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19 DE ABRIL DE 2013

012ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO “SINDICATO DOS BANCÁRIOS”

 

Presidente: LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO

 

RESUMO

001 - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, a requerimento do deputado Luiz Cláudio Marcolino, na direção dos trabalhos, com a finalidade de "Prestar Homenagem ao Sindicato dos Bancários". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Parabeniza o Sindicato dos Bancários pelo aniversário de 90 anos. Destaca a atuação de funcionários e parceiros da instituição. Dedica esta solenidade àqueles que participaram de lutas, em nome do sindicato. Reconhece o trabalho desenvolvido por ex-presidentes da entidade. Elenca conquistas obtidas pela categoria, como o vale-refeição e a participação nos lucros e resultados, as quais considera importantes. Enfatiza o combate pela igualdade de direitos para os homoafetivos. Lembra ações de sua gestão, enquanto presidente do sindicato, como a extensão da licença maternidade, de 4 para 6 meses. Anuncia a apresentação de vídeo institucional.

 

002 - WAGNER FREITAS

Presidente da Central Única dos Trabalhadores, saúda os presentes. Afirma que poucos sindicatos, no Brasil, têm 90 anos de história. Tece comentários sobre a desigualdade no País. Enfatiza que, entre as missões do sindicato, está a de construir uma nova sociedade. Parabeniza os bancários e diretores da entidade. Enfatiza a importância de uma mulher à frente do sindicato.

 

003 - MARCOS MARTINS

Deputado Estadual, cumprimenta a diretoria do sindicato. Lembra sua trajetória como bancário. Fala de sua participação na construção da regional de Osasco. Comenta greves e movimentos da categoria. Fala do 13 de junho, dia em que houve a paralisação de funcionários da matriz do Bradesco, em Osasco. Comenta as estratégias para a distribuição da "Folha Bancária", numa época de repressão.

 

004 - RICARDO BERZOINI

Deputado Federal, parabeniza o Deputado Luiz Cláudio Marcolino pela iniciativa da homenagem. Elogia a atuação do deputado Marcos Martins, considerado, por ele, uma liderança dos bancários. Reconhece o trabalho da atual Presidente, Juvandia Moreira Leite. Lembra sua trajetória, de 30 anos, como militante sindical. Enaltece o trabalho do ex-Presidente do Sindicato dos Bancários no período de 1985 a 1987, Luiz Gushiken. Compara as conquistas salariais dos bancários, cuja remuneração, acrescida de auxílio alimentação e vale-refeição, saltou de 200 dólares, no final da década de 80, para 1.150 dólares, nos dias atuais.

 

005 - Presidente LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO

Presta homenagens, com entrega de placas e breve resumo da atuação de cada homenageado, a diversas personalidades.

 

006 - APARECIDA VENÂNCIO

Ex-funcionária do Sindicato dos Bancários, representando os funcionários da entidade, agradece à Assembleia e ao deputado Luiz Cláudio Marcolino pela homenagem. Afirma que cada funcionário do sindicato é um militante. Destaca o papel da diretoria da entidade. Ressalta a dedicação de cada ex-presidente.

 

007 - GILMAR CARNEIRO

Ex-Presidente do Sindicato dos Bancários no período de 1988 a 1994, faz agradecimentos ao deputado Luiz Cláudio Marcolino. Chama a atenção para a imagem negativa que a população tem deste Legislativo. Fala sobre os 90 anos do sindicato, retratados em livro. Lembra as lutas da instituição. Defende que as câmaras e assembleias atuem em favor do povo.

 

008 - RICARDO BERZOINI

Ex-Presidente do Sindicato dos Bancários no período de 1994 a 1998, ex-Ministro da Previdência e do Trabalho no Governo Lula, ex-Presidente do Partido dos Trabalhadores e deputado federal, pelo PT, fala de seu início, na executiva do sindicato, e de sua atuação como presidente. Enaltece o trabalho de ex-dirigentes, com destaque para a maturidade com que cada um desempenhou seu trabalho.

 

009 - Presidente LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO

Presta homenagens, com entrega de placas e breve resumo da atuação de cada homenageado, a Luiz Gushiken, ex-presidente do Sindicato dos Bancários no período de 1985 a 1987 e ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República; ao Sr. Augusto Campos, ex-presidente do Sindicato dos Bancários no período de 1979 a 1983; e ao Sr. João Vaccari Neto, ex-presidente do Sindicato dos Bancários no período de 1998 a 2004, e Secretário de Planejamento e Finanças do Partido dos Trabalhadores, representados pela atual Presidente da instituição, Sra. Juvandia Moreira Leite. Estende a homenagem, com entrega de placa, ao Sindicato dos Bancários e à Sra. Juvandia Moreira Leite, atual presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e região.

 

010 - JUVANDIA MOREIRA LEITE

Presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e região, agradece pela homenagem. Lembra as lutas do sindicato e o aprendizado no decorrer dos 90 anos de história. Ressalta a participação do deputado Marcos Martins em movimentos da categoria. Enfatiza os objetivos do sindicato em prol de interesses corporativos e do fortalecimento da classe trabalhadora. Fala de cinco intervenções à entidade, em momentos em que a democracia estava ameaçada. Destaca a renovação da categoria bancária por conta de aposentadorias, bem como em decorrência da ampliação do quadro de funcionários, a partir do Governo Lula. Elenca conquistas da categoria. Presta homenagem, com entrega de placa, ao deputado Luiz Cláudio Marcolino, ex-presidente do Sindicato dos Bancários no período de 2004 a 2010.

 

011 - Presidente LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO

Como ex-presidente do Sindicato dos Bancários no período de 2004 a 2010, agradece a homenagem. Discorre acerca da amizade. Fala sobre a construção de sonhos. Cita personalidades que participaram ativamente de sua gestão. Ressalta a dificuldade em defender os interesses de 134 mil bancários. Lembra sua trajetória de luta pela categoria, que completa 20 anos. Parabeniza a entidade pelo aniversário de 90 anos. Enfatiza a credibilidade do sindicato diante dos bancários, o que, a seu ver, se deve à seriedade do trabalho desenvolvido. Dá conhecimento de mensagens encaminhadas por autoridades. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Luiz Cláudio Marcolino.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Solicito que faça parte da Mesa a presidenta do Sindicato, Sra. Juvandia Moreira; (Palmas.) o deputado federal Ricardo Berzoini, ex-presidente do Sindicato dos Bancários 1994-1998 e também ex-ministro da Previdência e do Trabalho no governo Lula; (Palmas.) quero também solicitar a presença do Sr. Gilmar Carneiro, ex-presidente do Sindicato dos Bancários de 1988 a 1994; (Palmas.) quero chamar para também fazer da nossa Mesa o presidente da CUT Nacional, Sr. Wagner Freitas; (Palmas.) na extensão da Mesa Principal, quero chamar o deputado estadual Marcos Martins; (Palmas.) também a Sra. Aparecida Venâncio, ex-secretária de todos os presidentes do Sindicato dos Bancários no período de 1980 a 2011, que representará nesta sessão solene todos os funcionários e ex-funcionários do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. (Palmas.)

Temos aqui também o Sr. Camilo Fernandes, presidente da Afubesp; Sr. Flávio Monteiro Moraes, presidente da Bancredi; Sr. Wagner Freitas, presidente da CUT Nacional; Sr. Luiz Cesar de Freitas, o Alemão, presidente da Fetec; Sr. Paulo Salvador, diretor da Rede Brasil Atual; Sra. Adriana Oliveira Magalhães, representando a Secretaria de Impressa da CUT-SP; os diretores da Executiva do Sindicato dos Bancários - SP, Sr. Carlos Damarildo, Sra. Neiva, Sra. Vera Marquioni; Sra. Rita Berlofa, Sra. Raquel Kacelnicas e Sra. Maria Rosani Grogoruti. (Palmas.)

Srs. Deputados, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado Samuel Moreira, atendendo a solicitação deste deputado que vos fala, deputado Luiz Cláudio Marcolino, para que possamos homenagear o nosso sindicato, o Sindicato dos Bancários de São Paulo e Região; que completou nesta semana 90 anos de luta, mobilização e muitas conquistas. Essas conquistas tiveram um papel importante nos dirigentes, nos funcionários, nos trabalhadores bancários, nos parceiros e nas parceiras de diversas entidades sindicais, não só daqui de São Paulo, mas de todo país. Queremos que cada um de vocês, os que estão aqui na Mesa e os que estão também no nosso plenário acompanhando essa homenagem aos 90 anos, sintam-se representados e parabenizados por toda essa história de luta dos 90 anos do Sindicato dos Bancários. Parabéns a cada um de vocês, que ajudaram a construir essa história de luta maravilhosa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. (Palmas.)

Convido agora todos os presentes para que, de pé, possamos ouvir o Hino Nacional Brasileiro pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, regida pelo maestro Subtenente Músico PM Rogério. (Palmas.)

 

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- É feita a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Agradecemos mais uma vez o maestro e subtenente músico PM Rogério, da Polícia Militar, pelos trabalhos. Muito obrigado. (Palmas.)

Parabenizamos toda a executiva e toda diretoria, a nossa presidenta Juvandia Moreira Leite, por várias homenagens que tem sido feitas no Sindicato ao longo dessas duas últimas semanas. É importante sempre frisar o papel importante que todos os ex-presidentes do Sindicato tiveram na nossa luta de 90 anos, principalmente nos últimos anos depois de 79, tivemos aí na Presidência o Sr. Augusto Campos, uma das pessoas que foram responsáveis pela retomada do sindicalismo combativo no estado de São Paulo, Sindicato dos Bancários. Depois do Sr. Augusto Campos, nós tivemos o Sr. Luiz Gushiken, também presidente do Sindicato, que desenvolveu um trabalho belíssimo, organização de base, tinha uma participação muito forte não só nos bancos públicos, mas também iniciando a eleição dos bancos privados também na cidade e no estado de São Paulo.

Depois tivemos o Sr. Gilmar Carneiro também presidindo o nosso Sindicato, num processo onde estava se estruturando a Central Única dos Trabalhadores e o Partido dos Trabalhadores; portanto, o Sindicato teve um papel importante tanto na construção do PT como na construção da CUT.

Depois nós tivemos na Presidência do Sindicato o Sr. Ricardo Berzoini, hoje deputado federal, já foi ministro da Previdência, ministro do Trabalho, também conseguiu ter uma organização muito importante no nosso Sindicato em 91 junto com o Gilmar Carneiro, ainda na Presidência do Sindicato, onde conquistamos o vale refeição; depois, em 94, o vale alimentação, auxílio creche que foi estendido no início da década de 90, eliminou a diferença que tinha entre caixas e escriturários ainda na década de 90. Nós tivemos na Presidência do Sindicato o Sr. João Vaccari Neto e depois o Sr. Ricardo Berzoini. Ainda na gestão do Ricardo Berzoini, conquistando o vale alimentação em 1994, conquistamos o início do debate de igualdade e oportunidades ainda em 97, a participação nos lucros e resultados em 1995.

Depois, na Presidência do Sindicato, tivemos o Sr. João Vaccari Neto, que teve um papel importante na luta, na defesa dos bancos públicos do estado de São Paulo e de todo País, principalmente na defesa do Banespa como banco público do nosso Estado. Um banco que fazia o desenvolvimento do estado de São Paulo; depois que perdemos o Banespa, nós praticamente perdemos o banco que fazia o desenvolvimento no estado de São Paulo. Conseguimos consolidar em 2000 a cláusula de igualdade e oportunidades. Se hoje nós temos muitos direitos de igualdade e oportunidades em relação aos homo afetivo, isso se deve à cláusula de 2000. A cláusula que discute a questão da igualdade entre homens e mulheres, a discussão entre negros e brancos, e mesmo o debate que tinha contra a homofobia no estado de São Paulo, os direitos iguais para homo afetivos também foi a partir de um trabalho que se iniciou em 97 e se concluiu a partir de 2000.

Depois que tivemos o Vaccari, eu assumi a Presidência do Sindicato. Desde a gestão do Vaccari e agora na nossa também, completando com a da Juvandia, são 8 anos consecutivos com aumento real de salário. Estruturamos e melhoramos a participação nos lucros e resultados, ampliamos a licença maternidade de 4 para 6 meses. Conseguimos, na gestão da Juvandia, a questão do Imposto de Renda, que sempre foi uma batalha muito importante dos trabalhadores bancários, seja pela correção, seja para atualização, seja para isenção na tabela do Imposto de Renda, sempre foi uma bandeira importante de quase todos os presidentes que pelo Sindicato passaram, sempre foi uma campanha de todos os trabalhadores bancários.

São muitas conquistas, é uma história de luta, uma história de atuação efetiva. Queremos rapidamente passar um vídeo que demonstra esses 90 anos e boa parte dessas conquistas que nós tivemos ao longo desses 90 anos. Quero que esse vídeo possa passar um pouco, demonstrar essa imagem da importância que teve os 90 anos do Sindicato. Não só para os trabalhadores bancários, não só para todo o Sindicato, mas para a sociedade paulista, pelos serviços prestados, pela organização e mobilização que a categoria sempre teve no nosso Estado, na nossa cidade, no nosso País. (Palmas.)

 

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- É feita apresentação do vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Parabéns a vocês que participaram da história belíssima, funcionários, diretores, parceiros. Nesse momento, quero, para representar todos os Sindicatos parceiros que participaram dessa história de luta, uma saudação ao presidente da Central Única dos Trabalhadores, Sr. Wagner Freitas, que também ajudou não só na construção dessa história, mas em conjunto com diversos sindicatos. Ele fará uma saudação representando todos os sindicatos, todas as entidades parceiras do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região nestes 90 anos de luta.

Com a palavra o Sr. Wagner Freitas, Presidente da CUT.

 

O SR. WAGNER FREITAS - Bom dia, companheiros; bom dia, companheiro Luiz Cláudio Marcolino, deputado estadual que muito orgulha a nossa categoria, nosso Sindicato, ex-presidente do Sindicato e proponente desta sessão; bom dia ao deputado Ricardo Berzoini; ao Sr. Gilmar Carneiro, à Sra. Juvandia; todos os companheiros que estão da executiva do Sindicato, e todos os funcionários, todos os diretores e parceiros que estão aqui presentes neste momento.

É uma honra poder falar e ocupar um espaço na tribuna da ALESP no ano que nós fazemos 90 anos. Poucos sindicatos no Brasil têm 90 anos. Noventa anos de história do Sindicato dos Bancários se confundem com a história da construção da classe trabalhadora brasileira. Muito além das coisas que nós fazemos no nosso Sindicato, esse Sindicato é um esteio para todos os demais sindicatos na construção da luta dos trabalhadores. E muito nós temos que fazer ainda. Muito nós temos que andar. A injustiça social no Brasil continua muito grande, há um fosso enorme causado por desmandos por 500 anos que, em 10 anos de um governo democrático popular, evidentemente não é possível se consertar tudo. A desigualdade ainda faz parte do Brasil, grandes diferenças a serem solucionadas. E esse Sindicato sempre teve comandando desde o início a construção de uma nova sociedade. Ele sempre fez um sindicalismo pensando nas mudanças sociais, em construções de novos paradigmas de justiça social e de valorização da classe trabalhadora e do trabalho de maneira geral.

É um dia extremamente importante, essa série de comemorações que nós estamos fazendo representa a importância que esse Sindicato tem para a história do Brasil, para a história da classe trabalhadora brasileira e que eu tenho muito orgulho de ser membro diretor deste Sindicato, e de ter construído minha trajetória política a partir das experiências e das lições aprendidas nesse Sindicato.

Parabéns a todos nós, todos os bancários, todos os funcionários que construíram o Sindicato ao longo da história, sua diretora. Temos uma mulher presidenta do Sindicato, que é outra coisa importantíssima; portanto, aos 90 anos do Sindicato, damos mais essa demonstração de modernidade, de reconhecimento da importância das mulheres na história desse País, tendo a companheira Juvandia Moreira Leite como presidenta do Sindicato. Cumprimentando a Juvandia, parabenizo todas as bancárias e bancários do Brasil. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Muito obrigado, Sr. Wagner Freitas, presidente da CUT.

Agora quero passar a palavra ao deputado estadual Marcos Martins, também ex-funcionário do Sindicato dos Bancários do estado de São Paulo, Osasco e Região, e hoje nosso colega na Assembleia Legislativa. É um deputado estadual atuante, hoje está também na Presidência da Comissão de Saúde aqui na Assembleia. Ontem, inclusive, fizemos uma atividade com o PT e a Comissão de Saúde, uma audiência pública belíssima com o ministro Padilha, não só nesse auditório, mas no auditório de trás e outro auditório aqui nesta Casa lotaram no dia de ontem. Quero parabenizar o deputado Marcos Martins, e está aberta a sua saudação.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Muito bom dia a todos, uma saudação fraterna, funcionários do Sindicato, diretores. Quero cumprimentar o deputado Luiz Cláudio Marcolino, autor da propositura; o Sr. Wagner Freitas, da CUT Nacional; a Sra. Juvandia Moreira Leite, atual presidenta do Sindico; o deputado federal Ricardo Berzoini, que foi presidente do Sindicato; e o Sr. Gilmar Carneiro. E em nome deles, saúdo a atual diretoria do Sindicato e todos os diretores que antecederam e que ajudaram na construção da história do Sindicato.

Eu participei um pouco, fui bancário durante um período curto, tentamos organizar a oposição sindical, e em 79, quando estava formado o movimento, nós ajudamos um pouco e depois nós fomos ajudar a organizar quando ganhou a oposição, nós fomos ajudar a organizar a Regional de Osasco. Porque não havia nada, nem sede, era tudo alugado e vivia que nem cigano, mudando de lugar para lugar. Bancário demorava para voltar ao Sindicato na Regional, não achava mais porque já tinha mudado, até a construção da sede. Hoje tem uma sede própria e várias lutas, piquetes, greves e movimentos, inclusive com a conquista do dia 13 de junho de 83, quando paralisamos a matriz do Bradesco, em Osasco. Treze de junho é feriado da cidade e o banco obrigava os seus funcionários a trabalharem. A partir daquela data, houve uma mudança e o feriado passou a ser reconhecido também para os bancários do Bradesco. Sem dúvida que a partir daquela paralisação o Sindicato passou a ser reconhecido. Lembro-me de que levávamos Folha Bancária e entregava para os bancários e o chão ficava forrado, porque tinham medo, uma grande parte tinha medo pela maneira que os bancários eram tratados e outro que ainda não havia o reconhecimento do Sindicato pelos bancários do Bradesco. A partir daquela data, o Sindicato passou a ser reconhecido. Com duras penas tivemos 18 meses de intervenção, logo um mês depois da paralisação do Bradesco, 18 meses de intervenção.

Eu comentava com o Paulo Salvador a questão da Folha Bancária, que ela continuou existindo, apesar da intervenção. Todas as máquinas do Sindicato foram apreendidas, os carros, e a Folha Bancária era rodada em branco e preto um quarto de uma folha e distribuído clandestinamente. Arrumava os pontos, deixava em bancas de jornais, botecos perto de bancos, restaurantes onde os bancários se alimentavam, e pedia para os bancários levarem também e ela circulava dessa forma.

Acho que esse Sindicato deu uma contribuição importante naquela época em combate à ditadura pela redemocratização do país e a solidariedade a outras categorias, que foi uma coisa muito importante. Lembro-me de ter participado de diversas greves de metalúrgicos, derivados de petróleo, sempre havia uma solidariedade com outras categorias.

Quero cumprimentar a todos por esses 90 anos que nós também nos achamos incluídos nessa batalha nesses 90 anos, espero que continue por muitos 90 anos e a categoria vai tendo mais conquistas a cada dia que passa. Um grande abraço a todos e viva os bancários. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Muito obrigado, deputado estadual Marcos Martins.

Vamos passar a palavra ainda nessa fase de abertura ao deputado federal Ricardo Berzoini, representando todos os deputados federais nesta Sessão Solene de Homenagem de 90 anos ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e, na sequência, iniciaremos as homenagens.

Lembrando que esta sessão irá ao ar no domingo, às 21 horas, pela TV Assembleia.

Com a palavra o deputado federal Ricardo Berzoini.

 

O SR. RICARDO BERZOINI - Obrigado, deputado Luiz Cláudio Marcolino, nosso grande amigo, que foi um extraordinário presidente do Sindicato e que teve a iniciativa de convocar esta sessão, como nós convocamos em Brasília, no plenário da Câmara dos Deputados, a Sessão Solene em Homenagem aos 90 anos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Além de cumprimentar Luiz Cláudio Marcolino, cumprimento o deputado estadual Marcos Martins, que não é só funcionário do Sindicato, mas uma liderança dos bancários. Sempre muito presente em Osasco, onde foi vereador, onde teve uma militância muito intensa, mas o Marcos sempre foi uma pessoa extremamente solidária, presente e participante nas atividades dos bancários.

Cumprimentar o Sr. Wagner Freitas, presidente da CUT, que nos dá a honra de representar o conjunto da classe trabalhadora hoje como presidente da Central Única dos Trabalhadores. Nosso querido Alemão, presidente da Fetec; o companheiro Paulo Salvador, da Rede Brasileira Atual; companheiro Camilo, da Fubesp; companheiro Flávio, da Bancred; companheiros do Projeto Travessia, que temos vários dirigentes aqui; cumprimentar também a companheira Cidinha, que representa nesta solenidade a importância dos funcionários do Sindicato dos Bancários na construção da entidade junto com os dirigentes.

E cumprimentar a presidenta Juvandia Moreira Leite, como primeira mulher a presidir o Sindicato, mostra que o Sindicato levou muito tempo para superar o machismo, levou muitos anos para chegar a ter uma companheira na Presidência. Mas você tem tido postura desde antes da Secretaria Geral, que só nos faz reconhecer o atraso que foi esperar tanto tempo para ter uma mulher na Presidência. Segundo a Juvandia disse, e eu já disse algumas vezes, daqui a uns 90 anos os homens vão poder lutar para presidir de novo o Sindicato.

Quero dizer muito rapidamente que pra mim foi uma grande alegria poder, com 20 e poucos anos de idade, decidir ser militante sindical. Eu decidi, cheguei à conclusão de que aquela era uma postura que eu tinha que assumir. Ainda na ditadura militar, eu era simpatizante, já filiado ao PT, porque me filiei ao PT logo após a fundação, eu me identificava muito com o discurso do Lula.

Já era filiado ao PT, já era sindicalizado, mas não era militante, eu tinha outras tarefas no dia a dia, já era casado na época, cuidava dos filhos, da mulher, tinha todo esse conjunto de atividades. Mas um dia, quando teve a greve, a convocação da Greve Geral de 83, decidi tornar-me militante, comecei a frequentar as reuniões, as assembleias, participar ativamente; certamente essa decisão teve como principal motivo a percepção de que ninguém consegue nada sozinho, a luta coletiva é que muda a história da humanidade. Somente a luta coletiva, desde a antiguidade, é que muda a história da humanidade. Nesses 30 anos de militância que eu estou comemorando este ano também, foi em 1983, eu passei uma boa parte das minhas atividades políticas militando no Sindicato, depois como dirigente, depois como parlamentar, que só decidiu ser candidato a partir da decisão de um companheiro de maior valor que presidiu também o Sindicato e que está lutando bravamente contra talvez as mais terríveis das doenças, o câncer. Mas está lutando e resistindo, e que certamente vai estar conosco em muitas ocasiões, o companheiro Luiz Gushiken, merecedor do nosso reconhecimento e apreço, até porque além de enfrentar a doença teve que enfrentar a injustiça de uma denúncia sem fundamentos, que felizmente no caso dele foi reconhecida pela própria Procuradoria Geral da República e pelo Supremo Tribunal Federal. Lamentavelmente no caso de outros companheiros não houve o mesmo reconhecimento em relação a essas denúncias.

Lembro-me, Gilmar, de que em 1988 nós fizemos uma greve, e quando terminou a greve naquela época, tinha bem delimitado o acordo dos bancos privados e o acordo do Banco do Brasil e da Caixa do Banespa, quando terminou a greve os bancários comemoraram muito.

Saí daquela assembleia com uma ponta de tristeza porque a comemoração era muito grande, mas o piso da categoria com aquela luta toda, enfrentando a polícia, enfrentando todas as dificuldades, chegou a 200 dólares em 1988. Quem quiser, quem tiver curiosidade pegue a Folha Bancária, pegue a cotação do dólar e veja que eu não estou exagerando. Eram 200 dólares. Estava fazendo as contas aqui hoje, naquela época não tinha ticket refeição e nem alimentação na convenção. O ticket refeição só veio em 90, na convenção, depois foi unificado em 91. O ticket alimentação só veio em 94 e a PLR em 95. Naquela época eram 200 dólares, hoje se somar a remuneração mensal entre salário e o ticket refeição e alimentação, dá 1.150 dólares. Isso é resultado da luta da categoria com o Sindicato combativo, que conseguiu sair de uma remuneração de 200 dólares para 1.150, e ainda tem na média 2 salários por ano que é o PLR, alguns tem até mais que 2 salários por ano de PLR. Sem contar outras conquistas importantes, a discussão do assédio moral, discussão do salário maternidade e várias outras questões importantes.

Fico muito feliz de ter participado de um período diretamente como dirigente, sinto-me até hoje como dirigente sindical da categoria, sempre me referencio para a minha atividade parlamentar daquilo que é o debate dos bancários e dos trabalhadores em geral. Tenho certeza que esse Sindicato, pela sua presença na história do Brasil, pela sua capacidade de enfrentamento, é talvez um dos três ou quatro sindicatos do Brasil em termos de presença, importância e capacidade de articulação política.

Na construção da CUT eu diria que ele foi talvez o mais importante, porque como os bancários estavam com estrutura de organização nacional e uma capilaridade muito grande, nós conseguimos via bancários, professores e outras categorias nacionais, conseguimos colocar a CUT em cada Estado deste país, em cada cidade para que a Central Única dos Trabalhadores, hoje presidida por um bancário, fosse aquilo que é hoje.

Para encerrar, quero dizer que foi muito bom ouvir aqui a Banda da Polícia Militar tocando o Hino Nacional. A nossa relação com a Polícia Militar é mais com a Tropa de Choque do que com a Banda, mas a Banda é muito mais agradável do que o cassetete, quando tem uma greve e o interdito proibitório. Um abraço a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Muito obrigado, deputado federal Ricardo Berzoini.

Passando a fase das saudações iniciais, nós vamos começar agora a fase das homenagens. Lembrando que essa Sessão Solene será transmitida pela TV ALESP no próximo domingo, dia 21, às 21 horas, pelos canais 13 NET, 66 da TVA E 61.2 da TV Digital Aberta.

Esse Sindicato sempre foi construído pelas suas direções, pelas parcerias com diversas entidades, como disse o deputado Ricardo Berzoini e o Sr. Wagner Freitas, presidente da CUT Nacional, mas também com a participação ativa dos bancários todos os anos. Mas sempre com uma atenção especial de todos os funcionários da nossa entidade. No Sindicato nós sempre comentávamos, os dirigentes passam e os funcionários ficam, e nós passamos, alguns ficaram, o Sr. Luiz Gushiken, o Sr. Gilmar Carneiro, o Sr. Ricardo Berzoini, o Sr. João Vaccari Neto, eu, hoje está a Sra. Juvandia Moreira Leite. E nós fizemos questão nesta sessão solene de homenagear duas pessoas, infelizmente uma delas não está presente, mas são duas pessoas que passaram praticamente por quase todos os ex-presidentes.

Uma que está com a gente hoje, a Cidinha, Sra. Aparecida Venâncio, já quero chamar aqui para fazer a homenagem a Cidinha. (Palmas.) Enquanto a Cidinha desce para fazer as suas palavras representando cada um de vocês, que são funcionários do Sindicato presentes, também essa outra palavra de reconhecimento ao Sr. Domingos Frave, e tanto na placa dele como da Cidinha está escrito: “Pelo esforço, lealdade e comprometimento ao longo de anos de trabalho dedicados aos bancários de São Paulo, Osasco e Região. Características que marcam o quadro de funcionários e ex-funcionários do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região em seus 90 Anos de luta pelo fortalecimento da democracia no Brasil, pela inclusão social e ampliação dos diretos para os trabalhadores brasileiros. São Paulo, 19 de abril de 2013”.

Com a palavra os funcionários do Sindicato, com a Cidinha, Sra. Aparecida Venâncio.

 

* * *

 

- É feita a entrega da homenagem.

 

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A SRA. APARECIDA VENÂNCIO - Em primeiro lugar, quero agradecer a Casa por essa oportunidade, agradecer o deputado Luiz Cláudio Marcolino que, como cidadã, ele me representa também nesta Casa e agradecer a toda diretoria do Sindicato.

Quero dizer que estou muito emocionada e é um orgulho muito grande representar os funcionários e ser homenageada em nome deles. Ao longo dos meus 30 anos, eu aprendi que cada um virou um militante. O menino da contabilidade, o menino das finanças, o menino do suporte, enfim, não importa qual é a função, não importa qual é a especificação dele. Na campanha salarial, ele também é um militante e ele cumpre os dois papéis, o de funcionário e o de militante.

E só faz isso porque vale à pena, porque tem uma diretoria, se não tivesse, ele não iria, porque ele acredita na diretoria. Ao longo desses anos, a história do Sindicato sempre foi assim, o funcionalismo é o reflexo da diretoria, sempre. Às vezes ele fica bravo, às vezes fica mal criado e a diretoria também, mas os dois fazem parte do mesmo time e, como diz a meninada, é tudo junto e misturado na hora da briga.

Com muito orgulho, digo que eu trabalhei mais de 30 anos nesse Sindicato, que sai sentindo muito amor pelo Sindicato e por tudo. Trabalhei com todos os presidentes, isso pra mim é muito orgulho, todos eles maravilhosos, claro, dia a dia não é tão maravilhoso, mas valeu à pena sempre. Porque são pessoas comprometidas, sérias, valia à pena ficar até mais tarde, valia à pena acordar aos domingo mais cedo. Cada um desses presidentes eu tive o privilégio de ver do outro lado, e eles são pais, tem esposas, tem supermercado que nem sempre dão conta de fazer, são pessoas que se dedicaram, dedicaram a vida deles. Eu digo sempre assim, são todos os meus meninos, porque eu criei uma espécie de amor por eles. Assim como eu tenho pelo Sindicato, pelo funcionalismo, do qual tenho muito orgulho de ter feito parte e hoje agradeço muito esta homenagem. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Nós temos aqui funcionários com um ano de Casa, funcionários com cinco, funcionários com dez, com quinze, e essa fala da Cidinha representa a nossa ação também no dia a dia. Seja o pessoal que está no administrativo interno, seja o pessoal que está na rua, nós sabemos que no momento da greve, no momento da mobilização, no momento da organização, cada um de vocês não mede esforços para estar junto nessa ação. Portanto, com essa fala da Cidinha, eu espero que vocês se sintam representados nesta sessão solene, nesta homenagem aos funcionários pelos 90 anos. Parabéns. (Palmas.)

O Sr. Domingos Frave pediu desculpas porque está viajando agora pela manhã para o Nordeste, na casa do Zeca. Ele queria estar presente, mas estava com viagem marcada e por isso não pode estar presente.

Seguindo as nossas homenagens, quero chamar agora para ser homenageado um ex-presidente do Sindicato, Sr. Gilmar Carneiro, que todo mundo lembra-se das suas movimentações, seja no Sindicato, seja na CUT, o “Nego Véio”, que todo mundo quando ele não conhece alguém, “Nego Véio” é uma forma carinhosa de tratar também todos os diretores e todos os funcionários, todos os bancários.

No nosso cotidiano, tentamos trabalhar e conversar com todos pelo nome, mas nem sempre conseguimos chamar todos pelos nomes, e isso não é só você, Gilmar. Começamos construindo relações, às vezes conseguimos conhecer todo mundo, tentamos construir uma relação afetiva com todo mundo, mas nem sempre conseguimos chamar todo mundo pelo nome. Essa marca do Gilmar ficou muito mais pelo carinho que ele construiu com cada um de vocês, “Nego Véio”. Mas foi um grande dirigente, ele fez mudanças significativas na gestão do Sindicato. Quando ele foi presidente do Sindicato, era também da CUT; na época discutíamos e fazíamos algumas mudanças necessárias e ele, junto com o Berzoini, como secretário geral, que fizeram com que o nosso Sindicato tivesse aproximação com os bancos públicos e os bancos privados.

Se hoje nós temos a Juvandia como presidenta de banco privado, foi nessa gestão do Berzoini e do Gilmar Carneiro, o Gilmar como presidente, que eles nos alertaram e colocaram a necessidade e a importância de organizar os bancos privados no Sindicato, Bradesco, Itaú, Unibanco, Nacional, na época ainda o Bamerindus. Nós começamos a partir dali a ter uma organização efetiva nos bancos privados e hoje os bancos privados têm uma organização tão forte como tem o Banco do Brasil, como tem a CEF, como tem o Banespa. Sempre que eu falo Banespa, ele teve uma organização muito importante hoje como Santander, mas os bancos privados começaram a ser organizados a partir desses dois presidentes, Gilmar Carneiro e Ricardo Berzoini.

Quero fazer essa homenagem singela ao Gilmar Carneiro. Além de ser ex-presidente, é meu amigo, temos uma boa proximidade e quero homenageá-lo neste momento. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Lembrando que esta sessão solene vai ao ar no próximo domingo, dia 21, às 21 horas, canal 13 da NET, 66 da TVA, 61.2 da TV Digital Aberta.

Com a palavrao Sr. Gilmar Carneiro.

 

O SR. GILMAR CARNEIRO - Muito bem. Eu espero que eu não possa ser processado por preconceito por chamar as pessoas de “Nego Véio, Nega Véia”, não é politicamente incorreto, vai morrer assim.

Quero agradecer ao deputado Luiz Cláudio Marcolino, ao pessoal da Assembleia Legislativa. Estava brincando com o Ricardo, que a nossa convivência na época da Assembleia Legislativa sempre foi traumática, seja na época do Maluf, seja na época da privatização do Banespa, seja na época das campanhas salariais dos funcionários públicos estaduais, dos professores, da Apeoesp, dos servidores em geral, sempre foi muito tensa.

A imagem que se tem da Assembleia Legislativa é de uma coisa distante de tudo. Algo distante do próprio povo do estado de São Paulo. E nós tivemos com o Lucas Buzzato, num mandato por um bom período, mas quem aproximou mais a Assembleia Legislativa dos bancários é o estilo do Luiz Cláudio, essa obsessão de trabalhar 24 horas por dia, de domingo a domingo, trazendo o pessoal aqui, levando o pessoal para gabinete, para Vargem Grande, para todo canto da cidade, para a Zona Norte no dia do feriado municipal, sem comer, sem nada. Mas vamos criando essa intimidade com a Casa, e talvez pensando em fazer um novo visual da Casa, um novo desenho da Casa para ser mais aberta, para estar mais integrada.

Eu até tinha brincado na nossa festa que eu queria um livro a mais para mandar para minha mãe, que faz 90 anos no dia nove de maio. Eu mandei por Sedex, paguei 54 reais para mandar o livro para minha mãe, e meus irmãos adoraram o livro, é um livro muito bem feito dos 90 anos do Sindicato. Isso é muito importante porque em 78, quando eu fui preso dentro do Banco do Brasil pela Polícia Federal, pelo Dops, quando eu saí da prisão já me avisaram: liga para a sua mãe porque ela está sabendo que você está preso, em 78. Como ela sabia se estava em Serrinha, no interior da Bahia? Ela sabia porque tinha saído nas rádios que a greve dos bancários deu muita prisão e tudo, e eu era isca de polícia, eu adorava pegar o microfone e ir para a rua e esculhambar com a ditadura, com o Maluf, com tudo isso e prendi, soltava. Acho que é essa a característica do nosso Sindicato. No dia que tivermos medo de ir para a porta do banco, de sair com carrinho de som falando na rua, temos que fechar o Sindicato, porque então o Sindicato não servirá pra nada.

Uma Assembleia Legislativa também é para isso, é para ser uma caixa de ressonância do clamor do povo. Temos a Fetec, a CUT, mas todo lugar que eu vou com o Wagner é para mobilizar a população, para que as Câmaras Municipais, as Assembleias Legislativas e o Congresso Nacional estejam a serviço do povo. O problema do Brasil não é ter 40, 50 partidos, mas é ter partidos que funcionem. É ter parlamentares que funcionem. O Luiz Cláudio, o Ricardo e o Marcos Martins, que é nosso piqueteiro dos velhos tempos do Bradesco, tem dado bons exemplos nisso, nós esperamos que floresçam mais quadros aqui na Assembleia Legislativa na categoria bancária, e que continuemos melhorando não só o Brasil, mas o mundo. Vai ter um Seminário Internacional no Sindicato semana que vem e todos pegam o nosso Sindicato como referência.

Uma das coisas que eu mandei dizer para minha mãe foi isso, dos 90 anos eu tenho 34 anos aqui; do plenário todo eu devo ser o mais velho de vivência, eu já falei para a Raquel, no dia que eu morrer, quando estiver o lustre balançando, é que eu vou reclamar de alguma coisa que não está boa dentro do Sindicato. Vai ter uma identificação com o Sindicato, a categoria é muito grande.

Obrigado a vocês. Eu tenho mais 40 anos de vida para perturbar vocês no dia a dia do Sindicado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Está certo, Gilmar. A nossa vida está apenas começando.

Na sequência, temos que chamar mais ex-presidentes, mas eu vou pular o Cerimonial e também vou fazer entrega da placa ao deputado federal Ricardo Berzoini. O mandato dos dois, tanto o Berzoini, como o Gilmar, foi muito entrelaçado. O Gilmar estava cuidando da CUT como presidente, você como secretário geral do Sindicato, e na nossa gestão foi quando o Ricardo começou como secretário geral, e o Gilmar como presidente, em 91. Foi uma gestão que saiu, teve uma ampliação da diretoria para 88, e foi uma eleição muito difícil, onde a diferença entre a chapa vitoriosa e as eleições de 91 e a chapa 2, houve uma diferença muito tênue. Metade da diretoria estava numa chapa, e metade na outra. Muita gente que estava na chapa ainda não tinha experiência no movimento sindical, muitos vieram praticamente direto do banco para ser dirigente sindical, tínhamos experiências antigas com movimentos sociais, movimentos estudantis, mas não eram pessoas que já tinham uma atuação muito forte no banco, porque houve uma mudança muito grande. Nós aprendemos muito um com o outro. O Ricardo Berzoini e o Gilmar Carneiro foram as pessoas que nos ajudaram a mostrar o caminho de como fazer um sindicalismo combativo na cidade, no estado de São Paulo.

Hoje nós ainda temos da nossa geração, não é Clarice? Nós começamos em 1991, eu, a Clarice e o Wagner Freitas, que está hoje na nossa sessão solene. Hoje a Clarice está na Bancred, o Wagner na CUT Nacional, e eu estou aqui como deputado estadual. É importante essa referência, porque as ações que eu vou fazendo, como eu disse, os dirigentes vão passando e os funcionários vem construindo com a gente, muitos vão ficando, mas vem construindo outros espaços também na sociedade.

Essa Assembleia é a Casa do Povo, uma Casa que deveria ser do povo. Nós estamos trabalhando cada vez mais para abri-la a cada um de vocês. Essa gestão que tivemos do Berzoini foi um pouco dessa combinação, muita gente aprendendo, muita gente conseguindo olhar para o futuro, muita gente olhando pra frente, construindo esse futuro, mas olhando que era necessário ter um diálogo com o Sindicato Cidadão, e foi isso que aprendemos com vocês, Berzoini e Gilmar. E então falam que foi combinado secretário geral, depois presidente por quase dois mandatos, o Berzoini, o que nos ajudou muito na construção dessa história do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Portanto, quero homenageá-lo por todos os serviços prestados a nossa entidade. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - É que o Berzoini tinha feito uma saudação como deputado federal e agora como homenageado.

Aproveitando o Ricardo, quem aqui ainda não tinha vindo à Assembleia Legislativa? Quem está vindo aqui pela primeira vez à Assembleia? É muito importante esse momento, as pessoas virem até aqui para demonstrar que esse espaço também é de vocês.

Com a palavra o Sr. Ricardo Berzoini.

 

O SR. RICARDO BERZOINI - Quero dizer que o Luiz Cláudio tem razão; de certa forma, quando eu entrei na diretoria do Sindicato, acabei entrando direto pela executiva, porque o companheiro Sergio Rosa, que era o nome natural para a Secretaria de Impressa, não quis continuar naquele mandato e era uma vaga que estava mais ou menos conversada para alguém do Banco do Brasil. Eu fui direto para a executiva e aprendi a admirar o Gilmar, admirar sua competência, sua determinação. Em 90, quando teve uma crise na diretoria, eu acabei sendo escolhido para ir para a Secretaria Geral, então nós formamos uma dobradinha, porque o Gilmar na época estava muito empenhado como secretário geral da CUT, na consolidação da Central Única dos Trabalhadores. Essas quatro gestões, duas do Gilmar e duas minhas, formam uma continuidade só.

O grande mérito do Sindicato, com 34 anos de gestões cutistas, até mesmo antes da CUT existir, nós conseguimos fazer sempre a sucessão presidencial de uma maneira madura. Madura em homenagem ao Nicolas Maduro, da Venezuela, presidente que sucedeu Chaves.

Porque fazer sucessão é uma arte. Fazer a sucessão de várias gerações de dirigentes sem que houvesse, salvo a eleição de 1991, uma situação traumática, uma situação de racha efetivamente, é uma arte. Nós conseguimos nesse processo ter o Augusto e depois, em um processo tranqüilo, vieram o Gushiken e o Gilmar. Depois teve a sucessão do Gilmar que teve aquela crise; mas posteriormente eu, Vaccari, Marcolino e Juvandia, sempre num processo de maturidade e de naturalidade na diretoria. Mesmo quando há dois ou três nomes disputando, se constrói a perspectiva de encontrar um nome que possa representar a todos na Presidência, já que a Presidência é a face externa, é a face pública do Sindicato.

Quero agradecer essa homenagem que o deputado Luiz Cláudio Marcolino nos faz neste momento, dizendo que do ponto de vista da história do movimento sindical, nós somos referência inclusive nesse aspecto, de construir sucessões negociadas e amadurecidas, através da reflexão de todos os dirigentes, e também com uma participação ativa dos funcionários. Obrigado, deputado Luiz Cláudio Marcolino, pela homenagem, vai ficar no meu gabinete em local de destaque. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Muito obrigado, Ricardo Berzoini, nós que agradecemos.

Eu vou passar agora às mãos da Juvandia, nossa atual presidenta, como o Ricardo disse, que a gente vem fazendo sucessivas gestões, e sempre fazendo de forma tranquila, de forma discutida, construída, que não houvesse internamente problemas nas suas sucessões.

Quero pedir a vocês uma salva de palmas, mesmo não estando presente o Sr. Luiz Gushiken, (Palmas.) para o Sr. Augusto Campos, (Palmas.) e para o Sr. João Vaccari Neto. (Palmas.) São os três presidentes e vou passar para a mão da Sra. Juvandia Moreira Leite. Depois faremos a entrega ao Sr. Luiz Gushiken, ao Sr. Augusto Campos e ao Sr. João Vaccari Neto.

 

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- É feita a entrega das homenagens.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Quero pedir novamente uma salva de palmas a cada um deles, principalmente ao Augusto, ao Gilmar, ao Gushiken, ao Ricardo. Mas principalmente ao Sr. Luiz Gushiken, o deputado Ricardo Berzoini o cumprimentou rapidamente, no dia que o Lula esteve presente conosco o Gushiken passou por mais uma cirurgia, foram 6 horas de cirurgia, mas nós recebemos o informe ontem de que ele está melhor, recuperado, a cirurgia foi muito bem. Estive com o Gushiken mais ou menos um mês atrás, e é importante a lucidez e o olhar de futuro que eu falo, que muitas vezes acabamos tendo de ter essa responsabilidade de, junto com vocês, ir construindo perspectivas de futuro. Mesmo com toda a doença que tem o acometido, Gushiken continua tendo essa mesma disposição, essa mesma luta. Ele não perdeu a condição de luta, isso é muito importante. E será importante também, e ele se comprometeu, vamos ver se conseguimos construir um diálogo com ele também, ele não pôde vir à festa dos 90 anos, mas ele se colocou à disposição para tentar fazer no próximo período um diálogo com a diretoria. Ele já fez em outros momentos, mas ele quer voltar a conversar com vocês. Mais uma vez, quero reforçar os nossos parabéns pela gestão do Luiz Gushiken, do nosso companheiro Augusto Campos, e do João Vaccari Neto, que foram três presidentes muito importantes nesses 90 anos do nosso Sindicato. Parabéns a cada um de vocês que por aqui passaram. (Palmas.)

Antes de passar a homenagem à Ju, quero fazer uma homenagem ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região para todos os diretores, para todas as diretoras, funcionários, funcionárias. “Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, fortalecendo a democracia. A Assembleia Legislativa de São Paulo, por iniciativa do deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino, presta homenagem ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região pelos seus 90 Anos de história em defesa do fortalecimento da democracia no Brasil, pela inclusão social e ampliação dos direitos para os trabalhadores e trabalhadoras do estado de São Paulo. 19 de Abril de 2013, deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino. Assembleia Legislativa”.

Quero chamar aqui, junto com a Juvandia Moreira Leite, a executiva do Sindicato para que possamos entregar a placa dos 90 anos do nosso Sindicato. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Seguindo a sequência das homenagens, queremos fazer uma homenagem à Sra. Juvandia Moreira Leite. Quero dar um testemunho do mesmo jeito, Ju, que o Berzoini e o Gilmar durante o período da década de 90, nos primeiros anos, trabalharam muito juntos. Quando eu assumi a Presidência do Sindicato, em 2004, a Juvandia também assumia a Secretaria Geral do Sindicato. E quando eu estava como secretário geral a Juvandia também estava na executiva do Sindicato. Tanto a minha geração quanto a da Juvandia, foi uma geração que passou pelos três presidentes, pelo menos os dois que estão aqui mais o Vaccari. Quando olhávamos para trás e víamos toda ação que os dois tinham desenvolvido, toda a representatividade que os três já tinham, falávamos: e agora? Como é que fazemos para conduzir esse Sindicato de 88 diretores, de mais de 200 funcionários, tendo que ajudar a construir os bancários no Estado, ajudar a construir os bancários no Brasil? E então conversávamos muito.

Do mesmo jeito que eu construí uma relação de amizade com o Gilmar, sempre tivemos uma relação muito boa também com o Vaccari, com o Berzoini. Com a Juvandia nós convivíamos muito tempo juntos, tanto eu no Itaú como a Juvandia no Bradesco. Fomos construindo uma sinergia na forma de tocar o Sindicato, cada um sabendo do seu papel, cada um sabendo como tinha que desenvolver as ações. As nossas ações eram sempre muito discutidas, muito combinadas, e conversávamos bastante para ter e construir um Sindicato cada vez mais coeso.

Acho que tanto a nossa gestão como presidente, como a gestão dela como secretária geral, e eu estou falando muito mais dela como secretária geral porque eu no meu último ano como Presidente ela como Presidenta eu já não estava, já estava como deputado estadual, mas continuei acompanhando toda gestão, percebemos que a capacidade dela não só de fazer um diálogo interno com a gestão, mas também de construir um diálogo também externo para outras entidades.

Minha relação tem se construído, lá atrás começamos, ela como secretária geral, eu como Presidente, a Ivone como tesoureira do nosso Sindicato, quando começamos a discutir a questão da Rede Brasil Atual, lá atrás começamos a construir uma relação mais forte com o Sindicato dos Metalúrgicos. E essa vinda do Lula, por diversas vezes ter vindo ao Sindicato, tem muito a ver também com essa dinâmica que a Juvandia tem conseguido construir, dialogando com os metalúrgicos, dialogando com o presidente Lula. Nós estamos consolidando aquela gestão que o Ricardo e o Gilmar prepararam lá atrás do diálogo com a sociedade.

Como eu disse, nós trabalhamos num projeto. Quando eu fiquei seis anos no Sindicato não foi uma gestão individual, foi uma gestão coletiva. A Juvandia tem mais seis anos na Presidência, é uma gestão coletiva como teve o Gilmar, como teve o Berzoini. Nesse momento o que é importante para todos nós é que sempre tivemos funcionários muito próximos da diretoria, sempre atuando de forma coletiva e sempre olhando pra frente. Agora a Juvandia está no seu segundo ano de mandato, tem feito também duas belíssimas negociações, tem conseguido trazer mais direitos para a categoria bancária, como nós fizemos durante seis anos. Mas é sempre importante ter a unidade do Sindicato entre os diretores e entre os funcionários. Seja em relação ao núcleo da executiva, seja em relação ao conjunto dos 88, é muito importante que todos os funcionários dêem essa força.

Como eu disse, quando eu virei secretário geral e depois Presidente, nós falávamos: o que vamos fazer? Com esse Sindicato com 88 diretores, mais de 200 funcionários, com 134 mil bancários, é necessário muito apoio dos funcionários. Os funcionários nunca negaram o apoio para que fizéssemos a gestão da unidade. Como Presidenta do Sindicato, a Juvandia Moreira Leite tem feito um trabalho belíssimo e pela construção que ela tem conseguido fazer, porque para trazer o Lula duas, três vezes como ela já conseguiu trazer nesse curto espaço de tempo na Presidência, não é para qualquer presidente. A relação está sendo construída, e quando falamos nessa construção é uma construção de olhar de longo prazo.

Cada funcionário, cada diretor aproveite esse momento, continue construindo a unidade. Juvandia, parabéns, por continuar construindo esse projeto belíssimo que é o do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que hoje completa 90 anos. Você tem conseguido fazer uma gestão que vai honrar muito todos os funcionários, diretores, e toda categoria bancária, e também os sindicatos que fazem parte dessa região. Parabéns por essa homenagem, e eu quero lhe homenagear pelo serviço prestado como presidenta e como diretora. Parabéns. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Enquanto a Juvandia vem para fazer as suas palavras, quero mais uma vez agradecer as pessoas presentes, Sra. Cidinha, Aparecida Venâncio, Sr. Carlos Damarildo, Sr. Neiva, Sra. Vera Marquioni, a Sra. Rita Berlofa, Sra. Raquel Kacelnicas, Sra. Maria Rosani Grogeruti, deputado Marcos Martins, Sr. Wagner Freitas. Aqui nós temos também o Sr. Sergio Paulo Ribeiro, representando o secretário do Emprego e do Trabalho, Sr. Carlos Andreu Ortiz; o Sr. Osmar F. de Paula, representando o Sindicato dos Transportes de São Paulo; tenente coronel Ricardo Bortoletto, representando o comandante geral da Polícia Militar, coronel PM Benedito Roberto Meira.

O prefeito Fernando Haddad mandou uma carta dizendo que não seria possível, mas nos parabenizou pela nossa atividade; o Tribunal de Contas do Município, Sr. Edson Simões, presidente; também o Sr. reitor da Universidade de São Paulo, Dr. João Grandino Rodas, também mandou parabenizações; e o deputado estadual Celino Cardoso. Também presente conosco o Sr. Daniel Reis, que também chegou aqui durante a sessão solene, quero pedir uma salva de palmas ao companheiro que muito nos ajudou nessa luta. (Palmas.)

Com a palavra a Sra. Presidenta Juvandia Moreira Leite.

 

A SRA. JUVANDIA MOREIRA LEITE - Bom dia a todos, companheiros e companheiras. Cumprimento aqui o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino, nosso companheiro, pessoa que eu tive o prazer de estar na gestão dele enquanto presidente e eu como secretária geral, muito orgulho, muita honra, aprendi muito com você.

Agradeço esta homenagem, que na verdade é para todos que construíram esses 90 anos de história. Todos os bancários e bancárias, todos os militantes que ao longo desses 90 anos estiveram em torno das lutas do Sindicato. Todos os funcionários e funcionárias, os dirigentes sindicais, as dirigentes sindicais atuais, todos neste momento estão sendo homenageados e agradecemos muito em nome de toda diretoria, todo quadro de funcionários do Sindicato, por esta homenagem que o deputado ex-presidente do Sindicato está fazendo para nossa entidade.

Cumprimentar aqui o deputado federal Ricardo Berzoini; o deputado estadual Marcos Martins, que é funcionário licenciado do Sindicato, também uma liderança importante, como o Berzoini falou, na região de Osasco, uma liderança que ao enfrentar, ao assumir essas novas responsabilidades nunca deixou a luta da categoria bancária, nunca deixou de estar conosco. E uma prova disso, em todas as campanhas salariais, todas as lutas importantes dos bancários na Cidade de Deus, todas as manifestações e atividades que fazemos, o companheiro Marcos Martins também está conosco. Eu agradeço essa dedicação e o parabenizo pela atuação aqui, assim como o nosso querido deputado Luiz Cláudio Marcolino, que também está em todas as lutas da categoria bancária, e com certeza representa bem o povo de São Paulo na Assembleia Legislativa. E nos dá muito orgulho da sua atuação, que é conhecida e reconhecida o seu esforço e dedicação aos interesses do povo do Estado de São Paulo. Os bancários sentem-se representados com sua atuação, assim como com a atuação do deputado Ricardo Berzoini na Câmara dos Deputados.

Cumprimentar meu querido companheiro Gilmar Carneiro, também ex-presidente do Sindicato, e que deixou para a categoria bancária e para esses novos militantes um exemplo de que temos que seguir nessa luta. Essa dedicação não só aos bancários, mas à classe trabalhadora. Esteve na CUT ajudando a fortalecer e a construir a Central Única dos Trabalhadores. Sendo essa referência que os bancários sabem que, ao longo desses 90 anos de história, uma das marcas fortes da nossa categoria é não só atuar voltada e pensando nos interesses corporativos da categoria, mas sabendo que precisamos fortalecer os direitos da classe trabalhadora, fortalecer a organização da classe trabalhadora para que todo mundo possa avançar e para que tenhamos de fato uma sociedade melhor.

Cumprimentar o Wagner Freitas, presidente da CUT que também é um bancário de São Paulo, é o primeiro bancário na Presidência da CUT, talvez o primeiro bancário na Presidência de uma Central Sindical, e a quinta maior Central do mundo. E que também teve, que esse Sindicato teve uma grande atuação para criar a CUT, para fortalecer a CUT para ela ser hoje a grande Central Sindical que ela é.

Cumprimentar todos os diretores aqui da executiva e da diretoria do Sindicato que estão presentes aqui neste ato de homenagem. Companheiro Alemão, presidente da nossa Federação, que nos ajuda a organizar os bancários no estado de São Paulo; todos os companheiros; Camilo, presidente da Fudet; o Flávio, presidente da nossa Cooperativa de Crédito; o Paulo Salvador, diretor do Sindicato e responsável por tocar a Rede Brasil Atual.

E dizer que por esses 90 anos de história do Sindicato estamos comemorando, tendo oportunidade de comemorar. Tendo a felicidade de comemorar esses 90 anos aprendemos cada vez mais com a nossa história. É importante aprendermos com a nossa história, porque ela nos ensina, nos dá a referência de quem nós somos e o que nós precisamos fazer para continuar com as nossas lutas. Para isso temos feito muitas atividades com os bancários. Nós fizemos um livro para comemorar essa história, esses 90 anos de história, para que os bancários conheçam bem a história da sua organização de classe, as lutas, para que saibam que tudo que temos hoje é resultado dessas lutas. Só conhecendo essa história que eles vão entender que precisam continuar lutando, não só para fortalecer os direitos da categoria bancária, mas também para fortalecer os direitos da classe trabalhadora. Saibam que esse Sindicato é um exemplo na construção dessas lutas.

Desde o começo do século, desde o século passado, desde que fomos criado, até o presente momento, o Sindicato passou por cinco intervenções. Sempre no momento de ditadura, sempre no momento que a democracia estava sendo ameaçada, o Sindicato passou por intervenção. Por quê? Porque sempre teve uma atuação pautada na luta geral da classe trabalhadora. Porque sempre lutou para fortalecer a democracia, sempre lutou para que o nosso país vivesse e tivesse uma democracia forte. Isso que nos mostra esses 90 anos de história. Em 1936, o Sindicato passou pela primeira intervenção, em 39, em 47, em 64 e em 1983. Exatamente porque tinha uma diretoria e um corpo de funcionários bastante preocupados em construir um país mais justo, solidário, democrático, fortalecer os princípios da democracia que passamos por isso. Porque era um sindicato atuante, é e vai continuar sendo um sindicato muito atuante e com essa atuação cidadã, pensando para além dos interesses corporativos, mas buscando também fortalecer as classes trabalhadoras.

Nas lutas gerais dos trabalhadores vemos a presença do Sindicato. As bandeiras gerais do Sindicato nesses 90 anos mostram isso, mostram a preocupação do Sindicato com a sociedade brasileira. Mostra a preocupação do Sindicato com a construção e fortalecimento da democracia no nosso país. É fundamental sabermos, é fundamental que a nossa categoria conheça. Uma categoria que muda, é claro, nesses 90 anos tem mudado bastante, não só os processos de trabalho, a característica dos trabalhadores, e tem gente que nesses últimos anos, nesses 10 anos já teve uma grande renovação na categoria bancária. Se você pegar os bancos públicos tem em torno de 60, 70% de renovação, de pessoas novas que entraram nos bancos por conta das pessoas que se aposentaram e por conta da ampliação do quadro de funcionários que aconteceu desde o governo Lula para cá. Isso trouxe muita gente nova na categoria que não conhece a história, não sabe Berzoini que foi na tua gestão que se conquistou o vale alimentação. Foi luta. Não sabe que na tua gestão que unificou o vale refeição valor igual para todo mundo, porque tinha valores diferentes. Gestão do Gilmar não sabem que conquistamos em 95 a PLR, mas foi resultado de luta. Todo ano recebe, e agora recebe com isenção, grande parte com isenção, grande parte de uma luta que fizemos no ano passado, mas essa é uma luta mais recente.

As pessoas não sabem das lutas que construímos ao longo da nossa história, entram no banco e acham que aquilo lá está dado, que é o banco que oferece aquele benefício, quando na verdade é uma conquista de uma organização, de uma categoria. E precisam saber disso para continuarem lutando para ampliar os direitos, tem que saber que esses direitos que eles tem é resultado dessa luta, dessa organização e do engajamento de todos para as conquistas.

Eles precisam saber que o reajuste, que o aumento que teve no salário mínimo, os bancários estavam envolvidos junto com a CUT nesta luta, que fez um acordo e tem reajustado todo ano o salário mínimo. A correção da Tabela do Imposto de Renda é reajustada todo ano como resultado do engajamento dos bancários nessa luta geral da classe trabalhadora, junto com a nossa Central Única dos Trabalhadores, que agora entregou uma pauta e tem as bandeiras colocadas, o fim do Fator Previdenciário, a redução da jornada legal de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais; os bancários também estão engajados nessa luta. Apesar de termos uma jornada menor do que a jornada legal, também estão engajados na luta porque sabem da importância de fortalecer as lutas da classe trabalhadora. Sabe que nós não somos uma ilha e sim parte de uma classe e precisamos ajudar a fortalecer as lutas gerais.

Sabem também da sua importância, das conquistas que temos, acabam virando referência para a classe trabalhadora. Nós conquistamos a ampliação da licença maternidade de 4 para 6 meses, somos certamente a primeira categoria de colocar isso em convenção coletiva nacional de trabalho, e o quanto isso foi importante para outras categorias que depois passaram a pautar nas suas campanhas salariais, colocar na pauta de reivindicação incluindo nos acordos coletivos. Sabemos que nossas lutas viram uma referência grande.

Tivemos em 2009 uma conquista importante, que foi a extensão dos direitos para os casais homo afetivos, ou seja, o plano de saúde e outros direitos que estão na convenção coletiva que acabam também virando uma referência. Para as pessoas conquistarem aquele direito tinham que ir a justiça, os bancários que também queriam conquistar esse direito tinham de ir a justiça. Hoje há a convenção coletiva que prevê esse direito e que virou referência para as outras categorias.

Acho que é essa a importância de estar comemorando esses 90 anos, agradecemos em nome de toda diretoria do Sindicato pela homenagem que a Assembleia Legislativa está fazendo a pedido do deputado Luiz Cláudio Marcolino; é uma grande honra comemorar aqui com vocês os 90 anos dessa entidade tão importante, não só para a categoria bancária, mas tão importante para o Brasil. É importante para a sociedade brasileira, é importante para a classe trabalhadora. E somos nós que temos que mostrar isso, nós que temos que comemorar essa história tão bonita. Nós temos que registrar a nossa história, ter orgulho dela e comemorá-la.

Agradecemos essa homenagem nesta Casa, que é a Casa do Povo do estado de São Paulo, onde o Sindicato está sediado, onde tem a sua base. São 16 municípios, sendo: São Paulo, Osasco, Barueri, Poti, Embu, Embu Guaçu, Jandira, Juquitiba, Santana do Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, São Lourenço da Serra, enfim, todos esses municípios da região que estão compondo a nossa base e tem bancada de bancários que visitamos periodicamente, estamos contando e comemorando essa história com todos.

Agradeço a homenagem em meu nome, em nome da diretoria do Sindicato, em nome dos bancários, a nossa base, e em nome de todos que ajudaram a construir essa história ao longo dos 90 anos. Todos os militantes, todos os parceiros, os outros sindicatos parceiros, o movimento social, também muito parceiro dos bancários; os bancários sempre se relacionaram muito com os outros sindicatos, com o movimento social, continua se relacionando e vai continuar se relacionando, porque temos orgulho dessa história. Continuaremos no rumo certo e ajudando a fortalecer as lutas gerais da classe trabalhadora.

Muito obrigado. Para encerrar eu quero quebrar o protocolo, e apesar de não ser a proponente da sessão, não ser deputada, não ser desta Casa, eu queria fazer uma homenagem a uma pessoa, eu tenho que subir para fazer essa homenagem. Homenagem a um também ex-presidente do Sindicato, uma pessoa responsável pela construção dessa história. Quero subir e fazer essa homenagem ao deputado Luiz Cláudio Marcolino, ex-presidente do Sindicato. Entregam uma placa para ele. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Primeiro agradecer essa homenagem. Já falei bastante, só quero ser um pouco mais breve.

Durante os meus seis anos na Presidência do Sindicatom, 2004 a 2010, eu posso dizer com tranquilidade que fiz muitos amigos no Sindicato, amigos de verdade. Porque às vezes falamos que tem aquele amigo que você frequenta a casa, sai para beber, viaja nos finais de semana. Mas a minha concepção de amizade não é só essa, acho que o amigo não é aquele que tem que estar o tempo todo junto com você, amigo é aquele com quem construímos sonhos, estruturamos perspectivas, que abrimos novos horizontes. Posso falar com a tranquilidade que na diretoria executiva, diretoria do Sindicato, com os funcionários que nós construímos muitos amigos. Justamente por essas construções de sonhos que todos nós que estamos aqui nesta Mesa, lutamos por isso, e sei que cada um de vocês que estão no plenário sempre lutaram muito por isso.

Na executiva do Sindicato passou comigo a Juvandia, que está hoje na Presidência, a Rita, a Ivone, o Daniel, que foram, que atuaram junto comigo no Núcleo Dirigente do Sindicato. Brigamos muito, eu, Rita, Raquel, Daniel, Juvandia e Ivone, mas sempre trabalhamos na perspectiva da construção. Isso vale para a executiva e isso vale para a diretoria. Quando eu falo nas brigas, são as brigas políticas; às vezes divergir é natural. Nós fazíamos as divergências, mas construir na ação política.

Nós também tivemos o Daniel, a Ana Tércia, o Paulo Salvador, o Valcir, o André, a Vera Marquioni, o Ernesto, o Hugo, a Raquel, a Ana Érica, a Clarice, o Sabóia, a Cidinha, o Piu-Piu e o Sergio Francisco. Esses foram alguns dos dirigentes que quando saí da Presidência do Sindicato, acabou dividindo comigo um pouco do Núcleo Dirigente.

Como diretor, funcionário ao longo desses 90 anos, ou ao longo do Augusto pra cá, de 79 até 2013, muitas vezes as pessoas não tem dimensão de um papel de um dirigente sindical, dos funcionários de uma entidade de um Sindicato como o nosso. O nosso Sindicato hoje tem 134 mil bancários, tem mais bancários na nossa base do que muitas cidades que eu tenho visitado no Estado ao longo desses dois anos. Tem cidades médias que tem menos habitantes do que nós temos no nosso Sindicato. A nossa tarefa é uma tarefa dura, é uma tarefa árdua, quando entrei no Sindicato eu tinha 20 anos, hoje eu estou com 42 anos e indo para 43 anos, estou ficando velhinho, mas eu posso falar que metade da minha vida foi no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Metade.

Hoje estamos trabalhando aqui na Assembleia de 14 a 16 horas por dia, quem está comigo na assessoria sabe o trabalho que estamos tendo aqui. No Sindicato não era diferente, eram 10, 12 horas todos os dias. E as pessoas me perguntam: e aí, Marcolino, como está? É o mesmo jeito? Como é o trabalho? O trabalho no parlamento hoje é tão importante como o trabalho que desenvolvemos no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região?

Comecei meu trabalho na Regional Jabaquara, depois secretário de formação, depois secretário geral, depois presidente do Sindicato; nesse período de 20 anos, as pessoas perguntam: se você pudesse fazer de novo, você faria? Eu faria com toda tranquilidade. Porque, como eu digo, no Sindicato eu construí muitos amigos, quer seja entre os dirigentes, quer seja entre os funcionários, e seja entre a categoria. Porque eu acho o que nós fizemos nesses 20 anos de construção de história, e eu falo nesses 20 anos que dialoga muito com a história de quem está nesta Mesa, lá atrás era o Gilmar em 91, depois o Ricardo, depois o Vaccari, eu e a Juvandia. Se eu tivesse que fazer de novo eu faria tudo novamente, porque eu sei que do mesmo jeito que eu pude contar com vocês nesses 20 anos, para os próximos 20 anos eu sei quem de vocês estiverem conosco no Sindicato também farão tudo que vocês fizeram até agora, porque acreditamos no que fazemos, estamos construindo o melhor para os bancários, para o nosso Estado ou para o país.

Quero concluir esta homenagem pedindo a vocês tudo que vocês fizeram ao longo desses 20 anos da história de quem está hoje aqui nesta Mesa, façam novamente. Porque os bancários sempre acreditaram no nosso Sindicato e vocês sabem disso, e quando eu falo em nosso Sindicato, é em cada um de vocês que vão ao local de trabalho todos os dias. Se o nosso Sindicato hoje é reconhecido pelos bancários e pela sociedade, é porque vocês deixaram de ficar com os filhos, deixaram de ficar com a família, tiveram que viajar, tiveram que rodar o Brasil para fortalecer as unidades bancárias no nosso país. Eu sei que se pedisse isso para vocês novamente, vocês também não hesitariam, como eu também não hesitaria, faria tudo de novo, porque eu sei que nós demos o melhor de nós e continuaremos dando o melhor para ter o Sindicato cada vez mais forte.

Obrigado. Está encerrada a nossa sessão de homenagem aos 90 anos do Sindicato. (Palmas.)

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, aos funcionários da Casa, aos funcionários do Sindicato e a todos os colaboradores que ajudaram a preparar essa homenagem. Está encerrada a presente sessão. Muito obrigado. (Palmas.)

O pessoal está pedindo para todo mundo vir aqui para frente para registrarmos uma foto presente nesta homenagem. Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 13 minutos.

 

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