06 DE JUNHO DE 2008

025ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DODIA DE JERUSALÉM” E DOS “60 ANOS DE FUNDAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL”

 

Presidente: GILMACI SANTOS

 

 

RESUMO

COMEMORAÇÃO DO "DIA DE JERUSALÉM" E DOS "60 ANOS DE FUNDAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL"

001 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Comunica que esta sessão solene foi convocada pelo Presidente Vaz de Lima, por solicitação do Deputado Gilmaci Santos, na direção dos trabalhos, com a finalidade de comemorar o "Dia de Jerusalém" e os "60 Anos de Fundação do Estado de Israel". Convida o público para, de pé, ouvir o Hino Nacional Brasileiro e o  Hino Nacional de Israel.

 

002 - CÉLIA LEÃO

Deputada estadual, destaca a grandeza da história do povo judeu. Recorda a importância do Conscre, órgão desta Casa que reúne as representações estrangeiras. Elogia a valorização do passado na cultura hebraica. Enaltece os valores da liberdade. Faz citações de Cora Coralina e de Luther King.

 

003 - Presidente GILMACI SANTOS

Anuncia a exibição de vídeo, com mensagem do Excelentíssimo Senhor Shimon Peres, presidente do Estado de  Israel.

 

004 - BEN ABRAHAM

Sobrevivente do Holocausto, ressalta a necessidade de se prevenir e alertar as futuras gerações para que não se repitam as atrocidades do Holocausto. Recorda os trabalhos forçados, a existência das câmaras de gás e as privações nos campos de extermínio de judeus. Faz exortação a Israel, "nossa pátria espiritural". Faz referências à acolhida dada por Israel a judeus perseguidos, como os etíopes.

 

005 - Presidente GILMACI SANTOS

Registra a presença de autoridade.

 

006 - RICARDO BERKIENSZTAT

Vice-presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, comunica o seqüestro de líderes judeus no Irã. Recorda as festas do Shavuot. Informa que Israel tem economia estável, com realizações voltadas para o futuro, visando uma sociedade justa e igualitária. Lembra as relações bilaterais entre Brasil e Israel e os tratados assinados com o Mercosul. Afirma que a cidade de Jerusalém tem atmosfera única.

 

007 - Presidente GILMACI SANTOS

Anuncia apresentações musicais.

 

008 - BORIS BER

Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, recorda as perseguições e os extermínios a judeus. Informa que Israel surgiu das cinzas do Holocausto. Enaltece conquistas na ciência e tecnologia. Lembra que Jerusalém é reverenciada por três religiões, está em permanente mudança, além de ser importante centro arqueológico e epicentro da consciência judaica.

 

009 - Presidente GILMACI SANTOS

Anuncia a presença do Deputado Otoniel Lima.

 

010 - TZIPORA RIMON

Embaixadora de Israel no Brasil, discorre sobre a fundação do Estado de Israel, em 1948, na ONU, com a participação do brasileiro Oswaldo Aranha. Lembra ondas de terrorismo sofridas ao longo desse período. Destaca as relações políticas e econômicas com vários países, no que tange à ciência, tecnologia e agricultura. Ressalta a assinatura de vários acordos de paz. Faz  referências à "Guerra dos Seis Dias". Faz citações históricas e religiosas sobre a cidade de Jerusalém. Cita agradecimento em nome do Knesset, o parlamento israelense.

 

011 - Presidente GILMACI SANTOS

Ressalta a sua administração pelo povo judeu. Destaca a importância de Israel na História recente. Faz citação de Jeremias. Informa que o Odair Fontanelli, diretor-presidente do Projeto Jerusalém, condecorará com a "Medalha Jerusalém", o Sr.  Presidente Vaz de Lima, o Sr. Deputado Gilmaci Santos, a embaixadora de Israel no Brasil  Tzipora Rimon, e o Presidente de Israel Shimon Perez. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS  - PRB - Sras. e Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Vaz de Lima, atendendo solicitação deste Deputado, com a finalidade de comemorar o “Dia de Jerusalém e os 60 Anos da Fundação do Estado de Israel”.

Compondo a Mesa, temos a Embaixadora de Israel no Brasil, Sra. Tzipora Rimon, Sr. Boris Ber, Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Sr. Ricardo Berkiensztat, vice-Presidente Executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Sr. Ben Abraham, sobrevivente do Holocausto.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos os Hinos Nacionais de Israel e do Brasil, executados pelo Coral Sharsheret Wizo, sob a regência da Maestrina Sima Halpern.

 

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- São executados os Hinos Nacionais de Israel e do Brasil pelo Coral Sharsheret Wizo.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Esta Presidência agradece ao Coral Sharsheret Wizo, sob a regência da Maestrina Sima Halpern.

 Esta Presidência registra a presença da Deputada Célia Leão, Sr. Marcel Hollender, Presidente da TV Aberta SP e Diretor do programa Shalom Brasil, Sra. Miriam Doris Lilienfeld, Presidente Na’amat Pioneiras/SP, Etejane Hepner Coin, Presidente Wizo/São Paulo. (Palmas).

  Perdoem-nos pela pronúncia inadequada, mas está difícil. Michel Stolar, presidente da Sociedade Hebraica Brasileira Renascença; Rabino Ruben Sternschein, da Congregação Israelita Paulista; Peter Weiss, presidente da Hebraica; Sr. Odair Fontanelli, presidente do Projeto Jerusalém; Ricardo Berkiensztat, vice-presidente executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo; Sérgio Serber, presidente do Conscre, representando também o Sr. Walter Feldman, Secretário Municipal de Esportes; André Grunebaum, secretário da Congregação Israelita Paulista; Miriam Vasserman, membro da WUPJ; Alberto Milkewitz, diretor  institucional da Fisesp; Eduardo Cardoso de Almeida Castanheira, Chefe da Assessoria Policial Civil da Alesp, representando o Delegado Geral de Polícia, Dr. Maurício José Lemos Freire; Sr. Lucas Melim, assessor parlamentar, representando o Vereador Átila Russomano; Anita Schuartz, representando a Secretaria Municipal de Esportes; Silvia Hidal, presidente do Comitê 2009 Macabi Brasil; Anita Pinkuss, da Comunidade Shalom. Anunciamos também a presença do Deputado Said Mourad. Muito obrigado pelas presenças. (Palmas).

Esta Presidência concede a palavra à nobre Deputada Célia Leão.

 

A SRA. CÉLIA LEÃO -PSDB - Agradeço a oportunidade, o privilégio e a alegria de poder fazer o uso da tribuna oficial desta augusta Casa de Leis nesta manhã. Quero cumprimentar o Deputado Gilmaci Santos, Presidente em exercício neste momento, representando o Presidente efetivo, Deputado Vaz de Lima. Quero parabenizar a delicadeza, a gentileza e, sobretudo, a sensibilidade, oportunidade e responsabilidade do Deputado Gilmaci Santos, que teve o carinho de promover esta Sessão Solene nesta manhã, para fazer valer a história de milhares de pessoas que estão aqui sendo representadas.

Gostaria de fazer um cumprimento especial à nossa querida embaixadora. É uma alegria desta Casa poder recebê-la. Para nós, é uma honra, sobretudo por uma mulher representar neste momento esse país tão diferenciado, tão importante, embora menor do que muitos outros países territorialmente falando, mas que possui a grandeza de uma história. Assim, Sra. Embaixadora, é uma alegria tê-la nesta Casa.

Também quero dizer da nossa alegria de encontrar o presidente Sr. Boris Ber. É bom estar com V.Sa. novamente. Quero cumprimentar o nosso querido Dr. Peter Weiss, presidente da Hebraica, assim como o nosso querido Ricardo, vice-presidente. Aliás, quero dizer que neste País, vice dá sempre certo. Dessa forma, Dr. Ricardo, fique sempre muito atento.

 Quero dizer da alegria de estar aqui com a Dra. Miriam Doris, das Pioneiras; com a Dra. Anita, da nossa grande B’nai B’rith, representando o nosso querido amigo, irmão, companheiro, Deputado Walter Feldman, hoje Secretário; com o meu irmão Sérgio Serber, que aqui representa o Conscre, que foi uma construção de idéias, de sentimentos de nações e povos, todos em busca do mesmo caminho da paz. Enfim, gostaria de cumprimentar a cada um e a todos aqui presentes na figura dessas pessoas que acabei de citar, assim como o Deputado Said Mourad, que está sempre conosco em nosso trabalho. Através dessas pessoas quero cumprimentar todas as senhoras e os senhores presentes.

Quero dizer da alegria de rever o Coral. Já fui convidada certa vez para fazer parte dele, é só uma questão de tempo para treinar. Não vai ser tão difícil assim. Afinal de contas, é tão fácil cantar em hebraico, não? Eu e o Deputado Gilmaci faremos um curso para tentar amenizar a dificuldade com as palavras.

Uma palavra muito breve: 60 anos de instalação do Estado de Israel. Todos estamos aqui hoje para comemorar os 60 anos da história de um país. Mas na verdade não estamos comemorando a história de um país, é mais do que isso, é a história de toda a humanidade, que se sintetiza na figura da criação e os 60 anos do Estado de Israel.

Fico pensando que, se pudéssemos balançar a árvore genealógica do Estado de Israel - atualmente composto, vivo, presente -, certamente, na hora em que chacoalhássemos a história desse estado teríamos a certeza absoluta de que dali cairiam pessoas que estão espalhadas pelo mundo, pessoas que estão aqui neste plenário, representando essa grande sociedade mundial, pessoas dos quatro cantos do planeta.

E não é uma história de 60 anos, mas uma história de mais de cinco mil anos. Na verdade, tudo aquilo que foi feito, criado, debatido, lutado concretizou-se num estado de 60 anos, mas é um estado que conta a história do povo do Planeta Terra.

Para mim, particularmente, sempre é um momento de emoção, não só porque meu avô era Oliveira, meus outros avós eram Leão. Dizem que nomes de árvores e animais designam os cristãos novos. Não foi por acaso que, pelo meio do caminho, acabei me encontrando ou fui encontrada - e por isso me sinto muito feliz e agradecida ao nosso Deus, que é único - por uma pessoa que é da comunidade.

Dentro da minha casa, na minha família, nesses últimos 30 anos, pude conhecer de perto o que significa trajetória e luta de um povo de bem, de um povo de amor, de um povo de construção.

O holocausto traz-nos memórias tristes de dor, de violência. Mas é sempre bom lembrarmos que, junto com essa dor e violência, há um povo aguerrido, que conseguiu continuar no renascimento, que conseguiu continuar no crescimento e na construção. Esse povo está sempre, Deputado Gilmaci, crescendo, multiplicando-se, fazendo a história não morrer. Se não cultivarmos o nosso passado, não teremos presente para viver e futuro para escrever.

Gostaria de falar à comunidade judaica aqui presente, na pessoa da embaixadora. Como disse no início de minha fala, a senhora representa mais do que o povo, a senhora representa a nação como um todo. Se me permitir, com a vida e o coração batendo e latente, a senhora é hoje a Terra viva no nosso plenário, porque uma embaixada é um pedacinho do país representado em outro país. Carinhosamente, chamamos de pedacinho, mas se pudéssemos estender a história desse pedacinho cobriríamos com o manto da paz, que é a luta do povo daquele território maravilhoso e sagrado, por milhares de anos.

Por fim, quero devolver o microfone ao Presidente, Deputado Gilmaci Santos, para dizer como faz bem àqueles que têm grandeza de alma; como faz bem para a sociedade aquilo que a sociedade mundial mais lutou para ter: a liberdade, que é o sinônimo da democracia. Democracia é sinônimo de liberdade e liberdade é algo que todos temos que ter o direito de viver no nosso dia-a-dia, sem temor, sem medo e com coragem. Liberdade tem que ser igual ao sol que, quando chega, é democrático. Quando o sol chega, aquece a piscina do rico, mas também seca as roupinhas do varal de uma casa muito simples, que tem o varal de arame farpado. Não importa a hora que ele chega, mas, quando isso acontece, aquece a todos.

A história de Israel, para mim, é exatamente isso, embaixadora. É um povo, uma nação que certamente continuará fazendo sua trajetória com uma só palavra, ou duas: paz e amor. Embora, muitas vezes, até para se conquistar a paz, tenhamos que viver a dor.

Quero deixar uma frase, ou melhor, duas frases. Essas frases cabem muito bem neste momento, Deputado Gilmaci, a quem agradeço, mais uma vez, pela grandeza desta Sessão Solene. Faço parte dessa história porque meus três filhos fazem parte, com o sangue também, desta história futura.

Inicio com a frase de uma mulher muito feliz. Acredito que ela tenha pensado na história de 60 anos do Estado de Israel ao pronunciar essa frase. Ela deve ter pensado no povo judeu, na sua caminhada. Foi quando Cora Coralina disse que feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. Esse povo judeu, esse Estado de Israel espalhado pelo mundo todo não tem feito outra coisa. Tenho certeza absoluta de que, embora com muitas dificuldades, tem sido um povo feliz porque não se poupou um só minuto em transferir tudo aquilo que sabe, como está fazendo hoje, para que pudéssemos aprender um pouco.

Martin Luther King nunca admitiu, nunca aceitou, nunca permitiu discriminação e preconceito porque somos iguais em dois momentos da vida. Falo isso como advogada e como parlamentar que faz leis, assim como o Deputado Gilmaci. Somos iguais perante as leis e, sobretudo, somos iguais perante Deus. Não pode haver diferença, tem que haver respeito dentro da liberdade de suas diferenças. E os tratamentos têm que ser diferenciados. Tratar igualmente os desiguais é tratá-los desigualmente. Portanto, temos que ter diferenças nos tratamentos.

Martin Luther King disse que o problema não é somente a maldade dos maus, mas a omissão dos bons. Por isso, em nenhum momento, podemos nos curvar, podemos nos arrepender, podemos fechar os olhos ou cruzar os braços. Muito pelo contrário, temos que levantar a cabeça, sem prepotência, mas com a certeza de que a nossa cabeça erguida é o orgulho de um povo, de uma nação e de uma terra que está fazendo a diferença por uma sociedade mundial melhor, e com a garantia de dignidade e felicidade para todos, que é o mínimo que cada cidadão, seja judeu, cristão, budista, seja o que for, tem direito a uma vida digna e de felicidade.

O Estado de Israel não terá outros 60 anos, mas 70, 80 ou 500 anos, e 60 anos é forte. Esta nossa Mesa Diretora, formada de pessoas nobres e grandes, homens e mulheres que foram destemidos e ajudaram a criar essa história, merece esse momento. Eu não posso, mas todos podem, juntos, ficar de pé e dar uma salva de palma pelos 60 anos a essas grandes lideranças e ao Estado de Israel. Shalom! Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Esta Presidência agradece e cumprimenta a Deputada Célia Leão pelas palavras.

Agradecemos a presença do Grupo da Terceira Idade da Comunidade Judaica. (Palmas.)

Teremos agora a exibição de um vídeo com as palavras do Exmo. Sr. Shimon Peres, Presidente de Israel.

 

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-  É feita a exibição de vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Estamos felizes por ouvir a palavra do Exmo. Sr. Shimon Peres, Presidente de Israel, pessoa tão importante para esse momento que Israel vive, figura importante no cenário mundial, faz parte da história mundial.

Passo a palavra ao Sr. Ben Abraham, sobrevivente do holocausto.

 

O SR. BEN ABRAHAM - Bom-dia. Deputado Gilmaci Santos, Presidente da Assembléia Legislativa, Sra. Tzipora Rimon, Exma. Embaixadora de Israel; Sr. Peter Weiss, Presidente da Hebraica, e meu filho Ricardo Bertiensztat, na pessoa de quem cumprimento todos os presentes.

Sou sobrevivente do nazismo. Passaram-se 62 anos da minha libertação. Mas, naquela época, quando estive nos cativeiros nazistas, só por causa de um único delito - sou judeu -, perambulando pelos campos, esfomeado, esfarrapado e alquebrado, jurei a mim mesmo, caso Deus me permita sobreviver à guerra, contarei ao mundo tudo o que passei, tudo o que presenciei, para que desta maneira prevenir e alertar para que as mesmas atrocidades não se repitam contra quem quer que seja, por causa da sua procedência, religião e da sua cor.

Estou aqui com vocês, e ouvi chaminés do crematório funcionando dia e noite. Senti nas minhas narinas o cheiro de carne queimada. Passei pela seleção do famigerado Mengele que, mexendo seu dedão à direita ou à esquerda, enviava as pessoas ou para câmaras de gás ou para trabalhos forçados.

Jurei a mim mesmo: caso Deus me permita sobreviver à guerra, contarei tudo o que presenciei.

E como tudo foi possível? Tudo foi possível porque nós, judeus, fomos expulsos da nossa pátria de Israel, no ano 70 da nossa era, éramos praticamente um corpo estranho nos seios das nações onde nos estabelecemos.

Fomos culpados por tudo, por quaisquer frustrações dos governos, por crises econômicas, por crises sociais, fomos bodes expiatórios. Passamos por maiores privações: cruzadas, fogueiras da inquisição, e por fim, pelo holocausto.

Em 08 de maio de 1945, os canhões silenciaram. Todos povos jubilavam, todos povos dançavam, mas nós, judeus, chorávamos, chorávamos os nossos mais próximos que perdemos durante essa maldita guerra.

Pensávamos que fôssemos livres, que poderíamos viver em nossa pátria, que era Israel. Mas, ledo engano. As portas de Israel estavam fechadas. E os poucos sobreviventes que se atreviam ir ao seu país, ao país de seus ancestrais, foram presos pelos ingleses, encarcerados nos outros campos de concentração na ilha de Chipre, cercados de arame farpado e sentinelas.

Mas, uma centelha de esperança surgiu no dia 29 de novembro de 1947, quando, sob a batuta do grande brasileiro Osvaldo Aranha, foi instituído o futuro Estado de Israel.

Os judeus jubilavam; os judeus dançavam nas ruas de Tel Aviv, de Haifa, e em outras cidades de Israel.

Mas o que aconteceu? No dia de criação do Estado de Israel, em maio de 1948, cinco exércitos árabes, de cinco países, atacaram o novo estado, para riscá-lo do mapa, e jogar os judeus ao mar.

E como aconteciam muitos milagres durante a história do povo judeu, os judeus também quase sem armas, lutaram, lutaram com cinco exércitos árabes e ganharam a guerra, como outras que surgiram durante anos, todas com intenção de riscar o Estado de Israel do mapa. E todas as guerras foram vencidas.

Israel é a pátria não somente dos israelenses. Os judeus do mundo inteiro viraram a página triste da diáspora do povo judeu. Os judeus têm lar, os judeus têm sua terra. Os judeus, quando ameaçados duas décadas atrás pela União Soviética, foram acolhidos pelos israelenses. Os judeus da Etiópia, os negros, foram recebidos de braços abertos. Nas minhas palestras pergunto: o holocausto é possível hoje? Eu digo que não porque hoje temos para onde ir, para onde fugir. Hitler, no início, não visava o extermínio dos judeus. Queria se ver livre dos judeus, mas o que aconteceu? O mundo inteiro fechou suas portas aos judeus. Os judeus não tiveram para onde ir, para onde fugir. Alguns de vocês devem ter assistido ao filme ‘Nau dos Condenados’, quando os alemães enviaram algumas centenas de judeus num navio para fora da Alemanha, inclusive nas portas dos Estados Unidos circulavam embarcações da guarda costeira que não deixava ninguém fugir.

Temos hoje a nossa pátria, a pátria espiritual: o Estado de Israel. Temos hoje a quem recorrer. A maioria de vocês não tinha nascido ainda quando os judeus foram um povo disperso, bode expiatório fácil para frustração dos vários dirigentes de países. Hoje não. Hoje temos nosso lar. Nós, os judeus brasileiros, amamos esta pátria que é o Brasil, que nos acolheu antes da criação do Estado de Israel. Devemos dar valor a este País maravilhoso que é o Brasil, onde não há discriminação por causa da raça ou religião. Contudo, jamais devemos esquecer nossa origem judaica.

Israel é a nossa pátria espiritual! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, Sr. Ben Abraham, pelas palavras, história viva do povo judeu entre nós.

Esta Presidência quer registrar a presença do Sr. Jairo Roizen, assessor executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo, que também colaborou para o sucesso desta sessão. (Palmas.)

Neste momento a Presidência concede a palavra ao Sr Ricardo Berkiensztat, vice-Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo.

 

O SR. RICARDO BERKIENSZTAT - Bom-dia a todos, bom-dia Deputado Gilmaci Santos, proponente desta sessão solene, nosso amigo, colaborador, V. Exa. nos enche de orgulho nesta homenagem que nos faz hoje aqui na Assembléia Legislativa; Deputada Célia Leão, nossa companheira de lutas aqui na Assembléia Legislativa, grande amiga da comunidade judaica, porto seguro da comunidade judaica dentro desta Casa; Boris Ber, meu presidente, meu líder dentro da Federação Israelita; Tzipora Rimon, nossa embaixadora. Como disse no ato dos 60 anos de Israel. é uma pena termos uma pessoa tão competente que dentro em breve vai nos deixar. Vai fazer muita falta a nossa embaixadora Tzipora Rimon. Ela faz um trabalho ímpar à frente da Embaixada de Israel em Brasília. Meu amigo Flávio Azm Rassekh, líder da Comunidade Bahá’í em São Paulo, muito obrigado pela presença. A Comunidade Bahá’í é uma grande amiga da comunidade judaica. Eles têm sua sede mundial em Haifa, aquele templo maravilhoso. Hoje a Comunidade Bahá’í assemelha-se ainda mais à comunidade judaica, pois está passando por um problema muito sério. Sete líderes da Comunidade Bahá’í foram seqüestrados no Irã pelo simples fato de não professarem a  mesma fé dos governantes. A gente conhece muito bem essa história. Nós nos irmanamos aos irmãos da Comunidade Bahá’í e em todos os lugares onde pudermos, falaremos dessa arbitrariedade contra as pessoas de livre fé que querem professar a sua religião, a sua crença. O mundo livre do Século XXI tem de garantir esse direito à liberdade.

Antes de falarmos de Israel, quero dizer que domingo agora terá início uma festa judaica muito importante para nós: o Shavuot. Nesta festa comemoramos o recebimento da Torá, os nossos livros sagrados. O Deputado Gilmaci, de fé evangélica, conhecedor da Bíblia, sabe quão importante é termos a Bíblia, quanto ela nos inspira no dia-a-dia. Nós vamos comemorar no domingo à noite o recebimento desses livros sagrados que nortearam e norteiam a vida do povo judeu.

Ao celebrarmos este marco na História de Israel temos a oportunidade não apenas de olharmos para as grandes realizações destes últimos 60 anos, como também olhar para que o futuro reserva para Israel e para o povo judeu.  Nos últimos 60 anos, Israel tornou-se um país moderno e vibrante, com uma economia forte e estável, líder mundial na agricultura, ciências, “high tech” e medicina, uma economia que acolhe e absorve judeus de todo o mundo, e que abraça as mais diferentes culturas de onde quer que venham.

Mesmo com todas as realizações, Israel ainda tem muito a fazer. Este pequeno país, do tamanho do Estado de Sergipe e com uma população de cerca de sete milhões de pessoas, necessita exaurir todas as possibilidades para obter a paz com seus vizinhos árabes, sem abrir mão de manter a segurança de sua população. Precisa continuar trabalhando para assegurar uma sociedade mais justa e igualitária, que rejeite todas as formas de discriminação e preconceito.

Este país que nasceu das cinzas dos horrores inenarráveis do Holocausto não se permite discriminar a quem quer que seja em qualquer momento. Mas não pode abrir mão de seus pilares de fundação, os valores legítimos ditados por nossos Profetas, um legado que uniu o povo judeu através dos tempos e que devemos manter como referência para as gerações futuras.

As relações, bilaterais entre Israel e o Brasil vem aumentando ano a ano. Várias lideranças brasileiras estiveram recentemente em Israel em visitas oficiais que proporcionaram o incremento financeiro entre estes dois países. Em um mundo livre e sem protecionismos, este tipo de relação aprofunda o respeito às diferenças e enterra de vez o perigoso vírus do anti-semitismo.

Nesta sessão solene homenageamos também o coração do povo judeu, que é Jerusalém, capital eterna e indivisível do Estado de Israel. Saibam, Srs. Deputados, que diariamente rezamos três vezes, sempre voltados a esta cidade sagrada.  Jerusalém ou Ierushalaim

Terra da Paz, é lembrada inúmeras vezes em nossa Torá (escrituras sagradas). Cidade das três maiores religiões (Judaísmo, Islamismo e Cristianismo), sua atmosfera é única e absolutamente especial. Estar em Jerusalém é reencontrar a História da humanidade e ao mesmo tempo a modernidade de uma grande capital.

Quero agradecer esta Casa de Leis, o Parlamento Paulista, na figura do deputado Gilmaci Santos pela lembrança e dizer que todos nós, judeus brasileiros e paulistas nos sentimos orgulhosos com esta homenagem e com a possibilidade de contarmos um pouco mais deste longínquo país, se pensarmos em geografia, mas tão perto se levarmos em consideração nossos sentimentos.

 

As relações ..... dois países, que culminaram com a assinatura do tratado de livre comércio entre Israel e o Mercosul. Em um mundo livre...”

Um agradecimento especial a Jairo Roizen, que hoje está coordenando, em nome da Federação, esta sessão. Cito também a presença do meu amigo rabino Henry Sobel, que acaba de chegar aqui, e agradeço a presença de vocês.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Parabéns, Ricardo, pelas suas palavras. Esta Presidência agradece também ao rabino Henry Sobel por prestigiar esta sessão. Seja bem-vindo à Assembléia.

Teremos agora mais uma apresentação do Coral Sharsheret Wizo, sob a regência da maestrina Sima Halpern, e faço uma menção especial ao Sr. Odair Fontanelli, diretor-presidente do projeto Jerusalém, que nesses últimos dias tem colaborado muito para que esta sessão tenha êxito. Obrigado, Odair.    

 

A SRA. GENHA MIGDAL - Nós somos o Coral Sharsheret Corrente da Wizo, sob a direção da maestrina Sima Halpern, com a colaboração da musicista Abigail Wimer. O número inicial será uma música que mostra a transformação mágica da pupa em uma borboleta efêmera e que exerce o fascínio da policromia e da busca da liberdade nas alturas, Par-Par.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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A SRA. SIMA HALPERN - A nossa homenagem a um monte especial em Jerusalém, Sion, que é o símbolo da chamada dos judeus à terra de Israel, como bem falou o Ricardo. Quando os judeus rezam, eles se voltam para o oriente, para Sion. Daí o nome sionismo, que foi o movimento político. Foi a cidade escolhida pelo rei Davi para ser a capital do reino há mais de três mil anos. Tzion Tamati, a você a nossa admiração. Se esquecermos de Jerusalém, seja esquecida a nossa mão destra.

 

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- É feita uma apresentação musical.

 

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A SRA. SIMA HALPERN - Como não poderia deixar de constar, Jerusalém de ouro, música que foi composta por Naomi Shemer, por ocasião da reunificação de Jerusalém, em 1967, descreve os místicos recantos da cidade. Temos a honra de acompanhar a cantora Regina Karlik, interpretando a música e nós do coral faremos o refrão.

 

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- É feita uma apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Esta Presidência agradece ao Coral Sharsheret Wizo, e a participação da cantora  Regina Karlik. Quero anunciar a presença de um dos Deputados mais inteligentes, e um dos que mais admiro desta Casa, Deputado Adriano Diogo. Obrigado pela presença nobre Deputado.

Esta Presidência concede a palavra ao Sr. Boris Ber, Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo.

 

O SR. BORIS BER - Bom dia a todos. Deputado Gilmaci Santos, Presidente desta sessão solene, a quem peço que transmita, também, nosso agradecimento ao Presidente efetivo desta Casa, nobre Deputado Vaz de Lima, também amigo da nossa comunidade, Deputada Célia Leão, que me permita aqui quebrar o protocolo e agradecer, sinceramente, pelas emocionantes e sinceras palavras. (Palmas.) E tenho certeza absoluta de que faço esse agradecimento através de todos os membros da nossa comunidade. Muito obrigado.

Embaixadora Tzipora Rimon; como disse o Ricardo, já estamos com saudades; demais componentes da Mesa; convidados presentes; uma saudação especial aos grupos da terceira idade que muito colaboram e abrilhantam esta sessão; Coral Sharsheret Wizo, da Maestrina Sima Halpern; e através do coral saúdo todos os presidentes e dirigentes, colaboradores de todas as entidades judaicas presentes.

Para nós, da comunidade judaica de São Paul, é uma grande honra participar desta sessão solene, proposta pelo nosso amigo deputado Gilmaci Santos, com a finalidade de comemorar o Dia de Jerusalém e os 60 anos de Fundação do Estado Israel.

Há pouco mais de um mês, nós lembramos também, do dia do holocausto, onde mais de seis milhões de judeus foram sacrificados pelo nazismo.

Hoje, temos aqui presentes muitos sobreviventes, e junto deles devemos nos lembrar, para nunca nos esquecermos das perseguições, extermínios e qualquer outro tipo de racismo contra o povo judeu e contra todos os povos.

O Estado de Israel praticamente surgiu das cinzas do holocausto, foi construído em cima desta história, mas principalmente em cima de ideais claros, dignos e justos.

Nosso povo, chamado e identificado como o “povo do livro”, foi obrigado a calejar as mãos, desbravando uma terra árida e pantanosa, defendendo cada espaço desenvolvido com muito esforço e luta.

Hoje, ao chegar em Israel, nos deparamos com um aeroporto de última geração. No estado de Israel, a ciência e a tecnologia são desenvolvidas a serviço da humanidade.

60 anos fizeram este milagre. 60 anos marcados por guerras, atentados terroristas constantes, e muitas perdas de crianças, jovens adolescentes, adultos e idosos.

Tudo isso influenciou na construção de uma sociedade que olha o futuro através do presente. Chora seus mortos e seus feridos, mas levanta a cabeça e encara o minuto seguinte com honra e dignidade única, pois sabe que este é o seu estado.

Temos na cidade de Jerusalém a nossa capital. Jerusalém é uma das mais antigas cidades do mundo. E o fato de que é sagrada para três religiões - judaísmo, cristianismo e islã empresta à cidade uma importância política internacional crucial. Seguidores das três religiões construíram diversos edifícios administrativos e religiosos que tem enorme valor histórico.

A Jerusalém de hoje é uma cidade muito diferente da de 20 ou 30 anos atrás. A cidade está em permanente mudança, à medida que as fronteiras municipais são expandidas e novos bairros e ruas são construídos. Jerusalém, hoje, é a maior cidade israelense, com uma população de mais de 600 mil habitantes. Seu mosaico humano inclui pessoas de diferentes culturas, raças e religiões.

Jerusalém é o epicentro da consciência judaica. É a realização de um sonho milenar. Como tal, é um ponto universal, espiritual, cultural, religioso, histórico, e arqueológico não apenas para judeus, mas para gente do mundo inteiro.

Esta sessão, preparada pelo Poder Legislativo de São Paulo, fortalece nossa crença de que o espírito que construiu Israel está aqui presente e continuará por muitos e muitos anos.

Que o radicalismo existente nos vizinhos de Israel e em todo o mundo desapareça! E que a gente sempre possa ter uma terra onde cada vez mais se fortalece a soberana democracia, como é a reinante no seio do estado judeu.

Muito obrigado e Shalom!

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Obrigado, Presidente Boris Ber.

Queremos agradecer a presença do Deputado Otoniel Lima. (Palmas.)

Esta Presidência, com muita alegria, passa a palavra à Exa. Sra. Tzipora Rimon, embaixadora de Israel no Brasil.

 

A SRA. TZIPORA RIMON - Excelentíssimo Presidente da sessão solene da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, Deputado Gilmaci Santos; Exma. Deputada Célia Leão e demais deputados presentes; caros Boris Ber, Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo e Ricardo Berkiensztat, vice-Presidente; caro Ben Abraham, Presidente da Sherit Hapleitá; caro Rabino Henry Sobel e demais rabinos, líderes e membros da comunidade judaica de São Paulo e suas entidades aqui presentes; caríssimas Sras. Haverot e Coral, caros senhores, é para mim uma grande honra participar hoje desta sessão solene da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, por ocasião dos 60 anos de fundação do Estado de Israel e pelo "Dia de Jerusalém", por solicitação do Deputado Gilmaci Santos.

A comemoração do sexagésimo aniversário de Israel está ligada à histórica "Resolução da Partilha” de novembro de 1947, na Assembléia Geral da ONU, então presidida pelo estadista brasileiro Oswaldo Aranha.

Desde sua independência, em 1948, praticamente surgindo das cinzas do Holocausto, Israel vem cumprindo sua meta de ser uma democracia genuína, baseada em valores universais.

Apesar das guerras e constantes ondas de terrorismo, Israel conseguiu absorver milhões de imigrantes e desenvolver uma economia florescente com impressionante crescimento econômico, uma próspera vida cultural, mantendo boas relações políticas e comerciais estreitas com vasto número de países.

Colocamo-nos na vanguarda de áreas como a ciência e tecnologia, agricultura e biotecnologia, medicina e tecnologia da informação, para mencionar apenas alguns campos de excelência em Israel.

Um capítulo importante da história moderna do Estado de Israel é a busca da paz com os seus vizinhos. A Declaração de Independência de Israel, marca: "Estendemos nossas mãos a todos os países vizinhos e seus povos, em um oferecimento de paz e boa vizinhança e que estabeleçam laços de cooperação e ajuda mútua com o povo judeu".

Israel já assinou acordos de paz com o Egito e a Jordânia e hoje está no meio de um processo de negociação com a que crê no diálogo e na solução de em estado que viva em paz ao lado do Estado de Israel. Ao mesmo tempo, Israel continuará a assegurar proteção aos seus cidadãos, fazendo todos os esforços para pôr fim aos lançamentos de mísseis contra sua população civil.

Israel e o Brasil mantêm durante essas seis décadas uma grande amizade entre os dois povos e desenvolveram estreitas relações através de visitas cordiais, consultas políticas e assinatura de uma série de acordos de cooperação em várias áreas. Em dezembro passado, o Mercosul e Israel assinaram o Acordo de Livre Comércio, que é o primeiro acordo de livre comércio do Mercosul fora da América Latina.

Israel também promove os contatos com os estados brasileiros e durante muitos anos atuou com o Estado de São Paulo e suas instituições, visando estreitar as relações em vários campos econômicos, acadêmicos e culturais.

A comunidade judaica paulista tem acompanhado todos os anos os acontecimentos em Israel e com isto enriqueceu os laços entre Israel e o Estado e a cidade de São Paulo.

Senhor Presidente, o evento de hoje marca também o "Dia de Jerusalém". Quarenta e um anos atrás, durante a Guerra dos Seis Dias, uma guerra que nos foi imposta, Jerusalém foi libertada e unificada.

No curso de sua história, Jerusalém, santificada pelas três maiores religiões, mostrou o poder de abalar os mais céticos e de trazer inspiração e paz aos crentes.

Jerusalém é o foco do judaísmo desde que o Rei David a fez capital de seu reino, há mais de 3.000 (três mil) anos. Os cristãos reverenciam os locais onde Jesus pregou e morreu e os muçulmanos a veneram como o local de onde Maomé ascendeu ao céu.

Jerusalém é hoje, com sua população multiétnica, uma cidade diversificada: moderna e histórica, religiosa e secular, acadêmica e comercial, provincial e internacional, celebrando o seu passado resplandecente e servindo como a capital eterna do Estado de Israel e do povo judeu, construindo o futuro para as próximas gerações.

Senhor Presidente, em nome do Governo do Estado de Israel, do Parlamento de Israel - Knesset e da Embaixada de Israel no Brasil, gostaria de expressar os mais sinceros agradecimentos à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo por essa sessão solene e pelas calorosas palavras em homenagem ao povo de Israel, da deputada Célia Leão e outros da Mesa.

Muito Obrigada!

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - PRB - Queremos dizer da alegria e satisfação de ter o nosso pedido aceito pelo Presidente da Casa, Deputado Vaz de Lima, para a realização desta Sessão Solene em homenagem a Jerusalém e aos 60 anos da Fundação do Estado de Israel.

Ainda não tive o prazer de conhecer o seu país, mas temos uma admiração, eu em particular, por esse país, pelo conhecimento, como evangélico e cristão bíblico, uma história tão rica que a Bíblia nos mostra, e também a história recente desses 60 anos de Israel, um povo de luta, um povo valente, mas também um povo pacífico, o que faz com que nós, cada vez mais, venhamos a admirar.

Quanto a Jerusalém, que consideramos a Capital da Fé, há um versículo bíblico, através do Profeta Jeremias, que diz que todo homem teria que um dia estar em Jerusalém, segurar na barba de um judeu, e dizer para ele: tu és o meu irmão. Esse é o nosso sentimento também.

Agradecemos a todos pela presença. Contem conosco, com a Assembléia Legislativa, e com este parlamentar em particular.

Queremos anunciar o Sr. Odair Fontanelli, Diretor-Presidente do Projeto Jerusalém, que condecorará com a medalha “Jerusalém” o Deputado Vaz de Lima, que será representado; este Deputado, na Presidência neste momento; a embaixadora Tzipora Rimon  e também o Presidente Shimon Peres.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la esta Presidência agradece a todas as autoridades presentes, e em especial aos funcionários da Casa e aos funcionários do meu Gabinete, que colaboraram para o êxito desta solenidade.

Está encerrada a sessão.

 

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-  Encerra-se a sessão às 11 horas e 55 minutos.

 

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