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10 DE JUNHO DE 2011

020ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS”

 

 

Presidente: FERNANDO CAPEZ

 

RESUMO

001 - FERNANDO CAPEZ

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes.

Informa que a presente sessão solene fora convocada pelo Presidente Barros Munhoz, a requerimento do Deputado Fernando Capez, na direção dos trabalhos, pelo "Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Português" e o "Hino Nacional Brasileiro". Comunica que esta sessão solene seria transmitida pela TV Assembleia em data oportuna.

 

002 - ARNALDO FARIA DE SÁ

Deputado Federal, cumprimenta as autoridades presentes. Sugere uma corrente de solidariedade pela retomada das atividades econômicas portuguesas. Fala de sua luta no Congresso Nacional em torno da manutenção da aliança entre Brasil e Portugal. Ressalta a importância do país homenageado para os brasileiros. Parabeniza Camões, Portugal e a comunidade lusa.

 

003 - ANTONIO ALMEIDA E SILVA

Representante do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira, saúda o público presente. Agradece ao Deputado Fernando Capez pela iniciativa em promover esta solenidade. Ressalta o conteúdo moral e sentimental da data. Comenta sobre o 10 de junho, provável data da morte de Camões. Considera as dificuldades para evocar a memória do herói. Enfatiza o amor dos portugueses à sua pátria.

 

004 - JOSÉ GUILHERME QUEIROZ DE ATAÍDE

Cônsul-Geral de Portugal no Brasil - Cumprimenta o Deputado Fernando Capez pela organização do evento. Faz agradecimentos gerais.

 

005 - Presidente FERNANDO CAPEZ

Lê mensagens alusivas ao evento, encaminhadas por diversas autoridades. Anuncia a apresentação de poemas pelo Grupo Jograis. Destaca a importância da obra de Luis Vaz de Camões. Comenta a biografia do autor. Narra seus amores, frustrações e aventuras. Relata a história da nação portuguesa. Enfatiza a influência do poeta sobre outros escritores ao redor do mundo. Ressalta sua fama consolidada. Considera "Os Lusíadas" epopeia portuguesa por excelência. Finaliza seu pronunciamento com a leitura de um trecho do poema. Faz a entrega de certificados.

 

006 - JOSÉ ROBERTO CORDEIRO

Fala em nome dos homenageados, saúda o Deputado Fernando Capez e demais autoridades. Agradece a deferência. Destaca a união e a miscigenação de raças no Brasil. Fala da harmonia decorrente desse convívio. Cita episódio familiar, ocorrido em 1972, na final do jogo entre Brasil e Portugal. Declara ter sentido orgulho de seu pai, português de nascença, que comemorou a vitória do time brasileiro.

 

007 - Presidente FERNANDO CAPEZ

Destaca as afinidades e os laços das comunidades luso e brasileira. Relembra o papel de renomados portugueses para a história do Brasil. Cita alguns eventos de guerras e movimentos portugueses. Presta homenagem à Sra. Yeda Villas-Boas, neta de portugueses e funcionária desta Casa, que não pôde comparecer à solenidade. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Fernando Capez.

 

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O SR. PRESIDENTE – FERNANDO CAPEZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Boa noite. Vamos dar início a Sessão Solene com a finalidade de comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Vamos compor a Mesa chamando inicialmente o nosso querido, estimado amigo, digno representante da Comunidade Luso-Brasileira e da sociedade em geral no Congresso Nacional, Deputado Federal Arnaldo Faria de Sá. (Palmas.) Em seguida, o Cônsul-Geral de Portugal no Brasil, estimado, eminente, Doutor José Guilherme Queiroz de Ataíde. (Palmas.) Agora, o Presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira, e se permitem, meu comandante, Doutor Antonio Almeida e Silva. (Palmas.) E o Presidente do Sindipan, senhor Antero José Pereira. (Palmas.)

Estão presentes ainda os seguintes Presidentes de Associações: senhor Fernando Ramalho, da Provedoria da Comunidade Portuguesa; senhor Alcides Terrível, do Centro Trasmontano de São Paulo; e ainda se fazem presentes doutor Paulo Manoel Almeida, diretor cultural do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira; e o senhor João de Caldas Fernandes diretor do ViaHotel. (Palmas.)

Esse ícone da comunicação brasileira senhor Luciano Faccioli, aqui presente, e que comanda agora – para que todos saibam – o programa de jornalismo da Bandeirantes que vai ao ar das 07 às 08 horas da manhã. Estão todos convidados para acompanhar e prestigiá-lo.

Presentes ainda: o senhor Ney Cardoso, representando nosso querido Deputado “decacampeão”, 10 mandatos, Antonio Salim Curiati, grande companheiro aqui desta Casa; Doutor Paulo Rios, delegado-chefe da Assembleia Legislativa, representando o delegado-geral de Polícia, Doutor Marcos Carneiro Lima, de quem quero dar um testemunho pessoal: um exemplo de servidor público, de seriedade, de eficiência, de trabalho, doutor Marcos Carneiro Lima, delegado-geral de Polícia. Um orgulho para toda a sociedade; Professor Doutor Leonel Aguiar, Presidente da Ordem dos Parlamentares do Estado de São Paulo – OPESP; senhor Abel Morais Lopes, do Conselho da Comunidade Portuguesa; senhor Urbino Abílio Amaro, vice-Presidente Social da Associação Portuguesa de Desportos, grande Lusa, entidade que sempre acompanhamos em todos os momentos – não é deputado Arnaldo Faria de Sá? Você como ex-Presidente, e eu como torcedor e grande entusiasta –; senhor Fernando Gouveia, do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira.

Estão aqui também presentes os casais de porta-bandeiras dos Grupos Folclóricos da Associação Portuguesa de Desportos; dos Veteranos de São Paulo, do Clube Português; da Casa dos Açores; e o Grupo Folclórico Pedro Homem de Mello. (Palmas.) Senhor Alcino Loureiro, Presidente da Comunidade Gebelinense, onde estive também presente. (Palmas.)

Eu quero – já havia insistindo para subir aqui – chamar o senhor Luciano Faccioli para integrar a nossa tribuna ao lado da Mesa, por gentileza. E lembrando todos para prestigiar este grande jornalista. (Palmas.)

Eu observo ainda outras autoridades como o Professor Doutor Evanir Castilho que é eminente magistrado do Tribunal de Justiça Militar e está aqui nos prestigiando. Peço aos nossos assessores que percorrendo, inclusive esta Assembleia onde estão as cadeiras, identificassem mais pessoas que estão aqui representando, para que eu possa nominá-las e fazer justiça a esse comparecimento.

Também aqui, peço que se levante nosso ilustre Marechal. Uma satisfação, muita honra o seu comparecimento. (Palmas.)

Esta Sessão Solene será transmitida pela TV Assembleia neste domingo às 21 horas. Pela NET, canal 7, e temos uma audiência de 250 mil telespectadores por minuto, o que é uma audiência considerável para quem conhece televisão. Portanto, ficamos muito honrados com isso.

Antes um importante aviso. Esta não é uma sessão comum. Não é uma sessão qualquer. Esta é uma Sessão Solene, por esta razão ela se realiza no plenário principal da Casa, o Plenário Juscelino Kubitschek. Essas cadeiras nas quais os senhores nos honram hoje são ocupadas pelos deputados e nelas se processam as votações de todos os projetos de âmbito estadual. Aquela é a tribuna, o parlatório oficial e aqui é a cadeira ocupada pelo Presidente da Casa. A Sessão Solene só pode ser convocada pelo Presidente da Assembleia Legislativa, e tem que ser aprovada pelo Colégio de Líderes desta Casa. Há um rígido processo regimental, e por esta razão muitas são pedidas, mas poucas deferidas. Esta foi uma Sessão Solene autorizada por unanimidade com registro de voto de louvor. E por esta razão é motivo de orgulho para todos nós brasileiros, portugueses, luso-brasileiros.

Convido a todos os presentes para, em pé, ouvirmos os Hinos Nacionais de Portugal e do Brasil, a serem executados pela Seção da Banda da Polícia Militar, regida pelo 2º Subtenente Músico PM Jassen Feliciano.

 

* * *

 

- São executados os Hinos Nacionais de Portugal e do Brasil.

 

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O SR. PRESIDENTE – FERNANDO CAPEZ – PSDB - Agradeço na pessoa do 2º Subtenente da Polícia Militar Músico Jassen Feliciano esta brilhante execução.

Esta Presidência passa a palavra ao nosso querido e estimado amigo, Deputado Federal Arnaldo Faria de Sá.

 

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - PTB – Boa-noite, Deputado Fernando Capez, Presidente desta Sessão solene digno representante da Comunidade Luso-Brasileira nesta Casa. Quero cumprimentar nosso Cônsul José Guilherme Queiroz de Ataíde; nosso Presidente do Conselho da Comunidade, Antonio Almeida e Silva; o senhor Antero José Pereira, Presidente do Sindicato da Panificação – um setor que representa dignamente entre nós a identidade luso-brasileira. Cumprimentar também o Doutor Antonio Julio Machado Rodrigues, Presidente da Casa de Portugal; o senhor Artur Andrade Pinto, do Arouca São Paulo Clube; senhor Fernando Ramalho, Presidente da Comunidade Portuguesa da Provedoria; e o senhor Alcides Terrível, do Centro Trasmontano de São Paulo.

Cumprimentar também o senhor Urbino Abílio Amaro e em seu nome cumprimentar a nossa querida Associação Portuguesa de Desportos; o Beto também está aqui presente, Presidente do Conselho. Cumprimentar a Tereza e em seu nome cumprimentar todas as mulheres aqui presentes. Cumprimentar o nosso sempre presente coronel da Polícia Militar, que apesar de ser corinthiano tem uma identidade muito grande com a comunidade portuguesa, coronel Gerson. Cumprimentar o senhor Luciano Faccioli, nosso companheiro que também terá a oportunidade de brevemente representar, no Jantar dos Panificadores, toda a imprensa, que sem dúvida nenhuma faz esse elo de ligação.

Cumprimentar os representantes dos Grupos Folclóricos Casa de Portugal: Veteranos de São Paulo do Clube Português; Casa dos Açores; Pedro Homem de Mello; e todas as entidades que tem tido a oportunidade de representar tão dignamente o folclore português.

Quero cumprimentar ainda o Cino, do Juvenilense; e todos que aqui se encontram porque sem dúvida nenhuma, esta é uma Sessão Solene extremamente importante, em que comemoramos o Dia de Portugal, o Dia de Camões e o Dia das Comunidades Luso-Brasileiras.

Sem dúvida nenhuma, neste momento é importante fazermos uma corrente de solidariedade com Portugal que passa por momentos difíceis na área econômica. Já passou o período eleitoral e tenho certeza que teremos a oportunidade de fazer desta Sessão não só a oportunidade de comemorarmos, mas também como de uma maneira espiritual, torcermos para que Portugal possa, com sucesso, retomar as dificuldades econômicas e ser o país importante que é na Comunidade Europeia. Cumprimento a senhora Renata; o senhor Armando Torrão; e todos aqueles ligados a imprensa e que fazem esse elo entre Portugal, Brasil e as nossas comunidades.

Comemoramos também o Dia de Camões – que é certamente um exemplo da literatura mundial e nosso patrício – e as Comunidades Luso-Brasileiras. No Brasil, todas as comunidades têm um elo extremamente importante e tenho certeza, professor Leonardo Placucci, que mesmo aqueles que não são descendentes de portugueses, mas que vivem entre nós – como você Leonardo que é descendente de italianos, como o nosso coronel Gerson – acabam se integrando à nossa comunidade e tem a oportunidade de ver momentos de lusa-brasilidade extremamente importantes.

Estou no Congresso Nacional já há sete mandatos, lutando junto com o Almeidinha, para superar algumas dificuldades – teve um determinado momento que tivemos algumas discussões ásperas com representantes do governo português que não queriam dar reciprocidade daquilo que tínhamos conquistado aqui na Constituição de 88 –, mas sem dúvida nenhuma, superamos essas dificuldades e o elo maior disso foi o Almeidinha que sempre esteve presente nesta luta, privilegiando, às vezes em detrimento da sua relação com o governo português, as comunidades luso-brasileiras.

Portanto, é extremamente importante, Deputado Fernando Capez, que você tenha a oportunidade de fazer com que esta comunidade de luso-brasileiros possa estar junta participando deste evento extremamente importante. E particularmente por ser na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a cidade que mais congrega portugueses fora de Portugal aqui no nosso Estado. E, sem dúvida nenhuma, nós por onde andamos acabamos encontrando um português que fez a sua vida aqui no Brasil, criou os seus filhos aqui no Brasil e que torce hoje para que Portugal supere rapidamente as dificuldades econômicas e financeiras por que passa. Tenho certeza que o fará e estaremos juntos para comemorarmos aquela superação das dificuldades e sempre lembrarmos da querida pátria-mãe. Sem dúvida nenhuma, Portugal foi para nós brasileiros um Norte que permitiu que o Brasil tivesse dentro da América a maior parte do território físico e geográfico. Veja a parte da América Espanhola totalmente dividida, e a parte da América Portuguesa toda unida, sem dúvida nenhuma, pelo trabalho extremamente importante que foi feito pelos portugueses de outrora e que os portugueses de hoje continuam.

Parabéns Camões. Parabéns Comunidade Luso-Brasileira. Parabéns Portugal. Parabéns Assembleia Legislativa na pessoa do deputado Fernando Capez. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Passo agora a palavra ao Doutor Antonio Almeida e Silva do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira e o grande idealizador de toda esta Sessão Solene. O Doutor Antonio Almeida e Silva irá falar do parlatório da tribuna que por imperativo constitucional é privativo dos deputados, mas que hoje tem a honra de se curvar a autoridade deste grande brasileiro, deste grande luso-brasileiro.

 

O SR. ANTONIO ALMEIDA E SILVA - Boa - noite a todas amigas, todos os amigos. Eu inicio cumprimentando o nosso querido Deputado Fernando Capez, e na pessoa dele se me permitem cumprimento toda a Mesa com os ilustres companheiros, amigos e autoridades; também todos os convidados, dirigentes associativos, presidentes e diretores das nossas valorosas, heroicas instituições, casas, associações Luso-Brasileiras de São Paulo; aos grupos folclóricos, valorosos também, heroicos também, à imprensa luso-brasileira, a todas as senhoras e senhores.

É minha função, é minha obrigação, Deputado Fernando Capez, uma palavra de gratidão primeiramente em nome dos portugueses e luso-brasileiros de São Paulo pela iniciativa de mais esta sessão que assinala a data máxima do nosso país, a data mais importante para nós portugueses de todas as partes. E neste sentido, portanto, quero em nome da Comunidade Portuguesa e Luso-Brasileira de São Paulo iniciar agradecendo de forma muito intensa e sincera a iniciativa desta sessão por esse querido e nosso parlamentar, representante da nossa coletividade.

A comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é uma data de grande conteúdo moral e sentimental para todos nós. Somente alguém que tem conosco tanta identidade e cumplicidade como o Deputado Fernando Capez poderia ter esse gesto repetido nos últimos cinco anos, desde que ele assumiu a primeira legislatura. Muito obrigado, Deputado Fernando Capez, Deus te pague. Os portugueses serão sempre gratos por esse gesto.

Estamos aqui reunidos para ressaltar a magnitude do “10 de Junho”, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, conscientes de nossa dificuldade para enfocar devidamente a memória do herói, que melhor resume e significa as aspirações da raça, o ímpeto do nosso sangue, o exemplo e norte mais seguros da conduta que Portugal deve seguir para ser sempre respeitado e grande.

É que, tal como escreveu João de Barros, “a permanente atualidade dos Lusíadas não provém só da sua beleza épica e lírica, mas da sua força nacionalizadora e da persistência agudíssima das qualidades e do destino do povo português”.

Ao ligarmos Camões ao Dia Nacional de Portugal, “implicitamente estamos a cantar a Epopéia dos nossos maiores e a afirmar que, tal como os Lusíadas transcendem as gerações, também a pátria, para nós, transcende a própria eternidade”.

Sob sua inspiração tais comemorações ganham uma dimensão que ultrapassa a simples celebração de uma efeméride, para se constituir em verdadeiro apelo à consciência e aos sentimentos de todos nós portugueses, espalhados pelos diversos cantos do mundo. O passado glorioso de Portugal vivo na epopeia de Camões, representa e representará a nossa responsabilidade de sempre.

Nesse sentido amigos, realmente, o Dia das Comunidades é adequado para lembrar o passado, mas sem dar-lhe o tom e conotação de oração fúnebre, como acontece quando se fala de heróis e de gente ilustre do passado. Ao contrário, a figura símbolo do poeta deve ser lembrada a servir como ponto de união entre todos os portugueses de ontem, de hoje, e de sempre, já que “Camões não é apenas o maior, mas também o mais moço dos poetas portugueses, representando como tipo humano o português de todos os tempos!”

Basicamente amigos, o “dia 10 de Junho” é dia Nacional, no qual o papel pujante do homem lusíada é colocado em relevo, servindo para estabelecer uma corrente de amor e fé entre milhões de portugueses que um dia, a um grande custo tiveram que deixar o país, ligados e irmanados na saudade de seus pagos, de sua gente e de seus cantares.

Pode parecer surpresa para alguns, e nós gostamos de falar isso sempre, repito todos os anos, pode parecer surpresa para alguns a ligação do nome de Camões ao Dia das Comunidades Portuguesas, mas ela é facilmente justificada, já que existe no grande épico, o símbolo e a expressão do que mais alto nos projetou como país independente. Nós nomeamos um poeta para falar por nós, porque ele significa para todos o homem comum português, capaz de sonhar e realizar, capaz de aventuras por mares nunca dantes navegados, ao lado de ser o indivíduo apegado à sua terra natal, capaz de arroubos épicos e lirismo, criando nações gigantescas e dando ao mundo uma língua pela qual se entendem milhões de pessoas.

Em os “Lusíadas”, a presença real de uma história, de que fazemos parte, elevada ao plano da liberdade da emoção estética, não é, nem pode ser, só um motivo de culto passadista, por legítimo que tal seja.

Uma das coordenadas, e talvez a mais significativa, é a dimensão dada à sociedade portuguesa pela existência de tantas Comunidades Lusíadas nos mais diversos pontos do mundo, Comunidades que Camões não podia prever na sua forma atual, mas cujo nascimento e razões de ser se espelham muito bem em “Os Lusíadas”. De fato somos uma “Pátria de Comunidades”, e como tal constituímos um povo único, com dimensão especial e específica, que extravasa os limites territoriais, outorgando a Portugal essa condição singular que orgulha e muito a todos nós.

Os milhões de cidadãos portugueses espalhados pelo mundo, e as suas comunidades constituem um elemento estrutural da nação portuguesa. E, é através dessas comunidades que se confirma a vocação universalista e humanista de Portugal.

Um conceito que faz parte moral dos homens que foram expoentes e referência de diversas gerações, e por consequência, os construtores de comunidades em todo mundo, conscientes de que o desbravamento dos mares, que sempre representaram a bravura e determinação de um povo vencedor, estará sempre a projetas lindas e inesquecíveis páginas de uma história que até os dias de hoje nos emociona. Mares que, com o nosso povo, encurtaram separações e baniram desconhecimentos, fazendo o mundo moderno.

Este povo não morreu em outros, pelo contrário, sobrevive, nos quatro cantos da terra, e no território que é seu, não hiberna na modorra da saudade sonhando sonhos velhos. É um povo vivo, e ainda o mesmo povo com capacidade de aventura e de pragmático trabalho no quotidiano, com a memória de antigas amizades e a facilidade de as reatar. A própria língua, gostamos dela em nós, mas também nos outros. O nosso passado, a nossa história, são nossos e são de outros também que conosco a viveram.

Amigos, hoje é o dia certo a estimular esta reflexão. E nesse sentir e pensar não podemos olvidar a mais emblemática de todas as nossas comunidades espalhadas pelo mundo, que é esta abraçada pelo Brasil, por esse grandioso e querido país e pelo seu povo generoso, como espaço legítimo de valores e sentimentos armazenados ao longo dos séculos, que precisam muito ser defendidos e perpetuados. Espaço que nos impõe o desafio de constituirmos a grande comunidade lusófona, em nome da paz, da fraternidade, do progresso e da justiça social dos nossos dois países e dos nossos povos.

O passado histórico comum incentiva-nos, o presente reclama-o, e o futuro exige de forma definitiva que isso aconteça.

Viva o Brasil, Viva Portugal! Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Agradecemos as belas palavras do nosso estimado senhor Antonio Almeida e Silva.

Passo a palavra ao Cônsul-Geral de Portugal no Brasil, Doutor José Guilherme Queiroz de Ataíde.

 

O SR. JOSÉ GUILHERME QUEIROZ DE ATAÍDE - Boa - noite. Quero começar saudando o Deputado Fernando Capez, responsável por esta iniciativa e na pessoa dele todos os demais membros da Mesa; saudar a presença de todos.

Quero agradecer ao Deputado Fernando Capez que permite a comemoração do 10 de Junho nesta ilustre Casa. Eu penso que isso mostra bem a força dos laços de Portugal e do Brasil, a força da Comunidade Portuguesa e Luso-Brasileira do Estado de São Paulo. E é um indício de grande apoio, no momento que Portugal está em crise é importante estarmos aqui todos juntos para assinalar o 10 de Junho.

Então os meus agradecimentos em nome de Portugal. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Quero também anunciar a presença da fadista Glória de Lurdes e da querida Tereza Morgado que me presenteou com uma obra sobre a vida de um dos grande ídolos meus no futebol, o jogador de futebol Enéas que jogou na Portuguesa, que foi o primeiro jogo que eu assisti no Morumbi quando entrei no dia 27 de julho de 1975, inesquecível, um São Paulo x Portuguesa, e a Portuguesa naquela época tinha o melhor time do Estado, e um dos melhores do país. E eu me emocionei muito e fiquei muito feliz com o presente sobre a vida de Enéas.

Quero também saudar o senhor Martins de Araújo, nosso querido radialista, lembrado, bem lembrado, oportunamente lembrado, por nosso querido Deputado Federal Arnaldo Faria de Sá; o senhor Antonio Rodrigues, Presidente do Elo Sul; nosso querido David da Fonte, do BANIF; a Renata, querida Renata, da Revista Naus; o senhor Arnaldo Torrão, também da imprensa, Portugal em Foco; queridíssimo senhor Artur Andrade Pinto Arouca; senhor Paulo Roberto Esteves, grande advogado, diretor jurídico do Conselho; a radialista Adriana Cambaúba que aqui também se faz presente; aqui também já nominado, e lembrado mais uma vez, professor Leonardo Placucci, grande educador, um dos grandes educadores que se faz aqui também presente; o senhor Carlos Bitencourt, do Bela Sintra, essa grande representante da culinária portuguesa no Brasil, um restaurante belíssimo – e agora abriu em Brasília, portanto, quando eu for lá visitar o Deputado Arnaldo Faria de Sá nós vamos jantar lá no Bela Sintra.

Enviaram aqui suas correspondências parabenizando pelo evento e lamentando a impossibilidade de comparecimento: senhor Guilherme Afif Domingo, vice-Governador do Estado de São Paulo; prefeito da cidade de São Paulo Gilberto Kassab; Desembargador Armando Toledo, do Tribunal de Justiça de São Paulo; senhor Paulo Alexandre Barbosa, Secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e deputado estadual; Secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri; nosso querido colega Deputado Estadual Celino Cardoso; Secretário de Estado da Administração Penitenciária, Lourival Gomes; senhor João Salgueiro, Embaixador de Portugal; Presidente da Assembleia Legislativa, Barros Munhoz; meu querido colega, Secretário de Estado do Meio Ambiente, deputado estadual e ex-Presidente da Frente Parlamentar das Tradições Portuguesas, Deputado Bruno Covas, nosso querido e estimado amigo; o grande advogado, um dos maiores juristas de todos os tempos, Professor Doutor Ives Gandra da Silva Martins tão estimado que por um Projeto de Resolução esta Assembleia criou a Medalha Ives Gandra da Silva Martins para cumprimentar e homenagear pessoas que renderam o seu trabalho a este país; também o nosso querido Maestro João Carlos Martins, esse grande nome da música nos cumprimenta; Desembargador Marco Antonio Marques da Silva; Deputado Antonio Mentor; Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Desembargador José Roberto Bedran; Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Vereador José Police Neto; eminente desembargador federal, culto magistrado, Presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Doutor Roberto Haddad, também o seu prestígio; eminente Presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Doutor Nelson Henrique Calandra e Sebastião Amorim; o líder do Partido dos Democratas, Deputado Estevam Galvão. Como é querida a nossa comunidade, Deputada Regina Gonçalves, e vamos ainda nominando.

Não passou pelo Cerimonial, mas veio aqui o meu querido e estimado capitão, major, tenente-coronel, e coronel Rezende, responsável pela segurança dos estádios de futebol durante muitos anos, que tem no seu currículo determinada prisão do Cilinho por desacato num jogo São Paulo x Portuguesa. Está aqui também presente, uma satisfação; muito nos honra a sua presença.

Feitas estas justas referências e outras que serão feitas no decorrer desta sessão assistiremos a apresentação do Grupo Jograis, cujos integrantes são: Eliana Martins; professor magistrado, Doutor Evanir Ferreira Castilho; Rosa Maria Claro; e Milton Franceschini; com os poemas: Alma Minha Gentil que te Partiste, de Camões; Amor é Fogo que Arde sem se Ver, de Camões; e Mar Português, de Fernando Pessoa.

 

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- É feita apresentação do Grupo Jograis.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Anunciamos também, agradecendo a maravilhosa apresentação do Grupo Jograis, nós anunciamos a honrosa presença do Doutor Manoel Tavares Almeida Filho, Presidente do Banco Luso-Brasileiro; Doutora Adriana Fantin, representante da Advocacia Geral da União; Doutor Marcelo Guerra, Presidente da Casa dos Açores; eminente Comendador Joaquim Justos dos Santos que enviou uma correspondência lamentando a impossibilidade de seu comparecimento por motivo de saúde.

Hoje, 10 de junho, celebra-se o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em todo o mundo. Luis Vaz de Camões o maior poeta da língua portuguesa e um dos maiores do mundo de todos os tempos, comparável a Willian Shakespeare. Há alguns dados que não são precisos sobre sua biografia. Sabe-se, no entanto, que nasceu no ano de 1524 em Lisboa, e faleceu no dia 10 de Junho de 1580, por isto se celebra esta data.

Nessa época Portugal estava sob o julgo da Espanha, do rei Felipe II, da invencível armada, e Camões relatava as epopeias desta nação que soube pioneiramente antes de qualquer outra desbravar os mares, como Fernão Magalhães o primeiro a dar a volta ao mundo e provar que o mundo era redondo, como Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e tantos outros.

De uma família da pequena nobreza, sobre a sua infância tudo que se sabe são conjecturas, mas ainda jovem recebeu sólida educação nos moldes clássicos dominando latim, e conhecendo a literatura e histórias antigas e modernas. Provavelmente estudou na Universidade de Coimbra, mas não há documentação da sua passagem. Frequentou a Corte de D. João III, iniciou sua carreira como poeta lírico e envolveu-se, como narra a tradição, em amores com damas da nobreza e possivelmente plebeias, além de levar uma vida turbulenta e aventureira. Diz-se que por conta de um amor frustrado se autoexilou na África, alistou-se como militar,lutou, perdeu um olho em batalha. Voltando a Portugal, em um incidente feriu o servo do Paço e foi preso. Perdoado, partiu para o Oriente, passando lá vários anos enfrentou um crise das adversidades, foi preso algumas vezes, combateu bravamente ao lado das Forças Portuguesas. Escreveu a sua obra mais conhecida: a epopeia nacionalista Os Lusíadas.

De volta à pátria publicou Os Lusíadas e recebeu uma pequena pensão pelos serviços prestados à Coroa. Mesmo assim, nos seus anos finais parece ter enfrentado dificuldades para se manter e garantir a própria subsistência, já que nunca foi apegado a valores e bens materiais.

Logo após a sua morte, sua obra lírica foi reunida na coletânea Rimas, tendo deixado também obras de teatro. Enquanto viveu queixou-se várias vezes das injustiças que sofrera, e da escassa pensão que sua obra recebia. Mas pouco depois de falecer, sua poesia começou a ser reconhecida como valiosa e de alto padrão por vários nomes importantes da literatura europeia, ganhando prestígio sempre crescente entre o público e os conhecedores, influenciando gerações de poetas em vários países.

Camões foi um renovador da língua portuguesa, e fixou-lhe um duradouro cânone. Tornou-se um dos maiores e mais fortes símbolos de identidade de sua pátria, e é uma referência para toda comunidade lusófona internacional. Hoje sua fama está solidamente estabelecida, e finalmente é considerado um dos grandes e maiores vultos literários da tradição ocidental. Sendo traduzido para várias línguas e tornando-se objeto de uma vasta quantidade de estudos críticos.

Os Lusíadas é considerada a epopeia portuguesa por excelência. O próprio título já sugere as suas intenções nacionalistas, sendo derivado da antiga denominação romana de Portugal Lusitânia. É um dos mais importantes épicos da época moderna devido a sua grandeza e universalidade. A epopeia narra a história de Vasco da Gama e dos heróis portugueses que navegaram em torno do antigo Cabo das Tormentas e graças a ele tornado Cabo da Boa Esperança. E abriram sim uma nova rota para Índia. É uma epopeia humanista mesmo nas suas contradições, na associação da mitologia pagã a vida cristã, nos sentimentos opostos sobre a guerra e o império, no gosto do repouso e no desejo de aventura, na apreciação do prazer sensual e nas exigências de uma vida ética, na percepção da grandeza, no pressentimento do declínio, no heroísmo pago com sofrimento e luta.

Tudo se resume no poema que abre com os seguintes versos:

“As armas e os barões assinalados

Que, da ocidental praia lusitana,

Por mares nunca de antes navegados

Passaram ainda além da Trapobana,

Em perigos e guerras esforçados,

Mais do que prometia a força humana,

E entre gente remota edificaram

Novo reino que tanto sublimaram

Cantando, espalharei por toda parte

Se a tanto me ajudaram o engenho e a arte”. Os Lusíadas – Canto I.

É neste dia, por esta razão que nós entregaremos, a partir deste momento, o certificado aos homenageados que muito devem se orgulhar do recebimento desta comenda, neste dia tão valoroso, tão importante não apenas para as comunidades portuguesas, mas para todos nós brasileiros, para todo mundo.

Passo agora a chamar para receber esta comenda e pedindo que me auxiliem nessa entrega o senhor Antonio Almeida e Silva, e o nosso querido Deputado federal Arnaldo Faria de Sá, depois nós pediremos auxílio aos demais integrantes da Mesa.

Peço que venha a frente receber a sua comenda o homenageado José Carolino Aires. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do Certificado.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Senhor Antonio Almeida e Silva, por que José Carolino Aires?

 

O SR. ANTONIO ALMEIDA E SILVA - Pelo enorme trabalho que ele fez a frente da Comunidade Gebelinense, uma das nossas mais atuantes instituições em São Paulo. E homenageando essa grande figura estamos homenageando também esta grande Comunidade.

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Próximo homenageado, senhor Antonio Joaquim O. P. Freixo.

 

O SR. ANTONIO ALMEIDA E SILVA - O querido Antonio Freixo é aquela figura que está em todos os pequenos e grandes eventos da Comunidade, sempre de forma humilde, mas de forma incessante e atuante. É um querido amigo a quem nós prestamos a nossa grande homenagem, e o nosso querido abraço a ele por tudo que ele faz e por tudo que ele representa. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do Certificado.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Pediria agora também ao doutor José Guilherme Queiroz de Ataíde, e ao nosso estimado Antero José Pereira, Presidente do Sindipan que venham auxiliar juntamente com o senhor Antonio Almeida e Silva e o nosso Deputado federal Arnaldo Faria de Sá.

O próximo homenageado é o senhor Manoel Rodrigues Tavares de Almeida Filho. (Palmas.)

 

O SR. ANTONIO ALMEIDA E SILVA - O doutor Manoel já era para ter sido homenageado no ano passado pelo trabalho que vem realizando a frente da Câmara Portuguesa de Comércio. Hoje tendo uma atividade que está sendo elogiada e admirada por toda sociedade civil e que, em novembro, realizou um dos maiores eventos, um dos maiores jantares que a Comunidade já realizou até hoje, quando elegeu e homenageou o Presidente Lula na Hípica. Um jantar com mais de mil pessoas, com todas as autoridades de todos os segmentos, a Câmara hoje tem uma visibilidade enorme e aproveita muito a ação organizada da Comunidade Portuguesa em São Paulo. Ela,  realmente, merece essa homenagem. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do Certificado.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Próximo homenageado, senhor Roberto Vilela. (Palmas.)

 

O SR. ANTONIO ALMEIDA E SILVA - O senhor Roberto Vilela é um grande empresário em São Paulo, uma figura que tem uma atuação muito forte, muito grande junto a Comunidade. Participa também junto com o Carlos Bitencourt e vai participar do Bela Sintra em Brasília, é o homem que distribui o grande vinho Quinta da Bacalhoa que, aliás, ele gentilmente doou algumas caixas para que a gente saboreie daqui a pouco. Nós temos que agradecer a ele também por isso, mas é uma grande figura e amigo da nossa Comunidade. E nós queríamos realmente dar esse abraço, essa homenagem para estreitar ainda mais essa ligação. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do Certificado.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Chamaremos agora o meu querido coronel, que eu conheci ainda capitão, olha quanto tempo! Nosso querido coronel Gerson Rezende. (Palmas.)

 

O SR. ANTONIO ALMEIDA E SILVA - O coronel tem uma integração e uma vivência com a nossa Comunidade há muitos anos. No Elus Clube ele tem uma atuação bastante antiga, mas a ligação dele à Comunidade já começou lá atrás no 2º Batalhão de Choque quando ele era capitão ainda e foi enfrentar o nosso Deputado Arnaldo Faria de Sá em um jogo Portuguesa versus Palmeiras. Mas de lá para cá é um grande amigo desta Comunidade, temos o maior orgulho. A esposa dele, foi médica da Portuguesa, por isso há uma série de ligações que nos autorizam a dizer que é um amigo nosso da Comunidade e merece esta homenagem. (Palmas.)

 

 

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- É feita a entrega do Certificado.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Senhor Josué Dimas de Melo Pimenta. (Palmas.)

 

O SR. ANTONIO ALMEIDA E SILVA - Josué Dimas de Melo Pimenta é de uma família que todos conhecem, o pai dele é uma figura saudosa e ilustríssima na nossa Comunidade. Ele criou uma empresa conceituadíssima, um grupo, e até hoje ele mantém as ligações, apesar do seu pai infelizmente não estar mais entre nós, mas ele mantém a ligação a essa Comunidade. Hoje ele está lá na Beneficência cumprindo o papel importantíssimo e merece efetivamente essa homenagem também. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do Certificado.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - O próximo homenageado é o querido professor Leonardo Placucci. (Palmas.)

 

O SR. ANTONIO ALMEIDA E SILVA - Dispensa apresentações. É um querido para a nossa Comunidade, o querido da Portuguesa. Homem da área da Educação com uma obra gigantesca, com uma universidade hoje, e um homem humilde que está sempre conosco. Nós temos muito orgulho de ter o professor Leonardo Placucci nas nossas lides, nos nossos eventos. É um orgulho tê-lo, e muito obrigado por tudo, professor. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do Certificado.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Senhor Eliseu Tirado. (Palmas.)

 

O SR. ANTONIO ALMEIDA E SILVA - O Doutor Eliseu Tirado é um médico com larga atuação na Comunidade Portuguesa, muitos o conhecem desde anos e anos atrás quando ele ainda atuava no Trasmontano. Continuou atendendo muita gente da Comunidade que tem nele um grande amigo, um médico sempre presente, e a indicação dele chegou ao Conselho, várias pessoas indicaram o nome dele para que fosse homenageado hoje, e nós o fazemos com muito carinho e orgulho porque temos uma amizade por ele há muitos anos. Merecedor, e eu tenho muita emoção de homenagear essa figura aqui. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do Certificado.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB – Senhor Alcides Terrível. (Palmas.)

 

O SR. ANTONIO ALMEIDA E SILVA - O Doutor Alcides Terrível é o novo Presidente do Centro Trasmontano de São Paulo, mas ele já atua no Trasmontano há muito e muitos anos. Médico renomado, médico conceituado, conhecidíssimo da Comunidade, assumiu agora a Presidência substituindo o doutor Fernando Moredo, e antecipadamente todos já sabem que ele está fadado a realizar um grande trabalho e vai ter a nossa ajuda, a nossa homenagem e o nosso carinho. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do Certificado.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Senhora Tereza de Jesus Pires Morgado. (Palmas.)

 

O SR. ANTONIO ALMEIDA E SILVA - Precisamos falar alguma coisa dela? Falar que é o nosso amuleto, o nosso grande amor, grande figura a quem esta Comunidade rende as suas merecidas homenagens. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do Certificado.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Por último, esta figura maiúscula da Comunidade Luso-Brasileira, mas, antes, vamos chamar o nosso penúltimo homenageado, o ilustre representante que vai falar em nome de todos os homenageados, merecedor da nossa máxima distinção, o doutor José Roberto Cordeiro (Palmas.)

 

O SR. ANTONIO ALMEIDA E SILVA - O Doutor José Roberto Cordeiro é o atual Presidente do Conselho Deliberativo da Associação Portuguesa de Desportos, um jovem, um grande médico, que hoje é a noite dos médicos pelo que eu estou vendo aqui, mas é um jovem que está realizando um trabalho incrível na Portuguesa. Um homem vigilante, um homem preocupado com a Portuguesa e nós precisamos disso. Choramos um no ombro do outro, e esse homem é um jovem que está realizando um grande trabalho e nós admiramos muito tudo o que ele faz. Parabéns. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do Certificado.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Eu estava aqui brincando porque nós estivemos juntos assistindo a final do Campeonato Brasileiro entre Portuguesa versus Grêmio. Eu não entendo muito de futebol, a Portuguesa ganhou de 2 a 0 aqui, e perdeu de 2 a 0 lá, não entendi porque não dividiram o título. Deram para o Grêmio. Acho que alguma injustiça aconteceu aqui e por isso nós estávamos reclamando na volta de Porto Alegre, mas não tem problema. Aconteceram algumas coisas que depois o Presidente Amílcar Casado contará para vocês, a gente acabou se vingando.

Quero fazer o registro do senhor Dalmo Pessoa que está presente, grande jornalista, você nos honra por estar aqui conosco. Uma salva de palmas para o senhor Dalmo Pessoa, porque ele é merecedor de todo o nosso respeito. (Palmas.)

Também vejo chegando a nossa querida senhora Suzi Camacho, grande psicóloga, apresentadora, atriz, mulher polivalente, de grande inteligência perspicácia, ela também nos honra com a sua presença. Uma salva de palmas para você também. (Palmas.)

Por último, esta nossa maiúscula figura, Presidente do Banco Banif, Presidente da Casa de Portugal que sempre tem apoiado todas as ações realizadas pela Assembleia Legislativa no que diz respeito a Comunidade Luso-Brasileira, o Banif que é patrocinador da Portuguesa de Desportos, e também do Felipão. Outro dia eu liguei para o David no celular, mas ele não me atendeu, um closed, de mais ou menos dois minutos no jogo pela Globo, da manga do Felipão, Banif, Banif. Deixei recado para você lá David.

Então vamos chamar agora doutor Antonio Julio Machado Rodrigues. (Palmas.)

 

O SR. ANTONIO ALMEIDA E SILVA - A homenagem que a gente presta ao doutor Antonio Julio Machado Rodrigues é pelo trabalho que ele vem realizando na Casa de Portugal, a parte de ser um dos grandes empresários que nós temos em São Paulo Luso-Brasileiro, ele tem encontrado tempo para dirigir a Casa com zelo, dedicação e mantendo aquela instituição-mater nossa. Isso é um trabalho que a Comunidade realmente admira e está muito grata a tudo que o Julio tem feito. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do Certificado.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Fala agora em nome dos homenageados o doutor José Roberto Cordeiro. (Palmas.)

 

O SR. JOSÉ ROBERTO CORDEIRO - Boa-noite a todos. Quero saudar o Presidente da Mesa, digníssimo Deputado Fernando Capez; o cônsul de Portugal, doutor José Guilherme Queiroz de Ataíde; nosso Deputado federal Arnaldo Faria de Sá; Presidente das Comunidades do Estado de São Paulo, doutor Antonio Almeida e Silva; nosso Presidente, nosso eterno Presidente professor, doutor Leonardo Placucci, e o senhor Antero Pereira, Presidente do Sindicato dos Panificadores.

Senhores, senhoras, Presidentes das Casas Portuguesas, das Comunidades, tive a grata satisfação de chegar até aqui. Perguntaram-me se eu falaria em nome dos homenageados. Primeiro, quero agradecer por esse regalo que foi me dado, não pude negar esse convite para poder dizer algumas palavras.

Na verdade, falar a respeito dos homenageados em um dia tão importante, no Dia de Portugal, no Dia de Camões, e no Dia das Comunidades é um orgulho, porque ser homenageado em um dia de uma Comunidade, como o Deputado Arnaldo Faria de Sá já citou, os desbravadores portugueses conseguiram manter um território na dimensão do meu querido Brasil e, acima de tudo, conseguiram manter o país em união e em uma miscigenação de raças, poucas pessoas citam isso. Eu não conheço no mundo um país que tenha essa miscigenação do branco, do negro, do amarelo e do vermelho que aqui já estava. O nosso povo português que aqui chegou deu essa oportunidade, assim nasceu o nosso Brasil de hoje. O Brasil do mulato, do moreno, do branco e do negro. Eu não conheço outro país que conseguiu viver harmoniosamente nessa condição.

Ser homenageado, no dia de hoje, no Dia de Portugal, é um orgulho muito grande, acima de tudo, porque eu sou brasileiro com muito orgulho, mas tenho uma honra muito grande de ser filho de português.

Quero falar aqui para vocês que eu não vim com nada decorado, mesmo porque eu não sabia dessa situação, estou falando aqui com o coração, não podia, logicamente, deixar de citar umas das passagens que eu tive com o senhor que nasceu em Mogadouro, alguns devem conhecer, e de uma senhora que nasceu em Mogadouro também Trás-os-Montes, meu pai e minha mãe, portugueses com muito orgulho.

Em 1972, Deputado Fernando Capez, como nós gostamos de futebol, e eu sei que você gosta também, nós tivemos uma final Brasil versus Portugal aqui no Brasil. Eu tinha 13 anos e, nesse dia, iria jogar o time do meu país contra o time do país do meu pai. Eu ainda era pequeno e queria entender isso. E a gente ficou um pouco constrangido antes, durante, e feliz porque o Brasil ganhou, mas querendo ver como o meu pai iria reagir. Eu aprendi o que é ser filho de português e ter honra de ser filho de português, pois o meu pai pegou a caixa de fogos, pegou a bandeira do Brasil e com muito orgulho foi comemorar o Campeonato da Independência na final no Rio de Janeiro. Eu já tinha orgulho de ser filho de português e nesse momento eu fiquei feliz. Continuo sendo feliz por fazer parte desta Comunidade.

Quero de coração, em nome do meu pai e da minha mãe que já se foram, homenagear aqueles portugueses que vieram aqui para o Brasil, parte deles são os senhores que aqui, estão para lutar por uma vida melhor, e homenagear àqueles portugueses que já se foram e colaboraram com a grandeza deste meu país, do meu Brasil do coração. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Há pouco tempo, citamos a presença do doutor Manoel Magno, diretor do Banif Financeira.

Na semana passada eu estava passeando com a minha filhinha mais velha, a Maria Fernanda e ela me pediu para comer um chocolatinho.  Ela comeu com uma vontade, com apetite, virou-se para mim e falou: “Nossa, pai, já acabou?”

E eu me lembrei disso na Sessão de hoje. Sessão afago, familiar, que passou tão gostosa, mas tão rapidamente, nesta noite. Esta é uma Sessão que reafirma os laços de cooperação, de amizade, de tolerância, sobretudo, de amor entre as Comunidades Brasil e Portugal. Talvez entre a Comunidade, não sei se posso falar em duas Comunidades, mas em uma só na Comunidade Luso-Brasileira.

O Deputado Arnaldo Faria de Sá ficou muito feliz quando lembrou, se nós pegarmos a linha do Tratado de Tordesilhas de 1494 e olharmos a parte que fora destinada a este território, e posteriormente estudarmos o trabalho que as sucessivas Bandeiras e Entradas realizadas pelos portugueses excursionando-se por um território absolutamente inóspito e desconhecido. E se rememorarmos quando veio para cá, Século XIX, D. João VI e o Infante D. Pedro II enfrentando rebeliões separatistas por todo território nacional – Cabanagem, no Pará; Balaiada, no Maranhão; Sabinada, na Bahia; Farroupilha, no Rio Grande do Sul; Confederação do Equador, no Pernambuco; Revolta dos Alfaiates, na Bahia - e pela obstinação pertinácia do regime que ali se encontrava dos portugueses que vieram para cá fazer desta também sua nação o território foi mantido íntegro.

Por isso, e pelo trabalho diuturno e dedicado que cada português fez com o esforço de suas mãos, educando os seus filhos, transmitindo-lhes o amor a sua pátria de origem e a Nação brasileira. Por todos esses laços é que a Assembleia Legislativa, Antonio Almeida e Silva, juntamente com o nosso querido Deputado Arnaldo Faria de Sá, digno representante da Comunidade no Congresso Nacional, dizemos muito obrigado a todos vocês. Enquanto eu estiver aqui nesta Casa, sentado na minha cadeira de deputado estadual aqui estará sentada toda Comunidade Luso-Brasileira.

Esgotado o objeto da presente Sessão, quero fazer uma referência à dona Yeda, neta de português, 60 anos de Assembleia Legislativa, que com esmero cuida de cada detalhe deste Cerimonial, que em uma Sessão Solene que fomos realizar teve a fratura do seu fêmur, momentos antes de começar. Fui visitá-la aqui na enfermaria e ela com lágrimas nos olhos dizia: “Não fique aqui, você vai ficar nervoso, vai atrapalhar a Sessão Solene, você tem o que fazer.” Talvez se tivesse sido contemporânea nosso Luis Vaz de Camões teria reservado um versinho para ela nos “Os Lusíadas” porque ela bem simboliza o espírito e a garra de todo português.

Convidamos a todos para um coquetel que se realizará no Salão Waldemar Lopes Ferraz nesta Assembleia.

Agradeço aos funcionários desta Casa, ao Cerimonial, aos nossos assessores, à jornalista Delmíndia Costa que está à frente de toda essa organização, ao nosso querido Rogério Palermo, ao nosso querido Marechal, a Estela, ao Avatar, e a todos os nossos assessores.

Está encerrada a sessão. Boa-noite. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 54 minutos.

 

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