27 DE AGOSTO DE 2007

023ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DO “DIA DO BANCÁRIO”

 

Presidência: CIDO SÉRIO

 

Secretário: SIMÃO PEDRO


DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 27/08/2007 - Sessão 23ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: CIDO SÉRIO

 

COMEMORAÇÃO DO DIA DO BANCÁRIO

001 - CIDO SÉRIO

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada pela Presidência efetiva, a pedido deste deputado, com a finalidade de comemorar o Dia do Bancário. Convida todos para, de pé, ouvirem a execução do Hino Nacional Brasileiro pelo Grupo Caminho do Som, da comunidade de Heliópolis. Tece considerações sobre a história do bancário no Brasil, desde 1932.

 

002 - MARCOS MARTINS

Deputado Estadual, saúda os presentes. Relata a trajetória do Sindicato dos Bancários, na luta por liberdade democrática.

 

003 - VANDERLEI SIRAQUE

Deputado Estadual, saúda os presentes. Fala do trabalho que tem feito no sentido da aplicação de algumas leis, aprovadas em favor da categoria bancária.

 

004 - CHICO MACENA

Vereador da cidade de São Paulo, cumprimenta os presentes. Aborda a questão do engajamento da categoria bancária no processo de democratização do País. Cita o Projeto Travessia, que foi iniciativa dessa categoria.

 

005 - PAULO SANTOS MENDONÇA

Presidente do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e diretor da Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal de São Paulo (APCEF/SP), homenageia a categoria bancária pelos resultados apresentados no sistema financeiro, lamentando o não-reconhecimento por parte dos banqueiros.

 

006 - PAULO ROBERTO SALVADOR

Presidente da Afubesp, Associação dos Funcionários do Grupo Santander Banespa, Banesprev e Cabesp, saúda os presentes. Fala da fundação do Banco do Brasil, após a vinda da família real para o País. Cita as lutas nas quais se envolveu, como a questão do anti-racismo, a difusão  e o combate à LER, entre outras.

 

007 - VAGNER FREITAS DE MORAES

Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro - Contraf -, discorre sobre os problemas do trabalhador bancário. Defende o Governo Lula, considerando a sua eleição a redenção da classe trabalhadora brasileira. Clama pela reforma do sistema financeiro.

 

008 - SEBASTIÃO GERALDO CARDOZO

Presidente da Fetec CUT/SP, cita o processo de fusão e privatização que sofreu o País em 2002. Afirma que continuará lutando pela categoria bancária e por melhores condições de vida para os trabalhadores.

 

009 - MARIA DA GLÓRIA ABDO

Presidente da Associação dos Bancários Aposentados, fala da luta que tem travado em defesa da categoria bancária. Critica o Governo Lula por não fazer a reposição salarial dos aposentados.

 

010 - LUIS CLÁUDIO MARCOLINO

Presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, homenageia a categoria bancária, citando o papel do bancário na construção de uma sociedade justa.

 

011 - Presidente CIDO SÉRIO

Fala de seu orgulho de pertencer à categoria bancária. Tece comentários acerca da campanha salarial em andamento. Comenta a situação dos funcionários do ABN/Real na luta pela garantia de emprego. Lê Manifesto em Defesa do Emprego. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Cido Sério.

 

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O SR. PRESIDENTE - CIDO SÉRIO - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Simão Pedro  para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - SIMÃO PEDRO - PT - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

O SR. PRESIDENTE - CIDO SÉRIO - PT - Sras. e Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Vaz de Lima, atendendo solicitação deste Deputado, com a finalidade de comemorar o Dia do Bancário e homenagear a Sra. Maria da Glória Abdo, presidente da Associação dos Bancários Aposentados de São Paulo, o Sr. Sebastião Geraldo Cardozo, o Tião, presidente da Fetec CUT/SP; o Sr. Vagner Freitas de Moraes, presidente da CONTRAF - Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro; o Sr. Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

Convido a todos e todas para, em pé, ouvirmos a execução do Hino Nacional Brasileiro pelo Grupo Caminho do Som, da comunidade de Heliópolis.

 

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-  É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - CIDO SÉRIO - PT - Quero dizer a todos e a todas que a Banda Caminhos do Som é uma iniciativa da Profª Olga Teixeira, arte-educadora de música, que organizou e capacitou os alunos da escola estadual situada na região de Heliópolis, a maior favela da nossa cidade e do nosso estado. É um trabalho maravilhoso. O  Caminhos do Som é um complemento desse trabalho que a Olga começou. O pessoal pratica e estuda no espaço da Unas, no Heliópolis, e no CEU Meninos.

A banda é formada por 15 músicos: Elaine e Fernanda tocam clarinetas; Mariléa, Magno, e o Djack tocam sax alto; Olga e Alexandre tocam sax tenores; Nadson e Reinaldo tocam trompetes; Maria toca sax soprano; Anderson toca bateria; Vanessa e João tocam trombones; Daniel toca violão e Ismael toca contrabaixo. Solicito uma salva de palmas para eles! (Palmas).

Soube há pouco que o nosso líder, Deputado Simão Pedro, também foi bancário do Banespa, assim como o Deputado Vanderlei Siraque e o Deputado Marcos Martins é do nosso Sindicato dos Bancários de São Paulo, companheiro com quem tenho a honra de dividir aqui, pois somos oriundos do mesmo sindicato. Obrigado.

Também estão conosco o Vereador Chico Macena, o Vereador Beto Cangussú e o nosso prefeito Ângelo César Malacrida. Tanto o Ângelo, o Beto e o Paulinho são diretores da Afubesp, cujo presidente é o Paulo Salvador. Agradeço a presença de todos vocês.

O Dia do Bancário começou a ser comemorado há 56 anos. Foi em 28 de agosto de 1951 que começou uma das mais longas e vitoriosas campanhas salariais da categoria. Na época os bancários reivindicavam um reajuste de 40% do salário mínimo profissional e adicional por tempo de serviço. A contraproposta dos patrões - à época não era diferente -foi apenas de 30%, e foram 69 dias de paralisação dos bancários. Um dado importante é que ao final da greve, e por uma decisão da Justiça em 5 de novembro, foi concedido um reajuste de 31 por cento.

Antes disso houve outros movimentos vitoriosos. Eu tenho que citar esse movimento até porque o Paulo Salvador está na nossa Casa. Em 1932 os bancários do Banespa fizeram uma greve importante também, uma das primeiras da categoria. Eram 130 trabalhadores da filial de Santos. A importância dessa paralisação é porque na época não era comum a categoria bancária - que era considerada setor de serviço - fazer greve. Quem fazia greve eram os operários de fábrica.

À época o jornal “A Tribuna de Santos” tratou a questão dizendo que os bancários, que era uma categoria considerada setor de serviço, nunca tinham usado o recurso extremo da greve. Até 1932 jamais tinham testado essa iniciativa. E com coragem e pioneirismo eles foram recompensados porque em 1932 todas as reivindicações foram aceitas. No ano seguinte, em 1933, a categoria alcançou seis horas de trabalho. Em 1934 também houve a paralisação já nacional da categoria. E essa história de combatividade da categoria bancária, a única do país a ter uma convenção coletiva nacional, continua até os dias de hoje.

Acho que homenagear o Luiz Cláudio Marcolino, o Vagner, o Freitas, o Tião, o Sebastião Cardozo e a Glória é resgatar um pouco a história do que essa categoria construiu ao longo dos últimos anos e o que ajudou na construção da Central Única dos Trabalhadores, na luta dos trabalhadores do nosso país.

Do ponto de vista formal, tenho de passar a palavra aos colegas deputados. Os homenageados terão o direito a fazer uso da palavra e poderão fazê-lo daqui ou da tribuna, o que acharem melhor.

Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. Marcos Martins - PT - Caro colega de bancada e também de categoria, Deputado Cido Sério, que preside esta sessão e que numa iniciativa muito importante solicita a convocação desta sessão solene em homenagem a essa categoria que ajudou a construir a história deste país.

Certamente, terei dificuldade para nominar todos os que aqui estão porque não tenho os nomes por escrito. Tenho que ser sincero. Vou aproveitar a oportunidade e, em nome do Vagner e do nosso companheiro Luiz Marcolino, saudar todos os presentes.

No plenário, vejo muitos conhecidos, muitos colegas, muitos companheiros de muitas maratonas, de muitas idas e vindas, de greves, de movimentos, de caminhadas, enfim, de resistência. Portanto, sintam-se representados aqui.

Sentimo-nos honrados de receber a representação de uma categoria que só nos engrandece, que só engrandece o Estado de São Paulo, que só engrandece a democracia e o exercício da cidadania.

Vou falar pouco, mas falarei de alguns episódios que pude conviver com a categoria, na resistência.

Ajudamos a transformar o dia 13 de junho, na Cidade de Osasco, como feriado para todos os bancários, mas havia um banco que não respeitava o dia do Padroeiro da Cidade de Osasco. Foi justamente na matriz do Bradesco que, numa paralisação monumental, iniciada numa madrugada, conseguimos fazer com que fosse feriado também na Cidade de Deus, em Osasco.

Como conseqüência disso, um mês após, houve intervenção no sindicato. Foram 18 meses de dificuldades. A maior parte da diretoria do sindicato não tinha condição de atuar. O choque foi muito grande. Banqueiros e representantes de banqueiros dentro do nosso sindicato, na primeira metade da intervenção dos 18 meses e, na outra metade, o Ministério do Trabalho. Tínhamos de fazer a Folha Bancária clandestinamente. Era um quarto, branco e preto. Tínhamos de vender “bottons”, fazer rifas, festas, atividades de outras categorias. Recordo que fizemos uma com o Sindicato da Construção Civil, no centro comunitário, para arrecadar fundos na época. Tínhamos de entregar o jornal e fazer a distribuição, mais ou menos clandestinamente, com aqueles que se arriscavam a levar o jornal para o local de trabalho, porque não havia quem o fizesse.

Arrumamos outros lugares para entregar os jornais porque todos os veículos do sindicato foram recolhidos. Havia uma rígida exigência na prestação de contas das despesas.

Foi um período difícil, porém, que nos engrandeceu. Os diretores, os funcionários e os apoiadores dessa resistência fizeram com que o Sindicato dos Bancários, mais uma vez, desse o seu testemunho e a sua distribuição por liberdades democráticas, por anistia, por eleições diretas nas capitais, nos estados e no país. Portanto, é um sindicato que, além das lutas do dia-a-dia, cumpriu e cumpre a sua missão, cumpre os seus compromissos junto à sociedade.

Na Cidade de Osasco, conseguimos inserir no calendário o dia 28 como o dia municipal de homenagem à categoria, quando se poderia fazer alguma atividade na cidade em função de tudo o que aconteceu durante todos esses anos.

Vou finalizar meu discurso porque, certamente, se cada companheiro for contar tudo o que vivenciou teria um livro para escrever. Não é justo que abusemos da paciência de quem veio aqui para relembrar e comemorar a importância da categoria bancária.

Vamos dividir o tempo com o nosso companheiro Deputado Vanderlei Siraque, que é bancário, e certamente lembrará outros episódios. Na seqüência teremos uma gama de informações e lembranças - algumas agradáveis e outras não muito agradáveis -, que ajudam a deixar registrada na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo a categoria bancária presente nas lutas, presente no cumprimento das suas obrigações, mas também presente no exercício da cidadania.

Esta Casa, cumprindo a sua obrigação, reconhece o papel dessa categoria e de sua direção.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O Sr. Presidente - CIDO SÉRIO - PT - Passo a palavra ao Deputado Vanderlei Siraque.

 

O SR. Vanderlei Siraque - PT - Boa-noite a todos. Boa-noite, Paulo Salvador, Vagner de Castro. Cumprimento a Mesa desta sessão solene, na pessoa do Deputado Cido Sério, que preside os trabalhos. Cumprimento também o Tião, o Luiz Cláudio Marcolino, o Taffarel, o Orlando. Se for citar todas as pessoas que conheço, ficaremos a noite inteira aqui.

A minha origem bancária e sindical é na Região do ABC paulista, junto com o Sindicato dos Bancários do ABC, embora eu nunca tenha sido membro do sindicato. Sempre fui oposição. Quando ganhamos o sindicato eu já era Parlamentar, já estava no segundo ou terceiro mandato em Santo André. E hoje estou há três mandatos como deputado estadual, graças aos bancários e ao povo do Estado de São Paulo.

Temos trabalhado fundamentalmente na aplicação de algumas leis aprovadas. Houve uma lei em Santo André relativa ao tempo máximo de permanência na fila do banco de 15 minutos e nos dias de pico de 30 minutos. Essa lei foi aprovada, mas nunca implementada. Existe uma representação no Ministério Público para que se faça cumprir a legislação.

Há projetos apresentados nesta Casa para que o horário de atendimento bancário corresponda com o horário comercial, mas parece que o “lobby” dos banqueiros aqui é mais forte do que o “lobby” dos bancários.

Muitas leis são até aprovadas, mas vetadas pelo Governador do Estado. Às vezes, o veto é derrubado e as leis não são regulamentadas e nem implementadas.

Não vou dizer que o Dia do Bancário seja um dia de comemoração, infelizmente. Poderia ser, mas é dia de luta. Ainda é dia de organização, dia de conscientização. Fizemos alguns seminários na Assembléia Legislativa sobre segurança bancária na Assembléia Legislativa, e também na região do ABC, juntamente com o Sindicato dos Bancários e a Contraf, com a presença de setores da Polícia Federal, responsável pela fiscalização, e da Polícia do Estado de São Paulo.

Estamos na luta. Infelizmente, a vida dos bancários, inclusive dos aposentados e especialmente daqueles que ficam na insegurança jurídica e que se originaram do Banespa - Banco do Estado de São Paulo – é continuar na luta mesmo após se aposentarem.

Quero lembrar, também, a participação dos bancários na cidadania, o Sindicato Cidadão. Tive a oportunidade de participar da luta pelo desarmamento, contra a violência, com grande participação do Sindicato dos Bancários e dos bancários no Estado de São Paulo e em todo o País, com diversas atividades dentro do próprio sindicato.

Apesar de ser ainda um dia de luta, e não de comemoração, cumprimento a todos os bancários que estão organizados em sindicatos, associações, confederações e na Central Única dos Trabalhadores. Respeitamos todas as centrais, mas sou adepto e fundador da Central Única dos Trabalhadores, e, também, dos bancários que fazem parte do Partido dos Trabalhadores.

Muitos fundaram o Partido dos Trabalhadores, como o Deputado Cido Sério, desta Casa, a quem desejo render as minhas homenagens por ter proposto esta Sessão Solene, pois os banqueiros não precisam de sessão solene, estão sempre por aqui. O dia do banqueiro é todos os dias, e o dos bancários comemoramos aqui, pelo menos, uma vez por ano.

Vamos continuar na luta até conquistarmos os nossos objetivos. Muito obrigado, (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CIDO SÉRIO - PT - Obrigado, Deputado Vanderlei Siraque.

Convido para usar da palavra o nobre Vereador Chico Macena.

 

O SR. CHICO MACENA - Boa noite a todos os bancários presentes. Gostaria de cumprimentar o Deputado Cido Sério e, em seu nome, cumprimento a todos os parlamentares e autoridades neste ato: o companheiro Vagner, do Contraf; o Presidente do Contraf, Luiz Cláudio e, em seu nome, cumprimento a todos os sindicalistas de toda  categoria bancária.

Ouvi o Deputado Marcos Martins, companheiro, falando da história de luta da categoria bancária. Gostaria de fazer um registro talvez com uma outra vertente do que eu vejo da categoria. Eu acho que existem muitas categorias profissionais, mas poucas estiveram na vanguarda do processo histórico deste país, poucas se engajaram profundamente na perspectiva de mudança também da qualidade de vida não só no ambiente de trabalho, mas da qualidade de vida da cidade e da sociedade. A categoria bancária é uma das poucas que teve essa perspectiva e visão de futuro e se engajou nesse processo.

Além do processo de democratização do país, como disse o Deputado Marcos Martins, das Diretas, da construção de uma central sindical combativa, os bancários sempre estiveram à frente, e hoje dá prazer emprestar um bancário para ser presidente dessa central. Além de todo o processo da luta política deste país e da luta sindical, os bancários também sempre estiveram à vanguarda, na cidadania e na luta social. Basta se lembrar dos projetos. Mudaram inclusive conceitos do trabalho social na Cidade de São Paulo.

Gostaria de fazer uma referência ao Projeto Travessia, que é uma iniciativa da categoria bancária. Em todos os momentos na Cidade de São Paulo, onde procuramos buscar uma outra qualidade de vida e outro perfil de organização que promovesse a inclusão social, estava lá presente a categoria bancária. Isso foi no processo de reurbanização do Centro da Cidade dentro de todo o debate de políticas de acessibilidade e de novos perfis de desenvolvimento urbano.

As cidades, principalmente a Cidade de São Paulo e a sociedade, além de agradecer o trabalho que é realizado, às vezes, sem as devidas condições, o trabalho realizado pelos bancários nas agências, e muitas vezes uma situação de extrema insegurança, de ‘stress’ permanente, a cidade tem uma dívida social com os bancários por aquilo que eles proporcionaram no debate de uma outra cidade, de uma outra qualidade de vida e de uma outra sociedade.

Sendo assim, hoje é de fato um momento de luta, mas é um momento que eu, como não-bancário, tenho de vir aqui e dizer parabéns a todos vocês. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CIDO SÉRIO - PT - Obrigado, Chico.

Passarei a palavra ao companheiro Paulo Santos Mendonça, que falará em nome da APCEF.

Esta Presidência registra a presença do Dr. Alencar Ferreira Júnior, que foi Diretor do nosso sindicato; do Diretor de Administração e Controle de Assistência a Seguros Aliança Brasil, Sr. Floriano Rozanski; companheiro, amigo do Conselho Deliberativo da Afabesp - Associação dos Funcionários Aposentados do Banespa.

O SR. PAULO SANTOS MENDONÇA - Boa noite, Deputado Cido Sério, demais componentes da Mesa Sebastião Cardozo, Vagner Freitas, Luiz Cláudio Marcolino, Presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e demais sindicatos presentes.

Falo em nome da Associação dos Funcionários da Caixa Econômica Federal de São Paulo - APCEF. Os funcionários da Caixa Econômica Federal, há cerca de 20 anos, ganharam o direito de ser reconhecidos como bancários, e isso é justo porque, embora seja um banco público, ou estatal, os seus problemas não diferem muito do restante da categoria bancária. É a falta de funcionários, sobrecarga de trabalho, assédio moral, então estamos iniciando, mais uma vez, uma luta para colocar na mesa essas questões e buscar soluções.

Na data de hoje, queremos prestar uma homenagem a toda categoria bancária, responsável por esses resultados fantásticos que vêm apresentando o sistema financeiro. Nunca se viu banco dar tanto lucro como está dando agora. Mas, infelizmente, o trabalho do bancário nem sempre é reconhecido pelos banqueiros, que, na hora de negociar, endurecem.

Esperamos que essa categoria conquiste, nessa campanha salarial, uma grande vitória, colocando-a no seu devido lugar, que o seu trabalho seja reconhecido, tornando o dia-a-dia do bancário mais ameno e prazeroso em todas as suas atividades.

Sentimo-nos honrados em participar aqui da Sessão Solene. Agradeço ao Deputado Cido Sério pela iniciativa de prestar esta homenagem. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CIDO SÉRIO - PT - Obrigado, Paulão.

Convido para fazer uso da palavra o Presidente da Afubesb, Associação dos Funcionários do Grupo Santander-Banespa, Banespa e Cabesp, Paulo Salvador.

Esta Presidência anuncia a presença do companheiro, Sr. Vagner de Castro, Diretor Financeiro da Cabesp; Sr. Wagner Cabanal, Diretor Administrativo da Cabesp; Sr. Marcos Benedito, Coordenador Nacional da Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial da CUT; Sr. Valter Antonio de Oliveira, Diretor Financeiro do Banesprevi.

 

O SR. PAULO ROBERTO SALVADOR - Saúdo o nobre Deputado Cido Sério, os Srs. Parlamentares, todos os colegas sindicalistas, bancários e quero estender esta saudação, em particular, aos nossos companheiros bancários de São Paulo,  Osasco e região, pessoal do ABC, Guarulhos, Taubaté, Mogi, Catanduva, Jundiaí e Barretos, que não pouparam esforços em estarem aqui, nesta noite.

A melhor maneira de iniciarmos a nossa fala, companheiro Cido Sério, é dizer da nossa alegria de pertencer a essa categoria. Isso muito nos orgulha.

Estava fazendo uma pesquisa para a Revista do Brasil. Neste final de ano, vai fazer 200 anos que a família real saiu naquela tresloucada fuga de Lisboa, para, depois de dois meses, no final de janeiro chegar ao Rio de Janeiro. 

Durante 300 anos Portugal viveu num berço esplêndido, com as riquezas, o ouro e os diamantes, não só do Brasil, mas da África e das suas colônias, e a vinda da família real nos trouxe a Fundação do Banco do Brasil, que vai completar 200 anos.

E começou de certa forma uma tentativa de transformar um país novo, cujo desafio continua até hoje. E esse capítulo é muito curioso e contraditório porque quando a família real volta para Portugal, em 21, leva o cofre do Banco do Brasil para Portugal com todas as riquezas que o banco tinha. Isso reflete um pouco como os bancários reagiram naquela época.

A homenagem aos bancários, além dessa categoria como um todo, tem um foco em particular, no movimento sindical bancário. É disso que estamos falando, é isso que estamos homenageando, porque não é fácil enfrentarmos todas as contradições e agressões que o sistema coloca contra os trabalhadores, e termos gente disposta a lutar, como sempre foram os bancários, não é tarefa fácil.

E mais do que isso, nesse meio século, mais do que a luta pelo salário, pelo emprego, o movimento sindical bancário junto com outras categorias fundou o DIEESE, e logo em seguida, enfrentou tecnicamente os diversos índices de custo de vida. E quando comecei a militar na década de 70, aquele  embate das greves do ABC, onde foram questionados os índices oficiais do custo de vida, o DIEESE serviu como referência para nós.

E nos envolvemos em muitas lutas, como a questão do anti-racismo, a questão das mulheres, a questão da deficiência, a questão da democratização do local de trabalho. Lembro-me de que até pouco tempo LER era a doença dos pianistas, completamente desconhecida. E junto com dirigentes sindicais, difundimos, estudamos, atacamos, nos envolvemos e hoje, de certa forma, avançamos bastante no combate dessas lesões.

E agora temos pela frente a questão do assédio moral. Enfim, é dessa forma que vamos fazendo a nossa história junto com todos os ramos dos trabalhadores.

Não poderia deixar de registrar também que esta Casa foi palco de inúmeras lutas contra a privatização do Banespa. Aqui, as pessoas e as paredes ecoam o conjunto de lutas e de reivindicações, um banco que foi privatizado sem ter um único título protestado no mercado. Fizemos a resistência. As pessoas que privatizaram o banco precisaram dar o golpe, mudar a lei, porque senão não nos venceriam. Com o apoio do sindicato, da associação da época, eles tiveram que dar golpes atrás de golpes, para poder conseguir privatizar.

Digo isso para colocarmos a nossa atenção em relação à Nossa Caixa. Digo isso porque está no debate agora a discussão do ABN, que tem a data do dia 20, cujos bancos brasileiros, em particular o sucessor do Santander, na possibilidade de aquisição do ABN Real, onde há 31 mil trabalhadores.

Hoje, o noticiário da Holanda publica que os diversos governos locais estavam preocupados com os 19 mil postos de trabalho que poderiam ser colocados em xeque. Temos 31 mil trabalhadores do ABN, mais vinte e tantos mil do Santander. O processo de fusão não é em função de uma falência, ou porque o banco ficou menor. Na verdade, há uma conjugação de interesses para ganhar mais dinheiro e ver qual é o melhor negócio.

Será que no meio dessa discussão não é possível colocar uma cláusula mínima de garantias, de mínimos direitos de emprego dos trabalhadores durante um bom período e iniciar um processo de transição, de fusão, junto com as entidades sindicais?

Queria registrar o nosso empenho em fazer deste um país solidário, que estenda a mão a todos os trabalhadores, principalmente às pessoas que precisam mais da inserção social.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CIDO SÉRIO - PT - Muito obrigado, Paulo Salvador. Vamos passar à lista dos homenageados, aposentados e ativos, representando os bancários de todo o País, de todo o Estado, e da nossa Cidade. Inicio com o companheiro Vagner Freitas, Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro - Contraf. Anuncio também a presença do Nilo Bazzarelli, gerente regional aposentado do Banespa. Companheira Ana Maria Ernica. Sr. Edson Leite, gerente da primeira Agência Ecológica da Cidade de São Paulo, da Vila Mariana.

O SR. VAGNER FREITAS DE MORAES - Boa-noite a todos, em especial ao nobre Deputado Cido Sério, bancário e proponente desta sessão. Gostaria de cumprimentar a todos e em particular a companheira Maria da Glória Abdo, Presidente da Associação dos Bancários Aposentados, símbolo da luta, da resistência e da capacidade dos bancários em criar grandes líderes para a sociedade brasileira. (Palmas.) Cumprimento também o Luiz Claúdio e o Tião, que representam essa categoria extraordinária e maravilhosa, que é a categoria dos bancários. E esperamos que na próxima vez em que estivermos aqui, estejamos homenageando os trabalhadores do ramo financeiro. Que além dos bancários, tenhamos os mais de quatrocentos mil trabalhadores que hoje estão sem representação sindical, tendo a possibilidade de estar representados num acordo coletivo de trabalho dos bancários, que é sem dúvida, o mais completo do País. Esse é o grande desafio imposto.

Mas, o Paulo, como sempre brilhante, coloca corretamente qual é o sentido dessa homenagem. Claro que os homenageados são os trabalhadores bancários, que ao longo dos anos têm tido um papel importantíssimo na prestação de serviço público para essa nação e fundamentalmente para esse Estado.

O trabalhador bancário sofre com excesso de jornada de trabalho, com precarização de trabalho, sem segurança, num ambiente tão bonito como o ambiente dos bancos, mas que em sua maioria não apresenta segurança. Os trabalhadores e os usuários morrem dentro dos bancos. Constata-se um enorme assédio moral. É muito grande o número de bancários que hoje são acometidos de doenças profissionais por conta das más condições de trabalho, e que apesar de tudo cumprem o seu papel de servir à sociedade. São esses os homenageados, esses que representamos.

Mas aqui também falamos diretamente do movimento sindical bancário. Falamos da capacidade que temos de construir no Brasil um movimento sindical, que é tão competente, que consegue junto com todo movimento social brasileiro, com a sociedade brasileira, mudar o País de tal forma, que consegue eleger um metalúrgico, um trabalhador, para ser Presidente da República.

E a eleição do Presidente Lula representa a redenção da classe trabalhadora brasileira. Representa a capacidade extraordinária que nós temos, numa sociedade conservadora e absolutamente desigual, como foi muito bem colocado pelo Deputado Vanderlei Siraque - os banqueiros estão sempre aqui pelos corredores da Assembléia Legislativa e os bancários estão trabalhando pela nação, essa é a grande diferença -, nós conseguimos eleger um trabalhador para a Presidência da República. E de lá para cá, estamos fazendo um processo de modificação nesse País, de mudança, de transformação, de transposição de renda, mais do que as águas do rio São Francisco, que tem incomodado muito a elite nacional. Essa elite incompetente, conservadora - e faço minhas as palavras do Sr. Governador do Estado de São Paulo, Cláudio Lembo -, essa elite branca, preconceituosa, que não suporta a idéia de o Presidente Lula ter sucedido Fernando Henrique Cardoso, catedrático, que fala vários idiomas, sociólogo, reconhecido internacionalmente e que deixou uma herança maldita para resgatarmos nesse País, vendendo as nossas riquezas a preço de banana, e que tem sido dos trabalhadores, como sempre, o papel de reconstruir esse País. Não suportam a possibilidade de sermos mais capazes e competentes e essa demonstração de forças que estamos fazendo tem deixado muito irritada a elite nacional.

Precisamos ter uma grande modificação do sistema financeiro nacional. Tem-se feito várias críticas ao Governo Lula, em sua maioria, injustas, por parte fundamentalmente dessa imprensa conservadora. Aliás, não há liberdade de imprensa neste País. É importante que se diga isso aqui. Estamos nesta tribuna para falar o que pensamos. Em geral, temos na informação a não-democracia, o que faz com que se passe apenas uma única opinião.

Mas tem-se construído aqui uma série de críticas ao governo do Presidente Lula, muitas delas injustas. Mas uma - que inclusive não é feita por essa elite conservadora porque favorece a esses banqueiros -, não é feita e vamos fazer nesta tribuna. Não é possível que passemos oito anos de governo do Presidente Lula sem uma reforma no setor financeiro brasileiro, sem que o sistema financeiro brasileiro seja voltado para o crédito e o desenvolvimento. O setor financeiro brasileiro só serve a meia dúzia de famílias nacionais e agora a mais meia dúzia de famílias internacionais que só fazem acumular dinheiro e não têm nenhuma prestação de serviço, não há nenhum retorno para a sociedade brasileira. E para quem não sabe, banco é concessão pública. Ninguém pode abrir um banco sem a concessão do Estado. Então o Estado tem de controlar a atividade e cobrar dos bancos  que efetivamente o sistema financeiro seja voltado para o desenvolvimento.

Nenhuma nação se desenvolveu sem crédito. Crédito para o pequeno proprietário rural, para a educação, para a academia, para o desenvolvimento, enfim a oferta de crédito no Brasil ainda é muito pequena. Em comparação, o acúmulo de capital nas contas milionárias dos banqueiros e dos seus comparsas é muito grande.

Então essa reforma, sim, é que deveríamos fazer e essa crítica, sim, cabe a esse governo que até agora não conseguiu fazer o que se esperava dele, fazer com que os banqueiros paguem a conta mais importante do desenvolvimento deste país.

Temos o PAC, programa extremamente importante que mudou a característica. Só falávamos em diminuir o Estado, controle de contas e fomos falar em desenvolvimento. Agora, pergunto: quanto o Bradesco, o Itaú, o Banco do Brasil, o Banco Real e o Unibanco colocam no PAC? Quanto eles financiam para o desenvolvimento nacional? Nada! E muitas vezes muitos recursos para o PAC são tirados de contas dos trabalhadores.

Essa crítica tem de ser feita e esperamos seriamente termos ainda neste governo uma reforma no sistema financeiro, para que ele seja voltado para a população, e não os banqueiros utilizarem a população em seu benefício. A população paga tarifas altíssimas e tem uma péssima qualidade de atendimento, não por conta dos bancários e das bancárias e sim por conta da ganância dos banqueiros. E precisamos mudar isso.

Para finalizar gostaria apenas de agradecer ao nobre Deputado, ao Presidente da Casa, mas citar alguns companheiros que deveriam estar presentes aqui. Fomos escolhidos para representar uma categoria inteira - e agradeço muito pela deferência -, mas gostaria de lembrar alguns companheiros bancários do Estado de São Paulo, que são referência para o movimento sindical que vim aqui defender.

Quero me lembrar de Augusto Campos, vereador desta cidade, ex-presidente do sindicato, extremamente importante; lembro-me de você, companheiro Augusto. Quero me lembrar de Ricardo Berzoini, atual presidente do Partido dos Trabalhadores, bancário do Banco do Brasil, 1º presidente da Confederação Nacional dos Bancários, hoje Contraf-CUT. Quero me lembrar do companheiro Gilmar Carneiro, também bancário, presidente do sindicato, com uma trajetória belíssima. E quero me lembrar de dois companheiros que marcaram muito fortemente a minha trajetória e a de todos nós: primeiro fazer uma homenagem ao companheiro João Vaccari Neto, ex-presidente do nosso sindicato, atual presidente da Bancoop. Saiba, companheiro Vaccari, que a sua trajetória só enche de orgulho todos os bancários e bancárias.

No sindicato por onde você passou, na Confederação por onde você passou, e na árdua tarefa de construir a Bancoop tem sido feita no dia-a-dia. E quero fazer uma justa e sincera homenagem a um companheiro que hoje é achincalhado por essa imprensa que não consegue ouvir os lados e cria fatos, e criando fatos vai tentando arrebentar a vida de pessoas. Gostaria de homenagear e pedir uma salva de palmas ao meu companheiro Luiz Gushiken.(Palmas.) Ex-presidente do meu sindicato, ex-deputado federal, ex-ministro. Tenho muito orgulho de ser bancário como você, Gushiken, por isso estamos sendo homenageados aqui, pela nossa capacidade de luta, de enfrentamento. Não vão calar a nossa voz nos ameaçando porque a categoria bancária, o movimento sindical brasileiro e, aliás, a CUT, Central Única dos Trabalhadores, que amanhã, no Dia do Bancário, faz 24 anos de idade. Nós bancários somos tão felizes que resolveram fundar a CUT no Dia do Bancário.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CIDO SÉRIO - PT - Muito bem, Vagner.

Quero convidar para fazer uso da palavra o Presidente da Fetec CUT/SP, companheiro Sebastião Geraldo Cardozo, o Tião.

Quero também anunciar as presenças de Udine Verardi, que representa o Deputado Estadual Antonio Salim Curiati; Elaine Teixeira, que representa o Deputado Federal presidente do nosso partido, Ricardo Berzoini; o companheiro Naaman do Valle, que representa o Deputado e presidente da Câmara dos Deputados o Deputado Federal Arlindo Chinaglia.

 

O SR. SEBASTIÃO GERALDO CARDOZO - Obrigado, Cido. Em nome da direção da Fetec CUT/SP quero fazer um agradecimento ao nosso companheiro militante, dirigente, Cido Sério, pela homenagem. Receba os nossos agradecimentos.

Como é de conhecimento público de todo o mundo participamos ativamente de todos os movimentos de luta da categoria bancária no que diz respeito ao seu dia-a-dia e no que diz respeito a sua dinâmica de trabalho, condições de trabalho e de vida no dia-a-dia da categoria. Como representante sindical, armamos essa luta de longa data. O Vagner já fez referência a vários companheiros nossos. Há muitos companheiros esparramados por este país, mas independente da participação de luta do dia-a-dia temos uma luta social muito grande esparramada por este país, pela redemocratização, pelas condições de vida de toda a população.

Por todos os históricos que passamos temos a marca do trabalhador bancário. Esse trabalhador faz história junto com a história do país, contra a vontade da classe dominante. Estamos fazendo a história, estamos construindo um país melhor para todos os brasileiros de um modo geral.

Estava aqui cochichando com a Glorinha e há no plenário alguns companheiros que participaram da gloriosa greve de 1951! (Palmas.) Não vou fazer a citação porque me escaparam os nomes, mas a Glória, com certeza, vai fazer a citação nominal dos companheiros presentes neste plenário e que ajudaram a construir essa história.

Só queria lembrar aqui de uma situação que tem deixado a categoria bancária muito preocupada, que é o processo de fusão, incorporação e privatização que varreu este país até o ano de 2002. Até esse ano sofremos na pele, comemos o pão-que-o-diabo-amassou por conta de um projeto de governo que quase dizimou a categoria bancária, por conta de querer implementar um projeto que acabou sendo implementado em parte, não na sua totalidade, quando muitos e muitos companheiros perderam seus postos de trabalho, a sua dignidade porque não foi levada em consideração a realidade de vida dos trabalhadores. Esse projeto varreu a categoria bancária por um período muito grande. Mas resistimos, armamos a nossa trincheira e fomos à luta.

Conseguimos em 2002 travar esse projeto e dar uma guinada nele. Mas ainda assim há o rescaldo dele sendo implementado no que diz respeito a alguns bancos públicos ainda existentes, que está na gana do capital internacional. Para acontecer não demora muito. É a questão do ABN. Ele vai colocar em risco um número considerável, milhares de postos de trabalho aqui no Brasil. Está em risco o Banco Nossa Caixa que está na mira da sanha do capital internacional e do nacional.

Então as nossas lutas não param aqui. Agradecemos a homenagem, mas vamos continuar na trincheira, no dia-a-dia lutando pela categoria bancária e para transformar este país num lugar mais digno, mais humano para que todos os trabalhadores tenham dignidade e condições melhores de vida.

Obrigado, companheiro Cido. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CIDO SÉRIO - PT - Obrigado, Tião.

Convido neste momento para fazer uso da palavra a nossa companheira Maria da Glória Abdo.

Gostaria de registrar as presenças, obrigatória no meu caso, porque nos atendem aqui na Casa todos os dias, os funcionários do Banco do Brasil, do Santander/Banespa e da Nossa Caixa aqui da Casa. Muito obrigado. Também a presença de Daniel Reis, Secretário de Comunicação da CUT/São Paulo; Manoel Dias do Nascimento Neto, presidente do SINCOHAB, que também está numa luta grande na questão da CDHU; Paulinho Artimanha, presidente do IPT do DZ do Ipiranga, e o Buiu, dirigente da UNAS.

 

A SRA. MARIA DA GLÓRIA ABDO - Eu não sou muito de me emocionar, mas hoje estou muito emocionada porque desde as três horas da tarde comecei a relembrar lutas, participações. E agradeço muito a você, Cido Sério, por fazer esta homenagem a minha pessoa. Não teria conseguido se o Sindicato dos Bancários não nos desse esta oportunidade: de nós velhos - e velhos bancários - estarmos no sindicato, nos organizando, nos mobilizando.

Agradeço a vocês todos do Sindicato dos Bancários, um sindicato de grandeza, grandeza na forma de respeitar os seus velhos bancários, permitindo-nos participar ativamente da vida de vocês.

Estava preocupada, porque os companheiros que falaram primeiro não citaram meu nome. Daí pensei: será que estou no lugar errado e não estou sendo homenageada? Isso é um pouquinho de machismo. Quando o Vagner citou meu nome, lavou minha alma. Daí o Tião, que é o Presidente da Fetec - sou diretora da Fetec - e me senti muito bem. Gosto de ser homenageada porque no momento em que homenageiam uma velha de 70 anos é porque conseguimos nos impor no movimento. Digo isso porque antigamente os movimentos sindicais eram muito machistas.

Conversando com o Tião, lembrei que o Muchom, meu amigo, diretor da nossa associação, participou ativamente de todas as greves. Inclusive na de 58. E ele está lá sentadinho, lindo, maravilhoso e na luta.

Estou com minhas companheiras da Associação dos Bancários que participam ativamente das atividades do sindicato, das atividades de rua. Estivemos nesta Assembléia para ver se conseguíamos fazer aquela Comissão Parlamentar de Inquérito do Geraldo Alckmin, que meteu a mão, vamos falar honestamente, no dinheiro da Nossa Caixa. Infelizmente não conseguimos fazer com que essa CPI fosse para frente.

Depois que me aposentei, por incrível que pareça, já estivemos 22 vezes em Brasília lutando pela reposição das nossas perdas e pelo aumento do salário mínimo. Sempre que necessário vamos a Brasília em caravana, em ônibus muito bons, onde viajamos confortavelmente e jogando tranca, porque velho gosta de uma tranca. Em Brasília, todos ficam impressionados com a vitalidade que temos, porque todo mundo quando fala em idoso pensa que nosso lugar é em casa, que aposentado significa “fica nos teus aposentos”. Mas nossa geração deu uma reviravolta e estamos mostrando nossa cara. E tem mais: somos dos velhos que não gostamos de ser chamados de terceira idade, nem melhor idade. Somos velhos e velhos bancários com muito orgulho e muita capacidade de luta, agradecendo muito as homenagens com que o nosso sindicato têm nos prestigiado.

Muito obrigado a vocês, meninos. Para mim todos vocês são meninos.

Quero dizer ainda que nós, aposentados da Nossa Caixa, tal qual do Banespa, estamos numa luta muito ferrenha contra este Governo que jogou nossa aposentadoria na Secretaria da Fazenda, ao arrepio da lei, uma lei que esta Assembléia aprovou em 92. Temos uma lei que garante que a nossa aposentadoria acompanhe a reposição dos aumentos da categoria bancária. Nós recebíamos décimo terceiro salário. Hoje estamos jogados na Secretaria da Fazenda, sem saber o que realmente nos espera, porque até agora não tivemos nenhuma reposição e o nosso décimo terceiro foi-nos tirado. Mas esperamos vencer mais essa luta, que é um desrespeito ao velho aposentado, como acontece com o pessoal do Banespa e do Banerj. Os bancários sempre são espoliados por esses governos que todo mundo admira.

Também vamos fazer uma crítica ao Governo Lula, que não está repassando, de acordo com as perdas, as nossas aposentadorias. Temos, portanto, de fazer grandes mobilizações para recebermos nossos atrasados nestes quatro anos em que o companheiro Presidente Luiz Inácio Lula da Silva está lá, senão nunca mais gente.

Muito obrigada.

 

  O SR. PRESIDENTE - CIDO SÉRIO - PT - Vou passar a palavra para o Presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região companheiro Luis Cláudio Marcolino. Enquanto o Luis Cláudio Marcolino se encaminha para a tribuna, quero anunciar a presença do Isaias Dias, representando o Conade, Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência, e diretor da Afubesp.

Quero também agradecer a todos que ajudaram a realizar este evento: os funcionários do Sindicato dos Bancários de São Paulo, da Fetec, da Contraf, da Afubesp e ao pessoal do gabinete. Muito obrigado.

 

O SR. LUIS CLÁUDIO MARCOLINO - Boa-noite nobre Deputado Cido Sério, que hoje homenageia o Wagner, o Tião, a Glorinha, o Luis Cláudio. Não é que esteja homenageando esses representantes. A homenagem hoje é para todos os bancários. Nós somos aqui hoje vários bancários: bancários do Unibanco, bancários do Banco do Brasil, bancários do Bradesco, bancários do Santander Banespa, bancários da Caixa Econômica Federal, bancários do ABE. Temos aqui vários trabalhadores lesionados. É o grupo dos portadores de lesões por esforço repetitivo. Então a gente vê que a categoria tem acompanhado a história de luta do conjunto dos bancários. Ouvimos dizer ‘os bancários fazem história’, ‘os bancários fizeram história’. Não. Os bancários continuam fazendo história. Os bancários nunca deixaram de fazer história no nosso País. Às vezes o pessoal pára para pensar, como a Glorinha acabou de falar “será que não estou sendo homenageada?” Nós homenageamos a Glorinha todos os dias, porque o dia da Glória, o dia dos aposentados, o dia dos bancários, são todos os dias, não só o dia 28.  A Glorinha sabe do respeito que temos por ela, pelo trabalho que vem construindo ao longo desses últimos anos no sindicato. A nossa homenagem não tem de ser para os presidentes do sindicato ou da associação ou da confederação ou da federação dos aposentados.

Tivemos, antes de 1951, em 1923, quando foi fundada em São Paulo a associação dos bancários e do nosso sindicato - que é o do Estado de São Paulo - muitos bancários anônimos que passaram pela greve de 51, de 53, de 85, de 90, de 2003, de 2004, de 2005 e construíram história. O que temos hoje na categoria bancária foi construído por esses bancários anônimos, que muitas vezes não aparecem, não é o presidente, mas são os bancários no dia-a-dia que constroem a nossa história. Hoje a categoria bancária tem uma jornada de seis horas, a categoria bancária tem o vale alimentação, tem o vale refeição, tem o auxílio creche, tem participação nos lucros e resultado, tem uma única convenção coletiva que vale para os bancários do Brasil inteiro, do Rio Grande do Sul ao Pará. Muitas vezes as pessoas não dão valor para essas conquistas. Muitas vezes falam “Ah, mas é uma relação corporativa.”

O nosso sindicato, o Sindicato dos Bancários, é corporativo, mas também faz a construção social. Dialogamos com o Projeto Travessia, com os meninos de rua, fazemos política habitacional com a cooperativa dos bancários, que já entregou quase seis mil apartamentos para os bancários ao longo dos últimos anos, faltam mil e poucos apartamentos para serem entregues aos cooperados. Temos a cooperativa de crédito dos bancários. Construímos o país no dia-a-dia. Muitas vezes o pessoal fala “Quem é a autoridade no município?”

Ouvimos muitas histórias nos municípios do Estado, como, por exemplo, que em alguns municípios existem três autoridades. Autoridade é o prefeito, autoridade é o padre, autoridade é o gerente do Banco do Brasil. Quantos de vocês já não ouviram essa história! Porque aquele bancário que administra a sua conta corrente, que administra a sua conta salário, que libera o Fundo de Garantia, que libera o seguro desemprego, que paga os programas sociais, que faz a política habitacional em cada um dos municípios, que dialoga com o crédito agrícola da região - e não estamos falando dos juros e das tarifas abusivas que os bancos cobram, porque hoje não é dia de se falar de banqueiro, hoje é dia de se falar do bancário - se não fosse esse bancário fazer toda essa construção, não haveria desenvolvimento no nosso País.

Os bancários têm um papel importante. As pessoas falam que o metalúrgico faz o carro, a geladeira, a televisão, que o comerciário lida com as vendas no comércio, que a indústria química faz os remédios, os produtos para a casa, para a limpeza, mas o bancário tem papel importante na sociedade brasileira, que muitas vezes não damos o valor necessário. É importante dialogarmos com o trabalhador bancário que constrói essa sociedade, que constrói este país e muitas vezes não é valorizado.

Estamos hoje em plena campanha salarial. Reivindicamos 10,3% de reajuste combinado com a reposição da inflação e aumento real; temos a proposta de participação nos lucros e resultado de dois salários mais três mil e quinhentos reais; estamos discutindo com os bancários a questão do fim do assédio moral e das metas abusivas, o plano de cargos e salários e o plano de cargos comissionados; estamos discutindo com o conjunto dos bancos a questão da isonomia de direitos, tem muitos trabalhadores aqui licenciados, estão licenciados hoje por culpa do banqueiro, que não garante condições de trabalho dignas para o conjunto dos bancários. Temos de levar para a pauta de reivindicação o mínimo que o banco deveria cumprir no seu dia-a-dia. Hoje é o dia do bancário e estamos dialogando com os bancários. Vamos discutir logo na seqüência o fim dos juros abusivos, o fim das tarifas abusivas. Mas hoje é seu dia, bancário.

Quem constrói efetivamente este país é a categoria bancária. Não são os banqueiros. Se não houvesse bancário trabalhando no dia-a-dia para desenvolver o país, ele não estaria efetivamente desenvolvido.

É este o nosso desafio: construir uma sociedade onde o bancário, o metalúrgico, o comerciário, o químico, cada um dos professores, o médico, o jornalista, cada trabalhador seja valorizado. Não adianta querermos valorizar o trabalhador apenas no dia, um dia por ano. Temos que valorizar cada um dos profissionais brasileiros, todos os dias, todos os anos, porque só assim construiremos um país justo e de fato dos brasileiros.

Hoje o país é dos empresários, é dos banqueiros, é dos grandes latifundiários, e isso nós queremos mudar no nosso país. Nosso sindicato tem um papel fundamental na construção do nosso país.

Parabéns aos bancários, não só pelo dia de hoje, mas por todo ano e por todo o período. Não queremos um país de uma minoria, um país que seja apenas dos empresários. Este país tem que ser desenvolvido não só pelo conjunto dos trabalhadores, mas por aqueles trabalhadores anônimos que muitas vezes não aparecem nos jornais, nas grandes assembléias, nos grandes sindicatos.

Hoje é o dia de todos os trabalhadores bancários e trabalhadores anônimos de todo o país. Obrigado por esta homenagem, que é homenagem todos os dias. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CIDO SÉRIO - PT - Muito bem. Obrigado, Luiz Cláudio. Quero dizer da minha emoção de ter combinado esta sessão solene. Eu ia falar da tribuna, mas vou falar daqui. Confesso a vocês que não sei falar daqui, porque falo muito pouco daqui, sentadinho assim.

Mas quero dizer do meu orgulho em pertencer a essa categoria, uma categoria criativa, que sonhou e construiu várias alternativas importantes no país, inclusive do ponto de vista das campanhas salariais que nós fizemos.

Eu tinha pensado em falar muito rapidamente, mas o Paulo Salvador, de forma brilhante, já antecipou sobre o banco Nossa Caixa e o ABN, a questão do Banco Real. São duas questões. Estamos em campanha salarial. Luiz Cláudio e os outros companheiros abordaram o assunto. É um momento importante.

Quando saiu a edição 5.000 da Folha Bancária, eu e o Marcos usamos da tribuna para falar da importância desse nosso jornal. Eu dizia, naquela oportunidade que os banqueiros não devem ter muito debate. Se pegarmos o resultado dos quatro maiores bancos, já dá para pagar a reivindicação da categoria, e ainda sobra um troco enorme para eles. Então, não deveríamos ter os problemas que costumamos ter em campanhas salariais.

Adicionaria uma outra questão fundamental, que preocupa a todos nós, e deve preocupar esta Casa. Eu e o Deputado Marcos Martins, temos abordado essa questão aqui muitas vezes.

Uma é a situação da Nossa Caixa/Nosso Banco. Com o ataque do Governo Serra sobre as contas do Estado, que já era dela e depois teve que desembolsar dois milhões, é mais importante que isso o fato de agora voltar o debate de privatizar ou se desfazer da Nossa Caixa, o que nos preocupa muito. É um debate que vamos tratar aqui no cotidiano.

O outro debate, que a Assembléia talvez não tenha tratado, exceto no caso do Banespa, uma grande aquisição ou fusão, diz respeito aos companheiros do ABN/Real. Os companheiros fizeram manifesto em defesa do emprego. No Brasil, são 31 mil trabalhadores. Se juntar com quem está cotado para comprá-lo - e sabe disso melhor do que eu -, são mais 23, no Santander, que estão na fila para comprar, e geralmente eles descontam sempre na nossa gente. Eles fundem, ganham mais dinheiro e demitem uma parcela grandiosa dos trabalhadores dessas empresas.

Os companheiros do ABN fizeram um Manifesto em defesa do emprego, e eu combinei com eles de, rapidamente, ler de maneira sintética o documento, porque vou combinar com o Marcos de conversarmos com o Presidente da Casa e apresentar aqui, mas já aproveitarei a presença do Vereador Chico Macena, eu tenho certeza de que teremos guarida do vereador para apresentar também na Câmara Municipal, do Angelo, para nos ajudar em Presidente Venceslau, combinar com os de lá em Ribeirão Preto, tenho certeza, mas que consigamos divulgar o Manifesto dos companheiros do ABN.

Citei essa questão muito específica, no dia em que debati na nossa conferência da Contraf. Disse que era importante que falássemos com os senadores Aloízio Mercadante, que é o Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos. O Chico também pode nos ajudar muito nisso. Falei sobre isso para o nosso Presidente nacional, Ricardo Berzoini, que também está empenhado nessa questão, para efetivamente discutir essa questão do emprego.

Não é possível que bancos que estão lucrando tanto, como é o caso dos bancos no Brasil, mas é histórico dos bancos no mundo. Quando fazem uma fusão aumenta sua possibilidade de ganhar e demitem os trabalhadores.

Passo a ler o Manifesto em Defesa do Emprego:

“Manifesto em Defesa do Emprego

Nós, representantes do povo do estado de São Paulo, preocupados com o processo de fusão entre duas grandes instituições multinacionais do sistema financeiro como decorrência da potencial transferência acionaria do banco Real ABN para o Grupo Santander (ou com menor probabilidade, o banco Barclays), nos pronunciamos em favor do diálogo e do estabelecimento imediato de um processo negocial visando à manutenção dos empregos de mais de 55.000 trabalhadores.

Atualmente o banco ABN/Real possui mais de 31.000 funcionários, o banco Santander mais de 23.000 e o Barclays, cerca de 100 trabalhadores bancários no Brasil.

Ao salientarmos posição contrária a todo e qualquer encaminhamento que seja capaz de implicar em redução de postos de trabalho, ressaltamos que o processo de fusão ora em andamento amplia ainda mais a concentração de renda no sistema financeiro nacional.

Aproveitamos a oportunidade para lembrar que a criação de um grande banco sob controle acionário estrangeiro poderá provocar nova corrida pela liderança no ranking dos bancos, resultando em novas fusões e, conseqüentemente, em novas demissões com prejuízo a inúmeras famílias e a sociedade como um todo.

O banco Santander (como o Barclays) sendo uma multinacional é monitorado a partir das diretrizes da OCDE (Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) para empresas multinacionais. As Entidades Sindicais dos Bancários de São Paulo, afirmou a Assembléia Legislativa de São Paulo, que os bancos até o momento, no Brasil, não se manifestaram a favor do processo de negociação e, principalmente, em um compromisso de manutenção do emprego.

Diante deste cenário de fusões de empresas multinacionais e a ameaça de milhares de empregos, faz necessário ressalvar que o Brasil, através do Ministério da Fazenda do Governo Federal, acompanha e monitora o cumprimento destas diretrizes.

Os bancários do banco ABN, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a Fetec/SP, a Contraf-CUT, o Deputado Estadual Cido Sério - PT, com a Assembléia Legislativa de São Paulo (e demais parlamentos estaduais), estudam a possibilidade de se pronunciarem junto ao PCN (Ponto de Contato Nacional), em favor de uma denúncia do banco Santander (ou Barclays), sendo estes bancos, empresas multinacionais que transgridem e desrespeitam as diretrizes da OCDE, entre outras convenções.

Nós, representantes do Povo Paulista deixamos aqui, novamente, o nosso pedido de negociações sérias e que visem um acordo efetivo de proteção ao emprego dos trabalhadores brasileiros, bem como, o nosso alerta às autoridades do Banco Central e do Ministério do Trabalho, para que atentem à mencionada fusão no sentido de defender o emprego e, assim, garantir o respeito aos trabalhadores de todo país.

Fetec/SP

Contraf -CUT

Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região”

Gostaria, de forma muito sincera, pedir o empenho de todos os trabalhadores, dos telespectadores da TV Assembléia, para atentarem para esse debate, que diz respeito ao emprego do setor que mais lucrou no último período no Brasil e no mundo.

Agradeço a todos os militantes, bancários, dirigentes das nossas entidades, a Contraf, a Fetec, à Associação dos Aposentados e principalmente ao Sindicato dos Bancários de São Paulo. Sem vocês eu jamais estaria aqui. Agradeço a todos, do fundo do meu coração. Ao pensar uma homenagem a todos os bancários neste dia, é da minha obrigação dizer da importância que vocês tiveram na minha trajetória de vida e de luta.

Entrei no Banespa obrigado pela Ana Maria Érnica, que está aqui. Ela falou que tenho que entrar lá, depois que passei no concurso. Eu não teria aprendido o que aprendi, não teria chegado a Deputado estadual por São Paulo, o maior Estado da Federação, não fosse minha militância junto ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, muitos anos como agregado e depois como dirigente da Fetec e associado do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Obrigado a todos os bancários. Parabéns! 

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, esta Presidência agradece às autoridades, aos funcionários desta Casa e àqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade e convida para um coquetel no Hall Monumental.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 51 minutos.

 

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