24 DE FEVEREIRO DE 2011

017ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL

 

Presidentes: OLÍMPIO GOMES, CARLOS GIANNAZI, CELSO GIGLIO, AGUIMARÃES DE CALDAS e ORLANDO MORANDO

 

Secretário: CARLOS GIANNAZI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - RUI FALCÃO

Comenta reportagem do portal de internet IG, sobre projeto para que Deputados apresentem propostas de emenda constitucional diretamente ao Senado Federal, de forma a ampliar sua atuação. Discorre acerca da estada do Presidente desta Casa, Deputado Barros Munhoz, em Brasília no interesse de seus pares. Menciona a necessidade de alteração do artigo 22 da Constituição Federal, que trata das competências legislativas, pleiteando maior autonomia para o Poder Legislativo.

 

003 - ADRIANO DIOGO

Lamenta a morte do irmão do Deputado Said Mourad. Apresenta e comenta vídeo a respeito de revista, que afirma abusiva, sofrida por ex-policial, suspeita de ocultar cédulas falsificadas, em Delegacia do 15º DP de Parelheiros em São Paulo. Repudia a conduta dos policiais responsáveis pelo constrangimento, tendo-a considerado abuso de poder.

 

004 - Presidente OLÍMPIO GOMES

Manifesta-se em apoio ao discurso do Deputado Adriano Diogo, tendo reforçado o dever desta Casa de intervir no caso.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Parabeniza a fala do Deputado Adriano Diogo. Cita matérias jornalísticas acerca de perícias médicas que impediram a contratação de professores aprovados em concurso público, por conta de excesso de peso, além de miopia e histórico de problemas psiquiátricos. Critica o mau funcionamento do Departamento de Perícias Médicas. Ressalta que o Governador Geraldo Alckmin criou medidas para que os professores não sejam vitimados pelo estresse, fato que contradiz, segundo o Deputado, a conduta do referido órgão, medida que teve como paliativa. Solicita providências da Comissão de Educação sobre o assunto.

 

006 - JOSÉ BITTENCOURT

Comenta problemas de Saúde Pública. Relata entidades que necessitam de ampliação e reforma, como a Santa Casa de Santa Cruz das Palmeiras. Cita requerimento para a instalação de CPI para apurar casos de pessoas desaparecidas. Explica a metodologia que poderá ser usada na investigação. Argumenta sobre os benefícios que essa matéria deverá proporcionar à população. Solicita aos Parlamentares que aprovem o citado requerimento.

 

007 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

008 - OLÍMPIO GOMES

Lamenta a morte do Senhor Ali Said Mourad, irmão do Deputado Said Mourad. Reitera assunto abordado em vídeo exposto pelo Deputado Adriano Diogo. Critica a Corregedoria da Polícia, por abuso de poder cometido contra escrivã. Informa que deve ocorrer manifestação em frente à Corregedoria, a fim de contestar contra o ocorrido. Argúi em defesa do PDL 65/09, que apresenta solução para o caso.

 

009 - CELSO GIGLIO

Assume a Presidência.

 

010 - DONISETE BRAGA

Saúda o Vereador Edgard Grecco Filho, de Mauá. Elogia projeto deste, em benefício da cidade. Discursa sobre matéria jornalística, que aborda o alto índice de crianças e adolescentes que moram nas ruas de São Paulo. Chama a atenção das autoridades competentes para a apreciação do caso. Sugere a criação de uma comissão permanente para o segmento.

 

011 - DINIZ LOPES

Cumprimenta o Vereador Edgard Grecco Filho. Comenta projeto que visa criar comarca em Ferraz de Vasconcelos.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, tece considerações sobre resposta do Secretário Geral de Administração deste Legislativo sobre os contratos da TV Assembleia com a Fundac.

 

013 - VANESSA DAMO

Para comunicação, cumprimenta o Vereador Edgar Grecco, de Mauá, pela elaboração de projeto de lei referente ao Plano de Metas, a ser executado pelo Poder Executivo municipal. Apela, em nome da população de Mauá, para que vereadores da localidade assinem Comissão Especial de Inquérito sobre contratos da Eletropaulo com o Executivo.

 

014 - Presidente CELSO GIGLIO

Saúda o Vereador Edgard Grecco, bem como o Sr. Altino Francisco da Silva Neto, presidente do Sindicato dos Vigilantes Noturnos, Diurnos e Autônomos do Estado de São Paulo.

 

015 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz convite para audiência pública, a ser realizada na data de hoje, nesta Casa, contra o fechamento de duas escolas, teatro, unidade básica de saúde, biblioteca, creche conveniada e unidade da Apae, todas no âmbito municipal, na região do Itaim Bibi. Relata que deverão estar presentes no evento o Ministério Público Estadual e a atriz Eva Wilma.

 

016 - DINIZ LOPES

Tece considerações a respeito da cidade de Ferraz de Vasconcelos. Recorda sua atuação como Prefeito de Mauá. Discorre sobre as obras do Rodoanel e sua influência na economia da região. Fala sobre a necessidade da organização judiciária do município, com a instalação de uma comarca, para desvinculá-lo de Poá. Solicita que seja criado curso de mecânica de produção na Fatec de Mauá. Considera que o atual Prefeito de Mauá, Oswaldo Dias, sofreu dificuldades na administração pelo desfalque orçamentário deixado pela gestão anterior.

 

017 - Presidente CELSO GIGLIO

Anuncia a visita do Senhor Paulo Guizelini, Prefeito do município de Viradouro, acompanhado da primeira-dama, Senhora Márcia Guizelini; e da Senhora Suraya Capez.

 

018 - FERNANDO CAPEZ

Lamenta o assassinato do Senhor Ali Mourad, irmão do Deputado Said Mourad e apresenta condolências à família. Cumprimenta o Delegado-Geral de Polícia de São Paulo pela prisão dos responsáveis pelo crime que fez vítima o Secretário de Transportes de São Paulo. Lê e comenta reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" sobre os vigias de rua. Comenta indicação a projeto de lei a respeito do tema. Menciona o PL 729/07, referente ao cadastramento dos vigias noturnos. Comenta fala do Deputado Rui Falcão a respeito da atuação parlamentar.

 

019 - Presidente CELSO GIGLIO

Registra a visita do Vereador Carlos Alberto Lampião, Presidente da Câmara Municipal de Jaú.

 

020 - AGUIMARÃES DE CALDAS

Assume a Presidência.

 

021 - CELSO GIGLIO

Solicita a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

022 - Presidente AGUIMARÃES DE CALDAS

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h01min.

 

023 - ORLANDO MORANDO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h30min.

 

ORDEM DO DIA

024 - Presidente ORLANDO MORANDO

Coloca em votação e declara aprovado requerimento, da Deputada Beth Sahão, para criação de Comissão de Representação com a finalidade de entregar, na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, no dia 28/02, o relatório final da CPI da Pedofilia e viabilizar programas voltados à criança e ao adolescente.

 

025 - AGUIMARÃES DE CALDAS

Assume a Presidência.

 

026 - ORLANDO MORANDO

Por acordo de lideranças, solicita o levantamento da sessão.

 

027 – Presidente AGUIMARÃES DE CALDAS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 25/02, à hora regimental, sem ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Carlos Giannazi para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão.

 

O SR. RUI FALCÃO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, depois de uma semana de uma série de reportagens negativas em relação a nossa Casa, o Poder Legislativo, aos políticos, hoje temos a alegria aqui de saudar uma reportagem do jornalista Ricardo Galhardo, do IG São Paulo, que traz para a grande mídia as questões da grande política e não dos aspectos pontuais, das falhas eventuais desse ou daquele parlamentar, porque esta é uma Casa política que quer ter uma dimensão de poder independente, autônomo, democrático e com grande participação popular.

Para isso, é necessário que ela tenha uma significativa importância para a população. E parte dessa irrelevância que às vezes aparece para as pessoas é o fato de as nossas competências terem sido substancialmente cortadas, cerceadas a partir da Constituição de 1988. Houve uma centralização grande, temos uma série de competências no plano federal, outras no plano municipal, que interfere na vida das pessoas, e as assembleias estaduais passaram a se situar numa espécie de limbo.

Então, hoje, o jornalista já citado produz a seguinte reportagem, capa do IG logo nas primeiras horas da manhã: “Deputados articulam emenda que amplia poder das assembleias. Parlamentares preparam projeto que lhes daria, por exemplo, poder de legislar sobre temas, como Saúde, Educação, trânsito.” E eu acrescento: direito agrário, questões de procedimento nos processos. Todos foram possibilidades suprimidas a partir de uma interpretação também muito estrita da Constituição Federal.

Hoje, o nosso Presidente, Barros Munhoz, está em Brasília. Está agora como Presidente da entidade que reúne todas as Assembleias Legislativas; está na Presidência interina no lugar do cearense Domingues Gomes de Aguiar Filho, do PMDB, que foi eleito vice-Governador. E o nosso Presidente está justamente iniciando - em comum acordo com todos nós, quero crer, com o nosso apoio, seguramente, da Bancada do PT - conversas para que, já tendo 13 Assembleias Legislativas aprovado o projeto de decreto legislativo com a mesma redação, consigamos mais uma Assembleia subscrevendo esse tema. Isso nos daria possibilidade de apresentar diretamente no Senado uma proposta de emenda constitucional.

A nossa emenda propõe que se defina também na Constituição Federal o que são normas gerais. Sem a definição de normas gerais, fica difícil estabelecer quais são as normas particulares sobre as quais os estados poderiam atuar. E, mais ainda, não havendo, no âmbito dessas áreas que eu mencionei, leis gerais, nós também podemos legislar nos estados, sendo que, caso venha a surgir uma lei geral sobre o assunto, a lei geral revogaria a lei particular do Estado que tratasse de assuntos gerais.

O nosso argumento é adequar a legislação às diferenças e peculiaridades que existem nos estados brasileiros. Para isso é necessário que se altere o Artigo 22 da Constituição Federal, que é o fulcro, o alvo da nossa emenda.

É fácil de entender isso. Por exemplo, o direito agrário. Temos várias realidades diferentes no campo. São Paulo tem uma formação agrícola, o Nordeste tem outra, e é muito natural que, havendo leis gerais sobre direito agrário, possamos ter especificidades no âmbito de cada Estado ou de cada região. Isso nos devolveria as competências e nos daria mais utilidade perante a população que, devido a uma série de reportagens negativas e alguns comportamentos anômalos, acaba generalizando, acaba descrendo dos políticos de uma maneira geral e, ao descrer dos políticos, descrer da política também, e sem política não há sociedade organizada, civilizada.

Portanto, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, acho importantíssimo que essa emenda possa prosperar, possa ser aprovada no Congresso Nacional e que ao mesmo tempo também esta Casa possa funcionar de uma forma mais política, participando inclusive desse debate que se abre agora, da reforma política, que considero a mãe de todas as reformas no Brasil, que poderia também dar um outro estatuto à política brasileira.

O PT está empenhado nisso. A nossa bancada na Casa quer dar uma dimensão mais política ao Poder Legislativo estadual, garantindo aqui independência e soberania, porque aqui é a representação do povo. Com todo respeito ao Poder Executivo e ao Judiciário, mas não podemos ser um Poder subalterno. Temos a representação popular, o mandato por eleição direta, e queremos na próxima legislatura, com o apoio de todos os deputados, resgatar o papel, o peso e a importância que o Legislativo de São Paulo já teve na história do nosso Estado.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Widerson Anzelotti. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Nobre Deputado Major Olímpio, na Presidência, nobre Deputado Carlos Giannazi, nobre Deputado Said Mourad, meu irmão, minha solidariedade e os meus sentimentos pela morte de Ali Said, seu irmão, em nome de todos nós, Deputados.

Mas o assunto é a barra-pesada da Corregedoria da Polícia Civil. Queremos exibir um vídeo que mostra como as mulheres são tratadas nas delegacias de polícia. Esse é um vídeo oficial feito pela Corregedoria de Polícia dentro de uma delegacia. Se eles fazem assim com uma policial, o que dirá com um cidadão normal. Torturadores, assassinos, Corregedoria corrupta por dois motivos. Primeiro, por fazer o filme, depois, por divulgá-lo.

Deputado Major Olímpio, Presidente em exercício desta sessão, tome uma providência. Não é possível que as mulheres brasileiras continuem sendo tratadas dessa maneira. Pode dizer que ela era corrupta, que tinha material, mas essa não é maneira de fazer investigação. A tortura é crime ignominioso, não tem fiança, não tem perdão. Essa é uma forma de tortura. Tortura maior ainda foi vazar o filme.

A jornalista Laura Capriglione fez um trabalho mostrando que uma em cada quatro mulheres é maltratada durante o parto. Oportunamente, voltaremos ao assunto.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Quero manifestar meu apoio ao que foi dito por Vossa Excelência. Aliás, já o fiz na sessão de ontem. Devo dizer àqueles que acompanham a transmissão pela TV Assembleia que essa moça era uma escrivã de polícia, que estava de plantão no 25º DP de Parelheiros, em 2009, quando a Corregedoria teve essa conduta.

Acredito que esta Casa, Deputado Adriano Diogo, por meio das Comissões de Segurança Pública e de Direitos Humanos, tem obrigação de intervir em defesa da cidadã, independente do que estava sendo apurado em razão de seu desvio funcional.

Quero esclarecer ainda que essa moça, cujo marido é policial militar, passou e continua passando por vários transtornos psicológicos.

Dando continuidade à lista dos oradores inscritos, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Assembleia, em primeiro lugar gostaria de cumprimentar o nobre Deputado Adriano Diogo por ter abordado essa questão, apresentando o vídeo à TV Assembleia, para que o telespectador pudesse ter acesso a essa discussão extremamente polêmica, que mostra o verdadeiro autoritarismo existente ainda hoje no aparato repressivo do Estado. O que não é muito diferente do que acontecia na época do regime militar, quando a tortura era a política do Estado brasileiro. A tortura, infelizmente, continua existindo nas nossas delegacias, no sistema prisional.

O que aconteceu na delegacia do 25º DP de Parelheiros é apenas uma partícula do que vem acontecendo em delegacias de todo território nacional. Esperamos que o Ministério Público tome providências imediatas e que as Comissões desta Casa habilitadas para abordar o tema - Comissão de Segurança Pública e de Direitos Humanos - também façam uma investigação rigorosa. Esse vídeo é de 2009 e só agora veio à tona por meio da TV Bandeirantes. Isso tem de ser investigado; esse acontecimento ficou oculto até ontem.

Sr. Presidente, vamos retornar ao tema do Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo, fruto, recentemente, de várias matérias na grande imprensa - Fantástico, Jornal da Record, “Estadão”, “Folha de S. Paulo” -, por conta de sérias denúncias em relação a um processo de discriminação contra professoras com excesso de peso.

Nosso mandato vem denunciando exaustivamente há quatro anos nesta tribuna, na Comissão de Educação, na Comissão dos Direitos Humanos, o assédio moral dentro do Departamento de Perícias Médicas, os maus tratos, o péssimo atendimento, a perda de documentos, o atraso monstruoso de publicações de laudos, perícias médicas. Perícias feitas em 1999 só agora estão sendo publicadas.

Como se não bastasse isso, agora, temos outras denúncias de professores aprovados no concurso público - na primeira fase, na segunda e na terceira - de provas e títulos, que foram reprovados pelo Departamento de Perícias Médicas.

É muito estranho, porque alguns professores já lecionam há 20 anos na rede de ensino, contratados que foram pela Lei 500, professores OFAs e ACTs.

Esses professores passaram no último concurso público de provas e títulos e estão sendo impedidos, pelo Departamento de Perícias Médicas, de assumir seus cargos por excesso de peso e por serem portadores de miopia. Agora, ainda - pasmem, os senhores -, aqueles que tiveram depressão. Esses professores forem vitimados pela depressão em algum momento tiveram de fazer um tratamento por depressão, síndrome do pânico, depois se recuperaram e voltaram a trabalhar, agora estão sendo discriminados porque na ficha consta que tiveram depressão. Isso é um verdadeiro absurdo. Já acionamos o Ministério Público Estadual exigindo que faça uma verdadeira devassa no Departamento de Perícias Médicas e acabe de uma vez por todas com as perseguições, com as discriminações que ocorrem durante as perícias.

Queremos lembrar que o Governador Geraldo Alckmin, na semana passada, lançou um programa de saúde para os professores instalando clínicas em 13 diretorias de ensino da Capital e da Grande São Paulo com psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos para evitar que os professores fiquem mais doentes, para dar suporte para que os professores não sejam vítimas do estresse. No entanto, percebemos que há uma contradição entre o programa apresentado pelo Governador Geraldo Alckmin e o que vem acontecendo no Departamento de Perícias Médicas. O Governador Geraldo Alckmin, que é médico, deveria interferir nesse Departamento, se é que está preocupado de fato com a saúde dos professores da Rede Estadual de Ensino. Senão, não passa de uma verdadeira demagogia a implantação dessas clínicas. Acho que é demagogia, até porque se o governador tem interesse mesmo em proteger a saúde dos professores, tem de atacar as verdadeiras causas das precárias condições de trabalho, da superlotação de salas, dos baixíssimos salários. É isso que vem causando o estresse e o adoecimento dos professores. Então, não adianta colocar psicólogos, assistentes sociais, isso não vai resolver.

Não sei se o Governador foi irônico ou se ele falou seriamente, mas ele recomendou que os professores, para combater o estresse, fizessem acupuntura, meditação, tivessem religião, fizessem ginástica. Esse foi o conselho que o Governador Geraldo Alckmin deu para os professores evitarem o estresse e o adoecimento no trabalho. No entanto, o Departamento de Perícias Médicas, que está sob o comando do Governo do Estado, vem assediando, discriminando e humilhando os servidores do Estado de São Paulo, adoecendo ainda mais os nossos servidores, sobretudo os professores.

Queremos lamentar esse posicionamento do Departamento de Perícias Médicas. Esperamos que o Ministério Público tome providências. Estamos tentando instalar a CPI do Departamento de Perícias Médicas para fazer uma verdadeira devassa nesse órgão subordinado à Secretaria de Gestão Pública. Inclusive já protocolizamos um pedido na Comissão de Educação convocando o Secretário de Gestão Pública e o diretor do Departamento de Perícias Médicas para que venham depor nessa comissão e explicar todas as irregularidades e denúncias.

Sr. Presidente, as denúncias de atraso de publicação de perícias, de aposentadorias compulsórias, de processos de readaptação que ocorrem no Departamento de Perícias Médicas também ocorrem na SPPrev, no DRU, ou seja, os servidores do Estado de São Paulo estão sendo humilhados em todas as instâncias burocráticas do Estado. Na SPPrev, as aposentadorias estão demorando quatro, cinco anos para serem publicadas. No DRU, há professores com direito à evolução funcional que até hoje não foram publicadas.

É uma situação de calamidade pública o que vem ocorrendo hoje na burocracia do Estado de São Paulo, que prejudica imensamente os servidores do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, inicialmente gostaria de registrar a presença da vice-Prefeita Rita, de Santa Cruz das Palmeiras, e também da nobre Vereador Cleber, que tem sido um grande vereador naquela cidade. A Prefeita Rita tem feito um grande trabalho, visto que o prefeito está licenciado e ela tem um entendimento muito forte com o prefeito e conduz os destinos daquele município. Estão visitando esta Casa na busca daquilo que é essencial para o município, que precisa de investimentos na área de saúde, muito embora o município já invista o estabelecido pela Constituição para a área de saúde. Mas as demandas são enormes em relação à capacidade de investimento. É preciso uma melhoria na área de transporte, é preciso também investimento na manutenção e reforma daquela Santa Casa.

A Prefeita Rita tem dito que o centro cirúrgico da Santa Casa precisa de uma reforma urgente, até porque um ambiente bem organizado facilita na recuperação do paciente. O Deputado Sidney Beraldo, hoje Secretário da Casa Civil, conhece a fundo essa necessidade do centro cirúrgico da Santa Casa de Santa Cruz das Palmeiras. Encaminharemos essas e outras demandas do município.

Sr. Presidente, outro assunto que me traz à tribuna é que estamos colhendo assinaturas para instalar uma CPI para apurar o desaparecimento de pessoas no Estado de São Paulo. Ontem fizemos um apelo aos ilustres deputados que estão aqui, na terça-feira ponderarei ao presidente efetivo desta Casa e ao Colégio de Líderes para que imprimam o comando necessário às suas bancadas e possamos instalar esse instrumento regimental e constitucional com capacidade de investigação, inclusive com poderes judicantes. Assim, poderemos instalar na próxima Legislatura essa CPI.

Faço mais uma vez um apelo aos ilustres parlamentares para que nos ajudem na obtenção dessas assinaturas para instalar, na ordem cronológica, essa CPI, que é um instrumento importante. O Ministério Público investiga, a Polícia Civil tem atribuições de polícia investigativa e judiciária. Mas é preciso que essa discussão venha ao Parlamento de São Paulo para, por meio desse instrumento investigativo, a CPI, que tem poderes amplos, até mesmo poderes judicantes, darmos respostas à população de São Paulo, às famílias que têm seus entes queridos desaparecidos e que até agora não têm nenhuma solução. É preciso que nessa CPI, durante seu prazo regimental de 120 dias, prorrogáveis por 60 dias, possamos trazer um diagnóstico para a população de São Paulo, para a cidadania de São Paulo a respeito desse tema que é recorrente nos noticiários da nossa Cidade e do nosso Estado.

Portanto, fica o apelo. É uma matéria que diz respeito ao interesse da cidadania e não de um partido político ou de outro, de tal modo que faremos o esforço necessário para instaurarmos a CPI. Peço apoio ao Deputado Campos Machado, que tem sido sensível a essas questões e tem nos apoiado, e a tantos outros deputados, líderes de bancadas nesta Casa.

 

O Sr. Presidente - Carlos Giannazi - PSOL - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Celso Giglio.

 

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O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, pela manhã, compareci no Cemitério Islâmico, em Guarulhos, para hipotecar a minha solidariedade à dor do nosso companheiro, Deputado Said Mourad, cujo irmão, Ali Said Mourad, foi covardemente executado por “saidinhas” de banco.

Ontem, quando foi fazer depósitos no banco, marginais atiraram nas costas de Ali, que foi mais uma vítima da irresponsabilidade em relação à Segurança Pública: irresponsabilidade governamental; insensibilidade das instituições financeiras. Os cinco maiores bancos do País tiveram 50 bilhões de reais de lucro e não investem na segurança. O Governo simplesmente fica brincando com estatísticas, jogando no marketing político e esquecendo a realidade da tragédia das vítimas.

Não poderia, como profissional de Segurança Pública, deixar de ocupar esta tribuna para novamente lamentar o conteúdo do vídeo apresentado há pouco pelo Deputado Adriano Diogo. Foi uma ação desnecessária da Corregedoria da Polícia Civil, filmada pela própria Corregedoria, para ser uma prova da legalidade da ação, numa abordagem a uma escrivã de Polícia no 25º DP, em Parelheiros, em 2009.

Não quero julgar a conduta dessa escrivã, que foi expulsa da Polícia Civil. Está aqui o Deputado Campos Machado, douto em Direito, homem que mais atua nesta Casa em defesa do Direito e das instituições policiais. Vossa Excelência é sabedor do Art. 240 do Código de Processo Penal, que faculta “se não houver outra forma para se realizar a busca pessoal”. Vejam, de Parelheiros até a Consolação, na sede da Corregedoria, com muito trânsito, levamos uma hora e meia. Já tinha sido dada voz de prisão à moça. Era possível deslocar ao local uma, duas, três, dez delegadas de Polícia e corregedoras - até a própria corregedora da Polícia Civil, Dra. Maria Inês. Não é toda hora que se prende um policial em flagrante. Não era necessário que isso acontecesse.

Amanhã, às 16 horas, haverá uma manifestação de policiais civis na frente da Corregedoria da Polícia Civil, na Consolação, pedindo providências, justiça. Quero lamentar profundamente que foi arquivado o procedimento da própria Corregedoria sobre o episódio. Inclusive, a corregedora, mulher, interpretou isso como uma coisa normal. Na oportunidade, o procedimento foi arquivado também pelo Ministério Público.

Bem, mas para toda doença existe um remédio. Muitas vezes, o remédio é apresentado, e desconsiderado. Aproveito a presença do Deputado Campos Machado para dizer que, em 2009, S. Exa. apresentou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 65, que é um remédio para esses abusos. Esse PDL reconduz a administração, a obediência e a hierarquia da Corregedoria da Polícia Civil à instituição policial civil. Em 2009, o ex-Governador José Serra - que graças a Deus não é mais Governador - baixou um decreto que colocava a Corregedoria da Polícia Civil diretamente subordinada ao gabinete do Secretário, como quem diz “como ninguém presta para fazer o serviço de Corregedoria na Polícia Civil, então, isso vai ficar diretamente ligado à Secretaria. Aí não tem conversa mole”. Esse foi o intuito, e o exagero acontece nessas coisas. Quando se dá o poder absoluto a qualquer ser humano, dizendo “você é mais do que a lei”, começa a ter o exagero.

Deputado Campos Machado, cumprimento V. Exa. pelo PDL e lamento que esta Casa não tomou uma decisão corajosa e respeitosa à instituição policial civil. Sou da instituição policial militar, com muito orgulho, mas para mim seria o fim do mundo se transferissem a Corregedoria da Polícia Militar, como quem diz “vocês não sabem e não têm moral para apurar, então, vamos passar para a Secretaria de Segurança Pública”.

Independentemente das apurações, dos afastamentos, da responsabilização, quero fazer um apelo a esta Casa. A forma legal de se rever um ato do Poder Executivo é a Assembleia Legislativa votar neste plenário o acolhimento desse PDL. O Deputado Campos Machado apresentou o projeto em 2009. Parece que estava antevendo algumas situações. A desconfiança na instituição não pode existir: podemos ter desconfiança nas pessoas, jamais nas instituições.

A imagem da Polícia Civil foi maculada quando dela se tirou a Corregedoria. Aí está o resultado: o exagero. Agora, afastam, punem os delegados; derrubam, trocam corregedora. Vão tentar dar satisfação política, mas a situação não vai ser resolvida se não se der respeito à instituição Polícia Civil e fazer com que ela tenha de volta a sua Corregedoria.

Fica, portanto, a manifestação. Gostaria que o meu pronunciamento fosse encaminhado ao gabinete do Governador, ao gabinete do Secretário de Segurança Pública e ao gabinete do Delegado-Geral de Polícia. Que se faça justiça e que a Assembleia Legislativa tome atitude e acolha o PDL nº 65, de 2009, do Deputado Campos Machado.

 

O Sr. Presidente - Celso Giglio - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. Donisete Braga - PT - Caro Sr. Presidente, nobre Deputado Celso Giglio, quero cumprimentar os nobres pares, o público que nos assiste nas galerias, os nossos servidores da Assembleia Legislativa e os telespectadores da TV Assembleia.

Sr. Presidente, antes de me manifestar sobre um tema que gostaria de abordar, quero registrar que se encontra ao seu lado o nobre Vereador Edgard Grecco Filho, que foi Presidente da Câmara Municipal de Mauá, e atualmente é Vereador na Câmara Municipal, representando o PDT. Hoje o Instituto Legislativo Paulista está realizando um encontro com os vereadores que apresentaram importantes projetos para os seus municípios. O nobre Vereador Edgard Grecco apresentou uma emenda à Lei Orgânica do Município de Mauá, estabelecendo o plano de metas a ser executado pelo Poder Executivo.

Este projeto ganhou muita relevância e não poderia deixar de dar as boas vindas ao nobre vereador e quero cumprimentá-lo pela importante iniciativa. Já tive a honra de ser vereador no Município de Mauá e sei da importância do papel dos vereadores nas Câmaras Municipais. Projetos dessa dimensão precisam ter uma ampla divulgação e registro. Muito obrigado pela sua presença nesta tarde. Com certeza, V. Exa. será reconhecido com este projeto exemplar não só para o município, mas que servirá de exemplo a todas as Câmaras Municipais de São Paulo.

Hoje o jornal “O Estado S.Paulo” traz uma matéria no Caderno Metrópole. Ela fala sobre crianças e adolescentes. Passarei a ler a matéria:

Grandes cidades têm 23.973 crianças de rua; 63% vão parar lá por brigas em casa

Levantamento

Perfil de crianças e adolescentes foi pesquisado em 75 cidades

Principais motivos para não dormir em instituições

Falta de liberdade                                              59,4%

Proibição de uso de álcool e drogas               38,6%

Horários e demais rotinas                               26,9%

Motivos para ir para a rua

Brigas verbais com pais e irmãos                   32,2%

Violência doméstica                                       30,6%

Alcoolismo/ uso de drogas                             30,4%

Busca da liberdade                                          22,8%

Perda da moradia pela família                       13,2%

Violência e abuso sexual                                8,8%

Onde costumam dormir

Casa da família ou de amigos                       59,1%

Locais de rua                                                 23,2%

Instituições                                                    2,9%

Outros                                                           14,8%

Principais motivos para não dormir nas ruas

Violência                                                     56,1%

Clima                                                          52,9%

Ação policial                                              35,7%

Perfil

Escolaridade

1º Grau incompleto                                   79,1%

1º Grau completo                                       6,7%

2º Grau incompleto                                    4,1%

Outros                                                       10,1%

Cor

Pardos ou morenos                             49,2%

Brancos                                               23,8%

Negros                                                23,6%

Fonte: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e Instituto de Desenvolvimento Sustentável (IDEST)

Bruno Paes Manso - O Estado de S.Paulo

Pela primeira vez, 20 anos depois da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Brasil conseguiu traçar o perfil de crianças e adolescentes que trabalham ou dormem nas ruas do País. São 23.973 espalhados pelas 75 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. E 63% foram parar lá por causa de brigas domésticas.

Os resultados, ainda inéditos e obtidos com exclusividade pelo Estado, vêm do censo nacional encomendado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) e pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável (Idesp). "O resultado ainda precisa ser aprovado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Servirá para a criação de uma política nacional para essa população, a partir de cinco grandes encontros nas diferentes regiões do Brasil", diz Marco Antonio da Silva, conselheiro do Conanda e diretor nacional do Movimento de Meninos e Meninas de Rua.

A pesquisa ajuda a aprofundar as causas que levam as crianças e os jovens para as ruas, além de permitir conhecer quem são. Conforme os resultados, 59% dos que estão na rua voltam para dormir na casa dos pais, parentes ou amigos, o que indica que a rua é vista por muitos como um local para ganhar dinheiro, por meio de esmolas e venda de produtos, entre outras ações. "Hoje há um consenso de que o dinheiro dado para a criança na rua a estimula a voltar no dia seguinte, assim como incentiva os pais a forçarem o jovem a continuar. A sociedade precisa abandonar essa visão de caridade", diz Marcelo Caran, coordenador da Fundação Projeto Travessia.

Crack. Para reverter esse quadro são necessários trabalhos técnicos voltados à reestruturação familiar, à resolução de conflitos dentro da casa e nas comunidades onde vivem os jovens, suporte escolar e medidas de saúde voltadas principalmente à dependência de drogas. Conforme os dados, as brigas verbais com pais e irmãos (32,2%), a violência doméstica (30,6%) e o uso de álcool e drogas (30,4%) são os motivos principais que levam os jovens às ruas.

"Hoje o maior desafio é descobrir como lidar com o crack. Se é por meio da saúde, de assistência social... São debates que precisamos aprofundar", diz Karina Figueiredo, secretária executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra a Criança e o Adolescente.

Em relação ao perfil, aparece uma predominância de jovens que se revelam pardos, morenos e negros. Representam 72,8%, quase o dobro da proporção na população brasileira (44,6%). Outro aspecto importante é o educacional: apenas 6,7% dos que estão na rua concluíram o ensino fundamental.

A publicação retrata um pouco a triste realidade do País em relação às políticas afirmativas das crianças e dos adolescentes. É verdade que completamos neste ano 20 anos desde a elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente. Tivemos muitos avanços, mas faltam ainda muitos investimentos. Temos na Capital 50 Conselhos Tutelares. Dos 645 municípios do Estado de São Paulo, 40 a 50 municípios não têm a efetivação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente. É fundamental que os prefeitos discutam este tema nas suas gestões. É comprovado cientificamente que quando os governos municipais e estaduais - especialmente a União - estabelecem políticas afirmativas de investir na criança e no adolescente, há a promoção do bem para a nossa sociedade. Sabemos da existência dos conflitos familiares que muitas vezes acabam afastando a filha, ou o filho do convívio familiar.

Apresentamos um projeto de resolução, no dia 22 de março de 2007, que cria comissão permanente para discutir o tema da criança e do adolescente na Assembleia Legislativa. Entendo que não conseguiremos aprovar o projeto até o final desta legislatura, mas a partir do dia 15 de março, quando estaremos iniciando o novo mandato, estarei conversando com os nobres pares para podermos aprovar essa comissão para discutir este tema crucial para o Estado de São Paulo. Registro mais uma vez a nossa defesa em relação a essa política pública, fundamental para o Estado. O meu agradecimento às pessoas que têm discutido esse tema e investido nessa política. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Valdemar Corauci Sobrinho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Diniz Lopes pelo tempo restante do Pequeno Expediente.

 

O SR. DINIZ LOPES - PR - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, público presente, estamos recebendo a ilustre visita do nobre Vereador, meu amigo que me ajudou a ser prefeito da Cidade de Mauá: Edgard Grecco, que faz um ótimo trabalho em Mauá. Não pude vir trabalhar ontem devido a problema de saúde. Tomei várias injeções por causa da garganta inflamada. O que fiz hoje na hora do almoço? Passei no restaurante e bar do Sr. Lucas, em Mauá, para tomar um caldo de feijão com mocotó. E pronto, “Vamos embora e trabalhar que estamos agora firmes.” Um abraço a todos os telespectadores da TV Assembleia e cumprimento especialmente ao Srs. Francisco, Sidneia, Fábio, Willian e Eliel, todos de Ferraz de Vasconcelos, e que aqui se encontram presentes. Vieram em caravana à Assembleia Legislativa preocupados com a Cidade de Ferraz de Vasconcelos, uma cidade maravilhosa e um povo decente e trabalhador que sabe acolher as pessoas.

Recebi um pedido dos nobres presentes solicitando para que esta Casa fizesse uma solicitação ao Tribunal de Justiça, para que transforme a Cidade de Ferraz de Vasconcelos numa comarca com uma Organização Judiciária. Ferraz de Vasconcelos é hoje Distrito de Poá. Por incrível que pareça, Ferraz tem mais infraestrutura e condições do que a comarca propriamente dita. Consultando o nobre Deputado e amigo Donisete Braga, também de Mauá, recebemos algumas orientações e diretrizes através dos funcionários da Assembleia. Este projeto tem de vir do Tribunal de Justiça. E, pelas matérias que tenho visto, alguns deputados, principalmente da bancada do PTB, estão também preocupados com essa situação de Ferraz de Vasconcelos, sob comando do nobre Deputado Campos Machado. Voltarei no Grande Expediente, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero dar ciência às Sras. Deputadas, aos Srs. Deputados e ao público que tem acompanhado a TV Assembleia de que recebi da Secretaria Geral da Administração o retorno parcial em relação ao requerimento de informações que fiz a respeito do contrato para operação e transmissão da TV Assembleia, o contrato que estava vigente em relação à Fundação Padre Anchieta e agora em relação à Fundac.

Confesso que fiquei um tanto preocupado com o retorno porque no item 2 diz que a Fundação Padre Anchieta jamais cobrou aluguel dos equipamentos pertencentes ao patrimônio da Assembleia Legislativa.

No contrato tem o memorial descritivo, tem centenas e centenas de equipamentos que a contratada tem que colocar dentro do valor do contrato. Agora, causa-me espécie dizer que nunca foi cobrado o aluguel. Mas ele está no preço, sim. Está sendo cobrado o equipamento, até essa câmera, que está aqui na minha frente, todo nominado como patrimônio da Assembleia Legislativa.

Mais ainda, diz que a implantação de cenários e uniformes, feitos sob demanda, foi 185 mil reais, paga uma única vez em novembro de 2008. Mas quero dizer que não temos os cinco cenários lá na TV Assembleia, como era a previsão contratual. Pode ter pago, sim. Mas não tem. Então, as afirmações que tenho feitos também, de certa forma, foram corroborados aqui.

No item 3, diz que as agendas especiais foram contratadas sob demandas e utilizadas conforme solicitação dos Sr. Deputados. Daquelas que eu disse que foram pagos 4 milhões e 9 mil reais por 22 inserções, em média, deputado/ano, ao custo de 1.939 reais e 4 centavos, diz que até agora, por novo contrato da Fundac, conseguimos uma redução e será ao preço de 1.574 reais. Não sei se é caro ou barato.

No outro contrato, pagamos 4 milhões e 9 mil reais e duvido, porque não fiz nenhuma. Os Deputados que tenho perguntado fizeram uma ou duas. Não sei quantas fez o senhor na Presidência, mas pagamos 4 milhões e não foi cumprido o contrato. Não sei para onde foi o dinheiro. Tomara que agora, ao custo mais barato, a Fundac pelo menos cumpra e tenha a destinação devida.

 

A SRA. VANESSA DAMO - PMDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, gostaria de aproveitar este momento para cumprimentar o nobre Vereador de Mauá Edgard Grecco, presente aqui em visita. Quero cumprimentá-lo porque ficou entre os finalistas de um projeto apresentado na Assembleia Legislativa junto ao ILP - Instituto do Legislativo Paulista - e que mostra o quanto é importante o papel do legislador fazendo leis que beneficiam o Estado.

Eu o acompanho de longa data. Fui vereadora junto com Edgard na Cidade de Mauá e acompanhei bastante o seu trabalho de reivindicar, ir até os locais, por exemplo, onde a população está passando dificuldade, como acompanhei também suas visitas aos bairros do Macuco, Jardim Rosina e Santa Cecília para atender as famílias.

Quero cumprimentá-lo também pela apresentação da CEI - Comissão Especial de Inquérito - na Câmara que não conseguiu ainda as assinaturas suficientes porque a base aliada do PT, base aliada do Prefeito Oswaldo Dias, ainda não assinou.

Faço aqui um apelo, em nome da população de Mauá, para que as assinaturas sejam colhidas e possam ser investigados os casos envolvendo a Eletropaulo, o contrato juntamente com a Prefeitura de Mauá, porque também é papel do legislador fiscalizar, colocar o dedo na ferida, poder reivindicar ações do Poder Executivo. Acho que isso enriquece muito o trabalho dos vereadores e também dos deputados.

Parabéns, Edgard! É um orgulho muito grande tê-lo aqui conosco. Parabéns pelo seu trabalho, pelo seu projeto. Saiba que Mauá, como toda região do Grande ABC que você representa com esse projeto, está muito bem representada e certamente ficará muito feliz com o resultado. Espero que seja um grande vencedor. Obrigada de coração pela sua presença. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GÍGLIO - PSDB - Também nos irmanamos à Deputada Vanessa Damos nas homenagens ao Vereador Edgard Grecco.

Anunciamos a presença do Presidente do Sindicato dos Vigilantes Noturnos e Diurnos Autônomos do Estado de São Paulo, Sr. Altino Francisco da Silva Neto. É uma honra tê-lo aqui entre nós.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, gostaria de lembrar que hoje vamos realizar uma grande audiência pública aqui na Assembleia Legislativa, no Plenário Teotônio Vilela.

É a audiência pública que o nosso mandato está organizando contra o fechamento de três escolas na Capital, contra o fechamento de um teatro municipal, uma UBS - Unidade Básica de Saúde -, uma biblioteca municipal, uma creche conveniada e contra também o fechamento de uma filial da Apae.

Estou me referindo ao quarteirão do Itaim Bibi. Recentemente, o Prefeito da Capital Gilberto Kassab anunciou a venda de um terreno municipal que sedia todos esses equipamentos públicos que atendem uma população muito grande da Cidade de São Paulo.

Segundo o Prefeito Gilberto Kassab, o terreno será vendido para as empreiteiras, para as construtoras construírem prédios. Esses equipamentos serão praticamente fechados. Então, vai haver uma ampla mobilização dos alunos, pais de alunos, professores, moradores do Itaim Bibi e usuários desses serviços públicos contra essa desapropriação, contra o fechamento desses equipamentos públicos.

Vamos ter a presença do Ministério Público Estadual nessa audiência pública e, inclusive, até a presença da atriz da Rede Globo de Televisão, Eva Vilma, que mora em frente ao local.

Convido a todos, os deputados, as deputadas, os telespectadores que estão nos assistindo agora a participarem dessa audiência pública. A audiência pública é aberta ao público. Não podemos permitir que escolas públicas e bibliotecas sejam fechadas. Teatro Municipal fechado em São Paulo é um absurdo. É um crime contra o patrimônio público e, sobretudo, contra a população da nossa cidade.

Então, audiência pública, hoje, às 19 horas, na Assembleia Legislativa, no Plenário Teotônio Vilela, contra a venda do terreno do Itaim Bibi. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - No Grande Expediente, tem a palavra o nobre Deputado Diniz Lopes.

 

O SR. DINIZ LOPES - PR - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, volto aqui para falar da Cidade de Ferraz de Vasconcelos. Como eu estava dizendo, é uma cidade que constantemente faço visitas. Sou muito bem recebido lá. É um povo ordeiro, trabalhador, que necessita de muita ajuda do Governo do Estado.

Em 2005, quando fui prefeito de Mauá, estive na Cidade de Ferraz de Vasconcelos. O prefeito da época nos pediu ajuda para unir a Cidade de Mauá com a Cidade de Ferraz de Vasconcelos porque o Rodoanel daria acesso de Ferraz ao Grande ABC, que é um polo gerador de muita indústria, comércio e emprego. Isso iria desenvolver a cidade, mas isso não foi possível porque o Rodoanel só passa perto de Ferraz de Vasconcelos.

Peço ao Governo do Estado muita atenção, pois não adianta o Rodoanel - como fez na cidade de Mauá - se não fizer as alças de acesso a Ferraz de Vasconcelos.

Voltarei a falar da organização judiciária de Ferraz de Vasconcelos.

Ferraz de Vasconcelos é um distrito de Poá. Hoje, Ferraz de Vasconcelos é um município muito mais desenvolvido, com um número maior de habitantes e que merece uma atenção maior do Governo do Estado. Também estamos nos juntando aos deputados que estão erguendo a bandeira para transformar Ferraz de Vasconcelos em uma comarca e assim se desenvolver cada vez mais.

Com essa lei complementar do Tribunal de Justiça, Ferraz pode arrecadar pelo menos mais um milhão de reais por ano através das ações jurídicas que vão correr dentro do próprio município.

Outra reivindicação do município é a instalação de uma unidade do Corpo de Bombeiros. Ferraz, com mais de 130 mil habitantes, ainda não tem uma unidade do Corpo de Bombeiros, o município depende da Cidade de Poá. Se Ferraz também for contemplado com uma unidade do Corpo de Bombeiros, todos da região ganham: São Miguel, Tiradentes, Poá, Suzano, porque irá desafogar um pouco a Cidade de Poá. Estas são as reivindicações pelo Município de Ferraz de Vasconcelos.

Temos uma Fatec em Mauá, a propósito, muito bem dirigida pelo Prof. Silvio, a quem estou encaminhando ofício informando que solicitamos através de Indicação ao Governo do Estado a implantação do curso de Mecânica, um curso voltado à área de produção, o que se tornou uma necessidade na cidade e região. Como sabemos, a Fatec não é exclusividade da Cidade de Mauá. São muitos os jovens que vêm de toda a região estudar na Fatec. A Cidade de Mauá vem se desenvolvendo dia a dia em razão do Rodoanel. Contamos com mais de 13 milhões de metros quadrados de área para a indústria na cidade.

O polo industrial de Sertãozinho vem recebendo mais e mais indústrias. A Fatec tem um papel fundamental na Cidade de Mauá e por isso estamos encaminhando ofício ao Prof. Silvio informando que já pedimos ao Governo do Estado providências para a implantação do curso de Mecânica, um curso voltado para a área de produção. Também estamos esperançosos de que uma Etec seja instalada o mais rápido possível. Já existe o prédio. O empecilho são algumas burocracias, mas gostaríamos que o Governo do Estado, juntamente com o governo municipal, avançasse nessa questão. O Prefeito Oswaldo Dias, diferentemente do que dizem, tem se esforçado para fazer um grande governo na Cidade de Mauá. Infelizmente o Prof. Oswaldo Dias pegou a prefeitura com um rombo enorme. O prefeito anterior foi tão ruim que não teve coragem de se candidatar à reeleição, abandonou o barco e foi embora, colocou a família na política e ele mesmo aposentou. Mas caiu do cavalo. Vocês poderão dizer “como assim?” Ele caiu mesmo do cavalo. Estava passeando na cidade de cavalo e o animal o jogou no rio. O ex-prefeito deixou um rombo de 217 milhões nos cofres da Prefeitura de Mauá, dinheiro que está fazendo falta e os políticos da cidade usam desse déficit para fazer essa política maldosa. A nossa cidade está numa situação muito difícil. As dívidas somam um bilhão e 200 milhões. Apenas uma está em mais de 500 milhões. Pasmem, ela se refere à canalização do Córrego Corumbé. Imaginem como não foi feita a canalização desse córrego.

Então o ex-prefeito, que ficou três anos na administração - eu fiquei um ano e depois saí - deixou um rombo na prefeitura - sob a gestão do Prof. Oswaldo Dias - de 217 milhões de reais, de restos a pagar. O dinheiro sumiu, mas a dívida ficou. Não teve coragem de pagar nem os encargos sociais dos funcionários públicos, não pagava nem o INSS dos funcionários e o atual prefeito teve de negociar junto ao Governo Federal para começar a colocar a casa em ordem. Quando a casa estava ficando em ordem, vieram as chuvas que derreteram a nossa cidade, levando seis pessoas à morte. E algumas pessoas ainda imaginam que o prefeito, por uma colocação infeliz na televisão ao dizer que não iria ao local da tragédia, não está fazendo nada. Ele não foi ao local, mas determinou que todo o aparato do Poder Público municipal - Saúde, infraestrutura, Defesa Civil - fizesse o que fosse necessário pelo povo de Mauá. Eu estive presente no local. Portanto, a prefeitura esteve presente, sim, ela foi solidária, sim.

Quero aproveitar a ocasião para dizer que vou pedir audiência com o Secretário da CDHU - nesse sentido estou encaminhando ofício - para levar as reivindicações da Cidade de Mauá, que precisa muito de habitação. No mais, quero agradecer a presença dos nobres advogados, defensores da Justiça de Ferraz de Vasconcelos que estiveram aqui, bem como do vereador da cidade.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Esta Presidência tem a satisfação de anunciar a presença do Prefeito Paulo Guizelini e da primeira-dama Márcia Guizelini, da Cidade de Viradouro.

Registramos ainda a presença da Sra. Suraya Capez, o que muito nos honra.

Recebam as homenagens da Assembleia Legislativa. (Palmas.)

Prosseguindo na lista de chamada, tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez por permuta de tempo.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eminente Deputado Celso Giglio, líder da bancada do PSDB nesta Casa - a maior bancada nesta legislatura -, deputado experiente, consagrado, já tendo sido deputado federal, prefeito de Osasco e deputado estadual com trabalho muito profícuo tanto no campo legislativo quanto na administração de Osasco. É uma honra estar perfilado nesta Casa de leis com V. Excelência.

Gostaria de manifestar ao nosso colega, querido Deputado Said Mourad, os nossos pensamentos, as nossas orações e condolências por esse duro e difícil momento que sua família terá de atravessar. Ontem, covardemente, pelas costas, seu irmão foi alvejado e não resistiu aos ferimentos. Não apenas o tempo, mas que Deus conforte sua família, a viúva, os filhos de Ali Mourad. Além de nossos pensamentos e palavras, o que estiver ao alcance de seus colegas certamente tudo será feito para aliviar e confortar a sua dor.

Quero neste momento cumprimentar o delegado geral de polícia de São Paulo e toda a Polícia pela prisão não só do covarde assassino do irmão do deputado, mas também os assaltantes que ingressaram na residência do secretário de Transportes e procurador de Justiça do Ministério Público Saulo de Castro Abreu Filho. Aproveito para enaltecer uma manifestação do Sr. Delegado geral de polícia Dr. Marcos Carneiro, publicada no jornal ‘ O Estado de S. Paulo’, edição de 9 de fevereiro deste ano: Vigias de rua terão de se cadastrar e passar por cursos. “Polícia decide fiscalizar atuação de guardas e treiná-los contra roubos a residências, como ocorreu no caso do secretário dos Transportes.” Uma matéria do competentíssimo jornalista Marcelo Godói e Márcio Pinho: “A polícia vai criar um setor de fiscalização e um curso na Academia de Polícia para controlar e formar vigias de ruas de São Paulo. A ordem foi dada ontem de manhã pelo delegado geral Marcos Carneiro Lima ao Departamento de Identificação e Registros Diversos - Dird, da Polícia Civil. Vamos padronizar procedimentos para que os vigias saibam o que fazer em uma situação de risco.”

Logo no início desta legislatura encaminhamos uma sugestão ao então governador de São Paulo, José Serra. A sugestão tem o nome técnico de indicação e é uma proposta de projeto de lei. Por que apresentamos a indicação? Por entendermos naquele momento que se tratava de iniciativa do governador para que os vigias e principalmente os vigias noturnos de rua fossem reconhecidos, assim como o seu sindicato presidido pelo Dr. Altino Francisco da Silva Neto, e também para dar dignidade à categoria profissional. Um cadastramento seria feito após a verificação de uma série de requisitos, e, juntamente com esse cadastramento, seria fornecido material - rádio de frequência - afim de que os vigias pudessem entrar em contato entre si e comunicassem à polícia sempre que observassem alguma alteração, algo anormal na rua. É como se criássemos um grande big brother nas ruas da cidade de São Paulo em que os vigias comunicassem a movimentação e avisassem não só a polícia, mas o delegado geral de plantão. Seria, então, uma força auxiliar não obrigatória, mas reconhecida, cadastrada, treinada e equipada; um grande componente de informação, um grande número de vigias e vigilantes trabalhando de forma sincronizada mediante treinamento e cadastramento.

Isso auxiliaria na redução da criminalidade porque o vigia não estaria sozinho, mas em contato com vigias de todas as ruas do bairro, permanentemente se comunicando e entrando em contato com as forças de segurança, dando informações sobre o que está se passando, aumentando os olhos, como se houvesse uma câmera de televisão em cada rua da cidade.

Apresentamos, além disto, outro projeto de lei. O delegado geral Marcos Carneiro, homem conhecido pela sua seriedade, honestidade, experiência, capacidade, trabalho e competência foi muito bem escolhido para esse cargo importante e sua declaração vai ao encontro do Projeto de lei 729 de 2007 que apresentamos em agosto. Sou professor há 20 anos e sempre digo a minha assessoria que o detalhe é muito importante, o detalhe é tudo. Diz o Projeto 729: “Os profissionais autônomos de vigilância diurna e noturna serão cadastrados na Secretaria de Estado de Segurança Pública. Os requerimentos solicitando o cadastramento dos profissionais autônomos de vigilância diurna e noturna serão subscritos pelo presidente do órgão de classe da categoria. O cadastramento terá validade anual.” Ano após ano aqueles vigias serão novamente cadastrados, após serem submetidos a uma verificação quanto ao resultado do curso e treinamento a que foram submetidos.

“Artigo 2º: O serviço de vigilância autônoma será integrado e manterá constante contato com os órgãos da Segurança Pública estadual e com a Guarda Municipal para comunicação de ocorrências que exigirem atuação da Polícia Militar ou Civil, ou, ainda, que envolva a Guarda Municipal.”

Como eu disse, treina-se o vigia, treina-se o vigilante, cadastra-o e faz com que ele integre como um informante, como o centro gerador de informações os órgãos da Segurança Pública, seja a Polícia Militar ou a Civil.

“Artigo 3º: A estrutura do curso específico de formação de profissional autônomo de vigilância diurna e noturna caberá ao órgão de classe da categoria, a partir das diretrizes estabelecidas pela Secretaria da Segurança Pública.”

Este é um projeto que como tantos outros nesta Casa que está na Ordem do Dia para votação. Acompanhei com muita atenção a manifestação do deputado que já foi líder do PT, Rui Falcão, dos mais competentes desta Casa, sobre as atuações e as manifestações das assembleias legislativas objetivando alargar o campo de atuação. É importante que as assembleias possam legislar sobre mais assuntos. Também é importante que nós deputados, nesta próxima legislatura que se avizinha em 15 de março façamos força para que nossos projetos sejam discutidos e votados. É preciso que a Casa não se limite a apreciar e votar projetos do governo, mas que analise tantos projetos importantes que estão na Ordem do Dia aguardando que a Assembleia Legislativa cumpra sua função típica: a Assembleia Legislativa é feita para legislar.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença do Presidente da Câmara Municipal de Jaú, Sr. Carlos Alberto Lampião. (Palmas.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Aguimarães de Caldas.

 

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O SR. CELSO GIGLIO - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - AGUIMARÃES DE CALDAS - PT - É regimental o pedido de V. Excelência. A Presidência suspende a sessão até as 16 horas e 30 minutos.

 

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- Suspensa às 16 horas e 01 minuto, a sessão é reaberta às 16 horas e 30 minutos, sob a Presidência do Sr. Orlando Morando.

 

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O SR. PRESIDENTE – ORLANDO MORANDO - PSDB - Vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - ORLANDO MORANDO - PSDB - Sras. e Srs. Deputados, há sobre a mesa requerimento com o seguinte teor:

“Requeiro, nos termos regimentais, a constituição de uma Comissão de Representação para o dia 28 de fevereiro de 2011, com a finalidade de reunião junto à Petrobras, na Cidade do Rio de Janeiro, para entrega do relatório da CPI da Pedofilia desta Casa de Leis e discussão de viabilização de recurso para implantação de projetos e programas ligados à área da criança e do adolescente no Estado de São Paulo.”

O requerimento, com o número regimental de assinaturas, é de autoria da nobre Deputada Beth Sahão.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Aguimarães de Caldas.

 

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O SR. ORLANDO MORANDO - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - AGUIMARÃES DE CALDAS - PT - Sras. e Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 32 minutos.

 

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