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02 DE MAIO DE 2005
016ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM À FEB - FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA - PELO SEXAGÉSIMO ANIVERSÁRIO DO TÉRMINO DA II GUERRA MUNDIAL
Presidência: ROSMARY CORRÊA
DIVISÃO TÉCNICA DE
TAQUIGRAFIA
Data: 02/05/2005 - Sessão
16ª S.
SOLENE Publ. DOE:
HOMENAGEM À FEB - FORÇA
EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA - PELO 60º ANIVERSÁRIO DO TÉRMINO DA II GUERRA
MUNDIAL
001 - ROSMARY CORRÊA
Assume
a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades. Informa que esta sessão
solene foi convocada pela Presidência efetiva, a pedido da Deputada ora na
condução dos trabalhos, com a finalidade de homenagear a FEB - Força
Expedicionária Brasileira - pelo 60º aniversário do término da 2ª Guerra
Mundial. Convida todos para, de pé, ouvirem a execução do Hino Nacional
Brasileiro, executado pela Banda do Exército. Apresenta alguns dos
ex-combatentes presentes. Faz um relato histórico sobre a participação das
Forças Armadas brasileiras na 2ª Guerra.
002 - JAIRO JUNQUEIRA DA
SILVA
Coronel,
Presidente da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, Seção São Paulo,
agradece, em nome dos componentes da Força Expedicionária Brasileira, a
homenagem. Informa que na Itália, por onde passavam eram chamados de
libertadores.
003 - Presidente ROSMARY
CORRÊA
Anuncia
a execução de número musical. Entrega ao Cel. Jairo Junqueira da Silva, bem
como aos oficiais representantes da Aeronáutica, Marinha e Exército, exemplares
de publicação comemorativa dos 170 anos da Assembléia. Agradece a todos que
colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.
A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
* * *
- É dada como lida a Ata da sessão anterior.
* * *
A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PSDB - Senhoras e senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, nobre Deputado Rodrigo Garcia, atendendo solicitação desta Deputada, com a finalidade de homenagear a FEB - Força Expedicionária Brasileira - pelo sexagésimo aniversário do término da 2a Guerra Mundial. Convido todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, que será executado pela Banda do Exército.
* * *
- É executado o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
A SRA. PRESIDENTE - Rosmary
Corrêa - PSDB - Esta Presidência gostaria de
agradecer à Banda do Exército, bem como registrar e
agradecer as presenças do Vice-Almirante Marceliio Carmo de Castro Pereira,
Comandante do 8º Distrito Naval; Major-Brigadeiro-do-Ar Paulo
Roberto Vilarinho, Comandante do IV Comar;
General-de-Brigada Renato Índio da Costa Lemos, Chefe
do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste,, representando o General-de-Exército, Luiz Edmundo Maia de Carvalho,
Comandante Militar do Sudeste; Exmo. Sr. Coronel Jairo Junqueira da
Silva, Presidente da Associação dos ex-Combatentes
do Brasil, Seção São Paulo.
Registramos e agradecemos também as presenças do Coronel
Ademir Aparecido Ramos, Chefe da Assistência Policial Militar da Assembléia
Legislativa, representando o Comandante da Polícia Militar, Elizeu Eclair
Teixeira Borges; Dr. João Ferreira
de
Albuquerque, vice-Presidente da
Associação dos ex-Combatentes do
Brasil, Seção São Paulo; Coronel AAry Canavo, da
Sociedade dos Veteranos de 32; Coronel Aviador Luiz Cláudio
Ribeiro da Silva, Chefe do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo;
Tenente-Coronel Fernando Antonio Correa de Araújo, Chefe do 22º Depósito de
Suprimentos; Tenente-Coronel PM Luiz Flaviano Furtano, Subchefe da Assistência
Policial Militar da Assembléia Legislativa de São Paulo; Sr. Orpheu Bertelli,
1º Tenente da Aeronáutica, veterano do Grupo de Caça; Sr. José Carlos
Guimarães, Diretor da Sociedade Amigos da 2ª Divisão do Exército. Gostaria de
agradecer a presença de todos.
A
festa hoje pertence à Força Expedicionária Brasileira. Solicito ao Alfredo o
microfone sem fio, para que possamos homenagear os nossos heróis. Temos aqui
alguns daqueles que estiveram na Força Expedicionária Brasileira e gostaria que
eles pudessem identificar-se para receber os aplausos de cada um de nós.
Por
favor, levantem-se e identifiquem-se.
O SR. ALDEBERTO DE QUEIROZ - General-de-Brigada
reformado. Pertenci ao Grupo de Artilharia da FEB. (Palmas).
O SR. JOÃO FERREIRA DE
ALBUQUERQUE -
Tenente e Vice-Presidente da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil. (Palmas).
O SR. SAMUEL SILVA - Major reformado. Pertenci
ao 6º Regimento de Infantaria da época. (Palmas).
O SR. ORPHEU BERTELLI - 1º Tenente. Pertenci ao 1º
Grupo de Aviação de Caça Militar. (Palmas).
A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY
CORRÊA - PSDB - Mais ninguém? Todos já se apresentaram?
O SR. JOSÉ GUIMARÃES BARRETO
- Coronel
Barreto, José Guimarães Barreto. Pertenci à Força Expedicionária Brasileira -
FEB, no Quartel General do General Gustavo Cordeiro de Faria. Reformado.
(Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY
CORRÊA - PSDB - Depois, se houver mais algum
companheiro é só nos avisar para que possa ser identificado.
Permitam-me
fazer a minha homenagem, a homenagem desta Casa, à Força Expedicionária
Brasileira - FEB.
ANTECEDENTES
O Brasil, após décadas de paz com as demais nações do mundo, foi moralmente compelido a participar da II Guerra Mundial. Tal atitude foi tomada em desagravo à soberania ultrajada, à neutralidade desrespeitada, ao afundamento covarde de navios mercantes desarmados. Sobretudo, a ação foi a resposta de um povo livre e soberano, na garantia da sobrevivência da Democracia e dos valores morais e espirituais da Humanidade.
É tempo de resgatar, do passado, o Dia da Vitória, para reforçar, principalmente nas gerações militares mais novas, o significado sempre atual da luta que travamos. Esse fato histórico é um marco para a Humanidade inteira. Uniram-se países em defesa da liberdade. Uniram-se as sociedades para viverem livres e soberanas. Somaram esforços as nações democráticas do mundo. Uniram-se cidadãos comuns, políticos, diplomatas e forças armadas de diferentes países. Falaram a linguagem da solidariedade. Moveram-se na crença pelos mesmos valores. Preservaram as tradições que erigiram seus antepassados. Era preciso enfrentar e vencer o despotismo, o arbítrio e a violência do extremista, agressor e totalitário nazi-facismo.
PARTICIPAÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS EM OPERAÇÕES DE GUERRA
Foi diante desse quadro que, a 22 de Agosto de 1942, o País declarou-se oficialmente em guerra contra o nazi-facismo e o Governo decretou Estado de Guerra em todo o território nacional e determinou a mobilização geral do País.
Foi então decidido o envio de uma Força Expedicionária ao teatro de operações do Mediterrâneo e a ocupação de áreas estratégicas, particularmente no Nordeste, para defesa do litoral.
Coube à Marinha o patrulhamento do litoral e a escolta dos comboios militares. A Força Aérea contribuiu com um Grupo de Aviação de Caça, uma Esquadrilha de Ligação e Observação ao teatro de operações do Mediterrâneo e ações de patrulhamento do litoral e proteção aérea à navegação.
Organizou-se a Força Expedicionária Brasileira, com o valor de uma Divisão de Infantaria, cujo 1º escalão embarcou em julho de 1944, e o 3º escalão em fevereiro de 1945, totalizando 25 mil homens.
A FEB NA ITÁLIA
Incorporada ao 4º Corpo do V Exército Americano, entrou em combate em setembro de 1944, no vale do rio Serchio, depois no vale do rio Reno e nos Apeninos; enfrentou um rigoroso inverno com muita neve e temperaturas de até 20 graus negativos.
Em sua arrancada para a vitória conquistou com destaque Monte Castelo, Montese e, em Collechio e Fornovo cercou e aprisionou em sua totalidade a 148ª Divisão de Infantaria Alemã e remanescentes da Divisão Bersalhieri Italiana.
As principais conquistas e vitórias da FEB foram assinaladas em Massarosa, Camaiore, Monte Prano, Monte Acuto, Galiano, Barga, San Quirino, Monte Castelo, La Serra, Castelnuovo, Soprassasso, Montese, Paravento, Zocca, Marano Su Parano, Collechio e Fornovo.
ELOGIOS RECEBIDOS SOBRE ATUAÇÃO EM COMBATE
Trechos da proclamação do Gen. Mascarenhas de.Morais, comandante da FEB, ao término da guerra
"A Força Expedicionária que representou o Brasil nesta sanguinolenta guerra cumpriu galhardamente a missão que lhe foi imposta, mercê de Deus e a despeito de condições e circunstâncias adversas. Num terreno montanhoso, a cujos píncaros o homem chega com dificuldade; num inverno rigoroso que a totalidade da tropa veio enfrentar pela primeira vez e contra um inimigo audacioso, combativo e muito bem instruído, nossos bravos soldados não desmereceram a confiança que neles depositaram os seus chefes e a própria Nação Brasileira.
Após oito meses de combates constantes, desde o dia 16 de setembro de 1944, a FEB percorreu cerca de 400 quilômetros, de Lucca a Alessandria; libertou quase meia centena de vilas e cidades; sofreu mais de 2 mil baixas, entre mortos, feridos e desaparecidos; fez o considerável número de mais de 20 mil prisioneiros, vencendo pelas armas e impondo a rendição incondicional a duas Divisões inimigas. Não foram muitos os meses que aqui passamos: muitos foram, entretanto, os triunfos que incorporamos ao rico patrimônio e às nossas tradições militares."
Elogio do General Mark Clark, comandante do V Exército, ao Comandante da FEB
"Mostrou-se essa Força sob seu comando ser capaz de enfrentar problemas novos, treinar e se disciplinar para o combate, no qual desempenhou parte relevante. A FEB refletiu as altas qualidades da Nação Brasileira, que enviou seus melhores filhos para lutar em solo estrangeiro, longe da Pátria, pela implantação dos princípios de justiça e liberdade."
CONCLUSÃO
Ao comemorarmos os 60 anos da vitória da FEB na II Guerra Mundial, rendemos justa homenagem aos bravos combatentes que, em território estrangeiro, evidenciaram sobejamente exemplos de audácia, bravura, desprendimento, espírito de sacrifício no cumprimento da missão - virtudes imprescindíveis ao soldado brasileiro.
A atuação do 1º Grupo de Caça na Itália é a página mais gloriosa da história da Força Aérea Brasileira e o brilho imorredouro dos feitos lá praticados pelos seus pilotos servirá sempre de estímulo às gerações futuras da FAB.
Segundo o relatório do 350º Grupo de Caça Americano, do total de suas operações, no período de 6 a 29 de abril de 1945, coube ao nosso Grupo de Caça grande porcentagem no sucesso dessas operações: 15% de veículos destruídos; 28% das pontes destruídas; 36% dos depósitos de combustível danificados e 85% dos depósitos de munição danificados. Todavia, a guerra cobrou caro por esse alto desempenho. Entre os 48 pilotos brasileiros que realizaram missões de guerra ocorreram 22 baixas.
É um dever de justiça destacar a atuação eficiente da lª Esquadrilha de Ligação e Observação, que soube, com suas 1282 horas voadas em missão de observação sobre as linhas inimigas, contribuir para que os tiros certeiros de nossos canhões ajudassem os valorosos combatentes da FEB a realizar sua extraordinária performance.
A Marinha do Brasil, além do patrulhamento de nossa extensa costa, participou da escolta de mais de 250 comboios entre o Rio de Janeiro e Trinidad, apoiando e combatendo heroicamente ao lado das nações aliadas.
O preço foi alto. Nessa guerra de menos de oito meses, a FEB perdeu 443 homens, entre soldados e oficiais, e mandou para os hospitais da retaguarda perto de 3 mil feridos. Foram-se ainda 19 navios e cerca de 740 vidas, entre passageiros e tripulantes, afundados no mar sem aviso prévio. A Pátria agradecida não os esqueceu. Os seus nomes permanecerão gravados em nossas mentes e nossos corações, como exemplos de patriotismo, abnegação, idealismo, fé no primado da justiça e da democracia e repúdio às ideologias totalitárias, quaisquer que sejam as suas colorações.
Parabéns, Força Expedicionária Brasileira. A Pátria em uníssono e rejubilada agradece o seu sacrifício na defesa dos sagrados princípios de justiça e liberdade!!!
Parabéns à FEB nestes 60 anos. (Palmas.)
Para esta Deputada é sempre um prazer muito grande poder realizar esta sessão solene em que homenageamos as nossas Forças Armadas, nossa Força Expedicionária Brasileira, principalmente porque podemos aproveitar esses momentos para lembrar um pouco da história.
E hoje a Força Expedicionária Brasileira lembra a todos nós um pouco da sua história, do seu heroísmo, da sua luta, de tudo que foi feito em campos que não nos eram favoráveis. É muito bonito - talvez os senhores que aí se encontram não tenham a oportunidade de ver apenas os nossos amigos que estão aqui, na parte cima, na Presidência - mas é muito bonito quando nós podemos enxergar esse auditório e essas galerias com as cores verde, branca e azul. O nosso Exército, a nossa Marinha e a nossa Aeronáutica, congraçados nessas cores maravilhosas e participando desta homenagem singela, mas feita do fundo do coração e com a intenção realmente de homenagear e de lembrar estes nossos verdadeiros heróis da Força Expedicionária Brasileira.
Quero, neste momento, passar a palavra ao Cel. Jairo Junqueira da Silva, Presidente da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, Seção São Paulo, que falará em nome dos combatentes da Força Expedicionária Brasileira.
O SR. JAIRO JUNQUEIRA DA SILVA - Agradeço, em nome dos componentes da Força Expedicionária Brasileira, esta carinhosa homenagem.
Fomos à guerra em defesa da nossa soberania, da nossa honra. Na ocasião, componentes do Eixo espalhavam o terror na Europa, dominando povos livres. E nós fomos à Europa em defesa da liberdade desses povos.
Estive recentemente na Itália. Cheguei há poucos dias. E lá fomos alvos de uma grande homenagem. O dia 25 de abril é feriado na Itália por ser considerado o Dia da Liberdade. E nós participamos dessa liberdade. Em toda a região por que passamos, éramos chamados de ‘os libertadores’.
Tenho a honra, assim, de agradecer mais uma vez essa carinhosa homenagem prestada. Muito obrigado. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PSDB - Esta Presidência convida todos os presentes para, de pé, ouvirmos “A Canção do Expedicionário”, de autoria de Guilherme de Almeida e Spartaco Rossi, executada pela Banda do Exército.
* * *
- É executada a Canção do Expedicionário pela Banda do Exército.
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A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PSDB - Quero agradecer à Banda do Exército pela execução da Canção do Expedicionário. Quero registrar a presença do Coronel José Guimarães Barreto, agradecendo a ele por sua presença em nossa solenidade.
Aproveito para passar às mãos do Coronel Jairo um livro dos 170 anos da Assembléia Legislativa, para que possa guardar como lembrança desta Casa de Leis. Quero aproveitar também para passar ao Brigadeiro Vilarinho, ao Almirante Marcelio e ao General Índio, como lembrança, esta publicação comemorativa dos nossos 170 anos. (Palmas.)
Desta forma, de maneira singela, esta Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo vai encerrar a Sessão Solene de Comemoração dos 60 anos da Força Expedicionária Brasileira, agradecendo mais uma vez a presença de todos, especialmente dos nossos ex-combatentes.
A esposa de um deles dizia para mim: “Eu não vou ficar aqui em cima, porque quem tem de ficar aqui em cima é ele, porque ele que é o herói.” Eu disse: “Não, senhora. A senhora é que tem de ficar aqui, porque, se ele é um herói, é porque ele tinha uma heroína cuidando das coisas dele para que pudesse defender os interesses daqueles que mais precisavam.”
Muito obrigada pela presença de todos. Que Deus nos abençoe e proteja sempre. Esgotado o objeto da presente sessão, vamos dar por encerrada a sessão de hoje. (Palmas.) Está encerrada a sessão.
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- Encerra-se a sessão às 10 horas e 31minutos.
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