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30 DE MAIO DE 2011

016ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “DIA DA COMUNIDADE ITALIANA”

 

Presidente: VITOR SAPIENZA

 

RESUMO

001 - VITOR SAPIENZA

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que esta solene fora convocada pelo Presidente Barros Munhoz, para Comemorar o Dia da Comunidade Italiana. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Italiano" e o "Hino Nacional Brasileiro".

 

002 - LUIZ CARLOS LADEIA

Mestre de Cerimônias, faz a leitura de breve currículo, chamando os  16 homenageados para receber o Troféu "Loba Romana".

 

003 - SÉRGIO SAPIENZA

Faz homenagem ao pai, Deputado Vitor Sapienza, por sua vida pública. Informa que a lei estadual que cria o Dia da Comunidade Italiana é de autoria do Deputado. Recorda sua infância ao lado do pai.

 

004 - FRANCISCO OCCHIUTO JUNIOR

Fala da criação do Dia da Comunidade Italiana e do troféu "Loba Romana", ambos de autoria do Deputado Vitor Sapienza. Destaca o estreitamento das relações entre o Brasil e a Itália. Tece comentários acerca da mitologia italiana. Destaca a influência exercida pela cultura deste país no Brasil. Faz histórico de sua vida profissional. Reflete sobre o valor da amizade. Agradece a homenagem recebida.

 

005 - VITOR SAPIENZA

Lê texto literário em louvor ao imigrante italiano. Agradece a homenagem do filho. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Vitor Sapienza.

 

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O SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Compõe a Mesa Major-Brigadeiro-do-Ar Paulo Roberto Pertusi; o Cônsul Gera da Itália, senhor Mauro Marsili; Doutor Álvaro Lazzarini, Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; senhor José Maria Marin, ex-Governador de São Paulo e também ex-Deputado Estadual.

Posteriormente faremos o registro das pessoas que nos honram com a presença.

Minhas senhoras e meus senhores, essa sessão solene foi convocada pelo Presidente efetivo da Casa, Deputado Barros Munhoz, atendendo solicitação deste deputado, com a finalidade de comemorar o Dia da Comunidade Italiana.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos os Hinos Nacionais Italiano e Brasileiro, executados pela Banda da Polícia Militar, regida pelo Maestro Subtenente, PM Aguiar.

 

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·         São executados os Hinos Nacionais da Itália e do Brasil.

 

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O SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Esta Presidência agradece a magnífica execução da Banda da nossa Polícia Militar.

Solicito ao mestre de cerimônias que leia, por obséquio, os nomes das pessoas que nos honram com a presença.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Registramos a presença do Deputado Federal Getúlio Hanashiro; senhor Milton Roberto Persoli, representando a vice-Prefeita de São Paulo, Doutora Alda Marco Antonio; senhor Giuseppe Giovanni Pagano, Presidente da Associação dos Sicilianos do Brasil; senhora Rita Blasioli Costa, Presidente do Comitê dos Italianos no Exterior; senhor Cláudio Pieroni, membro do Conselho Geral dos Italianos no Exterior e Presidente do CONSCRE; Doutor Affonso Della Monica Netto, ex-Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras; senhor Vezio Nardini, conselheiro do COMITES e editor do Jornal Oriundi; senhor Manuel Rodrigues Almeida, Presidente da Associação de São Martinho de São Bernardo do Campo; senhor Perricone Michele, Presidente da Sociedade Cultural Brasilitália de São Bernardo do Campo; senhor Sérgio Serber, vice-Presidente do CONSCRE; senhor Marcelo Rocco, representando o Deputado Alex Manente líder do PPS nesta Casa; senhor Alexandre Curiati, representando o Deputado Antonio Salim Curiati; senhor Adelmo Meira, representando o Deputado Orlando Morando; senhor Cezar Roberto Leão Granieri, Presidente do Sindi-Clube; senhor Flávio Giannini, vice-Presidente da Associação dos Auditores Fiscais Tributários do Município de São Paulo; senhor Pedro Polimeni Filho, representando o Conselho da Associação Paulista dos Cirurgiões-Dentistas; senhor Paulo Brasil Correa de Mello, vice-Presidente para Assuntos Institucionais do SINDECON – São Paulo; senhor Fábio Porta, da Câmara de Deputados da Itália; senhor Paulo Rios, delegado-chefe da Assistência da Polícia Civil da ALESP, representando o Doutor Marcos Carneiro de Lima, delegado-geral de polícia; deputado Davi Zaia aqui presente; senhor Brás Antunes Mattos Neto, vereador da Câmara Municipal de Santos, líder do PPS naquela Casa.

 

O SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Eu solicito ao mestre de cerimônias que faça a leitura de um breve currículo dos agraciados para receberem o troféu. Deverá ser feito em ordem alfabética.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Antes de iniciarmos, nós queremos abrir um parênteses, quebrar o protocolo, para uma surpresa ao deputado: chamar o senhor Sérgio Sapienza. O senhor Sérgio Sapienza está na sala ao lado e enquanto isso, vamos chamar os primeiros homenageados.

Nosso primeiro homenageado é neto de italianos, advogado formado pela PUC, procurador aposentado pelo Município de São Paulo. Atua como advogado na capital. Na administração pública exerceu diversos cargos, entre eles, o de assessor jurídico da Secretaria Municipal de Transportes, da Subprefeitura de Santo Amaro, e do Governo Municipal. Foi chefe da consultoria jurídica, e membro do conselho de administração da Companhia de Engenharia de Tráfego; assessor parlamentar da Secretaria de Segurança Pública; e chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Abastecimento. Presidiu o Conselho Deliberativo do Esporte Clube Pinheiros e é vice-Presidente do Sindi-Clube, nosso homenageado é o doutor Alberto Antonio Pascarelli Fasanaro. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Neto de imigrantes provenientes do Venuto, ele é nascido na cidade paulista de Mococa. O nosso homenageado veio à capital em 1946, no ano seguinte matriculou-se na Escola Técnica Getúlio Vargas e em 1954 formou-se técnico em mecânica. Posteriormente cursou a Escola Paulista de Agrimensura, a Escola Superior de Agrimensura em Araraquara, formou-se em Engenharia Civil na Universidade São Francisco de Itatiba. Desde 1962 reside em São Bernardo do Campo. Muito ligado à cultura italiana, o nosso homenageado é sócio fundador da Associação Bela Itália Língua e Cultura, sócio da Sociedade Cultural Brasilitália, e sócio fundador do Circulo Vicentino Del Mundo, subordinado a mesma instituição na Europa. Ele é integrante da UVA – União dos Vinicultores Artesanais, entidade que resgatou e conserva o costume do fabrico do vinho caseiro, costume trazido pelos imigrantes que se instalaram no Brasil. Chamamos o senhor Antonio Ângelo Peretto. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Nascido em Carrara, na Toscana, estudava o idioma na Alemanha quando conheceu a esposa que fazia curso de mestrado em Engenharia. Casaram-se e vieram para o Brasil. Ele é formado em Comércio Exterior, foi oficial da Brigada de Paraquedista da Itália, morou na Suíça, Alemanha, e já esteve em vários países. Em 1960 ele ingressou como funcionário do Consulado Geral da Itália, foi responsável pelo setor anágrafe e administrador do sistema de informática. Atualmente trabalha no setor de passaportes. Em 2003, conquistou o Prêmio de Melhor Funcionário Público Italiano, sendo que participaram funcionários de toda a Itália e dos consulados e embaixadas do mundo inteiro. Atualmente é representante sindical do maior Sindicato de Funcionários Contratados pelo Ministério das Relações Exteriores de Roma. Chamamos o senhor Antonio Puccetti. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Neto de imigrantes italianos, nascido na cidade paulista de Jundiaí, filho de agricultores, ele seguiu o caminho dos pais e também dedicou-se a agricultura. Disposto a ajudar o semelhante sempre esteve atento às dificuldades enfrentadas pelos vizinhos e amigos, e sempre deu a sua contribuição, e ela se fez presente desde o transporte de pessoas enfermas a hospitais como na luta por benfeitorias naquela região. E essa luta ultrapassou os limites do bairro e da cidade e se estendeu à construção de escolas, doação de áreas particulares para construção de estradas, instalação de rede para saneamento básico, energia elétrica entre outros. Produtor de legumes e vegetais, e de uva de excelente qualidade, ele integra a seleta classe dos produtores de vinho a UVA. Aos 83 anos de vida ele tem orgulho de ser agricultor e tem mais orgulho ainda pela famosa adega que leva o nome da família. Chamamos o senhor Aquilino Marquesin. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Nascida em Pirassununga, desde 1957 vive na cidade paulista de Descalvado. Sempre preocupada com a comunidade, ela atua em defesa dos menores, da família e dos idosos. Participou da Pastoral da Saúde, integrou o Comissariado de Menores – Juizado da Infância e Juventude –, foi integrante do Conselho Tutelar Municipal. É fundadora e diretora do primeiro clube de terceira idade local, o Clube Acalanto. Participa de atividades filantrópicas junto à grupo de senhoras que tentam levantar fundos para auxiliar entidades assistenciais e religiosas. É participante da Comissão da Construção da nova sede social do Clube da Melhor Idade no bairro Santa Cruz em Descalvado. Chamamos a senhora Carolina Vick Francisco. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – A nossa próxima homenageada é formada em Psicologia, com mestrado e doutorado em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo. Em 2008 ela recebeu o título de Professor Emérito da USP. Tem ampla experiência e intensa atuação na área de psicologia com ênfase em psicologia social, memória e cultura. Professora, pesquisadora, consultora, autora literária, ela é coordenadora da Universidade aberta à Terceira Idade. Autora de dezena de trabalhos científicos, são de sua autoria os livros Memória e Sociedade, Cultura de Massa e Popular: Leitura de Operários, Velhos Amigos, Do Tempo Vivo da Memória, entre outros. Em 2009, recebeu o Prêmio Internacional ARS Latina pelo seu trabalho: Memória e Sociedade. Chamamos a professora e pesquisadora Ecléa Bosi. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Cirurgião-dentista e professor universitário, mestre doutor pela USP em estomatologia, lecionou odontologia como professor titular da Unicastelo, Unimes, Universidade de Guarulhos, Universidade Metodista e Universidade de Mogi das Cruzes. É professor Emérito na Unicastelo. Pesquisador chefe do Instituto de Odontologia da Unisa na área de infecções bucais, orientador de dezenas de alunos em iniciação científica. Foi diretor e vice-diretor da Faculdade de Odontologia da Unicastelo e da Unisa. Foi orientador de dezenas de trabalhos de especialização, mestrados e doutorados e também Presidente da Sociedade Paulista de Estomatologia e Câncer Bucal. Tem mais de 120 trabalhos publicados no Brasil e no exterior. Chamamos o doutor Artur Cerri. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Diretor da ABCOM - Assessoria Brasileira de Comunicação, ele iniciou a carreira jornalística aos 18 anos como editor e colunista da Gazeta de Santo Amaro. Está completando 50 anos de jornalismo. Em 1966 ingressou na Rádio Bandeirantes, na equipe dos Titulares da Notícia dirigida por Alexandre Kadunk, lá foi responsável pelos principais rádios-jornais da emissora. Em 1969 foi para Assessoria de Imprensa da Prefeitura de São Paulo. Depois foi contratado como redator de notícias na Rádio Nacional, atual Rádio Globo. Passou pela Rádio Excelsior, foi editor do Telejornal Hoje, e depois editor-chefe do Jornal Nacional em São Paulo. Respondeu pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura durante a gestão Olavo Setúbal. Coordenou setores de imprensa da Congas, do vice-Governador José Maria Marin e da Federação Paulista de Futebol. Foi secretário adjunto da Secretaria de Esportes durante a gestão Fleury. Em 2001 iniciou o programa Gente que Fala, na Rádio Trianon onde permanece até hoje. Se citarmos o sobrenome Eduardo Pinho ninguém vai saber quem é, por isso chamamos o jornalista Fausto Eduardo Pinho Camunha. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Formado em Direito pela Universidade de São Paulo, o nosso próximo homenageado exerceu a profissão até 1982 quando por concurso público ingressou na Magistratura. Foi juiz na Comarca de Santos, Conchas, Piedade, e posteriormente na Capital como titular da Vara da Infância e Juventude no Fórum Regional de São Miguel Paulista. Em 1996 foi removido para o Fórum Central. Atuou junto a Corregedoria Geral da Justiça, vice-Presidente do Tribunal de Justiça, foi titular da 6ª Vara da Família e Sucessões do Fórum Central. Foi juiz da 5ª Zona Eleitoral Jardim Paulista, e depois de extensa folha de serviços, chegou a desembargador com assento na 17ª Câmara, 27ª e 32ª Câmara onde permanece até hoje. O nosso homenageado lecionou nas Faculdades Metropolitanas Unidas, e na Escola Paulista de Magistratura. Chamamos o doutor Francisco Occhiuto Júnior. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Neto de imigrantes oriundo de Tito, o nosso homenageado é médico com atuação nas áreas de clínica médica, cardiologia e terapia intensiva. Fez residência médica na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo na área de clínica médica, depois terapia intensiva na Associação de Medicina Intensiva Brasileira, e cardiologia clínica no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. É médico da Santa Casa de Misericórdia, da Secretaria de Saúde de São Paulo. Foi diretor da Associação Paulista de Medicina, membro suplente do Conselho Curador da Fundação Pró-Sangue, coordenador das campanhas de doação de sangue da Secretaria Estadual de Saúde. Colaborador no projeto que institui o Dia Estadual de Doação Voluntária de Sangue. Foi diretor-médico da Sociedade Esportiva Palmeiras. Atualmente é diretor do Departamento de Cultura e Arte do Clube, e também diretor-médico do Hospital Santa Isabel da Santa Casa de Misericórdia. Chamamos o doutor Frederico Carbone Filho. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Ele é dono de um dos currículos mais ricos desse país, possui quatro graduações – Música, Educação, Direito e Letras. São três mestrados, Ciência, Políticas Econômicas pela Universidade de Coimbra em Portugal, Direito pela Harward Law School, e Diplomacia pela Fletcher School. Possui ainda três títulos acadêmicos: doutor em Direito pela USP, livre docência em Direito Internacional pela USP; titularidade em Direito Internacional pela Faculdade de Direito da Unesp; e titularidade em Direito Internacional Privado pela Faculdade de Direito da USP. Desde 1971 vem desenvolvendo intensa carreira docente: lecionou Didática, História da Educação, Educação Internacional na USP. Foi professor de Direito Internacional na Unesp. Na Faculdade de Direito da USP ele percorreu todos os degraus, todos os graus da carreira, lecionando na graduação e na pós-graduação. Foi chefe do Departamento de Direito Internacional e diretor da faculdade. Tem o nome gravado em instituições de ensino em Nice – na França –, Nova York, Hamburgo – na Alemanha–, Coimbra – em Portugal – e Trento – na Itália. No campo jurídico, desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, foi chefe de várias delegações brasileiras no exterior junto a ONU e a OEA; foi Presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica); por indicação da Presidência da República, foi membro da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos do Ministério da Justiça. Chamamos o doutor João Grandino Rodas. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Professora pesquisadora e ensaísta. Licenciada em Letras pelo Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da UNESP. A nossa próxima homenageada é pós-graduada em comunicação e semiótica pela PUC São Paulo. Tem mestrado e doutorado em Literatura Brasileira pela UNESP. Por seu trabalho envolvendo a obra de João Guimarães Rosa ela foi distinguida com o Prêmio Joaquim Nabuco da Academia Brasileira de Letras, e a Medalha Clara Ramos da União Brasileira dos Escritores. Autora dos livros: Palavra da Pátina da Lua, e dezenas de ensaios, ela integra a União Brasileira de Escritores e a Academia Riopretense de Letras e Cultura. Moradora da cidade paulista de Nova Granada ela é figura de destaque na Comissão Organizadora dos Festejos de Centenário daquela cidade. A nossa homenageada é a professora Hygia Therezinha Calmon Ferreira. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Paulistano, o nosso próximo homenageado é formado em Medicina pela Universidade de São Paulo. Foi médico cardiologista do Instituto Iguatemi e da Beneficência Portuguesa. Médico responsável pela Unidade Cardiológica do Hospital Iguatemi, responsável pelo Setor de Eletrocardiograma do Hospital Emilio Ribas. Diretor clínico do Instituto Iguatemi e pronto-socorro. É especialista em cardiologia e medicina interna junto ao Conselho Federal de Medicina. Foi membro da Comissão Médica do Comitê Olímpico Brasileiro. No Comitê Olímpico foi médico da Delegação Brasileira nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, Seul, Barcelona e Atlanta. Foi médico brasileiro nos Jogos Pan-Americanos de Caracas, Indianópolis, Havana, Mar del Plata e médico da Delegação Brasileira nos Jogos da Juventude em Moscou. O nosso homenageado é o doutor João Paulo Rossi. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Paulistano, do Bom Retiro, ele é formado em Economia e Administração pela PUC e pela Fundação Getúlio Vargas, no entanto, o seu nome é intimamente ligado ao esporte. Como atleta profissional ele jogou no Clube Atlético Ipiranga, no Palmeiras, Nacional e na Seleção Paulista. Como treinador dirigiu o Palmeiras, Fluminense, Vasco da Gama do Rio de Janeiro, Esporte Clube do Recife, Corinthians, São Paulo, Ferroviária de Araraquara, Portuguesa de Desportos, XV de Novembro de Piracicaba, Botafogo de Ribeirão Preto, São Bento de Sorocaba, Seleção Paulista e a Seleção Brasileira. No Palmeiras foi Campeão Paulista em 1966, e Campeão Brasileiro em 1967; pelo Vasco da Gama foi Campeão Carioca de 1974; pelo Fluminense foi Bicampeão Carioca, em  1976; pelo Esporte Clube do Recife foi Campeão da Taça Recife, em 1976; pela Portuguesa venceu o Primeiro Turno, em 1980; pelo Corinthians conquistou a Taça de Prata em 1981 e Campeão Paulista em 1982.

Como gerente de futebol ele foi Campeão da Copa Bandeirantes, Campeão Paulista em 1995, Campeão da Copa Brasil em 1995, Campeão do Troféu Ramón de Carranza em Cádiz na Espanha em 1996 e Campeão Paulista em 1997.

Na Seleção Brasileira Juvenil ele foi Vice-Campeão do Sul-Americano no Uruguai em 1977 e Campeão dos Jogos Pan-Americanos de Porto Rico em 1979. Foi também coordenador da Seleção Brasileira de Futebol Profissional que ficou em terceiro lugar na Copa da Argentina de 1978.

Chamamos o técnico Mário Travaglini. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA – Formada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto e em Administração Escolar. Ela é professora, aposentada, e empresária. Nasceu em Guariba e reside em Monte Alto. Um grande número de estudantes da região passou por suas mãos no doce trabalho de semear a educação. Destaca-se o trabalho que realizou educando adultos e fazendo-os recuperar o tempo perdido. Lecionou em várias escolas de Guariba e coordenou o Centro Educacional do SESI. Foi uma das fundadoras e primeira dirigente da APAE local, atualmente preside a entidade. Tem intensa participação na vida assistencial e religiosa da cidade abrindo as portas aos mais necessitados. A nossa homenageada é conhecida como Marisa, mas o seu nome é Maria Isabel Buchi Cestari. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Seus avós vieram de Veneza, Treviso e Tito, enfrentaram todas as dificuldades e venceram todos os desafios. A família se instalou, inicialmente, em Serra Negra, nesse local ela  cresceu. Depois, seus  filhos e netos vieram para São Paulo, e o sucesso deles mostra-se aqui, entre nós. A nossa homenageada é médica, formada pela PUC de Campinas, fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia. Depois, fez outra especialização em Cirurgia Oncológica com ênfase na área de Mastologia e Ginecologia Oncológica no Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho, onde foi contratada como médica responsável pelo Serviço de Prevenção de Câncer Ginecológico e Mamário. É também médica titular no Departamento de Mastologia e Cirurgia Oncológica, no mesmo hospital, prestando assistência médica pelo SUS. Médica titular pelo Departamento de Mastologia do Hospital Antonio Cândido Camargo, onde faz, também, pesquisa sobre o câncer de mama em mulheres jovens e dá assistência a pacientes portadoras dessa enfermidade. A nossa homenageada está concluindo mestrado no Departamento de Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, também, sobre câncer de mama. Atua, ainda, como coordenadora e médica no Serviço de Mastologia do Município de São Caetano do Sul. Chamamos a doutora Maria Auxiliadora Bernardi, a nossa doutora Dora. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Como foi anunciado antes quebramos o protocolo e chamamos o Sr. Sérgio Sapienza.

 

O SR. SÉRGIO SAPIENZA – Boa noite a todos. Desculpem-me a minha ausência, a cerca de meia hora atrás. Estava ausente porque estava fazendo um pequeno discurso em uma quebra de protocolo. Quero fazer uma homenagem a todos, aqui presentes, inclusive, a uma pessoa que é muito especial para mim. Então, como eu havia me preparado com um texto mais formal, mas, neste instante, opto por um texto que fiz  aqui, de improviso, na última hora.

Buona sera a tutti, autoridades aqui presentes e caros amigos.

Novamente, hoje, ocupo este microfone para agradecer e homenagear a cada um de vocês, pois, a vossa presença enobrece esta sessão e possibilita, ao Presidente desta sessão, exercer seu ofício, a política nata.

É feliz o homem que ama o que faz. Posso afirmar que o idealizador desta grande festa da Comunidade Italiana o faz por amor e com competência. É agraciado por Deus por este privilégio.

Talvez alguns, que estão presentes, estranhem e pensem que aqui não é o local ideal para um filho dizer coisas a um pai, mas o que tenho a dizer é de ordem pública, por isso estou à vontade para fazê-lo.

Aqueles que não me conhecem, sou Sérgio Sapienza, filho deste Senhor Presidente, Vitor Sapienza.

Vejo em seus olhos, felicidade, realização de uma vida política digna, ética e de valores  que primo passar também aos meus familiares descendentes.

Estamos, aqui, entre amigos, e amigos são irmãos que escolhemos ao longo de nossas vidas. Como ele disse, pessoas como vocês tornam real a condição de fazer o que ele mais gosta, pois possibilitaram com o pleito de 2010 que ele alcançasse a representatividade de quase 69 mil votos, juntamente com o empenho do Governador Geraldo Alckmin. Por isso, mais uma vez, ele ocupa uma cadeira de deputado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Sua ausência, aqui, seria tida como uma lacuna, não somente para si, mas para os trabalhos do cotidiano desta Casa que deixaria de contar com sua dedicação e experiência.

Bem, mais uma vez temos a oportunidade oficial de prestigiar o Dia da comunidade Italiana instituída por usa iniciativa há 23 anos pela Lei Estadual nº. 6.133 de primeiro de junho de 1988.

Posso dizer que cresci nestes corredores. Aqui, ao seu lado, aprendi muito, pois em 1986 ao iniciar sua carreira política, este é o seu sétimo mandato consecutivo, eu era apenas um menino de 18 anos. Das inúmeras coisas que me ensinou: “Non lasciare per domani cosa si puó fare oggi”, ou seja, “Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje”, eis porque estou aqui.

Brinco às vezes com o meu pai dizendo que antes de eu nascer devo ter entrado em fila errada. Digo que deveria ter entrado na mesma fila das minhas irmãs, que são quatro. Não que gostaria de ter nascido mulher também, mas que elas são sempre as protegidas, as que são poupadas disso ou daquilo. Brincadeiras à parte, sou pai também de Carolina e Gabriela, minhas “principezas”, por isso o entendo. Mas, agora, falando sério, do quanto me orgulho de ter um pai como você. Agradeço a Deus por ter me colocado na sua fila, na fila certa, fila de ser seu filho.

Desta forma, após tanta dedicação, quantos desafios vencidos, faz com que possamos dizer em momentos como este que valeu a pena.

Parabéns por mais um dia da Comunidade Italiana. Grazie. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Agora esta Presidência concede a palavra ao desembargador Francisco Occhiuto Júnior que falará em nome dos homenageados.

 

O SR. FRANCISCO OCCHIUTO JÚNIOR – Nobre Deputado Vitor Sapienza;  Cônsul Geral da Itália, Senhor Mauro Marsili; Major Brigadeiro do Ar Paulo Roberto Pertusi; Comandante do 4º CONAR, desembargador Álvaro Lazzarini, a quem eu rendo minhas homenagens, foi Vice-Presidente do Tribunal de Justiça, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral entre outras colocações e doutor José Maria Marin ex-Governador de São Paulo. Senhores agraciados, senhoras e senhores italianos, brasileiros e demais imigrantes aqui presentes.

Agradeço, desde já, esta belíssima homenagem, a oportunidade de estreitar as relações entre estes maravilhosos países  e afirmar que tenho muito orgulho por possuir a dupla cidadania.

O Dia da Comunidade Italiana foi instituído em 1988, pela Lei 6.133, por iniciativa do ilustre Deputado Vitor Sapienza aqui presente, e, posteriormente, em 1991, também por iniciativa do mesmo querido Deputado Vitor Sapienza, foi criado o troféu Loba Romana.

Referida láurea, como já dito outras vezes, é concedida a italianos e seus descendentes, que, por sua atuação sócio-econômica e cultural, contribuem para estreitar ainda mais os laços entre o Brasil e a Itália.

Já enfatizou o Deputado ilustre Vitor Sapienza, ao justificar a homenagem concedida aos italianos e seus descendentes no desenvolvimento do país e, principalmente, no Estado de São Paulo no sentido de que “são raízes profundas das quais nos orgulhamos, raízes fincadas na lavoura, na indústria, no comércio e nas artes”.

A Loba Romana é uma láurea em bronze, com pedestal em mármore, que retrata uma loba amamentando os órfãos Rômulo e Remo, que tem um significado muito importante para a comunidade italiana, o mito da fundação da cidade de Roma. Segundo a mitologia, Roma venceu a Etrúria, através das batalhas desenvolvidas nos séculos IV e III a.C., e daí surgiu o seu mito. E no século XV d.C. o escultor italiano Antonio Pallaiolo juntou os gêmeos Rômulo e Remo à loba.

Nas minhas veias corre o sangue italiano dos meus avós, Vicenzo Occhiuto e Carmela Bersito Occhiuto, ambos vindo de Consenza, na Calábria, cidade linda que conheci juntamente com minha esposa Maria Aparecida, aqui presente. Eles chegaram no Brasil no começo do século passado, e laborando no ramo de sapataria com afinco e muita vontade de trabalhar conseguiram viver com muita dignidade e criar seu  filho, meu pai, Francisco Occhiuto, que, ainda moço com 47 anos de idade nos deixou.

Naquele tempo, a relação dos imigrantes italianos, como a dos meus avós,  com a cidade de São Paulo se estreitava passo a passo, vez que precisavam se integrar ao “novo mundo”, contribuindo, assim, como lavradores, artistas, comerciantes diversos e empresários da nascente indústria paulista.

Agruparam-se em bairros e vilas operárias conforme sua região de origem, napolitanos no Brás, calabreses no Bexiga, venezianos no Bom Retiro, e reproduziram manifestações culturais típicas do seu povo para matar a saudade e preservar suas tradições.

A influência italiana no modo de falar do paulistano e na própria formação do vocabulário brasileiro foi marcante. Nos bondes, ruas, comércio e indústria os dialetos italianos eram tão ouvidos quanto o próprio português. O queijo tornou-se formaggio, o trabalho era lavoro, o popular “ciao” transformou em “tchau”, nesta florescente “Zan Paolo”.

Muito requisitados foram os capomastri, mestres de obra italianos, que introduziram na cidade novas técnicas de construção, com a utilização dos tijolos de barro cozido em suas obras. O Teatro Municipal, o Palácio das Indústrias, o Mercado Municipal e o Liceu de Artes de Ofícios, atual Pinacoteca do Estado, tiveram a participação desses capomastri na sua edificação.

Vale lembrar a presença dos artistas italianos, ou, de seus filhos, para a formação e desenvolvimento das artes plásticas brasileiras: Portinari, Brecheret, Volpi, Bardi e tantos outros.

A força cultural italiana se fez presente também nas tradições gastronômicas que marcaram definitivamente a vida de São Paulo, uma vez que suas inúmeras cantinas e pizzarias se tornaram símbolos da noite paulistana. Isso, sem falar no futebol. Amantes do futebol, como nós, os imigrantes italianos e seus descendentes fundaram na cidade o Palestra Itália, atual Palmeiras e o Clube Atlético Juventus.

Este é o Brasil e a São Paulo que nasci e cresci. País que acolheu meus antepassados e que, com a cultura italiana imigrante, se desenvolveu, tornando-se o gigante dos nossos dias.

Após o término do curso de Direito na turma de 1970 da gloriosa Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, advoguei por alguns anos e, desde sempre, tive como meu ideal a justiça. Logrei êxito ao ingressar no concurso de 1982 na Magistratura, sonho que vivo até hoje em São Paulo.

Como disse, a Itália, no Brasil, reflete-se em muitos aspectos de nosso povo, sendo certo que nós brasileiros só ganhamos em nos espelhar em nossos ancestrais. Lembra o poeta, amigo Vitor, que: “Amigo é coisa para se guardar no lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância digam não, o que importa é ouvir a voz que vem do coração”. Assim é também o que ocorre com os italianos e os brasileiros, são amigos para se guardar no peito.

De outro lado, vale lembrar uma velha lenda, colhida alhures: “Na floresta irrompeu um incêndio que depressa se alastrou e tomou conta de tudo. Os animais fugiram espavoridos para uma clareira segura de onde, tristes e esbaforidos, assistiam passivamente à destruição das suas moradas, das suas árvores, dos alimentos, da vida. De repente notaram um pequeno passarinho que, agitando as asinhas, parecia lutar contra aquele inferno de chamas e de fumaça. Viram que ele voava do riacho à fogueira e sobre esta lançava desesperadamente gotinhas d´água que trazia no bico. Perplexos, os animais nada entendiam. Até que o passarinho, extenuado caiu. Desfalecia. Acorreram os outros animais perguntando: você ficou louco? Ele respondeu: a minha parte eu fiz”.

Para terminar, sejam quais forem os ventos que soprem sobre a nacionalidade, venham de onde vierem as adversidades do mundo, a amizade sempre prevalecerá, porque é um bem inalienável, indestrutível e aninhado no íntimo dos homens.

Agradeço por fim, a presença dos meus filhos, da minha esposa, também presente,dos  meus genros e dos meus netos. Essas são as  singelas palavras que me acudiram para agradecer a homenagem, hoje, prestada a mim e aos demais laureados. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Meus senhores e minhas senhoras, normalmente eu falo de improviso e desabafo. Eu quebrei um pouquinho o protocolo e pedi para o Luiz Carlos Ladeia, que é a pessoa que comandou esse trabalho, que me ajudasse a fazer uma comunicação. Praticamente 99,99% foi ele que fez, eu simplesmente procurei dizer a ele que eu queria externar aquilo que um italiano de 15 anos que fugiu de casa em Potenza, Tito, que se escondeu num navio e não sabia se esse navio ia para a América do Norte, para África, aportou em Santos. Então aquilo que eu vou ler foi aquilo que eu procurei transmitir ao Ladeia, só que ele, autor de vários livros, conseguiu ir além daquilo que eu poderia ir.

Minhas senhoras e meus senhores. Eu poderia, aqui, falar da grande contribuição que os nossos antepassados deixaram nesta terra que os acolheu. Mas, não vou fazê-lo. Deixo aqui, registrado, um pequeno texto, sobre a perseverança que os caracterizou. E que começa com perguntas simples: Aonde você vai? Não sei, pergunte ao vento. E se ele não souber? Ele sabe. É ele quem me conduz. É ele quem me leva por entre as árvores, pelos campos, pelos mares, pelos ares. É ele quem me conduz e me arrasta até os rios. É ele quem dá o meu norte. É ele quem me ensina e incentiva a lutar. Na luta, aprendi a me adequar. Não existe adversidade que me assuste, mas nem por isso deixo de lado a sensibilidade de um olhar mais detalhado na flor que o vento acaricia.

Eu sou a folha que resiste à borrasca, eu sou o tronco que verga e resiste á tormenta, eu sou a árvore que protege o pássaro indefeso. Eu sou o ser que não vacila ante os desafios, e que, por mais resistentes que eles sejam, sinto-me mais forte.

Eu sou aquela que olha para trás e tem a certeza de que valeu a pena o caminho trilhado. Eu sou o ser que deixou as suas paragens, cruzou os mares e que, em terreno novo, achou braços acolhedores. Hoje, eu também sou um desses braços à espera de outros que o vento traz. Nessa longa travessia eu trouxe a esperança misturada com a fé. Eu trouxe a força dos meus braços e a firmeza de um pensamento voltado para a vitória. Eu sou o chão que aceita e germina a semente. Eu sou a árvore que gera frutos fortes. Eu sou a árvore que produz e que forma florestas. Eu sou essa floresta, e pouco importa a espessura dos troncos.

Eu tenho a força do guerreiro que ignora o ferimento, e que se mostra indefeso apenas quando a saudade se manifesta. Eu sou perspicaz como o vento, e sigo abraçado a ele, mostrando que os meus sinais estão em toda parte. A persistência está no meu sangue, está em mim. Eu sou a vitória, eu sou o imigrante italiano. (Palmas.)

Eu quero agradecer também a surpresa que meu filho me proporcionou, eu brinco muito com ele. Tenho o orgulho de ter uma esposa Lílian e tenho orgulho de ter cinco filhos. Eu brinco muito com ele quando eu digo que graças a Deus - ele não vai gostar disso - eu tenho três genros e uma nora.

Antes de encerrar, quero comunicar a vocês que essa solenidade será transmitida no próximo sábado às 21 horas e convido a todos vocês para um coquetel no Salão Nobre.

Está encerrada a sessão. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 30 minutos.

 

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