31 DE
MAIO DE 2010
026ª SESSÃO SOLENE
RESUMO
001 - VITOR SAPIENZA
Assume a Presidência e abre a sessão.
Informa a presença do Ministro Mauro Marsili, Cônsul-Geral da Itália, e do Senhor
Cláudio João Pieroni, Membro dos Comitês de Presidência e Presidente da
Federação Cultural Ítalo-Brasileiro do Estado de São Paulo. Comunica que a
presente sessão solene fora convocada pelo Presidente da Casa, Deputado Barros
Munhoz, atendendo solicitação do Deputado Vitor Sapienza, com a finalidade de
comemorar o Dia da Comunidade Italiana. Convida todos os presentes para, de pé,
ouvir os Hinos Nacionais Italiano e Brasileiro.
002 - MAURO MARSILI
Cônsul-Geral da Itália
003 - LUIZ CARLOS LADEIA
Mestre-de-Cerimônias, anuncia a presença de
convidados e faz entrega do Troféu Loba Romana aos homenageados.
004 - RUI CELSO REALI FRAGOSO
Professor de Direito, agradece a homenagem.
Relata que a imigração italiana para o Brasil foi um dos maiores fenômenos já
ocorridos na história da Humanidade. Informa sobre as contribuições que a
imigração trouxe ao país nas mais diversas áreas. Alerta sobre a necessidade de
aumento de intercâmbio educacional e acordos bilaterais entre as empresas dos
dois países. Dá ciência de que no Estado de São Paulo vivem 13 milhões de
italianos ou descendentes de italianos.
005 - Presidente VITOR SAPIENZA
Recorda momentos de sua infância quando
ouvia notícias pelo rádio sobre a Segunda Guerra Mundial. Cita que a criação do
Dia da Comunidade Italiana é para ressuscitar os valores dos italianos e seus
descendentes no Estado de São Paulo. Lembra a primeira solenidade em homenagem
à comunidade italiana. Informa que desde 1991 foram homenageadas 319
personalidades, além das 17 que foram homenageadas hoje. Cita que seu avô
materno fugiu de casa aos 15 anos escondido no porão de um navio, e, assim,
viera para o Brasil. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre
a sessão o Sr. Vitor Sapienza.
* * *
O
SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA - PPS
- Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos da XIII
Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas
presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
* * *
- É dada como lida a Ata da
sessão anterior.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Senhor Ministro Mauro Marsili, Cônsul-Geral da Itália,
senhor Cláudio João Pieroni membro dos Comitês de Presidência e Presidente da
Federação Cultural Ítalo-Brasileiro do Estado de São Paulo, demais autoridades
que nos honram com a presença, meus senhores e minhas senhoras, esta Sessão
Solene foi convocada pelo Presidente efetivo desta Casa nobre Deputado Barros
Munhoz atendendo solicitação deste Deputado Vitor Sapienza com a finalidade de
comemorar o Dia da Comunidade Italiana.
Convido todos os presentes
para, de pé, ouvirmos os Hinos Nacionais Italiano e Brasileiro executados pela
Banda da Polícia Militar sob a regência do Subtenente Músico PM Edson.
* * *
- São executados o Hino
Nacional da Itália e o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Esta Presidência agradece a Banda da Polícia Militar que
nos honrou com os Hinos Nacionais da Itália e do Brasil.
Esta Presidência, iniciando
os nossos trabalhos, concede a palavra ao Ministro Plenipotenciário Mauro
Marsili, Cônsul-Geral da Itália
O
SR. MAURO MARSILI - Meu
Presidente caro Deputado Vitor Sapienza, senhores Deputados, autoridades
presentes, caros amigos, eu estou realmente feliz por estar aqui nesta noite
para celebrar solenemente esta importante iniciativa generosamente promovida
pela Assembleia Legislativa de autoria e organizada pelo Deputado Vitor
Sapienza, a quem dirijo o meu mais sincero agradecimento.
Com alegria me dirijo à
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo o meu mais profundo apreço pela
organização também este ano da Sessão Solene em homenagem aos imigrantes
italianos e seus descendentes.
Eu assumi como Cônsul-Geral
A Sessão Solene nesta ilustre
Assembleia Legislativa é útil para lembrar de tudo isso, e também para
salientar a forte ligação de afeto com a Itália distante apenas
geograficamente.
Finalmente, quero congratular
os homenageados este ano e todos os membros da Assembleia Legislativa do Estado
de São Paulo, que com a sua inteligência e sensibilidade lembram os grandes
valores de civilidade dos nossos imigrantes estimulando ao mesmo tempo a sempre
harmoniosa convivência civil no Brasil.
Viva a Itália. Viva o Brasil.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Agora passo a palavra ao nosso mestre-de-cerimônias que
anunciará os homenageados desta noite.
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Inicialmente nós queríamos registrar a
presença na Mesa da senhora Rita Blasioli Costa Presidente do Comites.
A chamada dos homenageados
será feita por ordem alfabética. O nosso primeiro homenageado é paulistano,
professor universitário, assessor do gabinete do Secretário Estadual do Meio
Ambiente. Bacharel em ciências sociais pela PUC, licenciado
Dentre as suas inúmeras
atividades no setor público, ele atuou como Chefe de Gabinete na Secretaria
Estadual de Promoção Social e na Secretaria Estadual de Saúde, foi Secretário
Executivo no Conselho de Reitores Cruesp, Chefe de Gabinete na reitoria da
UnesP, assessor de gabinete do prefeito de São Paulo.
Chamamos o Doutor Antonio
Carlos Bernardo. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega da
homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Na adolescência ele ingressou no
seminário de Botucatu, e depois retornou a Sorocaba para concluir os seus
estudos. Fez Filosofia e Teologia no Seminário Central do Ipiranga. Em 1954 foi
nomeado Cônego e foi a Roma receber o título. Esteve na Diocese de Sorocaba
durante 20 anos, e ocupou os principais postos.
Em 1977 foi eleito Bispo e
tomou posse em Barretos e ali construiu paróquias, centros de estudos
religiosos, noviciados femininos, construiu e Nova Cúria Diocesana, ordenou
sacerdotes e trabalhou pela pastoral vocacional.
Em 1989 foi promovido a
arcebispo Metropolitano de Botucatu e ali permaneceu por 12 anos. Dentre as
suas obras consta a construção de um abrigo para sacerdotes idosos, doentes ou
em trânsito.
O nosso homenageado é
arcebispo emérito de Botucatu, fundador e dirige a Rede Vida de Televisão.
Chamamos dom Antonio Maria Mucciolo. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega da
homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Aos 18 anos ele montou um galpão na Rua
Benjamim de Oliveira, na ocasião região de residência de muitos comerciantes.
Começou com queijo, derivou para atacado de miudezas e foi abastecendo as
pequenas mercearias do bairro.
Na década de 60 começou a
importar bacalhau e bebidas. Em 1966 sofreu um grande baque, houve uma grande
enchente e ele perdeu tudo aqui
Chamamos o empresário Antonio
Miguel Salerno. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega da
homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Nascida
A nossa homenageada dedicou a
vida à preservação da cultura italiana no seio familiar. Em 1992 ingressou na
Associação Piemontesi onde pôde estender os seus esforços além das fronteiras
familiares. Há mais de 10 anos faz parte da direção daquela Associação.
Ela dedica o seu tempo no
desenvolvimento da instituição, trabalha para estreitar ainda mais os laços
entre Brasil e Itália, e parte desse trabalho permitiu o acordo entre as
universidades de São Paulo e de Torino, que permitiu a estudantes brasileiros
freqüentarem aquela universidade.
Chamamos a Sra. Cecília Maria
Gasparini Manassero. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega da
homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Natural de Nápoles é responsável pelo
Escritório Estadual de São Paulo do Patronato INAS-CISL, onde trabalha desde
1989. Ali são desenvolvidas inúmeras atividades de ajuda a comunidade e os seus
descendentes, no que se refere principalmente no atendimento junto a órgãos
públicos italianos e brasileiros no tocante a Previdência Social dos dois
países. Presta também assistência aos italianos e descendentes que se encontram
em situação de carência.
Chamamos a Sra. Concetta
Esposito Santamaria. (Palmas.)
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- É feita a entrega da
homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - O pai do nosso homenageado foi pioneiro
na produção de coletores para locomotivas e vagões de passageiros das estradas
de ferro Sorocabana, Mogiana e Paulista. Ele herdou do pai a garra, a dedicação
e apesar de todas as dificuldades assim nasceu a Coletores Brasil Indústria e
Comércio, que desde o início se destacou pela qualidade e amor à arte de fazer
coletores.
O nosso homenageado
autodidata e dono de um dom nato ele foi aprendendo com os próprios erros, e
diz que o trabalho e a dedicação foram os seus melhores professores. Adotando a
filosofia que a qualidade é a alma do negócio a sua empresa, é a que mais se
destaca na fabricação de coletores elétrico, anéis coletores e anéis de mica no
país, concorrendo em igualdade e condições dos produtos importados. Os seus
produtos estão em motores de tração e geradores ferroviários e metroviários.
Para receber a nossa
homenagem chamamos o empresário Djalma Basile. (Palmas.)
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- É feita a entrega da
homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Formada na Faculdade São Judas, com
pós-graduação também na São Judas e na Álvares Penteado. Trabalhou 12 anos na
área financeira da Transportadora Borlenghi. Em 1995 passou a integrar o quadro
do Patronato ACLI – Associação Cristã dos Trabalhadores Italianos, que presta auxílio
aos italianos e aos seus descendentes principalmente junto a Previdência Social
dos dois países.
Sempre se dedicou a pesquisa
de documentos da Itália e do Brasil de modo a expandir e auxiliar a montagem de
processos visando à conquista da cidadania italiana. Ao mesmo tempo estimula o
aprendizado e a divulgação do idioma italiano. Além de participar como
operadora no Patronato, participa ativamente de todas as atividades
desenvolvidas pela ACLI, principalmente no Projeto Arte Solidária, ajudando uma
comunidade carente na Zona Leste paulistana.
Chamamos a Sra. Eleonora
Salvato. (Palmas.)
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- É feita a entrega da
homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Ele começou a trabalhar aos 12 anos com
automóveis numa oficina. Aos 18 anos foi trabalhar na Ford do Brasil, e ficou
por três anos. Em 1951 foi nomeado na Secretaria de Estado da Saúde como
mecânico exclusivo do senhor secretário. Em 1955 passou a subchefe das
oficinas. Exerceu a função de fiscal de veículos na Comissão de Veículos
Oficiais do Palácio do Governo, nos Campos Elíseos. Depois foi transferido para
a cidade de Santa Rita do Passa Quatro.
Sempre lutando pelos
interesses da comunidade em 1972 ele conseguiu a primeira ambulância para o
Hospital Psiquiátrico daquela cidade. Em seguida mais cinco veículos junto ao
Governo do Estado também para aquela instituição.
Ao longo da sua existência
sempre ficou ligado à área automobilística, e foi o primeiro na adaptação de
veículos para portadores de deficiência física.
Sua participação na
comunidade foi além do trabalho, grande incentivador da cultura popular é
personagem importante no carnaval de rua da cidade, contribuindo ao incentivo
do turismo. Batalhador em prol da APAE ele foi idealizador da Festa Italiana
para angariar fundos para aquela instituição.
Chamamos o Sr. Flávio Júlio
Pagnanelli. (Palmas.)
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- É feita a entrega da
homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Italiano formado em Farmácia pela
Universidade de Turim, ele está no Brasil desde 1996. Exerceu a profissão na
Itália e a partir de 1990 tornou-se voluntário no Servizio Missionário Giovani
com sede na cidade de Turim. Essa instituição mantém o Arsenal da Paz.
Além dos serviços
farmacêuticos foi coordenador da recepção e acompanhamento de novos
voluntários. Organizador de eventos internos aberto a comunidade local.
Integrante da equipe de acolhida de novos voluntários.
Em 1993 passou a integrar a
Fraternidade da Esperança que lhe abriu perspectivas de atuação missionária em
outros países. E três anos depois veio para o Brasil implantar o projeto do
Arsenal da Esperança Dom Luciano Mendes de Almeida, nas instalações da antiga
Hospedaria dos Imigrantes. Ali são acolhidos por dia em média 1.400 pessoas em
situação de más condições sociais.
A instituição tem números que
assombram: mais de 13 milhões de refeições foram oferecidas nos últimos 14
anos; 1.400 pessoas atendidas por dia; 360 mil quilos de alimentos; 700 mil
entrevistados para acompanhamento junto às pessoas; cerca de 100 mil
atendimentos realizados na área de saúde; 392 mil presenças em cursos de
alfabetização, profissionalizantes, de informática e ensino religioso.
Apenas uma síntese, 48 mil
presenças em encontros de grupos de apoio – Alcoólicos Anônimos e Narcóticos
Anônimos. Dois milhões e meio de horas de voluntariado graças a atuação de mais
de 400 pessoas, muitas delas presentes aqui.
Esse trabalho mereceu
reconhecimento como Utilidade Pública Federal, Estadual e Municipal, além dos
prêmios “Bem-Eficiente
* * *
- É feita a entrega da
homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Paulista de São José do Rio Preto, em
1994 ingressou no Seminário Propedêutico. Dois anos depois no Seminário Maio.
De
Em sua carreira religiosa
constam: Ordens menores Ministérios Acolitato e Leitorato, paróquia Santo
Antonio do Caxingui; Ordem diaconal no Santuário Sagrada Família; Ordem
presbiteral Santuário Sagrada Família; Administração paroquial, Paróquia Santo
Antonio do Caxingui.
Autor de extensa folha de
realizações no campo religioso, desde 2003 ele responde pela Paróquia Santa
Terezinha do Menino Jesus.
Chamamos o Pároco José Lúcio
Emer. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega da
homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Ele foi um dos primeiros colocados no
vestibular da Faculdade de Medicina da USP. Formou-se em 1960 e iniciou
carreira em dermatologia ao lado de uma das maiores autoridades brasileiras no
assunto professor Sebastião Almeida Prado Sampaio.
Durante a especialização
prestou concurso e ingressou como assistente no Hospital das Clínicas. Defendeu
tese em 1964, e em seguida prestou concurso e ingressou como professor-adjunto
do serviço de Dermatologia do HC. Em 1970 passou a chefiar a disciplina de
Dermatologia na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e ali permaneceu até
1975. Em seguida por concurso ingressou como docente na Escola Paulista de
Medicina onde foi responsável por vários cursos de pós-graduação. Em 1972
ingressou como professor titular de Dermatologia na Faculdade de Medicina do
ABC onde ocupou diversos cargos.
O nosso homenageado é
orientador da Faculdade de Medicina da USP, orientador na Faculdade de Medicina
da Unifesp, e Diretor-Presidente da Faculdade de Medicina do ABC.
Chamamos o Doutor Luiz
Henrique Camargo Paschoal. (Palmas.)
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- É feita a entrega da
homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Nascida
Fez pós-graduação e mestrado
na Escola Politécnica da USP, obtendo o grau de Mestra em Engenharia de
Transportes Rodoviários. Fundou e presidiu e Associação de Engenheiros,
Arquitetos e Agrônomos da Região de Mogi Mirim. Presidiu também a Associação
Brasileira de Engenheiros Civis, setor São Paulo.
Ingressou na carreira
política, foi a primeira mulher a assumir o cargo de vereadora
Chamamos a Sra. Marilene
Mariottoni. (Palmas.)
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- É feita a entrega da
homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Formado em Medicina pela Faculdade de
Medicina e Cirurgia da Universidade Cagliari. Doutor em Ginecologia e
Obstetrícia pela Faculdade de Medicina da USP, e professor livre docente de
Ginecologia e Fisiopatologia da Reprodução da Unesp. É diretor da Divisão de
Reprodução Humana do centro de Referência da Saúde da Mulher – Hospital Pérola
Byinton, setor em que trabalhou desde 1991. Trabalhou no setor de esterilidade
conjugal do Hospital Macedônio Melloni em Milão, onde foi responsável pelo
Programa de Inseminação Intra-Peritoneral.
Tem dois livros editados e
mais de uma centena de trabalhos publicados no Brasil e no exterior. Tem cerca
de 200 participações como palestrante em congressos, cursos e simpósios no país
e no exterior.
Nosso homenageado é o Doutor
Mário Cavagna. (Palmas.)
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- É feita a entrega da
homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Formado em Letras com habilitação em
Português e Inglês pela Faculdade Farias Brito, em Pedagogia com habilitação
O nosso próximo homenageado é
professor de Gramática da língua portuguesa no Colégio Progresso em Guarulhos,
professor de língua portuguesa no curso de Letras das Faculdades Integradas de
Ciências Humanas, Saúde e Educação de Guarulhos, professor de língua portuguesa
no curso de Letras da Universidade de Guarulhos.
Mantém participação ativa em
inúmeros eventos no mundo universitário guarulhense, tanto em bancas
examinadoras, como na promoção de cursos e palestras.
É grande incentivador e
divulgador da cultura italiana no município e, desde 1976 produz e apresenta o
programa Canzoni d´Italia pela Rádio Boa Nova de Guarulhos. Além disso,
apresenta vinhetas comentando erros e problemas praticados no idioma português.
Chamamos o Professor Pedro
Russo Neto. (Palmas.)
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- É feita a entrega da
homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - O nosso próximo homenageado é formado em
Direito pela PUC. Foi Presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo,
Conselheiro da OAB, Presidente da Comissão Especial de Ensino Jurídico da OAB.
Professor titular de Direito Comercial nas Faculdades Metropolitanas Unidas
desde 1985. Vice-Presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo. Diretor da
Escola Paulista de Advocacia.
Aos 35 anos de idade de
Autor de vários trabalhos
jurídicos publicados em revistas especializadas, autor de seminários,
congressos e palestras sobre Direito ministrado em todo país.
O nosso homenageado é o
Doutor Rui Celso Reali Fragoso. (Palmas.)
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- É feita a entrega da
homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Ela é Máster
Possui curso de formação de
professores pela Universidade de Perugia. Ela é integrante da Comissão dos
Concursos de Redação organizados pela Fecibesp e pelo Comitê dos Italianos no
exterior. Diretora cultural, professora e coordenadora dos cursos de língua
italiana da Sociedade Cultural Brasilitalia de São Bernardo do Campo, coordena
e administra cursos a 250 alunos de todas as idades, oferecendo bolsas de
estudos aos mais necessitados.
Desde 2004 desenvolve
trabalho junto a coletividade italiana e seus descendentes na Câmara Municipal
de São Bernardo do Campo. Promove eventos culturais de folclore como a Festa da
Befana voltada para crianças carentes e, ao mesmo tempo, divulgando o folclore
e a cultura italiana.
Chamamos a Sra. Sonia Maria
Galuchi. (Palmas.)
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- É feita a entrega da
homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - A nossa última homenageada tem origens em
Verona, terra de seus avós. Ela cresceu numa família de forte base religiosa
cristã, profundo censo de família e apego às suas raízes. Ativa participante de
movimentos religiosos sempre teve a vida voltada para os mais carentes
moradores de sua cidade.
As dificuldades vividas na
infância e na juventude a impediram de estudar, e somente depois após o
nascimento de seus filhos voltou para os bancos escolares e formou-se
Em sua luta em benefício dos
mais necessitados, durante muitos anos organizou a Festa Italiana no município
de Jaguariúna de grande participação popular, divulgando a cultura italiana e
angariando recursos para entidades assistenciais. Além disso, promoveu vários
eventos voltados para a captação de recursos para a Associação Amigos do Padre
Gomes, entidade mantenedora do Centro de Convivência que atende a menores
carentes e o Raízes da Vida que abriga idosos carentes.
Participou da luta para a
restauração da centenária Igreja Matriz daquela cidade, e é considerada uma
batalhadora pelos interesses da comunidade. É uma referência na cidade de
Jaguariúna.
Chamamos a Sra. Therezinha
Aparecida Chiavegato Marion. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega da
homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Gostaríamos de registrar a presença do
senhor Flávio Giannini, Vice-Presidente do Sindicato e Associação dos Auditores
Fiscais Tributários do Município de São Paulo; da senhora Ester Scappini,
Presidente da Associação Polesani Nel Mondo di Rovigo; senhor Akio Ogawa, 1º
Vice-Presidente do Conscre; senhor Gustavo Reis, prefeito de Jaguariúna; senhor
Alexandre Curiati e senhor Nei Cardoso representando o Deputado estadual
Antonio Salim Curiati; senhor André Leal Módolo tesoureiro da OAB - Subseção de
São Bernardo do Campo; senhor Hiroyuki Minami vereador municipal de São
Bernardo do Campo; senhor Perricône Michele Presidente da Sociedade Cultural Brasilitália;
senhor Rezkalla Tuma representando a Fearab América; senhor Aléxis Pomerantzeff
delegado Nacional da Defesa Civil; senhor Leonel Aguiar, da Ajorc; senhor Paulo
Brasil Corrêa de Melo Presidente do Sindecon;senhor Jair Paes de Lira,
coordenador da Defesa Civil do Município de São Paulo; Desembargador Renzo
Leonardi representando o Presidente da Apamagis doutor Paulo Dimas Mascaretti;
senhor Arthur Corrêa de Mello Netto, diretor econômico financeiro da Associação
dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo; senhor Rafael Gomide, editor
chefe da Câmera Record e Repórter Record; senhora Karina Lajústicia, assistente
do diretor institucional da Record; Capitão Marília, do Exército Brasileiro;
Doutor Sérgio Turra Sobrani, Subprocurador; senhor Britto Júnior, apresentador
da TV Record; senhor Luciano Faccioli, jornalista e apresentador da TV Record;
senhora Débora Santilli, apresentadora da TV Record; senhor Zacarias
Pagnanelli, diretor executivo nacional de Relações Institucionais da Rede
Record; Doutor Barreto; senhor José Renato e senhor Daniel, senhora Rosa e
senhora Rosinha; senhora Eva Zimerman, diretora de Relações Públicas da
Sociedade Hebraica; doutor José Carlos Blat, promotor; senhor Roberto Giúzio,
empresário; doutor Eduardo Castanheira, delegado de Polícia da Alesp.
O
SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Esta Presidência tem a honra de pedir para falar em nome
dos homenageados o Doutor Rui Celso Reali Fragoso, palmeirense como Presidente,
e se Deus quiser futuro Presidente da OAB.
O
SR. RUI CELSO REALI FRAGOSO - Deputado
Vitor Sapienza, eu peço licença para em seu nome saudar todas as autoridades
anteriormente declinadas que compõe a Mesa Diretora desta noite.
Minhas senhoras, meus
senhores, meus companheiros do Troféu Loba Romana, Voltaire já dizia que
um momento de felicidade vale mais que mil anos de celebridade. Começo esta
breve mensagem, integrando-me de corpo e alma ao pensamento do grande filósofo
francês.
Este é um momento
de muita felicidade na nossa trajetória. Não me refiro ao conceito da
satisfação material, mas à felicidade que existe dentro de nós, o encontro do
homem com a sua essência, com os seus valores, com a sua história.
História. Eis aqui
a chave que abre a porta desta Casa nesta noite. Ei-la proporcionando a
grandeza desse momento. Ei-la arregimentando uma apreciável coleção de amigos e
amigas. Nossa história, a história de nossas famílias, a história dos nossos
antepassados, a história de uma nação que se encontra com outra nação.
Aqui estamos por
conta da tessitura entre as histórias de um país do velho continente, berço da
civilização, chamado Itália, e uma nação fincada nos trópicos, bela e
grandiosa, e que se apresenta como uma das mais promissoras do futuro.
O Troféu Loba
Romana, que recebo nesta data, chega emoldurado por laços históricos, honra,
emoção e recordação. Chega com respeito à tradição do passado, revivida pelas
novas gerações, e compromissada com os valores da solidariedade, da amizade, da
fraternidade e da integração entre dois povos. E, sobretudo, chega para
reafirmar o compromisso de nossa parte de perpetuarmos os princípios, os
valores e os ideais de nossas gentes e de nossos ancestrais, integrando, ainda
mais, os sonhos, os anelos coletivos de duas pátrias.
Neto de italiano,
aprendi que os homens se diferenciam pela forma como enfrentam, convivem e
aceitam os desafios. Em minha memória, lembro a garra dos primeiros italianos
que vieram ao Brasil, como os meus avós maternos. Gente de fibra, gente
valorosa, gente determinada, que soube aproveitar as oportunidades,
distingui-las, valorizá-las e fincar no solo deste território as sementes de
seu trabalho. Nossos antepassados compreenderam que era preciso ter plena
percepção de que a vitória só se consegue com luta, com esforço, com enfrentamento
das dificuldades, e principalmente com coragem. Seguiram à risca o preceito de
Elliot: “Somente aqueles que se arriscam a ir longe sabem até onde podem
chegar”. Foi assim que transformaram os obstáculos em pontes para o futuro. Foi
assim que traçaram os caminhos de suas conquistas. Pioneiros que buscavam a
chance de construir as bases sólidas de um futuro, vivenciaram mudanças e delas
participaram numa experiência única de vida. Aprendi com eles que mudanças são
inevitáveis e constituem forças que devem ser avaliadas e aproveitadas.
Minhas senhoras,
meus senhores, a imigração italiana para o Brasil foi um dos maiores fenômenos
já ocorridos na história da Humanidade. À medida que o número de imigrantes e
seus descendentes ia crescendo, o Brasil modificava os seus costumes. Os
imigrantes, por sua vez, também modificavam os seus, sem deixar de introduzir
elementos tipicamente italianos, como festas, práticas religiosas e hábitos de
alimentação.
A contribuição dos italianos
para a sociedade brasileira foi muito além. Criados na cultura do esforço e do
trabalho, introduziram novas técnicas agrícolas, artesanais, arquitetônicas,
artísticas e colaboraram na urbanização das cidades. Plasmaram formas especiais
de vida, costumes típicos, plantaram sementes de uma cultura que se sedimentou
nesta terra de prosperidade.
Em 1901, 90% dos operários
fabris de São Paulo eram italianos. Foram, portanto, protagonistas no
desenvolvimento do maior centro urbano econômico da América Latina. Ofereceram
uma contribuição multifacetada. Nas artes, a galeria da fama exibe perfis
fantásticos como Alfredo Volpi, Eliseu Visconti, Menotti del Picchia, Adolfo
Celi e Pietro Maria Bardi, criador, junto com Assis Chateaubriand, do Museu de
Arte de São Paulo e seu diretor por 45 anos. É impossível esquecer Cândido
Portinari, Meccatti e Anita Malfatti, para citar apenas alguns. Apenas alguns.
Na indústria, o exemplo mais notável foi de Francesco Matarazzo.
A imigração foi, e continua
sendo, motivo de inspiração para obras televisivas e cinematográficas. Em todas, mostra-se a garra do imigrante
italiano. E com o intuito de aproximar e unificar os imigrantes italianos foi
criado em 1914 o time Palestra Itália, hoje conhecido como Sociedade Esportiva
Palmeiras, sem dúvida e sem favor um dos maiores times do futebol brasileiro e
da América Latina. (Palmas.) Eu não tenho dúvida disso, eu não tenho a menor
dúvida disso.
Como disse Rui Barbosa, a
quem eu levo o nome em homenagem, o Rui que o meu pai escolheu era por Rui
Barbosa: “O Estado de São Paulo é a expressão do espírito ianque americano
perfumado pela graça do gosto italiano”.
Na educação, o primeiro nome
que nos envaidece é o de Maria Montessori, a educadora que transformou o ensino
tradicional. Deu novo sentido às escolas, tornando-as instituições de educação
e vida e não só de instrução. Não se pode esquecer o papel fundamental que o
Colégio Dante Alighieri desempenha no ensino, e desempenhou em milhares de
brasileiros. Eu particularmente tenho a honra de ter tido, a minha esposa que
está aqui presente procuradora do município Maria Flávia que lá estudou por
toda a vida, e os meus dois filhos aqui presentes que também lá estudaram.
A contribuição italiana para
o Brasil se estendeu também para o campo do Direito, como no nosso Código Penal
e no Direito Processual Civil. Juristas italianos lecionaram na tradicional
Faculdade do Largo de São Francisco. São muitos os laços que nos unem. Juntos,
escrevemos um passado e nossa missão, hoje, é trabalhar para aprimorar as
relações educacionais e judiciais entre as duas nações.
Há necessidade de aumentarmos
o intercâmbio educacional. Na área econômica, precisamos finalizar acordos
bilaterais e estreitar o relacionamento entre as empresas dos dois países. O
diálogo inteligente e coerente entre especialistas é sempre o caminho mais
viável para a solução de eventuais pendências.
Sabemos que as relações
internacionais têm processos distintos e os desacordos que se estabelecem ao
longo do tempo são normalmente resolvidos por meio do diálogo e da cooperação,
dentro da lei e por autoridades competentes, até porque o Direito é a mais
universal das aspirações humanas. Nós, os advogados, os deflagradores das
soluções, em síntese, conciliadores sem transigência de princípios e
batalhadores sem trégua e nem leviandade reconhecemos os grandes objetivos que
tem que ser superados e atingidos para um forte sentimento de propósito geral
de interesse das duas nações.
Verdade é que os nossos imigrantes amaram o Brasil e a ele se adaptaram. E o país retribuiu com afeto. Adotou os italianos como brasileiros. Não fez deles um grupo étnico. Ao contrário, desde o primeiro aperto de mãos, os braços se mantêm entrelaçados, as atitudes se bifurcaram, a convergência de gostos e atitudes consolidou uma pátria única, indissolúvel e indivisível.
Nesse início de século XXI, quando se toma por base o número
de brasileiros descendentes de italianos, é fato curioso que aqui no Brasil nós
temos a maior população italiana fora da Itália. Os números podem não ser exatos, mas as estimativas que oscilam entre
Amigas e amigos, ao usar
essas modestas palavras a minha atribuída de razão de ser um advogado, e em
nome de todos os laureados, com certeza com melhores condições que as minhas,
quero reiterar a importância das nossas raízes. Elas não podem ser esquecidas.
Cada vez mais devemos manter aceso o diálogo entre passado e presente, pois
estes são estas as portas que se abrem para o futuro. Não podemos esquecer os
que cruzaram o Atlântico, deixando seu país em busca de sonhos. Vamos propugnar
para que o Brasil trilhe caminhos mais largos na rota das relações políticas e
econômicas com a Itália. Vamos propugnar para a expansão do intercâmbio de
conhecimentos e experiências. Nas questões, eu não posso deixar de falar, de
pendências judiciais entre Brasil e Itália devem ser identificados os seus
valores e levar em conta que as realizações podem, às vezes, ser inferiores às
aspirações. Auto-avaliação, perspectiva de tempo e aproveitamento criativo de
experiências atuam como guias íntimos para a determinação do curso correto de
uma decisão ou de uma ação. Como escreveu James Michener, um dos autores mais
lidos do mundo, que dividiu suas atividades entre o meio universitário e
editoriais até os 40 anos de idade, quando decidiu ser escritor, ele disse
certa vez: “Se acontece que um homem se descobre a si próprio, se fica
conhecendo os limites de sua coragem e a posição que deve assumir e da qual não
poderá abdicar, então ele terá encontrado um lugar que poderá ocupar com
dignidade todos os dias a sua vida”.
Senhoras e senhores, os
ilustres laureados, por meu intermédio, Deputado Vitor Sapienza, agradecem de
coração esta homenagem e querem compartilhá-la com todos os amigos e familiares
que aqui estão presentes. Agradecer é dividir e é isso que queremos fazer neste
momento. É essa a nossa forma de reafirmar a amizade que nos une, o apego às
tradições e o orgulho que carregamos em nossa alma. Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - LUIZ
CARLOS LADEIA - Registramos a presença do Doutor Sérgio Turra Sobrani,
Subprocurador de Justiça.
O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS
- Senhor Ministro Plenipotenciário Mauro Marsili, Cônsul-Geral da Itália;
caro amigo professor Rui Celso Reali Fragoso em nome de quem eu saúdo os
homenageados, meus senhores e minhas senhoras, eu havia preparado um discurso,
porém li para a minha esposa e ela disse: “Não faça o discurso, desabafe o que
você tem dentro de você, que fica mais fácil pra você e para todo o pessoal que
hoje estamos prestigiando.”
Alguém poderá dizer: Por que o Dia da Comunidade Italiana? Eu volto a 1988
quando eu ia me dirigir a Santos para fazer uma palestra na Associação
Comercial de Santos e um deputado federal, num discurso, propôs a construção de
um monumento aos nordestinos, que haviam construído São Paulo. Aquilo me
chocou, me chocou e me fez voltar à minha infância. Infância decorrida no final
dos anos 30, início dos anos 40, em que aquele italianinho do Bom Retiro, na
sua casa, ouvia a rádio ondas curtas, que anunciava que o Eixo estava ganhando
a Guerra dos Aliados. Italianinho que não pôde estudar em italiano porque na
época era proibido falar publicamente o italiano, ou japonês ou alemão. Coisa
que nos Estados Unidos não foi feito. Isso é detalhe de um falso patriotismo
que muitas vezes caracteriza as nossas autoridades.
Aquilo me chocou, me chocou e eu revivi todo o início da industrialização
praticamente de São Paulo. Pensei e fiz um projeto de lei criando o Dia da
Comunidade Italiana em que eu pensava em tentar sacudir e ajudar a ressuscitar
os valores dos italianos e seus descendentes no Estado de São Paulo.
Lembro-me bem da primeira solenidade em que nós tínhamos aproximadamente
150, 200 pessoas que cabiam nesse auditório e lá em cima ficava praticamente
vazio. Já dizem que no próximo ano vamos ter que fazer a solenidade no Memorial
da América Latina, diante da quantidade de pessoas que nos tem prestigiado.
As coisas avançaram. Nós tivemos aí a ideia de criar a Loba Romana que
seria o marco de tudo que a gente precisava fazer no sentido de criar um símbolo,
um símbolo de reconhecimento àqueles não só descendentes de italiano; nós
tivemos a oportunidade de homenagear um japonês, tivemos a oportunidade de
homenagear o Deputado Wadih Helú, Presidente do Sport Clube Corinthians que
aqui veio, e no seu exagero disse até que São Paulo devia a sua formação total
aos italianos. Não foi bem assim, mas ele deu vazão a um sentimento de
admiração que todos nós temos pela Itália.
Em decorrência disso, nós tivemos oportunidade ao longo de 1991 até os dias
de hoje de homenagear 319 personalidades, além das 17 que foram homenageadas
hoje. Nós temos uma comissão que recebe as diversas indicações, analisam, e
muitas vezes vetam. Porém, algumas decisões foram em comum, por exemplo, uma
que é muito importante, nós não aceitamos em hipótese alguma representação. Ou
a pessoa homenageada vem, ou fica para uma próxima oportunidade. Nós tivemos
grandes figuras como ministros, radialistas, e jornalistas que foram eleitas,
porém, tentaram apresentar representantes, mas a comissão por decisão unânime
não aceita representantes.
Dentro desse quadro ainda, nós tivemos oportunidade de junto com uma equipe
escrevermos um livro chamado Café Amargo, e por tal nós somos homenageados com
uma honraria que para mim é muito importante que foi um troféu denominado
Cristovão Colombo, entrega pelo Circulo Italiano de São Paulo.
A luta continua. Foi muito feliz o Professor Rui Celso Reali Fragoso quando
fez um relacionamento entre as dificuldades que possam a vir existir na relação
Brasil-Itália, Itália-Brasil. Nós entendemos que uma das forças do povo
italiano é o poder de argumentação, é o poder de tentar resolver as coisas de
forma amistosa. Lembro-me bem hoje, graças a Deus, Cônsul,V.Exa. tem uma forma
mais clara, mais democrata de entender os justos problemas da nossa comunidade.
Eu quero inicialmente parabenizá-lo pelo português corretíssimo do seu
discurso. Até alguém me disse: “Será que o cônsul mandou algum representante?”
Não foi bem assim.
O nosso Rui Celso Reali Fragoso fez uma colocação que há uns anos eu tentei
também fazer a um dos cônsules: que haveria necessidade de um intercâmbio maior
da mesma maneira que os Estados Unidos faz com o Brasil em que os alunos do
colegial fazem convênios, eles estudam lá e tem a validade aqui, estudam aqui e
tem a validade lá. Qual foi a minha surpresa quando ele me propôs uma coisa
diferente: ele propôs que ele conseguiria que os melhores alunos da USP, da
Unicamp e Unesp fossem fazer um estágio na Itália. Eu disse: “Isso se chama
roubo de cérebros. Se o pessoal italiano quiser fazer a mesma coisa conosco,
nós também aceitamos.”
Então dentro desse quadro, Cônsul, eu quero nessa oportunidade, primeiro,
parabenizar todo esse pessoal, porque com toda sinceridade a quantidade de
pessoas nunca foi tão grande como nós estamos tendo hoje. E agradeço ao governo
italiano por ter me concedido o título de Cavalheiro. Com toda sinceridade, é
uma honraria que eu acredito muito. Sou católico praticante, mas quero fazer
uma confissão: meu avô materno fugiu de casa com 15 anos de uma cidadezinha
chamada Tito, perto de Nápole. No primeiro navio que ele encontrou, ele se
escondeu no porão e veio parar no Brasil. Eu acredito que ele está lá em cima
olhando e dizendo: “Valeu a pena. Porque ao contrário, aquela região é tão inóspita,
tão parecida com o nosso Nordeste, que se eu ainda estivesse vivo, eu teria
sido um grande criador de cabras, e um grande produtor de queijo, que é típico
daquela região.”
Antes de encerrar, agradeço a presença de todos os senhores e quero
convidá-los para um pequeno coquetel no saguão de entrada.
Muito obrigado. (Palmas.)
Está encerrada a presente sessão.
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- Encerra-se a sessão às 21
horas e 31 minutos.
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