26 DE FEVEREIRO DE 1999
17ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA, DA
13ª LEGISLATURA
Secretário : PAULO TEIXEIRA
O
SR. PRESIDENTE –- DRÁUSIO BARRETO – PSDB
- Havendo número legal, declaro
aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido
o Sr. Deputado Paulo Teixeira para,
como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão
anterior.
O
SR. 2º SECRETÁRIO – PAULO TEIXEIRA – PT
procede à leitura da Ata da sessão
anterior, que é considerada aprovada.
O
SR. PRESIDENTE – DRÁUSIO BARRETO - PSDB
- Convido o Sr. Deputado Paulo
Teixeira para, como 1º Secretário “ad
hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.
O
SR. 1º SECRETÁRIO – PAULO TEIXEIRA – PT
procede à leitura da matéria
do Expediente publicada separadamente da sessão.
* * *
Passa-se ao
* * *
O SR. PRESIDENTE - DRÁUSIO BARRETO - PSDB - Tem
a palavra o nobre Deputado Paulo Julião. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Carlos Sampaio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jayme Gimenez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reynaldo de Barros Filho. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre Deputado Lucas Buzato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado
Sidney Cinti. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.)
Tem a palavra o nobre Deputado Jamil Murad. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Junji Abe. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre Deputado Nelson Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Afanasio Jazadji. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico
Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a
palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Elói Pietá.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alberto Calvo. (Pausa.) Tem a palavra o
nobre Deputado Flávio Chaves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Djalma Bom. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado César Callegari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Pivatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Misael
Margato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Wilson Tristão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Terezinha
da Paulina. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Dallari. (Pausa.) Tem
a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre
Deputada Mariângela Duarte. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Cecília
Passarelli. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hatiro Shimomoto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Conte
Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Nivaldo Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Wagner Lino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Renato Simões. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Carlos
Tonin. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Erasmo Dias. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre Deputado Lobbe Neto.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dalla Pria. (Pausa.) Tem a palavra o
nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.)
Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Duarte Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei
Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Gouveia. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre Deputado Sylvio Martini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Paulo Barboza Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Caldini
Crespo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gilberto Nascimento. (Pausa.)
Tem a palavra o nobre Deputado Walter Feldman. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Campos Machado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Tanaui. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Paulo Teixeira.
O SR. PAULO TEIXEIRA. PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários
da Casa, público presente na galeria, leitores do “Diário Oficial”, assomo a
tribuna para fazer um comentário acerca de um importante trabalho que vem sendo
realizado neste País por uma ONG que se constituiu com a finalidade de promover
a defesa do consumidor. Falo do Instituto de Defesa do Consumidor - IDEC -
presidido pela Sra. Marilena Lazarini, que tem realizado um importante trabalho
com o objetivo de defender os direitos dos consumidores brasileiros face à
qualidade dos produtos oferecidos, prováveis abusos cometidos pelos
fornecedores, erros nos produtos, que tem exercido um papel fundamental na defesa do consumidor brasileiro.
Sr. Presidente, é importante dizer que o Brasil
não dispõe de órgãos que exerçam decentemente a fiscalização dos produtos aqui
comercializados. Temos inúmeros produtos que não passam sequer em um teste de
qualidade, há produtos adulterados e o Governo brasileiro não dispõe atualmente
de capacidade de fiscalização dos
produtos que são comercializados. É fundamental dizer que o Instituto de Defesa
do Consumidor vem fazendo um trabalho impressionante que cabe também à
sociedade civil, como nos países do Primeiro Mundo, mas é um trabalho que
deveria ser um contrapeso importante na fiscalização do Estado sobre a economia, a qualidade e a regularidade do
fornecimento de produtos.
Sr. Presidente, nesta direção trago a esta
tribuna congratulações com o IDEC porque vem exercendo esse papel num país com
cento e cinqüenta milhões de habitantes, portanto um mercado consumidor muito
potente, mas totalmente desprovido de órgãos públicos que possam proteger o
consumidor. No Estado de São Paulo nós temos os Procons , mas esta é uma
realidade da capital, não tem uma presença visível no interior. O País carece
de órgãos, sejam públicos ou privados, de atuação na área de defesa do
consumidor.
O IDEC lançou recentemente uma revista,
chamada “O Consumidor”, que hoje já é uma literatura de consulta para todos
aqueles que trabalham na área, seja no Poder Judiciário, seja no Ministério
Público, seja no Legislativo ou as próprias empresas.
Quero aqui,. Sr. Presidente, destacar uma
atuação recente desta entidade que diz
respeito a todos os brasileiros, uma discussão que tem sido feita não só no nosso País mas também em todo o
mundo. Trata-se da temática da biotecnologia e a que diz respeito aos alimentos
transgênicos, isto é, alimentos que sofrem modificação genética para ser comercializados.
Recentemente, o Greenpeace, na Inglaterra,
realizou um ato em que derramou um caminhão de soja em frente à moradia do
Primeiro Ministro Tony Blair,
questionando assim a ação do governo inglês face aos produtos transgênicos. No
Brasil, assim como no mundo, o maior interesse na comercialização desses
produtos vem das empresas químicas que produzem agrotóxicos. No caso da soja
transgênica o objetivo é o cultivo de uma soja que tenha resistência aos herbicidas de grande poder de capacidade de destruição
de larvas e de outros insetos que atacam as plantações.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, é fundamental dizer que os estudos que vêm sendo realizados dão
conta de que a comercialização dos produtos transgênicos pode ter uma forte incidência
sobre o meio ambiente. O plantio da soja modificada geneticamente pode matar
uma parte da fauna, provocando um enorme desequilíbrio ecológico. Em segundo
lugar, não se sabe ainda quais serão as
conseqüências que esses alimentos poderão provocar à saúde humana.
É por isso, Sr. Presidente e Srs. Deputados,
que o IDEC ingressou com uma ação civil pública e obteve uma liminar na Justiça
Federal, em São Paulo, contra a comercialização dos produtos transgênicos.
O IDEC obteve uma liminar no dia 16 de setembro do ano passado, concedida pela
Juíza Raquel Fernandes Perrini, da 11ª Vara da Justiça Federal, estabelecendo
duas exigências:
“1-
que sejam estabelecidas normas sobre segurança alimentar, rotulagem e
comercialização dos alimentos transgênicos, antes da CTNBio emitir parecer
técnico conclusivo em relação ao pedido
feito pela multinacional Monsanto.
2-
Que a CTNBio não exigiu da Monsanto
um estudo de impacto ambiental, previsto na Constituição Federal e na
Legislação Ambiental Brasileira. Tal estudo é fundamental para verificar os
danos causados ao meio ambiente, deve obrigatório em todos os pedidos
envolvendo liberação de alimentos transgênicos.”
Sr. Presidente, o fato é que essa liminar
foi cassada, mas uma outra liminar foi
concedida a pedido do Procurador Regional da República, no Distrito Federal, Dr. Aurélio Virgílio Veiga Rios,
que obteve uma liminar do juiz Antonio
Osvaldo Scarpa, da 6ª Vara da Justiça
Federal, do Distrito Federal, obrigando a Monsanto, “primeiro, ao vender
sementes e mudas da soja transgênica, obter do
comprador o compromisso de que o produto será mantido segregado em todas as etapas, plantio, armazenagem e
transporte, de modo a não haver mistura entre a soja transgênica e a convencional. Isso garantirá a efetiva
rotulagem da soja transgênica. E, segundo, apresentar relatório trimestral para
a justiça, a partir de janeiro de 1999, especificando a quantidade vendida, os
compradores e os locais onde a soja
será cultivada. “
É importante dizer, Sr. Presidente, que o
Greenpeace do Brasil também moveu uma
ação judicial com os mesmos objetivos.
E uma comissão da Câmara Federal, formada pelos Deputados Fernando Ferro, de
Pernambuco, Jacques Wagner, da Bahia,
Sandra Starling, de Minas Gerais, Geraldo Pastana, do Pará, e Waldeci Oliveira,
do Rio Grande do Sul, todos do PT, solicitou ao Ministério Público concessão de
medida liminar para que o órgão federal se abstenha de emitir parecer favorável
ao plantio, transporte, venda, armazenamento, consumo, importação, liberação e
descarte da soja transgênica no Brasil.
Parece que essa discussão se encontra no
seguinte estágio: o Governo Federal
terá, por ordem judicial, que exigir das empresas que estão experimentando a soja transgênica
a segregação do produto e a sua identificação, de tal forma que todo o consumidor brasileiro saberá, na hora do
consumo de um determinado produto, se é ou não originário de mutação genética.
Por isso tem representado uma importante
vitória desses organismos, o IDEC, o Greenpeace e da ação desses Deputados do PT, no sentido de restringir esse tipo de
atividade e fazer com que o consumidor
possa ter conhecimento do tipo de
produto que está consumindo, podendo inclusive recusar o consumo de produtos
transgênicos.
Sr. Presidente, quero deixar aqui mais
duas mensagens. A primeira é que as
grandes redes de supermercados estão se recusando a comprar soja geneticamente
modificada. O Carrefour e a Sadia já têm posição firmada no sentido de não
comprar este tipo de produto.
Sr. Presidente, gostaria também de ler
entrevista da Dra. Marilena Lazzarini à Revista “Isto é”, nas páginas amarelas,
do dia 23 de dezembro, que realça a importante e brilhante atuação daquele
instituto, que tem entre os seus membros o Dr. Vidal Alves Pinto Serrano, Promotor de Justiça, que tem feito um
importante trabalho na defesa do consumidor num País altamente desprotegido
contra a má-fé e a ação desqualificada de algumas empresas, que não medem as
conseqüências para o consumidor, do tipo de produto que fabricam.
Passo a ler os documentos a que me
referi.(Entra leitura)
O SR. PAULO TEIXEIRA - PT - Sr.
Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito
o levantamento da sessão.
O SR. PRESIDENTE - DRAUSIO BARRETO - PSDB -
Havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência vai levantar a
sessão. Antes, porém, cumprindo disposição constitucional, esta Presidência
adita à Ordem do Dia da sessão ordinária de segunda-feira o Projeto de lei nº
633, de 1998. Convoca V.Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora
regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando ainda da sessão
solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de homenagear o
40o aniversário da Revolução
Cubana.
Está
levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 14 horas e 57 minutos.
* * *