29 DE ABRIL DE 2002

13ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DO 90º ANIVERSÁRIO DO SANTOS FUTEBOL CLUBE

 

Presidência: EDMUR MESQUITA

 

Secretária: MARIÂNGELA DUARTE

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 29/04/2002 - Sessão 13ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: EDMUR MESQUITA

 

COMEMORAÇÃO DO 90º ANIVERSÁRIO DO SANTOS FUTEBOL CLUBE

001 - EDMUR MESQUITA

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada pela Presidência, a pedido do Deputado na condução dos trabalhos, com a finalidade de comemorar os 90 anos do Santos Futebol Clube. Convida a todos para, de pé, ouvirem a execução do Hino Nacional pela Banda da Polícia Militar.

 

002 - WILSON MORAIS

Em nome do PSDB, elogia a iniciativa desta solenidade, parabeniza a diretoria e a torcida do clube pelo prestígio alcançado ao longo dos anos.

 

003 - MARIÂNGELA DUARTE

Em nome do PT, relembra a emoção de ter presenciado jogos históricos nos tempos gloriosos do Santos e trata das origens do clube.

 

004 - Presidente EDMUR MESQUITA

Passa à entrega de placas comemorativas ao evento aos homenageados.

 

005 - MARCELO PIRILO TEIXEIRA

Presidente do Santos Futebol Clube, fala das responsabilidades inerentes a seu cargo e comenta fatos marcantes na história do clube. Oferta ao Sr. Presidente camisa comemorativa dos 90 anos do Santos e placas comemorativas ao evento aos presidentes da Torcida Jovem e Sangue Jovem, grupos de torcedores do Santos.

 

006 - EDMUR MESQUITA

Entrega placa comemorativa da efeméride ao Presidente do Santos Futebol Clube. Discorre sobre a rica história do Santos, que divulgou o nome da cidade por todo o país, lembrando as glórias do passado e manifestando esperança de grandes conquistas futuras. Anuncia a apresentação do Hino do Santos Futebol Clube. Agradece a todos que colaboraram para o êxito desta solenidade. Encerra a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido a Sra. Deputada Mariângela Duarte para, como 2ª Secretária "ad hoc", proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

A SRA. 2ª SECRETÁRIA - MARIÂNGELA DUARTE - PT - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Tenho a honra de passar ao registro das autoridades presentes a esta Sessão Solene em homenagem ao glorioso Santos Futebol Clube. Aqui à minha direita, o caríssimo Presidente da Diretoria do Santos Futebol Clube, Marcelo Pirilo Teixeira. Registro a presença do Presidente do Conselho Deliberativo do Santos Futebol Clube, Sr. José Teixeira. Saúdo a presença do Diretor de Honra da Federação Paulista de Futebol, Sr. Marcelo de Castro Leite, que está ao lado do nosso Presidente Marcelo Teixeira. À esquerda do Presidente do Conselho, Dr. Esmeraldo Tarqüínio Neto, que nos honra profundamente com a sua participação nesta solenidade, mesmo porque é filho do saudoso, ex-Prefeito de Santos e ex-Deputado Federal, Esmeraldo Tarqüínio.

Quero também fazer o registro da presença das seguintes personalidades: Deputado Cabo Wilson; Zito, bicampeão mundial; Sr. Marcelo de Mário Pereira, ex-jogador do Santos, campeão em 1935; Sr. Alberto Nunes, assistente administrativo e conselheiro do Santos Futebol Clube; o Sr. Modesto Roma, representado neste ato pelo neto, Carlos Henrique Roma Júnior; Sr. Mauro José Garetti, sócio remido e conselheiro efetivo, representando o Sr. Vavá, e sua irmã, Débora Duarte; o caríssimo amigo Clodoaldo Santana, ex-atleta do Santos Futebol Clube, campeão da Copa de 1970 na seleção brasileira de futebol; Sr. Dr. Mário Melo Soares, diretor jurídico do Santos Futebol Clube; o Presidente da Associação Brasileira de Vestuário, Roberto Chadar; a Sra. Luísa Marilacc de Castro Leite, filha do Sr. Marcelo de Castro Leite; o caríssimo diretor da divisão de relações públicas, Ary Fernandes Leal Filho; o Sr. Secretário da Mesa do Conselho Deliberativo, Sr. Arnaldo de Oliveira Barreto; o Sr. Conselheiro Honorário, Sr. Válter Toni; a Simone Santana, filha do amigo Clodoaldo Santana; o conselheiro, Sr. Jadir Augusto Abreu; o conselheiro Ermete dos Santos; conselheiro Dorival Zanfrolin; o caríssimo amigo Alaor Paisi, membro efetivo do conselho; o Sr. Guilherme Gomes, conselheiro do Santos Futebol Clube; o Sr. Anésio de Campos; o Sr. Marino Campedelli, da CPTM.

A Presidência agradece a presença das pessoas aqui mencionadas e quer também agradecer de forma fraternal e bastante efusiva àqueles que pertencem às diversas torcidas do Santos Futebol Clube que aqui se fazem presente, saindo de nossa cidade para aqui participarem desta Sessão Solene em homenagem ao Santos Futebol Clube.

Esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, nobre Deputado Walter Feldman, atendendo a solicitação deste Deputado, com a finalidade de comemorar o nonagésimo aniversário do Santos Futebol Clube.

Convido todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Quero aqui ainda registrar o agradecimento sincero ao maestro da Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Segundo Tenente-Músico Ismael Alves Oliveira. Muito honrado com a presença de V. Sa. bem como com a dos integrantes da gloriosa Banda da Polícia Militar deste Estado.

Quero também registrar a presença do Dr. Ivan Manoel de Oliveira, Badeco, Delegado da Polícia Federal e ex-jogador da Portuguesa de Desportos.

Esta Presidência quer conceder a palavra ao nobre Deputado Cabo Wilson.

 

O SR. WILSON MORAIS - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Edmur Mesquita, Sr. Presidente do Santos Futebol Clube, Dr. Marcelo Teixeira, em nome de quem cumprimento toda a diretoria executiva, o conselho fiscal e deliberativo do Santos, demais autoridades presentes, torcida jovem do Santos e demais torcidas, enfim, todos aqueles que vieram prestigiar mais um aniversário do Santos Futebol Clube, nobre Deputado Edmur Mesquita, meu companheiro, nobre Deputada Mariângela Duarte, grande Deputada batalhadora da cidade de Santos, do Partido dos Trabalhadores, aproveito para nesta data festiva parabenizar mais um aniversário do Santos - não poderia deixar de fazê-lo como santista que sou. Parabenizo em particular o nobre Deputado Edmur Mesquita por esta iniciativa comemorativa do aniversário do Santos Futebol Clube. É valioso que fique nos Anais da Assembléia Legislativa esta comemoração pelos 90 anos do Santos Futebol Clube.

Quero então com meu breve pronunciamento apenas elogiar o nobre Deputado que convocou esta Sessão Solene, bem como a diretoria do Santos e sua torcida, que veio aqui prestigiar este evento, saindo lá de Santos rumo a esta Capital. Rogo ao nosso bom Deus que este ano o Santos ganhe o Campeonato Paulista - não podemos mais esperar, nosso Presidente Marcelo Teixeira, pois está na hora. Estaremos torcendo e orando para que este ano seja o ano do Santos.Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Agradeço o nobre Deputado Cabo Wilson pelas suas palavras. Passo a palavra à caríssima amiga e grande Deputada da Cidade de Santos, da nossa Baixada Santista, a nobre Deputada Mariângela Duarte.

 

A SRA. MARIÂNGELA DUARTE - PT - SEM REVISÃO DA ORADORA - Bom dia a todos. Queria parabenizar o Presidente desta Sessão Solene tão meritória em comemoração do nonagésimo aniversário do Santos Futebol Clube. Na pessoa do nobre Deputado Edmur Mesquita, quero cumprimentar os demais Deputados presentes. Queria cumprimentar o jovem Presidente do Santos Futebol Clube, Marcelo Teixeira, toda sua diretoria, composta por amigos e figuras históricas da nossa cidade. Queria cumprimentar os ex-jogadores. E, representando todos os sócios, gostaria de cumprimentar do Dr. Marcelo de Castro Leite, benemérito do Santos Futebol Clube, ele que na Federação Paulista de Futebol, há mais de 50 anos, é um símbolo dos sócios desse time.

Falo com emoção. Já subi a serra emocionada, porque pude assistir aos tempos gloriosos do Santos Futebol Clube. Aquilo marcou nossas vidas. Todos nós que vivemos aquele período em Santos não podemos ignorar a glória que o Santos representa em sua história, como tudo aquilo alavancou a cidade e marcou nossas vidas.

Mas hoje, nobre Deputado Edmur Mesquita, a quem gostaria de parabenizar novamente pela oportunidade desta singela mas importantíssima sessão, quero ler o que está no site do Santos Futebol Clube para que fique gravado nos Anais desta Casa e saia publicado na íntegra do "Diário Oficial" do Estado de São Paulo a fim de que todo o Estado tenha acesso a um pequeno histórico da cidade e do Santos. Afinal, o discurso é do nobre Deputado Edmur Mesquita - nós viemos aqui hoje só para colaborar com idéia e a iniciativa louvável do Deputado. Faço, então, minha pequena contribuição para que fique nos Anais da Assembléia Legislativa exatamente o que está no site do Santos Futebol Clube.

“Foi no início do século XIX que a Cidade de Santos começou realmente a ser de grande importância para o Brasil. O porto despontava como um dos maiores do mundo. Por ele passava a maior parte do café, produto forte à época, exportado pelo País. A vida social do município crescia rápido, movida ao dinheiro dos barões do café e de seus negócios milionários com o porto. Em 1912, Santos já era a principal cidade exportadora de café do mundo, os negócios iam bem e a cidade atraía cada vez mais o dinheiro dos fazendeiros do interior. No entanto, na parte esportiva só se praticavam esportes aquáticos, remo principalmente. Pouco se falava em futebol. Os raros praticantes eram pertencentes a famílias inglesas que começavam a difundir a idéia do esporte no Brasil.

Foi nessa mesma época que três brasileiros legítimos se apaixonaram pelo esporte bretão. Mário Ferraz, Argemiro de Souza e Raimundo Marques decidiram no mesmo ano, em 1912, que a cidade já estava precisando ter um clube de futebol realmente seu, com características que fugissem do estilo inglês e mostrassem a cara do Brasil. A partir dessa decisão, os três tiveram uma idéia. No começo do mês de abril, distribuíram panfletos pela cidade, convocando santistas interessados em fundar um clube de futebol a comparecer a uma reunião no antigo clube Concórdia. Depois de discutirem por algum tempo e decidirem por unanimidade a formação de um clube da cidade, começaram a pensar em um nome para batizá-lo.

No início, foi proposta uma homenagem ao local onde havia acabado de ser fundado um grupo, o primeiro clube de futebol da cidade, Concórdia Futebol Clube. Propuseram alguns. Quando essa idéia estava quase prevalecendo, Edmundo Jorge de Araújo, um dos presentes ao encontro opinou: ‘Se é para ser um clube para representar a cidade, que se chame então Santos Futebol Clube.’ A sugestão foi aceita imediatamente. Dessa maneira meio revolucionária começava a surgir o clube que tantas glórias traria ao futebol, que na época já virara mania nos grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo.

Uniforme. A homenagem ao Concórdia ficou apenas nas cores do uniforme, que teria listas verticais brancas e azuis, com frisos dourados. O mais interessante porém é que as cores do Santos só se tornaram preto e branco, porque à época era muito complicado fabricar uma roupa com tantos detalhes. Então optou-se por essas cores, que eram mais fáceis de serem manufaturadas.

Primeiro jogo. A primeira partida disputada pelo Santos Futebol Clube foi em 22 de junho de 1922, com o uniforme então tricolor. O clube, recém-fundado, estreou com pé direito contra o então todo-poderoso da cidade Thereza Team, formado quase todo por ingleses. O time de Fauvel, Simon, Ari, Bandeira, Ambrósio, Oscar, Bulle, Geraule, Esteves, Fontes e Anacleto venceu por um a zero para desespero dos ingleses. Ali começava a despontar o que viria a ser o Santos.

Depois de um primeiro ano incrível, em que mais venceu do que perdeu, o time foi convidado em 1903 a disputar o campeonato da Liga Paulista. Em clima de euforia que tomou conta de toda a cidade, os jogadores enfrentaram seis horas de viagem para chegar a São Paulo, onde enfrentaram o Germânia. Resultado da estréia entre os feras do futebol paulista: Germânia 8, Santos 1. Mas a derrota não desanimou os jogadores, porque na semana seguinte, depois de treinos duros, voltaram. Três semanas depois, no dia 22 de junho, o time santista conquistava sua primeira vitória em uma competição: 6 a 3 diante do Corinthians. Foi o início de uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro e primeiro grande feito do clube, que chegaria à sua glória na era Pelé.

Títulos: mais de 73. O primeiro título foi em 1913, quando foi disputado pela primeira vez o Campeonato Santista de Futebol, contando com a participação do Santos, América, Escolástica Rosa e Atlético. O Alvinegro foi o grande campeão, com seis vitórias em seis jogos, 35 gols pró e apenas sete contra.

Mais tarde despontaria aquele que deveria ser o maior craque de sua história e o maior jogador que o mundo já viu - Édson Arantes do Nascimento, Pelé.”

Li esta página do Santos como uma pequena homenagem ao time por que me apaixonei há mais de 30 anos. Queria dizer à diretoria, aos jogadores, à torcida jovem e a todos aqueles que herdaram esse patrimônio que se confunde com a grandeza e a história da nossa terra, da nossa Santos, que estamos somando esforços e temos responsabilidade - porque só a crítica não resolve - para que o Santos volte, para nossa alegria, a ser o campeão da nossa terra. Quando desencantarmos o Santos, não tenho dúvida, estaremos também desencantando a nossa cidade. O Santos trará as vitórias que Santos e a nossa região do Estado de São Paulo merecem.

Obrigada, nobre Deputado Edmur Mesquita por esta oportunidade. Obrigada a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Ao agradecer as belíssimas palavras proferidas pela nobre Deputada Mariângela Duarte, como é característico de seu perfil e de sua personalidade, que, além de ser atuante, o que evidentemente dignifica o Poder Legislativo paulista, é uma pessoa culta, inteligente, que realiza um trabalho de grande envergadura a favor da população da Baixada Santista.

Quero ainda registrar a presença do Dr. Norberto Moreira da Silva, que é Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de Santos, e também vice-Presidente da Diretoria do Santos Futebol Clube, bem como fazer aqui o registro da presença do caríssimo contemporâneo de faculdade em Santos, a Católica de direito de Santos, conselheiro e Vice-Presidente da Ordem dos Advogados, Subseção de Santos, Rodrigo Bira.

Passamos agora às homenagens àqueles que prestaram sua enorme colaboração e dedicação, oferecendo parte de sua vida para a construção desse patrimônio esportivo e moral que representa a cidade de Santos, que é o nosso glorioso Santos Futebol Clube. Passamos portanto neste instante a prestar nossa homenagem àqueles que construíram a história do Santos Futebol Clube. Em seguida esta Presidência concederá a palavra a todos aqueles que quiserem se manifestar.

Passarei então a fazer a chamada. Sr. Modesto Roma, neste ato representado pelo seu neto, Carlos Henrique Júnior. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. CARLOS HENRIQUE JÚNIOR - Bom dia a todos. Em nome da família de Modesto Roma, queria agradecer esta homenagem a um homem que dedicou sua vida ao Santos Futebol Clube e que legou essa paixão a todos nós da família. Estou imensamente agradecido. Espero que estejamos logo no caminho das grandes vitórias - o Presidente Marcelo está trilhando esse caminho. Obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Faremos homenagem agora ao cantor Vavá, neste ato representado pela sua irmã, Débora Duarte. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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A SRA. DÉBORA DUARTE - Bom dia a todos os presentes. Congratulo o Presidente pela comemoração dos 90 dias do Santos. Estou aqui em nome de meu irmão, Vavá, santista roxo, que, quando recebeu o convite para ser homenageado, se empolgou tanto e ficou tão feliz que disse que viria de qualquer jeito. Mas ele se esqueceu que sua agenda não o permitiria, e no momento ele está ausente do Estado. Pediu-me então que eu viesse em nome dele e da família toda, que é santista. Agradeço ao Presidente desta sessão, nobre Deputado Edmur Mesquita, e ao Presidente do clube, Marcelo Teixeira, por essa homenagem. O Vavá, como santista roxo, é sócio de uma academia e está sempre presente aos jogos quando pode, pelos quais é grato. Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Vamos homenagear agora o excepcional jogador, e também cantor e poeta, homem apaixonado pela noite: o Tite. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. TITE - Para mim é uma coisa muito importante receber tamanha honraria, sobretudo diante de tanta gente, tanta personalidade, tanta gente bonita, tanta gente cheia de amor e carinho para dar. Fico muito feliz. Tudo aquilo que eu fiz pelo Santos e tudo aquilo que recebi do Santos Futebol Clube, acho que foi uma coisinha tão pequeninha diante da grandeza dessa cidade, onde tive o orgulho de receber o título de cidadão santista. Não tenho mais palavras. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Faremos agora uma homenagem a um grande santista, símbolo não tão somente para nossa cidade e nosso clube, mas símbolo de jogador excepcional, extremamente ético e competente, que, mesmo tendo marcado já o futebol como prática permanente do ponto de vista profissional, tem colaborado de forma significativa com a diretoria, para que o Santos Futebol Clube possa conquistar o patamar de reconhecimento que merece no País e em nível internacional. Exemplo de homem profissional, e que tem sobretudo uma história de vida que deve ser seguida por todos os amantes do futebol, passamos à homenagem do caríssimo amigo Clodoaldo. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. CLODOALDO SANTANA - Bom dia a todos. Obrigado, caro amigo nobre Deputado Edmur Mesquita por esta lembrança. Quero agradecê-lo em nome de todos aqueles que ajudaram a fazer a história do Santos Futebol Clube, aqueles que hoje estão ausentes aqui, mas com certeza também responsáveis por toda essa grandeza que hoje ostenta o Santos Futebol Clube. Obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Faremos neste instante a homenagem àquele que conquistou, pela sua generosidade, caráter e perfil de homem extremamente amável e simpático, destacando aqui naturalmente todo seu profissionalismo e seu passado que honrou profundamente o Santos Futebol Clube, o caríssimo Zito. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ZITO - Obrigado a todos pela presença. É uma data muito importante para o Santos Futebol Clube, para a cidade e para nós, que batalhamos tantos anos lá no Santos Futebol Clube. Meu agradecimento ao nobre Deputado Edmur Mesquita. Um abraço a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Vamos prestar homenagem agora ao caríssimo Mário Pereira. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. MÁRIO PEREIRA - Quero apenas fazer meu profundo agradecimento e minha satisfação. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - O Sr. Mário Pereira é o único jogador do time dos tempos em que o Santos se sagrou campeão em 1935, ganhando do Corinthians na final do Campeonato Paulista. Espero que não haja nenhum corintiano aqui, inclusive dentre os funcionários da Assembléia Legislativa aqui presentes, para não criar confusão. Mário Pereira, esta figura simpaticíssima, permanece no convívio entre nós e engrandece o Santos Futebol Clube.

Gostaria de chamar o nobre Deputado Cabo Wilson para que preste a homenagem ao Sr. Marcelo de Castro Leite, fazendo a entrega desta placa comemorativa em nome da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. MARCELO DE CASTRO LEITE - Boa tarde a todos. Vim aqui hoje para homenagear o Santos Futebol Clube. Mas também sou homenageado. E primeiro, portanto, agradeço pela homenagem. Quero aproveitar para contar a maior emoção que tive no Santos Futebol Clube. Não foram os campeonatos mundiais e paulistas. A maior emoção que tive foi em 1927. Já faz tempo. Eu tinha pouco mais de 10 anos. Uma tarde, bate à porta de minha casa - talvez ninguém se lembre - o Freitas, que era o cobrador do Santos Futebol Clube, que trazia o meu primeiro recibo como sócio menor do Santos Futebol Clube. Tive realmente uma emoção muito grande, porque a partir daquele momento eu ia assistir a todos os jogos do Santos na Vila Belmiro com aquele recibo de sócio menor. E disso eu não me esqueço nunca. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Convido a nobre Deputada Mariângela Duarte a fazer a entrega deste mimo ao caríssimo Presidente do Conselho Deliberativo José Teixeira. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. JOSÉ TEIXEIRA - Bom dia. Gostaria de agradecer a iniciativa do nobre Deputado Edmur Mesquita, bem como a presença da nobre Deputada santista Mariângela Duarte, nossa amiga, bem como do nobre Deputado Cabo Wilson, também santista roxo. Como sempre, ficamos devendo para o Santos. Sempre, sempre. Nós que somos santistas, nascemos numa época em que não tínhamos escolha: ou éramos santistas, ou não torcíamos para time nenhum. Esse talvez aliás seja o mal de todo santista. Somos santistas de uma época em que qualquer time que quisesse disputar com o Santos via nosso time como se vê hoje o Michael Schumacher hoje: ele está lá na frente, e o segundo chega 40 segundos depois. Ou seja, não havia ninguém para chegar perto.

Tínhamos uma máquina de fazer gols, uma máquina de homens, uma máquina de pessoas com um brilhantismo, uma técnica e uma ética que era maravilhosa. Lembro-me muito bem de faltar à aula no colégio, em um dia de chuva, para ir à Vila ver um jogo, um simples jogo, em que se dizia que o resultado seria um a zero ou dois a zero, pois com certeza o Santos ia ganhar, e já colocávamos o resultado dos dois pontos na tabelinha - o Santos no entanto ganhou de 11 a 0, com 8 gols do Pelé.

O Santos a cada dia nos dava emoções maravilhosas, que foram se confundindo com a nossa vida. As emoções da nossa vida passaram a ser as emoções do Santos, e as emoções do Santos, a nossa vida. Então, a cada momento em que a gente fala que é santista, torcedor do Santos, ou em que participa de algum momento da vida do Santos, muito pouco a gente pode dar do Santos. Na realidade, ele nos dá tudo: alegria, satisfação, emoção. Fico aqui mais uma vez grato, porque o Mário Pereira, que representa o Santos de 35, é pai de um grande amigo meu, aliás, de dois grandes amigos meus: um que trabalhou comigo na Companhia Docas de Santos, José Armando Pereira, já falecido, e outro, Mário Pereira, meu engenheiro na Prefeitura de Cubatão. Vejo o mesmo Santos de Mário Pereira, com essa idade e com esse vigor, que daria trabalho para o Michael dentro das quatro linhas, e vejo também a torcida do Santos que se chama Sangue Jovem, Torcida Jovem - ou seja, tudo é jovem na vida do Santos, de um Santos que tem 90 anos de idade.

O Santos, que já foi o melhor do século, não das Américas, mas do mundo. Só não fomos do mundo, porque não tínhamos padrinho político para brigar por aquilo. Tivemos o maior atleta do século. Isso, porque, se houvesse a eleição do segundo maior atleta do século em matéria de futebol, ele também seria do Santos. E o terceiro e o quarto também - e assim por diante. Talvez os 11 fossem dos Santos. É um time que já cedeu 11 jogadores para a seleção brasileira, um time que, se vestisse a camisa da seleção brasileira, com certeza seria campeão do mundo naquela época. Esse mesmo Santos, com essas torcidas, com certeza será muito grande neste século que se avizinha.

E não só muito grande pelo seu passado - pois quem não tem passado não tem futuro, quem não tem história para contar não pode ouvir nada, e o Santos tem uma história enorme para contar - mas neste século que se avizinha o Santos trilhará novos caminhos e chegará aonde queremos, pois ser vice não é nada: queremos é ser campeão. Fomos vice em dois anos seguidos - não fomos campeões por besteiras em que acontecem em todas as profissões e que acontecem também no futebol. Com certeza trilharemos caminhos muito bonitos ano que vem.

Essas homenagens prestadas por você só dignificam ainda mais o Santos Futebol Clube. Agradeço-lhe sinceramente, porque crítica, quando construtiva, é muito bem-vinda. E lembranças como essas, construtivas, são mais bem-vindas ainda. Meu muito obrigado a você e ao Santos Futebol Clube. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Neste momento, sinto neste momento um sentimento incomum, na medida em que normalmente a tribuna desta Casa de Leis é utilizada para fazer observações, comentários, pronunciamentos, cursos acerca do orçamento do Governo do Estado de São Paulo, dos projetos de lei que aqui estão tramitando e que são pautados para as suas respectivas votações, acerca de problemas relacionados à segurança pública, saúde, educação, habitação de todos os paulistas.

Hoje, no entanto, de forma absolutamente diferenciada, esta Casa presta uma homenagem a uma entidade, a um clube que marcou profundamente a história do Brasil e de sua gente. Diria que esse não é tão somente um gesto de cultivo do passado de tantas tradições, de uma memória singular, de uma história incomum daquilo que representou o Santos Futebol Clube. Muito pelo contrário, é importante, é essencial que a gente busque na memória as nossas raízes para que possamos reafirmar - e o digo com convicção - que o Santos Futebol Clube poderá construir em seu futuro outros horizontes, sobretudo pelo fato de ter à sua frente um presidente que, além de sua juventude estampada como etapa cronológica, é alguém sério, honrado, que dedica grande parte dessa sua capacidade de trabalho, dessa sua juventude ao Santos Futebol Clube, sempre de maneira exemplar, sem medir esforços, mesmo às vezes comprometendo momentos de alegria e felicidade, em que poderia estar convivendo com sua família, esposa e filhos, abdica no entanto da felicidade desses momentos para dar sua contribuição efetiva para que o Santos Futebol Clube, em razão de sua memória e história, seja um clube que reafirme suas tradições do passado, com olhar voltado para a construção de um novo futuro.

Portanto, sinto-me profundamente envaidecido, e julgo ser este um dos momentos mais importantes que vivo no Parlamento Paulista, agora que faço a entrega desta homenagem ao caríssimo Presidente Marcelo Teixeira, que, também em nome da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo, por intermédio do Gílson Braga, diretor de finanças, faço a entrega, além desta placa comemorativa, de um quadro que estampa o time quando foi campeão da Taça Libertadores da América, no período de 62 e 63.

Portanto, Sr. Presidente Marcelo Teixeira, caríssimo presidente e amigo, homem que representa uma família que cultiva os valores da educação, da instrução, do conhecimento, do saber, da ciência e da pesquisa, a família Mílton Teixeira, proprietária da Universidade Santa Cecília, que tantos serviços tem prestado não somente à cidade de Santos, mas a todo nosso Estado.

Fica aqui portanto esse registro, que eu diria ser do povo paulista, em agradecimento a essa história construída, é verdade que muitas vezes com angústia, tristeza ou ansiedade, mas principalmente com aquilo que mais nos marca: a alegria de sabermos que o Santos Futebol Clube contribuiu para a felicidade de muitos brasileiros. Parabéns, Marcelo Teixeira. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Tem a palavra o Sr. Presidente do Santos Futebol Clube, Marcelo Pirilo Teixeira, que falará aqui da tribuna do Plenário Juscelino Kubitschek, quem sabe treinando para um futuro próximo sendo nosso representante aqui também.

 

O SR. MARCELO PIRILO TEIXEIRA - Exmo. Sr. Dr. Edmur Mesquita, mui digno Presidente nesta Casa, Exma. Sra. Deputada Mariângela Duarte, que também veio hoje a caráter, de branco e preto, Exmo. Sr. Deputado Cabo Wilson, também santista de coração, autoridades já mencionadas presentes, ligadas ao Conselho Deliberativo do nosso Clube, as autoridades também ligadas à área esportiva, nossos queridos e inesquecíveis atletas, amigos do Santos Futebol Clube, integrantes das nossas torcidas, bom dia a todos.

Sem dúvida, para nós que ocupamos hoje a Presidência do Santos Futebol Clube, quando comemoramos 90 anos de existência, é uma razão muito especial, um sentimento de muito carinho e de muita responsabilidade também de ocupar este cargo, estar recebendo as homenagens em nome de toda a nação do Santos Futebol Clube, nação esta que está não só na nossa cidade mas também em todo Estado de São Paulo, no Brasil e no mundo. Não conseguimos dimensionar hoje o tamanho e a quantidade de torcedores do Santos espalhados por todo este planeta.

Com certeza, em 1912, quando do início, já muito bem relatado pela nossa Deputada Mariângela Duarte, os alvinegros, que até então não eram alvinegros, e nós iniciávamos em outras cores, que eram o amarelo e o azul, através do Concórdia, para depois então, sim, nos transformarmos em alvinegros praianos, talvez não imaginássemos, mas talvez eles fossem tão abençoados que até estariam com uma missão, prevendo-se que o Santos pudesse chegar a um novo século, completar 90 anos de existência e acumular em sua história tantas glórias e conquistas. Muitas vitórias e títulos.

Temos hoje aqui representadas várias dessas gerações. Mencionamos a primeira dessas láureas, aliás histórica, no ano de 1935, quando lutávamos por uma conquista - e o Santos já conseguira inúmeras delas na região da Baixada Santista - em nível estadual. Fomos várias vezes injustiçados e muitas vezes prejudicados até chegar ao título de 1935. Aliás, essa é uma rotina na vida e na história do Santos. Ninguém se conforma nem admite que um clube grande não esteja sediado numa grande capital. Esta é a realidade: o Santos foge à regra, foge à rotina, já que tem uma grande marca, é uma grande instituição, mas não está numa grande capital. Está numa cidade abençoada por Nossa Senhora do Monte Serrat, que, através de seu povo, luta para engrandecer não só nome da Baixada Santista, como também o nome do nosso País.

E cito exatamente o campeão de 35, Mário Pereira, que simboliza não só a primeira conquista do Santos Futebol Clube, como a quebra dessa tradição que circundava o Palestra, o Corinthians e o São Paulo, posteriormente com o Palmeiras e assim por diante. Essa geração fez com que fosse concretizado aquele sonho do início das conquistas de 1912. Ficamos 20 anos para conquistar um novo título, em 1955. Ficamos quase 20 para conquistar o primeiro. Ficamos mais 20 para conquistar o segundo. E reinamos durante quase duas décadas no futebol brasileiro e no futebol mundial. Somos dessa geração. Somos da geração de 60, que viu nascer Zito e tantos outros que fizeram parte daquela história e que hoje são justamente homenageados.

Hoje convivemos não só com essa memória desse passado glorioso mas com a responsabilidade e o desafio de recolocar o Santos nas grandes conquistas, porque conquistamos tudo que era possível e imaginável no planeta. Fomos várias vezes campeão paulista, várias vezes campeão brasileiro, duas vezes campeão sul-americano, duas vezes campeão do mundo. Fizemos várias excursões no mundo. Foi o clube que conseguiu, em fato inédito, parar uma guerra - é o mesmo que imaginar hoje irmos para um país onde esteja o pior dos conflitos, e um clube ter a condição favorável de através de seu uniforme todo branco levar a paz. Esse clube realmente tem uma missão especial, que não é só de conquistar títulos, mas de levar, através de nossa cidade e do nosso clube, a paz, a alegria, o amor para todos os cantos do nosso País e do mundo.

Para nós hoje estar aqui representando o Santos é uma alegria, porque somos dessa geração gloriosa e vitoriosa. Pudemos conviver com muitas conquistas e hoje estamos ausentes delas - aliás já há quase 18 anos sem possibilitar ao nosso torcedor gritar, o que é a maior alegria de todos nós, que é campeão. Mas podem ter certeza, senhores torcedores do Santos Futebol Clube, como muito bem disse o meu amigo Presidente do Conselho Deliberativo, José da Costa Teixeira: podem gritar, alardear e criticar, mas o Santos está no caminho correto, fazendo o trabalho de recuperação não só de seu patrimônio e de suas finanças, mas também hoje promovendo, pelo futebol, uma ampla reformulação de seu plantel.

Conseguimos em dois anos chegar a algumas conquistas - pelo menos na disputa de algumas conquistas. É pouco para nós, que queremos um título. É pouco para a história desse clube, que quer chegar ao título não paulista, mas brasileiro, voltando a ser grande em nível sul-americano, e voltando a gritar que é campeão do mundo. É um desafio para esta diretoria. Vamos buscar tudo isso, para colocar mais uma estrela em sua camisa.

Temos condições. Apesar de nossa cidade se encontrar num momento difícil, apesar de luta de políticos como Mariângela Duarte e Edmur Mesquita, infelizmente nossa cidade ainda é esquecida. Ainda não temos uma universidade pública - estamos lutando e quase conseguindo. Somos sempre diferenciados nas nossas lutas. Mas vamos chegar lá. Nossa Praça Cafeeira já não é tão rica quanto outrora. Nosso porto também não, quando tínhamos grande economia, quando os políticos atuantes ajudavam Santos, quando Santos era então grande. Quando todos nós estávamos unidos na busca de uma figura como Modesto Roma, como Athiê Jorge Cury, como Nicolau Moran, quanto tínhamos capacidade e competência administrativa, e acima de tudo união dos santistas, tínhamos também as grandes conquistas e os grandes títulos.

Se estivermos divididos e separados, o Santos não chegará a nenhum lugar. Só com a união o Santos poderá voltar a ser grande e a conquistar seus títulos. Ele já é muito grande, mas naturalmente nós, em nosso coração, estamos aqui hoje um pouco tristes, porque vemos tantas disputas, tantas finais de campeonatos, e o Santos neste semestre não conseguindo disputar nenhum deles. Essa é a tristeza que fica no meu coração, porque o compromisso desta administração com os santistas de coração é que o clube esteja sempre honrando suas tradições e disputando títulos. Fora das quatro linhas, a diretoria vem fazendo a sua parte. É uma pena - e disse isso lá no nosso jantar-dançante - que eu, como presidente, não possa bater um pênalti, porque, se eu pudesse, com certeza, meus torcedores, naquela final do ano passado contra o Corinthians, eu entraria, vestiria aquela camisa 10 do Dodô e poria aquela bola na rede - de alguma maneira eu o faria, não sei de que forma, mas eu ia pôr aquela bola na rede. (Palmas.) Mas isso faz parte do passado. O passado é um passado glorioso de grandes conquistas de títulos. Hoje temos este desafio: unir todos os santistas.

Fico feliz que talvez pela primeira vez na história desta Assembléia Legislativa aqui de São Paulo nós temos uma homenagem ao Santos Futebol Clube. E não poderia partir de uma outra pessoa, senão desta pessoa tão especial, o meu amigo Edmur Mesquita, esse santista atuante, Deputado estadual, defensor da classe política dos mais diversos segmentos da nossa sociedade, e que é uma voz ativa aqui na Capital. Pessoas como Edmur Mesquita, sérias, competentes e acima de tudo de grande amor pela nossa cidade, devem ser sempre reverenciadas e preservadas para o bem não só da política da cidade para de todo o Brasil, porque exemplos como o de Edmur Mesquita devem ser sempre seguidos pela classe política do nosso País.

Por fim, gostaria de dizer aos senhores que fico até mais esperançoso e otimista, porque vemos movimentos não só aqui na Assembléia Legislativa, mas também na Câmara Municipal de Santos, na Câmara dos Deputados, em nível federal, através de Aloísio Mercadante e Arnaldo Madeira. São movimentos sempre no sentido de engrandecer a história do Santos Futebol Clube. Fico feliz, porque o Santos precisa desses movimentos. O Santos precisa da capacidade política para se fazer representar não só nessas casas, como também nos órgãos esportivos.

Através dessas iniciativas, com certeza, o Santos estará conquistando seu espaço, que com certeza já foi espaço de Marcelo de Castro Leite, que atualmente ainda ocupa cargo da Federação Paulista de Futebol, e hoje no Comitê Executivo da Liga. Precisamos de mais santistas atuando na Federação Paulista de Futebol, nas ligas regionais e nacionais, para que o Santos possa estar buscando seus direitos, o seu direito de não ser prejudicado nas grandes conquistas, nem roubado nos campeonatos que dispute. Com certeza, no que depender desta diretoria, desses movimentos, o Santos estará buscando seu espaço.

Gostaria de agradecer mais uma vez, em nome do Santos Futebol Clube, esta homenagem, feita graças à iniciativa do nobre Deputado Edmur Mesquita, referendada aqui também pela nobre Deputada Mariângela Duarte e pelo nobre Deputado Cabo Wilson, bem como por toda esta Casa e por todos os amigos aqui presentes. Não são tantos, como o próprio Edmur reconhecia, por causa do horário, que infelizmente não é o mais propício para uma solenidade como esta. Mas com certeza todos os santistas espalhados no Brasil e no mundo estão aqui de alguma forma representados.

É por esta razão que peço para que duas pessoas se dirijam aqui à frente, representando todos os santistas de toda a história gloriosa do Santos Futebol Clube para receber esta homenagem da nossa diretoria, que é o “bottom” dos 90 anos, para este que é o maior patrimônio que o Santos pode ter: nossa torcida, no momento sofrida e esperançosa, que quer um título da maneira como for, como todos nós queremos. É por essa razão que peço licença ao Sr. Presidente, nobre Deputado Edmur Mesquita, para que possa chamar Ricardo Psigotta, Presidente da Sangue Jovem, e também Orlando Rollo, Presidente da Torcida Jovem, para receber estes “bottons”, que simbolizam não só os 90 anos de grandes conquistas, como também a esperança de que a nossa torcida possa de novo, como fez em 2000 e 2001, dividir o estádio com a torcida do São Paulo e do Corinthians. Há tanto tempo não víamos de novo o Santos dividir estádios. Podem ter certeza de que o Santos dividirá estádios e conquistará em breve um grande título. (Palmas.)

Por fim, gostaria de entregar esta camisa, que é a camisa dos 90 anos do Santos Futebol Clube, a esta Casa, que hoje presta esta homenagem tão significativa e que emociona de fato a todos nós santistas de nascimento e coração. Hoje, vocês têm na Presidência um santista oriundo das arquibancadas, um santista da época de 60, testemunha das mudanças que ocorreram no Brasil em período tão marcante. E este é o pensamento deste Presidente: fazer mudanças consideráveis, radicais, para a modernização do Santos Futebol Clube.

Por isso, entrego esta camisa, a nossa camisa dos 90 anos, a camisa que simboliza não só o branco da paz, como o dourado das conquistas, ao meu querido amigo, porque com certeza o santista estará guardando no fundo do coração esta homenagem da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, que só foi possível graças ao nobre Deputado Edmur Mesquita. Entrego esta camisa, que é o que há de mais sagrado na história do Santos, para que você possa ter a recordação deste dia memorável para o Santos Futebol Clube. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Também gostaria de manifestar aos senhores que nós prestaríamos também as homenagens desta Casa ao Dr. Milton Teixeira, pai do amigo Marcelo, ex-Presidente do clube, ao jogador do século, nosso jogador de todos os tempos, Pelé, ao Calixto Pepe, ao Serginho Chulapa, também ao cantor Luís Américo. Na impossibilidade deles estarem presentes a esta sessão, vou fazer possivelmente a entrega das placas ao Presidente Marcelo Pirilo, para que ele então possa devidamente prestar esta homenagem, em nome da Assembléia Legislativa, aos homenageados.

Quero também, Presidente Marcelo, entregar esta placa de homenagem da Assembléia Legislativa aos 90 do Santos Futebol Clube, para que ela seja afixada num local de honra do glorioso Santos Futebol Clube. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da placa. (Palmas.)

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O SR. MARCELO PIRILO - “Em comemoração ao 90º aniversário de fundação do Santos Futebol Clube, a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo homenageia os Presidentes da Diretoria, Dr. Marcelo Pirilo Teixeira, e do Conselho Deliberativo, Sr. José da Costa Teixeira. São Paulo, 29 de abril de 2002. Deputado Walter Feldman, Presidente da Assembléia Legislativa. Deputado Edmur Mesquita, vice-Líder do PSDB.” Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - De maneira muito breve, quero aqui também fazer o registro do Murilinho Barletta, que é também conselheiro do Santos, do assessor do Ministro da Educação do Governo Fernando Henrique, Raul Cristiano, que se encontra presente a este evento, marcando também sua posição de apaixonado pelo Santos, santista convicto, dos nobres Deputados José Zico Prado e Luiz Gonzaga.

Gostaria de fazer um registro de caráter oficial e protocolar, porque assim o Regimento Interno da Assembléia Legislativa me obriga. De qualquer maneira, gostaria de, num gesto simbólica, em razão do presente recebido das mãos do Marcelo Teixeira, colocar na minha frente a camisa comemorativa dos 90 anos do Santos Futebol Clube, com isso me sentido aqui mais à vontade e, eu diria, mais devidamente paramentado.

Em primeiro lugar, quero congratular-me com os dirigentes do Santos Futebol Clube e do Conselho Deliberativo, comissão técnica, torcedores e atletas, de ontem e de hoje, pelo transcurso de mais um aniversário de fundação desta gloriosa agremiação. Saibam que é para mim motivo de justo, justíssimo orgulho, ocupar esta tribuna para a tarefa árdua de expressar em poucas palavras a rica história deste clube, que divulgou o nome da cidade de Santos e do Brasil nos quatro cantos do mundo.

A homenagem hoje aqui é mais que um ato simbólico. É muito mais. É motivo de regozijo pelo que significa esta agremiação. Pela força expressiva de sua história. Pela constelação de craques consagrados que envergaram o manto branco com técnica, garra e disciplina. Pelos dirigentes que deram e dão sua alma pelo Santos. Pela imensa torcida, cuja devoção ao clube está cravada no coração.

A trajetória do Alvinegro da Vila começou na longínqua noite de 14 de abril de 1912, quando um grupo de devotados, reunidos na Rua do Rosário nº 10, hoje, João Pessoa, em Santos, fundou o clube, que nasceu predestinado. Uma história que justifica com folga a Sessão Solene nesta Casa de Leis, a qual tive a honra de propor. São 90 anos de emoção, com uma receita simples: títulos e mais títulos.

Com a extraordinária lucidez que lhe é própria, o jornalista Armando Nogueira costuma dizer que o Santos era, realmente, o time dos céus. O tempo, esse devorador das coisas, não consegue apagar da nossa retina e memória as exibições de gala, que tanto deslumbraram os amantes do futebol. Era uma equipe brilhante e às vezes fulgurante. Quem gosta de futebol e teve a sorte de ver o Santos jogar pode ser considerado um ser humano privilegiado. Nenhum outro clube, em qualquer lugar do planeta, teve uma equipe tão fantástica.

E o Santos ainda teve o privilégio de contar durante quase vinte anos com Pelé, o melhor jogador de todos os tempos, Rei do Futebol e Atleta do Século. Recorro novamente a Armando Nogueira: “Tudo que brota do Santos vem repassado de sentimento”. Talvez de predestinação, acrescentaria. Afinal, o Santos interrompeu guerras, como a de Biafra (hoje Nigéria), que largou as armas para vê-lo jogar. Foi reverenciado por príncipes, reis, rainhas e líderes políticos. Como se diz, por maior que um Rei seja, afinal ele é como nós, humano. Portanto, passível de emoção.

José Lins do Rego escreveu um dia que “o futebol é, como o carnaval, um agente de confraternidade. Liga os homens no amor e no ódio. Faz que eles gritem as mesmas palavras e admirem e exaltem os mesmos heróis. Quando me jogo numa arquibancada, nos apertões de um estádio cheio, ponho-me a observar, a ver, a escutar. E vejo e escuto o povo em plena criação”. Recordo-me também de Armando Nogueira, que sempre diz que "a tevê põe tudo isso ao nosso alcance. A poesia do gesto. A luta sem fim dos atletas. O choro do vencido".

Permitam-se que agora minhas palavras sejam de homenagem a um homem, hoje de cabelos brancos, que teve a missão, tão nobre quanto difícil, de dar o primeiro título paulista ao Santos, em 1935. Falo de Mário Pereira, em nome de quem homenageio os atletas que honraram o emblema do clube. Gente do quilate de Gilmar, Zito, Tite, Pepe, Lima, Vasconcelos, Clodoaldo, Pagão, Coutinho, Feitiço, Serginho Chulapa, Mauro, Antoninho. São tantos astros, que o tempo de que disponho é insuficiente para fazer justiça a todos eles.

Mário Pereira, ao lado de Ciro, Araken, Neves, Raul, Marteletti, formou um time que seria o iniciador das grandes conquistas. Uma prévia dos tempos de ouro. Mário Pereira encarna o espírito soberano do Santos, que quando se sente desafiado reage. Sempre foi e sempre será assim. Nunca admitiu ceder terreno na luta pela soberania no futebol. A vida só tem expressão, só tem sentido, só tem beleza, quando guiada pelo ideal. E por isso que peço para que não nos esqueçamos de Urbano Caldeira, Modesto Roma e Athiê Jorge Cury, que ajudaram a construir os alicerces deste grande clube e hoje, infelizmente, não estão entre nós.

Como também o fizeram outros dirigentes abnegados, que deram sua contribuição para o engrandecimento do Santos. Entre eles, Milton Teixeira e Marcelo Teixeira, aqui homenageados.

O Santos conquistou muitos títulos. Mais de setenta. Mas os mais importantes foram as duas Libertadores e os dois Mundiais. Em 62, o Santos venceu uma verdadeira guerra contra o Peñarol para conquistar a América, e, no Mundial, contra o Benfica, quando a constelação santista fez talvez a maior exibição de um clube de futebol na história. O Santos emprestou uma nova dimensão à rotina do futebol.

Testemunhei esse tempo. Mais vale uma testemunha ocular que dez de ouvido, diz o ditado. Pois bem. Tenho a grande vantagem de haver nascido numa época em que o futebol mágico do Santos estava na ordem do dia. Devemos saborear o passado como o futuro, não de uma vez, mas grão a grão. Aproxima-se o dia em que, resgatada sua história, o Santos voltará a trilhar os caminhos de novos títulos, desafio enfrentado de peito aberto pelo jovem Marcelo Teixeira e sua equipe. Esse desejo está em nossos corações, inspirado por alguns craques que hoje recebem justa homenagem.

Fica aqui portanto a nossa gratidão pela construção desse clube extraordinário que tem suas marcas registradas não tão somente no futebol brasileiro mas sobretudo no futebol mundial. Viva nosso Presidente Marcelo Teixeira, viva a torcida Sangue Jovem, a Torcida Jovem. Viva o Santos Futebol Clube. (Palmas.)

Antes porém de concluirmos nossa Sessão Solene, quero registrar a presença do nobre Deputado Ary Fossen e agora passar a bola para o Tite, que nos brindará, cantando o Hino do Santos Futebol Clube. Por favor, amigo Tite.

 

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-              É cantado o Hino do Santos Futebol Clube. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - EDMUR MESQUITA - PSDB - Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece a presença de todos os convidados. Em nome do Presidente Walter Feldman, encerro a presente sessão.

Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

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-         Encerra-se a sessão às 12 horas e 10 minutos.

 

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