17 DE ABRIL DE 2009

010ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “DIA INTERNACIONAL DOS HEMOFÍLICOS”

 

Presidentes: BARROS MUNHOZ e CÉLIA LEÃO

 

 

RESUMO

001 - Presidente BARROS MUNHOZ

Abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que convocara a presente sessão solene, com a finalidade de comemorar o "Dia Internacional dos Hemofílicos", por solicitação da Deputada Célia Leão. Convida o público presente a ouvir, de pé, o Hino Nacional Brasileiro. Saúda os presentes, elogia a iniciativa e o trabalho realizado pela Deputada Célia Leão.

 

002 - CÉLIA LEÃO

Assume a Presidência.

 

003 - LINAMARA RIZZO BATTISTELLA

Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, representante do Governador José Serra, relata o trabalho realizado pela Pasta da qual é titular. Afirma que o poder público deve dar atenção especial aos portadores de deficiências, com intuito de promover melhoria na qualidade de vida.

 

004 - CECÍLIA MAGALHÃES PINTO

Presidente do Centro dos Hemofílicos do Estado de São Paulo, afirma que em São Paulo existem quatro hemocentros oficiais. Faz breve relato sobre as dificuldades enfrentadas no passado, pelos portadores de hemofilia. Cita os avanços alcançados no controle da doença e no tratamento dos pacientes.

 

005 - FELIPE PONCIANO DE LIMA

Afirma ser portador da doença. Pede maior facilidade de acesso aos remédios para o tratamento da doença.

 

006 - ROSANGELA PEDRETTES

Mãe do paciente Daniel Pedrettes, afirma ser mãe de um rapaz de 22 anos. Relata as dificuldades para conseguir um tratamento adequado.

 

007 - ERNANI VITOR

Pai do paciente Murillo Dias Vitor, explica que seu filho tem 11 meses e após o diagnóstico, já está em tratamento. Chama a tenção para a importância do poder público no apoio aos portadores da doença.

 

008 - LEANDRO MONTESSARAT

Diz que é portador da doença desde os quatro anos de idade. Relata as dificuldades que teve no decorrer de seu crescimento. Hoje é engenheiro civil e pode desenvolver sua atividade profissional com tranqüilidade, graças ao tratamento e o apoio recebido de seus familiares.

 

009 - JOÃO BARBOSA

Deputado Estadual, parabeniza a iniciativa da Deputada Célia Leão e saúda os presentes.

 

010 - Presidente CÉLIA LEÃO

Entrega placas comemorativas ao "Dia Internacional dos Hemofílicos".

 

011 - SÍLVIA BRANDALISE

Presidente do Centro Infantil Bodrini, diz estar feliz com o trabalho realizado. Destaca que a sociedade só melhora com a diminuição dos excluídos.

 

012 - NILSON PÁSCOA

Secretário-Adjunto da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, representando o Secretário de Estado da Saúde Luiz Roberto Barradas Barata, afirma que a Saúde é uma questão muito importante para o Governador José Serra. Presta homenagem aos pacientes e familiares e aos servidores do SUS do Estado de São Paulo, em especial aos envolvidos com doentes sanguíneos. Associa-se à luta travada cotidianamente para o bem estar e a qualidade de vida dos portadores de hemofilia.

 

013 - Presidente CÉLIA LEÃO

Enaltece a luta pela melhoria da qualidade de vida dos portadores se hemofilia e parabeniza o trabalho realizado pelas entidades, em defesa desses pacientes. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE – BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - HUGO DANIEL ROTSCHILD - Convidamos para compor a Mesa Diretora desta Sessão Solene o Exmo. Sr. Deputado Barros Munhoz, Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo; Exma. Sra. Deputada Célia Leão; Exma. Sra. Linamara Rizzo Battistella, Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, representando neste ato o Exmo. Sr. Governador José Serra; Exmo. Sr. Nilson Páscoa, Secretário-Adjunto da Saúde do Estado de São Paulo, representando o titular da pasta, Luiz Roberto Barradas Barata; Sra. Maria Cecília Magalhães Pinto, presidente do Centro dos Hemofílicos do Estado de São Paulo; Dra. Silvia Brandalise, presidente do Centro Infantil Boldrini.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Senhoras Deputadas e Senhores Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada por este Presidente atendendo solicitação da nobre Deputado Célia Leão, com a finalidade de comemorar o Dia Internacional dos Hemofílicos.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 2º Tenente PM Davi da Cruz.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ – PSDB – Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Senhoras e senhores, faço questão de homenagear a Secretária Linamara Rizzo Battistella, aqui representando o nosso querido Governador José Serra; o Sr. Luiz Baggio Neto, Secretário-Adjunto da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência; o Sr. Nilson Páscoa, Secretário-Adjunto da Saúde do Estado de São Paulo, representando o titular da pasta, Luiz Roberto Barradas Barata; a Sra. Maria Cecília Magalhães Pinto, presidente do Centro dos Hemofílicos do Estado de São Paulo; a Dra. Silvia Brandalise, presidente do Centro Infantil Boldrini, e o Sr. Haino Burmester, representando o Dr. José Manoel Camargo Teixeira, superintendente do Hospital das Clínicas.

Quero dizer da minha satisfação de ter podido participar da abertura desta Sessão Solene e ao mesmo tempo pedir desculpas por ter que me retirar em função de compromissos absolutamente inadiáveis. Vou deixá-los sob a Presidência de uma extraordinária mulher, de uma extraordinária política, de uma extraordinária deputada, da qual tenho grande orgulho de ser colega. Ela é da nossa região de Campinas, e eu a conheço há bastante tempo e tenho me espelhado na sua atuação, no seu comportamento, na sua conduta política, como tantos outros deputados desta Casa que veem a Deputada Célia Leão como verdadeiro paradigma e exemplo de atuação parlamentar e política. E um exemplo de mulher vencedora. Ela, que é uma deputada guerreira, lutadora e que abraça, dentre tantas causas, mais essa causa nobre que é a defesa do combate à hemofilia e a defesa dos hemofílicos.

Então, peço à Deputada Célia Leão, nossa querida colega, que assuma a Presidência dos trabalhos e parabenizo a todos pelo Dia Internacional dos Hemofílicos, desejando que cada vez mais tenham o reconhecimento e atenção que merecem, e que o Governador José Serra, através dessa equipe extraordinária de Secretários, tem levado adiante contando com a colaboração de pessoas extraordinariamente fantásticas como é a nossa querida Deputada Célia Leão. Muito obrigado. (Palmas.)

 

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- Assume a Presidência a Sra. Célia Leão.

 

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A SRA. PRESIDENTE – CÉLIA LEÃO – PSDB - Obrigada Deputado Barros Munhoz, eleito recentemente Presidente desta Casa, um homem que na sua simplicidade mostra a grandeza que tem, para quem peço uma salva de palmas. (Palmas.)

Deputado Barros Munhoz, V. Exa. sabe que digo aqui no microfone o que já lhe disse numa conversa de amigos. Muitas pessoas sabem e outras não que o Deputado Barros Munhoz já foi deputado federal, já foi prefeito de sua cidade por três vezes se não estou equivocada, já foi Ministro da Agricultura do nosso País; um homem que tem um currículo invejável e que está nesta Casa para contribuir e cumprir uma tarefa, eis que foi eleito Presidente por unanimidade. Durante esta sessão ou outras, S. Exa. poderia continuar com suas tarefas no gabinete ou fora dele porque tem uma agenda sempre lotada, mas fez questão absoluta de fazer a abertura dos trabalhos para trazer aqui não só seu abraço, mas o compromisso com a sociedade dos brasileiros que moram em São Paulo e o compromisso com essa causa que é de todos nós. Muito obrigada, Deputado. Quero deixar registrada nos Anais da Casa a honra que é para nós tê-lo na abertura dos nossos trabalhos.

Esta Sessão Solene foi solicitada por nós após uma conversa em que nos foi lembrado o dia que estamos comemorando hoje, Dia Internacional da Hemofilia, pela nossa Secretária Dra. Linamara Rizzo Battistella, que tem feito ao longo desses poucos meses à frente da pasta da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, arriscaria dizer aqui quase que verdadeiros milagres na transformação do trabalho e do reconhecimento, e mais do que isso, do respeito voltado à causa e à questão das pessoas com deficiência. Uma Secretaria que tem uma longa história de criação e que neste ano completa um ano de existência. Do meio da nossa sociedade, com muitas inteligências presentes no nosso Estado de São Paulo, a Dra. Linamara foi pinçada pelo Governador José Serra, mais do que isso, convocada para assumir esta Pasta e trazer para São Paulo uma nova história de respeito a tipos diferentes de deficiência que precisam ser tratados com especialidade.

Agradeço muito as presenças da Dra. Linamara e da Dra. Silvia Brandalise. Acredito em anjos, tenho certeza de que eles existem. Mas digo sempre que alguns caíram do céu e acho que não foi por engano. Acho que Deus fez alguma coisa para eles tropeçarem e caírem na Terra para poder aqui trabalhar. A Dra. Silvia Brandalise é uma dessas pessoas que têm feito a mudança da história no trabalho da Medicina. Nós, de Campinas, temos a honra de poder ter na nossa cidade o Instituto Boldrini, que tem feito também verdadeiros milagres. Obrigada, Dra. Silvia Brandalise, pela sua presença, assim como também da Instituição aqui presente.

Quero agradecer, também, à Maria Cecília Magalhães Pinto, que é a história viva do trato e da defesa dos nossos queridos pacientes, amigos hemofílicos. Daqui a pouco ela vai se pronunciar e vai poder dizer quanto vale a pena essa árdua e feliz tarefa.

Quero também agradecer a presença do Dr. Nilson Páscoa, Secretário-Adjunto da Saúde. Digo sempre, Secretário, que não tem Adjunto e Secretário. Na verdade acaba sendo uma mesma obrigação. É uma obrigação com o Governo José Serra. Mais do que isso, é uma obrigação com os quase 40 milhões de brasileiros, da tenra idade às mais avançadas, que temos obrigação de cuidar. A Pasta da Saúde tem feito isso com galhardia. Tanto assim que o Secretário Luiz Roberto Barradas está no governo há muitos anos. Qual governo? Todos. Entra governo, sai governo, o Secretário Luiz Roberto Barradas continua Secretário da Saúde. É o único Secretário da Saúde que já passou por quatro governadores subseqüentes: Governador Mário Covas, Governador Geraldo Alckmin, Governador Lembo, e agora o Governador José Serra. Digo que ninguém fica tanto tempo num lugar se de fato não tiver uma história de trabalho de resultados. Portanto, leve nosso abraço e nosso carinho ao Secretário Dr. Luiz Roberto Barradas.

Dando continuidade à nossa Sessão Solene, queria que aplaudissem o Deputado João Barbosa, da nossa Casa, homem que tem feito a diferença nos trabalhos em todas as matérias, mas, particularmente, naquilo que chamamos de social, que trabalha com a pessoa humana. Deputado João Barbosa, muito obrigada pela presença de Vossa Excelência.

Quero passar a palavra para a Dra. Linamara Rizzo Battistella para que possa trazer a todos nós um pouco dessa história, desse trabalho. Deputado João Barbosa, há uma semana pensamos em realizar este evento e conseguimos convidar as pessoas que aqui estão, falar com a Assembleia Legislativa, organizar este ato. Não podíamos deixar passar o dia de hoje para fazer a comemoração numa data posterior, e conseguimos realizá-la. Queríamos marcar o 17 de abril.

Tem a palavra a Secretária Linamara Rizzo Battistella.

 

A SRA. LINAMARA RIZZO BATTISTELLA - Bom-dia a todos. Quero, em primeiro lugar, cumprimentar a todos os presentes, fazer a nossa homenagem ao Governo do Estado, ao Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Barros Munhoz, que abriu de forma magistral esta Casa para abrigar uma solenidade tão importante como esta. É a comemoração de uma data expressiva, importante para as pessoas com hemofilia, uma data que São Paulo pode comemorar, porque, efetivamente, aqui se alcança um nível de tratamento capaz de fazer inveja mesmo aos países mais desenvolvidos.

Quero cumprimentar a Deputada Célia Leão por ter abraçado esta ideia, mas sobretudo pelo direito das pessoas com deficiência, ou pessoas com síndromes potencialmente incapacitantes.

Na verdade todos nós vamos experimentar ao longo da vida alguma deficiência por diferentes razões, inclusive pelo próprio envelhecimento. Portanto, é preciso um olhar diferenciado do Executivo e do Legislativo para que esta possa ser uma cidade capaz de abrigar a todos os cidadãos.

É nessa linha de raciocínio que a Deputada Célia Leão tem trabalhado. Presto aqui minha homenagem pelo trabalho dessa parlamentar que, ao longo de quase 30 anos de luta, tem feito do Governo de São Paulo, um governo exemplar na questão das pessoas com deficiência.

Quero cumprimentar o Deputado João Barbosa e agradecer a presença deste Parlamentar nesta sessão.

Entendo da maior importância a sinergia dos esforços para que efetivamente construamos uma sociedade para todos. A presença do Deputado João Barbosa sinaliza, com clareza, que a discussão sobre os avanços no tratamento da hemofilia, a presença do Estado no atendimento a esses cidadãos não é uma questão casuística ou de interesse de alguns, mas é a presença do parlamento paulista na defesa do cidadão. Muito obrigada, Deputado João Barbosa.

Quero cumprimentar meu querido amigo Nilson Páscoa, Secretário-Adjunto da Saúde, um defensor da Saúde pública, um defensor da causa do direito de o paciente ter acesso integral irrestrito ao sistema e à tecnologia na área da Saúde. Luiz Baggio Neto, Secretário de Estado Adjunto dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que nos acompanha nessa luta dos direitos da pessoa com deficiência há muitos anos. Quero deixar registrado o meu abraço especial à Maria Cecília Magalhães Pinto, uma das componentes desta Mesa Diretora dos trabalhos, presidente de honra da Federação Brasileira de Hemofilia e presidente do Centro Hemofílico do Estado de São Paulo. Maria Cecília Magalhães Pinto não necessita apresentação. É uma pessoa que tem dedicado toda sua vida a essa luta, a essa conquista dos direitos desse segmento da sociedade, e que pode, certamente, hoje celebrar com muita tranquilidade muitas vitórias. Embora a luta não tenha acabado, conseguimos antever as vitórias conquistadas a partir do reconhecimento inclusive da longevidade das pessoas com hemofilia.

Quero cumprimentar a Dra. Silvia Brandalise, uma notável especialista. Nos anos 80 tive a oportunidade de participar de um congresso com ela, que estava de passagem em Costa Rica, a caminho de Los Angeles, onde participaria de um dos congressos mais importantes na área de leucemia. Naquele momento ela já era uma das grandes especialistas na área da Hematologia. Sua participação nesta luta pelos direitos da pessoa com hemofilia, pela melhora da qualidade do tratamento certamente é uma força indiscutível, porque traduz a ética, a serenidade, o conhecimento científico, a criatividade e a presença das inovações tecnológicas no tratamento desses pacientes. É um orgulho para nós como médicos e um orgulho também para nós no Estado de São Paulo contarmos com pessoas como a Dra. Silvia Brandalise. Ao abraçar a Dra. Silvia Brandalise cumprimento e abraço todos os colegas médicos que vejo aqui na plateia e que tenho um prazer enorme de reencontrar. São pessoas como a Sandra, como a Nívea, como o nosso amigo Ernani, da Santa Casa, o grupo do Hospital das Clínicas, a Paula, o Dr. Elbe, que fizeram a diferença no Estado de São Paulo. Graças a eles os pacientes hemofílicos hoje têm uma vida absolutamente controlada e segura dentro do que se esperaria para as pessoas com hemofilia. Minha saudação a José Luiz Anzini, representante do Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, e a meu querido colega Haino Burmester, Chefe de Gabinete da Superintendência do Hospital das Clínicas, que integra o Conselho Deliberativo da Fundação Hemocentro de São Paulo e tem trabalhado no desenvolvimento de políticas e práticas que garantam a sustentabilidade do tratamento de todos os pacientes com doenças hematológicas, mas com especial destaque na questão da hemofilia, que ele também abraçou como uma bandeira para a sua vida. Ter o Dr. Haino Burmester aqui significa o melhor do Hospital das Clínicas presente nesta solenidade. Quero dizer aos senhores e às senhoras que o Governador José Serra tem sido incansável na defesa e na garantia dos direitos do tratamento de todas as pessoas que esperam a qualidade e a humanização do SUS.

O Brasil é hoje,talvez, o melhor representante de uma rede de atendimento nas doenças hematológicas a partir dos hemocentros e hemonúcleos. É verdade que estes Centros não têm tido a mesma atenção em todos os governos. É verdade que no Governo de Fernando Henrique Cardoso, na vigência do Ministro José Serra, hoje Governador José Serra, tivemos momentos muito mais fáceis do que aqueles que vivemos hoje em que o suprimento de fatores anti-hemofílicos, Fator 8, Fator 9, têm passado por dificuldades imensas, inexplicáveis. A compra não é feita em nível central e portanto a distribuição no Estado acaba sendo prejudicada. É verdade que existe uma normatização no processo de compra, mas é verdade também que nem sempre os gestores federais estão preocupados em olhar para a questão do paciente. Estão muito arraigados aos processos, aos procedimentos, instauram uma série de sindicâncias que não levam a nenhum lugar e esquecem de exercer o seu papel, que é garantir um suprimento adequado.

A diferença entre o sofrimento, a dor e a condição física de higidez se reduz a uma única frase: a presença do remédio no momento adequado. Ter o remédio significa vida saudável; a ausência do remédio significa dor, sofrimento, exclusão social e incapacidade. É por isso que o Estado de São Paulo está trabalhando dentro de um conceito de uma linha completamente diferente, buscando condições de garantir um estoque regulador e buscando condições de trabalhar um novo elemento, que hoje se afigura com maior segurança, que é a questão da profilaxia.

Aqueles que passaram pela infância e pela adolescência com o trabalho de medicação, o atendimento apenas da vigência das hermatroses, das hemorragias, certamente não se livraram 100% das sequelas e das manifestações que certamente não geram uma incapacidade, mas limitam em alguns aspectos a vida e a atividade produtiva dessas pessoas. Aqueles que agora chegam ao cenário por essa condição da hemofilia, que é uma condição genética que não será tão facilmente resolvida, encontram uma nova esperança, a esperança de um tratamento oportuno, profilático, que vai significar o desenvolvimento por toda uma existência sem sequelas, sem alterações, e exatamente como se esperaria para todos os cidadãos incluídos na vida produtiva do País e devolvendo para a sociedade, na forma de trabalho, na forma de produção de riquezas, aquilo que a sociedade deu a eles na forma de saúde e educação.

Quando o Estado chega cedo, de maneira pronta e imediata no atendimento às necessidades do cidadão, o cidadão alcança a vida adulta em condições de devolver àquela sociedade o que a sociedade investiu na forma de cuidados. E é disso que o Governo do Estado de São Paulo está falando, e é por isso que o Secretário Barradas e o Secretário Nilson têm trabalhado de forma absolutamente exaustiva para que se garantam recursos, para que se busque eficiência na máquina e para que se possa atender a cada grupo de pacientes dentro das mais modernas tecnologias e dentro de uma garantia de precocidade, que signifique prevenção de incapacidades.

O Governador Serra é um grande sonhador. Ele tem na Saúde a sua maior aspiração, e é por isso que trouxe para o programa de governo a Rede Lucy Montoro, que vai estar em todas as regiões do Estado e preparada para dar o suporte de que os hematologistas precisam, de forma sinérgica, para garantir uma completa reabilitação. A somatória desses esforços no tratamento hematológico, no tratamento de reabilitação certamente vai assegurar uma vida com garantias de qualidade, e adicionar qualidade aos anos de vida, a maior ambição da sociedade.

Hoje é um dia de celebração. Estamos celebrando uma nova vida para todas as pessoas com hemofilia. Estamos celebrando a certeza e a garantia do tratamento adequado. Estamos celebrando um passo à frente, do Brasil em direção ao mundo desenvolvido. Estamos assegurando aos nossos pacientes a garantia de uma vida plena.

Obrigada pela presença dos senhores, e recebam o abraço do Governador Serra. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Muito obrigada, Dra. Linamara, que aqui representa o nosso Governador, Dr. José Serra, pelas suas palavras, mas mais do que pelas palavras, por suas ações, seus gestos e seu trabalho.

Queremos agradecer mais uma vez à Banda da Polícia Militar que executou o nosso Hino Nacional, na pessoa do 2º Tenente, PM Davi da Cruz. Muito obrigada a essa corporação que tem feito diferença no quesito Segurança no Estado de São Paulo, uma corporação que reúne hoje quase 100 mil homens e mulheres.

Queríamos aqui agradecer com muito carinho a presença do Dr. Eduardo Castanheira, Delegado de polícia, Subchefe da Assessoria da Polícia Civil da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que está aqui representando o Dr. Paulo Rios. Leve nosso abraço ao Dr. Paulo Rios.

Queríamos ainda registrar a presença, e agradecer, do Secretário Belisário, da Secretaria das Pessoas com Deficiência, do Município de São Paulo, na pessoa do Dr. José Luiz Anzini, que está aqui representando o Secretário Belisário.

Gostaria de agradecer mais uma vez ao Deputado João Barbosa. O Deputado Reinaldo Alguz esteve conosco até agora, mas tem um compromisso de representação da Assembleia e teve que se ausentar. Ele pediu que trouxesse seu abraço e compromisso com essa área. O Deputado Antonio Salim Curiati, nosso decano da Casa, dez mandatos, já foi prefeito desta cidade, está aqui representado pelo Dr. Ney Cardoso.

Gostaria de agradecer também o Sr. Haino Burmester, que está representando o Sr. José Manoel de Camargo Teixeira, nosso superintendente do Hospital das Clínicas. Aliás tive o privilégio de lá nascer, mas imagino que milhares de brasileiros também tiveram esse privilégio.

Queria agradecer ainda a presença do Dr. José Orlando Bordin, do Hemocentro da Unifesp; do Dr. Luiz Baggio Neto, Secretário-Adjunto da Secretaria de Direitos da Pessoa com Deficiência, trabalhando conjuntamente com a Dra. Linamara; da Vereadora Mara Gabrilli, aqui representada pela Sra. Adriana Perri. Nosso abraço, nosso carinho e nosso reconhecimento ao trabalho da Vereadora Mara Gabrilli.

Antes de passarmos a palavra a grandes autoridades nessa área, e que vieram aqui enfeitar esta Sessão Solene, não só pela presença física, mas sobretudo porque têm conteúdo nessa história e nessa caminhada, queríamos aqui fazer um registro bastante curto, só para ficar marcado nos Anais da Casa. A Assembleia Legislativa pode parecer muitas vezes uma Casa distante, e lamentavelmente às vezes se torna, no sentido da interação entre a sociedade e o próprio Parlamento, mas é literalmente a Casa - permitam-me assim chamá-la, com todo respeito das senhoras e senhores presentes - de vocês.

O chão onde vocês estão pisando, e quero enfatizar sempre que posso, é sagrado. Noutro dia me questionaram e me disseram que chão sagrado é de igreja. Eu respondi que sim, que era verdade, que também é, lógico que sim, independente da denominação, e aí vai da fé de cada cidadão, de cada filho de Deus, mas este chão também é sagrado. Afinal de contas nesta Assembleia Legislativa, e em todas as Casas Legislativas, vêm pessoas para representar o anseio, a necessidade, o sonho da sociedade. Só para que as senhoras e senhores possam imaginar um pouco o que significa esse espaço físico, somos 94 deputados, entre homens e mulheres. Somos 11 mulheres, uma quantidade bastante feliz. Já fui deputada desta Casa quando éramos somente três mulheres, mas a sociedade precisa de igualdade e igualdade é a participação também da mulher na vida pública. Somos hoje 14 partidos políticos representando esses 94 que representam 41 milhões de habitantes. São pessoas que a sociedade escolhe, eleitos pela sociedade. A sociedade delega poderes a eles para virem aqui representar e defender as ideias e os interesses do povo. E me machuca profundamente, envergonha-me mais do que machuca, ver espaços sagrados públicos como este não serem respeitados. Mas quero dizer que a nossa Assembleia de São Paulo é um espaço respeitado por todos os 94 deputados. Independente da questão e coloração político-partidária, cada deputado que defende seu segmento, sua ideia, seu grupo da sociedade trabalha com seriedade e respeito.

Então, fazer uma Sessão Solene e trazer parte da sociedade, que são os senhores e senhoras presentes, para nós é uma honra. Afinal de contas, esta Casa literalmente é dos senhores e das senhoras. Este espaço é de vocês, para passear, para conhecer, para trabalhar, para reivindicar, para concordar e para discordar. As minhas ideias pessoais não podem se sobrepor jamais à vontade da maioria da sociedade. Eu posso até ter o meu gosto pessoal, com uma matéria ou com uma ideia, mas não posso aqui defendê-la em detrimento da maioria da sociedade.

E é por isso que estamos aqui fazendo esta Sessão Solene, e quero registrar nos Anais da Casa por que o Dia Internacional dos Hemofílicos e por que tanta - perdoem-me pela forma simples de falar - gente importante, não pela minha pessoa, mas por esses doutores e doutoras que me cercam, à minha direita e à minha esquerda, neste plenário, tratam de um assunto que até há bem pouco tempo ninguém dava muita importância. E até há um tempo mais distante ninguém dava nenhuma importância.

E hoje a Assembleia, que é este local especial, recebe essas autoridades, não só para aplaudi-los, mas para agradecer o trabalho que eles, juntamente com vocês, têm feito pelo Brasil e por São Paulo, embora dificuldades existam.

Gostaria de registrar alguns dados que nos chegaram; alguns números podem estar equivocados, e eu vou só deixar aqui registrado um pouco do histórico:

“Segundo dados do Ministério da Saúde,, existem cerca de 8.200 hemofílicos, sendo que a maioria,, do tipo A - 6.900. O total de pacientes com coagulopatias hereditárias é de 11.004.

No mundo, cerca de 75% dos hemofílicos não possuem acesso ao tratamento mínimo. Segundo a médica Sylvia Thomas, Presidente da Federação Brasileira de Hemofilia, não é o caso do Brasil; entretanto, ainda não está suficiente.

Se considerarmos o quantitativo de produtos para coagulação adquiridas pelo governo federal, o Brasil ainda não está no patamar ideal de tratamento . O ideal seria que o Ministério da Saúde aumentasse esse quantitativo a fim de garantir alguns programas de tratamento mais avançados, como a profilaxia primária, a imunotolerância e maior acesso a cirurgias ortopédicas.

Atualmente existem 34 Centros de Hemofilia no Brasil. Alguns somente com estrutura para armazenamento e distribuição de fatores e outros com equipe multidisciplinar completa, laboratório de alta tecnologia para o diagnóstico da hemofilia. Em alguns, falta uma rede para o atendimento emergencial especializado, funcionando em horário comercial.

Fonte: Federação Brasileira de Hemofilia”

Muito resumidamente, estamos entendendo que já existe tratamento, que já existe atenção, mas que ainda estamos aquém daquilo que seria o ideal para os nossos pacientes no Brasil e no Estado de São Paulo.

É o motivo desta Sessão Solene, assim como existe o Dia Internacional da Mulher, só para fazer um paralelo muito rápido. Na verdade comemoramos com flores e carinho, com presentes, em todo o Brasil; faz-se um tratamento especial às mulheres para lembrar exatamente o oposto desse carinho que é dedicado às mulheres, porque muitas delas passam por violência, por dificuldades, enfim. O Dia Internacional, ou quando existe o Dia Nacional, é um dia para comemorar porque as coisas estão caminhando, mas também para cobrar, porque as coisas não estão acontecendo a contento.

Esta nossa Sessão Solene tem, Deputado João Barbosa, exatamente esse escopo, exatamente essa ideia, esse mérito, quando nos foi solicitada pelas autoridades que me cercam nesta manhã. E por isso agora, para falar um pouco mais sobre essa questão da hemofilia, gostaria de chamar a nossa Profª Maria Cecília, para que nos brinde com as suas palavras.

 

A SRA. MARIA CECÍLIA MAGALHÃES PINTO - Muito obrigada. Agradeço o convite e a oportunidade. Quero cumprimentar São Paulo na pessoa da Dra. Linamara e na pessoa dos ilustres Deputados, em particular a presença da Secretaria da Saúde, na pessoa do Dr. Nilson, demais Deputados e demais participantes do evento, sabemos que cada um aqui tem um envolvimento, seja ele qual for, mas de interesse e compromisso com a qualidade de vida do hemofílico brasileiro.

Costumo dizer frequentemente que sou um pouco bairrista. Isso pode ser visto como defeito, conforme a dose, como em tudo na vida. Mas eu sinto muito orgulho de ser paulista. Sinto particular orgulho de ser paulistana, porque cheguei na hemofilia há mais de 30 anos. Sou mãe de hemofílico - no caso, fui mãe de hemofílico - e trabalho com pacientes hemofílicos e tenho o prazer de há mais de 15 anos, representá-los e por escolha deles, ser a voz deles no Estado de São Paulo.

Sou de um período em que tivemos uma fase extremamente árdua, quando enfrentamos uma dificuldade profunda para conseguir o mínimo necessário. Mas São Paulo lutou, São Paulo conta com determinados privilégios. Tivemos os primeiros grupos interdisciplinares de hemofilia para tratamento; participamos de um período em que vinham pacientes de muitas regiões do País em busca de tratamento em São Paulo.

E São Paulo foi se organizando a ponto de ter quatro serviços oficiais na Capital, o que é uma raridade. No entanto, hoje o Brasil todo conta com um hemocentro - tem uma rede importante de tratamento - um em cada capital, e alguns hemonúcleos no interior.

Ou seja, nós assistimos a um cenário onde o paciente tomava sangue para se tratar, num segundo momento tomava crioprecipitado, e num terceiro momento fomos impiedosamente atingidos pelas contaminações virais. Tivemos a nossa população de pacientes devastada pela AIDS. Sobrevivemos. Alguns que sobreviveram lutam; São Paulo participou da luta junto com o Ministério da Saúde para implantar os programas de antirretrovirais pelo SUS, que hoje é, indiscutivelmente, um programa modelar, utilizado pela Organização Mundial de Saúde, e tem sido considerado modelo para implantação em outros países.

É um privilégio ser de São Paulo, porque participamos desse início em 1980, e em 1996 participamos do Conselho Nacional na gestão do Dr. Jatene, que foi a gestão que implantou o antirretroviral e o tratamento da AIDS. Trabalhamos junto com todas essas lutas que em grande maioria viraram conquistas.

Ao longo dos anos conseguimos que o País também importasse medicamentos com qualidade comprovada e tratamento garantido para as contaminações virais. Hoje temos um programa nacional que considero importantíssimo, pelo Ministério da Saúde, fundamental, que assegura o tratamento a todo hemofílico registrado.

No entanto, não há dúvidas, embora as conquistas tenham sido muito grandes, ainda enfrentamos muitas necessidades. E o Estado de São Paulo assumiu o compromisso público de assegurar uma compra adicional de produtos que possam beneficiar tanto melhorando o acesso aos recursos frequentemente difíceis, que são as cirurgias mais complexas, os tratamentos odontológicos, os tratamentos ortopédicos e, frequentemente, por questões adversas, realmente a complementação de tratamento, porque nós passamos períodos infelizmente sem produto. E uma coisa para todos aqui é muito clara: hemofílico sem fator não tem qualidade de vida alguma.

É uma ação pioneira, é uma ação importantíssima. É uma conquista, e costumo dizer que no dia 17 de abril é comemorado o Dia Internacional da Hemofilia e eu não gosto muito. Eu, pessoalmente, não gosto muito de comemorar dia de doença. No entanto, nós comemoramos o marco de luta pela melhoria da condição no tratamento, pela melhoria no acesso ao tratamento. E essa é uma comemoração internacional.

Estou muito orgulhosa de fazer parte do processo em São Paulo. São Paulo abriu, e por isso agradeço às autoridades competentes aqui presentes, a Casa que é o centro político, o coração político da cidade. Temos aqui a representação do Governador, do Secretário da Saúde, de deputados envolvidos, dos representantes da Casa, dos representantes do segmento científico, dos usuários e das empresas envolvidas. Acho que só se conquista com a união de todas as vertentes. Quero cumprimentar e agradecer em nome do hemofílico paulistano. Espero que esse seja o início de uma conquista que cresça e complemente. Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Uma salva de palmas para a nossa querida Maria Cecília Magalhães Pinto, presidente do Centro dos Hemofílicos do Estado de São Paulo. Maria Cecília, é com esse sentimento que estamos fazendo esta Sessão Solene. Comemorar uma patologia às vezes até choca, não parece uma situação muito comum na sociedade. Fiz um paralelo com o Dia Internacional da Mulher, que existe para chamar atenção para o que a mulher vive ainda na sociedade. O Dia Internacional da Hemofilia também, assim como outros dias criados para chamar a atenção para aquilo que não era visto e que hoje as autoridades estão atentas. Uma solenidade como esta talvez não aconteceria há 20, 30 anos, não teríamos nem público presente, pois não tínhamos ainda a consciência da exigência desse direito e não teríamos autoridades da vida pública como temos hoje, como a Secretária Dra. Linamara. Isso era quase uma utopia. Esse dia serve, por um lado, para comemorar e, por outro lado, continuar cobrando.

Quero convidar para fazer parte da Mesa Diretora dos trabalhos o Secretário Municipal de Participação e Parceria, uma pessoa diferenciada primeiro pelas qualidades pessoais e segundo pela genética que traz no seu sangue e no seu trabalho. Estou apresentando o Dr. Ricardo Montoro. É um grande homem, que tem feito a diferença para São Paulo e para o Brasil. Para nós é uma grande honra receber o filho do Governador André Franco Montoro e da D. Lucy Montoro, que hoje é nome da rede de reabilitação do Estado de São Paulo. (Palmas.)

Queremos chamar algumas pessoas que trarão o depoimento do seu cotidiano. Gostaria de convidar o Felipe Ponciano de Lima para trazer seu depoimento.

 

O SR. FELIPE PONCIANO DE LIMA - Sou Felipe Ponciano de Lima, faço tratamento no Centro Infantil Boldrini há mais de 15 anos. Quero agradecer a todos pelo convite para estar aqui hoje. Sou portador de hemofilia A grave, fator VIII, tenho problema no meu cotovelo esquerdo. Estou tomando minha profilaxia, dei entrada no Ministério da Saúde há um ano e dois meses, consegui minha profilaxia depois de muito suor. Todos os meses pego minha profilaxia. No Boldrini há mais de 200 pacientes. Só eu e um rapaz de Vinhedo temos profilaxia, apesar de todos precisarem. Tenho um problema no ombro direito, não consigo levantá-lo totalmente. Minha limitação é essa. Se tivesse minha profilaxia em 1999, 2000, certamente meu ombro não estaria desse jeito, estaria normal. Peço a atenção de todos, principalmente com os menores. Quando eles tiverem minha idade, 23 anos, eles precisam estar aqui pedindo a profilaxia? Não precisam. Eles estarão estudando, trabalhando, tendo a profilaxia na casa deles. Todos os meses vou até Campinas pegar minha profilaxia. Agradeço ao Dr. Mauro, de Campinas. Se não fosse ele, eu não conseguiria minha profilaxia. Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Uma salva de palmas para o Felipe, que tem a coragem e a grandeza de vir ao microfone contar suas angústias e suas vitórias e também a coragem de cobrar. É seu papel e de todos nós do Poder Público. (Palmas.)

Quero chamar a Sra. Rosângela Pedrettes, mãe do paciente Daniel Pedrettes.

 

A SRA. ROSÂNGELA PEDRETTES - Bom-dia a todos. Sou mãe de paciente de 22 anos que faz tratamento no Boldrini desde que nasceu. Conheço a Cecília de longa época, de longos trabalhos juntas. Fico emocionada porque há vantagens em todo o sofrimento. Foi uma época muito difícil que já passamos. A luta agora é vencer uma batalha para os novos. Vinte anos atrás a Dra. Sílvia já falava em profilaxia. A batalha pelo remédio já era difícil. Mas é só o Governo ter vontade. É isso que precisamos para que esses novos não sofram o que o Felipe está passando agora. O Felipe ainda tem uma vantagem, pois temos casos bem piores. Agradeço a oportunidade de estar aqui. Que isso seja mais um avanço, que todos pensem bem pelos novos, para que eles não passem pelo que já passamos. Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Uma salva de palmas para a Sra. Rosângela Pedrettes. (Palmas.)

Chamamos o Sr. Ernani Vitor, pai do paciente Murillo Dias Vitor.

 

O SR. ERNANI VITOR - Bom-dia a todos. Venho na qualidade de pai de uma criança que está completando hoje, por coincidência no Dia Mundial dos Hemofílicos, 11 meses de vida.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Uma salva de palmas para o Murillo. (Palmas.)

 

O SR. ERNANI VITOR - Ele é uma criança adorável, mas assim como a vida da gente é dotada de momentos alegres, vitórias e também momentos de reflexão e de enfermidades. Recentemente descobrimos que ele é portador de hemofilia. Levamos ao Boldrini por encaminhamento de um pediatra de Hortolândia, onde resido. Lá fizemos duas baterias de exames que detectaram que o nosso filho é portador de hemofilia A. Naquele momento, é lógico, fiquei perplexo. Pela experiência de vida que tenho e pela fé que tenho em Deus, fiquei tranquilo, mas apreensivo.

Sei que o Instituto Boldrini é uma instituição muito séria. Sou servidor da Unicamp. Há 21 anos, sou funcionário público da Unicamp e sei do trabalho que é feito na universidade, o que ela contribui para a sociedade do Estado de São Paulo e do Brasil, não só na área de conhecimento técnico e pesquisa, como também no âmbito da Medicina.

Então, meu filho vai entrar na profilaxia. Atualmente, os estudos, a Medicina, estão bem avançados. É nessa linha que fiquei esperançoso. Ele já tomou dois fatores, mesmo sendo novinho. Ele precisou tomar dois fatores, por orientação da médica do Instituto Boldrini, porque o joelho dele inchou.

Estamos esperançosos. A fé em Deus é muita. Não é só o meu filho que tem problema de saúde, existem vários hemofílicos no mundo. Agradecemos a todos os parlamentares, os que têm projetos voltados para a área social. Nós os elegemos para isso, para que eles sentem e legislem em prol da população. Acredito muito nisso. É por isso que nunca votei nulo neste País, nunca deixei de votar em alguém. De uma forma ou de outra, acho que alguém precisa sentar e redigir leis. É para isso que existe o Legislativo, a Prefeitura, os vereadores etc.

Deixo este depoimento. Estou até um pouco emocionado. Acredito muito e peço aos nobres deputados que viabilizem não só a continuidade da profilaxia, que é interessante para os hemofílicos, mas também a dos fatores. Se for preciso ir a Brasília, eu também ajudo. Já fui várias vezes a Brasília para manifestar em prol de várias reivindicações. Se for preciso, iremos a Brasília perturbar o Governo Federal para que eles deem maior atenção aos hemofílicos deste País.

Obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - Célia Leão - PSDB - Uma salva de palmas ao Sr. Ernani Vitor. Muito obrigada pelo seu depoimento e pela forma como o senhor encara e respeita a vida, que é o maior presente que recebemos. O depoimento do senhor é extremamente importante, assim como o de outros, mas muito forte no que diz respeito à responsabilidade dos poderes públicos Legislativo, Executivo e Judiciário. Muito obrigada e parabéns pelos 11 meses do bebê. Daqui a um mês, teremos festa de um ano, não? Vamos cortar um bolinho bem festejado!

Antes de passarmos a palavra ao Deputado João Barbosa e fazermos a entrega das homenagens - muito simples, mas grandiosas pelo trabalho das pessoas -, chamo o Sr. Leandro Montessarat para fazer o seu depoimento. Muito obrigada pela presença!

 

O Sr. Leandro Montessarat - Bom-dia a todos! Descobri que tinha hemofilia aos quatro anos de idade pelo Exmo. Dr. Celso Guerra, já falecido. Minha mãe é portadora do Mal de Von Willebrand. Iniciei meu tratamento no Centro de Hematologia de São Paulo, com a Dra. Linamara. Por sorte, a minha história muda um pouco do que foi dito aqui.

Iniciei a profilaxia aos dez anos de idade. Se estou em pé, em frente de todos, foi graças à profilaxia. Tenho um trauma muito grande no tornozelo, uma artrose em estágio bem avançado, mas posso dizer que sou, como muitos dos pais e das mães que deram seus depoimentos aqui, um vencedor graças aos anjos que nos tomam.

Aprendi a conviver com a hemofilia não só pelos doutores, mas também por minha mãe, por meu pai, que já não se encontra aqui. Muitas vezes, é uma batalha ingrata para os pais. Muitas vezes, vi meu pai doando sangue - ele era o meu principal doador -, às vezes, até fazendo determinadas loucuras. Como filhos, não sabemos. Às vezes, eles escondem de nós. Posso dizer que aprendi a lidar com a hemofilia com pessoas que muitos determinam como sadias.

Sou engenheiro civil. Por incrível que pareça, piso em obra. É até um bom alento para as mães que acham que o filho irá desenvolver uma carreira em que passe por riscos. Não criei essa artrose pela Engenharia, mas por jogar futebol, por querer surfar e outras coisas com as quais as mães ficam loucas.

Aprendi a aplicar o Fator VIII com 12 anos de idade. A própria profilaxia ajudou-me no sentido de ganhar massa muscular, através das fisioterapeutas Gislaine e Andréa e da Dra. Linamara. Eu era muito pequeno e é difícil descrever. A única coisa que posso dizer é que foi uma das etapas de minha vida em que menos sofri sangramentos. Cheguei a comemorar quase um ano sem ter qualquer tipo de trauma, com uma musculatura fantástica, que agora me segura. Às vezes, deixamos um pouco esse lado. Em determinada idade, deixamos de lado e esse trabalho inicial é o que faz com que consigamos ter uma condição de vida de uma pessoa comum.

Agradeço a todos os médicos que me trataram - a Dra. Pilar, o Dr. Nélson, a Dra. Ana Clara, do Centro de Hematologia de São Paulo, as fisioterapeutas e, principalmente, a Dra. Linamara, por ter me ensinado a viver com a hemofilia.

Muitas pessoas me perguntam se espero a cura da hemofilia. Tanto eu quanto o Felipe, que já discursou, aprendemos a conviver com a hemofilia. Aprendemos a conviver com as noites mal dormidas pelas dores, pela falta de remédio, pela falta de fator. Muitas vezes, você depende do remédio e a falta dele tira o sono, tira a tranquilidade. No tratamento ao hemofílico, assim como no tratamento de qualquer paciente, a parte psicológica é importante.

Fico feliz de ter visto que, agora, está-se implementando a profilaxia até em cidades do interior. Em São Paulo, graças a esse tratamento - que, na época, acho que foi pioneiro -, estou aqui, na frente dos senhores.

Agradeço a todos. Obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - Célia Leão - PSDB - Obrigada, querido Leandro Montessarat pelo seu depoimento, pela sua história e pelo resultado que está aí, para todos vermos e aplaudirmos.

Hoje é sexta-feira. Sabemos que todos têm obrigações, principalmente os doutores e as doutoras. Não podemos absorvê-los o tempo todo, já que os nossos pacientes precisam deles. Portanto, não vamos nos alongar com a sessão.

Gostaria de passar a palavra ao nobre Deputado João Barbosa, que sempre de forma muito delicada e respeitosa com a vida, tem feito a diferença neste Parlamento.

Muito obrigada pela presença, Deputado João Barbosa, pelo trabalho que V. Exa. tem realizado na Casa e na nossa sociedade. Queremos receber algumas das suas palavras, que são o resultado do seu trabalho.

 

O SR. JOÃO BARBOSA - DEM - Bom-dia a todos! Deputada Célia Leão, sempre a intitulo - não eu, mas Deus assim colocou no meu coração - a essência de Deus neste mundo. Aquilo que há de mais importante no coração de Deus, ele colocou nas mãos dessa grandiosa mulher, por quem tenho um carinho e respeito muito grandes. Ela sempre traz para esta Casa assuntos de grande importância e valia.

Parabenizo a Deputada Célia Leão, a nossa essência de Deus neste mundo.

A Dra. Lindamara - eu a chamo de Lindamara e não Linamara. Seu trabalho é glorioso. Muitos dizem “Eu confio em Deus”. Mas Deus confia em pessoas. E nas tuas mãos, Deus confiou um trabalho grandioso e lindíssimo. (Palmas.) Eu a vi emocionada e suas lágrimas estão guardadinhas no odre celestial, onde Deus acolhe uma por uma, porque Ele sabe a tamanha dor de uma mãe, de um pai, quando tem um filho portador dessa doença. Deus escolheu uma pessoa maravilhosa para esta Pasta.

 Dra. Maria Cecília, seu carinho, sua grandeza na frente, como avó, mãe, porta-voz e acima de tudo, uma grande voz de Deus, falando aos corações de tantas mães.

 Os médicos que se fazem presentes nesta manhã, Dr. Nilson Páscoa - já falamos ao telefone, porque eu também tenho tarefa muito árdua à frente da Comissão de Saúde e Higiene -, a quem sempre tenho recorrido, e hoje pude abraçá-lo e ver que é uma grande pessoa, e vemos que o nosso secretário está muito bem representado. Leve o meu abraço e o nosso carinho ao Secretário Barradas, que é uma pessoa que tem um grande carinho, um grande respeito.

Dra. Silva Brandalise, que Mesa gloriosa. As minhas palavras são que Deus sempre possa trazer coisas grandes e inauditas ao coração de cada uma dessas pessoas; que Deus possa trazer a essência e o poder das mãos de homens e mulheres, como esses médicos e vocês que fazem parte dessa tarefa que Deus lhes designou; Que vocês possam cuidar dessas pessoas tão especiais, tão maravilhosas, cujos depoimentos enchem o nosso coração de alegria, de saber que em breve vocês poderão ser pessoas tão naturais, meninos jovens, bonitos e que querem desfrutar das coisas boas que a vida nos traz.

Tenho certeza de que em breve o nosso Deus trará a alegria para o coração das mães, dos pais e, acima de tudo, colocar nas mãos de pessoas competentes uma vacina, um remédio, não sei o que Deus tem para fazer. Mas sei que Deus tem coisas grandes através de pessoas tão especiais que temos aqui nesta manhã. Parabéns a todos que confiam em Deus, que certamente essa tarefa vamos tirar de letra em breve.

Muito obrigado a todos pela presença. Muito obrigado por toda essa Mesa gloriosa.

Bom-dia.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Muito obrigada, uma salva de palmas ao Deputado João Barbosa, que tem feito a diferença no trabalho desta Casa.

Esta Presidência informa que ao término desta Sessão Solene, de forma muito carinhosa, agradecemos e convidamos a todos para um coquetel aos convidados. Mas a razão maior desta sessão, além de fazer esse compartilhamento, essa confraternização das pessoas que trabalham e lutam por essa causa, é também trazer para o Parlamento e para o conhecimento da sociedade, através da TV Assembleia, através dos leitores do “Diário Oficial”, através das pessoas que vivem a vida do Legislativo do Estado de São Paulo, algumas pessoas que são símbolos. Se não podemos homenagear a todos, por questão temporal, de espaço, de agenda, nós pinçamos algumas pessoas, que representam o resultado da nossa luta e que na verdade são, de forma direta - os depoimentos trouxeram nome e sobrenome daqueles que cuidam dos nossos pacientes - o símbolo dessas pessoas que trabalham nessa área e que fazem essa defesa.

Gostaria de passar a palavra ao Cerimonial, que vai chamar os homenageados para receber, de forma singela, um agradecimento que, nós da Assembleia Legislativa, gostaríamos de fazer a cada um dos senhores, pelo trabalho, empenho e dedicação literal da vida, como um todo, para que milhares de pessoas possam ter dignidade na sua vida, mesmo com alguma diferença.

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - HUGO DANIEL ROTSCHILD - Muito obrigado, Deputada Célia Leão. O primeiro homenageado desta manhã, Dr. Luiz Roberto Barradas Barata, Secretário de Estado da Saúde, que está representado pelo Secretário-Adjunto, Dr. Nilson Páscoa. (Palmas.)

O texto da placa é o mesmo para todos, mudando apenas o nome do homenageado. “O Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Deputado Barros Munhoz, e a Exma. Sra. Deputada Célia Leão, sentem-se honrados em homenagear na Sessão Solene em comemoração ao Dia Internacional da Hemofilia, o Dr. Luiz Roberto Barradas Barata, pelo relevante trabalho desenvolvido à frente da Secretaria Estadual da Saúde do Estado de São Paulo. Palácio 09 de Julho. São Paulo, 17 de abril de 2009.”

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - HUGO DANIEL ROTSCHILD - A próxima homenageada é a Sra. Maria Cecília Magalhães Pinto, presidente do Centro de Hemofilia do Estado de São Paulo. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - HUGO DANIEL ROTSCHILD - A próxima homenageada é a Dra. Silvia Regina Brandalise, presidente do Centro Infantil Boldrini, da Cidade de Campinas. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - HUGO DANIEL ROTSCHILD - Dr. Haino Burmester, Chefe de Gabinete do Centro de Hemofilia do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - HUGO DANIEL ROTSCHILD - A próxima homenagem é para o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Hemocentro da Unicamp, Universidade Estadual de Campinas, representado pela Prof.ª Dra. Silvia Brandalise, professora desta mesma universidade. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - HUGO DANIEL ROTSCHILD - A próxima homenagem é para o Hemocentro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, representado pela Dra. Linamara Rizzo Battistella. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - HUGO DANIEL ROTSCHILD - Estão sendo homenageados com a menção honrosa, o Hemocentro de Botucatu, da Universidade Estadual de São Paulo, Unesp, o Hospital São Paulo, da Unifesp, Universidade Federal de São Paulo e a Unidade de Hemofilia do Hospital Brigadeiro. Convidamos a Dra. Sandra para receber a homenagem. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Podem aplaudir forte porque é a forma de dizermos a essas pessoas e a dezenas de outras muito obrigada por cuidarem de nós, da nossa saúde e da nossa família.

São quase 12 horas e tínhamos programado esta Sessão Solene, pelo Regimento, das 10 horas da manhã até às 12 horas. Estamos chegando nesse horário e queremos tentar terminar no horário para cumprir a agenda dos que foram convidados. Todos, sem exceção, têm uma agenda bastante atribulada para o dia de hoje, somada ao feriado que chega.

Eu não poderia encerrar esta Sessão Solene sem antes agradecer a todos. Vejo aqui a Simone, a Graça, as pessoas que ficam nos bastidores como o Dr. Carlos Cruz. Enfim, é muita gente que não daria para nominar todos para que esta Sessão Solene acontecesse.

Quero agradecer, de forma especial, a todos do Cerimonial, ao Som, ao pessoal do meu gabinete. Quero dizer que é o conjunto dessas pessoas que ajuda a realizar esta Sessão Solene.

Para o encerramento desta Sessão Solene quero deixar a palavra para duas figuras, não que as outras não fossem importantes pois todas são. A Dra. Linamara abriu o evento e, quando a Dra. Sílvia Brandalise foi receber a segunda placa, para levar obviamente para a Unicamp, eu falei baixinho uma brincadeira verdadeira. Disse que a gente não tem culpa porque a Dra. Brandalise é uma pessoa que faz muito, mas gosta de fazer sempre nos bastidores. Ela disse: “Outra?” Eu falei: “Eu não tenho culpa. A senhora faz tudo”. Ela faz tudo e tem que receber muita coisa.

 Então, quero encerrar esta solenidade com a fala da Dra. Sílvia Brandalise e do Secretário Nilson Páscoa porque para mim não tem secretário-adjunto, ambos são secretários da Saúde do Estado de São Paulo.Eu já fiz uma menção sobre a Dra. Sílvia no início da minha fala, dizendo que acredito em anjos e ela é um daqueles que caiu na Terra para nos ajudar. Quem é de Campinas, quem conhece o Boldrini, ou alguém que possa ter lido ou assistido o trabalho da Dra. Silvia, conhece a sua história, sabe que milhares de vidas foram salvas com qualidade por causa não só da sua mão e da sua inteligência, mas literalmente do coração dela.

Quem sabe conta, quem vê, é testemunha de que antes era de 70% de óbitos e 30% de crianças que conseguiram sobreviver. Hoje esse número mudou: são 70% de pessoas que conseguem ser salvas, crianças e adolescentes, e 30% de óbitos. Esses 30%, Dr. Nilson, é até o último segundo. Acho que essas coisas fazem a diferença.

Passo a palavra a Dra. Sílvia Brandalise, que é muito especial.

Enquanto ela se dirige à tribuna, vamos dar uma salva de palmas porque se aplaudíssemos o resto da vida ainda não estaríamos agradecendo 10% do que ela fez e continua fazendo pela nossa sociedade. (Palmas.)

 

A SRA. SÍLVIA BRANDALISE - Esta é a primeira vez que vejo cerimônia liderada por mulheres e que permaneceram em segredo.

Vim hoje de Campinas sem a menor idéia do que aconteceria aqui nesta Casa. Para mim, é a homenagem, sem dúvida, para o Dia Mundial de Hemofilia e, na minha cabeça, os homenageados seriam o Governador José Serra e o Secretário da Saúde Dr. Barradas.

A decisão política, a decisão humana, a decisão de coração do Governador José Serra transcende qualquer homenagem porque é uma decisão que vai mudar a história da hemofilia no Estado de São Paulo. Mas, mais do que para o Estado de São Paulo, ela reflete para o Brasil, para a América Latina e para aquele universo de 70% de pacientes hemofílicos que não têm acesso ao tratamento de qualidade.

Para a vinda de Campinas, falei: “Olha, vou sair daqui às 7 horas para não perder a hora da chegada”. Porque por si só essa conquista já é um reconhecimento a essas figuras políticas. Mas nada aconteceria se não fosse a figura sólida da Dra. Linamara Battistella, a figura sólida da Deputada Célia Leão apoiando e ativando essas ações na área da Saúde.

Em 1980, já se falava em profilaxia, eu fiz “mea culpa” e falei: “Puxa, mas como demorou para caminharmos até o momento de hoje”. Por vocação, não carrego as histórias do passado. Também por vocação, não carrego os sonhos. O nosso compromisso é com o presente. O nosso compromisso, a nossa vocação e a nossa responsabilidade quer sejamos médicos, fisioterapeutas, dentistas, pessoas da área da lei, da política, da indústria, é no dia de hoje. E no dia de hoje conseguimos essa conquista da profilaxia para os hemofílicos daqui do Estado de São Paulo.

Ela basta de “per si”? Não, porque precisamos também trabalhar para os hemofílicos que estão em Minas, em Salvador, em outros lugares. É uma ação que deve reverberar no Brasil inteiro. E quem faz reverberar? Somos todos nós e a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, quando abre as portas para discutir a magnitude desse problema, ensina a todos nós de que a responsabilidade é no dia de hoje, independente da área onde estamos.

Também como servidora pública que sou de coração e de desejo, em tempo integral, assumimos a responsabilidade onde estivermos. Temos que atuar para a melhoria da nossa sociedade. E a melhoria só se faz através de diminuição dos excluídos, diminuição daquele contingente de pessoas que tiveram problemas que eles vão ter que equacionar durante toda sua vida. A Educação, Saúde, acesso ao mercado, a inclusão social é uma responsabilidade de todos nós.

Aproveito este momento, que acho importante, para dizer que quando o Dr. Barradas falou que tinha sido implementado o programa, fiquei muito feliz. Mas é uma felicidade que estava mais no racional, porque no coração mesmo a felicidade surgiu quando eu encontrei uma criança lactente de menos de dois anos e ela fala que vai fazer uma profilaxia primária. Foi com fervor na alma que eu disse: “Puxa, que bom que pude vivenciar nesta vida este momento onde a enfermagem e a assistente social vão fazer o encaminhamento para a profilaxia primária”. Sem dúvida, teremos um outro futuro, uma outra inserção e aí estaremos cumprindo nossa tarefa.

Pedimos desculpas por demorarmos tanto tempo para conseguirmos chegar nesse ponto. Mas uma coisa é importante, ponto conseguido é ponto conseguido e não podemos esmorecer de jeito nenhum.

Quando o Estado não cumprir o seu papel, quando o Governo Federal não cumprir o seu papel, então as associações de hemofilia devem, numa força integradora, se aliar aos hospitais para que a gente faça do 17 de abril de 2009 um marco: o momento em que a gente virou a página da história da hemofilia no Brasil. E é necessário virar a página e caminharmos para um atendimento humanizado, um atendimento otimizado no fornecimento desses fatores: na reabilitação motora, nas cirurgias ortopédicas, evitar os gargalos, fazer o tratamento dentário, prover esses tratamentos de forma que a gente consiga uma sociedade mais justa.

Não me julgo merecedora desta homenagem, mas agradeço. Agradeço do fundo do coração por esta menção honrosa e nos associamos de corpo e alma à equipe da Dra. Linamara, à equipe do Governador José Serra, aos centros de hematologia para caminharmos daqui para frente para a otimização do tratamento dos pacientes hemofílicos.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Obrigada Dra. Sílvia Brandalise por essa aula, por esse resultado. Não tenho dúvida de que 17 de abril de 2009 vai ser um marco e uma página virada.

A Dra. Linamara é uma pessoa que tem seus regramentos. Eu insisti, ela negou, que antes do Sr. Secretário ela expressasse o seu sentimento que eu pude ouvir daqui. Mas eu não posso, Dra. Linamara, deixar de dizer que a sua emoção, as suas lágrimas, isso tudo é resultado de um trabalho, como dizia agora o Dr. Baggio ao meu lado, porque isso é o seu dia-a-dia, não é um momento específico do ano, é o dia-a-dia da Dra. Linamara.

Numa outra sessão que fizemos recentemente pelo Dia Mundial da Síndrome de Down eu disse que procurava na Dra. Linamara, da cabeça aos pés, até o último fiozinho de cabelo, alguma deficiência, alguma coisa que não fizesse esta mulher se colocar a serviço de uma causa durante sua vida. Quando criança, pensando o que ia fazer. Quando tomou consciência do que ia fazer, não parou mais de fazer e a Dra. Linamara segue esses passos até hoje. Certamente assim será até o último dia de sua vida. Mas agora há pouco ela dizia quase como um sussurro, Dra. Sílvia Brandalise, enquanto a senhora manifestava o seu agradecimento e o reconhecimento de políticas públicas e de pessoas públicas como o Governador José Serra e o Secretário Dr. Barradas aqui representado pelo Dr. Páscoa, Secretário-Adjunto, “eu esperei por este momento - literalmente foi esta a frase que ouvi - 29 anos.” Muitos de vocês não tinham nem nascido e ela já estava na expectativa de um dia chegar este momento. Então, não é pela Assembleia Legislativa, não é a sessão solene pela sessão solene, Ernani. São situações que a gente vive na prática e que a gente acredita que está acontecendo porque estamos vendo aqui.

Então, Dra. Sílvia, agradeço imensamente as suas palavras, o seu trabalho. Dra. Linamara, valeu a pena esperar 29 anos.

Para encerrar os nossos trabalhos eu concedo a palavra àquele que aqui representa o Secretário Barradas. Uma salva de palmas ao Dr. Nilson Páscoa, ele que representa o nosso Secretário de Saúde, este a quem a Dra. Sílvia Brandalise cantou em verso e prosa o trabalho que fez por São Paulo e pelo Brasil junto com o então Ministro da Saúde José Serra, hoje Governador de São Paulo.

 

O SR. NILSON PÁSCOA - Bom-dia a todos. Inicialmente quero cumprimentar o Presidente desta Casa, responsável pela abertura desta solenidade, Deputado Barros Munhoz; nossa querida Deputada Célia Leão; Deputado João Barbosa; Dra. Linamara Rizzo Battistella, Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, neste ato representando o Governador do Estado José Serra; Ricardo Montoro, Secretário Municipal de Participação e Parceria; Luiz Baggio Neto, Secretário-Adjunto da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Maria Cecília Magalhães Pinto, presidente do Centro de Hemofílicos do Estado de São Paulo; Sílvia Brandalise, presidente do Centro Infantil Boldrini; Dr. Haino, que neste ato representa o Superintendente do Hospital das Clínicas, Dr. José Manoel.

Primeiramente devo justificar a ausência do Dr. Barradas neste evento. Ele estava programado para este evento, queria muito vir, mas foi convocado para uma reunião muito importante também no Palácio do Governo: a regulamentação da Lei Antifumo, uma lei de iniciativa do Executivo paulista aprovada por grande maioria da Assembleia Legislativa dias atrás e que significa um dos grandes sucessos da Saúde pública paulista, razão pela qual o Secretário não pôde estar presente. Mas eu gostaria de em seu nome agradecer as palavras elogiosas que foram dirigidas a sua pessoa. Da mesma forma agradecer o prêmio que recebeu pelos serviços prestados, extensivo à Secretaria da Saúde.

Neste Dia Internacional da Hemofilia quero cumprimentar a Assembleia Legislativa por esta iniciativa. Estender os meus cumprimentos a todos os servidores do SUS do Estado de São Paulo, em particular aqueles que lidam com as doenças sanguíneas, que são responsáveis pelos cuidados aos hemofílicos e pelo compromisso que têm com esta causa de relevância social.

Por último, quero render uma homenagem muito especial na data de hoje aos pacientes e familiares que aqui estão, pelos depoimentos que pude ouvir com muita emoção e que travam uma luta cotidiana e solidária em prol do bem-estar dos seus entes queridos sempre com muita dedicação e amor, à qual o Poder Público se associa sem tréguas. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Encerrando os nossos trabalhos quero fazer um registro muito rápido: quero agradecer ao Som, à Taquigrafia, à Ata, ao Cerimonial, que nos recebe e orienta, à Secretaria Geral Parlamentar, que conseguiu a data em menos de uma semana para a realização desta sessão, à Polícia Civil, à Polícia Militar, a nossa Imprensa, aos funcionários do meu gabinete, enfim, a todos aqueles que de forma direta e indireta nos ajudaram a realizar esta sessão.

A nossa sessão está sendo transmitida ao vivo pela Internet e amanhã, às 23 horas, será reprisada pela NET no canal 13 e pela TVA no canal 66. Aqueles que não participaram terão oportunidade de poder assistir a esta sessão.

Dr. Nilson, meus cumprimentos pelo trabalho, obrigada pelas palavras; meus cumprimentos também ao Luiz Baggio, um grande companheiro, um homem que digo que quanto menos ele se move mais ele movimenta o mundo. Ele tem uma pólio bastante forte, não movimenta o corpo, mas movimenta a alma, movimenta a inteligência. Quero agradecer a Dra. Linamara, de quem falei 1% do que sabemos do seu potencial e da sua dedicação. Quero agradecer a Maria Cecília, que é presidente do Centro e nessa condição certamente tem uma grande obrigação e um grande resultado; Dra. Sílvia Brandalise, de quem acredito que ficaria dias e anos falando; Fábio, você é privilegiado por trabalhar com a Dra. Sílvia Brandalise e você sabe disso. Eu entendo, Melo, o Dr. Barradas, não pode estar aqui. Ele estava a caminho quando foi chamado pelo Palácio. Mas essas mudanças não fazem diferença naquilo que as pessoas têm de compromisso.

Quero me dirigir ao Ernani e à sua esposa, que são pais do Murillo, que nasceu com hemofilia. Como pais conscientes às vezes, ou muitas vezes - e falo também para a Rosângela - mãe é mãe, Rosângela. Outro dia meu marido falou que pai é pai mas eu continuo achando que mãe é mãe. Às vezes ou sempre somos egoístas. Não sei como medir o egoísmo. Mas é natural do ser humano, nascemos assim, faz parte da nossa natureza. Agora, temos que entender, como pais e mães - não estou falando com o Felipe, nem como o Leandro, o engenheiro. Vou chamá-lo quando obras acontecerem. Falo para pais e mães. Sou mãe e tenho uma mãe de quase 90 anos da qual eu cuido e meu pai mudou de planeta muito cedo contra a minha vontade. Hoje, como estou com umbigo dos dois lados do balcão, como filha que fui de pais que ficaram com uma filha paraplégica aos 19 anos, e hoje como mãe que sou de três filhos que espero que passem a vida sem nenhuma dificuldade, consigo ver os dois lados da coisa.

Como filha, em casa brincávamos de quem acordava antes para disfarçar a tristeza; depois ficavam os três meio sem graça, no meu quarto, porque estava na cara - literalmente, desculpem a expressão -, que todos tinham chorado antes de chegar no meu quarto. E, quando eles chegavam, eu também limpava as lágrimas rapidamente para eles não verem. Então, era uma falsidade absoluta, porque todo mundo chorava, todo mundo sofria e ninguém deixava o outro saber que o outro chorava. E todo mundo sabia que o outro chorava. Então, na qualidade - acho que isso é qualidade de filha -, foi assim que durante um tempo da minha vida eu fui disfarçando uma dificuldade nova na vida da gente e obviamente uma tristeza que vem acoplada à dificuldade, não dá para negar, nem as lágrimas, e que bom que elas existem, elas umedecem o nosso rosto, até melhoram a pele, mas fica um pouquinho do jogo do contente que acho que vale a pena jogar. Como filha eu via quanto o papai e a mamãe sofreram e choraram. Isso faz parte, é humano, é de forma direta, é da pele, é genético, é o sangue.

 Agora, quando mudamos de lado do balcão, e eu virei mãe, penso que aí entra o nosso egoísmo. O que é natural também, mas tem que ser cuidado. Porque quem pode dizer que eles estão sofrendo? Uma cirurgia dói, uma injeção também. Aliás, sempre sonhei com que a Medicina descobrisse injeção sem agulha e um dia encontrarei isso. A tecnologia está chegando nisso. Então, a dor física existe, mas muitas vezes é da nossa cabeça de mãe-pai achar que o nosso filho está sofrendo porque tem uma patologia, uma deficiência. Não é verdade. Nós conseguimos ser felizes da nossa forma, com as nossas limitações, com a nossa profilaxia, com as nossas dificuldades. Nós encontramos outras formas.Outra forma de andar, quando não temos perna; outra forma de falar, quando não temos voz; outra forma de escutar, quando somos surdos; outra forma de nos movimentar quando temos paralisia parcial ou total. Então, essas formas existem e aparecem. Não que seja milagre. É também da natureza humana.

Então quero encerrar dizendo para a Rosângela, para o Ernani e para sua esposa que sempre existirá um outro lado de coisas boas, de prazer e de alegria mesmo com as nossas tristezas. É uma questão de tempo, de entendermos como melhorar a vida. E tem jeito de melhorar. Ela já é maravilhosa, mas tem como melhorar. E é uma palavrinha mágica, que é “amar”. Não tem aquela frase verdadeira “Quem ama o feio, bonito lhe parece?” Isso resolve tudo. Não tem doença, não tem deficiência, não tem dor, não tem limitação que possa nos impedir de vivermos no nosso limite, na nossa possibilidade, e de sermos felizes.

Para o meu querido engenheiro Leandro e para o meu querido Felipe, sintetizando aqui todos os nossos outros pacientes jovens, meninos e meninas, crianças ou adultos, quero dizer que o maior presente que podemos ganhar - não tem nada, carro do ano, roupa da moda, casa bonita, passagem para Nova Iorque ou Paris, o que vocês pensarem -, o presente mais gostoso de ganhar do que a vida.A vida é o maior presente que a gente ganha; a vida é o maior talento que a gente tem; a vida é tudo que podemos querer. Quando recebemos a vida ainda temos uma nova opção, porque Deus é tão grande que Ele sempre nos dá opções. Quando estamos vivos também temos opção da morte. Viver é uma opção. É só parar de respirar de quatro a cinco minutos que a gente muda de vida. Só que nunca vi ninguém de nariz tampado mais do que cinco minutos. Ou mais do que três. Agora, se optamos por viver, temos mais duas opções: viver bem ou viver mal. Parece-me que não é muito inteligente da nossa parte, com toda inteligência que nós temos, assumir de viver mal. E viver bem não é difícil. Viver bem é viver com aquilo que temos. E fazer daquilo a nossa maior virtude.

Quero assim, Sr. Secretário, que o senhor leve a mensagem para o Dr. Barradas que cada gesto que os senhores fazem na Secretaria, cada verba difícil de um orçamento apertado que São Paulo, o Brasil e o mundo vivem, sempre tem menos dinheiro do que é preciso. Mas cada verba com a qual os senhores conseguem fazer milagre e atender a uma necessidade de uma associação, de uma entidade, faz a diferença. É aquela historinha de milhares de estrelas na areia e que o menininho passava e elas precisavam voltar para o mar, porque senão morreriam. Milhares de estrelas! O menininho pegava a estrelinha e jogava, pegava e jogava. Alguém chegou e disse para ele: veja essa praia lotada de milhares de estrelas. Que diferença faz se eu jogar uma, jogar duas ou três? Tem um monte! O menininho respondeu: pergunte para as estrelas que foram para a água se para elas não fez diferença.

Assim é a Secretaria da Saúde, assim é a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, assim é o Boldrini, assim é o Centro da Hemofilia, assim são as entidades, as instituições que trabalham. Não sei quantas estrelinhas podemos tirar da areia e jogar de volta para a água, para a vida, mas quantas pudermos estaremos fazendo a diferença.

Portanto, nesta sessão, para mim, meu querido Baggio, quanto menos você se mexer menos eu me importo. Porque não é o movimento do corpo, não é a perna, não é o braço, não é o sangue, é a vida. É o que conseguimos de fato deixar marcado aqui. Há uma frase que para mim é muito forte: “Por convicção não carrego passado; por convicção não carrego sonhos. Nosso compromisso é com o presente.” A partir de hoje, Dra. Silvia, tenha certeza de que cada dia neste Parlamento, cada dia da minha vida o que vai valer para brigar pela vida das pessoas é o presente. Interessa hoje que as pessoas sejam atendidas, sejam respeitadas e tenham dignidade. Porque se hoje elas forem atendidas assim, certamente o futuro estará garantido.

Agradecendo a todos, não havendo mais nada a tratar nesta sessão agradeço à Dra. Ieda, uma grande mulher, agradeço muito à Simone, à Graça e a cada um de vocês por tudo que aconteceu nesta manhã, porque isso traz a esta Casa não só a sessão bonita mas a obrigação dos 94 deputados, homens e mulheres dos diversos partidos de trabalhar para uma sociedade melhor, justa.

Convido todos para um coquetel muito saboroso, feito com muito carinho. Parabéns pelo “Dia Internacional dos Hemofílicos” e pelas pessoas que fazem a vida acontecer! (Palmas.)

Está encerrada a sessão.

 

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Encerra-se a sessão às 12 horas e 26 minutos.

 

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