16 DE FEVEREIRO DE 2011

012ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL

 

Presidentes: JOSÉ BITTENCOURT, LUIS CARLOS GONDIM e BARROS MUNHOZ

 

Secretária: RITA PASSOS

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOSÉ BITTENCOURT

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - ROBERTO MORAIS

Faz comentários sobre as chuvas que afligiram a região de Piracicaba no início do ano. Dá conhecimento dos problemas por elas acarretados. Comenta visita e ajuda do Governador Geraldo Alckmin à cidade de Águas de São Pedro. Relata mobilização de policiais de Piracicaba na resolução de caso de sequestro ocorrido na região.

 

003 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, comenta a votação, que deve ocorrer hoje, no Congresso Nacional, para determinar o novo valor do salário mínimo. Considera insuficiente o valor proposto pelo Governo. Recorda o aumento aprovado para os Deputados Federais e pede isonomia.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Afirma que deve ser recebido por membros da Fundac para reunião acerca dos requerimentos, de sua autoria, encaminhados à Mesa Diretora. Questiona contrato firmado entre este Legislativo e a Fundação Padre Anchieta. Afirma que, no novo contrato, a Assembleia irá pagar por equipamentos que já deveriam ter sido fornecidos. Defende o que classificou como bom uso do dinheiro público.

 

005 - Presidente JOSÉ BITTENCOURT

Convoca sessão solene, a realizar-se dia 18/03, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o "Dia do DeMolay", a pedido do Deputado Fernando Capez.

 

006 - LUIS CARLOS GONDIM

Aponta irregularidades na instalação de radar fotográfico com medidor de velocidade na região de Mogi das Cruzes. Questiona a não aceitação dos recursos interpostos pelos motoristas prejudicados. Discorre a respeito da função educativa, e não punitiva, dos equipamentos.

 

007 - VINÍCIUS CAMARINHA

Faz apelo ao Secretário de Estado de Segurança Pública para a instalação de um Comando da Polícia Militar na região de Marília. Recorda projeto, de autoria do Governador, que proíbe o fumo em ambientes fechados. Dá conhecimento de matéria, de sua autoria, que proíbe o consumo de cigarro em praças, praias e parques. Discorre acerca dos benefícios da medida.

 

008 - ED THOMAS

Saúda a visita do Vereador Jefferson Henrique de Almeida, conhecido como "Jé", de Pirapozinho. Demonstra sua satisfação em participar da Frente Parlamentar de Apoio às Apaes. Fala de projeto de sua autoria que, no momento, tramita pelas Comissões, que pretende oferecer ecocardiograma gratuito para crianças que nascem com Síndrome de Down. Destaca caráter preventivo da matéria.

 

009 - Presidente JOSÉ BITTENCOURT

Registra a presença do Vereador Jé, da Câmara Municipal de Pirapozinho.

 

010 - OLÍMPIO GOMES

Retoma seu pronunciamento anterior quanto a reunião com dirigentes da Fundac. Menciona alguns dos temas a serem tratados na conferência. Cita programas que deveriam ter sido produzidos pela TV Assembleia na vigência do contrato anterior. Afirma que este Legislativo deve exercer seu papel fiscalizador com os contratos da própria Casa.

 

011 - LUIS CARLOS GONDIM

Informa que radar instalado na rodovia que liga Mogi das Cruzes a Bertioga já registrou mais de 30 mil multas. Acrescenta que deve inspecionar o Hospital Luzia de Pinho Melo que, segundo denúncias, não possui ar-condicionado ou acessórios com a qualidade necessária. Cita reclamações do corpo médico da unidade quanto à falta de equipamentos de ressonância magnética.

 

012 - ALEX MANENTE

Comemora a aprovação de obras que devem levar o Metrô à região do ABC. Fala dos benefícios que a obra trará, por atender antigas reivindicações. Relata a preocupação da população com possíveis apagões.

 

013 - LUIS CARLOS GONDIM

Assume a Presidência.

 

GRANDE EXPEDIENTE

014 - JOSÉ BITTENCOURT

Comenta dificuldades enfrentadas para instalação da CPI da TV por Assinatura. Explica que não haveria tempo hábil para apuração de possíveis irregularidades. Sugere aprofundamento do debate em torno desta CPI. Cobra o envio, pela Secretaria de Agricultura, de projeto relativo ao Fundo de Expansão de Negócios. Considera descaso do Governo para com a matéria, cujo objetivo é promover a renegociação de dívidas de pequenos produtores.

 

015 - ADRIANO DIOGO

Critica o fato da Casa estar em obras em horário de expediente. Comenta e repudia possível acolhida do PT ao Prefeito Gilberto Kassab. Considera que o DEM é um Partido em decomposição. Acusa o prefeito paulista de tentar burlar a Lei de fidelidade partidária. Critica as articulações políticas de Kassab. Acusa José Serra de ter "perdido o rumo", diante da proposta de 600 reais para o salário mínimo.

 

016 - SIMÃO PEDRO

Saúda o Deputado Aguimarães. Explana sobre a estagnação da USP Leste no que tange à manutenção de alguns cursos. Comenta suporte dado por este Parlamento à instalação daquele Campus. Manifesta apoio à preservação da autonomia da USP, mas sugere que a instituição se abra para o diálogo com a sociedade. Cita cursos que demandam maior aporte financeiro. Informa sobre a instalação de um Campus da Unifesp na região.

 

017 - Presidente LUIS CARLOS GONDIM

Por conveniência da ordem, suspende a sessão às 16h01min.

 

018 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h05min.

 

019 - ROBERTO MORAIS

Solicita a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 45 minutos.

 

020 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h05min.

 

021 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h48min.

 

022 - CELSO GIGLIO

Pede a suspensão dos trabalhos até as 17 horas e 10 minutos, por acordo de lideranças.

 

023 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h48min; reabrindo-a às 17h11min.

 

024 - DONISETE BRAGA

Pelo art. 82, tece considerações sobre o traçado sul do Rodoanel. Lê e comenta texto do jornal "Diário do Grande ABC". Informa que o Dersa interrompeu as obras sem explicar sua continuidade. Cita requerimento de informações, de sua autoria, sobre o tema.

 

025 - ORLANDO MORANDO

Pelo art. 82, responde ao Deputado Donisete Braga, especialmente quanto à segurança do Rodoanel. Cita reclamações quanto ao serviço de telefonia celular. Informa que as obras do Dersa são entregues dentro do prazo.

 

026 - DONISETE BRAGA

Para reclamação, recorda propostas dos Governadores Mário Covas e Geraldo Alckmin.

 

027 - ORLANDO MORANDO

Para reclamação, lembra a responsabilidade da agência reguladora do serviço de telefonia móvel. Informa que existem 200 milhões de aparelhos no País. Informa que falta fiscalização sobre o setor. Fala das obras do trecho do Rodoanel em São Bernardo do Campo. Afirma que as melhores rodovias brasileiras são as paulistas.

 

028 - DONISETE BRAGA

Para comunicação, lembra que há verbas federais nas obras do Rodoanel. Reitera sua fala sobre o assunto.

 

029 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, faz comentários sobre texto do presidente americano Obama citado pela Presidência Efetiva. Fala do esvaziamento do Plenário. Recorda disputas pelos cargos da Mesa Diretora.

 

030 - Presidente BARROS MUNHOZ

Informa que responderá oportunamente sobre a produtividade desta legislatura. Argumenta que as atividades parlamentares não se restringem ao Plenário.

 

ORDEM DO DIA

031 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação requerimento, do Deputado Samuel Moreira, de alteração da ordem do dia.

 

032 - DONISETE BRAGA

Encaminha a votação do requerimento de alteração da ordem do dia, em nome da Bancada do PT.

 

033 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de alteração da ordem do dia.

 

034 - CARLOS GIANNAZI

Requer verificação de votação.

 

035 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que seja feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

036 - DONISETE BRAGA

Informa que a bancada do PT está em obstrução ao processo.

 

037 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação. Anuncia a visita do Vereador Fontes, da Câmara Municipal de Santa Bárbara D'Oeste, acompanhado da Deputada Rita Passos; e da ex-Deputada Dárcy Vera, Prefeita de Ribeirão Preto. Anuncia o resultado da verificação de votação, que constata número insuficiente para deliberação. Coloca em discussão o PLC 09/00. Por conveniência da ordem, suspende a sessão às 17h51min; reabrindo-a às 17h52min.

 

038 - DONISETE BRAGA

Requer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

039 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 17/02, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. José Bittencourt.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido a Sra. Deputada Rita Passos para, como 1ª Secretária “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

A SRA. 1ª SECRETÁRIA - RITA PASSOS - PV - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Camilo Gava. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marquinho Tortorello. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessoria da nossa bancada, senhores que nos assistem, tivemos um início de ano atípico em termos de chuvas em todo o país. E na nossa região não foi diferente. O rio Piracicaba não tinha uma vazão tão grande d’água nos últimos 30 anos como a que tivemos lá neste ano.

Tivemos o bairro Vila Rios, tivemos a Rua do Porto, o Bairro das Ondinhas, totalmente inundados, comerciantes tendo os restaurantes praticamente cobertos pela água, muitas casas invadidas, muita gente perdendo muita coisa.

Em função das fortes chuvas também tivemos problemas na Rodovia São Pedro-Santa Maria da Serra; parte da rodovia foi levada pelas águas. E outro problema maior ainda aconteceu na cidade de Águas de São Pedro. A cabeceira da ponte que ficava em cima do Ribeirão Araquá acabou sendo levada. Em função disso todo mundo que se dirige de Piracicaba para São Pedro, Águas de São Pedro, Santa Maria, SP-191, para pegar a Marechal de Rondon, região de Bauru e Jaú, ou vice-versa, todo trânsito foi desviado para a Rodovia Piracicaba-Charqueada, que está na fase final de conclusão do primeiro trecho que está sendo recuperado com terceira faixa, com acostamento, e recuperação da camada asfáltica. Infelizmente passamos de quatro mil para nove mil veículos/dia. No primeiro dia - 20 dias atrás - tivemos um acidente com três vítimas fatais da mesma família. E depois uma moto que acabou batendo numa máquina da empresa que está fazendo a obra daquela rodovia.

Fomos até o Palácio do governo acompanhados do Prefeito Paulo Ronan, de Águas de São Pedro e o governador esteve, há 15 dias, visitando aquela cidade. Imediatamente o Governador Alckmin liberou 4,4 milhões de reais para construir uma ponte nova e também uma ponte reserva, que já está sendo construída em madeira, para tirar os veículos leves da Piracicaba-Charqueada, para que possam chegar até a cidade de Águas de são Pedro, que é uma cidade muito bonita, turística, que recebe muita gente durante o ano todo. E a outra obra da ponte começou, e também liberou dinheiro para recuperar São Pedro-Santa Maria da Serra.

Agradecemos a sensibilidade do Governador Geraldo de Alckmin, que de imediato fez a liberação emergencial desses recursos para que essas obras fossem realizadas.

Nossa região teve um salto de qualidade. O governador anunciou que até o final do ano 320 vagas serão preenchidas no CPI-9, da Polícia Militar, que congrega 52 cidades; e 120 ficarão no 10º BPM/I, que é o vazio que Piracicaba tem hoje pela sua população.

Infelizmente estamos vivendo um momento muito ruim na cidade em termos de violência. Nesse mês de fevereiro foram sete homicídios. E ontem ocorreu um caso que o Brasil todo está acompanhando, já que as grandes redes de TV estão lá na minha cidade. Elementos entraram em uma casa, no bairro chamado Vila Rezende, em Piracicaba, mataram a empregada doméstica e sequestraram o casal. E até o presente momento ainda não foram encontrados. Levaram todo o sistema de segurança, os monitores, estouraram as câmeras de segurança, e ninguém tem pistas. Eles estão numa camionete C-10, cabine dupla, prata, placas de Presidente Prudente. Toda a Polícia está mobilizada, inclusive o helicóptero Águia, que Piracicaba teve o prazer de receber no mês de agosto. A Polícia Militar, a Polícia Civil, a Guarda Civil, toda a região está mobilizada e até o momento não foi encontrado esse casal. É um momento muito triste.

Na segunda-feira, essa moça que está sequestrada fez o sepultamento da senhora sua mãe. Imaginem a tragédia da família, quando no dia seguinte essa moça foi sequestrada junto com o marido. Ainda não se tem pistas. A Polícia está trabalhando através da DIG - Delegacias de Investigações Gerais, de Piracicaba, com o Dr. João Batista, que é o delegado titular. Estamos na expectativa, estamos orando para que o casal seja encontrado com vida. Infelizmente, uma morte já aconteceu. A empregada doméstica que foi asfixiada. Enfiaram um pano na boca dela, um negócio terrível. Com o cordão do telefone, amarraram o pescoço dela, colocaram um saco de lixo na cabeça. Uma cena terrível, que fomos obrigados a assistir ontem.

Então, estamos aqui clamando, sim, por muito mais segurança. Por mais que se coloquem seguranças, a bandidagem está sempre se organizando. Mas vamos continuar lutando porque hoje a cidade está realmente assustada. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e pessoas que nos acompanham pela TV Assembleia.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, hoje à tarde, em Brasília, haverá a votação do novo salário na Câmara dos Deputados. E a nossa bancada do PSOL defende que o salário mínimo do Brasil seja aquele apresentado pelo Dieese que realmente atenda às necessidades básicas da população brasileira nas áreas de habitação, alimentação, educação e saúde.

O piso do Dieese hoje é de dois mil e 174 reais. No entanto, o projeto que será votado hoje vai ser no valor de 545 reais, ou seja, esse valor não atende minimamente essas necessidades que são, inclusive, garantidas pela própria Constituição Federal, no Art. 7º.

O Brasil já historicamente pagou um salário mínimo decente em 1959, no Governo Juscelino Kubitschek. O valor era o equivalente a hoje hum mil e 650 reais. Discordamos do valor de 545 reais e foi por isso que a Bancada do PSOL, em Brasília, apresentou a proposta de aumento para 700 reais. A falsa oposição, a oposição de direita, a oposição conservadora no Congresso Nacional, que ataca também um governo conservador, do ponto de vista econômico, está defendendo uma proposta de 560 reais. E outra ala ligada ao Governador José Serra de 600 reais.

O PSOL entende que a população brasileira não pode ficar refém de um salário mínimo tão baixo de 545 reais, enquanto o mesmo Congresso Nacional aprovou um aumento para os parlamentares de 62% e de 134% para a Presidência da República. Então que se faça aqui jus ao princípio da isonomia salarial, que seja também um aumento de pelo menos 62% para o salário mínimo do Brasil. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, amanhã, às 11 horas, finalmente vou ser recebido pelo Sr. Manoel Veiga Filho, presidente da Fundac, que a partir da última sexta-feira passou a ser a fundação responsável pela operação e transmissão da TV Assembleia.

Apresentei novos requerimentos de informação à Mesa da Casa, reiterando o pedido já feito anteriormente acerca dos contratos que regiam essa operação e transmissão com a Fundação Padre Anchieta, até então, e o contrato novo com a Fundac. Já recebi os contratos, mas não recebi seus anexos, suas planilhas, vistoria técnica, relação de equipamentos.

Sr. Presidente, debruçando-me sobre os contratos, algumas coisas têm me chamado a atenção e me causado preocupação. Já no contrato com a Fundação Padre Anchieta, por exemplo, era responsabilidade da contratante da Fundação Padre Anchieta fornecer todo o equipamento para gravação, transmissão e edição. Há valores especificados no contrato, valores muito altos para isso. Observei que na câmera do fundo e na câmera lateral da TV Assembleia, localizadas no Plenário Juscelino Kubitschek, há plaquetas com números patrimoniais da Assembleia Legislativa: os números 21942, 15962, 15637. A câmera móvel, que está com nosso operador, tem o número patrimonial 15968 da Assembleia Legislativa. O equipamento onde fica fixa a câmera tem o número 15700 e o tripé 15699.

Então já temos aí um grave prejuízo à Assembleia, ao patrimônio público, porque estávamos pagando para a Fundação Padre Anchieta prover o equipamento para a operação da TV Assembleia, e não acontecia. E novamente no contrato com a Fundac, firmado no dia 9, publicado no Diário Oficial, estamos pagando de novo para que ofereçam esse mesmo equipamento. O novo contrato estabelece que a contratada vai prover esse equipamento, mas os equipamentos têm número patrimonial, equipamento da Assembleia Legislativa. Vamos acompanhar para ver se vamos pagar novamente pelo que estamos colocando.

Amanhã vou conhecer a Fundac, sua estrutura, saber por que a Assembleia Legislativa no contrato dispensou a caução, contrato de mais de três milhões de reais por mês e, ao que me consta, o equipamento não é da fundação. O pessoal está sendo contratado ainda, inclusive os funcionários que estão operando hoje a TV Assembleia não estão com o vínculo trabalhista formalmente estabelecido. Estão aí num “quebra-galho” com o plano de Saúde que a Fundação Padre Anchieta está segurando até o dia 28, e isso num contrato de 45 milhões de reais pelo prazo de 27 meses.

Não é intransigência do Deputado Major Olímpio, não; o Deputado Major Olímpio não está ficando louco por subir em cima de cadeiras no plenário para ver número de câmera. Isso é obrigação. E mais: a obrigação de fiscalização disso é da Secretaria Geral de Administração da Casa. Podem ter certeza absoluta de que vamos questionar, no intuito de verificar que o bom uso do dinheiro público seja feito principalmente nesta Casa de Leis, porque tem obrigação de fiscalizar os contratos públicos.

Para não parecer que sou um intruso dentro da área da própria operação da TV Assembleia, estou pedindo autorização à Mesa para que a mesma coisa que fiz em relação às câmeras daqui do ambiente aberto possa ser feita também em relação à ilha de edição, ao equipamento. Pelo contrato de 9 de novembro de 2009, a Assembleia já pagou, e continuava pagando a fundação por esse equipamento que pertence à Assembleia. O contrato com a Fundac estabelece que deverá haver um estúdio jornalístico e cinco estúdios básicos de cromo. E qualquer um dos deputados que frequentam a TV Assembleia sabem muito bem que não há seis estúdios lá dentro.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fausto Figueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Fernando Capez, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, Inciso I, letra “r”, da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 18 de março de 2011, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o Dia do DeMolay.

Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim.

 

O SR. LUIS CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos acompanha pela TV Assembleia, temos um problema em Mogi das Cruzes, que acomete quase todas as pessoas que transitaram pela Mogi-Bertioga. Temos denúncias de um radar dedo-duro.

O que é um radar dedo-duro? A Mogi-Bertioga, no trecho central, ainda dentro da cidade, apresenta cinco radares, todos sem funcionamento. O sexto radar, colocado a 150 m de um dos radares, está multando as pessoas. Temos pessoas com 30 multas, 60 multas, outras com 15 multas.

Ontem fomos ao DER para discutir esse assunto. Queremos saber quantas autuações existem para as pessoas que transitaram pela Mogi-Bertioga, se existe algum estudo técnico realizado no local, que determine a necessidade de equipamento medidor de velocidade. O radar que existe lá não é educativo. Por que foi instalado a 150 metros de um outro radar já existente? Ou seja, é “pegadinha”, é faturamento. E por que foi instalado só no sentido de quem vai para a praia? A placa de 60 não é 60, é 50, então, você deve estar com uma multa e com alguns pontos na sua carteira. Provavelmente vai perder a carteira.

Retiraram as placas de 60 no período da noite, nos km 59, 76 e 57. O radar não pega moto. Foram notificadas pessoas sem a foto do radar. E, pasmem, eles não aceitam recurso. Você entra com recurso para demonstrar que você tinha um problema, que algo aconteceu, e também porque naquele local não há comunicação de que existe ali um radar, ou que existe um radar a 200 metros e um outro a 350 metros.

O Secretário, superintendente do DER, disse que nada pode fazer, que é uma condição aceita, que vocês têm que ir à Promotoria, porque essas multas já foram notificadas, já foram faturadas. Agora, com o pagamento do IPVA, você vai pagar também essas multas com o emplacamento.

Notificação com descrição da infração completa: é o Artigo 281, Inciso I, do Código de Transportes. Não há sinalização para quem desemboca na rodovia através da via de terra existente antes do radar. Então, existe uma estradinha que sai ali na Vila Morais e não há qualquer comunicado.

Pontos cadastrados no PGU: Resolução 182, Art. 6º, § 2º - você ainda pode recorrer na primeira instância. Eles simplesmente não aceitam, e você é comunicado de que sua carta está cassada, e que você tem tantos pontos na carteira.

Quem estiver nos ouvindo, e receber alguma notificação, primeiro, veja se existe a placa. Tente entrar com uma ação, porque se não houver a placa, eles estão totalmente errados nessas multas.

Não somos contra que exista o redutor de velocidade, mas com comunicação, no sentido educativo. A escola ali existente está precisamente a quase um quilômetro. Não se sabe se a estrada é 80, é 60 ou é 50. Eu tiro por mim, que ando ali na Vila Morais. As pessoas que moram no Biritibuçu ou em Itaiaçupeba estão todas prejudicadas.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o radar tem que ser colocado no sentido de prevenção, no sentido educativo, e não punitivo como está sendo colocado, e erroneamente. Portanto, o radar dedo-duro que existe na Vila Morais, na cidade de Mogi das Cruzes, e só no sentido sul, não está ali no sentido de educar, e sim de punir. Existem pessoas pagando muito caro com isso, principalmente aqueles que pegaram mais de vinte multas, por falta de informação. Esperamos que o DER e a Secretaria de Transportes entendam que esse radar não é educativo e, sim, punitivo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Valdemar Corauci Sobrinho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roque Barbiere. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa)

Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mozart Russomanno. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Widerson Anzeloti. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, gostaria inicialmente de fazer um apelo ao Sr. Secretário de Estado da Segurança Pública. Hoje já solicitei uma agenda para que ele possa de fato contemplar o Município de Marília com um Comando da Polícia Militar.

Em conversa com o Deputado Major Olímpio, especialista em Segurança Pública, um homem de carreira na Polícia Militar, discutíamos a importância da Cidade de Marília - e quando digo Cidade eu digo região de Marília -, de já comportar um Comando da Polícia Militar. Deputado Major Olímpio, V. Exa. sabe da importância da Segurança Pública e conhece este Estado como ninguém, porque é um militar, e sabe da importância de termos na região de Marília um Comando da Polícia Militar, os bravos policiais militares da nossa região, carecendo de um apoio logístico maior para enfrentar a criminalidade.

Faço aqui este apelo para nós termos um Comando da Polícia Militar no município de Marília, juntamente com uma diretoria da Polícia Civil, a chamada Deinter, para podermos fechar com um arco de alianças da Segurança Pública em prol da nossa região. Agradeço a sugestão de V. Exa. e quero dizer que o seu apoio é fundamental para todos nós.

Sr. Presidente, esta semana, protocolei um projeto de lei complementar a um projeto nosso de 2005 que expressa o desejo da nova geração de proteger o meio ambiente, os animais, de combater o tabagismo e as drogas. Em 2004, protocolizamos um projeto proibindo o uso do cigarro em locais fechados, como prédios públicos. Esse projeto foi aprovado e, depois, o Governador José Serra enviou outro projeto, do qual também participei, ampliando a proibição de cigarros em locais fechados.

Na época, gerou muita polêmica, mas hoje é aprovado por 90% da população. As pessoas sentem que vivem agora em um ambiente saudável e confortável para todos.

Outrora, nas décadas de 70, 80, 90, fumar era sinônimo de luxo; era elegante. Hoje, a concepção é outra. As pessoas exigem um ambiente saudável, alimentos sem agrotóxicos. Nesse contexto, estamos ampliando a lei antifumo apresentando esse projeto de lei complementar que proíbe o cigarro em praças, parques e praias no Estado de São Paulo. Esses lugares são procurados por pessoas que desejam ar puro, ar limpo, desfrutando de momentos de prazer, da prática de esportes. Tudo isso não combina com poluição, com cigarro, com charuto.

Quero deixar claro, Srs. Deputados, que isso vai fazer bem para todos: para o fumante, que vai fumar menos, para a pessoa que está desfrutando de seu lazer e para o nosso meio ambiente.

Esse projeto atenderá à necessidade do dia a dia da população, da nova geração que exige um ambiente mais saudável. Quero deixar claro que não há nenhum preconceito nem sequer perseguição, mas sim uma preocupação em ter um ambiente mais saudável para todos nós.

Peço o apoio das Sras. e Srs. Deputados a esse projeto, que complementa uma lei que está dando certo e tem a aprovação da grande maioria da população do Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, funcionários desta Casa, primeiramente, quero cumprimentar o Vereador Jé de Pirapozinho, o vereador mais votado dessa cidade, um dos mais atuantes, um grande amigo. Quero cumprimentá-lo e dizer da minha eterna gratidão. Nosso projeto, com certeza, é para toda uma região, para o interior do Estado de São Paulo. Nesse contexto, também está o trabalho de V. Exa., um digno vereador dessa cidade do Oeste Paulista.

Sr. Presidente, quero falar sobre um projeto de nossa autoria que está pronto para a Ordem do Dia. Tenho orgulho de fazer parte da Frente Parlamentar de Apoio às Apaes do Estado de São Paulo, que são mais de trezentas. Um trabalho que V. Exa. bem conhece e também participa. A bênção de se ter um filho especial só é para pais especiais. A presença de Deus é muito forte na vida do pai e da mãe de uma criança especial.

Meus projetos são voltados a isso. Os recursos que busco no Governo do Estado são canalizados para as Apaes do Estado de São Paulo. Em grande parte consegui cumprir com minha obrigação. Quero esclarecer que não é ajuda, mas sim uma obrigação prazerosa feita com muito amor. Não tem como dar errado.

Nesse projeto, pronto para a Ordem do Dia, pedimos a obrigatoriedade, por parte do Governo do Estado, do exame de ecocardiograma para as crianças que nascem com a Síndrome de Down.

Estatisticamente, de acordo com pesquisas realizadas, 1% das crianças que nascem com Síndrome de Down pode ter problema cardíaco, que pode ser detectado pelo eletrocardiograma. No entanto, nas crianças com Síndrome de Down, é necessário o ecocardiograma.

O problema é que as famílias, muitas vezes, não têm condições para realizar o exame, que não é fornecido pela rede pública. O projeto pede a obrigatoriedade nos postos públicos do Estado de São Paulo, assim como nos postos credenciados no Estado. Poderia ser questionado se haveria a possibilidade de se tirar vagas. A resposta é não. O projeto contempla com mais vagas para que esse exame possa ser realizado.

É algo de extrema importância, uma vez que 50% das crianças com Síndrome de Down têm a possibilidade de nascer com problemas cardíacos. Por meio do exame de ecocardiograma esse problema poderá ser detectado e assim poderá ser feita a prevenção, o que acredito ser de suma importância.

Como disse, o projeto está pronto para a Ordem do Dia, e tenho certeza que as Sras. e Srs. Deputados terão a sensibilidade, como tiveram as Comissões Permanentes da Casa, ao apreciá-lo. Conto ainda com a sensibilidade do nosso Secretário de Saúde, Dr. Giovanni, e do nosso Governador Geraldo Alckmin.

Pedimos certa urgência na votação e aprovação desse projeto, porque saúde não pode esperar. De acordo com a pesquisa, 50% das crianças que nascem com Síndrome de Down têm problema cardíaco, e esse projeto visa à prevenção e ao tratamento imediato. Peço a todos que trabalhemos juntos nesse projeto, que é um projeto de vida.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BITTENCOURT - PDT - A Presidência também quer saudar o nobre Vereador Jé de Pirapozinho. Seja bem-vindo ao Parlamento de São Paulo. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, falava há pouco a respeito da visita que farei amanhã à Fundac, oportunidade em que também pedirei, à direção da Fundac, algumas informações que reputo muito importantes para que haja tranquilidade em relação ao que passa e ao que vai se passar na execução do contrato de operação e de transmissão da TV Assembleia.

Quero saber outros trabalhos similares realizados por essa Fundação, assim como sua saúde financeira para as devidas cauções em contratos de magnitude similar a esse, de mais de três milhões de reais por mês. Quero saber alguns detalhes, por exemplo, do relatório de atividades do contrato publicado no Diário Oficial do dia 1º de outubro de 2009, no valor de 724.800 reais, com a Assembleia Legislativa, de consultoria na área de comunicação e mídia da operação da TV Assembleia.

Logicamente, há uma expectativa de que essa consultoria deva ter produzido um relatório. Acho que não há o menor problema que um parlamentar desta Casa tome conhecimento do conteúdo do que foi trabalhado.

E ainda mais, Sr. Presidente, em relação ao contrato existente então com a Fundação Cásper Líbero, causa-me preocupação também alguns números. Por exemplo, pagamos quatro milhões e 300 mil reais por boletins com inserções que deveriam ter sido feitas. Digo deveriam, pois comigo não foi feita nenhuma. Com a maioria dos parlamentares com quem conversei, se foram feitas, foi no máximo uma inserção. Haviam iniciado um programa em que a TV Assembleia cobriria o deputado em atuação nas suas bases. Por exemplo, o Deputado Vinícius Camarinha é da região de Marília. A TV Assembleia cobriria suas atividades nessa região. Esse programa foi iniciado, estavam previstas 2.256 inserções. Pagamos quatro milhões e 300 pelas 2.256 inserções. Deputado Vinícius Camarinha, houve algum boletim seu na região de Marília? O deputado diz que não. O Deputado Luis Carlos Gondim está dizendo que houve uma inserção com ele. Ao que consta no contrato, pagamos quatro milhões e 300 por essas inserções.

Muitas vezes, dizem que o Deputado Major Olímpio é um chato, um louco. Não é isso. Queremos serviços de boa qualidade. Sabemos que, na democracia, é dever do administrador público informar, e a TV Assembleia é uma forma de fazer chegar a informação ao cidadão do que a Assembleia Legislativa produz e o que faz cada um de seus parlamentares. Devemos também ser meticulosos na realização dos contratos com esta Casa. Eu não fiz nenhuma inserção de nenhuma área dentro desses boletins. Conversando com vários parlamentares, aqueles que o fizeram foi como o nobre Deputado Luis Carlos Gondim, apenas uma inserção. E pagamos mais de duas mil e duzentas.

O objetivo maior é de municiar a própria Assembleia Legislativa de argumentação sólida ou para responder ou para apurar - é nossa obrigação - quaisquer desvios. Quando vejo num contrato público que a empresa contratada - era a Fundação Padre Anchieta, agora é a Fundac - tem a obrigação de prover os equipamentos para a gravação e transmissão, e quando vejo nos equipamentos uma numeração estabelecendo que é patrimônio da Assembleia Legislativa, portanto patrimônio da população, percebemos que o povo paulista já pagou por esse equipamento como material permanente da Assembleia Legislativa, mas posteriormente ele está sendo pago em contratos da Assembleia como equipamento fornecido pela contratante.

Amanhã, vou perguntar aos dirigentes da Fundac quando eles vão colocar seus equipamentos ou se vai acontecer como a Fundação Padre Anchieta, que recebeu mas não pôs. Já estamos com mais de uma semana de operação, talvez seja o tempo necessário para a troca do equipamento. Tenho uma preocupação muito grande - o Partido Democrático Trabalhista tem uma preocupação permanente - quanto à condição do trabalhador. Temos mais de cem profissionais da TV Assembleia que estão sendo assimilados como funcionários da Fundac. Mas, ao que me consta, neste momento não existe vínculo empregatício ainda da maioria.

Vamos voltar oportunamente para discorrer a respeito desse contrato. Amanhã à tarde teremos novas informações após essa visita à Fundac.

 

          O SR. PRESIDENTE - JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Valdemar Corauci Sobrinho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim.

 

O SR. Luis Carlos Gondim - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, enquanto falávamos sobre as multas dos radares, recebi da minha assessoria um documento de um grande advogado, José Carlos de Souza, que mostra as situações das multas do radar “dedo-duro” da SP-88, que liga Mogi das Cruzes a Bertioga, e o drama da população que recebeu, na nossa região, aproximadamente 30 mil multas. E existem irregularidades, como as que comentamos aqui: descrição de autuação incompleta; carros sem fotografia das placas etc.

Agradeço ao advogado José Carlos, que fez chegar esse documento às minhas mãos. Vamos ajudá-lo a fazer com que essa população não sofra tanto. Inclusive, ele disse: “Governar pelo povo e não contra o povo.” Ele comenta que o radar não é educativo.

Estivemos na Rádio Metropolitana e recebemos algumas perguntas, por e-mail e telefone. Recebemos também inúmeras reclamações de pacientes e funcionários do Hospital Luzia de Pinho Melo - cuja gestão é de responsabilidade da Unifesp/SPDM, uma organização social - de que não tem ar-condicionado no hospital. Faremos uma vistoria no local, ainda nesta semana, para sabermos se só existe ar-condicionado na UTI e no Centro Cirúrgico. Ao chegarem no Pronto-Socorro, os pacientes vão para uma maca ou, quando tem, vão para uma cadeira de rodas. Fica um tumulto de pacientes na Emergência do hospital, sem conforto, sem o mínimo possível.

Nas queixas, dizem que são poucas as poltronas para o leito tipo dia; que não existem cadeiras de rodas suficientes e os familiares têm que carregar os enfermos no colo. É uma situação bastante desagradável, que queremos discutir com a direção do hospital. Fazemos questão de ir à diretoria do hospital para recebermos respostas. Imaginem 50, 100 pessoas no Pronto-Socorro, numa maca ou numa cadeira de rodas, sem o mínimo de conforto.

Os médicos que ali trabalham dizem que sofrem muito. Alguns nos mandaram essa mesma queixa. Os exames de ressonância magnética pedidos no hospital são feitos em Guarulhos. Já pedimos ao Governo do Estado para instalar um aparelho de ressonância magnética no Hospital Luzia de Pinho Melo. Rodovias como Dom Pedro, Dutra, Ayrton Sena, Carvalho Pinto, SP-66, Mogi-Bertioga e Mogi-Biritiba-Salesópolis cortam a Cidade de Mogi das Cruzes e região. Tudo é drenado para o Hospital Luzia de Pinho Melo, e lá não tem um aparelho de ressonância! Pacientes com traumatismo craniano têm que sair do hospital para fazer exames de ressonância em outro local. É uma necessidade; não é para dizer: “Mogi tem uma ressonância magnética no Pronto-Socorro.” Não, queremos que o aparelho seja instalado lá. E um maior número de leitos UTI. Precisamos disso com urgência. Foi prometido pelo Governador José Serra. Em dezembro, estive conversando com o Governador Geraldo Alckmin e comentei a necessidade desses dez leitos de UTI a mais.

Estamos aqui tentando alguma coisa para que melhore a situação dos pacientes, médicos, enfermeiros, secretários e outros profissionais que trabalham naquele hospital. São queixas que chegam às nossas mãos e temos que apresentá-las no plenário para que sirvam de eco ao Governo do Estado e ao Secretário de Saúde. Que eles ajudem esse hospital, que hoje é uma organização social, mas é um hospital do Governo do Estado. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - José Bittencourt - PDT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente, pelo tempo restante no Pequeno Expediente.

 

O SR. ALEX MANENTE - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha nas galerias e pela TV Assembleia, estou aqui para debater alguns temas importantes, especialmente na região do Grande ABC. Falo da importância de debatermos a chegada de um meio de transporte público eficiente, o metrô, uma grande demanda da região do Grande ABC, o que certamente melhorará o fluxo de pessoas que chegam à Capital Paulista.

Com uma população de aproximadamente três milhões de habitantes, as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Ribeirão Pires, Mauá e Rio Grande da Serra precisam ter um meio de transporte mais eficiente. Infelizmente, é impossível contar com a ligação pela Via Anchieta, que está completamente estrangulada em qualquer momento do dia, especialmente nos horários de pico, assim como a Rodovia dos Imigrantes.

O metrô é fundamental nas regiões metropolitanas e existe nos principais conglomerados urbanos do mundo. Certamente, o Grande ABC merece esse atendimento, que será meta do nosso próximo mandato que se inicia no dia 15 de março. No início do ano, estivemos com o Secretário Jurandir Fernandes e com o Prefeito Auricchio, de São Caetano, para requerer agilidade nesse procedimento. Que nos próximos quatro anos tenhamos concluído esse meio de transporte, que será eficiente para a nossa população e dará condições para interligarmos as cidades do Grande ABC.

É importante ressaltar que temos ali a via férrea, que vai da Capital até Rio Grande da Serra, passando pelas estações de São Caetano, Santo André, Ribeirão Pires. Essa via precisa de melhorias. Por meio da CPTM, também temos a possibilidade de interligar com o corredor da EMTU, o trólebus que liga São Mateus ao Brooklin, e o metrô chegaria para dar essa condição. O projeto inicial, que já foi elaborado, passa da estação Tamanduateí, que está muito próxima à Cidade de São Caetano.

Recentemente, o Secretário Jurandir Fernandes esteve no gabinete do Prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho. Em conjunto, deliberaram sobre a importância de iniciar pela região do Grande Alvarenga, em São Bernardo. O mais importante é que iniciemos, ainda este ano, esse procedimento. Será uma grande batalha. O metrô é um grande desafio, não apenas pontual. Precisamos deixar bem claro, para o entendimento de que uma política pública bem feita de transporte e de qualidade de vida, para um crescimento sustentável que precisamos. A Região Metropolitana de São Paulo precisa dessa interligação e o Grande ABC ganhará muito com isso, melhorando o seu sistema viário, que está completamente comprometido.

Estive hoje na Vila Mariana, com Marciano, Líder de São Bernardo do Campo - ele tem ali o seu comércio. As pessoas falavam da preocupação com o apagão que recentemente tem afetado a vida da população da Capital. Queremos também iniciar esse debate para termos um crescimento sustentável em relação à energia elétrica. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Luis Carlos Gondim.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - LUIS CARLOS GONDIM – PPS - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIS CARLOS GONDIM – PPS - Srs. Deputados, tem a palavra, por permuta de tempo com a nobre Deputada Célia Leão, o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, telespectadores da TV Assembleia, público presente, inicio dizendo da dificuldade que tivemos em instalar a CPI da TV por Assinatura baixada pelo Presidente desta Casa, cumprindo as orientações regimentais. Ela é composta por nove parlamentares, dentre eles os deputados Celso Giglio, Samuel Moreira, Antonio Mentor, André Soares, Gilmaci Santos e outros.

Reunimo-nos em duas oportunidades nesta Casa nos termos regimentais: no dia 14 de dezembro e numa outra oportunidade. Tenho aqui o termo de comparecimento. Por falta de quorum, não pudemos instalar esta CPI. Com o tempo muito curto, não daria para, no início de fevereiro - cerca de 45 dias -, aprofundarmos as investigações para apurar as irregularidades e a má qualidade da prestação desses serviços para a população de São Paulo. Conversei inclusive com os deputados Simão Pedro, Antonio Mentor, Samuel Moreira, Celso Giglio e outros deputados para renovarmos a assinatura desta CPI, uma vez que ela é tida como “light”, e pode ser perfeitamente instalada como uma das primeiras a partir do dia 16 de março. O Regimento estabelece que esta Casa pode, simultaneamente, instalar cinco CPIs para a apuração do que for de interesse da população de São Paulo. Estou percebendo que existe entendimento entre os partidos em relação a esta CPI. Vamos aprofundar o debate.

Sr. Presidente, os trabalhos desta CPI ficariam prejudicados por causa da exiguidade do tempo. Em vez de trabalharmos com o prazo de 120 dias, iríamos trabalhar em 45 dias. Dependendo do início investigatório daquilo que se apura, poderia até ser renovada por mais 60 dias, totalizando, portanto, 180 dias, tempo suficiente para apresentarmos um bom relatório com propostas daí decorrentes, até mesmo com medidas não só no campo da sugestão, mas alguma tomada necessária no mundo do Direito.

Fica então a manifestação deste parlamentar, que é autor do requerimento. Estamos colhendo as assinaturas e no próximo Colégio de Líderes levantarei essa questão a todas as bancadas da Casa. Conversarei com o Presidente da Casa para também se manifestar a respeito.

Gostaria também de falar sobre a Comissão Permanente de Agricultura e Pecuária, que presidimos, em relação de descaso até, quem sabe da própria orientação do Governo quanto a não mandar a esta Casa o Projeto do Feap, Fundo de Expansão da Agropecuária e da Pesca, que trata da renegociação das dívidas dos pequenos agricultores de São Paulo. O Projeto 96, de 2009, foi retirado. Teve negociação no Colégio de Líderes para o projeto ser reapresentado. Portanto, aguardamos que o Governo o encaminhe a esta Casa, que o Secretário de Agricultura e de Abastecimento de São Paulo, João Sampaio, assuma uma atitude pró-ativa e converse com a Casa Civil. O Projeto 1297/07, da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento, que está em trâmite na Casa Civil, foi fruto de entendimento entre as bancadas, inclusive na Comissão Permanente de Agricultura e Pecuária. Ficou definido que o Governo encaminharia a esta Casa o projeto que trata da repactuação de débitos provenientes de financiamentos e empréstimos, com recursos do Feap-Banagro e providências correlatas.

O projeto diz respeito a pequenos agricultores, com dívidas contraídas originariamente de 35 mil reais para o financiamento da própria produção agrícola. Não se trata de um pleito para beneficiar àqueles que têm poderes econômicos, os grandes empresários do setor, mas a Comissão de Agricultura e Pecuária quer beneficiar os pequenos produtores que, até mesmo por razões naturais e alheias a sua vontade, não puderam cumprir com o compromisso do financiamento bancário. Eles estão hoje inadimplentes, sem possibilidade de ter acesso a crédito e financiar a sua produção agrícola. E, na ponta, prejudica até a população em geral do Estado de São Paulo porque diminui a possibilidade de abastecimento.

Sr. Presidente, quero que este discurso seja encaminhado ao Deputado Sidney Beraldo, Secretário da Casa Civil, para que se sensibilize e faça diligência necessária e encaminhe para esta Casa o projeto de lei que autoriza a repactuação dos débitos de financiamento e empréstimos, que foram contraídos com os recursos do Feap, porque senão os pequenos produtores do Estado de São Paulo estarão com dificuldade.

Quero dizer que a comissão oficiou, em novembro do ano passado, ao Secretário João Sampaio e ele nos respondeu dizendo que esse processo está na Casa Civil. Então, temos que cobrar da Casa Civil e do Deputado Sidney Beraldo que ele se sensibilize e encaminhe para esta Casa esse projeto.

Esta aqui não é deste parlamentar. É a Comissão Permanente desta Casa que está fazendo essa solicitação importante, porque, assim como a Casa votou ontem o projeto de lei que beneficia aqueles que preservam suas matas e reembolsam por chamado serviços ambientais, é um projeto excelente também para atender o pequeno agricultor.

Temos que levantar uma discussão nesta Casa, Deputado Adriano Diogo, a respeito dos vetos. Não podemos ficar sem debater vetos aqui nesta Casa. Tenho vários, V. Exa. tem e todos os Deputados desta Casa tem vetos na Ordem do Dia, já prontos para serem deliberados. Então precisamos trabalhar em cima disso, e, oportunamente, falaremos sobre isso.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIS CARLOS GONDIM - PPS - Por permuta de tempo com o Deputado Rui Falcão, tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, venho a esta tribuna para fazer uma discussão política sobre o momento atual. Mas não poderia deixar de pronunciar, em nome da saúde física e mental dos funcionários desta Casa, que não tem cabimento as reformas sendo feitas no horário do expediente porque há um barulho ensurdecedor, uma poeira. Será que não poderia fazer a reforma à noite ou no fim de semana, para que pudéssemos ter o mínimo de condições de trabalhado?

O assunto que me mobilizou para vir a esta tribuna é a discussão de se o PT vai acolher na base de sustentação do Governo Dilma o Prefeito Gilberto Kassab. A minha posição é radicalmente contrária ao acolhimento desse grupo político na base de sustentação da Presidente Dilma.

O Prefeito Kassab está fazendo um movimento chamado “entrismo”. O que é o “entrismo”? Ele é um formador de partidos, um articulador de partidos. Ele se apropriou da legenda do PFL aqui em São Paulo e essa legenda virou DEM. O DEM é um partido em decomposição. É um partido arcaico, saído da Arena que representava o setor militar e hoje ele está em total decomposição.

O Prefeito Kassab, com a ajuda de setores da esquerda, tenta limpar seu nome migrando ou para o PMDB ou para o PSB. É um oportunismo total. Porém, Gilberto Kassab não abre mão da convivência com José Serra. Não abre mão! E, numa tentativa de burlar a legislação e a infidelidade partidária, aponta na construção de um partido. Qual seria o acordo? Kassab vai para o PMDB. Kassab vai para o PSB. Há uma aglutinação das legendas de centro e de esquerda e Kassab apóia, na condição de Prefeito de São Paulo, ou o candidato do PCdoB ou o candidato do PSB.

Qual a nossa posição? Contra! Nossa legenda, a do PT, não está à venda. Não cometeremos aqui em São Paulo o mesmo erro cometido em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. É um oportunismo político, um atraso político aceitar Kassab na centro-esquerda para viabilizar o candidato a prefeito de São Paulo onde o PT teria que abrir mão da sua representatividade.

Pois bem, há muitos exemplos no populismo de pessoas que eram da extrema-direita e migraram para o centro. Por exemplo, o mais famoso deles o Adhemar de Barros, Jânio da Silva Quadros e, mais recentemente, Paulo Maluf. O movimento que esse moço, digo e repito, com a ajuda de setores da esquerda está fazendo é esse. Para quê? Para projetar o seu nome para candidato a governador com o apoio do chamado partido de centro-esquerda para 2.014. Como o Geraldo Alckmin, Kassab não tem nenhuma chance de acordo. O que Gilberto Kassab e José Serra fizeram com o Geraldo Alckmin não se faz com um cachorro. Mas o mundo dá voltas e o Geraldo Alckmin é hoje Governador do Estado.

Serra procura uma motivação, procura uma bandeira. Foi para o esquerdismo total. Seiscentos reais o salário mínimo! Mas que beleza, José Serra, perdeu o rumo. Não que não defendamos melhoria de condições para os trabalhadores, mas dentro do seu próprio partido o próprio Governador Geraldo Alckmin, embora ele tenha anunciado o salário mínimo para outras categorias de 600 reais, está quietinho.

Sr. Gilberto Kassab, lobo com pele de cordeiro, V. Exa. diz que está adquirindo uma face democrática? Pois bem, com todo respeito, mesmo sincero ao pessoal da Polícia Militar, colocar como subprefeitos policiais militares aposentados nas subprefeituras, abrir a Operação Delegada para contratar no horário os policiais militares para que com fardas sejam contratados no bico pela prefeitura, construindo um gendarmeria? Sr. Kassab, que populismo é esse? Que democracia é essa? Com a democracia muito parecida com o seu parente lá do Egito, Hosni Mubarak, que montou uma caça militar fantástica, pôs a Cidade de São Paulo à venda com operações urbanas a Santa Ifigênia, Luz, Lapa, só para beneficiar os setores.

Deputado Massafera, ele quer com a Operação Urbana Luz derrubar 45 quadras da região Central e deu para o consórcio fazer a desapropriação presidida pela Cia City - e olha que vergonha -, pelo filho de Hélio Bicudo, que preside a Companhia City e representa os interesses imobiliários: 45 quadras.

Portanto, Prefeito Gilberto Kassab, por mais habilidoso, por mais sedutor - a propósito, teve uma vitória na Câmara Municipal ao vencer a Presidência da Câmara com apoio de setores do centro, da esquerda - não convence. Migrar para o PMDB? Espero que o Deputado Baleia Rossi como Presidente do Diretório Regional do PMDB enfrente essa questão. O PSB foi compor o Governo Alckmin, portanto tem um rumo aqui em São Paulo. Será que o PSB abriria sua legenda para agregar oportunismo de última hora?

Pois é, Gilberto Kassab, enquanto lhe foi útil, o DEM lhe interessou, usou e abusou. Agora, envergonhado com a derrota, tenta migrar para o centro. Houve gente com extração conservadora que migrou da direita para o centro que honorificasse esse movimento? Sim. Por exemplo, o Senador Teotônio Vilela, da Arena, do conservadorismo, da origem rural alagoana. Ao tempo da ditadura, fez uma revisão da prática e foi visitar os cárceres, os presídios; foi discutir a anistia com Darcy Ribeiro, com todas as forças democráticas e levantou a cabeça. Mas fez um movimento sincero.

Aureliano Chaves, homem do regime militar, vice-Presidente da República, quando da privatização da Vale levantou a cabeça e enfrentou os vendilhões da Pátria. Kassab é muito diferente, é um oportunista de última hora, é um político fraco, sem personalidade, sem caráter. A esquerda não pode entrar no canto da sereia senão deixará de ser esquerda. Os partidos têm de ter suas características, suas doutrinas. O PT não está à venda. Não é uma franchising. O PT tem candidato à Prefeitura de São Paulo. Não seremos destruídos, abastardados ou envergonhados. Fora Kassab! Fora Kassab!

 

O SR. PRESIDENTE - LUIS CARLOS GONDIM - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro, por permuta de tempo com o nobre Deputado Vanderlei Siraque.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero aproveitar a oportunidade para dar as boas-vindas ao Deputado Aguimarães Caldas, nosso companheiro de bancada, um grande militante, um militante histórico das lutas operárias e sociais do PT. É uma satisfação tê-lo conosco nesta Casa ainda que seja por um curto espaço de tempo, mas sabemos das grandes tarefas que tem como militante. Seja bem-vindo.

Sr. Presidente, estamos iniciando o ano de 2011, vimos esta semana a USP em festa, o trote solidário, alunos nas ruas e quero falar da situação da USP Leste. Foi uma luta da região Leste juntamente com lideranças de cidades da grande Zona Leste, região de oito milhões de habitantes, na Capital quatro milhões, que até oito anos atrás não tinha uma universidade pública.

Este Parlamento contribuiu para que a USP tivesse um orçamento. Criamos uma comissão especial de deputados da Casa para acompanhar a implantação da USP Leste com a expectativa de que aquele campus fosse criar um impacto urbanístico e trouxesse desenvolvimento àquela região, atraindo empresas, gerando emprego, enfim, que transformasse aquela região, que hoje ainda tem característica de região-dormitório, numa região plena de potencialidades e oportunidades principalmente para a nossa juventude. Oito anos de funcionamento e chegamos à conclusão - creio que a própria USP deva estar fazendo essa reflexão - de que é preciso ter avanços. Temos ali dez cursos e alguns não têm qualquer relação com a demanda de mão de obra, com a vocação da região, como não prepara profissionais que o mercado precisa absorver.

Curso de licenciatura em Ciências Naturais. Qual a demanda no mercado para esse curso? Prepararmos professores para quê área? Da mesma forma em relação à licenciatura em Políticas Públicas. Por que não dar uma potencializada nesses cursos? Para isso a USP precisa se abrir para o debate, é uma instituição que tem uma grande contribuição da nossa sociedade, que coloca quase cinco bilhões por ano. Precisamos preservar a autonomia da universidade, essa conquista da democracia das sociedades modernas, para não permitir interferência política, mas a USP precisa se abrir.

O estatuto da USP é uma peça anacrônica. A Cidade de São Paulo dos anos 70 quando cheguei aqui na Capital está mudada, é outra a realidade. O estatuto da USP não permite que numa mesma cidade onde haja dois campi possa ter cursos duplicados. Na Zona Leste precisamos de cursos na área de Engenharia, de Saúde Pública, de Medicina, de Direito, Arquitetura, Administração Pública. A USP precisa rever essa situação, os seus dirigentes. Ela precisa ser democratizada não só para resolver esse problema, mas para possibilitar a participação dos alunos, dos professores na escolha dos dirigentes.

Quero levantar este problema porque estamos indo para o nono ano de funcionamento daquela instituição e ela está isolada, não dialoga com a realidade da nossa região. Ela começou um processo de pequenos cursos pré-vestibular. Aquela luta do Padre Ticão, das lideranças parlamentares, das lideranças comunitárias, as audiências públicas aqui e lá na região não podem ter sido em vão, ou seja, a USP precisa ser repensada para que aquela unidade seja de fato um campus que dialogue com a realidade, que dialogue com as necessidades de desenvolvimento.

A universidade não pode ser uma instituição fechada. Ela tem de dialogar com a sociedade, tem de ouvir as demandas da região do contrário não tem sentido a sua existência. O conhecimento ali produzido precisa ir para a sociedade, precisa ter utilidade senão vira uma instituição isolada do mundo, sem razão de ser principalmente numa sociedade complexa e de rápidas transformações como acontece numa metrópole como São Paulo. Com a participação importante do Deputado Adriano Diogo e outros parlamentares que atuam na região tivemos no ano passado a implantação de um campus da universidade federal. A Unifesp está assumindo uma área na Avenida Jacu-Pêssego. Essa luta começou com um processo muito intenso de audiências públicas, de assembleias, assembleias com a participação de mil pessoas, 800 pessoas. Chegamos a ter uma assembleia de 10 parlamentares federais, vereadores de todos os partidos. Há um debate muito intenso para saber que tipo de curso vai ter.

Então, não estamos falando de qualquer região. Não é porque moramos lá, mas é uma região que precisa de atenção do Estado. Ali na zona leste moram trabalhadores, estudantes, pessoas que construíram a grande São Paulo, construíram este estado e o Estado não pode virar as costas. Então, que esse rico processo de debate sobre a universidade federal sirva também para que a USP possa rever a sua a sua atuação na zona leste, que aquela unidade vire de fato um campus. Que os cursos que precisem que sejam revistos, que novos cursos sejam criados e que, de fato, dialogue com a necessidade de transformação daquela região, geração de emprego, oportunidades, cidadania, qualidade de vida e mudança urbanística, evidentemente. Era isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIS CARLOS GONDIM - PPS - Tem a palavra a nobre deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.)

Esta Presidência suspende os trabalhos por dois minutos, para conveniência da ordem.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 01 minuto, a sessão é reaberta às 16 horas e 05 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - Sr. Presidente, havendo acordo de líderes presentes, solicitamos a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 45 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Está suspensa a sessão até as 16 horas e 45 minutos.

 

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- Suspensa às 16 horas e cinco minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 48 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. CELSO GIGLIO - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 17 horas e 10 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. e Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Celso Giglio e suspende a sessão até as 17 horas e 10 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 48 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 11 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. DONISETE BRAGA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, ontem ouvi atentamente a fala do nobre Deputado Orlando Morando, colega do ABC que falava sobre a importância dos investimentos do Governo do Estado de São Paulo. O nobre Deputado Orlando Morando, do PSDB, muito defendeu as obras do trecho Sul do Rodoanel. Estamos na iminência de discutirmos o trecho Leste e o trecho Norte. Aproveitando a presença de vários parlamentares do PSDB, inclusive do nobre Deputado Samuel Moreira que deverá, em breve, responder pela Liderança do Governo, quero falar sobre a questão da obra do trecho Sul do Rodoanel. Tínhamos, até dezembro do ano passado, 350 trabalhadores nessa obra. E hoje o nosso “Diário do Grande ABC” traz uma matéria de capa: “Mauá terá de esperar alça do Rodoanel; Dersa paralisa a construção de obra complementar e não informa os próximos passos”.

Não estou estabelecendo a crítica em relação à obra, mas sou morador de Mauá e falo em nome desta cidade que tem 420 mil habitantes. Ela está estrangulada hoje porque não há sequência, por parte da Dersa, do trecho Sul do Rodoanel. O Deputado Orlando Morando tem falado muito que falta segurança no trecho Sul. Cito, por exemplo, a instabilidade da telefonia celular no local. Imagine um cidadão que precisa de um socorro, de madrugada, nesse trecho. E temos curvas perigosíssimas lá que não possuem proteção de guard-rails.

Passo a ler a matéria publicada que citei acima:

“Mauá terá de esperar alça do Rodoanel

Se na semana passada as obras de acesso ao Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, no Centro de Mauá, estavam a passos de tartaruga, agora os trabalhos pararam de vez. Isso porque o governador Geraldo Alckmin (PSDB) determinou a revisão de contratos do seu antecessor, o também tucano José Serra, o que levou à interrupção da construção de alça de acesso ao anel viário, um dos empreendimentos mais importantes para o trânsito do Grande ABC. A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), responsável pela gestão do canteiro de obras, se recusa a repassar qualquer informação sobre a interrupção dos serviços.

Os poucos funcionários que ainda trabalhavam ontem nas margens da Avenida João Ramalho, próximo ao Paço Municipal, informaram à equipe do Diário que até sexta-feira o local vai estar vazio. Segundo um dos responsáveis pelo serviço, no momento, os pedreiros estão empenhados em erguer o muro que sapara a área da alça da linha da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). "Não podemos trabalhar na alça, pois a empreiteira retirou guindastes e o maquinário para mover os materiais mais pesados. Por isso, estamos apenas levantando o muro", disse um funcionário, que preferiu não se identificar.

A alça deveria ter sido entregue em maio. O Estado inaugurou o Trecho Sul do Rodoanel em março de 2010, inacabado. As intervenções deveriam interligar as avenidas Papa João XXIII e Jacu-Pêssego, na Capital. "Só fazemos o que está no cronograma da empreiteira. Mandaram a gente esperar até esta semana para ver se tem mais trabalho. Mas já ficamos sabendo que vai parar tudo", disse outro trabalhador.

A interligação que teve as obras interrompidas em Mauá pretende facilitar também o fluxo do trânsito para a Avenida dos Estados, permitindo o acesso para Santo André, São Caetano e São Paulo.

Providências

A Prefeitura de Mauá, cidade mais prejudicada com a paralisação das obras, não se manifestou até o fechamento desta edição.

O Dersa informou apenas que não comenta informações repassadas por funcionários. Além disso, manteve o discurso da semana passada, quando informou que está readequando o projeto da alça ao atual plano de obras. "Como o processo ainda não foi concluído, o Dersa só irá se manifestar a respeito nos próximos dias. Não há qualquer relação entre as ações tomadas pela empresa e outras decisões do governo do Estado", informou em nota.

Entulho toma conta do canteiro de obras e prejudica o trânsito

Praticamente abandonada pelos operários, a construção da interligação da Papa João XXIII com Jacu-Pêssego acumula restos de concreto e tijolos. O entulho avança pela Avenida João Ramalho, na entrada de Mauá, e em ambos os sentidos toma parte das faixas de trânsito. Nos horários de pico, o motorista que trafega pela avenida encontra lentidão e congestionamentos.

No ano passado, quando o canteiro de obras funcionava em ritmo acelerado, maquinário e movimentação de funcionários competiam com o trânsito local. "Agora a situação é de abandono. Passo aqui sempre, e parece que ninguém vai recolher esse lixo", opinou o autônomo Humberto Fonti, 41 anos, que ontem foi forçado a estacionar nas margens tomadas pelo entulho para consertar um problema na direção do veículo.”

Gostaria de cobrar do Secretário de Transportes e da Dersa uma posição oficial não só para a Cidade de Mauá, onde a prefeitura está incapacitada de realizar qualquer obra porque não sabe a quem procurar. A Dersa não nos informa nada. Como deputado da Cidade de Mauá, da Região do Grande ABC, gostaria que a bancada do PSDB entendesse que faço este registro na preocupação de cobrar uma resposta oficial em relação a esse problema não só de Mauá, mas também de Ribeirão Pires e de Rio Grande da Serra. Enfim, de toda a população do Grande ABC.

Gostaria que a Dersa respondesse a nossas indagações. Formalizei inclusive um requerimento a Dersa para que nos informe sobre a continuidade das obras não só do trecho Sul, mas também do trecho Leste e do trecho Norte. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. ORLANDO MORANDO - PSDB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, ouvi atentamente ao pronunciamento do nobre Deputado Donisete Braga, digno representante da Cidade de Mauá, e concordo em partes. Gostaria de dar total veracidade e clareza aos fatos. Nobres Deputados José Bittencourt, José Augusto e demais deputados que compõem a chamada bancada do ABC, na segunda-feira li uma matéria do “Diário do Grande ABC”, respeitado meio de comunicação da nossa região e que tem o nosso respeito, falando também sobre a paralisação das obras. Todos nós estamos ansiosos pela conclusão das obras. Mas vale esclarecer: estamos no início de um novo governo e é mais do que respeitado que este atual governo - mesmo sendo do mesmo partido - tomará o pé de toda a situação para que seja dada sequência às obras iniciadas. Tenho certeza que as obras terão continuidade.

Alguns pontos realmente me preocuparam. Vossa Excelência falou sobre a segurança do Rodoanel. Se há uma obra segura seria o trecho Sul do Rodoanel. Ele consta como um dos menores índices de estatística em relação ao roubo de carga, e aos acidentes - sejam de automóveis, sejam de caminhões. Precisamos separar muito bem os problemas. Em relação à telefonia celular, foi inclusive fruto deste Deputado uma denúncia à Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, ainda no ano passado, para que as operadoras tomassem providências. A Dersa, e muito menos o Estado, não têm absolutamente responsabilidade. Telefonia móvel ou celular corresponde ao Governo Federal, que tem uma agência reguladora. Peço inclusive a V. Exa. - pela influência que possui - que nos ajude com a Anatel para que cobre das operadoras de São Paulo que, há muitos anos, não oferecem serviço à altura.

Tenho certeza de que muitos de nós - se não todos - sentimos diariamente muita raiva quando falamos ao celular. É você estar falando e cai a linha. Se precisar de atendimento de um Call Center, e ele não atende. Da mesma forma que estamos chegando a quase um ano que o trecho Sul do Rodoanel foi inaugurado e ainda temos os chamados buracos negros onde não tem a cobertura móvel. Melhorou um pouco. Inclusive, uma das operadoras respondeu ao meu ofício. A partir do momento que fiz a denúncia, a resposta foi que ela tem de dar o esclarecimento ao Ministério Público de São Paulo, que, imediatamente - e aqui destaco sua atuação -, tomou suas providências.

Esse trecho paralisado, para que não se tenha a falta de clareza, absolutamente tem interrompido não apenas o traçado do trecho Sul, muito menos a Papa João XXIII e a Jacu-Pêssego.

Domingo passado, vim da Cidade de Guarulhos pela Jacu-Pêssego. Adentrei pela Rodovia Papa João XXIII e cheguei a São Bernardo pelo trecho Sul do Rodoanel. A rodovia está em perfeito estado, em total funcionamento. A ausência que existe de complementação é o trevo que a Cidade de Mauá estará ganhando dessa obra complementar, que é da responsabilidade da Dersa. Tenho certeza, até pelo contrato assinado, que será efetivado.

É natural que todos nós gostaríamos que a obra já tivesse sido entregue, mas vale ressaltar que ao longo desses últimos quatro anos todas as obras da Dersa foram entregues fielmente no prazo. Inclusive, durante muitas críticas de que o trecho Sul do Rodoanel não seria inaugurado no prazo - e o mesmo foi -, tem ajudado em muito a população de São Paulo.

Ouço algumas críticas do Rodoanel. Outro dia, num tom de brincadeira sério, eu disse a um crítico: “Vamos fazer um teste? Vamos fechar o Rodoanel durante uma semana para ver o caos que vira São Paulo.” Imagine se essa obra já estivesse atendendo a nossa população.

Deputado Donisete Braga, não falo pela Dersa, é óbvio, mas compartilho a sua preocupação. Mas quero dizer que esse Governo deu um grande exemplo e continuará dando. Tenho grande convicção de que o Governador Geraldo Alckmin, com toda sua força, sua coragem e determinação dará sequência para que o trecho Leste, numa PPP, possa ser iniciado e concluído e o trecho Norte possa ser tocado pela Secretaria de Transportes com o Secretário Saulo de Castro Abreu Filho.

As obras iniciadas darão um grande benefício à Cidade de Mauá. Tenho plena convicção disso porque faço parte de um partido que governa São Paulo e que honra o seu compromisso. Muito obrigado.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - PARA RECLAMAÇÃO – Sr. Presidente, comungo aqui com parte da manifestação do meu colega da Região do ABC, Deputado Orlando Morando. Respeito muito seu compromisso com a nossa região.

Na época em que o Prefeito Oswaldo Dias governava - hoje ele governa o Município de Mauá -, foi feito um diálogo importante com o Governador Mário Covas e, depois, com o Governador Geraldo Alckmin que, inclusive, estabeleceu o traçado Sul do Rodoanel. Não quero fazer aqui a separação dos governos porque é o mesmo governo, o Governo Alckmin e o Governo Serra. Então, é uma obra de governo do mesmo partido.

Deputado Orlando Morando, V. Exa. fez um registro e concordo quando disse que não aconteceu nenhum acidente. Mas prefiro fazer, neste momento, o registro de uma fala de prevenção para que não possamos ter nenhum caso de morte.

Todos os dias, saindo da minha cidade, eu utilizo o Rodoanel e vejo que tem curva acentuada perigosíssima, mas que, graças a Deus, até hoje não aconteceu nenhum acidente. Mas poderá acontecer. Por esse motivo que estou aqui fazendo este registro, que é importante. Não sou engenheiro, mas acredito que a Dersa deve ter profissionais competentes para analisar essa curva acentuada no Rodoanel da Cidade de Mauá para evitar acidente.

É verdade. V. Exa. tem razão. Temos que cobrar do Governo Federal, das agências que regula o sistema de telecomunicação para, rapidamente, organizar o sistema de telefone celular do Rodoanel.

Preocupo em trazer situações para cuidar da segurança dos usuários. Já temos praças e pedágios instalados para funcionarem daqui a pouco tempo. Quero cobrar aqui da Dersa, do Secretário de Transportes Metropolitanos para fazer vistoria nessa curva acentuada, que mencionei aqui, para, daqui a alguns dias, não fazermos registro de fatalidade, de pessoas que porventura possam sofrer acidente nesse Rodoanel.

Há também muitas áreas no traçado Sul que demanda de guard rail. Fazemos este registro no sentido de melhorar o transporte no traçado Sul.

 

O SR. ORLANDO MORANDO - PSDB - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, é importante este debate até porque estamos aqui convergindo ou divergindo com a mesma preocupação de melhorar o atendimento ao usuário.

Primeiro, quero resgatar que é de total responsabilidade do Governo Federal cobrar das agências reguladoras de telecomunicações a excelência no serviço. Não estou aqui acusando o Governo Federal que não cobra, mas sou crítico da qualidade de serviço.

A telefonia móvel celular do Brasil é uma das mais caras do mundo. Hoje passamos de 200 milhões de telefones celulares habilitados. São cifras bilionárias para seus operadores e continuo insistindo que temos serviço de péssima qualidade. A meu ver, falta fiscalização mais criteriosa.

O Deputado Donisete Braga, que tem o meu respeito e sabe disso, fala sobre a curva do Rodoanel. O telespectador, que está nos assistindo, pode achar que é um emaranhado de curvas, e, de repente, lembrar da Rodovia Fernão Dias, uma concessão do Governo Federal, que, por sinal, já pedagiou há alguns anos e não fez nenhuma obra correspondente ao prazo.

A curva que o Deputado fala é uma quando se sai da alça de acesso e entra efetivamente, porque é dali que sairá o trecho Leste do Rodoanel. Vou aqui usar um exemplo. Tínhamos um trevo em São Bernardo onde aconteceu um acidente, localizado no Bairro Jardim dos Pinheiros. Notificamos a Dersa. Foi feito todo um reparo de sinalização, de prevenção porque uma obra dessa envergadura não podemos dizer que está perfeita. Mas, se tem uma obra de engenharia admirável no Estado de São Paulo, é a do trecho Sul do Rodoanel.

A Dersa vem dando exemplo nas novas Marginais, na Jacu-Pêssego e no Rodoanel. É importante destacar isso porque senão parece que o Rodoanel é emaranhado de curvas. Pelo contrário, os usuários sabem que é uma Rodovia segura. Não vou dizer que é um presente porque foi fruto do dinheiro do contribuinte.

Concluo dizendo que o PT vive querendo falar do pedágio. É importante destacar que a população de São Paulo aprovou esse modelo que se paga. Tanto é que as 10 melhores rodovias do Brasil estão em São Paulo.

O nosso Governador Alckmin foi reeleito aprovando esse modelo para a população de São Paulo. Foram críticas de todos os candidatos a governador e o Alckmin ganhou a eleição no primeiro turno, mostrando que esse debate está vencido, que a população aceita pagar o pedágio porque temos rodovias mais seguras e de qualidade, que é o que São Paulo merece.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, mais do que nunca, queremos aqui ressaltar a importância do Rodoanel até porque, de cada três reais colocados na obra, um real é do Governo Federal.

Deputado Orlando Morando, V. Exa. falou da Rodovia Fernão Dias. Acho que os deputados federais têm que cobrar, sim, uma postura para melhorar, sinalizar as rodovias federais. Falo isso em função da rodovia do nosso Estado. Tenho certeza que, se V. Exa. for cobrado pela população de São Bernardo onde V. Exa. mora, estaria aqui neste microfone fazendo, de forma legítima, a cobrança e a crítica.

Sr. Presidente, estou aqui mais uma vez colocando minha preocupação. Não estou aqui generalizando que o Rodoanel é uma obra ruim para o nosso Estado. Muito pelo contrário, é uma obra que tem a participação do Governo Federal, mas é importante registrar que é uma curva acentuada, perigosíssima e precisamos cobrar uma sinalização ali.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, a título de fomento ao debate desta Casa quero dizer que ouvi V. Exa. ler hoje um trecho do livro ‘A Audácia da Esperança’, de Barack Obama - que também li - mostrando que não é só a Assembleia Legislativa que está esvaziada.

Devo dizer que no Legislativo americano, mais propriamente no prédio do capitólio, o controle de acesso inclusive dos parlamentares é feito pela íris. Se o parlamentar não permanecer 25% do tempo do expediente no capitólio ou se não estiver em missão oficial pelo Senado, ele não recebe pelo dia, diferentemente de nós, que recebemos independente de estarmos presentes ou não.

Outra consideração a respeito do esvaziamento da Assembleia Legislativa: já há a previsão regimental de 24 deputados para o funcionamento mínimo da sessão, então normalmente temos a Assembleia, sim, esvaziada e acho que isso é um desleixo com os recursos públicos. Já se respeita os deputados que têm suas bases longe da Capital - também tenho as minhas - e às segundas e sextas não temos sessão deliberativa.

Mais uma consideração: principalmente os senhores que foram eleitos para compor a Mesa, inclusive com o meu voto - e aí, sim, muitas vezes se digladiam os partidos e os deputados para assumir cargos na Mesa - têm obrigação de estarem presentes e não deixarem a Assembleia às moscas.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência registra a manifestação de V. Exa. e oportunamente irá mostrar que esta Legislatura foi, inquestionavelmente, a mais produtiva das Legislaturas do Parlamento paulista, como tem sido reconhecido por todos aqueles que acompanham a atividade global do Parlamento, que obviamente não se restringe apenas à participação do deputado em plenário.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Proposições em Regime de Urgência:

Há sobre a mesa requerimento nos seguintes termos: “Requeiro, nos termos regimentais, que o Item 31, PLC 24/10, constante da presente Ordem do Dia, passe a figurar como Item 1º renumerando-se os demais.” Assina Deputado Samuel Moreira.

Em votação.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pela Bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga, para encaminhar a votação pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT – Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, aproveitando a presença do Deputado Orlando Morando em plenário quero continuar o debate.

“Trecho Sul do Rodoanel registra primeira morte.

O operador de máquinas Antônio da Silva Pereira, 33 anos, foi encontrado morto por volta das 12h de ontem na altura do km 82 do Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, em Santo André, no sentido Mauá. O motorista, que estava desaparecido desde as 6h de terça-feira, perdeu o controle do carro e caiu cerca de 30 metros até a Represa Billings. Este foi o primeiro acidente com vítima fatal registrado desde a inauguração do Rodoanel, em 1º de abril deste ano.

Segundo o irmão do motorista Nivaldo Vieira Pereira, 51, ele saiu de casa por volta das 5h30 de anteontem, em Diadema, para ir ao trabalho, na empresa de fundição Tupy, em Mauá. "Ele começou a fazer este trajeto há cerca de um mês, quando entrou na indústria. Como ele não voltou para casa no horário previsto, começamos a nos mobilizar para encontrá-lo", contou.

Nivaldo afirma que os familiares procuraram Antônio em hospitais, delegacias e até no IML (Instituto Médico Legal). "Ele não aparecia e decidimos fazer o caminho que ele costumava seguir todos os dias. No fim, por volta das 11h (de ontem) acabamos localizando um carro caído na água", afirmou. O veículo, um Gol prata, estava capotado nas margens da represa. "Pela placa, constatamos que realmente se tratava do meu irmão. Aí acionamos a polícia."”

Quando eu estabeleci aqui o diálogo, Deputado Samuel Moreira, o Deputado Orlando Morando não tinha esta informação. Acabei de recebê-la agora da nossa assessoria. Quando a Bancada do PT nesta Casa, Deputado Orlando Morando, faz o registro, não o faz apenas no sentido do embate partidário. Por diversas vezes registramos da tribuna a pressa do ex-Governador José Serra nas obras do Rodoanel para apresentá-lo como cartão postal do Estado e infelizmente hoje fazemos este registro. É a primeira vítima e uma vida não tem preço. Faço este relato para que possamos corrigir determinadas posturas e quando trazemos situações como esta, nós o fazemos com segurança do que está acontecendo.

Dizia-se muito na campanha passada que se daria sequência às obras dos Traçados Leste e Norte do Rodoanel, da Tamoios, no entanto ouvimos na imprensa recentemente o Governador Geraldo Alckmin dizer que está abortado qualquer projeto no sistema viário do Estado de São Paulo. Isso traz uma grande dúvida porque quem ganhou as eleições para o Governo do Estado foi Geraldo Alckmin, que é do PSDB, que sucedeu Alberto Goldman que foi vice do Governador José Serra, que renunciou para ser candidato à presidência da República. Então queremos pedir que a Bancada do PSDB esclareça os telespectadores quanto a essa mudança de posição. Nós que moramos no estado mais rico e importante da Federação não entendemos por que da alteração no curso das obras do Rodoanel.

Concordo com o Governador Geraldo Alckmin na auditoria que quer fazer nos contratos realizados na gestão passada, mas queremos que o Governo do Estado possa nos afirmar categoricamente quando serão retomadas as obras do Traçado Sul do Rodoanel porque hoje a população de Mauá está sendo penalizada, a nossa cidade está estrangulada com as obras do Traçado Sul do Rodoanel. Reduziu-se significativamente o número de trabalhadores. Havia 350 e hoje existem menos de 50 trabalhadores e aqui faço o registro da morte do operador de máquina Antonio da Silva Pereira, 33 anos, morador do Município de Diadema, que perdeu sua vida quando ia trabalhar na fundição Tupy, em Mauá. Portanto, cobramos do Governo do Estado uma posição quanto às obras do Traçado Sul do Rodoanel.

Faço este relato para não pairar qualquer tipo de dúvida quando a Bancada do PT, quando os deputados do PT apresentam questionamentos em relação a esse tema.

Dando sequência à minha intervenção, informo que ontem apresentei um projeto que reputo importante para o nosso Estado, pois tem muito a ver com a saúde do povo do nosso Estado. Refiro-me às embalagens de cigarros e assemelhados em pontos de venda como padarias, bares, lanchonetes e bancas de jornal.

Protocolizamos o projeto esta semana em razão das pesquisas realizadas pelo Instituto Datafolha, a primeira em maio de 2010, na cidade de São Paulo, e a segunda em agosto do mesmo ano, em 160 municípios, ambas encomendadas pela Aliança de Controle do Tabagismo, cujo resultado mostra que apesar de leis existentes ainda cabem medidas inibidoras de iniciação e manutenção do consumo de cigarro.

Entendemos que a partir do momento que apresentamos um projeto como este, de estabelecer um processo de não demonstrar o produto, vamos contribuir para que as pessoas um dia possam deixar de ser fumantes neste estado. É uma medida importante visando à saúde publica. Apresentamos o projeto para a Comissão de Constituição e Justiça analisar o mérito; analisamos a questão da constitucionalidade e concluímos que podemos apresentar um projeto dessa natureza para que os nobres pares possam discutir. Não tenho dúvidas de que será um projeto importante para o Estado de São Paulo.

Mais uma vez, nobre Deputado Orlando Morando, quero dizer que nossa manifestação tem como objetivo corrigir. Não temos nada contra a obra do traçado do Rodoanel, mas entendemos ser fundamental que o governo do estado estabeleça um processo de fiscalização e realize as obras complementares.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis ao requerimento permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, solicito uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É regimental. Vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Os Srs. Deputados que forem favoráveis deverão registrar seu voto como “Sim”, os que forem contrários deverão registrar “Não” ou abstenção.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, para registrar que a bancada do PT está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Está registrada a manifestação de V. Excelência.

Esta Presidência tem a satisfação de anunciar a presença entre nós do Vereador Fontes, da cidade de Santa Bárbara D’Oeste, acompanhado da nobre Deputada Rita Passos, a quem rendemos nossa homenagem. (Palmas.)

 

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- É feita a verificação pelo sistema eletrônico.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença da ex-deputada e atual prefeita da grande cidade de Ribeirão Preto, Dárcy Vera. (Palmas.)

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, participaram do processo de votação 37 Srs. Deputados, e este deputado na presidência; 35 votaram “Sim”, um “Não”, quorum insuficiente para aprovação da inversão da pauta.

1 - Veto - Discussão e votação - Projeto de lei Complementar nº 09 , de 2000.

Esta Presidência suspende a sessão por dois minutos.

 

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- Suspensa às 17 horas e 51 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 52 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo acordo entre as lideranças, esta presidência vai levantar a presente sessão. Antes, porém, convoca V.Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, como a mesma Ordem do Dia da sessão ordinária de hoje.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 52 minutos.

 

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