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18 DE ABRIL DE 2011

024ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: ARY FOSSEN e LECI BRANDÃO

 

Secretário: LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - ARY FOSSEN

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Dá conhecimento de ato do Movimento de Moradias do Estado de São Paulo, que deve realizar-se dia 19/04, às 10 horas, em frente ao Palácio dos Bandeirantes. Cita as reivindicações dos manifestantes. Informa que a iniciativa da audiência partiu da população. Lê pauta enviada pelo movimento ao Governador Geraldo Alckmin.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Informa que, dia 16/04, o PM Wagner Alberto Figueiredo, foi morto na Baixada Santista. Esclarece como se deu a morte do soldado. Combate postura do Governo Estadual, que, segundo o Deputado, vê nestas mortes apenas acidentes eventuais. Afirma que, nos últimos dois anos, mais de 15 policiais militares foram executados na Baixada Santista.

 

004 - ENIO TATTO

Menciona evento ocorrido, semana passada, nesta Casa, sobre Educação Física e Saúde. Comenta eventos realizados para discutir a Região Metropolitana de São Paulo. Afirma que este Legislativo deve tratar de temas relevantes. Critica o teor de CPIs propostas pela base governista. Cita manifestação da sociedade contra irregularidades no Rodoanel.

 

005 - LECI BRANDÃO

Assume a Presidência.

 

006 - ADRIANO DIOGO

Exibe vídeo que trata de operação realizada pelo Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, com o intuito de desapropriar terreno localizado na região da Santa Ifigênia.

 

007 - ANTONIO SALIM CURIATI

Comenta reportagem, exibida na Record, sobre ofensas que o jornalista Caio Blinder dirigiu à rainha da Jordânia e outras primeiras damas do mundo árabe. Comenta protestos de embaixadores árabes presentes no Brasil. Exalta a defesa empreendida pela primeira dama da Jordânia aos direitos da mulher. Pede por uma maior aproximação entre o mundo árabe e o Brasil.

 

008 - ITAMAR BORGES

Comenta sua participação no 55º Congresso de Municípios. Destaca os resultados obtidos pelos participantes do evento. Pede pela regularização da emenda constitucional 29/00, que assegura recursos mínimos para o financiamento de serviços públicos de Saúde. Parabeniza o Governador Geraldo Alckmin por medidas tomadas durante o Congresso de Municípios.

 

009 - CARLOS GIANNAZI

Comunica que, dia 30/04, às 10 horas, deve realizar audiência pública com o intuito de discutir o novo Plano de Carreira e o novo Estatuto do Magistério estadual. Considera insuficiente a reformulação ao plano de carreira proposta pela Secretaria da Educação. Lamenta a aprovação, nesta Casa, da lei 1093/09 que permite que professores da Rede Pública sejam contratados por apenas um ano.

 

010 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, fala sobre a urgência em aprovar o Plano Estadual de Educação. Comenta projetos de sua autoria que beneficiam o Magistério.

 

011 - Presidente LECI BRANDÃO

Convoca sessão solene, a pedido do Deputado Fernando Capez, a realizar-se dia 16/05 às 10 horas, com a finalidade de comemorar "O Dia da Policial Militar Feminina".

 

012 - JOSÉ BITTENCOURT

Pelo art. 82, comenta a publicação do decreto acerca da inauguração de Penitenciária Feminina em Tupi Paulista. Defende a alteração do nome "penitenciária". Solicita políticas públicas compensatórias aos municípios que recebem unidades prisionais.

 

013 - DONISETE BRAGA

Pelo art. 82, discute a reforma política no País. Esclarece que o debate a esse respeito não deve ser realizada apenas pelo Congresso Nacional, mas também por esta Casa. Destaca as contribuições do ex-Presidente Lula sobre o tema. Defende que o debate ocorra em escolas e universidades. Manifesta-se a favor do fortalecimento da democracia e dos partidos políticos.

 

014 - DONISETE BRAGA

Requerer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

015 - Presidente LECI BRANDÃO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 19/04, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão solene, hoje, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o Dia de Tiradentes, Patrono da Nação Brasileira e da Classe Odontológica, com a posse dos conselheiros do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Ary Fossen.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ARY FOSSEN - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Luiz Cláudio Marcolino para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ARY FOSSEN - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, funcionários da Casa, acontecerá amanhã um grande ato dos movimentos de moradias do Estado de São Paulo.

Foi protocolado um documento, cuja pauta apresentamos aqui, de uma solicitação feita ao Governador do Estado de São Paulo, encaminhado também ao Secretário Estadual de Habitação, Silvio Torres, há alguns dias. Como haverá esse grande movimento amanhã, é importante que a população da cidade de São Paulo saiba que a concentração ocorrerá a partir das 10 horas da manhã, próximo ao marginal. O Movimento de Moradia irá até o Palácio dos Bandeirantes numa tentativa de uma audiência com o Governador. É importante que a população tenha acesso à pauta que foi apresentado ao Governador do Estado de São Paulo e as justas reivindicações do Movimento de Moradia.

Passo a ler o documento da União dos Movimentos de Moradia:

União dos Movimentos de Moradia

São Paulo, 12 de abril de 2011

Ex. Sr.Geraldo Alckmin

MD Governador do Estado de São Paulo

C/c Ex. Sr. Silvio Torres

MD Secretário Estadual de Habitação

Paz e Bem!

A União dos Movimentos de Moradia da Grande São Paulo e Interior, UMM/SP, é uma entidade que, há 23 anos, reúne movimentos de moradia no Estado de São Paulo, nas três regiões metropolitanas (São Paulo, Campinas e Baixada Santista) e diversos municípios do interior do Estado. Atuamos junto à famílias sem-teto, faveladas, encortiçadas, moradoras de áreas de risco, mutirantes na luta pelo direito à moradia e à cidade.

Dirigimo-nos a V. Ex. para apresentar nossas propostas para a política urbana e habitacional do Estado e para solicitar uma audiência com representantes dos movimentos filiados.

1. Política, Fundo e Conselho Estadual de Habitação

O Governo do Estado de São Paulo, através da Lei 12.801/2008, constituiu o Sistema Estadual de Habitação, com seus Conselhos e Fundos. No entanto, até o momento, pouco foi feito pela sua implementação.

Os Conselhos foram formados e tomaram posse em 2009, mas não estão funcionando. Além disso, entendemos que o Decreto que o regulamentou (53.823/2009) tem diversos problemas, entre eles a pequena representação dos seguimentos e a representação dos movimentos populares inferior a 25% (no Conselho Gestor), contrariando a Lei Federal 11.124/05. Reivindicamos o imediato funcionamento do Conselho Estadual de Habitação com a convocação de reunião e a revisão imediata do Decreto.

Entendemos também que o fundo deve aglutinar todos os recursos estaduais orçamentários destinados para habitação, especialmente o 1% do ICMS, assim como receber repasses de outros programas e fontes e reivindicamos que o orçamento seja todo executado.

2. Construção do Sistema Estadual das Cidades

Reivindicamos a Edição imediata de decreto constituindo o Conselho Estadual das Cidades, conforme eleito na 4ª Conferência Estadual das Cidades, em 2009. Propomos que a Política de Habitação, Saneamento, Mobilidade e Desenvolvimento Urbano devam ser construídas a partir de diretrizes emanadas da Conferência Estadual das Cidades e ser gerida por um Conselho Estadual, eleito na mesma com a participação de no mínimo 30 % de membros dos movimentos sociais, garantindo a representatividade, legitimidade e transparência, com a participação popular e o controle social em todos estes processos.

3. Novos Programas e Projetos

3.1. Retomada do Programa de Mutirão - Produção de novas unidades habitacionais em regime de autogestão

A Autogestão é o sistema de produção de moradia popular que mais atende ao povo sem teto. Através dela podemos não só construir melhores moradias, mas também formar novas comunidades organizadas para a vida em comum.

A UMM foi parceira do Governo do Estado na produção de diversos conjuntos habitacionais com mutirão e autogestão. A lei 9.142/95 definiu a destinação de no mínimo 10% dos recursos para habitação no Estado para esta modalidade. O programa foi paralisado em 2007.

Reivindicamos a formulação, com participação dos movimentos populares, de um novo Programa, garantindo:

- definição de critérios para seleção pública das entidades;

- autonomia das associações na escolha de assessoria e projetos;

- autogestão do início da obra até final, desburocratizando a questão técnica e jurídica;

- indicação das demandas dos movimentos, com critérios públicos e transparentes;

- destinação de no mínimo 10% dos recursos estaduais para habitação para tal programa;

- produção de 50.000 unidades habitacionais nesse programa.

Também reivindicamos a implementação da Lei da Compra da Terra (Lei 10.535) a fim de viabilizar terra urbanizada e bem localizada para os empreendimentos de habitação popular.

3.2. Regularização e urbanização de favelas

Famílias a serem removidas em processos de urbanização de favelas deveriam ser incorporadas por empreendimentos da CDHU na própria região, o que não vem ocorrendo, com as famílias totalmente desassistidas por parte do Governo do Estado.

3.3. Moradia em áreas centrais

Na cidade de São Paulo existem cerca de 450 mil domicílios vazios, prédios abandonados e terrenos ociosos e cerca de 90% do déficit habitacional está concentrado na população de baixa renda (de 0 a 3 salários mínimos). É preciso que o governo destine recursos implantando um programa habitacional que atenda estas famílias, nas áreas já urbanizadas e integrando as políticas habitacionais a outros programas sociais. Queremos a aplicação dos instrumentos de política de desenvolvimento urbanos já existentes, disciplinando o uso da propriedade urbana, bem como a criação de novos instrumentos de políticas urbanas que alterem a base fundiária especulativa em nosso estado. Uma política séria de uso e ocupação do solo, como a implantação da função social da propriedade, pode aperfeiçoar a utilização de recursos públicos.

O Programa de Atuação em Cortiços (PAC) chegou ao final, em dezembro de 2010. É preciso a elaboração de um novo programa que atenda às famílias encortiçadas e moradoras das áreas centrais, com renda até 5 salários mínimos em projetos habitacionais nessas áreas, com a desapropriação de prédios e terrenos e a viabilização de empreendimentos habitacionais e utilização dos recursos oriundos do retorno das cartas de crédito.

Propomos a criação de parceria com os movimentos de moradia para novos empreendimentos na região e prioridade para as famílias organizadas nos movimentos.

3.4. Empreendimentos executados pela CDHU e /ou Prefeituras

A UMM defende que a participação popular deve se estender a todas as ações do Poder Público e nesse sentido propõe que, mesmo os empreendimentos feitos por empreitada global ou conveniados com prefeituras devem contar com controle social dos seus futuros moradores e dos atores sociais organizados, inclusive na definição da demanda. Lembramos que existem diversos conjuntos fechados, que estão se deteriorando e que deveriam ser ocupados imediatamente.

3.5. Terra para moradia

A questão da terra foi um item que também não avançou, pelo contrário, se agravou, principalmente nas regiões metropolitanas. A questão da terra tem sido o maior obstáculo para a construção de uma política de habitação com escala e qualidade. É fundamental a ação do Governo do Estado junto aos municípios para garantir terrenos bem localizados e a um custo compatível para empreendimentos de baixa renda. É fundamental garantir um estoque de terras bem como a implementação da Lei nº 10.335.

3.6. Aporte para Programa Minha Casa Minha Vida Entidades

Propomos que a Secretaria de Habitação dê continuidade à parceria com o Governo Federal para a complementação de recursos de empreendimentos financiados pelo Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, em parceria com os movimentos populares. Reivindicamos que o orçamento destinado a esta parceria seja compatível com os projetos em contratação com o Programa.

A UMM-SP tem, neste momento, em fase de análise e contratação os seguintes projetos:

 

Projeto              Nro.     De   Cidade       Associação responsável

                     UHs                                                                                                                  

Alexius Jafet   1104            São Paulo          Ass, Trab. Sem Teto Zona Noroeste, AHD e Ass. Anjo da Paz

Dom José 1         200             São Paulo         

Dom José 2         200             São Paulo         

Zorilda             80               Suzano             CEMOS

Av. Ipiranga     120             São Paulo          ULC

Dona Benta      120             Suzano             Pró Moradia

Santa Sofia                         São Paulo          MOHAS

Sítio do Campo                   146                  Praia Grande                                              Ass Sitio do Campo

Raios de Sol     75               Bragança Paulista                                                                 Raios de Sol

Muro Azul       120             Americana      Cooperteto

Estão em elaboração, os seguintes projetos:

 

Projeto            Nro.    De   Cidade     Associação responsável 

                    UHs

Presidente Wilson              200                  São Paulo                                                      Mov de Moradia da Região Sudeste

5 de Dezembro    56           Suzano             Ass Jd. Míriam

Tânia Maria          88           Suzano             AssJd. Míriam

Área 1                  500         Taboão     da Serra                                                             Pastoral da Moradia de Taboão da Serra

Área 2                  600         Taboão     da Serra                                                             Pastoral da Moradia de Taboão da Serra

Barra do Jacaré    800         São Paulo          Ass dos Trabalhadores da Zona Noroeste

Cidade Tiradentes              700                  São Paulo                                                      Ass. Dos Trabalhadores Sem Terra Leste 1

 

Reivindicamos também a abertura de novo processo de habilitação de Entidades para aquelas que não se habilitaram em 2010.

3.7. Licenciamento dos empreendimentos

É preciso agilizar os processos de aprovação de projetos especialmente nos órgãos ambientais, especialmente para habitação de interesse social, pois os processos continuam morosos. Continuamos dispostos a estabelecer parceria com a CDHU para que os empreendimentos possam ser regulares, sem o emperramento da burocracia para sua aprovação.

3.8. Atendimento aos idosos

Reivindicamos o atendimento de famílias de idosos em todos os programas do Governo Estadual, respeitando o Estatuto dos Idosos e a ampliação da "Vila Dignidade".

4. Solução de processos antigos

Solicitamos que sejam dados encaminhamentos concretos para projetos antigos conveniados entre a CDHU e associações filiadas a UMM:

Tucuruvi B 18 - Agilizacão das liberações financeiras, aferição dos serviços executados em conjunto com a associação e assessoria, construção do muro de arrimo do empreendimento.

Campo Limpo 18 - Viabilização de área para realização do empreendimento, conforme compromisso estabelecido em 2000.

Jaraguá F2 - Retomada da Obra

Jaraguá ( a definir) - Definição de empreendimento com 50 unidades, conforme
comprometido coçn a CDHU

Hospital 21 de Abril (Bresser) - Conclusão da desapropriação do imóvel e viabilização do projeto para a demanda comprometida com o movimento desde 2000.

Conde de São Joaquim - Retomada dos empreendimentos e do diálogo com o movimento

Área da Henriqueta (Av. Cursino, 4900) - Desapropriação, conforme compromisso com o movimento.

Retomada da discussão para o atendimento das famílias que não foram contempladas no empreendimento PARI A e famílias moradoras de cortiços que são acompanhadas pelo movimento e estão em processo de reintegração de posse. Retomada da discussão da compensação do projeto em torno da Rua do Ouvidor.

4.1. Reintegração de Posse

Reivindicamos a suspensão imediata das ações de reintegração de posse do Estado, com a criação de uma comissão mista composta com membros dos movimentos para busca de soluções pactuadas para que as famílias possam ser devidamente assistidas e encaminhadas para programas habitacionais da CDHU, nas regiões de origem.

Nesse sentido, reivindicamos a cessação de ações de reintegração de posse por parte da Ecovias contra famílias cadastradas de Diadema e que são despejadas e jogadas na rua. Só este ano já foram despejadas 22 famílias e mais 52 famílias estão na iminência de serem reintegradas, ação proposta na lª Vara Cível de Diadema. Há famílias alojadas no Ginásio Poliesportivo do Jd. Casagrande sem que o auxílio aluguel prometido pela Secretaria da Habitação do Estado de São Paulo fosse repassado. Efetivação de negociação para solução das demais famílias a serem removidas sob o domínio da Dersa, através da construção de unidades habitacionais para essas famílias, que são cerca de 1.200, no município.

Com a ampliação das obras do Rodoanel, mais de 3.000 famílias da Região Norte da Região Metropolitana de São Paulo, estão sendo ameaçadas de despejo, sem que haja uma discussão com essas comunidades. Queremos transparência nas definições do traçado do Rodoanel, minimizando as remoções e a destinação de moradia digna para as eventuais famílias removidas.

5. Mutuários da CDHU - Trabalho de Pós-Ocupação

Uma das grandes preocupações da UMM SP é a pós-ocupação, pois as famílias continuam abandonadas, no aspecto social da formação da comunidade, na assistência técnica dos problemas surgidos com relação a obras. Continuamos aguardando o aprimoramento e a ampliação do Programa Viver Melhor em conjunto com os movimentos populares que atuam no dia-a-dia do condomínio.

Os problemas que continuam pendentes referem-se a:

5.1. Requalificação dos conjuntos - Os imóveis verticalizados cada dia encontram-se mais deteriorados, alguns sob risco, por falta de manutenção, mas também ao não cumprimento por parte das construtoras ou seguradoras de responder as solicitações dos moradores. Propomos um diagnóstico juntamente com o movimento de moradia desses conjuntos com objetivo de apontar a correção necessária, com criação de comissões para acompanhamento social dessas famílias no intuito de garantir a boa qualidade de local de moradia inclusive nos arredores das mesmas.

5.2 . Conclusão da infra-estrutura - Diversos conjuntos continuam abandonados sem conclusão de infra-estrutura e de equipamentos sociais, fato mais que necessário em diversos conjuntos habitacionais que hoje não possuem a mínima condição de urbanização, sendo esta uma das prioridades da UMM SP. Propomos a implantação da urbanização através de autogestão, permitindo que associação possa participar, deliberar, e apontar uma solução para tanta burocracia nos processos relacionados à habitação já existentes e novos projetos.

5.3. Regularização dos Conjuntos - Há anos a regularização dos conjuntos antigos é debatida e continua sem solução concreta nos condomínios da CDHU, levando várias famílias com todos os problemas a serem superados, não possuírem mecanismo de atuação junto aos órgãos de justiça, para tanto a  regularização e averbação são imprescindíveis, e permitirá que esta comunidade encaminhe suas diversas questões dentro  da legalidade. Continuamos propondo que a CDHU agilize esses processos de regularização.

5.4. Renegociação de Dívidas - Observamos que não está ocorrendo uma renegociação de dívidas, discutida dentro dos condomínios, através dos movimentos de moradia organizados. O que está ocorrendo são despejos sem critérios de necessidade do mutuário e sem levar em conta as prestações já pagas. Continuamos propondo um grupo de estudos dos movimentos de moradia com o Governo do Estado, a fim de viabilizar a melhor forma de reintegrar essas famílias num processo de aquisição viável de sua moradia.

6 . Revisão dos critérios de financiamento da CDHU

Os critérios hoje vigentes para o financiamento habitacional da CDHU estão desatualizados e não atendem o perfil do déficit do estado. A forma da concessão de subsídios na cobrança de cálculo de dívidas precisa ser revista para que a inadimplência deixe de ser crônica e as famílias que mais necessitam possam ser atendidas de forma justa e viável.

Propomos que os critérios da habilitação das famílias que compõem a demanda dos projetos habitacionais firmados com a CDHU devem ser discutidos com as associações, pois existem divergências de critérios entre as partes e a legislação. Insistimos ainda que a política de habitação deva incluir todas as pessoas de baixa renda que lutam por moradia. Devem ser revistas as restrições em relação aos idosos, casais do mesmo sexo, indivíduos sós. Além disso, propomos a porcentagem de 25% do número de suplentes para os contratos com a CDHU.

Atenciosamente,

Sidnei Antonio Euzebio Pita

Coordenação Executiva

Então, foi essa a pauta, Sr. Presidente, que foi apresentada ao Governador do Estado de São Paulo e ao Sr. Secretário de Habitação. E esperamos que no dia de amanhã, quando teremos a manifestação do movimento de moradia, é prudente que o Governador do Estado de São Paulo atenda e faça uma agenda com o movimento de moradia. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ARY FOSSEN - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, algumas pessoas que estão nos acompanhando em casa podem imaginar que seja uma gravação, que não estejamos ao vivo neste momento, porque o assunto é repetitivo.

Mais um policial militar foi executado na Baixada Santista. Desta feita, o soldado da Polícia Militar, Wagner Alberto Figueiredo, 28 anos de idade, cinco anos na Polícia Militar, foi executado com seis disparos de arma de fogo, às 21horas e 30 minutos de sábado, em Cubatão, na Vila Nova.

Sr. Presidente, na semana passada, eu estava aqui nesta tribuna, lamentando a morte do soldado Amieiro, que foi arrebatado numa rua próxima à sua casa, sequestrado, torturado, imolado, executado com um tiro nas pernas e na cabeça e abandonado num lixão em São Vicente.

Ainda este ano, na Baixada Santista, assomei à tribuna para lamentar a morte do Fábio Apolinário. Estive presente em seu velório no dia 28 de fevereiro. Ele foi executado na frente da porta da casa da sua mãe, em Santos.

Tivemos ainda em 2 de janeiro, a execução do policial Ângelo Cruz, que trabalhava aqui na cidade de São Paulo, mas foi executado num ponto de ônibus em São Vicente.

É muito triste dizer que há uma verdadeira guerra em desenvolvimento na Baixada Santista. E ao mesmo tempo em que o poder público, o governo de São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública e o comando da Polícia Militar na região, insistem em dizer que são casos absolutamente isolados. Simplesmente azar dos policiais, e que em todas as situações, execuções, grande superioridade de fogo e superioridade numérica de autores, nada em relação a esclarecimento.

Aliás, tristemente, tão triste quanto à morte desses milicianos, tem sido a postura do Governo do Estado de São Paulo, e muitas vezes insinuar até pela mídia, eventual e envolvimento desses policiais com criminosos. Isso é tripudiar a memória do policial porque se havia o envolvimento que se esclareça e prenda os demais indivíduos que estariam participando dessas orquestrações criminosas.

O que não dá para admitir é o Governo de São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública e o Comando da Polícia Militar tentarem dizer que nada de anormal está acontecendo. Nos últimos dois anos, mais de 15 policiais militares foram executados na Baixada Santista, em serviço e fora de serviço, e não está acontecendo absolutamente nada. Isso é um desmando, descaso, falta de ação do governo, irresponsabilidade, insegurança.

Qual a segurança que tem um cidadão hoje na Baixada Santista se ele toma conhecimento o tempo todo da execução de policiais e não tem esclarecimento, não tem apuração? Isso é lamentável.

“Ah, o Major Olímpio faz oposição permanente ao governo”. Isso não se trata de fazer oposição ao governo. É tentar chamar a atenção do governo para o óbvio, para o fortalecimento da Segurança Pública na região, o desbaratamento das quadrilhas, força tarefa para ampliar a investigação, mais quantidade de Polícia ostensiva para dar ao cidadão da Baixada, no mínimo, a sensação melhor de segurança.

Se os policiais estão desesperados, não se sentem seguros e nos velórios ficam com medo de conversar com o Major Olímpio é porque podem ser retaliados pelos comandantes. Olha a que ponto nós chegamos. Isso é muito triste. Esse é o nosso Litoral, o paraíso maravilhoso, mas que nesse momento está tomado pela criminalidade.

 

 O SR. PRESIDENTE - ARY FOSSEN - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Ary Fossem, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, funcionários da Casa, na semana passada, tivemos uma semana bastante interessante e produtiva para a Assembleia Legislativa.

Começamos já a segunda, terça e quarta-feira com grande seminário aqui na Casa sobre Educação Física e Saúde, que reuniu dezenas de secretários de Esportes, pessoal ligado à Saúde de mais de 70 municípios do Estado de São Paulo, no Plenário Franco Montoro, que discutiu sobre a importância da Educação Física, do esporte em relação à saúde.

Na terça-feira, estivemos no Plenário Juscelino Kubitschek para um debate importantíssimo, com a presença do Secretário Edson Aparecido, do PL 06, que cria a Região Metropolitana de São Paulo. É um projeto importantíssimo e, graças ao debate nesta Casa, foram programadas ainda mais cinco outras audiências públicas em cinco regiões metropolitanas de São Paulo.

Hoje, às 18 horas, haverá uma audiência pública em Santo André, para contemplar todo o ABC.

Na quarta-feira, tivemos a presença nesta Casa do Ministro da Educação Fernando Haddad, com o Plenário Paulo Kobayashi totalmente lotado para debater sobre o Plano Nacional da Educação e, ao mesmo tempo, para cobrar o envio do Plano Estadual de Educação que o Governo do Estado ainda não o enviou.

Na quinta-feira, tivemos os Plenários Franco Montoro e o Plenário Paulo Kobayashi superlotados, seja com a presença dos deputados, seja com a participação das entidades da sociedade civil organizada e uma população muito grande. Mais de 800 pessoas pelo menos estavam no plenário discutindo o trecho norte do Rodoanel. Na semana anterior tivemos um grande debate sobre drogas, principalmente o crack, nesta Casa.

Citei estas atividades que ocorreram na semana passada para mostrar que é desta forma que a gente faz com que a população comece a acreditar na Assembleia e nos deputados. Por quê? Porque há um discurso no plenário e no Colégio de Líderes para valorizarmos esta Casa.

Nós valorizamos esta Casa, nós cumprimos nosso papel de deputado estadual como representante do povo quando trazemos assuntos dessa envergadura para discussão dentro desta Casa. E uma coisa interessante: toda vez que se pauta tema importante, a população participa, a população dialoga. Tenho certeza de que a grande maioria dos deputados desta Casa recebeu um e-mail ou um telefonema da população comentando as atividades que tivemos na Casa semana passada.

Agora, esta Casa não funciona, esta Casa não vai para frente, não é reconhecida pela mídia e principalmente pela população quando se protocoliza CPI, por exemplo, para tratar do sebo, quando se protocoliza CPI, por exemplo, para tratar de dentadura, porque sabe-se que estas CPIs são apenas para ocupar espaço, para que a gente não possa discutir os verdadeiros problemas do Estado de São Paulo, como é a CPI do Rodoanel.

Quantas denúncias não ouvimos da população e de especialistas na última quinta-feira a respeito do trecho norte do Rodoanel! Uma população desesperada por causa das desapropriações. Algo perto de três mil desapropriações. O Deputado Luiz Cláudio Marcolino fez uma visita à região juntamente com outros deputados e pronunciou-se a respeito. Não se sabe qual o impacto ambiental que haverá naquela região. Não temos informação alguma e infelizmente o Governo do Estado não mandou nenhum representante para uma audiência com mais de 800 pessoas. É dessa forma que se trata a população. Então a Casa precisa ser valorizada. E começamos bem a semana com a notícia de que teremos essa audiência pública para tratar da região metropolitana na região do ABC, em Santo André.

Com o debate em cima de coisas importantes a gente consegue fazer com que a população acredite na Assembleia, acredite no Legislativo paulista, caso contrário teremos de explicar sempre o que fazemos nesta Casa ou então a imprensa mostrando o plenário vazio e as atividades acontecendo nos plenarinhos ou fora daqui. Foi uma lição o que tivemos nesta Casa semana passada para continuarmos pautando temas importantes para a população do Estado de São Paulo.

 

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- Assume a Presidência a Sra. Leci Brandão.

 

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A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - É com muita honra que uso da tribuna falando sob a Presidência da Deputada Leci Brandão. Que maravilha. Quem imaginava que a Leci Brandão, uma sambista, uma negra, uma mulher maravilhosa, fosse presidir esta Assembleia. Acho que o mundo está melhorando um pouco, não é Leci? Vamos acreditar nisso.

Está nos visitando hoje o novo diretor da TV Assembleia do Maranhão.

Laerte, Braga, vamos passar um vídeo sobre a situação da Operação Nova Luz. O Kassab mandou cercar 45 quadras da Santa Ifigênia e quer derrubar tudo, tudo, na porrada e ainda quer que o pessoal diga amém Jesus. O vídeo foi produzido pelo Tonhão, grande artista.

 

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- É feita a apresentação do vídeo.

 

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“NOVA LUZ

Prefeito Gilberto Kassab - “Em pouco tempo teremos aqui uma das mais bonitas e modernas regiões do mundo. Os investidores que já nos procuraram, os que já se credenciaram, à disposição do poder público. O Legislativo, o Executivo, o Judiciário que compreendeu a importância desse processo e tem cooperado conosco, nos dão a tranquilidade de fazer essa afirmação”. São Paulo, agosto de 2010.

Site da OAB/SP - D´Urso perde terreno na Nova Luz para Prefeito Kassab. Durante reunião do Conselho Seccional, na última segunda-feira, Presidente da OAB, Luiz Flávio Borges D´Urso fez ao Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, um pedido de surpresa para que a Prefeitura doe um terreno na região da nova Luz para a construção da nova sede da OAB.

“Comprometo-me a ser cabo eleitoral desta ideia”. disse o Prefeito Kassab.

Você sabia que nessa região não existe terreno sem dono? Nós não te elegemos para usar nossa Casa como moeda de troca.

 

São Paulo, 22 de fevereiro de 2011. Debate: Prefeitura e Sociedade Civil.

Local: Casa da Cidade.

Raquel Rolnik é arquiteta, urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e da Relatoria especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU, diz: “Com esse projeto só aqui em São Paulo tem resistência. No Rio de Janeiro não estou vendo. Mas em São Paulo esses projetos e essas tentativas, ao longo dessa história, tiveram o tempo todo uma resistência política, urbanística, jurídica, que ao meu ver ela só muda as estratégias. Às vezes é uma estratégia jurídica, às vezes mais de movimentação política de organização, mas tem resistência. Acho extremamente importante essa resistência.

 

Concordo com o Paulo, se passar na Nova Luz, passou no Brasil. Santa Ifigênia, Luz, Cracolândia, três nomes. O que são esses três nomes? Qual o significado desses três nomes? O significado não é por acaso que se cria uma certa entropia, uma certa confusão. É Santa Ifigênia, Luz ou é Cracolândia? Precisa ficar mais claro. Significa ter maior valor no mercado.

É essa a ideia do valor. Valor que está em jogo nessa história é um valor imobiliário, valor mercantil. É um valor financeiro. Não é um valor afetivo, nem histórico. Nada disso. Aí vem a solução final, extermínio. Qual é a solução final?  Pra mim o elemento mais emblemático dessa política foi o fechamento do fashion luz ali, que ocupava o antigo prédio da rodoviária que era um pólo extremamente dinâmico. Aquilo foi fechado na marra. Ficou semidestruído e outras quadras semidestruídas, também da própria região. Foi sendo degradado.

 

O processo de degradação daquela região foi sendo construído pela política urbana. Aquele lugar não era degradado; aquele lugar foi sendo degradado. Evidentemente, aquilo vira também um território “terra de ninguém” e acaba atraindo os “nóias” e aquilo, então dessa forma, transforma em cracolândia. O conceito de cracolândia, a ideia de que aquilo é a cracolândia aparece então como uma justificativa para definitivamente então, entrar lá dentro, acabar com tudo que tem lá e construir a Nova Luz, sobre aquela obscuridão.

 

A Nova Luz inclusive chamando a Santa Ifigênia de Nova Luz, e que historicamente, para quem estuda a história da cidade de São Paulo, ali é Santa Ifigênia. Chama Nova Luz porque você lança a ideia de que aquele território será uma nova coisa, que não tem nada a ver com aquilo. Só que aquilo não é a Santa Ifigênia existente e resistente. Dinâmica e econômica real. Dinheiro, gente comprando, vendendo, emprego. Dinâmica, econômica, é um lugar.

 

O que estou querendo dizer com isto e esse é o histórico que queria colocar. Para dizer que dessa forma isso contamina bastante a maneira como é vista a ideia de sesmaria. Eu acredito, Sesmaria Porteira Fechada. Você entrega porteira fechada para que todo o trabalho de circulação seja privatizado e não deve ser feito. Porque o que deve ser feito num projeto urbanístico para a cidade de São Paulo e para todas as cidades do planeta. Como melhorar aquilo que é? Como constituir para dar aquilo que é condições melhores com mais limpeza, mais cuidado, mais intervenção urbanística no sentido de melhorar a condição de uso de quem está, para quem está.

A política pública deveria ser feita com essa direção. Com a população a partir daquilo que está e construindo ali, uma intervenção que pode ser uma intervenção com muito mais sustentabilidade. Seria mais do que se opor ao projeto. É muito importante que a gente construa um projeto alternativo, um projeto com os comerciantes da Santa Ifigênia. Eles não precisam sair de lá, serem desapropriados e com os moradores da região para que efetivamente a gente possa ter um projeto que inclua a todos e que não seja simplesmente uma frente de abertura para um capital financeiro/imobiliário. Obrigada.”

 

Foi desapropriado esse terreno na Rua dos Gusmões, 236, em 2007. O motivo da desapropriação: construção de moradia popular. Veja o tipo de moradia popular criada no local. Foto atual, 2011. Foi criada moradia popular erguida com o suor dos próprios moradores, que juntaram pedaços de madeira e fizeram dali a sua casa. Eles ainda estão esperando a moradia digna que o Prefeito prometeu.”

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Esta é a apresentação de uma parte do trabalho. Voltaremos ao assunto. O Deputado Marcolino também está organizando a resistência à Nova Luz. Para resumir, Deputado Curiati, o prefeito Kassab pretende derrubar 45 quadras na região central da cidade, fez um projeto de lei de concessão urbanística. Não é a prefeitura que desapropria. Ele concedeu para a companhia City, presidida pelo Dr. Bicudo, o direito de fazer essa desapropriação em nome da Prefeitura de São Paulo. É um absurdo, uma ilegalidade, mas o povo vai reagir. Obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. ANTONIO SALIM CURIATI - PP - Sra. Presidente, Deputada Leci Brandão, é com grande satisfação que observo V.Exa. ocupando a presidência desta sessão. Tenho certeza que V.Exa. ira  trabalhar  para que esta Casa continue na senda do progresso e pela valorização do Poder Legislativo. Cumprimento V.Exa. lembrando que o nosso presidente efetivo, Deputado Barros Munhoz, sofreu um acidente mas está se recuperando.Pedimos a Deus Todo Poderoso que o conserve com muita saúde.

Srs. Deputados, ontem, na TV Record assisti à reprodução de um programa realizado pela TV Globo. Somos contra a discriminação. Sou o mais velho de dez filhos, descendente de libaneses, e sofri discriminação. De modo que estranhei o comportamento do jornalista e estou na tribuna para alertar esta Casa para que ela se manifeste contra um episódio que não tem fundamentação.

O jornalista Caio Blinder é brasileiro, mas mora nos Estados Unidos. Em conversa com o colega Lucas Mendes, chamou a rainha Rania, da Jordânia, de “piranha”. Em todos os meus anos de vida publica nunca ouvi a imprensa se referir dessa maneira a mulheres de qualquer origem. Mas ele se referia às mulheres dos líderes árabes. Estranho, nobre Presidente. O jornalista repetiu a expressão mais de uma vez e generalizou o tratamento para com as outras primeiras-damas do mundo árabe. O que é isso! Essa discriminação não pode existir nesse instante no nosso país.

“Politicamente Rania e as outras piranhas são intragáveis”, com essa frase ele insistiu em repetir o termo. O embaixador da Jordânia, no Brasil, Ramez, encaminhou uma nota ao Itamaraty formalizando protesto contra o comportamento do jornalista. Exige retratação e ameaça processar a emissora. Os outros 17 embaixadores árabes também protestaram. Espero que essa Casa não fique indiferente a um comportamento tão agressivo e inconcebível. Faço novamente um apelo às lideranças para que consultem o setor competente e que seja feita uma manifestação contrária a essa afirmação infeliz e grosseira.

Ainda hoje estive com meu amigo Deputado Adriano Diogo e ele lembrava da importância de harmonizar a juventude de descendentes árabes com a juventude brasileira para que tivessem um comportamento cordial e amistoso . Estive com o ex-Presidente da República, Lula, em várias reuniões com representantes do mundo árabe e sempre verifiquei como esse povo prestigia o Brasil. E agora a atual Presidente, Dilma Rousseff, esteve visitando alguns países ligados ao mundo árabe. Não é possível ficarmos indiferentes a essa situação. Estou nesta Casa desde 1965 e nunca, nunca assisti a um comportamento dessa natureza. Parabéns à TV Record, que reproduziu o programa exibido na Globo News. Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.)

Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges.

 

O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, quero falar sobre as impressões e a importância dos resultados que testemunhei ao participar, em alguns momentos, do 55º Congresso de Municípios, que aconteceu no Município de São Vicente, promovido pela Associação Paulista de Municípios, com a parceria de segmentos e entidades ligados ao setor do municipalismo, das Câmaras municipais, a Uvesp. Coordenei a mesa de reforma política que foi presidida pela Uvesp.

Sr. Presidente, solicito que seja encaminhado ao Presidente da Associação Paulista de Municípios em particular, e também ao Presidente da Uvesp, os cumprimentos desta Casa, não só pelo Congresso, mas pela importância do resultado e das bandeiras ali apresentadas, algumas já com resultado no dia, e outras que foram encaminhadas para a Marcha de Prefeitos a Brasília, o que acontecerá em maio.

Algumas bandeiras foram ali colocadas, dentre elas a bandeira da regulamentação da Emenda 29, que está lá na Constituição. Já vi muitos companheiros aqui nesta tribuna que deixaram a sua palavra de apoio a nossa Saúde, a saúde do Estado e do País.

A Emenda 29 vem reformular a participação do Governo estadual, do Governo Federal, e regulamentar o que já acontece nos municípios. A Constituição fala em 15% dos municípios, e hoje não existe município que invista menos que 20 a 22% na Saúde.

Precisamos regulamentar e melhorar o repasse do SUS, para que nossas entidades hospitalares e os municípios tenham uma condição melhor para desenvolver a sua função. As obrigações, as ações e as funções foram para os municípios, mas os recursos não foram.

Foi aprovada a Carta de São Vicente, que está indo para a Marcha de Prefeitos em Brasília, para ser entregue à Presidente da República e ao Ministro da Saúde. O Deputado Donisete Braga passou por lá também dando a sua contribuição no Congresso.

Destacaria aqui mais dois pontos do tema discutido no Congresso. Primeiro é o meu cumprimento ao Governador Geraldo Alckmin por, lá no Congresso, atender a duas demandas. Uma delas é o reajuste do repasse da merenda escolar para os municípios paulistas. Tivemos uma inflação oficial de 6% no ano passado e o Governador atualizou em 14% o valor de repasse, vindo de encontro a uma necessidade. Ainda é pouco, ele próprio reconheceu, mas é o que foi possível. Que isso possa melhorar cada vez mais a condição dos municípios em prestar a alimentação escolar para as nossas crianças.

Outra questão é que tive o privilégio de presidir à Mesa quando estava lá o Secretário de Saúde, Hermann, acompanhado, na oportunidade, do Presidente da Associação Paulista de Municípios e do Presidente da AMA, Prefeito Alberto de Álvares Florence. Entregamos uma reivindicação e a Carta de São Vicente pedindo que os prédios das escolas estaduais que foram municipalizadas sejam transferidos - este patrimônio - para os municípios. Os municípios estão com as escolas municipalizadas, querem muitas vezes fazer investimento, precisam buscar convênio no Governo Federal, ou até no Governo do Estado, e não podem porque não são donos daqueles imóveis. O Governador Geraldo Alckmin já assumiu o compromisso, assinou o ato e vai oficializar. Possivelmente, esta Casa, ou um ato administrativo do Governador Geraldo Alckmin, finalizaria essa questão do patrimônio com a Secretaria da Educação e contemplaria os municípios paulistas que municipalizaram as suas escolas para receber este patrimônio muito importante para todos.

Deixo então o meu cumprimento ao Governador, à Associação Paulista de Municípios, e a certeza de que este 55º Congresso, mais uma vez, cumpriu o seu papel de levantar temas e bandeiras, e trazer conquistas e benefícios para o municipalismo e para os moradores das nossas cidades do interior de São Paulo. E claro, também da Capital. Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente em exercício, Deputada Leci Brandão, é uma honra para a Assembleia Legislativa tê-la comandando os trabalhos desta Casa, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Assembleia, estamos reafirmando o convite para a realização de uma grande audiência pública que será realizada aqui mesmo na Assembleia Legislativa, no próximo dia 30, sábado, às 10 horas da manhã, no Plenário Franco Montoro.

Estaremos realizando uma grande audiência pública para construir um projeto de plano de carreira e um novo Estatuto do Magistério para a rede estadual de ensino. Hoje, se avaliarmos criticamente, o Plano de Carreira na rede estadual de ensino não existe praticamente. Os professores e todos os servidores da Educação estão à deriva nesse aspecto. Tivemos um estatuto que foi aprovado em 1985, ainda na época do Montoro, mas que foi depois destruído gradativamente através de várias resoluções e decretos.

Todas essas destruições foram feitas praticamente pelos Governos do PSDB: ex-Governador Mário Covas, ex-Governador Geraldo Alckmin, ex-Governador José Serra, ex-Governador Alberto Goldman, e agora continuamos o processo ainda de sucateamento e degradação do ensino, que é colocado em curso ainda pelo atual Governo Geraldo Alckmin. Nada foi feito ainda para tirar a Educação do Estado de São Paulo do atraso e dessa situação de calamidade pública. Temos então de valorizar de fato a carreira do Magistério estadual, aprovando um novo plano de carreira.

A Secretaria estadual de Educação está sinalizando, fazendo algumas discussões com os Profissionais da Educação, e algumas regiões do Estado sinalizando que pretende alterar alguns pontos, alguns aspectos do Plano de Carreira.

Mas, nós conhecemos essa história, porque discussões como essas já foram feitas em outros momentos e nada aconteceu. Então, vamos organizar o Magistério, promover os debates para quando chegar o projeto à Assembleia Legislativa, nós vamos ter propostas para apresentar através de emendas, que provavelmente será encaminhado pelo Governo.

Agora, nós temos certeza, nós conhecemos o Governo do PSDB. Nós conhecemos me parece que a política odiosa do Governo do PSDB contra a área de Educação e, sobretudo, contra o Magistério estadual.

Digo isso porque os Governadores, os Secretários de Educação do PSDB, destruíram a Educação do nosso Estado, e desvalorizaram os professores, através de várias medidas, como, por exemplo, as leis que foram aprovadas aqui na Assembleia Legislativa, também pelos Deputados do PSDB e seus aliados.

Não me canso de denunciar a Lei 1093, de 2009, que criou a quarentena para os professores, criou a contratação precária de apenas um ano para professores na Rede Pública de Ensino, e hoje nós temos vários casos de professores que, tendo o contrato vencido no mês de setembro ou outubro, não podem ser recontratados, e os alunos ficam sem aula na Rede Estadual de Ensino. No ano passado, tivemos muitas denúncias em todo o Estado de São Paulo, que tem 5.300 escolas e que por conta dessa lei perversa e danosa que foi aprovada, o projeto de lei do ex-Governador José Serra, aprovado pela base do Governo, pelo PSDB e todos os partidos que compõem a base governista - e nós votamos contra -, os alunos foram prejudicados e os professores trabalhando em regime de trabalho precário.

Essa é a situação hoje da Rede Estadual de Ensino. A Lei 1041, também aprovada aqui pelos Deputados da base governista, que proíbe praticamente o professor de ter consulta médica. E o professor só pode ter seis consultas médicas por ano. É uma lei inconstitucional, que agride o direito dos trabalhadores à saúde. Depois, o Governador Geraldo Alckmin lança o projeto Educação com Saúde, dizendo que está preocupado com a saúde dos professores, porque os professores estão adoecendo no trabalho. E estão mesmo, porque os professores trabalham numa jornada estafante, com cinquenta alunos por sala muitas vezes, superlotação e com violência nas escolas, e o professor adoece mesmo. Agora, o Governador não ataca as principais causas do adoecimento dos professores.

Sr. Presidente, estamos organizando essa audiência pública para discutir o Plano de Carreira e o Estatuto do Magistério paulista, para apresentar já as propostas para a reformulação e para a construção, na verdade, de um novo Plano de Carreira para os professores, para os servidores da Educação.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, está esgotado o tempo do Pequeno Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, essa é a situação hoje da Educação no Estado de São Paulo. Nós precisamos de um novo Plano de Carreira, nós precisamos de um novo Estatuto do Magistério, que garanta a evolução funcional, que garanta a progressão na carreira, que garanta salários dignos, não essa política salarial de gratificação, de bonificação, que tanto tem destruído a carreira do Magistério paulista. Os professores querem salários dignos, salários decentes.

É nesse sentido que estamos organizando essa audiência pública que além do Estatuto do Magistério irá discutir também o Plano Estadual de Educação que estabelece metas, diretrizes e estratégias para a Educação num prazo de dez anos para o Estado de São Paulo, para que possamos ter uma política educacional do Estado de São Paulo. E não mais política educacional do PSDB, do PMDB e de nenhum partido. A política educacional tem que ser política do Estado e ela tem que ter continuidade. Vivemos esse drama no Brasil com a descontinuidade das políticas educacionais.

Nesse sentido, temos que aprovar com urgência um Plano Estadual de Educação construído coletivamente pelo Magistério paulista, pelas entidades que representam de fato a Educação no Estado de São Paulo.

A audiência pública do dia 30, sábado, às 10 horas, no Plenário Franco Montoro, vai ter esse objetivo de discutir o Plano Estadual de Educação, o Plano de Carreira e o Estatuto do Magistério. Essas discussões já deveriam ter acontecido há muito anos, mas o governo não tomou nenhuma iniciativa. A iniciativa que o governo tomou durante todo esse período foi no sentido de destruir, desvalorizar e desqualificar o Magistério no Estado de São Paulo. Foi isso que aconteceu.

Agora estamos travando uma luta para reconstrução. Embora termos votado, aqui, sempre contra essas políticas perversas e danosas do governo estadual - e no nosso caso chegamos aqui em 2007 -, fizemos enfrentamento, denunciamos as políticas educacionais do Ex-Governador José Serra, do Ex-Governador Goldman. Mas estamos percebendo que não há uma mudança de orientação em relação à política educacional nesse governo porque todo esse entulho autoritário, aprovado nas últimas administrações do PSDB, continua. Eu não vi nenhum projeto do governador. O governador em nenhum momento enviou um projeto de lei para a Assembleia Legislativa para revogar essas leis aprovadas aqui pela base do governo.

O nosso mandato apresentou aqui vários projetos revogando a Lei 1.041, que impede o professor de ter acesso a consultas médicas. Apresentamos projetos de lei revogando a Lei 1.093, a Lei 1.097 que criou a famigerada falsa avaliação, chamada de prova de mérito. Entramos na Justiça, fomos até o Supremo Tribunal Federal. Estamos tomando todas as iniciativas que são possíveis aqui sob o ponto de vista regimentais, do ponto de vista legal.

Agora, se o Governador Alckmin realmente vai mudar a Educação, como o secretário estadual está dizendo que tem carta branca para mudar a Educação, ele deveria dar um exemplo primeiramente respeitando a data-base dos servidores.

A data-base não foi respeitada, ela venceu no dia 1º e até agora não foi apresentado o índice de reajuste, pelo menos para repor as perdas inflacionárias dos professores e de todos os servidores do Estado de São Paulo. Continuamos com essa política ainda de não respeitar o direito constitucional, que faz parte, inclusive, aqui do ordenamento jurídico do Estado de São Paulo, que é a data-base salarial, lei aprovada inclusive aqui em 2006, na Assembleia Legislativa.

Este o ponto que gostaria de levantar: se o governo tem mesmo a intenção de valorizar os professores, seria já uma sinalização importante apresentar o índice de reajuste, respeitando a data-base, a Constituição Federal e mandar, também, os projetos revogando toda essa legislação, que acabei de citar aqui, que tanto tem prejudicado o Magistério Estadual. No entanto, nada disso aconteceu.

É nesse diapasão que estamos organizando essa audiência pública no dia 30. Estão todos convidados: os professores da Rede Estadual de Ensino, os servidores do Quadro de Apoio porque vamos discutir também não só o Plano de Carreira do Magistério, mas também o Plano de Carreira dos funcionários que estão marginalizados nas nossas Escolas Estaduais. Muito obrigado, Deputada Leci Brandão, Deputado José Bittencourt e Deputado Donisete Braga.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência atendendo solicitação do nobre Deputado Fernando Capez convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r”, da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 16 de maio de 2011, às 10 horas, com a finalidade de comemorar o Dia da Policial Militar Feminina.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, saiu publicado no "Diário Oficial" do Executivo o Decreto 56935, de 15 e abril de 2011, que cria e organiza na Secretaria da Administração Penitenciária a penitenciária feminina em Tupi Paulista e dá outras providências correlatas.

Qual é a nossa reflexão? É atribuição do Executivo, no âmbito da administração pública e de primeiro escalão, baixar decreto. É elementar a aceitação desse entendimento. Agora é preciso refletir sobre os municípios que abrigam unidades prisionais.

Recentemente foi inaugurada uma penitenciária feminina em Tremembé que tem um complexo penitenciário considerável. Nessa região de Tupi Paulista de igual modo. Depois de Marília até Panorama temos cerca de 30 presídios naquela região do Estado. Aliás, há um projeto de nossa autoria que pede para que o nome não seja mais penitenciária. A ideia de penitenciária vem de penitência e a natureza, a finalística da aplicação da pena da sentença determinada pelo juiz não é a de penitenciar ninguém, mas a de corrigir. Portanto, a sanção, do ponto de vista criminal, tem a finalidade de correção e não de penitência ou de punição. Por isso advogo a tese de alteração da titulação dessas unidades prisionais estaduais aqui no Estado. Já tenho refletido com algumas autoridades do Estado, mas a coisa não avança.

Quem sabe o Governo encampe esta ideia, assim como encampou a ideia de mudar para Fundação Casa o que antes se chamava Febem. A Fundação Casa trouxe uma lógica, uma filosofia totalmente diferenciada, inclusive mudando estruturalmente a questão da internação de menores em colidência com a norma e a lei.

O que queremos dizer em relação a este decreto? Que o Governo, que tem a atribuição de baixar o decreto e criar unidades prisionais no Estado, compense esses municípios que abrigam em seus territórios essas unidades prisionais - interessante que essas unidades prisionais abrigam pessoas que cumprem pena em regime fechado e em regime semiaberto - com políticas públicas porque com a vinda dessas sentenciadas àquela unidade prisional certamente virão os familiares e o sistema fica complicado na questão da Saúde, da Habitação e assim por diante.

Oxalá o Governador Geraldo Alckmin e o Secretário Sidney Beraldo, da Casa Civil, se sensibilizem com os pleitos desses prefeitos que abrigam em seus territórios unidades prisionais. Há uma lei, de nossa autoria, que prevê políticas públicas compensatórias para os municípios com unidades prisionais, mas precisa haver mecanismo, um instrumento institucional para que durante a LDO e até mesmo a Lei do Orçamento se preveja, por determinação de comando legal, que os municípios precisam ser compensados com políticas públicas desde que abriguem unidades prisionais.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - PELO ART. 82 - Sra. Presidente em exercício, colega, amiga, nobre Deputada Leci Brandão, funcionários da Asssembleia Legislativa, telespectadores da TV Asssembleia, hoje quero abordar um tema que o Brasil certamente irá discutir neste ano, especialmente no Congresso Nacional, que está relacionado à reforma política. A sociedade já começa a discutir e a mídia já pauta esse tema que reputo crucial para o país.

Não vou entrar no mérito dos temas que o meu partido tem debatido, até porque ainda não temos posição fechada com relação aos vários temas que se apresentam. Hoje há o tema do financiamento público de campanha, o da lista fechada, que é polêmico, tem divergências em todos os partidos e convergências em outros. Considero o tema crucial.

Quando se fala em mudar as regras, o processo eleitoral, penso que temos que avançar por um processo mais moderno de participação popular em que os eleitores possam não só acompanhar, como hoje acompanham. V.Exa., Sra. Presidente, exerce pela primeira vez o mandato de deputada estadual e seguramente já percebe a presença dos eleitores acompanhando nossos mandatos.

O processo de comunicação, hoje, é muito rápido, pois há a Internet, as redes sociais e é fundamental que os eleitores acompanhem permanentemente a ação, a atuação de todos os parlamentares, seja na esfera municipal, estadual ou federal. Não podemos transferir a responsabilidade do grande debate da reforma política para o Congresso Nacional. As assembleias legislativas, e seguramente a de São Paulo, terão de fazer muitos debates. Traremos aqui muitos pensamentos antagônicos, os temas mais convergentes e divergentes para podermos construir para o nosso Brasil uma reforma política que atenda aos anseios não só dos eleitos, mas também dos eleitores. Acho que esse é o grande desafio que se apresenta e sabemos que deve haver um grande consenso.

Fico muito feliz. Hoje vi a mídia pautar a presença e a atuação do nosso sempre Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que seguramente vai dar sua parcela de contribuição para o nosso Brasil. Afinal de contas, ele governou nosso país durante oito anos, está no PT desde a sua fundação, conhece muito bem o nosso país, conhece muito bem o Congresso Nacional, já foi deputado federal, constituinte, discutiu a democracia do nosso país. Acho que a sociedade brasileira, as escolas públicas e as universidades têm de debater qual é o modelo de política que queremos para o nosso Brasil. Temos de não só reiterar a importância da discussão da reforma política, mas ao mesmo tempo não podemos cair na vala comum de que político não presta.

Tudo que fazemos na nossa vida depende da política brasileira. E mais do que nunca queremos fortalecer os parlamentos, a começar pelas câmaras municipais - fui vereador durante dois mandatos e sei o quanto é fundamental o papel das assembleias legislativas como também do Congresso Nacional. A partir desses objetivos devemos ter em mente o fortalecimento da nossa democracia. E seguramente, também, o fortalecimento dos partidos brasileiros, com as mais diferentes visões - centro, direita, esquerda, PSDB, PT, DEM, PMDB, PCdoB, PSB, PSOL, enfim, os mais diferentes partidos brasileiros. Mais do que isso, queremos fortalecer a democracia, os partidos, e a partir daí criar uma nova dinâmica a partir da qual os eleitores e as eleitoras possam ter uma visão importante sobre a política brasileira como um todo.

Agradeço pela oportunidade de mais uma vez poder debater esse tema tão crucial e importante para o nosso País.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sra. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes, requeiro o levantamento da presente sessão.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos convoca V.Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da Sessão Ordinária de nº 22.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 48 minutos.

 

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