas vezes polêmico, como Vice-Presidente e com uma voz por vezes discordante, já se mostrou contrário à política econômica vigente na época, inclusive ao plano de manter os juros altos na tentativa de conter a inflação e manter a economia sob controle.

Considerado pela revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009, Alencar foi também um dos maiores empresários de Minas Gerais, além de senador pelo mesmo Estado. Por toda a sua história e pela sua postura humana, José Alencar merece nosso respeito e o das gerações vindouras, sua atuação política com certeza marcará a nossa história.

Para finalizar deixo aqui uma frase do poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare: "Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez". É, foi assim que José Alencar passou por essa vida, de maneira simples, transparente e sincera, sem medo de morrer ou de viver, deixando para trás apenas, mas apenas vivendo ela da sua maneira, se preocupando com o nosso país e, acima de tudo, preocupando-se com o próximo.

É com respeito e tristeza, que peço a Deus que conforte os corações de todos os seus familiares. Espero que as palavras de força de José possam ecoar por muito tempo para que os jovens e adultos de nosso país se espelhem na força deste homem. Adeus José Alencar, adeus grande homem.

 

O SR. ORLANDO MORANDO - PSDB - Sr. Presidente, é com muita alegria que saúdo os vereadores atuantes da Cidade de Diadema que fazem trabalho importante nessa cidade e que visitam esta Assembleia Legislativa. São os vereadores: Lauro Michels e Márcio da Farmácia, ambos são vereadores extremamente bem votados que estão colhendo o que plantaram ao longo dos seus mandatos.

É com muita alegria que a Assembleia Legislativa de São Paulo recebe esses dois homens públicos, nesta tarde. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência associa-se à homenagem feita pelo Deputado Orlando Morando.

Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste pela TV Assembleia, funcionários da Casa e alunas do Curso de Jornalismo da PUC/Campinas, quero fazer aqui um registro. Talvez esse momento merecesse um texto, como fez aqui muito bem o Deputado Gilmaci Santos, fazendo referência a esse grande brasileiro que perdemos hoje, José Alencar.

Quero deixar registrado, em meu nome e da minha companheira de bancada, Deputada Leci Brandão, e em nome de todos os militantes do PCdoB, um profundo agradecimento a esse brasileiro que perdemos hoje e que nos encantou por duas características, que quero destacar aqui: primeiro, a luta incansável pela vida. Foi o brasileiro que lutou pela vida incansavelmente sempre com bom humor, com esperança sempre à frente em todos os seus momentos. E isso é um exemplo para todos nós, para aqueles que têm problema de saúde, que lutam pela vida e viu nesse homem, José Alencar, a esperança de continuar vivendo e lutando.

A segunda característica, Sr. Presidente, que quero deixar aqui registrado, é essa brasilidade, esse amor pelo País que o José Alencar demonstrou. Tive oportunidade de vê-lo em muitos eventos, mas particularmente na Cidade de Campinas ouvi a palestra do José Alencar quando ainda era candidato a vice-presidente, pela primeira vez, junto com o nosso Presidente Lula.

Eu me encantei com esse mineiro pelo seu jeito de falar do País, jeito bem mineiro, mas com amor e grandeza, e falei que o Lula escolheu a pessoa certa para ficar do seu lado.

Tenho certeza de que apesar de todo o carisma que o Presidente Lula demonstrou ao longo da sua gestão, o seu Governo não seria o mesmo não tivesse ao seu lado este grande homem que foi José Alencar, um companheiro, um homem que deu estabilidade nas relações, um homem que aconselhou, um homem que lutou pelo desenvolvimento do Brasil, que lutou para que o país crescesse, gerasse riqueza e essa riqueza fosse distribuída para o seu povo.

Então, este grande empresário brasileiro que veio para a política demonstrou que é possível fazer a boa política e conseguiu encantar a todos nós pela sua trajetória de vida.

O Brasil hoje fica mais pobre, sem dúvida alguma, porque perde um grande brasileiro, um homem que acreditou neste País, um homem que lutou por seu povo e que fica como exemplo para as novas gerações que devem lutar por este País, além de tudo, um homem que lutou obstinadamente pela vida. Lamentamos muito a morte deste grande homem que foi José Alencar. Toda classe política brasileira certamente lamenta esta perda para o País e esperamos que o seu exemplo possa encantar as novas gerações para continuar fazendo do Brasil um país grande, um país sem divisões, um país sem preconceito. É este ideal que desejamos continue no País. José Alencar deu este grande exemplo e o povo brasileiro vai continuar levando esse exemplo à frente.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, também com muito pesar pela morte do ex-vice-Presidente quero ler a seguinte Nota da Bancada do Partido dos Trabalhadores:

Foi com muito pesar que os deputados da Bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo receberam a notícia do falecimento do ex-Vice-Presidente José Alencar, um homem simples, que se constituiu numa das maiores lideranças empresariais do nosso País.

Em 2002, José Alencar fez a opção pelo projeto político que transformou o Brasil. Nós nos tornamos um país desenvolvido e justo.

José Alencar foi fundamental na construção do Governo Lula. Suas opiniões direcionaram as políticas públicas. Sempre foi solidário e companheiro nos momentos mais difíceis. Sua luta pela vida foi um exemplo de persistência para todo o povo brasileiro, assim como seu compromisso com o projeto de construção do Brasil mais justo e igualitário. Que Deus conforte a família neste momento da perda. Nossa solidariedade a Dona Mariza Alencar. Para nós, fica a lembrança deste grande homem que entrou para a história do Brasil.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero em nome da Bancada do PDT, em nosso nome e em nome da minha família também render as nossas homenagens e registrar os nossos sentimentos pelo passamento deste grande brasileiro José Alencar, este homem que deixa esta vida e adentra aos portais da eternidade. Mas deixa também um legado de vida, uma história de vida vencedora, exemplar.

José Alencar constitui-se numa referência para todos nós, constitui-se num padrão de homem público exemplar, de empresário bem-sucedido, de homem defensor do progresso e do crescimento econômico.

O que vem à mente num momento como este em que fazemos alusão a este grande homem que parte desta vida para outra é a sua altivez, é a sua postura de, mesmo no Governo, ter sua voz altissonante mostrando para o próprio Governo, numa espécie de autocrítica interna, que era necessário a redução dos juros, que era necessário o País se estruturar para um crescimento sustentável. O ex-Vice-Presidente José Alencar faz dos homens públicos uma unanimidade. O vice-Presidente José Alencar consegue congregar, consegue sumariar essa unanimidade de posicionamento de todos os brasileiros, dos mais notáveis aos mais humildes brasileiros de todos os cantos mais longínquos do País. Rendemos estas homenagens, até mesmo póstumas, que certamente ficarão marcadas.

José Alencar se colocou como um homem da estabilidade política, contribuiu muito dentro daquele processo de alianças para que o Presidente Lula chegasse ao poder. José Alencar exerceu papel importante naquele processo inovador do Partido dos Trabalhadores para que Luiz Inácio Lula a Silva - este foi sempre o discurso do Presidente Lula - chegasse ao poder desta Nação com um grande arco de alianças. José Alencar foi o homem que deu este esteio, esta base, esta estabilidade.

José Alencar sai da história e entra para a memória, aliás, as Escrituras dizem que a memória do justo jamais perecerá. Então ele vai ficar na nossa memória, ele vai ficar na história, ele vai ficar em todas as camadas sociais como homem público exemplar, digno, correto, um homem público que contribuiu para a consolidação democrática e para o crescimento desta Nação. Viva José Alencar.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM – PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, faço uso desta tribuna hoje bastante emocionado. Quando recebi a notícia da morte do ex-Vice-Presidente José Alencar fiquei abatido.

José Alencar era uma pessoa especial, era uma pessoa diferenciada. Ele tinha compromisso com a vida e a verdade.

José Alencar ganhou a simpatia do povo brasileiro por ser um homem verdadeiramente corajoso, determinado, um verdadeiro guerreiro. Este homem lutou e lutou muito pela vida, não por uma questão de vaidade, mas porque nasceu para trabalhar, para servir. José Alencar é aquele homem que podemos dizer um homem de personalidade e caráter definido.

Quero em meu nome e em nome da minha bancada também, render minhas homenagens. Tenho certeza e convicção que hoje o país está triste, está chorando. Como disse, é uma perda irreparável, uma perda incomparável. Vamos rezar e orar para que Deus dê força à sua esposa e à sua família para suportar esse momento que é muito difícil. José Alencar, com certeza, sempre estará na sua memória, em nossos corações, porque ele deixou o legado daquele homem que gostamos de ver, de ouvir e de acompanhar porque ele sempre trazia dentro de si tudo que há de bom. Se pegarmos um visionário e procurarmos todos os bons adjetivos, seria pouco para homenagearmos José Alencar. Que Deus abençoe a família e todo o povo brasileiro que certamente está muito triste, chorando, pela perda desse homem que lutou muito até o fim, por ele e por todos nós.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, indico o deputado Donisete Braga para falar pelo Art. 82, em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - PELO ART. 82 - Em primeiro lugar, quero agradecer ao meu líder, Deputado Enio Tatto, a honra de ter sido indicado para falar em nome da nossa gloriosa bancada do Partido dos Trabalhadores, o que me deixa emocionado.

Sr. Presidente, quero cumprimentar os colegas parlamentares e os telespectadores que nos assistem pela TV Alesp.

Nosso líder, deputado Enio Tatto, proferiu a mensagem de pesar e de saudades pela perda desse grande brasileiro, José Alencar.

Há poucos minutos ouvi uma entrevista do nosso sempre presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, que lá em Portugal, disse que dedicaria o prêmio que iria receber ao seu vice, José Alencar, que sem dúvida alguma deixa um grande legado para todo o povo brasileiro.

Mas, Sr. Presidente, quero falar de uma atividade que acompanhamos pela manhã, uma mobilização importante dos moradores de Mogi das Cruzes, especialmente aqueles do Km 58,7, da SP-98, onde acontecem muitos acidentes. Hoje pela manhã tivemos uma reunião com o Dr. Clodoaldo Pelicioni, superintendente do DER - Departamento de Estradas de Rodagem para solicitar um estudo sobre a sinalização da Mogi-Bertioga, estrada que atende não só o município de Mogi das Cruzes como todo o litoral norte. Hoje nos reunimos com uma grande delegação daquela região para cobrar melhor sinalização na SP-98 porque muitas pessoas foram autuadas pelo DER e há divergências quanto à sinalização naquela estrada. Então, quero reiterar nossa luta com relação à demanda dos moradores próximos à SP-98 como também cobrar do superintendente uma melhor sinalização dessa via de acesso a Mogi das Cruzes e ao litoral norte.

Sr. Presidente, daqui alguns dias comemoraremos um ano da conclusão do traçado sul do Rodoanel. Queremos reiterar nosso pedido para que a Dersa faça as melhorias em muitas curvas acentuadas, que têm prejudicado muito os moradores das cidades de Santo André, São Bernardo e Mauá. Há uma grande reclamação quanto a obras complementares. Quero ressaltar a importância de a Dersa concluir essas benfeitorias como também esperamos que a alça de acesso para ligar a Av. dos Estados e a Av. Rosa Kazinski, no município de Mauá, seja concluída no prazo de 12 meses, conforme o governador e a própria Dersa têm informado. Essa obra irá melhorar o acesso ao município de Mauá e à região do ABC, que sofre com a falta e conclusão das obras do trecho sul do Rodoanel. Portanto, não poderia deixar de fazer esse registro e cobrar do governo do estado rápida conclusão dessas obras. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. LUIS CARLOS GONDIM - PPS - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, na quarta-feira passada reclamamos da retirada dos delegados das cidades com 10 mil habitantes, o que talvez foi anunciado erroneamente. Protestamos nesta tribuna para que isso não acontecesse. E soubemos que o governador anunciou, em Fernandópolis e Votuporanga, que os delegados não mais seriam retirados das cidades com 10 mil habitantes.

Acho que isso requer um estudo. Precisamos que mais delegados sejam concursados para o Estado de São Paulo. Precisamos que o salário desses delegados seja melhorado para que eles trabalhem com maior prazer.

Reclamamos também do fechamento do 2º DP, na cidade de Mogi das Cruzes, mais precisamente nos distritos de Brás Cubas e Jundiapeba, que têm aproximadamente 200 mil habitantes, mais do que muitas cidades do Estado de São Paulo. Quando juntamos com a divisa de Suzano, Itaquaquecetuba e Arujá, a população atendida no 2º DP aumenta para quase 220 mil habitantes. Simplesmente o delegado seccional foi lá, disse que não tinha condições de manter o distrito e iria fechá-lo. Fizemos uma audiência com o secretário Dr. Antonio Ferreira Pinto com o atual delegado geral, Marcos Carneiro Lima. Eles iriam fazer uma reunião com nosso atual seccional, Dr. Roque, para que revisse imediatamente a decisão e que o 2º distrito pudesse funcionar em condição plena, total, com delegados, plantões, porque não se pode ter uma cidade - esses dois distritos são uma cidade de aproximadamente 200 mil habitantes - sem delegado de plantão. Todo e qualquer acidente que acontece na Mogi/Bertioga, na Mogi/Suzano, na Mogi/Guararema, na Ayrton Senna tem o primeiro BO feito nesse distrito. Simplesmente por falta de um estudo, de conhecimento do tamanho da população iria se fechar um distrito.

Nós aqui vamos fazer um apelo ao Governo para que faça concurso para delegado o mais rápido possível. Melhore o salário desses delegados e assim vamos ter uma Polícia preventiva, uma condição de trabalho melhor para esses delegados. Ouvi delegado dizendo que iria pedir demissão porque ganhava muito mais em seu escritório de advocacia.

Na verdade, queriam tirar todos os delegados das cidades com menos de 10 mil habitantes. Fizemos uma reclamação e por uma questão de prudência o Governador já anunciou que irá mantê-los. Mas há uma falta de delegados: muitos se aposentam; muitos deixam o serviço público porque ganham muito mais fora, e assim temos uma Polícia Civil ineficaz. Portanto o ideal é darmos um incentivo melhor a esses delegados: um salário melhor e um plano de carreira. Muito obrigado.

 

O SR. ANTONIO SALIM CURIATI - PP - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, gostaria de expressar meu pensamento sobre dois episódios: um sobre o pronunciamento do Deputado Luis Carlos Gondim, que faz uma referência importante com relação aos Srs. delegados. Eu ampliaria aos médicos, aos funcionários em geral, porque estão em dificuldade. Nós todos, irmanados, precisamos ajudá-los. Parabéns, Deputado Gondim. Tenho certeza de que o Governador Geraldo Alckmin está atento a tudo isso e que o resultado será favorável.

Sr. Presidente, minha presença aqui é no sentido de participar junto à comunidade de deputados e funcionários para fazer uma homenagem a um grande brasileiro, José Alencar. Quero incorporar a minha mensagem às manifestações aqui realizadas para esse brasileiro de notável comportamento e de invejável papel na política brasileira. Tenho certeza de que Deus, Todo Poderoso, receberá José Alencar de braços abertos para que ele possa olhar por nós, políticos, e fazer com que façamos o que ele sempre fez em benefício da população, especialmente da população mais carente, mais humilde. Que Deus o abençoe. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. MAURO BRAGATO - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, antes de levantar a sessão, esta Presidência quer também se associar às homenagens que todos os Srs. Deputados, Sras. Deputadas estão prestando a esse grande brasileiro, ex-vice-Presidente da República, José Alencar.

Lembro com muito carinho, com muita saudade de um evento em que tive a honra e a felicidade de participar junto com José Alencar: eu candidato a Governador do Estado de São Paulo, pelo PMDB, e José Alencar candidato a Governador de Minas Gerais, também pelo PMDB. Estivemos num evento em Rio Grande, divisa dos nossos estados, e desde aquela época passei a admirar aquele homem de jeito simples, de fala humilde, de voz empostada, bonita, mas com carisma impressionante. E depois, eleito senador por Minas Gerais, em 98, acabou sendo eleito vice-Presidente na chapa do Presidente Lula, dando uma grande contribuição para a vitória do Presidente Lula, por que não dizer, e foi um parceiro ideal, digamos assim, como candidato a vice-Presidente. Naturalmente ocupou esse cargo com um trabalho extraordinário.

Mas, acima de tudo, quero dar meu depoimento de alguém que, como todos os brasileiros, ficou extremamente sensibilizado com a demonstração de fé, crença, esperança, e com seu espírito de luta. Tenho certeza absoluta de que o nobre vice-Presidente José Alencar escreveu seu nome na História do Brasil como um dos maiores exemplos de dignidade, de amor à vida no que ela tem de mais nobre: de amor ao seu país, de amor a sua gente.

Com muito pesar vamos levantar a sessão em homenagem à memória do sempre vice-Presidente, grande brasileiro, José Alencar. (Palmas.)

Portanto, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje, lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a realizar-se hoje às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 07 minutos.

 

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