02 DE MARÇO DE 2010

013ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: CARLINHOS ALMEIDA, JOSÉ CÂNDIDO, EDSON GIRIBONI e CONTE LOPES

 

Secretários: EDSON FERRARINI, CÁSSIO NAVARRO e EDSON GIRIBONI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - CARLINHOS ALMEIDA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - EDSON FERRARINI

Relata sua participação em reunião da Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo). Menciona as dificuldades da categoria com a obrigatoriedade da abertura de conta em agências do Banco do Brasil. Fala da necessidade de valorização do professorado. Recorda palestra sobre prevenção ao uso de drogas, feita na entidade.

 

003 - PEDRO TOBIAS

Questiona a criação da Central de Atendimento ao Cidadão desta Casa, criada na gestão do Presidente Rodrigo Garcia. Faz comentários sobre a construção do Anexo deste Legislativo. Fala do inquérito do Ministério Público e fiscalização do Tribunal de Contas sobre a obra.

 

004 - Presidente CARLINHOS ALMEIDA

Reitera manifestação feita na Imprensa. Informa que a Central de Atendimento ao Cidadão não teve o retorno necessário e, por isso, a Mesa Diretora decidiu rescindir o contrato com a empresa que atuava no setor.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Tece considerações sobre o PLC 08/10, do Executivo, que trata do reajuste para o magistério. Apela aos seus pares para que se atenham às emendas à matéria. Combate a propaganda do Governo no que tange à Educação. Faz referências aos vencimentos e à jornada do professorado.

 

006 - MILTON FLÁVIO

Rebate os argumentos do Deputado Carlos Giannazi. Fala do plano de gratificação do magistério e informa que a medida atende reivindicações da categoria. Cita reuniões do Secretário da Educação com entidades do setor sobre a incorporação de gratificação. Faz referências à sucessão paulista. Questiona projetos da gestão Lula sobre habitações populares.

 

007 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, repudia argumentos do Deputado Milton Flávio. Considera enganosa a propaganda do Executivo sobre a Educação. Lembra reivindicações do magistério. Faz comentários sobre a Carteira Previdenciária do Ipesp dos Advogados e dos Cartorários. Combate os pedágios na região de Botucatu.

 

008 - JOSÉ CÂNDIDO

Assume a Presidência.

 

009 - CARLINHOS ALMEIDA

Ressalta a importância do planejamento regional, especialmente quanto ao Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira. Lembra que as autoridades da região não são consultadas sobre temas de seu interesse. Faz referências ao projeto de ampliação do porto de São Sebastião. Lembra a necessidade de melhorias nas rodovias que dão acesso ao local. Tece comentários sobre a transposição das águas do rio Paraíba do Sul para a Grande São Paulo. Faz apelo ao Governador Serra e à Secretária Dilma Pena que tornem públicos estudos sobre a questão.

 

010 - MARIA LÚCIA PRANDI

Manifesta sua preocupação quanto aos casos de dengue na Baixada Santista. Recorda matérias jornalísticas sobre a descoberta, em Santos, de documentos da era Vargas e do período militar. Ressalta o direito dos Deputados da Minoria em apresentar emendas para aprimorar projeto do Governo relativo ao reajuste dos professores.

 

GRANDE EXPEDIENTE

011 - VITOR SAPIENZA

Aborda o significado de Anais. Discorre sobre PEC federal que privilegiou o funcionalismo de forma geral.

 

012 - MILTON FLÁVIO

Tece considerações sobre a oposição do Deputado Carlos Giannazi. Menciona o projeto de incorporação de gratificações ao salário dos professores. Lê documento fornecido pelo Secretário Estadual da Habitação. Faz homenagem ao Deputado Bruno Covas. Cita a transferência de 160 famílias que vivem em áreas de risco na Serra do Mar. Menciona a abertura das comportas da represa de Henry Borden (aparteado pelo Deputado Bruno Covas).

 

013 - Presidente JOSÉ CÂNDIDO

Anuncia a presença dos Senhores Flávio Abbasi, do PSDB de Itanhaém, e Henrique Garzon, Presidente da Juventude do PSDB de Itanhaém, acompanhados do Deputado Bruno Covas.

 

014 - PEDRO TOBIAS

Tece considerações sobre as eleições deste ano e sobre candidatos aos cargos. Elogia o trabalho do Governador. Critica a política da oposição. Elogia as ações do governador do PSDB.

 

015 - EDSON GIRIBONI

Assume a Presidência.

 

016 - DONISETE BRAGA

Menciona as eleições deste ano. Discorre sobre o preconceito para com a participação das mulheres na política. Tece considerações sobre a Ministra Dilma Rousseff e sobre ações da Presidência da República. Fala sobre questões do meio ambiente e sobre a Lei Específica da Represa Billings. Cita a Lei Específica da cabeceira do Alto Tietê. Elogia o jornal "Mogi News".

 

017 - MILTON FLÁVIO

Comenta ações da Fundação Dorina Nowill para cegos. Menciona que a inclusão de pessoas com deficiências é preocupação do governador. Discorre sobre o Selo da Diversidade. Informa que vai protocolar projeto de lei que torna obrigatório a disponibilização de cardápio impresso em Braille. Tece considerações sobre resultados de pesquisas do Ibope e problemas de manutenção em seus instrumentos. Afirma que protocolou requerimento junto a Comissão de Defesa do Consumidor. Faz referências as falas dos Deputados Pedro Tobias e Donisete Braga.

 

018 - Presidente CONTE LOPES

Assume a Presidência.

 

019 - ROBERTO MORAIS

Pelo artigo 82, comenta a vinda da montadora de carros Hyundai para Piracibada. Relata sua ida para a Coreia do Sul. Lembra a construção de Etecs e da Fatec, na cidade. Faz agradecimentos a todos que participaram e colaboraram na tramitação.

 

020 - RUI FALCÃO

Para comunicação, dá conhecimento da Marcha Mundial das Mulheres, de Campinas a São Paulo, quando ocorrerá ato público pelos cem anos do Dia Internacional da Mulher.

 

021 - MARIA LÚCIA PRANDI

Pelo artigo 82, recorda que o Executivo paulista não atendeu os alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais sobre as enchentes. Presta esclarecimentos quanto à abertura das comportas da represa Billings. Lembra os problemas provocados pela chuva em Atibaia. Fala da remoção de moradores dos bairros-cota da Serra do Mar.

 

022 - RAUL MARCELO

Pelo artigo 82, fala sobre a disputa eleitoral. Faz reflexão sobre o sistema educacional brasileiro. Cita declaração do Secretário de Estado da Educação, de que não pode acabar com o analfabetismo. Menciona a mobilização dos professores.

 

023 - ROBERTO FELÍCIO

Pelo artigo 82, comenta as pesquisas de intenção de voto. Fala do crescimento da candidatura Dilma Rousseff, em relação a José Serra. Questiona manifestações de deputados tucanos sobre a candidata petista. Cita sua insatisfação quanto à gestão José Serra.

 

024 - PEDRO BIGARDI

Pelo artigo 82, relata sua participação no seminário sobre Código Florestal. Faz retrospecto sobre a legislação que, acrescentou, deve ser mantida em âmbito federal. Pede o cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas.

 

025 - MILTON FLÁVIO

Pelo artigo 82, fala da candidatura petista ao Governo paulista. Lê e comenta texto "Federais ainda têm 45% das vagas". Cita o desinteresse do mercado em relação a determinados cursos superiores. Fala de artigo da "Folha de S. Paulo" sobre "Maquiagem em obras do PAC".

 

ORDEM DO DIA

026 - Presidente CONTE LOPES

Coloca em votação e declara sem debate aprovado requerimento do Deputado Samuel Moreira, de urgência ao PL 1440/09.

 

027 - JONAS DONIZETTE

Requer a suspensão da sessão por dez minutos, por acordo de lideranças.

 

028 - Presidente CONTE LOPES

Registra o pedido. Convoca, para hoje, as seguintes Comissões, para reuniões conjuntas: de Esportes e Turismo e de Finanças e Orçamento, às 17 horas e 13 minutos; de Constituição e Justiça, de Relações do Trabalho e de Finanças e Orçamento, às 17 horas e 15 minutos; e de Constituição e Justiça e de Segurança Pública, às 17 horas e 17 minutos; e reunião extraordinária da Comissão de Segurança Pública, às 17 horas e 19 minutos. Suspende a sessão às 17h12min.

 

029 - EDSON GIRIBONI

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h35min. Põe em votação e declara aprovado requerimento do Deputado Vaz de Lima, de alteração da ordem do dia. Encerra a discussão do PL 798/09. Põe em votação e declara aprovado requerimento, do Deputado Jonas Donizette, de método de votação ao PL 798/09. Coloca em votação e declara aprovado o PL 798/09, salvo emenda. Põe em votação e declara rejeitada a emenda de nº 1.

 

030 - RUI FALCÃO

Para reclamação, considera preconceituosa a manifestação de deputados tucanos contra os nordestinos, tendo em vista possível candidato petista ao Governo de São Paulo.

 

031 - RUI FALCÃO

Requer o levantamento da sessão, com a anuência das lideranças.

 

032 - Presidente EDSON GIRIBONI

Acolhe o pedido. Convoca uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, com início dez minutos após o término desta sessão. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 03/03, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão extraordinária, às 19 horas de hoje. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlinhos Almeida.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Edson Ferrarini para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - EDSON FERRARINI - PTB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Barbosa. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Otoniel Lima. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jonas Donizette. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Flávio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, quero fazer uma saudação à Aprofem, Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo. Hoje, pela manhã, essa entidade realizou uma reunião com mais de mil professores da rede municipal que lá estavam fazendo reivindicações muito justas. Uma reclamação é a de que os professores são obrigados a ter conta corrente no Banco do Brasil, o que é empecilho para alguns que não moram perto de uma dessas agências. Eles também estão lutando por aumento salarial. Há uma lei municipal da época de Paulo Maluf que estabelece que se pode gastar no máximo 40% com pessoal, mas não estabelece o mínimo.

Os membros da Aprofem são muito atuantes. Seu presidente é o Prof. Ismael Nery Palhares Júnior, uma pessoa calma, que faz a política de resultados. É aquele cidadão que não está preocupado em colocar o carro de som na sala do prefeito, mas quer o resultado. Os demais membros da diretoria são a vice-presidente, professora Margarida Prado Genofre; o tesoureiro geral Yoshimi Takiuchi; o primeiro-tesoureiro Regina Drukier Waintrob; o segundo-tesoureiro Regina Clementina Paglione, a secretária-geral Eliana de Godoy Seculin, o primeiro-secretário Antonio Braga e o 2º secretário, pessoa muito gentil que me recebeu cordialmente, Prof. Arnaldo Ribeiro dos Santos.

A Aprofem é uma entidade voltada para a melhoria das condições de trabalho do professor. Sabemos que é preciso valorizar o professor para que haja progresso. Essa entidade não tem deixado de lado nenhuma das reivindicações. Ela não é ligada a nenhuma força sindical, a nenhum sindicato, a nenhum partido político. O único interesse da Aprofem é o professor e a luta por melhores condições de trabalho.

No ano passado estive na sede dessa entidade fazendo uma palestra para 1500 professores sobre o problema das drogas, levando orientação e um conjunto de informações para que eles fizessem o mesmo em suas salas de aula. Se for convidado irei com muito prazer novamente, porque o uso da droga passa muito pela curiosidade e pela desinformação dos alunos. A Aprofem é uma entidade que orgulha os professores municipais.

Quero deixar meu abraço a toda a diretoria, principalmente a todos os professores que participaram desse encontro, bem como a todos os professores municipais que lá estiveram e os que não puderam comparecer. Você muda um município, você muda um Estado, você muda um País por meio da Educação, e o professor é o agente do desenvolvimento, é o agente do progresso; é através da sua dedicação que mudamos uma geração. Portanto, a minha homenagem à Aprofem. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Davi Zaia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sr. Presidente, Carlinhos Almeida que preside esta sessão, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, parabenizo a Mesa em seu nome por acabar com esse contrato de R$ 6.600.000,00 com uma empresa que fazia um trabalho denominado Central de Atendimento ao Cidadão - eu não vi serviço nenhum nesse sentido.

Esse contrato muito me preocupa. Como está aqui no relatório de 2006, o ex-Presidente desta Casa, Deputado Rodrigo Garcia, que hoje é Secretário do Prefeito Gilberto Kassab, abril licitação no começo do mês de março e o Deputado Vaz de Lima subscreveu o documento.

Deputado Milton Flávio, na mesma época em que foi assinado esse contrato fizemos um ofício para o Presidente Vaz de Lima contendo seis itens, por meio do qual pedíamos informação de como a referida empresa havia sido contratada. A licitação feita, à época do Presidente Rodrigo Garcia, que foi suspensa - saiu matéria esses dias no “Jornal da Tarde” - essa tal de Central de Atendimento ao Cidadão, que colocam gente para atender telefone - nunca vi esse pessoal, não sei onde estão. Estamos falando de um contrato de R$ 6.600.000,00.

Antes de assinar - como nossa obrigação - fizemos um requerimento com seis itens ao então Presidente Vaz de Lima. E qual o motivo desse requerimento? Obrigação do mandato. Veio uma resposta, como sempre, mais burocrática do que outra coisa. Por isso parabenizo a atual Mesa Diretora que anulou esse contrato; que inclusive que não deveria ter sido feito.

Sr. Presidente, Deputado Carlinhos Almeida, 1º Secretário, gostei de sua resposta na Imprensa. Acho que esse contrato nem deveria ter sido feito. Acho que no mês corrente teremos menos prejuízo, porque não vi o trabalho deles em nenhum lugar. Foi uma pena este Deputado não ter tido apoio naquela oportunidade. Fizemos o requerimento - até por escrito - à época, porque sabíamos, sem dúvida alguma, que essa licitação era uma perda de dinheiro.

Sr. Presidente, Deputado Carlinhos Almeida se nós não fiscalizamos nossa Casa, não temos moral de cuidar de outro Poder. Se eu não fiscalizo nem minha casa, terei moral para fiscalizar outra casa?

Sr. Presidente, volto até à questão da construção desse prédio. Até agora não sabemos o que aconteceu. Espero que inquérito feito pelo Ministério Público dê algum resultado. Não é porque é Deputado que estamos acima da lei. Não sei o porque que a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Contas não quer ver o custo dessa obra. Queremos sim que o técnico do Tribunal de Contas venha avaliar o custo dessa obra do prédio novo da Assembleia Legislativa. Um dia desses estava na sala de um Deputado e pude observar que quando solta água inunda tudo. Foi mal feito; construção de qualidade duvidosa.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esse Requerimento foi feito em 2008; estava desconfiado e ninguém deu importância a minha fala. Pagamos dois anos o mínimo; não perdemos todo o dinheiro, só parte dele, porque pergunto: houve resultado positivo dessa Central? Nem sabia onde estavam instalados esses computadores, esses atendentes. Um serviço que tem um custo de R$ 6.600.000,00 é preciso muita gente trabalhando, porque é só salário.

Sr. Presidente, Deputado Carlinhos Almeida, acho que não basta apenas e tão somente cortar o contrato, mas é preciso apurar. Precisaria mandar ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas para ver onde foi o furo. Teria que se fazer isso porque o país não agüenta mais esse tipo de coisa, como aconteceu em Brasília recentemente. Isso acontece porque não há punição no nosso País. Aqui no Brasil o crime compensa. Daqui a pouco o Governador de Brasília pede demissão e tudo acaba, todo mundo fica manso e daqui a cinco ou seis anos ninguém mais lembra, fica tudo em pizza. Toda apuração de falcatrua feita aqui no Brasil acaba em pizza.

Portanto, se o que acontece na nossa cara, aqui na Assembléia Legislativa, se nós não apuramos, não cobramos, não temos moral de apurar nenhum outro Poder; nem Poder Executivo, nem outro lugar, enfim de falar de outra área; precisamos primeiro apurar nossa Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Agradecemos as palavras do Deputado Pedro Tobias, já nos manifestamos acerca desse assunto pela Imprensa e, evidentemente acreditamos que o que motivou essa contratação foi o sincero desejo de criar um mecanismo na Casa para que a população pudesse aqui telefonar, ter informações, mandar sugestões e críticas. Parece-nos que o objetivo era positivo. No entanto o que constatamos, assim que assumimos, é que não havia um número de ligações que justificasse o Assembleia Cidadão, fizemos uma campanha pela TV Assembleia divulgando esse serviço, ainda assim não houve a resposta desejada, reduzimos substancialmente de doze posições para duas posições, ainda assim não se justificou. Então, evidentemente, com todos os cuidados legais, e sabedores aqui da importância de zelarmos bem pelos recursos desta Casa, a Mesa decidiu por fazer a rescisão, evidentemente a empresa contratada não concordou, e dentro daquilo que prevê nosso ordenamento jurídico pode, se quiser, fazer o questionamento através do Poder Judiciário.

Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Assembleia, gostaríamos aqui de continuar discutindo e debatendo com os deputados desta Casa de leis o projeto de lei do Governador José Serra que já tramita pelas nossas comissões, o PLC nº 08 de 2010, que versa sobre a incorporação da gratificação, a GAM, para a atividade de Magistério, um projeto que está sendo alardeado pela imprensa, inclusive também através de propaganda paga pelo próprio Governador José Serra.

Aliás, gostaria de ressaltar, Sr. Presidente, dentro desse aspecto, que o Governador, conforme vai caindo nas pesquisas, vai gastando mais dinheiro público com propaganda, dinheiro dos cofres do erário estadual. O Governador tenta ludibriar a população, a opinião pública e, sobretudo, os pais de alunos da rede pública de ensino em relação ao investimento na Educação. O Governo não está investindo nada, inclusive apresentou esse projeto que é uma verdadeira fraude, um verdadeiro atentado ao Magistério, à escola pública, aos alunos e, sobretudo, à opinião pública. O Governador faz propaganda enganosa, dando a impressão de que vai investir no Magistério Estadual.

Esse projeto de lei complementar tem várias contradições. Em primeiro lugar, Sr. Presidente, gostaria de dizer que essa incorporação, que é ínfima, nos salários dos profissionais da Educação já existe para uma boa parte, por exemplo, dos aposentados. Eles foram à Justiça através de suas entidades representativas. Aliás, é por isso que o Governador está concedendo.

Ao mesmo tempo, esse projeto tem uma outra contradição. O Governador empurra para 2012, parcela uma gratificação que não tem nenhum efeito real no salário dos profissionais de Educação. Como o Governador vai sair daqui a um mês - parece-me que ele é candidato à Presidência da República, não há muita escolha, ele vai ter que tomar essa decisão -, empurra a responsabilidade para o próximo governante. Isso já no finalzinho, nos seus últimos dias, no seu estado já terminal de governo no Estado de São Paulo. E mesmo assim com essa incorporação ínfima, o aumento real que haverá para um professor com jornada básica, com 24 horas de aulas por mês, será de apenas 6,75 reais.

No total, são incorporações sem nenhum impacto no salário dos professores, um valor que será apenas incorporado no salário-base, que nem a isso eles tinham direito. Ou seja, é um projeto que representa mais uma farsa do Governo Estadual, tentando enganar, ludibriar a opinião pública, os pais de alunos, os alunos, mas os professores não aceitam mais esse ataque contra o Magistério.

Por isso, no dia 5, haverá uma grande paralisação na Praça da República de toda a rede estadual para denunciar o descaso com a Educação, com o sucateamento, com o desmonte da escola pública por falta de investimento. O último resultado do Saresp mostrou claramente isso. O resultado foi anunciado pela grande imprensa, neste final de semana, mostrando mais uma vez o fracasso das políticas educacionais tucanas, do PSDB, partido que já administra este Estado há mais de 15 anos.

O Saresp é uma avaliação feita pelo próprio Estado, com critérios estabelecidos, com instrumentos de aferição do próprio Estado, e essa avaliação mostrou o declínio, a decadência da Educação Estadual: um aluno que termina o Ensino Médio tem três anos de atraso, não teria condições nem de estar na 8ª série. Mas já terminou o Ensino Médio. Esse é o diagnóstico tenebroso da rede estadual de ensino. E enquanto isso o Governador fica fazendo propaganda enganosa com dinheiro público do nosso Orçamento e vendendo para a imprensa que está investindo alguma coisa em Educação.

Sr. Presidente, nós queremos apoio de todos os parlamentares para que possamos aprovar as emendas para alterar integralmente esse projeto apresentado pelo Governador José Serra, que mais uma vez afronta, desmoraliza e destrói a carreira no Magistério, como ele fez com a avaliação de mérito. Nesse sentido, vamos alterar esse projeto e transformá-lo para que possa realmente valorizar todos os profissionais da Educação, para que a rede estadual ofereça minimamente qualidade de ensino para os nossos cinco milhões de alunos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mozart Russomanno. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Flávio.

 

O SR. MILTON FLÁVIO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, confesso que fico quase sem reação quando ouço o Deputado Carlos Giannazi falar, convocando seus pares para o apoiarem. E ele consegue sempre contabilizar dois votos da Bancada do PSOL, e mais alguns de seus aliados. Mas ele vem à tribuna e fala como se fosse Dom Quixote enfrentando moinhos: ele vai alterar, ele vai modificar, ele vai reformular, quando sabe que, na verdade, vai, quando muito, esbravejar e depois comemorar conosco as vitórias que sucessivamente temos tido no aprimoramento do projeto educacional em curso em São Paulo.

O Deputado Carlos Giannazi tem vindo aqui dizer que não vê sentido nessa aprovação. Para que incorporar essas gratificações? Eu gostaria, sobretudo, que você, cidadão, visse - e eu vou ter esse trabalho de levantar o pronunciamento do Deputado Carlos Giannazi, quando tramitou nesta Casa o último projeto da Educação - o Deputado dizendo que não adiantava fazer o plano que fazíamos de valorização do Magistério se não incorporássemos as gratificações. Agora, ele vem e diz que isso é irrisório. Desculpe, Deputado, é a gratificação. “Ah, mas não adianta nada porque a maior parte das pessoas já ganhou na Justiça.”

Ora, se não fosse importante, por que os professores entraram na Justiça? Eu não entro na Justiça se não for para lutar por alguma coisa que faça a diferença. E aí acho que talvez seja rescaldo daquele projeto em que ele defendeu os seus amigos advogados. Acho que ele está preocupado porque não vai haver mais ações na Justiça e esses advogados que o ajudavam talvez agora se sintam, nesse momento, prejudicados porque não precisarão mais recorrer contra o Estado, já que o Estado está concedendo essa incorporação.

O que estamos fazendo é atendendo a uma reivindicação antiga dos professores. Fui recentemente com a Apampesp à Secretaria da Educação, e eles pediam, sim, a incorporação da GAM, porque essa é a gratificação que o Magistério tem e que pode ser incorporada, como outras gratificações que também na nossa opinião devem ser progressivamente incorporadas. Na reunião que tivemos com o Secretário Paulo Renato, os dirigentes da Apampesp disseram que ainda que fosse de forma parcelada, eles gostariam que essa incorporação acontecesse. O nosso Governo está respondendo exatamente na direção do que foi reivindicado na reunião que tivemos com o Secretário.

Mas é papel desta Casa, sim, aprimorar o projeto. Por que não propor, eventualmente, que essa incorporação se faça de maneira mais rápida? Mas mandar tirar o projeto é balela, é falácia, é bravata, porque o Deputado sabe que não tem apoio suficiente para fazer isso. Quero aqui dizer que comemoro, sim, cada avanço.

Vou trazer, no decorrer dos próximos dias, dados estatísticos que vão mostrar quanto isso representa de aumento verdadeiro. Mas o Deputado diz agora que o Governador, nos estertores do seu mandato, está jogando esse problema para o Governador que o sucederá. E parece que as pesquisas apontam, de maneira insofismável, que quem vai suceder José Serra é Geraldo Alckmin, portanto, é “nós com nós mesmos”. Estamos passando o bastão para um companheiro que vai dar consequência a essa ação.

Mas não vi o Deputado Giannazi vir aqui contestar, reclamar ou esbravejar quando o Presidente Lula lançou o programa Minha Casa, Minha Vida e, ao ser perguntado quantas casas ele faria até 2.010, quando encerra o seu mandato, ele falou: “não sei quantas farei, mas essas casas serão construídas, não sei até quando”.

Ora, o processo é o mesmo. Quem assume um governo, quem disputa um governo, disputa com a responsabilidade de inclusive arcar e dar continuidade a projetos previamente aprovados.

Mas voltaremos ao assunto. Quero reafirmar que vou trazer os pronunciamentos do Deputado Giannazi, no passado, para mostrar para a população que durante o último processo de votação do projeto de valorização do Magistério ele estava aqui neste microfone reivindicando a incorporação da GAM. Na hora em que ela vem, ele já não quer mais, porque mais uma vez ele, que dizia que isso não aconteceria, perde discurso e é obrigado a reconhecer que fazemos aquilo com o que nos comprometemos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. José Cândido.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, não gosto de interromper a palavra dos oradores no Pequeno Expediente, mas como o Deputado Milton Flávio também faz propaganda e discursos enganosos, tentando enganar a população e o telespectador da TV Assembleia, sou obrigado a fazer esta rápida intervenção.

Não se trata de querer ou não a gratificação, a GAM. A questão que está sendo colocada é a propaganda enganosa que o Governador está fazendo em relação ao investimento em Educação, inclusive utilizando dinheiro público, dinheiro do próprio Estado, dos contribuintes, para fazer tal propaganda, tal divulgação de investimento em Educação. Na verdade a incorporação da GAM faz parte de uma série de outras reivindicações que o Magistério faz; ela sozinha não vai resolver a situação.

O Deputado Milton Flávio, que é vice-Líder do Governo, deveria ser o Líder do Governo, porque é o deputado que mais defende as maldades do Governador José Serra contra a população do Estado de São Paulo.

O Deputado tem atacado o Magistério estadual. Tem atacado os advogados que foram golpeados pelo Estado, perdendo a sua carteira previdenciária. Tenho certeza também de que ele vai se posicionar a favor do Projeto de lei que acaba com a carteira dos servidores dos cartórios. Essa tem sido a posição dele. Foi contra a manifestação dos servidores da Segurança Pública, foi a favor dos pedágios instalados na sua região, em Botucatu. O Governador instalou uma praça de pedágio bem na porta da casa dele, e ele nada fez. Omitiu-se, e a população está reclamando: “onde está o Deputado da nossa região, Milton Flávio?” É considerado um grande médico, mas como político está sendo cobrado porque se cala. Em todos os projetos apresentados pelo Governador, e que prejudicam a população, o Deputado Milton Flávio vota a favor.

Quero deixar registrada essa consideração, que o Deputado vem distorcendo os fatos, descontextualizando e também, assim como o seu Governador, vem ludibriando, com os seus pronunciamentos, o telespectador da TV Assembleia.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CÂNDIDO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida.

 

O SR. CARLINHOS ALMEIDA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tenho uma especial preocupação com a questão do planejamento regional.

Quando olhamos o nosso País, com essas dimensões, e o próprio Estado de São Paulo, que não só é grande em população e área, mas inclusive do ponto de vista da sua diversidade, é inaceitável que não tenhamos um planejamento regional que leve em conta a especificidade dos vários municípios.

Evidentemente faço sempre este debate com foco na região onde moro e onde atuo há muitos anos, que abrange o Vale do Paraíba, o Litoral Norte e a Serra da Mantiqueira. O que temos visto é que o Governo do Estado não tem contribuído efetivamente para que a região possa ter um planejamento integrado, que envolva os municípios e o Estado. Além disso, toma uma série de medidas que causam um grande impacto, sem dialogar e sem levar em conta os interesses do Vale do Paraíba, do Litoral Norte e da Serra da Mantiqueira.

Recentemente o Governo do Estado suspendeu uma audiência pública para discussão da ampliação do porto de São Sebastião. Fez bem em ter suspenso, porque é absolutamente ridículo debater-se a ampliação do porto quando o Governo já disse que não irá duplicar a Rodovia dos Tamoios, obra que foi prometida por Geraldo Alckmin, duas vezes em campanha, e não foi cumprida, e foi prometida por José Serra na sua campanha, e ele disse agora que não vai cumprir.

Como ampliar um porto, se não existem estradas e nem ferrovias que possam fazer o fluxo das mercadorias que chegam ao porto?

Outra questão de âmbito regional, que muito nos preocupa e nos assusta: a forma como o Governo do Estado vem tratando - hoje inclusive é tema de debate na imprensa da região, especialmente no jornal “Valeparaibano” -é a transposição das águas do Rio Paraíba do Sul para a Região Metropolitana de São Paulo.

Essa questão foi levantada pela de Secretária Estado de Saneamento e Energia, Dilma Pena. Segundo ela, o Governo do Estado vem realizando - supõe-se, é o que foi divulgado - estudos para avaliar a retirada da água da bacia do Rio Paraíba do Sul para resolver o problema de eventual escassez na Região Metropolitana de São Paulo, e também em sua área expandida.

Ora, esse debate e esses estudos estão sendo conduzidos completamente à revelia da nossa região. Prefeitos não foram consultados. Temos a Frente Parlamentar com seis Deputados, coordenada pelo Deputado Padre Afonso, uma iniciativa suprapartidária em que todos trabalham pela região, que também não foi consultada. Só conseguimos informações porque procuramos a Secretária Dilma Pena. Fizemos uma reunião com ela, que nos informou que estavam realizando estudos, mas não tivemos acesso a esses estudos ou a avaliação que está sendo feita. Temos uma preocupação muito grande, pois sabemos que a Bacia do Rio Paraíba do Sul tem importância nacional. A maior parte dela não se localiza no Estado de São Paulo. Parte da Bacia está no Estado de Minas Gerais que contribui com vários afluentes; o Estado do Rio de Janeiro é o maior usuário das águas do Rio Paraíba do Sul, que abastece a Região Metropolitana daquele Estado e contribui para a produção de energia elétrica.

Já tivemos problemas recentes de seca nesse rio. É estranho dizer isso, porque estamos vivendo um momento com muita chuva, e está havendo uma grande vazão de água das represas para o Rio Paraíba do Sul. Há seis ou sete anos, tivemos problemas graves nas cidades às margens das represas. A Cidade de Igaratá, por exemplo, sofreu muito com a seca que houve à época.

O Governo anunciou que iria fazer esse estudo, que estava previsto para o início do ano. No entanto, não temos nada de concreto até agora. O mais preocupante é que os tais estudos estão sendo feitos secretamente - se é que estão sendo feitos -, sem o conhecimento das cidades, da população e dos prefeitos.

Quero fazer um apelo à Secretária Dilma Pena e ao Governador José Serra para que abram a caixa-preta da discussão sobre a retirada de água do Rio Paraíba do Sul para a Região Metropolitana de São Paulo e possam dar luz a todos os estudos que estão sendo feitos.

A Secretária nos disse à época que existiam oito opções para resolver o problema de abastecimento de água da Região Metropolitana. Nós precisamos saber o que já foi estudado em cada uma dessas opções. A região precisa ser consultada sobre isso, porque não queremos pagar o preço por um erro cometido na Região Metropolitana de São Paulo, que não fez o dever de casa. Até agora, por exemplo, não temos a cobrança do uso da água, algo pioneiro na Bacia do Rio Paraíba do Sul.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CÂNDIDO - PT - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi.

 

A SRA. MARIA LÚCIA PRANDI - PT - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pessoas que nos dão a honra de sua atenção, temos hoje diversos assuntos a comentar aqui.

Primeiro, a grave situação pela qual passa a região metropolitana da Baixada Santista com os casos de dengue e a constatação, conforme já denunciamos inúmeras vezes, da falta de leitos do SUS, que perde apenas para o Vale do Ribeira. Apesar de ser uma região metropolitana há 15 anos, o Estado ainda não conseguiu organizar ali a questão da Saúde.

Outro assunto seriam os arquivos encontrados nas delegacias de Santos. Eram cerca de 60 caixas com documentos da era Vargas e, principalmente, da ditadura militar de 1964. Esses documentos deveriam ter sido encaminhados desde 1994, mas isso não aconteceu. Só recentemente foram descobertos. Estamos solicitando a apuração dos fatos e a identificação dos responsáveis junto ao Ministério Público.

Não posso deixar de falar, no entanto, sobre o projeto que o Sr. Governador encaminhou a esta Casa a respeito do Magistério. De acordo com o nobre Deputado da Bancada governista, aqui é assim: a maioria vence, e a minoria não tem sequer o direito de contestar aquilo que está sendo defendido pelo Governo.

Os educadores e os sindicalistas aprenderam que não se rejeitam aumentos, mas contestamos quando esses “ditos aumentos”, na verdade, são meras reposições. Cabe a nós colocar as propostas no sentido de que o projeto seja minimamente defensável.

Estou dizendo isso, porque o Governador encaminha o projeto com a incorporação de uma gratificação por atividade do Magistério, sendo que sempre pedimos essa incorporação. Sempre defendemos aqui a incorporação para os inativos.

Gostaria de ler esse trecho do projeto do Governador que diz o seguinte: “O disposto no Art. 2º desta lei aplica-se aos inativos e pensionistas, cujo direito à percepção da gratificação por atividade do Magistério, instituída pela Lei nº 977, de 2005, tenha sido reconhecido por decisão judicial transitada em julgado.”

Tínhamos emendas para ser incorporadas e a postura do Governo foi de repúdio a elas. Vejam os senhores que a incorporação da GAM ao salário dos inativos é uma decisão judicial transitada em julgado, sendo que 110 mil professores já tiveram esse direito reconhecido por conta de ações na Justiça.

O absurdo é que a incorporação dessa gratificação será feita em três anos: uma a partir de março de 2010, a segunda em 2011 e a última em 2012. Até a incorporação é escalonada.

Queremos deixar claro, mais uma vez, que o Governo do PSDB - são quase 16 anos - tem essa enorme dívida para com os educadores, pois essa política salarial não é decente porque não repõe sequer perdas que estão na ordem de 27,28%, além de tirar direitos adquiridos. Quando perde na Justiça, ainda quer fazer uma campanha com fins eleitoreiros.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CÂNDIDO - PT - Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CÂNDIDO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza.

 

O SR. VITOR SAPIENZA - PPS - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público que nos honra com a presença, normalmente e historicamente, quando alguém se refere a um Poder, sempre menciona os Anais daquele Poder.

Hoje, quero fazer uma abordagem sobre o significado de Anais. Os Anais contêm a coletânea dos discursos, debates, tramitações e demais documentos envolvidos na dinâmica do Processo Legislativo. Reúnem o registro oficial de todas as sessões realizadas no decorrer do ano, no plenário da Assembleia Legislativa.

Na semana passada, protocolei regimentalmente uma Proposta de Emenda Constitucional- PEC- com 39 assinaturas. Porém, a propositura vai de encontro com os interesses do Governo e, por isso, não foi publicada. Tenho interesse que seja publicada e que meu pronunciamento seja registrado nos Anais desta Casa para que, amanhã ou depois, os Srs. Deputados tenham condições de saber sobre o que a mencionada PEC se refere.

Essa proposta foi protocolada às 14 horas e 30 minutos do dia 24 de fevereiro . Neste mesmo dia, também protocolei duas emendas de pauta ao Projeto de Lei Complementar nº 02, de 2010. As emendas foram publicadas, no dia 25 de fevereiro.  Mas a PEC não foi. Essa é a razão pela qual peço que o Sr. Presidente determine a publicação de mencionada propositura, mesmo porque tive oportunidade, tão logo a protocolei, de fazer o registro, junto à imprensa e aos órgãos que tinham interesse nessa proposição. Jornais publicaram a notícia; esta Casa fica numa posição bastante incômoda.

Nobre Deputado Milton Flávio, V. Exa. também faz parte da base governamental. Quero citar uma frase do nobre Deputado Campos Machado, que se aplica no presente momento: “Este deputado é aliado, não é alienado”.

Vamos aos fatos. Nobre Deputado Milton Flávio, V. Exa. sabe bem, que a emenda à Constituição Federal nº41 de 2003 privilegiou o funcionalismo de forma geral. Essa emenda estabeleceu que existem os funcionários públicos e os “subfuncionários” públicos. Pois bem, mercê de tal situação, tivemos um amplo debate nesta Casa. O Deputado Edson Aparecido, líder do governo tucano na ocasião, assumiu um compromisso em nome do Governo. Era a época do final do Governo Geraldo Alckmin, o Governo Serra deveria assumir logo a seguir. Foi assumido um compromisso que não foi cumprido. Em decorrência disso, protocolei uma emenda ao Projeto de Lei que dispõe sobre o subsídio do Governador e do Vice- Governador e dos Secretários de Estado no sentido de melhorar o teto do funcionalismo. Foi feito um acordo nesta Casa entre o líder do Governo, Deputado Barros Munhoz, com a interferência do nobre Deputado Campos Machado, com a presença do Presidente Vaz de Lima, para que o projeto fosse adaptado, com vistas a melhorar o teto do funcionalismo. A adaptação não foi feita. Em decorrência disso, estive várias vezes com o Secretário da Fazenda, Doutor Mauro Ricardo e conseguimos estabelecer um PR - Participação de Resultados - que procurou diminuir o prejuízo de certa classe do funcionalismo- os agentes fiscais de rendas. Em decorrência deste fato, foi minimizada a situação desses profissionais, porém não foi feita uma equiparação com os juízes, promotores e procuradores do Estado.

Estive várias vezes com o Secretário da Fazenda, estabeleceram-se algumas simulações. Consegui que o Secretário da Fazenda encaminhasse ao Secretário Aloysio Nunes Ferreira um estudo e fui em busca de um entendimento com o Sr. Secretário Aloysio. Naquela ocasião, senti que o Secretário Aloysio não estava entendendo bem a simulação que havia sido feita pelo Secretário Mauro Ricardo. Conversei a respeito com o Deputado Vaz de Lima, líder do Governo, estabelecemos que seria feita uma reunião entre o Secretário Aloysio, o Secretário Mauro Ricardo, o Deputado Vaz de Lima, eu e alguém indicado pela Secretaria da Fazenda. Depois de várias conversas, por ocasião do início da legislatura deste ano, o Deputado Vaz de Lima e eu fomos conversar com o Secretário Aloysio e marcamos para fevereiro próximo-passado para discutirmos a matéria a que me refiro. Procurei, em telefonema feito ao Secretário-Adjunto Jaime Gimenez, uma aproximação com o Secretário Aloysio, que não deu resposta.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, estou no sexto mandato. Alguma coisa que sempre me marcou foi a lealdade e a postura com que trato meus pares e não posso ficar tranquilo, quieto, mediante esse abuso de autoridade. Volto a repetir: não tomei essa iniciativa isoladamente. Fui de gabinete em gabinete, Deputado Milton Flávio, só não pedi seu apoio porque respeitei a orientação do seu partido, porém fui pessoalmente a 39 gabinetes, não mandei nenhum assessor em busca do apoio a essa PEC. Sr. Presidente, peço a V. Exa. que, com a máxima urgência, mande publicar essa proposta. Daqui a uns anos, quem fizer uma pesquisa nos Anais desta Casa, terá prova de que respeitei todos os trâmites. Se há uma coisa de que me orgulho é da dignidade e do respeito que sempre tive com meus colegas. Espero que isso, ao longo dos anos, seja hábito. Quero, neste aspecto, registrar três deputados: Vanessa Damo, Fernando Capez e João Caramez que, antes de retirarem suas assinaturas, ligaram para explicar que, em face da pressão do Governo, estavam retirando-as.

Sr. Presidente, passo a ler a PEC a que me referi.

“Proposta de Emenda nº ________, de 2010, à Constituição do Estado de São Paulo

 

Dá nova redação ao inciso XII do artigo 115 da Constituição do Estado de São Paulo e dá outras providências 

A Mesa da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nos termos do § 3º do artigo 22, da Constituição do Estado, promulga a seguinte Emenda ao texto constitucional:

Artigo 1º - O inciso XII do artigo 115 da Constitucional Estadual passa a vigorar com a seguinte redação:

Artigo 115- ..................................................................................................................................................................................

XII- em conformidade com o artigo 37, XI e § 12 da Constituição Federal, fica fixado como limite único de remuneração e do subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos  proventos, pensões e de outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, bo âmbito de todos os Poderes, do Tribunal de Contas, do Ministério Público do Estado, das Procuradorias e Defensoria Pública, o valor do  subsídio percebido mensalmente em espécie pelos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, não se aplicando o disposto neste inciso, aos subsídios dos Deputados Estaduais.

Artigo 2º - A Constituição do Estado de São Paulo, no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, fica acrescida do seguinte artigo:

“Artigo 63 - Para os fins do disposto no inciso XII do artigo 115 desta Constituição, a fixação do limite único da remuneração e do subsidio dos agentes públicos ali referidos, nos termos do disposto no § 12 do artigo 37 da Constituição Federal, far-se-á gradual e anualmente, a partir de 1º de janeiro de cada exercício, e corresponderá a um percentual do valor do subsídio percebido mensalmente em espécie pelos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, até que seja atingido o limite de 100% (cem por cento), obtido na seguinte conformidade:

I - Para o exercício de 2011 será de 68% (sessenta e oito por cento) do valor do subsidio percebido mensalmente em espécie pelos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado.

 

II - Para os exercícios subseqüentes será o percentual fixado no exercício anterior acrescido de 8% (oito por cento) do valor do subsídio percebido mensalmente em espécie pelos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, até atingir o limite estabelecido no caput.

Parágrafo único - O escalonamento previsto neste artigo, por força do disposto no inciso XVII do artigo 115 desta Constituição, não se aplica aos servidores e demais agentes públicos que percebam, na data da promulgação desta Emenda., remuneração acima dos limites aqui fixados.”

Artigo 3º - Esta emenda constitucional entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 1º de janeiro de 2011.

Justificativa

A presente Proposta de Emenda Constitucional encontra supedâneo nas disposições do § 12 do artigo 37 da Constituição Federal, acrescido pela emenda Constitucional nº 47, de 5 de julho de 2005.

O dispositivo facultou aos Estados, mediante emenda às respectivas Constituições Estaduais e ao Distrito Federal., mediante a lei Orgânica, que fixassem limite remuneratório único, no âmbito de qualquer dos Poderes, do Tribunal de Contas, do Ministério Público do Estado, da Procuradoria e da Defensoria Pública, tendo como paradigma necessário o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, e desde que este não excedesse a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. É o que, igualmente se propõe na presente Proposta de Emenda.

Trata-se de norma que prestigia a autonomia desse ente da Federação brasileira.  Assim, cada Estado pode estabelecer o que se convencionou denominar de 'subteto'.

O que ora se propõe, visa evitar que servidores iguais tenham tratamento desigual. Todos os servidores públicos do Estado de São Paulo são tratados,, nos termos desta PEC, com isonomia, sejam eles professores universitários oficiais da polícia militar, delegados, fazendários, médicos, advogados, dentre outro, bem como abrange todos os servidores inativos de todas as categorias dos servidores públicos do Estado de São Paulo. Antes da Emenda Constitucional 47/2005, este tratamento isonômico não estava autorizado.

Afora o exposto, não existem motivos para vincular os vencimentos de cargos preenchidos em caráter efetivo com os salários percebidos pelo Governador, ocupante de cargo eletivo e transitório.

A disposição constitucional transitória busca fixar patamares sucessivos de graduação do subteto, sob o fundamento de que “quem pode o mais, pode o menos”, visto que o constituinte poderia, de imediato, fixar a unificação dos subtetos. Ao se escalonar o subteto, não se deixou de observar, evidentemente, a determinação da Constituição Federal (art. 37, XI, in fine) que mandou aplicar, com eficácia imediata, portanto, o limite do subteto no âmbito do Poder Judiciário, Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos.

Para evitar um grande impacto ao tesouro paulista, sugerimos que a aplicação das regras aqui propostas seja levada a efeito de forma escalonada.

Com base nesses argumentos, coloco a presente proposição à apreciação dos nobres pares, contando com a sua aprovação.

 

Deputados que assinaram a PEC:

 


1.      Vitor Sapienza

2.      Edmir Chedid

3.      Major Olímpio

4.      Campos Machado

5.      Chico Sardelli

6.      Estevam  Galvão

7.      Conte Lopes

8.      Salim Curiati

9.      Davi Zaia

10.  André Soares

11.  Alex Manente

12.  Camilo Gava

13.  Ed Thomas

14.  Edson Ferrarini

15.  Luciano Batista

16.  Waldir Agnello

17.  Jonas Donizette

18.  João Barbosa

19.  Roque Barbiere

20.  Gilmaci Santos

21.  Luis Carlos Gondim

22.  Said Mourad

23.  Baleia Rossi

24.  Vinícius Camarinha

25.  Vanessa Damo

26.  Uebe Rezeck

 

 

 

 

 

 

 

 

 


27.  Padre Afonso Lobato

28.  Edson Giriboni

29.  Patrícia Lima

30.  Haifa Madi

31.  João Caramez

32.  Jorge Caruso

33.  Rafael Silva

34.  José Bittencourt

35.  João Mellão

36.  Mozart Russomanno

37.  Fernando Capez

38.  Otoniel Lima

39.  Aldo Demarchi”

 

          O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CÂNDIDO - PT - Por permuta com o nobre Deputado André Soares, tem a palavra o nobre Deputado Milton Flávio.

 

O SR. MILTON FLÁVIO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, tenho enfrentado nos últimos dias algumas dificuldades especiais com o nobre Deputado Carlos Giannazi.

Diferentemente do que faz este Deputado, que critica as suas ações e teses, o Deputado Giannazi não se satisfaz em tentar desqualificar o Governo: ele coloca palavras na minha boca, atribui a mim posições e decisões que ainda não tomei - diria que de maneira mal intencionada. Acho que o Deputado Giannazi precisa corrigir-se. Ele não tem o direito de tentar, na incapacidade que tem de responder a este Deputado, atribuir posições e responsabilidades que não tenho.

Vou citar dois fatos, para não gastar este espaço que tenho para falar com os cidadãos com um assunto que me parece muito árido. Ele disse que este Deputado defendeu, ou pelos menos não se opôs à criação do pedágio em Botucatu. Deputado Giannazi, V. Exa. mente. Quando este Deputado assumiu o mandato nesta Casa, o pedágio já havia sido estabelecido, a licitação já havia ocorrido e a empresa vencedora já era conhecida. Em nenhum momento, fui chamado a me manifestar pelo Prefeito de Botucatu, que era do PT, pelo Prefeito de São Manuel ou por qualquer deputado ou liderança que discutiu ou se contrapôs à proposta do pedágio.

Portanto, não cabe a mim nenhuma responsabilidade. Poderia dizer, maldosamente, que cabe responsabilidade aos eleitores que, por não me trazerem para cá com mandato pleno, tiveram que se louvar de deputados incompetentes como V. Exa., que não foi capaz de cumprir a expectativa dos eleitores.

Quando assumi o mandato, talvez na primeira reunião que fiz foi com a Artesp para saber se existia algum espaço em que pudesse transitar para tentar reverter, minimizar ou corrigir aquela situação t. Tive a confirmação do que estou dizendo agora: era um processo já consolidado e com empresa vencedora, qualquer mudança provocaria um recurso judicial e, mais do que isso, tudo o que vinha acontecendo havia sido acordado com as lideranças à época, entre as quais não me incluí.

Em segundo lugar, Deputado Giannazi, em nenhum momento este Deputado se manifestou sobre a Polícia Militar. Todos os dias, desta tribuna, há deputados que falam para a Polícia Militar com mais competência do que eu. Nunca me manifestei, nem a favor, nem contra. Entendo que essa discussão que acontece em Brasília diz respeito aos deputados federais; não tenho voto nem influência lá. A única coisa que imagino é que no dia seguinte à aprovação dessa PEC, se isso ocorrer, nós, profissionais da área da Saúde, os professores, os agrônomos e todos os demais vão pedir as mesmas condições, já que são profissionais tão competentes e importantes para o Estado brasileiro quanto os policiais militares. Esse problema não me diz respeito, não sou deputado federal. Não vou discutir numa seara com a qual não tenho familiaridade e influência.

Deputado Giannazi, V. Exa. omite que o que o nosso Governo está fazendo com esse projeto é incorporar uma gratificação que, se não é importante, representa 15% do salário do professor. Digo mais uma vez: é possível que para V. Exa. isso não seja importante, deputado que é. Volte para a sala de aula e V. Exa., talvez, comece a valorizar esses 15%, que seguramente lhe farão falta.

Trarei a esta tribuna os seus pronunciamentos, para mostrar que V. Exa. não tem compromisso nem com a sua palavra, quanto mais com a verdade. Vamos ter tempo para discutir isso, se é que V. Exa. vai ter tempo de discutir com seriedade ou vai preferir ficar em conluio com os seus amigos, colocando garotos e garotas sentados ao chão para fazer mais um filmete para passar aqui, na tentativa de fazer teatro e enganar a população de São Paulo.

Vou falar de coisas melhores, de coisas maiores, que dizem respeito ao Estado de São Paulo. Passo a ler documento que me foi fornecido hoje pelo Secretário Lair. Pela manhã, ouvi na Rádio CBN uma entrevista do Secretário e comemorei, Deputado Bruno Covas. Na sexta-feira, com a participação de V. Exa., o nosso Governo começou a transferir as primeiras 160 famílias que vivem em áreas de risco na Serra do Mar.

Governo do Estado inicia transferência de famílias da Serra do Mar

Primeiras 160 famílias de áreas de risco na Serra do Mar, em Cubatão, mudam para apartamentos da CDHU em Praia Grande

A desocupação dos bairros-cota e outras áreas de risco na Serra do Mar, em Cubatão, começou. Hoje, 26 de fevereiro, 160 famílias estão recebendo as chaves de apartamentos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), em Praia Grande. O novo endereço delas será o Conjunto Habitacional Andorinhas, na Rua Treze, 794, no bairro Vila Sônia. As primeiras quatro famílias mudam ainda hoje. O secretário de Estado da Habitação e presidente da CDHU, Lair Krähenbühl, participa da cerimônia de entrega, às 12 horas, no próprio conjunto.

A prioridade na transferência foi para moradores que vivem em áreas de risco de deslizamento, perigo agravado devido às fortes chuvas dos últimos meses, nos bairros Cota 200, Cota 95/100 e Pinhal do Miranda. A CDHU ofereceu imóveis nos municípios de Peruíbe, Itanhaém, Praia Grande, além de unidades na Capital e na Região Metropolitana de São Paulo. O Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar prevê a remoção de mais de cinco mil famílias e a urbanização de áreas desmembradas do parque.

Com 46 metros quadrados de área construída, os imóveis do conjunto Andorinhas têm dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro, área de serviço e varanda. A CDHU investiu R$ 7,3 milhões no empreendimento. São dez prédios de quatro andares em um condomínio fechado, com um centro de apoio comunitário, churrasqueira, playground, guarita, estacionamento e tratamento paisagístico.

A mudança representará um salto de qualidade de vida. Além de deixarem áreas de risco, as famílias passam a contar com infraestrutura urbana completa. A Vila Sônia dispõe de creches, escolas, postos de saúde, supermercados, farmácias, delegacia de polícia, centros de integração social e para prática de esportes e rede de transporte público acessível para rápida locomoção municipal e intermunicipal.

O Programa Serra do Mar - O risco à vida causado pela ocupação irregular de locais suscetíveis a acidentes ambientais, como escorregamentos de terra, e a ameaça aos ecossistemas da região levaram o Governo do Estado de São Paulo a lançar, no início de 2007, o Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar e Sistema de Mosaicos da Mata Atlântica. Trata-se de um dos principais projetos do Governo de São Paulo para promover a conservação, o uso sustentável e a recuperação ambiental do Parque Estadual da Serra do Mar no Estado.

O programa é uma ação conjunta das secretarias da Habitação, do Meio Ambiente, de Segurança Pública, da Casa Civil, de Energia e Saneamento, de Desenvolvimento, de Justiça e de Economia e Planejamento. Participam também a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, a Procuradoria Geral do Estado e a Prefeitura de Cubatão. Ao todo, 5.350 famílias deverão deixar áreas de risco ou de preservação ambiental. Além da oferta de moradias em outros municípios, a CDHU está construindo três bairros em Cubatão: o residencial Rubens Lara, no Jardim Casqueiro, o Parque dos Sonhos e a Vila Harmonia, que somam 3.580 moradias. Até 2012, o governo do Estado vai investir R$ 850 milhões nessas ações.

Logo no início do programa, em abril de 2007, foi feito o "congelamento" da área para conter a expansão habitacional e coibir crimes ambientais. O trabalho de patrulhamento é feito 24 horas por dia pela Polícia Ambiental, que controla a entrada de material de construção, impede ações de desmatamento e movimentação de terra (como cortes em encostas), a caça de animais e promove a segurança da comunidade.

A CDHU contratou um "levantamento aerofotogramétrico" da Serra do Mar. As imagens, por meio de fotografias aéreas, permitiram o mapeamento do local, com delimitação das áreas residenciais e de preservação ambiental. Esse registro permite o monitor o congelamento do local. O trabalho também apontou a dimensão do desmatamento da floresta e está auxiliando no planejamento e execução das ações para proteger e preservar a serra. O registro fotográfico foi feito desde Cubatão até Ubatuba. A área fotografada mede 200 quilômetros quadrados.

De posse desses dados, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da Universidade de São Paulo, elaborou laudos que definiram as áreas passíveis de urbanização ou desocupação. Os estudos também apontaram os locais mais afetados pelo desmatamento que precisam ser devolvidos à sua condição original.

A CDHU também promoveu o mapeamento das condições socioeconomicas da população local. A Companhia fez um arrolamento e cadastramento que permitiu identificar o número exato de imóveis e pessoas existentes e conhecer o perfil socioeconômico das famílias.

Fase de obras - Cerca de um ano após o lançamento, o Programa da Serra do Mar já entrava em sua fase de obras. Em 2008, foi iniciada a terraplenagem do terreno no Jardim Casqueiro, em Cubatão, onde está em construção o Residencial Rubens Lara, um futuro bairro projetado pela CDHU com 1.840 apartamentos e casas, escolas, comércio, áreas de lazer, posto policial e infraestrutura urbana completa com redes hidráulica, elétrica, de telefonia e de gás, iluminação pública, guias, sarjetas e pavimentação, paisagismo, cercamento e sistemas de lazer.

Em setembro de 2009, concluída a terraplenagem, começaram as obras de edificação das moradias. A CDHU investirá R$ 175,2 milhões na obra. Será um empreendimento diferenciado, com várias tipologias: prédios grandes, pequenos, casas assobradadas, casas térreas e moradias conjuntas com comércio. As moradias terão o novo padrão construtivo da CDHU, que incorpora melhorias como o terceiro dormitório, azulejos na cozinha e no banheiro, medidor individualizado do consumo de água, revestimento nos pisos de todos os cômodos, aquecedor solar para água do chuveiro e pé-direito ampliado de 2,4 para 2,6 metros. Especificamente nas casas, as melhorias incluem também laje, cobertura na área de serviço e muro divisório.

A CDHU também já licitou as obras de reurbanização de áreas nos bairros Cota 95/100, Cota 200, Pinhal do Miranda e Fabril. Eles receberão redes de água, esgoto e drenagem, abertura de ruas, calçadas, pavimentação e a instalação de equipamentos públicos como escolas, posto de saúde, de segurança, além de outros serviços como iluminação, telefone e a coleta de lixo. Além disso, todos os moradores terão a escritura definitiva do seu imóvel.

SH/CDHU - Comunicação Social

Fones: (11) 2505.2490/2482

Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano

Homenageio V. Exa. porque sei do trabalho que tem tido na luta para que o nosso Governo retirasse essas 160 famílias de áreas de risco. Até o final do ano, cinco mil famílias deverão ser retiradas de uma área que, se não cuidada, poderia produzir, em escala maior, o que vimos em Angra dos Reis e em outras áreas por conta da ineficiência, por conta da falta de atividade e de iniciativa de governos anteriores.

O nosso Governo percebeu o risco, fez um diagnóstico correto. Independentemente dos partidos, chamou os prefeitos da região e fez um projeto global, que vai resolver uma questão histórica. O nosso grande Governador Mário Covas começou a surgir na política brasileira quando houve um deslizamento em Santos. Ele, engenheiro concursado, de calça arregaçada, de braços descobertos, foi ao morro e durante dias seguidamente lutou para salvar vidas e recuperar a encosta. Portanto, V. Exa. tem uma história familiar nessa luta. Essa situação não é de hoje, mas o nosso Governador José Serra fez o que tinha que ser feito.

Quero comemorar porque não é fácil resolver, na região da Serra do Mar, problemas dessa natureza. Muitas dessas áreas são inservíveis para a construção de casas populares. As boas áreas já estão ocupadas por indústrias, por residências e as que sobraram são extremamente caras ou são áreas de preservação ambiental. Portanto, o nosso Governo teve enorme dificuldade para encontrar essas áreas, mas buscou, trabalhou e no prazo que havia prometido começa a fazer a remoção das famílias.

 

O SR. Bruno Covas - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Milton Flávio, V. Exa. está coberto de razão. Enquanto no Município de Angra dos Reis, no começo deste ano, houve um incidente muito triste, em que diversas famílias perderam entes queridos por causa de deslizamentos, o Governador José Serra enfrentou a fundo essa questão. Durante anos, negociou a retirada das famílias. Houve o início das obras, o conjunto habitacional Rubens Lara, que está sendo construído no Município de Cubatão. Algumas famílias estão sendo removidas para outros municípios da Baixada Santista e até para municípios da Grande São Paulo. Enquanto muitos políticos utilizaram essa obra para incitar as famílias a não aceitarem a remoção, para incitar as famílias a se manifestarem contra o Governador, contra o Coronel Éclair, contra Rubens Lara, contra Edmur Mesquita.

É muito triste ver aqueles que fazem discurso, que defendem a população, pensarem na questão política e eleitoral, e não pensarem no bem-estar das pessoas que não podem e não devem morar nessas áreas de risco. Muito obrigado.

 

O SR. MILTON FLÁVIO - PSDB - Eu é que agradeço, Deputado Bruno Covas, e fico feliz que V. Exa. estivesse no plenário porque, ao homenagear V. Exa., homenageio o nosso Governador Mário Covas. Mas também homenageio, particularmente esse Governador corajoso, porque o Deputado Bruno Covas nos remete a uma situação que é inaceitável de lideranças, muitas das quais frequentam esta Casa, usam esse microfone e tentaram durante muito tempo fazer com que a população não aceitasse, a pretexto de que isso não aconteceria, e que inclusive chegaram aqui a dizer que o nosso Governo pretendia, abrindo as comportas da represa de Henry Borden, inundar Cubatão para provocar tragédias, e para tirar a população de áreas que eram interessantes.

Irresponsabilidade! O que eles queriam eram vítimas, cadáveres putrefatos para poder usar no momento da eleição. Mas isso não aconteceu e as cinco mil famílias, graças a Deus, e ao trabalho competente do Secretário de Habitação Lair Krähenbühl e do nosso Governador, poderão, até o final do ano, viver nas suas residências com a segurança que todo brasileiro e paulista merecem.

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CÂNDIDO - PT - Esta Presidência anuncia a presença de dois jovens, Sr. Flávio Abbasi, do PSDB de Itanhaém, e o Sr. Henrique Garzon, Presidente da Juventude do PSDB de Itanhaém, acompanhados do nobre Deputado Bruno Covas. Sejam bem-vindos nesta Casa de Leis.

Tem a palavra o nobre Deputado Waldir Agnello. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.)

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente nas galerias, estive analisando e pensei: se alguém está com câncer de próstata tenta procurar o Dr. Srougi nessa hora difícil. Ele é considerado a melhor pessoa para cuidar do câncer de próstata. Seja em qualquer área, numa hora difícil, e ainda mais para administrar, verificaremos o que a pessoa fez no passado, a sua história. Para cuidar de um serviço, humilde até, na área de Urologia ou outra qualquer, escolhemos o melhor profissional: da USP.

Este ano terá eleição para presidente e para governador. Há dois candidatos à Presidência da República: José Serra - que ainda não declarou nenhuma vez que é candidato - e Dilma Rousseff, que há seis anos faz campanha para Presidência. Se verificarmos a história de toda a vida pública de José Serra, vemos que ele foi Secretário de Franco Montoro; pegou um governo de Estado quebrado graças aos estragos do Governador Maluf, mas foi endireitado; foi Senador; foi Ministro. Todos conhecem suas lutas. Citarei apenas dois exemplos: remédio para Aids e genéricos. Até hoje o povo brasileiro consegue comprar remédios genéricos no Brasil, e quando José Serra foi Ministro da Saúde houve quebra de patente anti-Aids no mundo todo. Depois endireitou a Prefeitura de São Paulo. Agora, como Governador, veja o que ele fez apenas na área de Transporte para o Estado de São Paulo. Esse é o seu currículo.

Do outro lado, a candidata Dilma Rousseff: não vejo no seu currículo onde ela tenha trabalhado. O nosso Presidente Lula chama-a de mãe do PAC. Tudo não passa de maquiagem, camuflagem. Veja a manchete na “Folha de S.Paulo”: “Governo maquia dados e esconde atraso do PAC.” Noventa por cento das obras do PAC são apenas discurso. Falam em inauguração de universidades, de estradas. Mas inauguração de quê? Pedra?

É por isso que a população declara José Serra como candidato. Ninguém é bobo. Muitas vezes o povo vota errado porque é mal informado. Por isso, vamos mostrar o currículo de cada um. Quando a Unesp, a Unicamp, a USP ou qualquer universidade deseja contratar um professor vai verificar o currículo, seu conhecimento, a sua história. Ninguém vai conseguir ser contratado porque é amigo de alguém. Isso não existe, não adianta. Pode ser excelente, mas precisamos conhecer a sua competência. A população, sem dúvida, enxergará isso. Para um cargo de presidente da República não pode haver nenhuma dúvida. Precisa ter, com certeza, experiências.

O Governador José Serra não se declarou ainda candidato porque precisa governar o Estado de São Paulo, que está cheio de problemas. Parabéns pela conduta. Governador eleito precisa governar, não pode ficar fazendo campanha o ano todo. Mais ainda, Deputado Milton Flávio, José Serra terá como parceiro Geraldo Alckmin. A oposição não tem candidato e fala mal de Geraldo Alckmin. Mas, no final, é essa a dupla que sairá daqui de São Paulo. E São Paulo vai mostrar para o Brasil todo como é que se governa. Pode falar o que for, mas são quatro mandatos elegendo o mesmo grupo político: Covas/Alckmin, Alckmin/Serra e de novo Alckmin. Com essa dobradinha Serra/Alckmin, São Paulo vai ter o que merece, porque São Paulo banca o Brasil. A renda “per capita” de São Paulo na área da Saúde é menor que o de Alagoas. Lá, o melhor hospital coloca num ônibus ou avião paciente para fazer transplante aqui em São Paulo, para tratar câncer aqui em São Paulo. No que diz respeito a tecnologia, São Paulo é que banca o Brasil. O Centrinho de Bauru - muita gente não sabe - atende apenas 30% do Estado de São Paulo. Setenta por cento é atendimento para pessoas que vêm de outros estados do País. Essa dobradinha Serra presidente da República e Alckmin governador vai ajudar São Paulo porque nós merecemos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Edson Giriboni.

 

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Vocês que estão me assistindo vão ver propaganda na televisão falando da mãe do PAC, mas isso é maquiagem. A própria imprensa está falando isso. É como o Programa Fome Zero. O nome pegou? Pegou, mas procurem saber se a sua região foi beneficiada com alguma obra do PAC. Na minha região, a única cidade que conseguiu obras do PAC foi Lençóis Paulista, que emprestou dinheiro da Caixa Econômica Federal. Isso é obra do PAC? Isso é marketing para a candidata que está sendo apresentada como a mãe do PAC. O verdadeiro PAC está aqui no nosso Estado. Só na nossa região, 40 cidades foram beneficiadas com obras de saneamento. Foram 50 milhões para cidades com menos de 50 mil habitantes. Isso, sim, é dinheiro a fundo perdido. O que Serra fez para este Estado é visto na sua cidade, no seu bairro. E Dilma, o que fez pelo Estado de São Paulo? Isso é que precisamos debater. Se alguém lhe perguntar onde fica Bauru ela não saberá responder.

Portanto, os paulistas devem votar em peso no nosso candidato, que se Deus quiser será José Serra, homem experiente e com gabarito para ser um presidente da República.

Quero saber o que ela conhece de São Paulo. Não adianta seu mestre gozar de uma popularidade muito grande. Ela é que terá de pilotar o avião.

Aqui em São Paulo o PT vai terceirizar a candidatura a governador, vai trazer Ciro Gomes para São Paulo porque eles não têm candidato. Ninguém quer sair candidato para se queimar mais uma vez.

Voltaremos mais vezes para falar quem é o nosso candidato e o que fez e o que fez a outra candidata, qual seu currículo no trabalho do dia a dia.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON GIRIBONI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga, por permuta de tempo com o nobre Deputado Alex Manente.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, público que nos assiste das galerias, teremos um ritmo muito acelerado nestas eleições por conta dos tucanos. A tendência é aumentar cada vez mais os debates em relação ao processo eleitoral nacional.

Lamentavelmente vivemos ainda num Brasil com muito preconceito. O nosso partido tem pregado a participação e a presença das mulheres nas instâncias partidárias, seja no processo eleitoral na esfera municipal, estadual e nacional, seja nas direções partidárias.

Honra-nos muito termos a Ministra Chefe da Casa Civil coordenando os principais programas e projetos do Governo Federal. É verdade que sete anos atrás quando apresentávamos a candidatura do Presidente Lula também enfrentávamos o preconceito. O PSDB abordava de forma dissimulada a formação do Presidente Lula. Acredito que ainda hoje o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso tenha raiva por não entender a lógica de um Presidente que não teve condições de sentar num banco universitário realizar muito mais do que o seu governo. É importante dizer isso porque o debate eleitoral vai ser colocado no sentido de comparar governos e nós queremos comparar. O PSDB vai mostrar seu preconceito contra a participação das mulheres na política, vai falar que a Dilma é guerrilheira, vai falar que a Dilma participou da ditadura, enfim, fará o debate da forma que lhe convier e nós iremos qualificar no momento adequado o quanto a Ministra Dilma contribuiu para a democracia no nosso País e tem contribuído para dar sequência a uma série de projetos importantes que hoje ela coordena no Governo Federal. Nós vamos fazer este debate com muita tranquilidade.

Será comum a cada pesquisa apresentada apontando a ascendência da ministra os tucanos, o DEM - que é o DNA do PSDB - e o PPS - que é o DNA júnior do PSDB - fazerem o debate e nós faremos com toda responsabilidade e seriedade a nossa parte. Se hoje o Presidente Lula tem 80% de aprovação junto aos eleitores brasileiros é porque há reconhecimento de que o Governo Federal tem concretizado os projetos apresentados no seu programa de governo. Conseguimos criar mais de 14 milhões de empregos, a nossa economia está numa situação muito boa, os investimentos nos programas sociais do Governo Lula estão sendo feitos com sucesso. Vamos ver se o PSDB vai dar seqüência a esses projetos se por ventura vier a governar o Brasil.

Não queremos mais o processo de privatização que tivemos no governo do PSDB lá atrás. Queremos, acima de tudo fortalecer o Estado, queremos que ele seja o indutor das políticas públicas do nosso país. Faremos esse debate com toda responsabilidade. Então, não vamos aceitar indagações e visões de caráter preconceituoso contra as mulheres. No dia 8 comemoraremos, sem lutas, o Dia Internacional da Mulher, e as mulheres brasileiras, hoje, colocam-se no papel desafiador de presença no mercado de trabalho e ocupam um espaço importante de fortalecimento de seu lar. Não tenho dúvida alguma de que a ministra Dilma Rousseff, que hoje coordena os principais programas do governo federal, é um exemplo para o nosso país e para a América Latina.

Mudando de assunto, Sr. Presidente, quero dizer que tenho pautado meu mandato na temática do meio ambiente. Acompanhei durante muitos anos o debate da Lei Específica da Guarapiranga e da Lei Específica da Represa Billings. No dia 4 de junho do ano passado aprovamos a Lei Específica da Represa Billings porque entendemos que aquele manancial tão importante para o abastecimento público da região metropolitana tinha que ter uma lei estadual que pudesse organizá-lo.

Há outra questão que quero registrar desta tribuna e até cobrar do governo do estado, principalmente do secretário de Estado do Meio Ambiente, Xico Graziano. Sabemos que a câmara técnica, o Consema, está discutindo, está fazendo diagnóstico com relação à cabeceira do Alto Tietê, a sua lei específica. Ontem visitei a região do Alto Tietê - Suzano, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Salesópolis -, e uma das questões que os vereadores colocaram com muita contundência é uma discussão mais ampla com relação à Lei Específica da cabeceira do Alto Tietê. Entendemos que esse processo não pode ser feito de afogadilho, mas é importante fazermos rapidamente não só esse diagnóstico mas ao mesmo tempo estabelecermos iniciativa de aprovar essa lei que poder ser novo marco para essa região que classificamos como a grande caixa d’água do Estado de São Paulo que fornece água para toda a região metropolitana. É fundamental a aprovação dessa lei não só para definir o novo marco do sistema manancial dessa região mas também para o fortalecimento dos municípios do Alto Tietê.

Ontem assumi compromisso no sentido de fazer uma intervenção sobre esse tema, o que estou fazendo agora, para reafirmar o nosso compromisso de estabelecer um amplo debate seja através de frentes parlamentares, seja por intermédio de deputados que atuam na região, como José Candido, que mora em Suzano que atua nesse município e no Alto Tietê, como Luis Carlos Gondim, que mora em Mogi das Cruzes, e possamos fazer um grande debate e a defesa de potencial tão importante e significativo como o Alto Tietê.

Finalizando, Sr. Presidente, estou aqui com o jornal “Mogi News”, que completou 5 mil edições, e o Sidney Antonio de Moraes é seu diretor-presidente. É um importante veículo de comunicação da região do Alto Tietê, faz um jornalismo muito sério, correto, responsável e eu não poderia deixar de fazer esse registro.

Isso também porque defendemos uma imprensa livre para as prestações de contas da região, uma imprensa como instrumento fortalecedor dos municípios do nosso Estado, e o “Mogi News” contribui de forma importante para todo o Alto Tietê. Minhas felicitações ao diretor-presidente Sidney Antonio de Morais pela competência, a todo o grupo de funcionários do jornal que exerce papel significativo naquela região.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON GIRIBONI - PV - Por cessão de tempo do nobre Deputado Roberto Morais, tem a palavra o nobre Deputado Milton Flávio.

 

O SR. MILTON FLÁVIO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, volto a esta tribuna para falar de dois temas que hoje foram objetos de ações tomadas por este deputado nesta Casa. Ontem eu comentei que havia feito uma visita, para mim bastante importante, à Fundação Dorina Nowill, que é uma fundação para cegos que, há praticamente 65 anos, faz um trabalho exemplar em todo o Brasil. Essa fundação localizada muito próxima da Assembleia, numa rua paralela à Av. Sena Madureira, há aproximadamente 65 anos vem trabalhando muito para que o método Braile fosse introduzido no nosso país, divulgado, e permitisse que um conjunto enorme de brasileiros com deficiência visual grave deixassem de ser analfabetos e pudessem evoluir, ascender nessa sociedade que é, em muitos momentos, extremamente preconceituosa.

Essa preocupação com a inclusão de parcelas importantes da população tem sido também preocupação do nosso Governador José Serra, que por decreto criou em São Paulo o selo da diversidade, que num primeiro momento busca identificar e, em seguida, credenciar as empresas que na sua atividade têm a preocupação de incluir pessoas que, pela sua diversidade, são excluídas em outras instituições.

No final do ano passado conseguimos fazer a primeira entrega do selo da diversidade para 24 empresas que acreditam nesse trabalho pela diversidade, que respeitam os desiguais seja por uma decisão divina - por exemplo, aqueles que nascem com deficiência, sejam aqueles que têm etnia diferente, sexo diferente, porque sabemos que no nosso país as mulheres são discriminadas, principalmente as mulheres negras, que ganham muito menos do que seus maridos, e também aqueles que têm orientação diversa, para citar minimamente grupos que são facilmente reconhecidos.

Depois dessa premiação protocolamos aqui um projeto de lei. Havíamos sugerido ao governador que ele mesmo fizesse isso, afinal de contas essa é uma iniciativa sua, mas ele delegou a nós outros dizendo que essa é uma iniciativa que pode ser do próprio Legislativo, faz você. O que mostra inclusive o desprendimento do governador, que abre mão de um mérito seu para que um deputado, eventualmente acreditando na sua proposta, fizesse esse trabalho.

Ontem assumi compromisso com a Fundação Dorina Nowill no sentido de que a partir do conhecimento das dificuldades por que passava, dos desafios que enfrentava eu seria um colaborador.

E hoje vamos protocolar um projeto de lei que torna obrigatório em todos os estabelecimentos comerciais em nosso estado, sobretudo em bares, restaurantes e similares, seja disponibilizado cardápio impresso em braile para que o cidadão deficiente visual possa, ele próprio, escolher aquilo que pretende comer e beber. No passado, no McDonald’s, havia um cardápio impresso em braile colocado na parede. Hoje vi lá que eles estão imprimindo cardápios individuais para que na própria mesa respeitosamente o cidadão possa consultar o que é oferecido, qual é a composição do lanche e qual o custo do produto. O município de São Paulo já aprovou essa lei, embora tenha a impressão de que ela não é seguida. Fiz uma provocação dizendo que um dia à noite vou colocar óculos escuros e vou pedir cardápio em braile. Duvido que os estabelecimentos comerciais vão me oferecer. Essa é uma luta cotidiana que temos que fazer.

A segunda questão - e acabei de assinar um requerimento - é a preocupação com os institutos de pesquisa, particularmente com o Ibope. Fiquei sabendo que durante o apagão, quando não havia nenhuma televisão ligada, eles conseguiram detectar índice de audiência de uma determinada rede de televisão. Na semana passada, segundo informações que constam hoje no jornal “Diário de S.Paulo”, a mesma rede estava em manutenção de madrugada e o Ibope conseguiu dar picos de 4% de audiência no horário em que as televisões estavam desligadas.

Isso é preocupante porque todos sabemos que os brasileiros são muito motivados e mobilizados pelas pesquisas de opinião, sejam elas eleitorais ou não. Não é por outra razão que é costumeiro você assistir na televisão, sobretudo empresas que vendem produtos de consumo rápido, por exemplo cervejas, mostrarem que nas pesquisas aquela cerveja é a preferida. Por quê? Porque isso dá uma certa garantia ao cidadão, sobretudo àquele que tem um menor grau cultural, e ele se sente protegido quando a pesquisa é feita por um instituto reputado.

A “Folha de S.Paulo” de hoje mostra claramente que vários dos instrumentos que vêm sendo usados por esse instituto estão sem manutenção, defasados, desligados ou com mau funcionamento, o que eventualmente poderia “justificar” alguns resultados esquisitos que eles têm publicado. Como esses que acabei de citar.

Protocolei um requerimento à Comissão de Defesa do Consumidor para que seja convocado o presidente do Ibope, Carlos Montenegro, para vir nos esclarecer até que ponto a falta desses aparelhos, ou falta de manutenção, pode estar prejudicando ou falseando os resultados que são apresentados à população.

Estou dizendo isso porque gostaria de ir além. Sei que nesta Casa outros deputados em outros momentos já questionaram a idoneidade de institutos de pesquisas, que em muitos momentos trabalham na direção dos seus produtos ou dos seus contratantes. Mas é o cidadão brasileiro, é o cidadão paulista que muitas vezes é levado a errar por conta dessas pesquisas se não são feitas com seriedade. E é nosso dever constitucional fiscalizar, na defesa da sociedade, aquilo que eventualmente possa estar sendo feito de lesivo e que eventualmente dirige essa sociedade para locais e para opções que não são as melhores.

Finalmente, vou dar uma palhinha para aquilo que dizia o nobre Deputado Pedro Tobias. Acho que o processo eleitoral vai permitir uma discussão acalorada entre os candidatos. Não fico muito preocupado porque não estou entre aqueles que se preocupam com o passado de luta democrática da ministra. Pelo contrário. Fiz parte dessa história como fez parte dessa história o nosso governador. É claro que com posições um pouco diferentes, em função das opções e limites pessoais. Mas não será essa a discussão que pretendo fazer. Não concordo com a fala do deputado do PT que sucedeu a Pedro Tobias, que disse que o PSDB é preconceituoso em relação às mulheres. Não é verdade. Temos uma governadora mulher no Rio Grande do Sul e tivemos como candidata a vice do José Serra uma mulher. Portanto, não é esse partido que tem dificuldades. Pelo contrário. Antes de outros, inserimos as mulheres na chapa majoritária com a qual disputamos a eleição e na chapa do PT não tinha mulheres, e não dissemos que isso era preconceito. Mas vamos discutir sim, de maneira aprofundada, aquilo que efetivamente fez a eventual candidata. E quero aqui, mais uma vez, defender a posição do nosso governador que se recusa a se colocar como candidato enquanto estiver no exercício do governo do Estado de São Paulo. Recentemente presenciei a inauguração da ampliação do hospital do Rim e tenho visto os repórteres cobrando dele manifestações no plano nacional. Ele diz: “Estou aqui inaugurando uma Etec, estou aqui inaugurando a ampliação do Hospital do Rim, estou aqui entregando um conjunto habitacional e não vou falar da política nacional. Nesse momento, sou governador do estado”.

Quero dizer que como paulista e como cidadão comemoro essa situação, até porque a legislação estabelece o momento oportuno para que essa discussão se faça e ele ainda não chegou.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PTB - Está esgotado o tempo destinado ao Grande Expediente.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste e nos ouve, funcionários da Assembleia Legislativa, venho a esta tribuna para fazer um relato.

Na semana passada, em uma comitiva da cidade de Piracicaba presidida pelo Prefeito Barjas Negri, estivemos na Coréia do Sul. Visitamos Seul, Ussan e outras cidades. Lá foi sacramentada a vinda da montadora de carros Hyundai para a nossa cidade. Essa empresa vai ocupar uma área de um milhão de metros quadrados no distrito industrial Uninorte.

No dia 28 de dezembro, ao lado do Prefeito Barjas Negri, do Deputado Mendes Thame e do Secretário Geraldo Alckmin, assinamos um convênio de 52 milhões com o governo do estado para montar um parque automotivo na Cidade de Piracicaba. A infraestrutura vem do governo do estado graças à sensibilidade do Governador José Serra, do ex-governador e atual Secretário Geraldo Alckmin, em parceria com a prefeitura de Piracicaba, para que pudéssemos ter a implantação desse distrito industrial. Diante disso, já começou o trabalho de terraplanagem para a empresa Hyundai.

Como disse, foi à Coreia uma comitiva de políticos, empresários e representantes de vários segmentos da cidade, 16 pessoas ao todo, inclusive representantes do governo do Estado de São Paulo. Lá pudemos ver a potência da Hyundai, atualmente uma das empresas que mais vendem veículos no mundo, quase cinco milhões. Em Piracicaba, a partir do início de 2012, essa empresa irá fabricar 150 mil carros/ano, cerca de 12.500 carros/mês.

São carros populares, 1.0 e 1.6, carro flex que será fabricado em nossa cidade mudando o rumo da nossa economia, hoje tão bem representa no setor do açúcar, do álcool, da metalurgia, da siderurgia, e agora recebendo os coreanos.

A grande notícia: indo até lá tivemos a confirmação de que oito outras empresas, também coreanas, serão instaladas lá. Empresas que fornecem peças para a Hyundai que ali estarão sendo instaladas, também, na Cidade de Piracicaba. A expectativa inicial de geração de cerca de 5 mil novos empregos.

Tivemos há quatro ou cinco anos - aliás desde que entramos neste parlamento - a pedido do nosso querido Bispo de Piracicaba, hoje Bispo Emérito Dom Eduardo Koaik, quando fui eleito pela primeira vez ele me disse o seguinte: “Deputado traga escola do Estado para Piracicaba” e tivemos já há algum tempo, o anúncio de Etecs e a nossa Fatec que já está formando a primeira turma. E agora a vinda dessa empresa que vai precisar de mão de obra especializada, que vai empregar o piracicabano, vai levar gente da região para que possa trabalhar nessa empresa coreana.

Foi uma viagem muito proveitosa. Visitamos muitas cidades e no dia de voltar ao Brasil estivemos numa Universidade da Coreia, e nessa Universidade já está sendo feito um estudo para que possamos ter piracicabanos, pelo menos cinco ou seis por ano que possam estudar num intercâmbio feito pela Hyundai junto com a prefeitura de Piracicaba, mandando piracicabanos para que possam, assim, aperfeiçoar a língua, estudar nessa Universidade, uma Universidade privada, lá na Coreia do Sul. Viagem que eu digo, e repito, de muito proveito.

Quando você sai do seu país, anda cerca de 30 horas de avião - são 20 mil quilômetros de distância - e você volta com empregos, isso faz com que a classe política possa continuar sendo respeitada. E o povo sabe quem está trabalhando para, realmente, gerar empregos; esse parlamento tem lutado, cada Deputado na sua região, para levar cada vez mais empregos à população.

Valeu a saída, está valendo esse investimento dos coreanos em nossa cidade. Quinze famílias já estão morando lá, da direção à Presidência, e outros diretores chegam até o final de março. Serão mais 35 coreanos indo a Piracicaba, e a expectativa é de que até o final do ano uma centena deles já estejam morando em nossa cidade para comandar os destinos dessa empresa, e o que é melhor, no segundo semestre deste ano já começando a contratar os profissionais para que possam começar a trabalhar.

O prazo de construção da empresa está estimado em oito meses, depois a montagem da empresa para que possa começar a produzir. Hoje ela tem uma montadora em Anápolis, não tem fábrica. As peças são todas trazidas da coreia e de outras partes do mundo onde eles têm fábricas. Não tinham fábrica no Brasil. Escolheram o Brasil para ter fábrica. E para nossa felicidade, enquanto representante de Piracicaba, nossa cidade foi escolhida para gerar empregos. Além dela, essas oito empresas que vêm para nesse parque industrial automotivo, esse parque que foi efetivado através de uma parceria do Estado com a prefeitura, o Estado investindo 52 milhões de reais na infraestrutura, fazendo com que a cidade mude o seu rumo político, o seu rumo econômico - principalmente - daqui para frente e possamos ter ali a fabricação de carros em nossa cidade.

Há já um projeto depois de dois anos de começar a produzir 150 mil carros por ano de chegar-se até em 300 mil carros. Se isso acontecer vamos dobrar o número de empregos na nossa cidade.

Agradecemos à direção da empresa, agradecemos à prefeitura de Piracicaba, através do Prefeito Barjas Negri, a todos os representantes que lá estiveram, sindicato dos metalúrgicos, Sinesp, Acipi, que é a nossa Associação Comercial, à Presidência da Câmara de Vereadores de Piracicaba, ao Governo do Estado de São Paulo, enfim à classe patronal, a classe dos trabalhadores lá representada, a presença do Prefeito, cinco Secretários Municipais, e desse parlamentar representando a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Viajamos sem ônus nenhum, tanto para a Assembleia Legislativa, quanto para o município de Piracicaba, numa missão oficial a convite dos coreanos aos quais agradecemos por investir na geração de empregos, geração de renda na cidade que nós representamos no parlamento, que é Piracicaba. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, e telespectadores da TV Assembleia.

 

O SR. RUI FALCÃO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, dia 8 de março, “Dia Internacional da Mulher” - aliás no dia 8 estaremos marcando 100 anos do Dia Internacional de Luta das Mulheres - estaremos fazendo um pronunciamento em nome da nossa bancada, mas quero aqui antecipar o calendário do programa das atividades da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, cujo lema é seguiremos em marcha até que todas sejamos livres.

Começa no dia 8 em Campinas, com o lançamento da 3ª ação internacional, dia 9 as mulheres estarão em Valinhos - isso é uma marcha, uma caminhada -, no dia 10 e, Vinhedo, no dia 11 em Louveira, no dia 12 em Jundiaí, dia 13 em Várzea Paulista, no dia 14 em Cajamar, dia 15 em Jordanésia, dia 16 em Perus, dia 17 em Osasco e finalmente dia 18 em São Paulo, onde haverá o encerramento com ato público.

Em cada uma dessas paradas haverá painéis temáticos, debatendo questões como questões como a denúncia das relações de opressão sobre as mulheres, a violência doméstica, que cresce, infelizmente, e a solidariedade das mulheres contra injustiça, opressão em geral em defesa de um país mais justo, pela paz mundial e um mundo que se baseia na igualdade, na liberdade, na justiça, na paz e na solidariedade.

Estamos aqui antecipando o calendário da marcha e no dia 8 faremos o pronunciamento em nome da bancada do PT.

Sr. Presidente, passo a ler o seguinte:

“No Brasil, nossa marcha será de Campinas a São Paulo, de 8 a 18 de março. Estamos nos organizando a partir dos nossos estados e movimentos nacionais. A marcha será um momento de anunciar e debater com a sociedade nossa plataforma e de buscar avanços e mudanças nas políticas no sentido de reverter a desigualdade e discriminação em que ainda vivemos.

A ação estará marcada por um forte processo de auto-organização e trabalho coletivo, no qual juntas nos responsabilizaremos pelo conjunto das tarefas necessárias. As militantes estão organizadas em comissões de cozinha, infraestrutura, segurança, saúde, comunicação, formação e cultura, fruto de um trabalho preparatório de mais de um ano.

Serão 11 dias juntas, em que estaremos em mobilização, debate e formação. Pois acreditamos que só a partir de nossa organização e mudança da consciência do conjunto da sociedade é que conquistaremos as mudanças que sonhamos.

A programação inclui debates, rádio itinerante, atividades culturais, debates e panfletagens nas cidades. E sempre muita batucada!!! A partir do dia 9, iniciaremos nossa marcha pela manhã e à tarde faremos atividades de formação. De Campinas vamos a Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea Paulista, Cajamar, Jordanésia, Perus, Osasco e chegaremos a São Paulo dia 18, onde será realizado um grande ato de encerramento da ação.

Programação das Atividades de Formação

Dia 8 (Segunda) – Campinas: Lançamento da 3ª ação Internacional da MMM, marcando os 100 anos do Dia Internacional de Luta das Mulheres.

Dia 9 (Terça) – Valinhos: Trabalho doméstico e de cuidados: um debate sobre a sustentabilidade da vida humana, seguida de debate sobre a história da Marcha Mundial das Mulheres e suas lutas.

Dia 10 (Quarta) – Vinhedo: Painéis temáticos sobre Economia Solidária e Feminista, Saúde da mulher e práticas populares de cuidado; Sexualidade, autonomia e liberdade; Educação não sexista e não racista; Mulheres negras e a luta anti-racista; Mulheres indígenas; A mídia contra-hegemônica e a luta feminista; A mercantilização do corpo e da vida das mulheres; Prostituição; Mulheres, arte e cultura.

Dia 11 (Quinta) – Louveira: Trabalho das mulheres e autonomia econômica, com a presença de Helena Hirata.

Dia 12 (Sexta) – Jundiaí – Soberania Alimentar, justiça ambiental e luta por território.

Dia 13 (Sábado) – Várzea Paulista: Ato público com lançamento de livro sobre o histórico do 8 de março, debate sobre o histórico do movimento feminista e show cultural.

Dia 14 (Domingo) – Cajamar: A luta contra a violência sexista.

Dia 15 (Segunda) – Jordanésia: Maternidade como decisão e não como destino: debate sobre nossas experiências.

Dia 16 (Terça) – Perus: Pás e desmilitarização; debate sobre a luta pela transformação da sociedade com Aleida Guevara, lutadora cubana, filha de Che Guevara

Dia 17 (Quarta) – Osasco: Integração dos povos como alternativa e o papel do Estado

Dia 18 (Quinta) – São Paulo: Encerramento com ato público

*Programação cultural: ao longo dos dias, articuladas às atividades de formação, haverá exibição de filmes, música, poesia, teatro e apresentações culturais dos estados.

Mulheres em marcha até que todas sejamos livres!

Em 2010, realizaremos a 3ª ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres. Nela, militantes de dezenas de países realizarão jornadas de luta para transformar o mundo e a vida das mulheres. Neste momento, reforçamos a solidariedade, como está expressa em nosso chamado: "Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!".

Marchamos para denunciar as relações de opressão sobre as mulheres, machistas e patriarcais. Elas são estruturantes do capitalismo, que também é racista, lesbofóbico e depredador da natureza.

Marchamos em luta contra a mercantilização das nossas vidas, sexualidade e corpos. Para denunciar a exploração do trabalho reprodutivo e produtivo das mulheres, e que concentra a riqueza na mão de poucos. Marchamos pelo fim da violência contra as mulheres e dos conflitos armados. Contra a privatização dos recursos naturais e dos serviços públicos, a destruição e controle dos nossos territórios; marchamos a favor da reforma agrária, da soberania alimentar e energética.

Aqui no Brasil, estaremos reunidas mulheres de todos os cantos do país, urbanas e rurais, negras, brancas e indígenas. Temos, porém, uma identidade e objetivos comuns: o desejo de superar a injusta ordem atual que provoca violência e pobreza. O mundo que queremos se baseia na igualdade, liberdade, justiça, paz e solidariedade. Nele, autonomia, autodeterminação e solidariedade são os pilares da organização da sociedade. Some-se à nossa ação! Mulheres em movimento mudam o mundo!”

 

O SR. RUI FALCÃO - PT - Sr. Presidente, quero indicar a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi para falar pela Bancada do PT pelo art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PTB - É regimental. Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi, pelo prazo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. MARIA LÚCIA PRANDI - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, todos aqueles que nos assistem, os presentes neste plenário, funcionários, primeiramente agradeço ao nobre Deputado Rui Falcão, nosso Líder, a indicação. Quero, também, registrar nosso reconhecimento pela divulgação da marcha mundial das mulheres, e a comemoração do “Dia Internacional da Mulher” 8 de março, instituído há 100 anos - é bom que se registre - como a nossa luta permanente e contínua.

Neste momento gostaria de abordar um outro tema, justamente a respeito das chuvas que tivemos, que foram acima da média das últimas décadas, mas ao mesmo tempo a lerdeza e inoperância do Governo do Estado, uma vez que sabemos que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais já alertava sobre a quantidade anormal de chuvas  que viriam.

Estou tratando desta questão porque um nobre Deputado há alguns minutos, disse que o PT se colocou contra a abertura de comportas da Billings.

Quero esclarecer a questão porque fica sempre o fato e a versão equivocada do fato. Realmente a Prefeita de Cubatão questionou, buscou garantia por parte do Governo do Estado, comunicação eficiente, quando da abertura de comportas da Billings, para que se evitasse enchentes, para que a defesa civil estivesse atenta para que não coincidisse a abertura das comportas com maré alta. E a Prefeita não foi ouvida pelo Governo do Estado. Recorreu então ao Ministério Público. Participei da audiência convocada pela Promotora do Meio Ambiente, onde as duas partes - Estado e Prefeitura - combinaram ações, pois do contrário poderíamos ter tido o que aconteceu, por exemplo, em Atibaia, onde foram abertas as comportas sem nenhum estudo e tivemos a inundação da cidade.

Devo dizer que a promotora, durante aquela audiência pública, abriu inquérito civil público em relação à Emae, Empresa Metropolitana de Águas e Energia, porque era profundo o desconhecimento e a desarticulação entre o Daee, a Sabesp e a Emae, inclusive o Daee dizendo que não sabia se havia rios assoreados, ou não, naquela região.

Então estou dizendo que o Estado deveria ter aberto as comportas muito antes, deveria tê-lo feito já no final de outubro, início de novembro, porque sabemos que os índices estavam acima de 85,8% e já é recomendado isso. Só que deveria tê-lo feito seguindo as instruções do Consema e combinado com a prefeitura, o que não fez. É sempre o estilo autoritário e depois quer falar inverdades.

A outra questão é sobre a Serra do Mar, os bairros-cota que aliás acompanho há muitos e muitos anos, teve no ex-Deputado, já falecido, Rubens Lara, quando foi encarregado daquela ação junto aos bairros, a apuração de estudos que mostravam a necessidade da saída de duas mil famílias de lá. Devo dizer que a única coisa eficiente que o Governo do Estado fez até então foi o congelamento da área, que foi eficiente, sim, e não houve mais ocupação. Mas, de repente, Seu Xico Graziano é tomado por um delírio e resolve dizer que a samambaia é uma planta atípica do Parque Estadual da Serra do Mar e por outras razões de uma ave “X”, de uma ave “Y” é absurdo o laudo oferecido pela Secretaria do Meio Ambiente e diz que mais de cinco mil famílias têm que ser retiradas. Não são as famílias de área de risco, nem as famílias do Brotão, que foram retiradas na semana passada e que acompanhamos e que entendemos, sim, que deveriam ser removidas.

Então que não se digam, aqui, inverdades sem o devido conhecimento dos fatos. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. RAUL MARCELO - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tenho acompanhado a disputa na tribuna entre aqueles que defendem o nome da Dilma e os que defendem o nome do atual Governador de São Paulo, José Serra, para a Presidência da República.

Queria dizer, Sr. Presidente, que para uma área que vou citar agora, essencial para o desenvolvimento do País, independentemente de quem assuma o cargo de Presidente, infelizmente por conta do que foi feito no passado e no passado recente, nos últimos 16 anos no nosso País, não vamos ter alterações, que é a Educação.

Todos os exames que os Governos aplicam através das provas federais, estaduais ou municipais mostram a incapacidade intelectual por conta de um sistema que está praticamente falido, o sistema educacional brasileiro, em que alunos chegando ao 3º ano do Ensino Médio mostram um conhecimento que deveriam ter no 7º ano do Ensino Fundamental. Essa é a situação hoje do Brasil e a do Estado de São Paulo.

No Brasil, temos 14 milhões de analfabetos, a grande maioria está no Estado de São Paulo e o Secretário Estadual de Educação deu uma entrevista fantástica: disse ele que é impossível acabar com o analfabetismo no Estado, ou seja, o gestor educacional do nosso Estado assume que é impossível zerar o analfabetismo, enquanto temos milhares de jovens no Estado que poderiam ser alfabetizadores porque saem das nossas universidades. Para isso basta que o Governo os contrate através de concurso público com plano de cargos e carreiras e coloque esses estudantes recém formados nas nossas universidades para ensinar.

Temos um brasileiro, pesquisador da área, que não está mais entre nós, que foi Secretário da Educação na gestão da Erundina, Paulo Freire, que criou um método rápido, de três meses, quatro meses, usando a realidade do próprio jovem ou idoso para alfabetizar. Se o aluno mora na periferia, usam-se os elementos da periferia para a alfabetização; se o aluno é operário, usam-se os elementos da fábrica, enfim os elementos do cotidiano do aluno, de sua vida material, concreta. Mas não se faz isso. É um desprestígio em relação aos nossos educadores.

Na próxima sexta-feira, vamos ter uma assembleia dos servidores da Educação, nossos professores, na Cidade de São Paulo. E existe um indicativo de greve porque o desrespeito é muito grande, o salário é horroroso, as condições de trabalho são degradantes, as salas de aula estão superlotadas, há narcotráfico nas escolas, há escolas sem cobertura de quadra, as escolas não têm infraestrutura. Estamos a um passo de termos um prejuízo ainda maior para os nossos alunos e para a sociedade do Estado de São Paulo porque o Secretário Estadual de Educação não tem a capacidade de chamar para uma reunião e atender às reivindicações dos nossos professores.

Estamos com professores precarizados. Agora, o Governo fez uma prova e foi um banzé, uma complicação generalizada para os professores da rede, que ficaram sem poder dar aula porque a prova não levou em consideração os anos que o professor trabalha na escola, ou seja, o conhecimento acumulado que toda empresa reconhece, tanto a pública quanto a privada. A expertise que o trabalhador adquire no local de trabalho e demora anos e anos para acumular, foi desconsiderada. Professores com 10, 15 anos na rede não foram levados em consideração na prova; esse conhecimento acumulado foi desrespeitado e esses professores ficaram sem poder trabalhar, ou seja, ficaram sem atribuição de aula. Os Ofas, que estão sendo obrigados a dar apenas 12 horas/aula por semana - o salário já é péssimo, mesmo com a carga horária cheia -, estão sendo obrigados a trabalhar também na iniciativa privada, fazendo um bico aqui e outro acolá. Ou pior: a pessoa com Curso Superior trabalha numa fábrica e está indo fazer bico na rede pública como professor por conta dessa nova jornada de 12 horas. E tudo isso sem contar a situação salarial de fato.

E é por isso que os nossos professores vão fazer essa assembleia na sexta-feira com indicativo de greve porque o Governo, que tem um ex-funcionário de banco como Secretário Estadual de Educação, não tem sequer a capacidade de chamar os professores para uma reunião com todas as entidades do funcionalismo, especialmente a Apeoesp, para tentar atender às reivindicações e possibilitar termos uma Educação decente no Estado de São Paulo.

Hoje, infelizmente, isso não acontece, e é por isso que vamos apoiar os professores que vão fazer essa assembleia em todas as suas ações. Se for para melhorar a Educação no Estado de São Paulo, os professores terão apoio da Bancada do PSOL nesta Casa porque está mais do que na hora de termos uma Educação prestigiada no Estado de São Paulo, e não desrespeitada como hoje.

 

O SR. ROBERTO FELÍCIO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, público que nos acompanha através da TV Assembleia, público presente nas galerias, boa tarde.

Gostaria de fazer alguns comentários a propósito do debate aqui havido e na perspectiva de entender, sob a ótica paulista também o resultado de uma nova pesquisa, no final de semana, de intenções de voto. Em especial, quero destacar a manifestação dessa pesquisa relativa à provável candidatura do Governador José Serra à Presidência da República, e à candidatura, já homologada, evidentemente ainda na condição de pré-candidata, da Ministra Dilma Rousseff.

Nessa última pesquisa tivemos um fato que, quero aqui admitir, num certo sentido, até nos surpreendeu. Já era um pouco da nossa expectativa que a Ministra Dilma pudesse ter um crescimento nas pesquisas eleitorais, e que quase que inevitavelmente nós teríamos um cenário de encurtamento da distância, mas a pesquisa nos surpreendeu. Tivemos um crescimento da Ministra, de 23 para 28, portanto um crescimento consistente de 5% nas intenções de voto, e a queda do Governador, de 37 para 32, uma queda também consistente, o que levou, segundo noticiários de hoje, a uma movimentação dos três partidos, a coligação que existe entre PSDB, DEM e PPS, essa coligação a nível federal, ainda aos tempos do Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Mas esses números de certa forma já são conhecidos. Não estou aqui informando uma novidade. O resultado da pesquisa nos foi informado há 72 horas aproximadamente, portanto a maioria do povo do Estado de São Paulo e do Brasil já sabe do resultado.

Mas quero conversar um pouco a partir do debate que aqui se estabeleceu, e sugerir um caminho para tentarmos entender esse resultado. Também quero criticar as afirmações e tentativas de entender o resultado com ataques que fogem, na minha opinião, do bom debate político. Ouvi há pouco a afirmação de um deputado, fazendo referência à Ministra Dilma Rousseff, com expressões do tipo “essa mulher”, e depois referindo-se ao Serra como o “homem”, o homem que sabe tudo.

Meu colega, o Deputado Donisete Braga, fez a abordagem de um aspecto, e eu quero me referir a outro aspecto, que o Deputado Donisete também condenava. Para procurar entender por que a queda do Governador José Serra se dá inclusive no Estado de São Paulo - quero chamar a atenção para o fato de que também no Estado de São Paulo há uma queda acentuada do Governador Serra e um crescimento da Ministra Dilma Rousseff - os tucanos, em especial os Deputados do PSDB da Casa, não devem buscar uma resposta para isso utilizando-se de expressões que são evidentemente indicativas de um preconceito.

Fosse a candidata do PT, que não é só candidata do PT, é candidata de uma frente de diversos partidos, um homem, não se estaria usando a expressão “esse homem”, o “homem do Lula” etc. Já tivemos a oportunidade de ouvir aqui expressões feitas por um deputado tucano também, de que a Ministra Dilma - há três ou quatro meses - tinha feito uma recauchutagem.

Quero aqui, mais do que discutir a própria pesquisa, discutir esse tipo de preconceito que acaba tendo eco também aqui na própria Assembleia Legislativa, e penso que a população do Estado de São Paulo condenará oportunamente.

É mais razoável, se quiserem entender por que a queda do Governador José Serra se dá aqui em São Paulo também, perguntar aos professores, a todo o funcionalismo público que, ontem, dia 1º de março, mais uma vez o Governo do Estado não faz um movimento em favor da data-base que foi aprovada pela Assembleia Legislativa como lei, como exigência do processo de negociação.

É só perguntar para a Polícia Civil, que fez manifestação na semana passada novamente, e que pode resultar numa nova paralisação da Polícia Militar. Há protestos na área da Segurança Pública.

Perguntem aos trabalhadores da área da Saúde, para a nossa população que continua enfrentando fila no sistema de atendimento de Saúde aqui no estado de São Paulo, para não falar de episódios recentes, são mais de natureza conjuntural, e a cidade de São Paulo se transformou num verdadeiro piscinão a céu aberto.

Portanto, a explicação não está no preconceito, na insinuação maldosa que foi feita aqui há pouco por deputados tucanos, e tentar compreender por que a população brasileira está fazendo esse movimento de abandonar a candidatura de José Serra. Poderíamos tentar talvez essa perguntinha feita aos professores, aos funcionários públicos, aos que enfrentam fila, aos que enfrentam transporte superlotado, e talvez tenhamos uma explicação melhor, que dê saída.

Mas não quero ensinar aos tucanos como eles devem se reencontrar na conciliação com o eleitorado. Muito obrigado.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste pela TV Assembleia, quero fazer um comentário sobre o seminário de que participamos, na última semana, em Brasília, promovido pela Fundação Maurício Grabois e pelo PCdoB, a respeito do Código Florestal, assunto que está na pauta da discussão no País, e tem um grau de polêmica em função da questão do desenvolvimento da Agricultura e também da preservação da questão ambiental.

Houve uma grande participação de ONGs, do próprio Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e do representante do Ministério do Meio Ambiente.

Gostaria de reproduzir alguns comentários que fiz lá, para poder dividir o debate do Código Florestal com os demais companheiros da Assembleia. O Código Florestal é de 1965, uma lei importante para o País, uma lei referencial na política ambiental do País. A partir dela fizemos uma série de legislações, como a Lei de Proteção da Fauna, a Lei de Crimes Ambientais; a própria Constituição Federal e a Estadual têm um capítulo longo em relação à questão ambiental, que vêm exatamente daquele processo iniciado na década de 60, no Brasil.

O Código portanto cumpre um papel importante na política ambiental do País, e traz, entre outras questões, a proteção das áreas de preservação permanente, as APPs, ao longo de rios, córregos, nascentes. São faixas que precisam ser preservadas para garantir qualidade ambiental, para evitar esses problemas todos que estamos tendo, as enchentes nas grandes e médias cidades.

Traz também a questão da reserva legal, que é uma reserva que precisa ser garantida especialmente na área rural, para podermos ter a preservação do meio ambiente nas áreas de Agricultura também, além de outras questões como o zoneamento econômico ecológico.

Nossa percepção é que o Código, claro, precisa de atualização. Há uma Medida Provisória que alterou o Código em 2001, mas ainda não foi votada. O Código sofreu algumas alterações, mas tem questões que afetam diretamente o agricultor, como a dificuldade de fazer a reserva legal, o registro, além do problema da compensação financeira, que precisa ser tratado com o pequeno e médio produtor. Existem, portanto, questões para ser enfrentadas.

Naquele seminário, coloquei algumas questões que gostaria de repetir aqui. Uma delas diz respeito ao Código Florestal. É importante que esse Código seja mantido, pois é fundamental para o meio ambiente, assim como as APPs, Áreas de Preservação Permanente, com suas faixas delimitadas; a reserva legal também deve ser mantida, pois faz parte da preservação ambiental nas áreas rurais.

Outro ponto que coloquei foi no sentido de não caminharmos para a estadualização da Lei do Código Florestal. No seminário ficou claro que não vale a pena. Estadualizar o Código é um erro, pois essa é uma lei nacional, uma questão estratégica, assim como a agricultura. Na minha opinião, a Lei do Código Florestal deve ser mantida como uma lei nacional, com suas diretrizes. Os Estados e municípios podem fazer seus detalhamentos, mas essa lei deve continuar como um patrimônio ambiental importante.

A Comissão Especial encarregada de fazer a revisão do Código está andando pelo Brasil todo. Vamos trazer esse debate para a Assembleia e fazer uma reunião específica, talvez em abril, sobre o Código Florestal.

Teremos também um seminário sobre urbanismo e meio ambiente no início de abril, quando poderemos aprofundar a questão da preservação e qualidade ambiental, tão necessária hoje nas cidades.

Para finalizar, Sr. Presidente, quero dizer que precisamos cumprir, a partir deste ano, a lei de mudanças climáticas, que criou o Zoneamento Econômico Ecológico, aprovada no ano passado por nós, nesta Casa. De acordo com a lei, existe um prazo, porém, como já verificamos, não há dotação orçamentária para este ano. Precisamos, porém, fazer a análise do Zoneamento Econômico Ecológico, para que possamos ter uma avaliação dos biomas do Estado de São Paulo e estabelecer uma melhor política ambiental. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. MILTON FLÁVIO - PSDB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, nobres companheiros Deputados e Deputadas, público que nos acompanha pela TV Assembleia, quero dizer que fico emocionado quando o Deputado Roberto Felício demonstra essa preocupação em ensinar o PSDB a se aproximar da população, sobretudo em São Paulo.

Fico emocionado, porque é difícil imaginar que um deputado da oposição esteja com essa preocupação. Quero dizer ao deputado que também posso ajudá-lo a encontrar um candidato do PT para disputar conosco as eleições aqui em São Paulo. Assim, eles não precisam terceirizar a candidatura e buscar um candidato no Ceará, que terá de receber um mapa de São Paulo para se localizar, tanto tempo faz que ele não vem aqui. Justo ele que tantas vezes se contrapôs ao nosso Estado na Câmara Federal.

Mas não vou falar sobre isso. Quero abordar duas matérias publicadas em jornais de hoje. Uma, publicada no jornal “O Estado de S. Paulo”, tem o seguinte título: “Federais ainda têm 45% das vagas”

Ensino Superior

Federais ainda têm 45% das vagas

Baixo número de matrículas após 2 seleções com a nota do Enem surpreendeu o MEC; inscrição acaba amanhã

Luciana Alvarez

A terceira e última etapa de inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para instituições federais de ensino superior começou ontem com quase metade das vagas ainda disponíveis. Das 47,9 mil oferecidas, sobraram 21.701 vagas (45,3% do total) após duas rodadas de matrículas em todas as 51 instituições que participam da seleção.

As inscrições no site vão até amanhã e os resultados serão divulgados na sexta-feira. Pela primeira vez a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é usada como forma de seleção unificada para parte das universidades federais.

O Ministério da Educação atribuiu o fenômeno à falta de compromisso social de muitos estudantes, que teriam feito a inscrição no sistema online mesmo sem a intenção de se matricular nos cursos. Segundo o ministério, o baixo índice de matrículas confirmadas surpreendeu, pois o mesmo sistema é utilizado há alguns anos no Programa Universidade Para Todos (ProUni) sem que tivesse havido um número significativo de inscrições não confirmadas.

O MEC ressaltou, porém, que não haverá vagas ociosas porque foi instituída uma lista de espera após a terceira etapa. Candidatos não aprovados ao fim desta fase podem confirmar que mantêm o interesse na vaga que disputaram e entrar para a lista de espera.

Mesmo com poucos alunos matriculados, a maioria das instituições decidiu manter o calendário acadêmico. As aulas para o curso de Educação Física da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) começaram oficialmente ontem no campus de Santos com apenas 12 estudantes matriculados – ainda há 36 vagas abertas.

Na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas, no entanto, 82% das vagas não foram preenchidas e o início das atividades foi adiado em duas semanas (mais informações nesta página).

Na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a que tem maior número de vagas ainda disponíveis, a falta de estudantes em alguns cursos não alterou o início das aulas, marcado para amanhã. “Temos o período de recepção de calouros, depois apresentação da instituição, aula magna. Não haverá nenhum prejuízo de conteúdo”, afirmou a reitora da UFMT, Maria Lucia Cavalli Neder.

Em termos gerais, a universidade conta hoje com 53% das vagas preenchidas. Em Enfermagem, das 265 vagas oferecidas, 207 não foram preenchidas até agora – o que equivale a 78% do total. “Não posso dizer que é uma surpresa, mas esperávamos um número um pouco maior”, afirmou a reitora.

Segundo Maria Lucia, grande parte dos estudantes de fora do Estado que se inscreveram no Sisu não compareceu para efetivar a matrícula, especialmente nos campus do interior. “Diferentemente do que era esperado por muitos, não ocorreu uma “invasão” de gente de fora”, disse. De acordo com suas previsões, a UFMT vai manter a média de 20% de estudantes de outros Estados.

Para Maria Helena Guimarães de Castro, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), a falta de matrículas em um número tão grande de cursos pode ter outras razões além da desistência por causa da distância. “Há cursos novos, muitas vezes sem demanda.”

“Os alunos também sofreram com os atropelos do processo, tiveram de rever o que fazer a cada etapa”, avalia Maria Helena. “Muitos, por exemplo, podem ter preferido uma bolsa do ProUni.”

Processo

Este ano é a primeira vez que a nova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é usado como forma de seleção unificada para grande parte das universidades federais. Mas durante todo o processo do novo Enem os números ficaram aquém do esperado pelo próprio MEC.

Inicialmente, o ministério projetava 7 milhões de inscritos na prova, mas 4,1 milhões se inscreveram.

Com o vazamento do exame, denunciado pelo Estado em outubro, e o adiamento da prova, muitas instituições federais desistiram de usar a nota do Enem. O resultado foi uma abstenção recorde de 37,7%; só 2,6 milhões fizeram a prova.

Ranking das universidades que disponibilizaram mais vagas para a terceira fase

Instituição                                                                                             vagas abertas

Universidade Federal de Mato Grosso (MT)                                                    2.482

Universidade Federal de Pelotas (RS)                                                               1.916

Fundação Universidade Federal do Pampa (RS)                                               1.485

Universidade Federal do Piauí (PI)                                                                   1.421

Universidade Tecnológica Federal do Paraná (PR)                                            1.232

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (RJ)                                           1.130

Universidade Federal de São Paulo (SP)                                                          802

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (MG)                     695

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (PB)    689

 

Fico preocupado porque, ao longo da minha vida, sempre ouvi dizer que neste País os estudantes, sobretudo os mais carentes, não chegavam à universidade pela falta de oportunidades.

Tenho ouvido os deputados do PT dizerem aqui que “nunca, antes neste País, tantas faculdades foram abertas e tantas vagas oferecidas”. Ficamos surpresos, porque foram oferecidas 47 mil vagas pelas federais do Sistema Sisu, aquele que usava o Enem, e, na primeira classificação, 61% não foram preenchidas. Houve a segunda chamada e, ainda hoje, 45% das vagas continuam sem ser ocupadas.

O Governo Federal, em vez de assumir que abriu faculdades onde não devia, que abriu cursos que não tinham procura, culpa os estudantes. Agora o culpado é o aluno, que, segundo o Ministério da Educação, não tem compromisso social. Meus Deus do céu! Desde quando, para fazer universidade, a pessoa tem de ter compromisso social? A pessoa, na verdade, está buscando seu aprimoramento, sua qualificação, sua ascensão social.

O Ministério da Educação precisa saber que os alunos não estão disputando essas vagas porque não existe mercado; essas vagas foram oferecidas por interesse político, sem levar em conta aquilo que a população realmente queria.

Em um curso de enfermagem, por exemplo, foram oferecidas 265 vagas. Dessas, 207 ainda não foram preenchidas. É por isso que o PT diz que tem um montão de vaga, ou seja, oferece vagas onde não há estudantes para preencher. Dessa forma, elas não são ocupadas. Podemos contabilizar: se 45% dessas vagas não foram utilizadas, isso significa que o Governo faz de conta que abriu esse número de vagas. Na verdade, essas vagas não foram usadas porque os estudantes não se interessam pela má qualidade do curso, pela má qualidade das instalações, muitas das quais não saíram da pedra fundamental. Sobretudo, porque as áreas oferecidas não têm mercado.

Outro assunto que quero abordar diz respeito a um assunto publicado na “Folha de S. Paulo” de hoje, comentado inclusive pelo Deputado Pedro Tobias: “Maquiagem camufla os atrasos nas obras do PAC.”

Maquiagem camufla os atrasos nas obras do PAC

Obras têm prazo estendido de um balanço a outro e aparecem como dentro do prazo

Há casos em que conclusão fica para próximo governo, de fatiamento da obra para que parte ocorra no prazo e de sumiço de obra atrasada

Eduardo Scolese

Ranier Bragon

Da Sucursal de Brasília

O governo federal maquiou balanços oficiais para encobrir um mega-atraso nas principais obras do PAC. Três de cada quatro ações destacadas no primeiro balanço do programa não foram cumpridas no prazo original.

Lançado em 2007 com o objetivo de impulsionar a economia, o Programa de Aceleração do Crescimento é usado hoje pelo presidente Lula para certificar o que seria a capacidade de gerenciamento da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Pré-candidata ao Planalto, foi apelidada por Lula de "mãe do PAC".

No início do mês passado, Dilma comandou a divulgação do balanço de três anos do programa afirmando que 40% das ações previstas haviam sido cumpridas até aquele momento. Nas principais obras, apontava conclusão de 36%.

Mas esse documento oficial, fartamente ilustrado, passa ao largo dos gargalos de calendário: nele é divulgada uma profusão de carimbos verdes com a palavra "adequado" para cada uma das principais obras, com pequenas exceções de carimbos amarelos ("atenção") e vermelhos ("preocupante").

A maquiagem das informações fica evidente em consultas ao primeiro balanço oficial do PAC, de maio de 2007, e aos oito seguintes. Neles, descobre-se que muitas das obras que ostentam o carimbo verde passaram por uma revisão de metas e tiveram o seu prazo de conclusão dilatado, sendo que, para algumas delas, o desfecho foi postergado para a próxima gestão.

Isso sem que o governo fizesse menção, de um balanço a outro, à mudança dos prazos. Além da manutenção do carimbo verde em obras com cronograma estendido, os balanços oficiais exibem outras manobras de maquiagem.

Uma delas consiste no fatiamento da obra para que a conclusão de ao menos parte da ação ocorra no prazo. Outra mantém prazo de entrega, mas troca o objeto: em vez de conclusão da obra física, a meta passa a ser só "entrega do projeto".

Além disso, há casos de a ação atrasada simplesmente desaparecer nos balanços seguintes.

O primeiro balanço oficial do PAC se refere ao quadrimestre que vai de janeiro a abril de 2007. Destaca 76 grandes obras e ações, todas com metas estabelecidas. Ao confrontar esse documento com os balanços seguintes -principalmente com o último, o de três anos do programa-, constata-se que 75% dessas obras (57) sofreram atraso no cronograma, sendo 11 delas empurradas para o próximo governo, que assume em janeiro de 2011.

Desse montante de 57 ações que não cumpriram a meta inicial, 38 ainda estão em andamento. Novos cronogramas apontam atraso médio de um ano e meio em relação ao prometido em 2007, mas nos balanços o governo reserva carimbos amarelo e vermelho para apenas seis (16%) delas.

O governo sustenta que o sistema de carimbos é só um referencial para o risco de execução das obras e atribui os atrasos a fatores como chuvas, problemas na emissão dos licenciamentos e adaptações nos projetos.

Entre as obras que o governo prometeu e entregou no prazo estão a Usina Hidrelétrica Salto Pilão (SC), a Petroquímica Paulínia (SP) e o campo de Frade, na bacia de Campos.

Ao lançar a pré-candidatura de Dilma no congresso do PT, no mês passado, Lula elogiou a condução do PAC. "Posso dizer que nunca antes na história do país houve programa de investimento em infraestrutura tão organizado, tão discutido e tão planejado como nós fizemos o PAC."

Prazo é só um dos aspectos avaliados, afirma o governo

Da Sucursal de Brasília

A Casa Civil da Presidência, responsável pela coordenação do PAC, informou que o sistema de avaliação das obras se concentra na "identificação dos riscos à realização dos empreendimentos" e que o cronograma é "apenas um dos elementos considerados na avaliação".

"Obras com riscos potenciais, relacionados a entraves administrativos, ambientais, de projeto, quando ocorrem, levam o empreendimento ao selo de "atenção" ou "preocupante" ", afirmou a Casa Civil, em nota. "Quando o entrave é solucionado", prossegue, "o cronograma é obviamente ajustado e, se novos riscos não surgirem, o seu andamento passa a ser considerado como "adequado", como em qualquer avaliação realizada no setor público ou privado", prossegue a nota.

A Casa Civil diz que apenas ações excluídas do PAC deixaram de ser publicadas. Sobre o desmembramento de obras, afirma ser uma forma de aprimorá-las. Ela reafirmou o dado de 40% das obras concluídas e disse que "analisar os resultados por qualquer outro recorte pode gerar distorções".

Segundo o Ministério dos Transportes, a incidência de chuvas "por período acima do esperado", a busca de financiamento pelas empresas vencedoras e dificuldades na obtenção do licenciamento ambiental explicam os atrasos nas estradas e ferrovias. Já em relação ao trem-bala ligando São Paulo ao Rio, houve extensão do período de consulta pública.

Por meio de sua assessoria, a Infraero atribuiu atrasos nos aeroportos a ajustes nos projetos, alguns determinados pelo Tribunal de Contas da União.

Para a Secretaria Especial de Portos, processos de licitação e de autorização ambiental contribuíram para atrasos. "Tem que levar em consideração que algumas licitações e licenças ambientais são mais demoradas", disse o subsecretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário, Fabrízio Pierdomenico.

A Petrobras nega atrasos. Fala em "redefinição dos prazos" e elenca uma série de motivos, entre eles o incremento de projetos, renegociações de valores -"nas obras da refinaria Abreu e Lima, os contratos renegociados refletiram redução de R$ 6,7 bilhões nos custos"-, volume de chuvas e situações adversas, como a da construção do gasoduto Urucu-Coari-Manaus. "Pela primeira vez uma obra de gasodutos terrestres foi executada em parte sob os rios, usando metodologia similar à adotada para dutos marítimos."

Estradas, ferrovias, aeroportos e petroleiros estão atrasados

Da Sucursal de Brasília

Um exemplo do atraso não reconhecido nos balanços é o reforço da frota nacional de petroleiros. Um dos lotes previa originalmente a construção e entrega de quatro navios até este ano. Hoje, o governo fala na conclusão do primeiro deles em 31 de dezembro. Mesmo assim, ganhou o carimbo verde.

Já a construção de linhas de transmissão de energia entre Amazonas, Pará e Amapá, que segundo o primeiro balanço deveria ser concluída em dezembro, foi esticada para 2013.

Das 134 ações destacadas no primeiro ano do PAC (2007), 77% (103) não foram ou não serão concluídas no prazo original. Das 11 obras em aeroportos, 9 (82%) não estão no prazo original. Nas rodovias, também foram 11 ações, sendo 9 descumpridas. Nas ferrovias, 5 das 6 tiveram prazos estendidos.

É lamentável que, depois de três anos, o Programa de Aceleração do Crescimento, que tem até mãe - a candidata Dilma Rousseff -, infelizmente não tenha cumprido 40% do que foi planejado. O Governo alonga cronograma, modifica objetivos, na tentativa de enganar a população e mostrar que o projeto proposto está sendo desenvolvido.

Em uma parte do artigo, temos: “Estradas, ferrovias, aeroportos e petroleiros estão atrasados. Um exemplo do atraso não reconhecido nos balanços é o reforço da frota nacional de petroleiros. Um dos lotes previa originalmente a construção e entrega de quatro navios até este ano. Hoje, o Governo fala na conclusão do primeiro deles em 31 de dezembro. Mesmo assim, ganhou o carimbo verde.

Já a construção de linhas de transmissão de energia” - a justificativa da D. Dilma para os apagões - “entre Amazonas, Pará e Amapá, que segundo o primeiro balanço deveria ser concluída em dezembro, foi esticada para 2013.” O prazo de entrega foi dobrado.

“Das 134 ações destacadas no primeiro ano do PAC (2007), 77% (103) não foram ou não serão concluídas no prazo original. Das 11 obras em aeroportos, nove (82%) não estão no original. Nas rodovias também foram 11 ações, sendo nove descumpridas. Nas ferrovias, cinco das seis tiveram prazos estendidos.”

Infelizmente, Deputado Rui Falcão, depois de abril, não estarei aqui para continuar debatendo este assunto, mas gostaria muito de continuar para poder comparar o desgoverno do PT com a excelência dos governos do PSDB em São Paulo e no Brasil.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PTB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, vamos passar à Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PTB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, há sobre a mesa o seguinte requerimento, de autoria do nobre Deputado Samuel Moreira, líder do PSDB:

“Requeremos, nos termos regimentais, tramitação em regime de urgência ao Projeto de lei nº 1440, de 2009, de autoria do nobre Deputado Vaz de Lima, que dá a denominação de Aloysio Nunes Ferreira à Delegacia de Polícia Participativa de São José do Rio Preto.”

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. JONAS DONIZETTE - PSB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 10 minutos para que possamos realizar o Congresso de Comissões.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PTB - É regimental.

Antes, porém, esta Presidência, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoca V. Exas. para uma reunião conjunta das Comissões de Esportes e Turismo e Finanças e Orçamento a realizar-se hoje, às 17 horas e 13 minutos, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 306, de 2009.

Nos mesmos termos esta Presidência convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, Relações do Trabalho e Finanças e Orçamento, a realizar-se hoje, às 17 horas e 15 minutos, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 135, de 2010.

Nos mesmos termos esta Presidência convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça e Segurança Pública, a realizar-se hoje, às 17 horas e 17 minutos, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 1440, de 2009.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência, nos termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoca V. Exas. para uma reunião extraordinária da Comissão de Segurança Pública, a realizar-se hoje às 17 horas e 19 minutos, com a finalidade de apreciar a seguinte matéria em regime de urgência: Projeto de lei nº 1067, de 2009, de autoria do nobre Deputado Roberto Morais.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Jonas Donizette e suspende a sessão por 15 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 17 horas e 12 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 36 minutos, sob a Presidência do Sr. Edson Giriboni.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDSON GIRIBONI - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Proposições em Regime de Urgência.

Há sobre a mesa o seguinte documento do Líder de Governo:

“Sr. Presidente, requeiro nos termos regimentais que a disposição das proposituras da presente Ordem do Dia seja alterada na seguinte conformidade: que o Item 486, correspondente ao Projeto de lei 798/2009, passe a figurar como Item 1, renumerando-se os demais itens. Sala das Sessões, Deputado Vaz de Lima, Líder de Governo, com assinaturas dos demais líderes partidários.”

Em votação o requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

O Item 1 passa a ser o Projeto de lei 798/2009, de autoria do Sr. Governador, que restabelece a vigência dos diplomas legais que especifica. Com 01 emenda. Parecer nº 2414, de 2009, da Comissão de Justiça, favorável ao projeto e à emenda.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação.

Há sobre a mesa o seguinte requerimento:

“Sr. Presidente, requeiro nos termos regimentais que a votação do Projeto de lei nº 798/2009, constante da presente Ordem do Dia, se processe na seguinte conformidade:

1.           Projeto de lei 798/2009, salvo emenda.

2.           Emenda de nº 01.

Sala das Sessões, Deputado Jonas Donizette.”

Em votação o requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Vamos, conforme o Item 1, à votação do Projeto de lei 798/2009, salvo emenda. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação a Emenda nº 01. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitada.

 

O SR. RUI FALCÃO - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, já por dois dias consecutivos alguns deputados tucanos vêm à tribuna para dizer que o PT está terceirizando candidaturas ao Governo do Estado, quando nós sequer escolhemos o nosso candidato ao Governo do Estado. E o faremos no momento devido, diferentemente dos tucanos que já têm um candidato e espalham boatos de que ele ainda não se decidiu porque precisa de um vice antes. Mas o que me chama mais a atenção é que quando se fala em terceirização, refere-se ao Deputado Ciro Gomes, do PSB, dizendo que nós estamos importando um candidato do Nordeste ou do Ceará.

Este tipo de pronunciamento é altamente preconceituoso porque confirma algumas afirmações que já ouvimos aqui, uma delas inclusive do Governador: que os índices de analfabetismo em São Paulo são relativamente elevados ainda porque São Paulo tem muito migrante, muita gente que vem do Nordeste.

Nós que consideramos os nordestinos nossos irmãos tanto quanto os mineiros, paranaenses, gaúchos ou goianos queremos repelir publicamente este preconceito antinordestino que é sibilinamente veiculado aqui por alguns deputados tucanos.

 

O SR. RUI FALCÃO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON GIRIBONI - PV - O pedido de V. Exa. é regimental, antes, porém, esta Presidência tem a seguinte convocação a fazer: “Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: PLs 1071/09, 135/10, 306/09 e PLC 45/09.

Esta Presidência, nos termos constitucionais, adita à Ordem do Dia da Sessão Ordinária de amanhã os PLs 241/08 e 765/08 - vetados - e o PLC 45/09 que tramita em regime de urgência.

Nos termos do Art. 239, § 6º da XIII Consolidação do Regimento Interno, adita à mesma Ordem do Dia o PDL 83/09.

 Em face do acordo entre as lideranças esta Presidência, antes de levantar os trabalhos, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com o remanescente da Ordem do Dia de hoje e os aditamentos ora anunciados, lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a realizar-se hoje às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 43 minutos.

 

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