http://www.al.sp.gov.br/web/images/LogoDTT.gif

 

07 DE MARÇO DE 2012

019ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, ULYSSES TASSINARI, VANESSA DAMO e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Informa que foi publicada, em 07/03, no Diário Oficial, indicação de sua autoria ao Governador pleiteando o reajuste do vale-alimentação dos servidores públicos do Estado de São Paulo. Considera que o benefício não é revisto há 12 anos. Pede ao Governo que reveja esta situação. Critica o fato de que, caso um policial militar trabalhe mais de 21 dias no mês, não receberá vale-alimentação correspondente às demais horas laboradas.

 

003 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Comunica a realização de reunião da Comissão de Finanças e Orçamento, desta Casa, com a presença do Secretário Estadual da Fazenda, Andrea Calabi. Cita dados sobre superávit na arrecadação pública no período de 2011. Considera que houve aumento no valor de impostos e tributos pagos pela população paulista, no entanto, sem o devido ressarcimento em serviços.

 

004 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Lamenta o desrespeito do Governo do Estado ao piso salarial nacional do magistério público. Informa que a data-base salarial dos servidores estaduais vence no mês de março, sem que o Governador tenha apresentado proposta de reajuste. Comemora parecer favorável emitido pelo Ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal, em relação à ação apresentada por associação da Polícia Militar sobre as condições salariais dos servidores públicos estaduais.

 

006 - JOOJI HATO

Comunica que os moradores do Itaim Bibi estão organizando panelaço contra a violência, que deverá ocorrer no próximo dia 18. Considera que o bairro vem apresentando altos índices de criminalidade. Cita episódios de violência na cidade de São Paulo. Lamenta assalto com mortes, ocorrido no bairro Jardim Miriam.

 

007 - LUIZ CARLOS GONDIM

Comenta a proibição da circulação de caminhões na Marginal Tietê, em determinados horários. Pede investimentos no transporte de massas não poluente. Defende a instalação de áreas de parada e espera para os caminhões, assim como de brecha legal para quem transporta produtos perecíveis, hortaliças e pescados.

 

008 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

009 - AFONSO LOBATO

Para comunicação, demonstra seu contentamento por ação do Governador Geraldo Alckmin visando a integração entre o Hospital Regional de Taubaté e o Hospital Universitário do município.

 

010 - MARCOS MARTINS

Informa a inauguração, em 07/03, em Osasco, de estação de trem municipal. Elogia o fechamento da passagem subterrânea no local, que oferecia perigos de assaltos. Esclarece que esteve na obra, a fim de verificar o cumprimento de lei, de sua autoria, que exige o estabelecimento de placa informando que não há utilização de amianto na construção. Pede a presença do Secretário de Transportes e de representante da CPTM nesta Casa a fim de esclarecer diversos acidentes ocorridos nas ferrovias da companhia.

 

011 - OLÍMPIO GOMES

Informa a presença, neste plenário, da Associação dos Delegados de Polícia, pedindo a apreciação da PEC nº 19, que promove valorização na carreira de delegado de polícia. Considera que a aprovação da matéria não implica em aumento de despesa ao Estado. Comenta o Projeto de lei nº 767, de 2011, que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em áreas públicas. Pede aprimoramento da matéria, que considera demasiadamente rígida.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, registra a visita de membros da Associação dos Delegados do Estado de São Paulo, acompanhados de sua presidente, Marilda Pansonato. Questiona a morosidade na votação da PEC 19, que transforma a função de delegado em carreira jurídica. Cobra a formação de comissão prevista em artigo de lei que visa à valorização dos escrivães de polícia.

 

013 - Presidente JOOJI HATO

Registra a visita da Associação dos Delegados do Estado de São Paulo.

 

014 - AFONSO LOBATO

Afirma que possui projeto de lei semelhante ao proposto pelo Deputado Campos Machado, que visa inibir o consumo de bebidas alcoólicas. Questiona a razão pela qual seu projeto, mais antigo que o do Deputado Campos Machado, não foi pautado. Pede pela revitalização de hospital universitário do município de Taubaté. Relata as dificuldades enfrentadas pelos pacientes do local.

 

015 - VANESSA DAMO

Saúda a visita da Associação dos Delegados do Estado de São Paulo a esta Casa. Lê artigo de jornal sobre denúncia de corrupção envolvendo autarquia de água da cidade de Mauá. Lamenta decisão da Câmara Municipal de Mauá, por não haver instalado CPI para apurar a questão. Combate a influência do Executivo local no Legislativo da cidade. Reflete acerca das atribuições do Poder Legislativo.

 

016 - BETH SAHÃO

Presta homenagem ao ex-Deputado José Cândido, falecido no mês de fevereiro deste ano. Fala sobre o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 08 de março. Lamenta o número de agressões sofridas por mulheres. Cita estatísticas sobre o número de mulheres diagnosticadas com câncer de mama. Menciona projeto de lei, de sua autoria, que visa auxiliar o tratamento da doença.

 

017 - VANESSA DAMO

Assume a Presidência.

 

018 - JOOJI HATO

Parabeniza a Deputada Beth Sahão por pronunciamento sobre a saúde feminina. Comenta projeto, de sua autoria enquanto vereador, que visava restringir a circulação de caminhões na cidade de São Paulo durante a "hora do rush". Demonstra-se contrário à greve realizada na cidade de São Paulo por condutores de caminhões de combustível. Combate a possibilidade de que seja permitido o consumo de bebida alcoólica durante os jogos da Copa do Mundo.

 

019 - Presidente VANESSA DAMO

Informa o cancelamento da sessão solene, prevista para o dia 12/03, às 20 horas, que teria a finalidade de comemorar o "Dia da Comunidade Libanesa", por solicitação do Deputado Simão Pedro.

 

020 - MARCOS NEVES

Anuncia o lançamento de Frente Parlamentar pela Melhoria da Qualidade dos Serviços das Concessionárias de Energia Elétrica. Fala sobre os temas a serem discutidos pelos integrantes da frente. Destaca o número de reclamações recebidas sobre o tema.

 

021 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

022 - ED THOMAS

Afirma que o Secretário de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, deve visitar o município de Presidente Prudente. Destaca programa do Governador Geraldo Alckmin que prevê a construção de mil creches no Estado de São Paulo até 2014.

 

023 - ROBERTO MORAIS

Para reclamação, informa, ao falar da Tribuna em 06/03, esquecera de citar o Deputado Ary Fossen como um dos idealizadores do Aglomerado Urbano de Jundiaí. Pede desculpas e elogia o histórico do Parlamentar.

 

024 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art.82, anuncia a presença, nas galerias de populares que pedem o recapeamento da rodovia SP-249, que liga Apiaí a Ribeirão Branco. Cobra responsabilidades dos Executivos Estadual e Federal sobre necessidades da região de Itapeva. Argumenta que os problemas dos moradores aumentam com as chuvas. Endossa reivindicações da população local. Cita problemas para o escoamento da produção. Informa que deve ingressar com representação no Ministério Público sobre o caso.

 

025 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

026 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pelo art. 82, comenta visita do Secretário de Estado Andrea Calabi, da Fazenda, em 06/03, na Comissão de Finanças e Orçamento. Tece considerações sobre o aumento na arrecadação do ICMS, bem como IPVA, no ano passado. Cita dados sobre aplicação de recursos relativos à Saúde, cujos investimentos estão "congelados" desde 2008. Informa a necessidade de construção e reformas de hospitais. Trata de assuntos sobre os vencimentos do funcionalismo. Afirma que o reajuste da categoria poderia ser maior.

 

027 - MARCOS MARTINS

Pelo art. 82, lembra que o ministro da Saúde, em programa de televisão, anunciou programa do Governo Federal, de combate à obesidade infantil. Cita projeto, de sua autoria, que trata do assunto. Lê, comenta e pede a deliberação da matéria.

 

028 - CAMPOS MACHADO

Pelo art. 82, faz reflexão política. Questiona atitudes de alguns Parlamentares do PSDB desta Casa. Cita dificuldades para a indicação de representante para o Tribunal de Contas do Estado. Reitera o seu apoio e lealdade ao Governador Geraldo Alckmin. Fala de questões relativas ao PTB na esfera federal.

 

029 - ORLANDO MORANDO

Pede a suspensão da sessão por uma hora, por acordo de lideranças.

 

ORDEM DO DIA

030 - Presidente BARROS MUNHOZ

Acolhe o pedido. Coloca em votação e declara sem debate aprovado requerimento de urgência ao PLC 48/09. Convoca as Comissões de Constituição, Justiça e Redação e de Finanças, Orçamento e Planejamento para uma reunião conjunta, hoje, às 17 horas e 30 minutos. Suspende a sessão às 16h58min; reabrindo-a às 18h04min. Convoca os Srs. Deputados para duas sessões extraordinárias, a serem realizadas hoje, sendo a primeira com início 10 minutos após o término da presente sessão.

 

031 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Requer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

032 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 08/03, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão extraordinária, hoje, com início às 19 horas. Levanta a sessão.

 

* * *

 

Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Luiz Claudio Marcolino para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo uma indicação de minha autoria ao Governador de São Paulo para que reajuste o vale alimentação dos servidores públicos do Executivo no Estado de São Paulo.

Fiz através de indicação porque se trata de matéria específica do Executivo e porque o Executivo vem protelando esses reajustes. Vamos completar, agora em junho, 12 anos sem correção no vale alimentação do Estado de São Paulo, o que jocosamente foi chamado à época de vale alimentação. Vou repetir: 12 anos que o vale coxinha tem o valor de R$ 4,00. Ele foi estabelecido pelo Decreto nº 44.959, do dia 9 de junho de 2000. Então, no dia 9 de junho próximo, será aniversário do vale coxinha. Tomara que até lá haja um mínimo de respeito do Governo do Estado com relação aos servidores.

Temos, Sr. Presidente, outra observação extremamente perniciosa dentro desse processo. O Decreto nº 34.064/91, que estabeleceu o vale-alimentação e que regulamentou a Lei nº 7.524/91, em seu Art. oitavo, estabelece que não faz jus ao vale-alimentação o funcionário ou servidor com retribuição global no mês ao recebimento do beneficio, que tenha o valor que ultrapasse 141 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo - Ufesp. Esse valor atualmente representa R$ 2.600,00.

O soldado de polícia que teve o reajuste de 11% no padrão e reajustou R$ 65,00 do seu salário e atingiu R$ 2.600,00 porque tinha dois ou três quinquênios, conseguiu atingir R$ 2.600,00 bruto, já contabilizados os R$ 65,00, mas perde 84 de 21 vale-alimentação. Isso é uma brincadeira. Precisamos corrigir esse erro. Por isso eu encareço sensibilidade do Governador, da Secretaria de Gestão, da Secretaria de Segurança Pública, da Secretaria de Educação, assuntos penitenciários, entre outras. É necessário não se fazer uma economia burra e porca, aquela que diminui a autoestima do servidor.

Se observarmos a realidade, Deputado Enio Tatto e Deputado Luiz Claudio Marcolino, veremos que qualquer servidor público que vier a esta Casa não conseguirá comer sequer uma coxinha, pois o seu vale coxinha, no valor de R$ 4,00, não é suficiente para pagar o salgado na cantina da Assembleia Legislativa que é restaurante-escola e tem benefícios fiscais. Talvez, essa seja uma medida para que os servidores em geral, não venham nas audiências públicas que nós promovemos, pois se estiverem com fome e tentarem comer uma coxinha, a da Assembleia custa R$ 5,00. Já pedi à Mesa que interceda em relação a isso, pois os preços estão abusivos.

Eu solicito que haja um empenho do Governo em retificar essa situação. Não dá mais para dizer que é vale coxinha, pois esse salgado, em alguns estabelecimentos, está mais caro.

É um momento para se exigir valorização. Precisamos nesse ano que não teremos o encaminhamento de nenhum projeto de reajuste salarial dos servidores, pois já tivemos os reajustes pingados e minguados parcelados por dois ou até quatro anos, salientar que isso não é beneficio e sim necessidade e dignidade. Ninguém pode trabalhar 12 horas, muitas vezes se estendendo a 24 horas, sem se alimentar.

Gostaria que fosse verificado dentro da Área da Segurança Pública, o que é uma Norma Interna da Polícia Militar, porque desde o primeiro dia do ano ela diz que se o policial militar trabalhar mais que 21 dias, ele perde o vale coxinha para os demais dias, pois o mesmo só justifica os 21 dias e não se responsabiliza pelos demais.

Encareço regimentalmente que a minha fala seja encaminhada ao gabinete do Governador, à Casa Civil, à Secretaria de Gestão, à Secretaria de Segurança Pública, ao Comando Geral da Polícia Militar e à Delegacia Geral de Polícia.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o pedido de V. Exa. e solicito que façam o encaminhamento.

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Ed. Thomas (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e funcionários desta Casa, no dia de ontem tivemos uma reunião na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento com o Secretário da Fazenda do estado de São Paulo, Andrea Calabi, em que apresentou os dados do fechamento do terceiro quadrimestre de 2011. Nessa reunião surgiram algumas informações importantes que já tínhamos observado e comentado nos últimos dias em relação ao Orçamento do Estado.

Ao fazer uma comparação entre os anos de 2010 e 2011, pudemos perceber uma ampliação da arrecadação de alguns impostos no Governo do Estado. O ICMS sofreu uma mudança de 89 bilhões em 2010, para 98 bilhões em 2011; o IPVA foi calculado em 9,3 milhões em 2010 e subiu para 10,4 milhões, assim sendo com todos os outros impostos. Todas as receitas do Estado, exceto a Receita Patrimonial que houve um decréscimo, sofreram um acréscimo durante o período comparado, 2010 e 2011. Houve claramente um aumento de tributos para a população do Estado de São Paulo.

A nossa maior preocupação, Sr. Presidente e nobres Deputados, é que ao comparamos a execução do orçamento desse mesmo período, mesmo com a ampliação e o aumento da arrecadação, percebemos uma redução significativa em várias áreas em que o recurso foi utilizado em sua totalidade. Temos o gasto que estava previsto para o transporte metropolitano e pudemos concluir que foram gastos 2 bilhões a menos do que estava previsto. Mesmo diante das reclamações da população tem reclamado da CPTM, do metrô, das integrações metropolitanas da Região do ABC e esse setor gastou dois bilhões a menos do que estava previsto; em relação à Administração Penitenciária tivemos um valor de 125 milhões a menos da previsão; para a área de emprego e trabalho o valor que se apresentou foi de 116 milhões a menos; a Secretaria do Meio Ambiente contabilizou 176 milhões, valor inferior ao previsto; a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, uma secretaria muito importante, tivemos o valor 16 milhões a menos; a Secretaria da Cultura apresentou o valor de 210 milhões a menos. Essas oscilações também se estendem a outros setores públicos como, por exemplo, o Centro Paula de Souza que utilizou 9% a menos da sua capacidade; a Secretaria da Justiça 6,7% a menos do que estava previsto no Orçamento.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

* * *

 

Outro órgão de extrema importância para o nosso Estado a utilizar valor inferior a sua capacidade foi a Fundação Procon com 62% a menos do que estava previsto; posteriormente temos a Administração Penitenciária que gastou 34 % a menos da sua capacidade, a Secretaria da Cultura com 69% e a CPTM, que eu já mencionei, que deixou de gastar 2 bilhões do orçamento no ano 2010, contabilizando um decréscimo de 14,5 se comparado com o ano anterior.

O Secretário Andrea Calabi, ousou dizer na reunião da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, que isso é natural e que no primeiro ano de Governo os investimentos são menores. É muito importante que fique na nossa memória, que isso seja dito para o Secretário e que a população do Estado de São Paulo possa tomar conhecimento, que estamos vindo de um Governo consecutivo. Primeiramente tivemos a gestão do ex-Governador José Serra e posterior e atualmente temos o Governador Geraldo Alckmin, é uma mesma gestão, uma mesma administração do PSDB, que fez que os investimentos no Estado de São Paulo tivessem um decréscimo comparado com 2010 a 2011.

Tenho mais informações, e voltarei para detalhar um pouco mais o debate do orçamento do Estado de São Paulo: aumentou a arrecadação, aumentou o tributo da população do Estado, mas reduziu investimento, que é muito importante para o desenvolvimento do nosso Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, ontem votamos aqui um Projeto de lei estabelecendo o piso dos servidores do Estado de São Paulo.

Fizemos aqui um tipo de debate, e nós do PSOL apresentamos uma emenda para elevar os vencimentos, os três pisos estabelecidos pelo Governo estadual. Gostaria de frisar que em um dos pisos, numa jornada parcial de trabalho, o servidor público vai ganhar 360 reais, um verdadeiro absurdo, uma afronta à dignidade dos servidores. Os outros pisos serão de 500 e de cerca de 750 reais.

Apresentamos emendas elevando todos esses valores, para que o servidor público do Estado de São Paulo tenha um mínimo de dignidade, porém nossa emenda não foi incorporada, não foi aceita pelo Congresso de Comissões, por orientação, logicamente, do Palácio dos Bandeirantes.

O Governador Geraldo Alckmin, além de manter toda essa política de arrocho e de compressão salarial dos servidores públicos do nosso Estado, estamos no mês de março, que é o mês da data-base de todos os servidores. No entanto, o Governo não apresentou propostas, não há mais respeito à data-base salarial, lei aprovada aqui na Assembleia Legislativa.

Temos também o Art. 37 da Constituição Federal, que obriga os Estados e municípios a respeitarem a data-base, a fazerem, no mínimo, a reposição das perdas salariais, das perdas relacionadas à inflação de cada período. No entanto, o Estado de São Paulo mais uma vez se coloca fora da legislação, agredindo a Constituição Federal, violando a lei estadual aprovada aqui em 2006, lei do próprio Governo.

Foi o próprio Governo estadual que encaminhou um Projeto de lei em 2006, inclusive foi o próprio Governador Geraldo Alckmin, que na época era o Governador, em seu primeiro mandato. Foi ele que encaminhou para a Assembleia Legislativa um Projeto de lei estabelecendo a data-base dos servidores do nosso Estado, e no entanto a legislação não é respeitada, agora também pelo atual Governador Geraldo Alckmin, que está em seu segundo mandato.

Enquanto isso, os servidores do Estado de São Paulo continuam com seus salários arrochados, desvalorizados. Ontem citei aqui, e citarei sempre, uma ação que foi protocolada no STF por uma associação dos servidores da Polícia Militar. Essa ação já está em processo de julgamento. O relator desse processo é o Ministro Marco Aurélio de Melo, que já deu um parecer favorável aos servidores, e no seu parecer ele diz que o Estado de São Paulo é criminoso, que o Estado de São Paulo está fora da lei, que o Estado de São Paulo tem uma dívida com os servidores desde 1997.

Não sou eu que estou dizendo, são os sindicatos. O próprio Ministro Marco Aurélio de Melo já condena, no seu parecer, o Governo estadual que é, na verdade, o Governo do PSDB, se nós levarmos em conta que o PSDB governa o Estado há pelo menos 17 anos. Dentro desse cenário, o parecer do Ministro condena a política salarial do PSDB no Governo do Estado de São Paulo, que tem arrochado e desvalorizado salários dos professores, dos servidores da Segurança Pública, dos policiais civis e militares, dos servidores do sistema prisional, dos servidores da Saúde e de todas as Secretarias. A situação é praticamente igual em todas as Secretarias, para todos os servidores do nosso Estado.

Não podemos deixar de citar que o Governo estadual mantém, desde 1998, um vale-refeição de quatro reais, conhecido como o vale-coxinha dos servidores públicos do Estado de São Paulo. Esse é o cenário, um cenário de calamidade pública, da política salarial do Governo do PSDB aqui no Estado de São Paulo.

Exigimos, em primeiro lugar, o respeito à data-base salarial, que já venceu em março, e até agora nada. Até agora o Governo não apresentou nenhuma proposta para repor, pelo menos, as perdas inflacionárias desse período, e muito menos apresentou proposta para corrigir as dívidas de anos anteriores, pelo menos até 1997, e que é a ação que está hoje sendo julgada no STF.

Portanto, Sr. Presidente, exigimos que a data-base seja respeitada no Estado de São Paulo, porque é inconcebível que o Governo continue mantendo essa política de arrocho, de compressão salarial, prejudicando os professores, os policiais civis e militares, os servidores do sistema prisional. O Governo deu um reajuste “para inglês ver”, durante o ano passado, reajustes parcelados que não cobrem nem a inflação do período. Na Educação o Governo deu um falso reajuste de exatamente 42,28 %, mas esse reajuste foi parcelado em quatro anos. Um absurdo, uma afronta à dignidade dos nossos professores.

Fez o mesmo com os servidores da Segurança Pública. Parcelou em dois anos o reajuste. Esse Governo não é sério em relação à oferta de qualidade para a população, na área dos serviços públicos. Para se garantir a oferta de qualidade nos serviços públicos no Estado de São Paulo, o Governo tem que investir nos seus servidores, melhorando as condições salariais e de trabalho. Quem paga a conta é a própria população, que fica sem acesso aos serviços públicos de qualidade. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, moradores do Itaim Bibi, Pinheiros, Pacaembu e Morumbi estão organizando um panelaço contra a violência.

A manifestação deve ocorrer no próximo dia 18, e cerca de 800 pessoas já confirmaram a participação. Não tenho absolutamente nada com a organização, não sou eu que estou organizando. É a segunda vez que vejo, porque no Morumbi esse tipo de manifestação já aconteceu, perto do Palácio dos Bandeirantes.

Os moradores se dizem assustados com os frequentes casos de violência. “A situação é de desespero”, diz a designer de interiores Rita Peano, que há quinze anos mora em um bairro e vive, o que chamamos desassossego diz: “Como cidadã, eu exijo o direito de andar pelo menos três quarteirões sem ter uma arma apontada para minha cabeça” - afirma essa senhora, uma das organizadoras do panelaço. Ela evita sair de casa e também limita a diversão dos filhos com medo da violência.

Acho que não é só ela, porque hoje você vai com sua família a um restaurante para se alimentar, no coração de São Paulo a maior cidade do hemisfério sul, e você é assaltado, acaba sofrendo humilhação e constrangido. Tem um restaurante aqui nos Jardins que foi assaltado seis vezes, Major Olímpio, e os clientes tiveram que se esconder embaixo das mesas para não receberem tiros. É lamentável.

Nunca imaginei que iria viver em uma cidade como a que estou vivendo em um país como este. Essa preocupação é compartilhada pelo Presidente do Conseg - Conselho Comunitário de Segurança do Itaim Bibi, Bernardo Aléns, meu amigo. Ele nos diz: “Nos últimos meses temos visto muitas ocorrências que até então não ocorriam no bairro como: roubos a pedestres, a motoristas, roubo a residências e arrastões em prédios e restaurantes. Isso tem deixado todos assustados.” Eu vou mais além, meu caro Presidente Bernardo: Nessa região próximo da Assembleia Legislativa, Moema e Itaim, é o local que mais acontecem os seqüestros. Toda hora estão seqüestrando. Não tomamos conhecimento porque a imprensa não divulga.

Segundo a senhora Rita grande parte dos assaltos e furtos, ocorrem no parque do povo “até tênis os ladrões estão levando” é certo que são ladrões pé de chinelo, diferente do Rio de Janeiro que são os bandidos do crime organizado, mas aqui também estão se organizando. Não se faz policiamento e não se faz blitz do desarmamento. Temos garotos de 15 anos armados com metralhadoras AR15.

Ontem eu estava em meu escritório político que fica na Praça da Árvore, meu caro Deputado Marcolino, e tocou o alarme que vai direto para o meu celular. Sai de lá quase 3 horas da madrugada. Obviamente chamei a polícia para adentrar meu escritório político. E o que aconteceu? Quando os PMs chegaram verificaram que o alarme fora acionado acidentalmente por algum animalzinho, talvez. Um desses policiais me falou que eles estavam vindo de uma ocorrência a assalto ocorrido em uma residência no Jardim Miriam e mataram a dona de casa e sua filha. Não tenho todos os detalhes, mas será divulgado na imprensa.

Para terminar meu caro Presidente Ulysses Tassinari, que é médico como eu e que lutamos para prolongar a vida das pessoas, é por isso que nós assomamos esta tribuna todos os dias e sempre que for necessário.

A senhora Rita continua dizendo: “Nossa intenção é mostrar que estamos lá e pedimos às autoridades que cuidem de nós, queremos apenas dizer: olhem pela gente. Cadê a Polícia?” Os manifestantes deveram vestir branco, mas a proposta é usar cores diferentes para cada bairro e mostrar que a insegurança é um problema de todos. No Itaim uma cor diferente do Morumbi, que deverá ser diferente do Pacaembu, e assim por diante.

Mas sabemos meu caro Deputado Ulysses Tassinari, que esse problema é geral, não é só na cidade de São Paulo, o interior também está sendo invadido. Graças a Deus que Itapeva, a região em que V.Exa. é um líder, é mais tranquila, não é? Muito Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanham pela TV Assembleia, gostaria de fazer um comentário sobre a circulação de caminhões na Marginal do Tietê referente a uma lei que entrou em vigor a partir do dia 05, na última segunda-feira.

Uma medida que a Prefeitura tomou que é feita praticamente em todas as capitais de todo o mundo. Na realidade é uma medida saudável e consiste em proibir a entrada de caminhões no período entre as 5 e 9 horas, sendo liberada a entrada das 9 às 17 horas e proibido novamente das 17 horas até as 22 horas.

Esse procedimento ocorre no mundo inteiro, em Roma, Madrid, Nova Iorque, de massa, não poluente como metrô e trens que deve ser feito também aqui na cidade de São Paulo.

Estamos com greves e falta de petróleo porque essa medida é ruim para o caminheiro, mas em toda medida tem que existir os pontos que possam ser permitidos. Quando se transporta verduras, principalmente hortaliça, é impossível deixar exposto ao sol num período das 6 da manhã até as 9 horas porque quando chegar ao mercado estão todas secas e murchas já que a verdura desidrata.

No caso do pescado que vem de Ubatuba, ou de outras praias ou de Santa Catarina, porque recebemos muito pescado da região Sul do País, é outro problema: tem que permitir a passagem desses caminhões e tem que existir a licença para esse tipo de caminhão.

Temos que investir primeiro em transportes coletivos de qualidade, investir em trens e metros, para depois aplicamos essa lei e verificarmos quais as brechas que tem a lei, para saber o que pode ser transportado no horário em que não é proibido os produtos perecíveis.

Veio uma demanda para mim sobre o chorume, que é retirado de Santo André e tem que ser transportado para depois da Bandeirantes. Só poderá fazer este transporte em um horário que seja viável para caminhões nas praças de pedágio de contenção de caminhões que ficam entre os 20 e 50 quilômetros da cidade, aguardando o horário de liberação às 9 horas da manhã?

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

Então as coisas devem ser feitas não apenas com multa, mas devem ser calculadas antes. Então deveriam ser compradas áreas de esperas na Bandeirantes, na Castelo Branco, na Ayrton Senna e na Fernão Dias. Faltam essas praças de pedágio. É um problema da iniciativa privada? O problema é que a lei é imediatista e não dá tempo de preparação para quem queira alugar espaços para caminhões.

Na realidade estou conseguindo chegar mais cedo aqui porque venho de automóvel, está perfeito; para os caminhoneiros e a população, não. A população realmente precisa de transporte coletivo - e tem que existir um transporte coletivo de qualidade, pois é o melhor que pode haver no mundo.

Não sou contra a medida, mas devemos ter uma brecha para produtos perecíveis, para hortaliças. Senão, será uma lei muito difícil de ser cumprida e com prejuízos muito grandes, principalmente para nós, que somos do cinturão verde do Estado de São Paulo.

É apenas um comentário que quero fazer em relação a uma lei que prejudica a quem compra, transporta ou comercializa pescados e hortaliças. Muito obrigado.

 

O SR. Afonso Lobato - PV - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, na sexta-feira passada, a Secretaria de Saúde do Estado fez uma proposta à Universidade de Taubaté para assumir o Hospital Universitário da cidade.

O Hospital Universitário é um extraordinário instrumento, não apenas regional, mas também para a Cidade de Taubaté. Saúde, em todo lugar, é um grande desafio e não seria diferente em Taubaté. Esse hospital sempre esteve em crise, com dívidas, buscando recursos extras para o custeio. No dia 3 de junho de 2011, o Governador Geraldo Alckmin anunciou um projeto de integração entre o Hospital Regional e o Hospital Universitário. Agora, concretamente, o Governo manifestou o seu projeto de assumir o Hospital Universitário de Taubaté e fazer do Hospital Universitário e do Hospital Regional um complexo hospitalar.

Quero dizer da minha satisfação, da minha alegria. Pessoalmente, falei com o Governador Alckmin algumas vezes, dizendo da importância e da urgência desse projeto acontecer porque as pessoas acabam sofrendo e, às vezes, morrendo sem leito, sem atendimento. O Governo do Estado, na sexta-feira passada, fez uma proposta à Universidade de Taubaté de assumir o hospital, através de uma cessão de uso da própria universidade ao Governo do Estado.

Manifesto o nosso contentamento com essa proposta concreta do Governo e, ao mesmo tempo, torço para que ela não demore, tendo em vista a necessidade da saúde na nossa cidade e na nossa região do Vale do Paraíba. Obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. Marcos Martins - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público que nos acompanha, gostaria de fazer o registro de que o Governador do Estado esteve em Osasco, inaugurando a estação de trem da cidade. É bem verdade que ainda inacabada, já que as obras vão terminar em abril ou maio. Trata-se de uma obra importante, já vínhamos cobrando há muito tempo a reforma das estações de trem de toda a região para facilitar a acessibilidade e ter minimamente comodidade para a população.

Haverá uma passagem para a Zona Norte por dentro da estação. Com a presença do Prefeito Emidio e de vereadores foi feito o fechamento da passagem subterrânea, que era um problema sério, havia perigo de assaltos, roubos etc.

Procuramos observar se estava sendo cumprida a Lei 12.684, de nossa autoria, que diz que nas obras do Estado é necessário haver uma placa com os dizeres: “Nesta obra não há utilização de amianto ou produtos dele derivados, por serem prejudiciais à saúde.”

Peço que a câmera focalize essa foto, que mostra uma obra em Guaianases, bairro do Lajeado. Todas as obras do Estado precisam ter a inscrição que mencionei para valorizar uma lei do nosso Estado e alertar a população dos riscos do amianto, um produto cancerígeno que mata milhares de pessoas no mundo.

Queremos ver na estação de Osasco uma placa como essa, alertando a população dos riscos do amianto. As outras estações que já foram reformadas também precisam tê-las. Sem dúvida, foi uma atividade importante. Temos que registrar o que é importante, o que é desejo da população, o que é necessidade da população.

Fizemos diversos requerimentos cobrando a inauguração de hoje, junto com a Associação dos Deficientes da região. Cadeirantes, assim como também pessoas de idade e mulheres grávidas, tinham dificuldade de acesso às estações. Já era tempo da estação de Osasco ser reformada.

Esperamos que a conclusão das obras seja feita da melhor maneira possível, que conste essa placa para respeitar a lei estadual. Fizemos também uma solicitação, na Comissão de Transportes, para que o Secretário de Transportes e o Presidente da CPTM compareçam para esclarecer os diversos acidentes ocorridos nas ferrovias da CPTM. E que melhorem, além das estações, as ferrovias, e reduza o número de acidentes e problemas que têm ocorrido. Em dois meses foram cinco ou seis, ocorrendo até de o trem se chocar com outro trem. Parece um absurdo, mas isso é real, havendo inclusive morte de pessoas nas linhas de trem e nas estações.

Está um pouco atrasado, pois era para ser inaugurado em novembro do ano passado. Foi adiado e se postergou para o aniversário da cidade, passou o mês de fevereiro e, agora, finalmente foi inaugurado. Parabéns à Cidade de Osasco pelos seus 50 anos e à população que ganhou mais um equipamento ainda não concluído, mas que já pode ser utilizado. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência cumprimenta o nobre Deputado Marcos Martins pelos 50 anos da Cidade de Osasco.

Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, vejo nas galerias companheiros da Associação dos Delegados de Polícia que continuam vigilantes nesta Casa, e que, de forma ordeira e disciplinada, estão pedindo que coloque em votação a Proposta de Emenda Constitucional nº 19, que promove uma valorização na carreira de Delegado de Polícia, sem implicar em aumento de despesa do Estado. É um projeto que vem dormitanto nesta Casa, e que, tecnicamente, ninguém consegue colocar nenhum óbice à votação deste projeto.

É um projeto encaminhado pelo Governador - e é difícil o Governo se sensibilizar em alguma coisa para a Polícia -, e o Governo tem uma base nesta Casa que vota como um rolo compressor e faz o que quer na hora em que quer. Na hora que é para dar um pouco mais de dignidade e uma expectativa de valorização dessa importante carreira do serviço policial, do Delegado de Polícia do Estado de São Paulo, estamos com a catraca emperrada. Não dá para ficar atrelado a qualquer outro questionamento, a qualquer outro projeto, ou até qualquer outro benefício para a família policial civil, e deixar de votar esse projeto.

Eu encareço mais uma vez a todos os líderes partidários, a todos os parlamentares, que façamos a discussão, se for o caso, e se houver argumentação, e a votação nos dois turnos deste Projeto de Emenda Constitucional. Acaba sendo até constrangedor para todos nós, parlamentares. Não tem mais o que dizer aos companheiros da Associação dos Delegados de Polícia, aos delegados de Polícia, às pessoas simpatizantes ao serviço policial, aos membros dos Conselhos Comunitários de Segurança que têm entrado em contato com parlamentares pedindo a votação porque isso vai promover, logicamente, uma elevação de reconhecimento - aumenta a auto-estima, a capacidade laborativa e, por consequência, o trabalho para a comunidade.

Sr. Presidente, li nos jornais uma matéria: “Após o fumo, projeto veta álcool na rua”. O Projeto 767 foi apresentado pelo nosso amigo e nosso irmão, Deputado Campos Machado, e que ganhou até uma repercussão de mídia. Este projeto passou através de relator especial na Comissão de Constituição e Justiça, com o Deputado José Bittencourt, na Comissão de Segurança Pública que não se reúne para coisa nenhuma - vamos ver se vai dar quorum hoje, é uma vergonha, mas não faz reunião nunca -, com o Deputado Rodrigo Moraes, e da Comissão de Finanças e Orçamento, com o Deputado Caruso. Este projeto pode até ser aperfeiçoado - encareço que seja aperfeiçoado -, pois ele está extremamente draconiano. A possibilidade de qualquer espaço público, calçada, rua em que tenha, por exemplo, bar de calçada, será vetada completamente. Não só o comércio, mas o consumo de bebida alcoólica de toda ordem. Seja na praia, qualquer bar dessa natureza vai ser vetado de forma até excessiva e draconiana. Vai gerar milhares e milhares de desempregos.

Temos de combater sim os pancadões de rua, o comércio irregular de bebida, mas não podemos matar a vaca para acabar com o carrapato, literalmente. Eu encareço aos Srs. Parlamentares que possamos discutir; já conversei até com o Deputado Campos Machado para que se faça aperfeiçoamento neste projeto. O cidadão que pegar o seu cooler com gelo, para ir a uma praia, e tomar a sua cerveja, e que apareça em público a marca da cerveja, será penalizado. Os estabelecimentos comerciais não poderão ter o guarda-chuva, a bolacha, uma série de coisas. Vejo sim que há um excesso do consumo, principalmente da juventude, em relação ao álcool, mas quando vamos discutir uma lei, insisto, não tivemos nenhuma discussão mais profunda aqui porque as comissões não funcionaram literalmente, como deveriam ter funcionado. Isso por falta de quorum, por desleixo da Assembleia Legislativa. Mas já que ganhou uma grande repercussão pública, milhares e milhares de pessoas nos questionando pela internet, através de telefonemas, encareço a todos os parlamentares que possamos fazer uma reflexão mais profunda, um aperfeiçoamento em relação a essa legislação, e no intuito muito positivo até de evitar que haja o consumo excessivo do álcool e o comércio irregular em regiões que não são permitidas, como, por exemplo, na rua, em postos de gasolina onde geram os famosos pancadões que acabam sendo um antro de criminalidade, e também de comércio e consumo de drogas. Nenhum de nós quer nada disso, mas temos de verificar com as características do nosso país. Por exemplo, todos os bares no litoral do Estado de São Paulo que têm mesas que são nas calçadas, e respeitam a legislação de utilização das calçadas; o Anhembi que é uma área pública, vamos ter seis horas de carnaval lá com a proibição de que haja o comércio de bebidas alcoólicas naquele ambiente.

Acho exagerado, é preciso aperfeiçoamento. E como ganhou notoriedade na grande opinião pública através dos grandes órgãos de imprensa, estou já colocando o meu posicionamento em relação a este Projeto 767.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, primeiramente quero saudar a presença nas galerias dos delegados e delegadas da Polícia Civil, da Associação dos Delegados - inclusive delegadas porque a Presidente da Associação é a Dra. Marilda, que está presente. A Associação está peregrinando pelos gabinetes, conversando com as lideranças, com os deputados, tendo já participado da reunião de líderes colocando a necessidade emergencial da aprovação da PEC 19. Aproveito para registrar o nosso total apoio da Liderança do PSOL. Temos a certeza de que as três bancadas aqui de oposição já concordaram em votar o projeto: PSOL, PT e PCdoB.

Sr. Presidente, temos informações também que o próprio Governador Geraldo Alckmin já manifestou o apoio ao projeto, até porque o projeto é do Executivo Estadual, veio do Palácio dos Bandeirantes. Então, não estamos entendendo porque o projeto não entrou ainda na Ordem do Dia. Ele já tem todas as condições técnicas e políticas para entrar. Parece que alguém está emperrando aí porque o governador defende o projeto e nós, da oposição, também. Então, parece que tem algum partido, algum líder ou algum segmento da bancada governista impedindo que a PEC 19 entre em processo de votação porque, como já foi dito, não há nenhum custo para o Estado, não haverá nenhum impacto no orçamento. Mas, mesmo que houvesse, é justo porque os servidores merecem salários dignos, principalmente o pessoal da Segurança Pública.

Para concluir, aproveito para dizer que estamos também exigindo que seja constituída uma comissão para fazer valer o Art. 26, da Lei 1.151, de valorização dos investigadores e escrivães.

Até agora a comissão não foi montada. É um absurdo. Está na lei, mas ela não é cumprida. Essa comissão é mista, é constituída por membros do Executivo e do Legislativo. É um compromisso assumido aqui, inclusive pelos 94 deputados, e até agora nenhuma iniciativa foi tomada por parte da Assembleia Legislativa e nenhuma iniciativa também foi tomada pelo Executivo. Então, estamos aqui querendo imediatamente a constituição, a formação dessa comissão. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência deseja boas-vindas a esta Casa dos ilustres membros da Associação dos Delegados. Precisamos muito da atuação dos senhores para que possamos ter segurança em nossa Cidade e em nosso País.

Por permuta de tempo entre o nobre Deputado Celso Giglio e o nobre Deputado Afonso Lobato, tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato.

 

O SR. AFONSO LOBATO - PV - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha pela TV Assembleia, eu já usei o microfone para um comunicado, mas, antes de tratar sobre a criação de um complexo hospitalar na cidade de Taubaté para atender não somente essa cidade, mas também o Vale do Paraíba, gostaria de comentar um pouco sobre a fala do Deputado Major Olimpio, que me antecedeu, onde ele se manifesta sobre o projeto de autoria do Deputado Campos Machado, a questão de bebidas alcoólicas.

Sem dúvida, a Assembleia Legislativa é lugar onde fervilham as ideias, é lugar de debates, de amadurecimento para que uma lei possa, de fato, ser eficaz. Estamos percebendo a eficácia da lei conhecida como a Lei Antifumo. Deputada Vanessa Damos. V. Exa. é testemunha disso em todo o Estado de São Paulo. Essa lei, de fato, como o povo mesmo gosta de dizer, pegou.

Tenho, também, um projeto, que é anterior ao do Deputado Campos Machado, que é de 2009. O projeto do Deputado Campos Machado é de 2011. O teor é quase que idêntico.

Esta Casa tem no Regimento que, quando o projeto é assim, o outro projeto deve ser apensado ao projeto anterior. O que não aconteceu com o projeto do Deputado Campos Machado. Acho que, antes de discutirmos, é preciso que, de fato, essas questões sejam bastantes claras. Não pode a Casa ter dois pesos e duas medidas.

Então, peço ao Sr. Presidente, em exercício, que encaminhe ao Presidente Barros Munhoz para que ele se pronuncie em relação a esses dois projetos. São projetos verdadeiramente polêmicos porque fala da bebida. O próprio Deputado Major Olímpio Gomes manifestou-se contrário ao projeto.

O objetivo deste projeto é extremamente importante e é importante que a sociedade tome ciência dos malefícios que o álcool tem feito não somente na família, mas, também, na sociedade como um todo. Temos visto os acidentes, o que a saúde pública gasta com essa questão não somente da dependência do álcool, mas, também, nos acidentes provocados por uso excessivo de álcool. Acho que é um problema sério.

Infelizmente, o lobby é muito grande, mas é preciso coragem para discutir. Tem essa questão específica nesses dois projetos, que praticamente tratam do mesmo assunto, um anterior, de 2009, e o do Deputado Campos Machado, de 2011. Acho que o Presidente desta Casa tem o dever de se pronunciar em relação a isso.

Sabemos que hoje o grande problema do crime - e estão aqui os delegados que estão participando hoje, aqui, na Assembleia Legislativa - está estritamente ligado à questão do uso das drogas.

Só na minha cidade de Taubaté, no ano de 2011, mais de 500 adolescentes estiveram envolvidos em crimes por conta da questão das drogas, sobretudo o crack, que é hoje uma droga muito fácil de se adquirir. Na luz do dia, comercializa e se utiliza essa droga. Ali, na Av. 23 de Maio, tem a Cracolândia. Debaixo do Viaduto da Av. 23 de Maio, logo no começo, percebemos, conforme o dia, 30, 15, 10 adolescentes consumindo droga à luz do dia e passam lá praticamente o dia todo.

É um problema de saúde pública, um problema social e que esta Casa, sem dúvida, tem o dever de, através de uma legislação eficaz, contribuir para que se melhore isso. Portanto, peço ao Presidente Barros Munhoz ver a questão desses dois projetos.

Aproveito ainda o tempo que me resta para dizer da minha satisfação quando o governo vem com uma proposta concreta de assumir, na cidade de Taubaté, o Hospital Universitário, integrando-o ao hospital regional do Vale do Paraíba, que presta um excelente serviço, mas que já tem comprometida a sua qualidade de serviço por conta de excesso de atendimento. É um hospital para atender toda uma região e, portanto, as pessoas, às vezes da própria cidade de Taubaté, não conseguem vagas e têm que sair dessa cidade para conseguir a vaga em Aparecida, Jacareí, São José dos Campos e em outros lugares.

Fiquei muito feliz quando falei com o Governador Geraldo Alckmin. Falei com ele várias vezes da urgência, da necessidade de se revitalizar o Hospital Universitário porque criou no Vale do Paraíba o hospital regional para atender alta complexidade. Não se pensou na média complexidade e ficou o Hospital Universitário para atender a média complexidade, mas é um hospital extremamente sucateado. Embora com excelentes profissionais, com quadro clinico extraordinário, mas, para atender a média complexidade, o hospital é endividado, sucateado e, sobretudo, sem estrutura física capaz de atender essa demanda, além da dívida, além de estar recorrendo sempre a um dinheiro extra para custeio.

Sabemos que a saúde é um problema no Brasil inteiro. Sabemos da defasagem da Tabela SUS, que acaba criando nas santas casas um rombo que elas não conseguem administrá-lo.

É verdade que alguns tentam conjugar boa gestão, atendimento a particulares, atendimento de convênios para tentar equilibrar suas contas, mas não conseguem. Sem dúvida, um corte de cabelo, às vezes, é melhor pago do que uma consulta pelo SUS. Isso é extremamente complicado.

Conversando com o Governador Geraldo Alckmin ele falava da importância de se pensar no aumento do teto do SUS de São Paulo. Hoje, o teto de São Paulo está defasado em torno de 1 bilhão de reais/ano. São Paulo tem que complementar um bilhão/ano justamente por conta da defasagem do seu teto. É um problema, mas a Saúde tem de ser prioridade.

Portanto, a população de Taubaté e região acolhe com satisfação e alegria a proposta do Governador Geraldo Alckmin e da Secretaria de Estado da Saúde de instalar na cidade de Taubaté um complexo hospitalar e de o Governo do Estado, através da Secretaria da Saúde, assumir o hospital universitário. Isso é extremamente importante para Taubaté e região. Só pedimos agilidade. Do Governo Presente até o anúncio desta proposta, nove meses se passaram. Para uma saúde que está na UTI é muito tempo. Um dia é muito tempo. Imaginem nove meses para apresentar uma proposta concreta.

Quero dizer ao Governador da nossa satisfação, da nossa alegria, do nosso apoio, sem dúvida alguma, para essa iniciativa que vimos cobrando há muito tempo. Que se possa pensar isso rapidamente para que as pessoas não continuem morrendo no pronto-socorro de Taubaté sem conseguir vaga no hospital. Pronto-socorro não é lugar de internar ninguém. Pronto-socorro é para urgência e emergência. Infelizmente na Cidade de Taubaté, uma das principais cidades do Vale do Paraíba, com quase 300 mil habitantes, os pacientes ficam internados às vezes um mês, 40, 45 dias no pronto-socorro aguardando vaga. É uma proposta que acolhemos com alegria e só pedimos ao Governador agilidade para que a população de Taubaté e região possa usufruir de um sistema de Saúde mais eficiente. Quero dizer ainda da necessidade de se ampliar o hospital regional para atendimento da alta complexidade.

Portanto, Sr. Governador, Sr. Secretário de Saúde, nosso agradecimento, sobretudo, o nosso olhar vigilante para que isso aconteça o mais rápido possível.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Por permuta de tempo com o nobre Deputado Carlão Pignatari, tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo, pessoa benquista pela população, uma grande parlamentar, uma parlamentar combativa, valente, uma liderança na região. Boa sorte.

 

A SRA. VANESSA DAMO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, meu companheiro de bancada, quero cumprimentá-lo, cumprimentar a todos os Srs. Deputados, a vocês que nos acompanham das galerias, especialmente a Marilda, Presidente da Associação dos Delegados do Estado de São Paulo, nessa luta pela PEC 19, inclusive já tive oportunidade de dar parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça. Contem com o meu total apoio a esta luta pela valorização do trabalho dos delegados do Estado de São Paulo. Desde já me coloco à disposição para solicitar que a matéria seja pautada o mais rápido possível no plenário para apreciação dos parlamentares. Quero cumprimentar também as pessoas que nos ouvem pelo sistema interno de som da Casa e a você que nos acompanha em casa pela TV Alesp.

Ontem foi um dia, eu diria, de luto para o Legislativo da Cidade de Mauá. Digo isso porque quando a voz do Legislativo é abafada, quando o grito da população que vem através da nossa voz é abafado, redunda em prejuízo à população.

Eu que sou uma grande defensora da Assembleia Legislativa, das Câmaras de Vereadores, do Legislativo de forma geral, que diversas vezes questionei a influência intramuros do Executivo, não posso me calar diante do que ocorreu no dia de ontem na Cidade de Mauá. Ontem foi um dia de sessão e o pedido para a CEI do Concreto, Comissão Especial de Inquérito, como é chamado no município, uma iniciativa muito nobre de um grupo de vereadores para investigar possíveis irregularidades de corrupção envolvendo a Sama, a autarquia de água da Cidade de Mauá, foi votado. Essa CEI inclusive foi motivada por diversas matérias que saíram nos jornais da região. Tenho em mãos algumas delas, como a do dia 19 de fevereiro: ‘Empreiteiro acusa Diniz e assessor’. A empresa Comercial Rochamar firmou um contrato emergencial com a Sama e a denúncia, segundo o empreiteiro, é de que a empresa forneceu material de construção pago com dinheiro da Sama, isto é, dinheiro público, dinheiro do cidadão de Mauá, para erguer a casa onde mora o assessor, o Bodinho, como é chamado na cidade, do superintendente Diniz Lopes dos Santos.

Outra questão noticiada na mídia que deu capas de jornais ‘Sama cria processo de compra fajuto’. Há fortes indícios de que houve falsificação de documentos para as licitações vencedoras. Quer dizer, um grande prejuízo à população de Mauá.

Isso para mim se chama roubo, desrespeito, falta de ética e caberia, sim, uma CEI para investigar essa questão.

Infelizmente - e já vim à tribuna falar do poder de influência, de persuasão do Poder Executivo - esse poder de influência e de persuasão chegou ao Legislativo de Mauá e a operação, tão nobremente encabeçada pelos vereadores que seguiram até o final, foi abafada.

Quero cumprimentar os Vereadores que assinaram a CEI: Edgard Grecco, do PMDB; Manoel Lopes, do DEM; Edimar da Reciclagem, do PSDB; Prof. Betinho, do PSDC, Ozelito, do PTB; Dr. Silvar, do PV; Batoré, do PP e Átila Jacomussi, do PPS.

Muitas vezes a omissão do prefeito é ruim para a cidade. Houve um processo de investigação que a Câmara protocolizou e como na votação deu empate - oito a oito - o voto de minerva coube ao Presidente da Câmara, Vereador Rogério, derrubando assim a instalação dessa CEI. Usou-se muito o argumento de que a CEI não iria resolver, de que a CEI não tem poder de polícia, de que o Ministério Público já está investigando. O Ministério Público está investigando, sim, e quero parabenizá-lo por isso. Acho importante uma investigação profunda nisso que está sendo levantado sobre a autarquia da água, mas achava de extrema importância a contribuição, sim, da CEI do Legislativo. À medida que documentos e informações fossem sendo coletados, eles seriam encaminhados ao Ministério Público. Poderia ser feito um trabalho conjunto de investigação. Infelizmente não foi o que ocorreu. Infelizmente a voz do Poder Executivo fala mais alto e isso é algo que me deixa extremamente indignada.

Da mesma forma que muitas vezes vim à tribuna reclamar da influência do Poder Executivo aqui - e acho que temos de falar e gritar se for preciso para que a nossa voz seja ouvida, para que a mensagem que trazemos da população para o Legislativo diariamente traduzindo as questões mais latentes da Cidade de São Paulo seja ouvida - o faço também agora em relação ao que aconteceu em Mauá. Foi uma vitória do Poder Executivo local, da Prefeitura de Mauá. O Poder Legislativo não teve força suficiente para emplacar a CEI, mas deixo os meus cumprimentos aos vereadores pela coragem que tiveram em debater o tema. Fica aqui o meu pedido também para que algo seja feito, para que haja uma sindicância na Sama, para que o superintendente ou as pessoas envolvidas sejam exoneradas. Algo deve ser feito. Uma notícia dessas não pode passar sem uma ação efetiva do Poder Executivo. A mensagem que fica desse imbróglio político na Câmara é de que há uma resistência muito forte para que não ocorra uma investigação nessa autarquia municipal ligada à prefeitura. Então sempre que existir questionamentos é importante que sejam investigados, que as portas se abram para a investigação. E, quando á uma resistência muito grande à investigação somos alertados no sentido de que realmente as denúncias procedem, o que é muito ruim. Porque, quando a corrupção começa a se enraizar no poder público, quando começa a criar-se uma teia de intenções pessoais que prevalecem sobre os interesses públicos quem perde é a população. E a população de Mauá não pode sofrer mais. Essa população já ficou 10 dias sem água. Ficar um dia sem água já é um transtorno, imaginem ficar 10 dias, os problemas enfrentados inclusive pelos hospitais. E numa cidade com quase 500 mil habitantes, sendo que 70 a 80% da cidade foram atingidos. Isso por falta de investimentos nas redes, na qualificação dos profissionais e investimento para adequar o que está obsoleto, como as redes de água.

Todo esse processo nos mostrou também uma imensa falta de preparo para que houvesse uma ação emergencial para corrigir o erro que provocou o rompimento do duto fazendo com que Mauá ficasse sem água.

O reabastecimento de água foi restabelecido graças à Sabesp. A Sabesp não fornece água para a cidade; uma autarquia cuida da água e outra do esgoto, mas a Sabesp gentilmente cedeu seus técnicos para resolver o problema rapidamente. Era uma situação de extrema calamidade. Acho até que seria o caso de o prefeito decretar uma situação emergencial, de calamidade.

Infelizmente, em Mauá, a voz do Legislativo foi calada. Quero parabenizar os vereadores e dizer que isso nos mostra que temos que ter muita força no legislativo. Aqui na Assembleia e nas Câmaras também.

Quando nos elegemos, quando entramos na casa do cidadão de bem, conversamos com as famílias, quando nos reunimos em igrejas e entidades sociais comprometemo-nos a ser porta vozes de nossos eleitores, ter coragem de colocar o dedo na ferida, reivindicar, lutar, questionar, fiscalizar e fazer com que o poder que recebemos pelo voto seja utilizado em favor da população. Infelizmente o Legislativo de Mauá não conseguiu esse poder, mas fica meu cumprimento aos vereadores que tentaram. Fica a minha reflexão para a população de forma geral e deixo um pedido ao poder público no sentido de que não haja mais omissões. O poder público municipal não pode mais se omitir diante de casos de irregularidades, de fortes indícios de corrupção, de desvio de dinheiro público, de fraude em licitações o que tanto prejudica a população. Porque quando esses recursos não são investidos na melhoria dos serviços públicos - no caso na rede de água -, certamente estão sendo investidos em benefícios particulares. É dinheiro público, do cidadão de bem e precisa ser respeitado.

Fica o meu lamento e o pedido à Câmara Municipal para não sucumbir diante desse episódio, mas que a sua voz cresça e possa se levantar brevemente e possamos investigar esse caso terrível de corrupção que está acontecendo em Mauá. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Por permuta de tempo com o nobre Deputado Adilson Rossi, tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão.

 

A SRA BETH SAHÃO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectador da TV Assembleia, eu retorno a esta Casa em circunstância triste, pouco comum, mas é a vida, para substituir nosso querido colega ex-deputado José Cândido que faleceu recentemente.

Não é uma tarefa fácil, haja vista que ele desenvolveu um trabalho sério nesta Casa comprometido com a luta pelos direitos humanos, comprometido com a luta pela igualdade racial. Era uma pessoa de modo de vida simples. Tive o prazer de recebê-lo em minha casa, em Catanduva quando estávamos tratando da exploração sexual, um episódio por sinal muito triste em minha cidade. Convidei-o e ele prontamente atendeu ao convite para participar de audiência pública.

Não tive oportunidade de conviver muito com ele, mas o pouco convívio foi suficiente para perceber que ele era uma pessoa de caráter, íntegra e que infelizmente esta Casa perdeu. Certamente ele fará muita falta aqui e certamente a tarefa de substituí-lo não será fácil. Vou me esforçar muito, vou me dedicar talvez não com a mesma presteza dele, mas procurarei honrar a sua memória.

Ocupo pela primeira vez esta tribuna depois que assumi a cadeira de deputada em seu lugar e quero dizer que a vida segue. Nesta semana comemoramos mais um Dia internacional da Mulher. Tive oportunidade, hoje, de participar de um programa de televisão que discutia a participação da mulher no esporte.

Quando analisamos a participação da mulher só no esporte e nos demais segmentos, podemos observar avanços e recuos. Ontem, por exemplo, o Senado aprovou um projeto de lei que pune com multa empresas que pagarem para as mulheres salários menores quando estas exercerem as mesmas funções dos homens.

Considero isso um avanço, mas há ainda um recuo com o aumento da violência que ainda se abate sobre a mulher. Somente no ano de 2011 a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, por meio do Disque 180, recebeu quase 1.700.000 ligações de denúncias de agressões físicas, agressões morais, agressões psicológicas, assédios. Enfim, uma série de práticas que ainda permeiam a relação de gêneros em nosso país. Ainda bem que tem a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

É possível inferir aqui que certamente muitas mulheres, um percentual muito expressivo, ainda não têm coragem de denunciar, seja por pressão, medo, constrangimento, por uma série de razões, porque o número deve ser muito maior. Vimos observando pelos meios de comunicação que essas práticas vão desde as agressões citadas até, infelizmente, o assassinato. Em sua maioria mulheres com idade em torno de 25 e 35 anos são as atingidas por esses homicidas; não são parceiros, são criminosos. São os algozes dessas mulheres. Esta semana, então, é propícia para fazermos essas reflexões.

Na área da saúde, por exemplo, no que diz respeito à prevenção do câncer de mama, segundo o IBGE quase 40% das mulheres acima de 25 anos não fizeram nenhum exame de mamografia.

E nós sabemos que o câncer de mama é uma das doenças, se não me engano a segunda, que mais causa mortes de mulheres, e 12% nunca fizeram exame de câncer de colo de útero. Aliás, essa última é uma doença que estamos conseguindo diminuir de forma significativa, à medida que os anos avançam, em função do nosso sistema de saúde ter incorporado os exames preventivos nas consultas aos ginecologistas. Infelizmente, o mesmo não ocorre com o exame de mamografia que poderia ser um simples toque do médico para observar se haveria necessidade de encaminhá-la para um exame mais preciso, mamografia ou ultrassonografia. Só essa prática ajudaria a salvar milhares de vidas em nosso país. São 50 mil mulheres, ao ano, que passam a ter câncer de mama, das quais 11 mil podem ir a óbito, e vão. São tristes esses números. Eles poderiam ser drasticamente reduzidos se tivéssemos algumas medidas simples adotadas pelos municípios, pelos estados e pela União.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Vanessa Damo.

 

* * *

 

Há uma lei de minha autoria, promulgada no mandato anterior, que chama atenção do governo do estado no sentido de instituir campanhas educativas e instalar mamógrafos em todos os municípios, porque a maioria dos nossos municípios não dispõe de mamógrafos. Às vezes as mulheres têm que se deslocar para outros municípios distantes para fazer o exame. Muitas delas não o fazem porque trabalham, porque têm dificuldades, porque algumas são domésticas e não podem deixar o serviço, outras são cortadoras de cana e não podem faltar porque terão o rendimento diminuído no final do mês, outras têm preocupação de pedir para faltar ao trabalho para cuidar da saúde. Se esses instrumentos estivessem próximos das cidades onde as mulheres moram, fica muito mais fácil. Além disso, às vezes um exame de mamografia, quando a mulher consegue marcar, leva de quatro a seis meses para ser feito. Se ela tiver algum problema nesse período, ele pode se agravar muito. Aí o tratamento fica muito mais doloroso e fica muito mais difícil a recuperação.

Na área da saúde da mulher é muito mais fácil adotarmos medidas capazes de prevenir para que a mulher possa ter uma condição de vida saudável do que tratar depois do aparecimento da doença. Fica muito mais difícil, mais complicado e muito mais caro para o sistema de saúde. Não é só esse alerta que precisamos fazer às mulheres, não é só para instalar mamógrafos nos postos de saúde das cidades, nas UBSs, nas unidades de pronto atendimento; onde a mulher puder ter acesso. Mais do que isso, são necessárias campanhas educativas e de orientação para que atitudes sejam mudadas para que se possa prevenir essas doenças. Atualmente o câncer afeta um número grande pessoas, homens e mulheres. Nessa minha fala estamos tratando especialmente do câncer de mama. Às vezes uma mudança simples, como evitar o cigarro, ter uma alimentação mais saudável, reduzir a obesidade, adotar práticas de exercícios físicos, é fácil de ser divulgada, adotada pelas mulheres. Mas, às vezes, falta conhecimento e boa vontade daqueles que poderiam colocar isso em prática, mas não o fazem. Poderíamos livrar milhares de mulheres do câncer de mama.

Sra. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, essa semana é importante. Ela é repleta de homenagens às mulheres. Mais do que homenagens, é uma semana que tem que nos levar a reflexões importantes para que elas possam ser traduzidas em práticas que visem a melhoria da condição da mulher, seja na saúde para que ela possa ter mais acesso e mais informação, seja na redução da violência com mecanismos efetivos mais punitivos para poder denunciar a violência contra a mulher, seja na elevação dos salários das mulheres quando exercem as mesmas tarefas dos homens, seja no acesso à Educação, seja no acesso ao trabalho. Embora nesse país sejamos cinco milhões a mais do que os homens, ainda a população economicamente ativa feminina é bem inferior à masculina. Precisamos ter mais trabalho para a mulher e, mais do que isso, queremos as mulheres em posição de liderança nas empresas, nos escritórios, no terceiro setor e também no exercício da função pública.

Esta Casa tem 94 deputados. Estamos agora com 11 mulheres e somos a maioria do eleitorado no Estado de São Paulo. Não que os nossos queridos homens não nos representem bem. Eles o fazem da melhor forma possível, mas é claro que o olhar feminino sobre essas questões é diferente. Não somos nem melhores nem piores do que os homens. Apenas queremos ter o mesmo espaço, a mesma igualdade. Só assim caminharemos para um país verdadeiramente democrático. Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - VANESSA DAMO - PMDB - Por permuta de tempo com o nobre Deputado Rodrigo Moraes, tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, pelo tempo regimental.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Alesp, quero saudar a presidente desta sessão, nossa querida deputada Vanessa Damo, combativa, honesta, proba, digna. É meu desejo, como companheiro de partido, certamente nossa musa do PMDB vai ganhar muitas lutas em Mauá, ajudando aquele povo tão sofrido, tão necessitado. Muita sorte e muita felicidade.

Também quero saudar nossa deputada Beth Sahão, da região de Catanduva, que vem dignificar a cadeira ocupada pelo grande e saudoso deputado José Cândido. Com certeza absoluta, ela vai honrar e dignificar essa cadeira. Quero parabenizar a deputada Beth Sahão pela sua fala, pela sua preocupação com a saúde, e dizer que eu também fico muito preocupado com os cânceres que acontecem principalmente nas cidades poluídas. Por isso fiz a lei que retira os caminhões dessa cidade. é um projeto meu, como vereador. Só que o Executivo não entendeu, porque a minha lei tira os caminhões na hora do rush - das 7 às 10 horas, e das 17 às 20 horas; nos outros períodos os caminhões poderiam trafegar.

O secretário daquela época, Alexandre Moraes, não entendeu. Fui procurar esse secretário pelo menos umas dez vezes: na secretaria, nos compromissos que ele tinha eu ia atrás dele para dizer: Secretário, é mais importante fazermos a restrição na hora do rush do que fazer um rodízio. Eles colocaram na regulamentação o rodízio. Ele veio até me agradecer: “Meu caro vereador, quero agradecer a lei que você aprovou. Vamos utilizar essa lei, não fazer por decreto”. Através dessa lei eles modificaram a regulamentação, colocaram o rodízio. Dizia a ele que isso não ajuda o povo de São Paulo, porque o empresário compra um caminhão usado, velho, e ele vai enguiçar, vai dar problema, e a Cidade de São Paulo vai continuar com o mesmo trânsito horrível com que convivemos até agora.

Preconizávamos que, com a retirada dos caminhões na hora do rush, pudéssemos melhorar as condições ambientais, o ar atmosférico que provoca tantos cânceres, ar contaminado pelos poluentes desses caminhões, dos carros e dos ônibus. Quando os caminhões ficam enfileirados nessa cidade congestionada, aqueles que não têm ar condicionado nos dias de verão ficam irritados. Os caminhões pioram sensivelmente o trânsito e é por isso que preconizamos a retirada deles na hora do rush. Mas não fomos entendidos.

Essa lei tem que ser modificada. Estivemos na CET há três semanas, e em outras reuniões, para que liberassem os caminhões que transportam produtos de primeira necessidade, os perecíveis, porque esses caminhões sofrem muito com essa restrição. Tivemos a sensibilidade do Prefeito Gilberto Kassab para liberá-los. Espero que os libere mesmo para que ninguém sofra, tão pouco a população.

Não aceito essa greve dos transportadores de combustíveis. Dá para eles se organizarem e fazer as entregas, sem essa pressão. Apresentei esse projeto de lei e se essa lei for bem aplicada vai fazer com que haja uma harmonia entre todos os setores. Num cruzamento um dos dois lados tem que parar; dois objetos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. É uma lei da Física. Da mesma forma, é a Cidade de São Paulo: vemos as cidades do primeiro mundo sem caminhões transitando. Utilizam o Rodoanel e não adentram as capitais, as grandes cidades da Europa, da Ásia ou da América do Norte. É isso que preconizamos, é esse o objetivo da nossa lei. Mas precisamos conversar com as transportadoras, fazer com que, por exemplo, os que transportam chorume tenham horário adequado para transportá-lo aos aterros. Se organizarmos o trânsito, teremos mais qualidade de vida, estaremos fazendo prevenção, principalmente na área da Saúde.

O congestionamento não é bom para ninguém. O caminhão é lento; os automóveis são rápidos. Portanto o trânsito flui melhor e as pessoas podem chegar no horário em seus compromissos, as marginais ficam livres e os caminhões, no horário adequado, poderão atravessar a cidade em poucos minutos. Hoje, para atravessar a cidade, esses caminhões demoram duas ou três horas, inclusive os motoristas sendo penalizados, onerando as empresas transportadoras. É esse o nosso pensamento: é questão de organização. Um colega que me antecedeu disse que o Governo teria que fazer baias para os caminhões poderem estacionar para esperar o horário de entrar na cidade. Não há necessidade; é questão de as empresas ou do próprio caminhoneiro se organizar, calcular o horário adequado para sair de sua cidade. Temos que trabalhar; as transportadoras também, mas o meu objetivo, ao fazer esse projeto de lei, não era punir os feirantes, os que transportam perecíveis, os de primeira necessidade, os combustíveis, mas organizar, fazer com que os caminhoneiros possam trafegar mais rapidamente e cheguem ao seu destino.

Aliás, o trânsito melhorou muito. Eu falava sobre isso há um ano, e como apanhei! Quando falei para tirarmos os caminhões da Capital, esse vereador foi um saco de pancadas. Como também foi no caso da Lei Seca. Quando apresentei os projetos da Lei Seca, do Silêncio, a Lei do Fechamento dos Botecos apanhei muito. E hoje são reconhecidas. Mas parece que a Lei Seca não está sendo reconhecida na Câmara dos Deputados. Estão querendo aprovar a liberação de bebida alcoólica durante a Copa do Mundo. Um absurdo! Está certo que este país é o maior produtor de cachaça, mas sabemos que ela faz muito mal à saúde. Sou médico e temos que fazer essa prevenção. Então quero rogar, desta tribuna, que Deus ilumine nossos parlamentares do Congresso Nacional para que não aprovem a liberação da bebida alcoólica nos estádios, porque este país tem que ser exemplo para o resto do mundo. Aliás, quero dizer que fazemos cachaça de má qualidade, que provoca cirrose, inúmeras doenças.

Para finalizar, espero que nossos congressistas rejeitem essa autorização, que não aceitem que a Fifa, ou que os lobbies dos fabricantes de bebida alcoólica, que são poderosos, vençam. Enfrentei esse lobby, sei o que é a AmBev. Apanhei muito. Que os deputados cumpram sua função de dar qualidade de vida ao povo brasileiro, principalmente aos adolescentes que estão indo para a cachaça, para a bebida alcoólica em geral, depois para o crack e para o oxi, o último degrau dessa droga tão nefasta, tão devastadora, que provoca tantas mortes e consome tanto recurso do SUS. Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - VANESSA DAMO - PMDB - Esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Simão Pedro, cancela a Sessão Solene convocada para o dia 12 de março de 2012, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o Dia da Comunidade Libanesa.

Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves.

 

O SR. MARCOS NEVES - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidenta, Deputada Vanessa Damo, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, hoje quero falar sobre nosso ato de lançamento da Frente Parlamentar sobre os Serviços de Concessionária Pública da Energia Elétrica. Usamos hoje o nome “Basta de apagão”.

Temos hoje um grande problema no Estado de São Paulo, que é a falta de energia, a questão do descaso das concessionárias cometem contra os usuários. Essa situação nos impulsionou a criar essa Frente Parlamentar que será na próxima terça-feira, 13/03/2012, no Plenário Juscelino Kubitschek. Convido os Deputados e a população que é a verdadeira prejudicada por esse serviço que está se apresentando falho e retira das pessoas os seus direitos. O intuito dessa Frente Parlamentar é reaproximar as concessionárias da população fazendo com que elas percebam os problemas que estão afligindo as pessoas.

Atualmente estamos diante de problemas graves. Primeiro é a geração de energia, que segundo as concessionárias é um transtorno causado pelas geradoras, que por sua vez devolvem o problema para as concessionárias. Por isso eu vejo a necessidade de discutir sobre esse assunto para que possamos chegar ao verdadeiro culpado. O segundo problema é em relação à falta de energia. O consumidor está em casa quando de repente é interrompido o fornecimento de energia elétrica, o primeiro ato que realizamos é entrar em contato com a concessionária de serviços públicos que assiste a nossa região, que por sua vez não nos dá informações claras sobre o restabelecimento do serviço. Precisamos regulamentar e regularizar, também, essa questão, pois as informações prestadas pelos funcionários das concessionárias nem sempre são verdadeiras. Que provas nós temos que a pessoas nos disse o tal prazo? Qual o encargo que essa pessoa sofrerá por nos fornecer uma informação não pontual? O terceiro problema se refere à sobrecarga de energia no momento em que ela é restabelecida. As pessoas, muitas vezes, têm seus eletrodomésticos e eletroeletrônicos danificados por conta dessa sobrecarga. Após esse transtorno, ainda temos que peregrinar por caminho burocrático imposto pelas concessionárias, que nos pedem três orçamentos dos aparelhos lesados, para que possamos ter o direito de ressarcimento sobre os mesmos. Esses são alguns dos problemas que discutiremos na Frente Parlamentar.

A discussão da prevenção que as prefeituras das cidades farão para que esses problemas sejam extintos também é um tema presente no evento. Tem-se um dado de que 80% dos problemas ocorridos na rede elétrica são ocasionados pela queda das árvores. Sendo assim, existe atualmente a necessidade das prefeituras se antecederem ao problema, realizando com mais frequência a poda das árvores. Queremos realmente com essa Frente Parlamentar que a discussão seja muito ampla.

Convido toda a população, Deputados e Deputadas e funcionários da Casa para participarem e contribuir com ideias. Laçaremos também um “site” para que possamos ter mais um canal que receba reclamações, que são muitas.

Temos recebido milhares de e-mails parabenizando a Frente Parlamentar, falando da sua importância e nos conscientizando das lacunas que esse o setor energético não preenche. Esse é o nosso ideal.

Queremos discutir amplamente sobre os anseios da população, pois nós pagamos muito caro pela energia elétrica em São Paulo, para passarmos por esses problemas diários.

Recentemente recebi um colega no meu gabinete que me disse que em Vargem Grande, sua cidade, o problema da falta de energia acontece diariamente e sempre no mesmo horário, deixando sua família em uma situação muito desconfortável. Não podemos mais permitir que isso siga adiante.

Tivemos no passado, por parte do Secretário José Aníbal e do Governador Geraldo Alckmin, uma pressão sobre as concessionárias, mas essa pressão diminuiu. Por isso temos que voltar com muita força a debater esse assunto para que o problema seja sanado.

Passo o meu tempo remanescente para o nobre Deputado Ed Thomas.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas, pelo tempo remanescente.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, agradeço ao meu colega de partido Deputado Marcos Neves, por me ceder o tempo remanescente para que possamos fazer um comunicado muito importante. A capital regional Presidente Prudente, 10ª Região Administrativa que eu represento com muito orgulho, receberá amanhã às 11 horas, o Secretário de Desenvolvimento Social, Deputado Federal Rodrigo Garcia, em uma ação especial do Governo do Estado de São Paulo com uma parceria importante dos municípios. O nosso Estado através dessa ação do Governador Geraldo Alckmin, beneficiará 400 municípios com pré-escolas e creches, em um investimento muito grande.

Participamos do anuncio de convênios de maior repasse prevendo investimentos de cerca de 1 bilhão até 2014, para mil creches, abrangendo em uma primeira etapa 160 cidades selecionadas com base em critérios de vulnerabilidade social estabelecidos pela Fundação Seade - Sistema Estadual de Análise de Dados.

Fizemos pedidos durante o nosso primeiro mandato, atualmente pelo segundo, de creches que melhora e conforta não somente a criança, mas também a sua mãe que terá mais liberdade para poder trabalhar e adquirir, consequentemente, a renda. Teremos um atendimento e assinatura de convênios amanhã no Complexo Cultural Matarazzo em Presidente Prudente, no qual as cidades de Alfredo Marcondes, Álvares Machado, Caiuá, Caiabu, Iepê, Indiana, Inúbia Paulista, Lucélia, Martinópolis, Nantes, Nova Guataporanga, Pacaembu, Paulicéia, Pracinha, Presidente Epitácio, Rancharia, Santa Mercedes, Santo Anastácio e Taciba, estarão sendo atendidas com as creches, inclusive, a sua e a minha cidade Pacaembu.

Além do comunicado, usarei o espaço para falar da sensibilidade do Secretário de Desenvolvimento e Deputado Federal, Rodrigo Garcia, que tem sido muito grande. O Deputado, sabendo das dificuldades que nós enfrentamos para buscar recursos e melhorar a vida das pessoas, tem sido muito solicito não com esse Deputado, mas com muitos outros, atendendo aos pedidos da nossa região, em especial, algumas cidades em extremo estado de pobreza.

Essa ação do Governador, que se inicia pela grande Presidente Prudente, beneficiará a nossa capital regional do interior com esses recursos disponibilizados. O nosso Município estava solitário em empreitadas de construções de escolas e creches, sendo que essa responsabilidade não é apenas do município, mas também de todos nós, do Estado e da União. Os municípios menores sofrem e padecem porque muitas vezes, o prefeito tem somente a folha de pagamento dos fornecedores, mas ele tem que fazer muito mais do que isso. Esse investimento humano é muito importante, pois não há desenvolvimento econômico se não houver assistência à criança.

Estaremos lá assinando esse convênio e atendendo todos os pedidos que já foram formulados ao meu gabinete, à Assembleia Legislativa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, está encerrado o tempo destinado ao Grande Expediente.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, telespectadores da TV Assembleia, ontem, ao falar desta tribuna, com relação ao Aglomerado Urbano de Piracicaba, a mensagem será assinada na próxima quarta-feira, em nossa cidade, pelo Exmo. Governador Geraldo Alckmin, um projeto que tramita desde 2004.

Acabei cometendo uma injustiça com um grande amigo, grande parlamentar, que conheci no dia 15 de março de 1999. Já sabia da sua luta em Jundiaí. É o Deputado Ary Fossen, que foi brilhante prefeito e depois voltou para esta Casa de leis, e com chances reais de voltar a ser prefeito de Jundiaí.

Em 2001 e em 2003 também o Deputado Fossen protocolou nesta Casa o projeto do Aglomerado Urbano, ele que é da Cidade de Jundiaí.

Venho aqui para corrigir essa falha de minha parte, ao não citar o nome dele. Eu falava do Deputado Pedro Bigardi, da Deputada Vanessa Damo. Estivemos juntos na assinatura do Aglomerado Urbano lá na Cidade de Jundiaí, junto com o Secretário Edson Aparecido e com o Governador Geraldo Alckmin, mas, por esquecimento deste Deputado, acabei omitindo o nome do meu querido amigo, Deputado da Cidade de Jundiaí, Ary Fossen, que sempre tem nos ensinado as coisas boas da política, e por isso é um grande deputado.

Teve já um mandato, foi um grande prefeito de Jundiaí, e está aqui conosco. É um dos Deputados que representa, e muito, a sua cidade, um Deputado sério, transparente, que faz a política para defender realmente a população da sua cidade e da sua região.

Quero fazer esta minha colocação, ao mesmo tempo em que peço ao Deputado Ary escusas pelo esquecimento na citação do seu nome, mas sei da sua luta, do projeto que S.Exa. protocolou em 2001, para a criação, agora já definitiva, do Aglomerado Urbano de Jundiaí. E ele, claro, também tem o compromisso conosco, de votar e aprovar o Aglomerado Urbano da Cidade de Piracicaba. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, estamos recebendo aqui a honrosa presença dos integrantes do movimento pela pavimentação da SP-249, na região de Apiaí.

Estamos já debatendo o assunto um bom tempo na Assembleia Legislativa, já fizemos vários pronunciamentos. Estão presentes aqui o Paulo Gomes, o Polaco Moura, o Antonio Sarti e o Jaderson Braga, integrantes desse movimento, são lideranças que estão organizando, cobrando e denunciando o Governo estadual, que não está cumprindo os acordos e promessas feitas há muitos anos.

O próprio Governador Geraldo Alckmin, no seu primeiro mandato, já tinha ido à região, já tinha anunciado inclusive a pavimentação da SP-249. E agora, recentemente, em outubro, o Governo estadual esteve em Itapeva, fez um novo anúncio, mas até agora a situação não foi resolvida.

A situação lá é de calamidade pública, principalmente nesses dias de chuva, quando a população fica praticamente ilhada nas regiões e nas cidades que são servidas por essa rodovia. Temos então um grande prejuízo social, humano e econômico em todos os municípios da região. A reivindicação é que haja pavimentação da SP-249, no trecho que liga o município à Cidade de Ribeirão Branco. Há muito tempo a população vem reivindicando essa pavimentação, mas até agora nada aconteceu, somente promessas e palavras soltas ao vento.

Mas lá existe cidadania, existe movimento social organizado denunciando o fato. Estive lá inúmeras vezes, participei de atividades, visitei essa rodovia, que está totalmente abandonada, esburacada, impedindo o escoamento da produção agrícola. A agricultura familiar, os pequenos agricultores estão sendo duramente penalizados por essa leviandade, por essa irresponsabilidade do Estado.

O Estado está prevaricando, está prejudicando toda a produção, está prejudicando o emprego dessas pessoas, a sobrevivência dessas pessoas. Há também um grande isolamento social. As pessoas que moram na região não podem estudar, têm dificuldade para trabalhar, têm dificuldade para acessar os hospitais de outras cidades. Ou seja, as pessoas estão, literalmente, ilhadas, muitas passando fome por conta desse isolamento geográfico, social e até cultural.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

* * *

 

É necessário que o Estado tome uma atitude, pavimentando de fato, em caráter de extrema urgência, a SP-249, porque é uma região que não recebe investimento nem do Governo estadual e nem do Governo Federal. É uma região considerada uma das mais pobres, ou a mais pobre do Estado de São Paulo. É a região que menos recebe investimento público.

Se o Governo estadual promete que vai pavimentar, e não pavimenta, é um verdadeiro absurdo, é propaganda enganosa. Diante dessa prevaricação, dessa omissão do Governo estadual, já estamos preparando uma representação e vamos ao Ministério Público Estadual, para obrigar o Estado a cumprir a sua função. A população paga impostos para que o Governo faça a pavimentação das rodovias, sobretudo nos municípios pobres que não têm recursos.

Não podemos mais assistir passivamente à população de Apiaí e toda a região sendo penalizada pela omissão do Estado, prejudicando o escoamento da produção agrícola da região, a agricultura familiar, prejudicando os moradores que ficam praticamente sem acesso à Educação, à Cultura, aos hospitais. Não podemos permitir que as pessoas que moram na região fiquem ilhadas e, literalmente - como foi colocado pelo movimento, que está aqui para sensibilizar os Deputados, pedindo socorro à Assembleia Legislativa -, as pessoas estão, por conta desse isolamento, passando fome.

Exigimos que o Governo estadual tome providências imediatas e faça a pavimentação da SP-249, em caráter de extrema urgência. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, no Pequeno Expediente fiz referência à visita ontem do Secretário Andrea Calabi, da Fazenda do Estado de São Paulo, que apresentou as contas, o resultado do 3º quadrimestre, fechando o exercício de 2011.

Foi apresentado o aumento da arrecadação de receitas de ICMS, de 9,9%, quase 10% de crescimento, e 11,1% de ampliação de arrecadação do IPVA. O ICMS passou de 89,5 bilhões para 98,3 bilhões, e o IPVA de 9,3 milhões para 10,4 milhões de reais.

Houve justamente esse crescimento da arrecadação no ano passado. Várias Secretarias, várias áreas no Estado de São Paulo não conseguiram aplicar a totalidade dos recursos que estavam sendo destinados, seja para a Saúde, seja para a Educação, na Administração Pública, no Meio Ambiente, na Cultura, na Administração Penitenciária. Mas dois dados nos chamam a atenção, sobre os quais acabei não falando em minha primeira intervenção, que são referentes à Saúde.

Praticamente os investimentos para a Saúde estão congelados desde 2008. Em contrapartida, os investimentos dos contratos das Organizações Sociais, de 2008 a 2011, tiveram uma variação que era de 1,7 bilhões, passando para 3,3 bilhões, apresentando um crescimento de 85%, enquanto que o Orçamento nesse período cresceu apenas 13 por cento.

Vários parlamentares usam esta tribuna para falar sobre a importância da área da Saúde, e como são importantes os investimentos em hospitais. É necessária a construção de hospitais regionais, bem como se equipar os hospitais do nosso Estado. Mas percebemos que existe um investimento muito grande na ampliação dos contratos das OS mas um baixo investimento na área da Saúde do Estado de São Paulo.

Tem um outro dado apresentado pelo Secretário que também chama a nossa atenção: refere-se à folha de pagamento dos servidores do Estado de São Paulo. No ano passado, foram feitos vários reajustes para a Saúde, para a Educação, para a Segurança Pública, para o Centro Paula Souza e para a Agricultura, e nós, do PT, fizemos algumas emendas, inclusive retroagindo a data do pagamento para o mês de março, outras no sentido de se reestruturar melhor o plano de carreira, e outras no sentido de se criar condições de se ter um reajuste superior ao que foi apresentado pelo Executivo. O projeto que veio do Governo não abria a possibilidade de se fazer qualquer emenda ao seu projeto. E quando se apresenta aqui o resultado final do exercício de 2011, percebemos que o total de despesa do Estado é de 40,87% se comparado com o exercício anterior. Só que o limite prudencial, que poderia ser gasto com os trabalhadores, é de 46,55 por cento. E o limite máximo que poderia ser gasto também com reajuste para servidores públicos do Estado de São Paulo poderia chegar a 49 por cento. Portanto, houve um aumento da arrecadação. Houve um acréscimo na previsão orçamentária e teria mais seis milhões de reais no Orçamento estadual que poderiam ser investidos no funcionalismo do Estado de São Paulo.

Portanto, com essas informações provenientes do Secretário Andrea Calabi, no dia de ontem na Comissão de Finanças e Orçamento, este ano poderemos fazer debates sobre os planos de carreira e sobre os reajustes para os servidores públicos do Estado de São Paulo.

É importante que olhemos o reajuste do funcionalismo com outro olhar, pois está comprovado, como o PT já tinha apontado, que havia recursos de sobra. E o resultado da aplicação do Orçamento do ano passado demonstrou que tinha recurso suficiente para melhorar as propostas que foram aprovadas aqui na Assembleia. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, gostaria de indicar o nobre Deputado Marcos Martins para falar pelo Art. 82 pela vice-Liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia e aqueles que nos acompanham pelas galerias, o Ministro da Saúde recentemente anunciou em um programa de televisão “o Programa de visitas às escolas em combate a obesidade”. É de extrema importância a visita de um médico para enfrentar esse problema, que tem crescido em nosso país.

Temos aqui um projeto apresentado em 2010 que vai de encontro a essa ação do Ministro e fala sobre a obrigatoriedade da existência de nutricionistas nas escolas. Embora já tenham ocorrido ações e até projetos lá em Brasília com a finalidade de interromper a existência de nutricionistas nas escolas que poderão tecnicamente promover a alimentação correta e adequada paras as nossas crianças nas escolas.

Espero que possamos votar aqui este projeto, porque nesta Casa vota-se muitos projetos do Executivo, mas para projetos de deputados a votação é em quantidade pequena.

Passo agora a leitura desse Projeto de lei nº 580, de 2010.

“Projeto de Lei nº 580, de 2010

Dispõe sobre a responsabilidade técnica da alimentação escolar nas Escolas aos alunos da educação básica

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo decreta:

Artigo 1º: A responsabilidade técnica pela

Alimentação escolar no Estado de São Paulo, bem como o planejamento, direção, supervisão e avaliação dos serviços de alimentação e nutrição no ambiente escolar, observados os dispositivos da Lei Federal 8234/91 e demais legislações pertinentes, caberá ao profissional de nutrição responsável, que deverá respeitar as diretrizes previstas nesta Lei e no ordenamento jurídico vigente, no que couber, dentro das suas atribuições específicas.

Artigo 2°: A alimentação escolar é todo alimento oferecido no ambiente escolar, independente de sua origem, durante o período letivo.

Artigo 3º: O nutricionista responsável elaborará o cardápio de alimentação escolar utilizando-se dos gêneros alimentícios básicos indispensáveis para a promoção de uma alimentação saudável, respeitando-se as referências nutricionais, adequando os hábitos alimentares à cultura e à tradição alimentar da localidade, pautando-se na sustentabilidade e diversificação agrícola da região.

Artigo 4°: As Secretarias da Educação poderão propor ações educativas que perpassem pelo currículo escolar, abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida, na perspectiva da segurança alimentar e nutricional.

Artigo 5°: O Estado, por meio do Conselho Estadual de Alimentação Escolar (CEAE), observado o Programa Estadual de Alimentação Escolar (PEAE), deverá:

I - promover a educação alimentar e nutricional, sanitária e ambiental nas escolas sob sua responsabilidade administrativa, com o intuito de formar hábitos alimentares saudáveis aos alunos atendidos, mediante atuação conjunta dos profissionais de educação e do responsável técnico de que trata o art. 1° desta Lei.”

A aprovação desse projeto será uma contribuição com esse objetivo do Governo. Para as pessoas que já são obesas e para as que têm necessidades, o Deputado Ulysses que é da Comissão de Saúde sabe disso, de uma atenção ou de um tratamento. Quanto à educação alimentar, que os que ainda não são obesos, os que têm ou mesmo os que não têm o sobrepeso, recebam as informações e alimentação corretas. Aliás, também temos debates sobre os transgênicos, mas ninguém sabe o que poderá ocorrer no futuro com esses alimentos.

Então nós temos a garantia que os nutricionistas mantidos nas escolas poderão orientar não só as crianças, mas também os educadores, sobre a alimentação correta e certamente poderemos combater a obesidade nas escolas e assim contribuir com a melhora da Saúde Pública em nosso Estado. Muito obrigado.

 

O SR. Campos Machado - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, nobre Deputado Barros Munhoz, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, covardia é própria de covardes, evidentemente. O covarde se parece com uma cobra, traiçoeira, só se arrasta pelo chão.

Nesta Casa, determinados políticos são covardes, só atacam pelas costas. Alguns políticos do PSDB - e alguns parlamentares também -, por questões que defendo nesta Casa, pela dignidade da Assembleia Legislativa. A questão da Artesp, por exemplo. Temos que defender que a Assembleia não seja carimbadora de projetos do Tribunal de Contas do Estado. Cabe à Assembleia indicar o seu representante. Mas eles querem criar um abismo, uma situação difícil entre o Governador Geraldo Alckmin e este parlamentar.

Quero reafirmar que, em 2008, esses covardes encontravam-se do lado de lá. Fui candidato a vice de Geraldo Alckmin. Fiquei na campanha do começo ao fim. Os alckmistas de hoje foram os traidores de ontem. Preferiram o caminho mais fácil dos favores, dos apoios motivados por motivos escusos. Mas eu lá fiquei. Sempre acreditei que é melhor perder do lado certo a ganhar do lado errado. Reafirmo a minha amizade e a minha fraternidade com o Dr. Geraldo Alckmin. Não serão esses covardes de plantão, essas pessoas que não têm caráter e coragem que vão me indispor por questões pequenas contra o meu irmão Geraldo Alckmin.

Em 2010, Geraldo Alckmin não era o candidato a Governador. O outro era o candidato. Como Secretário Geral Nacional do Partido, fui a Brasília. Consegui trazer para cá a convenção, pela primeira vez na história deste Estado, com a condição de que se nós, do PTB, com dezenas de cargos no Governo Federal, apoiássemos José Serra para Presidente, Geraldo Alckmin seria o candidato a Governador. Foi isso que fiz.

Jogamos fora vários espaços no Governo Federal, mas cumpri a minha palavra com o meu irmão Geraldo Alckmin. E quero deixar claro - tomara que o pessoal do Palácio esteja me ouvindo neste momento: Geraldo Alckmin pode ter um amigo igual; mais leal do que eu, não. Só não nasci submisso, só não nasci para andar de joelhos. Aliado não quer dizer alienado.

Por isso, independentemente desses viciados do PSDB, acostumados a traições, enquanto eu confiar na amizade e na lealdade de Geraldo Alckmin, serei seu amigo e irmão. No dia em que eu não acreditar mais nisso, no dia em que eu não acreditar mais na amizade e na lealdade de alguém que considero meu irmão, sei perfeitamente o caminho que vou seguir.

Há alguns parlamentares do PSDB desta Casa, alguns políticos do PSDB, que, se nada fizeram no passado, não queiram destruir o presente. Não sou inimigo muito fácil, não. Reafirmo que lealdade não significa submissão. Só sou escravo da minha consciência.

Quero deixar claro a esses parlamentares e políticos do PSDB: não tenho nenhum compromisso com o PSDB; meu único compromisso é com Geraldo Alckmin. Esse é o meu compromisso, o único que tenho. Vou repetir: não tenho nenhum compromisso com o PSDB; tenho compromisso com Geraldo Alckmin, que vou cumprir até o fim.

Deputado Barros Munhoz, meu amigo, meu irmão, enquanto a lealdade, a sinceridade e a fidelidade de amizade forem alicerces desse relacionamento que me une a Geraldo Alckmin, nunca o deixarei só, como ele foi deixado em 2008. Seja em que combate for; seja em que frente for; seja em que circunstância for. Lealdade é a cicatriz da alma de um homem e a deslealdade é o carimbo do coração de marginais e delinquentes da política.

 

O SR. Orlando Morando - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por uma hora.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Antes disso, vamos passar à Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Há sobre a mesa requerimento pedindo tramitação em Regime de Urgência do Projeto de lei Complementar nº 48/2009, de autoria do Tribunal de Justiça.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Nos termos disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje às 17 horas e 30 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei Complementar nº 48/2009.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 58 minutos, a sessão é reaberta às 18 horas e 04 minutos sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: PLC nº 48/09, de autoria do Tribunal de Justiça, que dispõe sobre a criação de cargos no Quadro do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Nos mesmos termos, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da primeira Sessão Extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: PLC nº 62/11, de autoria do Sr. Governador, que altera a Redação do § único do Art. 54, da Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo de liderança, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo acordo de líderes, esta Presidência, antes de levantar a sessão, convoca as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando os ainda das Sessões Extraordinárias a realizarem-se hoje, uma às 19 horas e a segunda 10 minutos após a primeira sessão.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 18 horas e seis minutos.

 

* * *