http://www.al.sp.gov.br/web/images/LogoDTT.gif

 

25 DE ABRIL DE 2011

027ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e MAURO BRAGATO

 

Secretário: MAURO BRAGATO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Combate o atraso na composição das Comissões permanentes desta Casa. Acrescenta que o Projeto de resolução nº 18/2011 prevê o aumento no número de vagas nas Comissões. Critica a falta de funcionamento das mesmas, por decorridos 41 dias da posse dos Deputados. Ressalta que a rotina da Assembleia está diretamente ligada à das Comissões temáticas.

 

003 - MAURO BRAGATO

Assume a Presidência.

 

004 - JOOJI HATO

Chama a atenção para o alto número de acidentes, com mortes, ocorridos no feriado de Páscoa. Destaca trecho de discurso do Papa Bento XVI. Defende o diálogo e a diplomacia na busca pela paz, em detrimento ao uso de armas. Fala de "guerra urbana" em São Paulo, na qual predominam dois pilares da violência, o das armas e o da bebida alcoólica.

 

005 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

006 - MAURO BRAGATO

Comunica visita da Secretária de Estado de Justiça Eloisa de Sousa Arruda à região do Pontal do Paranapanema, ocorrida na última semana. Ressalta o diálogo estabelecido entre esta autoridade e lideranças locais. Elogia a atuação profissional pregressa da Secretária. Informa que ela estava acompanhada do diretor-executivo do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), Marco Pilla. Cita projeto de sua autoria, que institui o Programa Turístico Costa Oeste Paulista. Defende o turismo regional como fonte de emprego e renda.

 

007 - JOSÉ BITTENCOURT

Manifesta-se solidário à crítica do Deputado Olímpio Gomes quanto ao atraso para a instalação das Comissões. Destaca que o fato promove desgaste entre o Parlamento e a sociedade. Informa que, ao longo de oito anos, o PDT não fez parte do Secretariado do PSDB no Estado. Reivindica que o partido tenha representatividade no escalão maior da administração pública, uma vez que atua na base governista desta Casa. Comenta conversas com o Governador sobre este assunto.

 

008 - OLÍMPIO GOMES

Declara apoio à observação feita pelo Deputado José Bittencourt sobre a participação do PDT no Governo Estadual. Ressalta seu posicionamento contrário à do Governo em determinadas áreas. Cobra do Governador Geraldo Alckmin que a legenda tenha distinção e participação na administração do Estado. Acusa o Governo de descaso para com o PDT. Lembra que a data-base para revisão salarial dos servidores públicos do Estado é 1º de março. Comunica que a Polícia de São Paulo recebe os piores salários do País.

 

009 - MAURO BRAGATO

Resgata os assuntos discutidos pelos Deputados Olímpio Gomes e José Bittencourt. Destaca a dificuldade de se acomodar interesses. Acrescenta que o País passa por uma crise democrática. Manifesta apoio para que as Comissões temáticas entrem em funcionamento. Defende o debate sobre o pacto federativo, no sentido de se definir qual o papel de cada governo nas três esferas de poder. Questiona a função do Deputado em termos de legislar.

 

010 - JOÃO ANTONIO

Relembra experiência legislativa quando era vereador. Cita aprovação da "Lei das Metas", que exige que o prefeito eleito apresente, 90 dias após as eleições, um plano de ações para os quatro anos. Acrescenta que o objetivo desta lei é manter alinhados os discursos de campanha e a atuação efetiva no cargo. Enfatiza que este é um instrumento do cidadão para cobrar dos eleitos. Sugere que o modelo seja aplicado neste Parlamento. Critica as gestões dos governos tucanos e do DEM por descumprir esta lei.

 

011 - JOSÉ BITTENCOURT

Reflete sobre as prerrogativas desta Casa. Questiona o rito da proporcionalidade para compor as Comissões. Enumera algumas das competências dos três poderes. Lembra reunião do Colégio de Líderes, dia 26/04, e os assuntos a serem tratados com urgência. Destaca a necessidade de se construir agenda positiva de trabalho dos Deputados. Menciona atribuição da Procuradoria deste Legislativo quanto a mandado de segurança sobre as CPIs protocoladas. Defende a ação fiscalizadora dos Deputados.

 

012 - OLÍMPIO GOMES

Retoma o tema do reajuste salarial dos policiais civis e militares do Estado de São Paulo. Critica divulgação feita pelo Governo quanto ao "bico oficial", que teria contribuído para melhorar os rendimentos dos policiais. Mostra holerite de delegado e dá conhecimento de apelos feitos por ele. Cita Lei 731 e suas normas. Relembra cifras aprovadas na peça orçamentária.

 

013 - JOSÉ BITTENCOURT

Requer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

014 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 26/04, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da sessão solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de homenagear os 120 Anos da Imprensa Oficial. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Mauro Bragato para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - MAURO BRAGATO - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, devido a falhas na publicação, o Projeto de Resolução nº 18 da Mesa, publicado no Diário da Assembleia em 21 de abril próximo passado, não constou da pauta, o que será sanado na publicação do Diário da Assembleia de amanhã, dia 26 de abril, na Sessão de Pauta.

Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando José Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários da Casa, telespectadores da TV Assembleia, como tivemos um final de semana muito curto, com apenas quatro dias, talvez seja essa uma das justificativas para termos hoje uma segunda-feira com apenas 28 deputados. Talvez não tenha havido tempo para o merecido repouso para a maioria dos colegas parlamentares da Casa.

Enquanto isso, muito embora tenham sido publicadas as composições das comissões permanentes desta Casa, ainda há também uma publicação desse projeto de resolução mencionado pelo Sr. Presidente da Mesa neste instante, que aumenta o número de componentes de algumas comissões, haja vista que os partidos das bancadas maiores ainda não se sentiram devidamente contemplados, causando rebeliões internas em relação à publicação do Sr. Presidente da Assembleia, e que deverá ter uma solução salomônica, aumentando o número de vagas nas comissões.

E comento esse fato não com o intuito de simplesmente criticar a Casa. Mas estamos no dia 25 de abril, a posse dos novos deputados e desta legislatura foi no dia 15 de março, e já avançamos 41 dias sem que tenhamos nenhuma comissão desta Casa funcionando. Essa discussão em relação aos números dos componentes até se justificaria na primeira semana, nos primeiros dias, mas acompanhando até a última reunião do Colégio de Líderes, haja vista que não posso ser líder nem vice-líder do meu partido, mas sempre que tenho a possibilidade vou como ouvinte.

Vi que partidos ainda não tinham sequer feito a indicação dos seus representantes nas comissões. E a vida da Assembleia Legislativa está muito ligada ao funcionamento das comissões. As pessoas que estão nos ouvindo neste momento devem saber - se não sabem ficarão sabendo - que tivemos uma alteração no Regimento Interno, diminuindo e fazendo a fusão de algumas comissões, de tal sorte que temos 15 comissões temáticas.

A Comissão de Constituição e Justiça é a porta de entrada para todos os projetos desta Casa, passando por comissões específicas - Segurança Pública, Saúde, Educação, Transportes, Meio Ambiente e tantas outras - para culminar com a Comissão de Finanças e Orçamento e a Comissão de Fiscalização e Controle, que são as comissões que deliberam, votam e vão colocando os projetos, ou rejeitando ou em condições de prosseguir até ficarem prontos para a Ordem do Dia, para serem discutidos e votados.

Se após 41 dias não temos o que é básico, o que é necessário, fazer a composição e dividir os 94 Deputados diante das potencialidades curriculares de cada um, os objetivos de cada um dos partidos e a força e o número de Deputados que compõem o partido, mas 41 dias depois não ter o funcionamento das comissões é extremamente triste.

Para a minha área, que é Segurança Pública, saber que o mundo está pulsando e carente de posicionamentos em relação à Segurança Pública no nosso Estado, saber que uma série de medidas estão sendo tomadas pelo Governo na área de Segurança Pública, algumas elogiáveis, outras censuráveis ou criticáveis, mas que deveriam ser objeto de debate aqui nesta Casa de leis numa comissão específica, mas 41 dias e não temos nenhuma comissão funcionando.

Espero que haja velocidade na votação desse Projeto de Resolução, adequando ou readequando o número das comissões, que se componham logo essas comissões para que a Assembleia possa dar o mínimo de satisfação pública. É vergonhoso: 41 dias depois da posse não temos a distribuição e o funcionamento das comissões.

Raríssimas foram as comissões que funcionaram no ano passado, e mais especificamente no segundo semestre do ano passado, ano eleitoral. Isso foi vergonhoso. E agora já vamos ingressar no mês de maio, temos maio e junho, e vamos entrar em recesso. Muito possivelmente metade do semestre não terá tido sequer uma reunião de qualquer comissão desta Casa. Se elas não forem constituídas, ou reconstituídas, já que foram publicadas na semana passada, mas o Projeto de Resolução vai fazer que haja uma complementação, e muito possivelmente nesta semana não teremos tempo hábil para sequer fazer a votação, a constituição dos membros complementares, a eleição dos Presidentes e vice-Presidentes das comissões.

Portanto, muito possivelmente ingressaremos no mês de maio mesmo, metade do semestre, sem sequer uma das comissões de qualquer tipo de atividade nesta Casa.

Sr. Presidente, fica aqui a minha manifestação de preocupação em função da expectativa que a opinião pública tem sobre a Assembleia Legislativa e sobre a nossa conduta como parlamentares.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Júnior. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Moura. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Mauro Bragato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - MAURO BRAGATO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, nessa Páscoa tivemos muitos acidentes: 1542, com 41 mortes nas estradas do Estado de São Paulo. Muitos foram ocasionados por motoristas alcoolizados e pela desatenção, pela falha dos motoristas. O Papa Bento XVI pediu, na Santa Missa, que a diplomacia assuma o lugar das armas, fazendo menção às guerras que temos no Oriente, que estão matando muitas pessoas. O Papa disse que temos de dialogar, aplicar a diplomacia, e não usar armas. Se, por meio da diplomacia, das conversações, não nos entendermos, jamais conseguiremos algo por meio das armas.

Na guerra, todos perdem. Numa guerra, não há vencido nem vencedor. Em qualquer parte do mundo, historicamente analisando, todos perderam, tanto na Primeira quanto na Segunda Guerra Mundial. Portanto, a paz é o que há de melhor, com diplomacia, conversações, entendimentos. Bem disse o nosso Papa Bento XVI, que os senhores da guerra procurem refletir um pouco e que possam ajudar nessa busca incessante da paz, amor e fraternidade.

Em termos internacionais, acontecem as guerras. Na Cidade de São Paulo, no Estado de São Paulo e no nosso País percebemos que também há uma guerra: a guerra urbana, a guerra diuturna. Dois pilares que sustentam a violência se mantêm: a arma e as drogas, como a bebida alcoólica. Se os parlamentares em geral, unindo-se aos deputados federais, aos vereadores, unindo-se ao Governo e ao Executivo conseguirmos controlar esses dois pilares da violência, certamente buscaremos melhor qualidade de vida, o respeito, o desenvolvimento, aquilo que é inerente ao ser humano que é o direito à vida, à paz e ao amor.

Sempre dizemos desta tribuna para sermos incansáveis porque podemos perder uma batalha hoje, amanhã outra, mas haveremos de ganhar essa guerra, a luta contra o desarmamento tirando as armas ilegais das ruas, não dos cidadãos que tenham o porte e a preparação para seu uso. O ideal seria que ninguém usasse a arma. Penso que a arma mata, infelicita milhares de famílias.

Sr. Presidente em exercício, Deputado Mauro Bragato, quero dizer que haveremos de ganhar essa guerra pela paz proibindo principalmente o porte de arma roubada, arma ilegal, arma de numeração raspada, arma que mata, arma que é o pilar ao lado do outro pilar, que é a bebida alcoólica.

 

O SR. PRESIDENTE - MAURO BRAGATO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cesar da Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro.

Esgotada a lista dos oradores inscritos, vamos passara à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.)

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato.

 

O SR. MAURO BRAGATO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nesta tarde, vou fazer dois registros. O primeiro é que na última semana tivemos o privilégio de acompanhar a Secretária da Justiça, Dra. Eloisa Arruda, como também o Diretor Presidente da Fundação Itesp - Instituto de Terra de São Paulo - para uma visita à Região do Pontal do Paranapanema.

Vale registrar que estivemos numa reunião com prefeitos de municípios que possuem assentamentos lá em Presidente Venceslau. Tivemos lá a presença de prefeitos de vários municípios, como também a oportunidade de estar em Teodoro Sampaio, mais precisamente em Mirante do Paranapanema visitando o chamado Pé de Galinha, que é um aglomerado do Município de Mirante de Paranapanema, onde se tem toda oferta de serviços para os assentados do município, assim como o Distrito de Cuiabá Paulista.

Estivemos, também, em Município de Tarabai, onde a Secretária entregou títulos para cidadãos que tiveram suas áreas regularizadas. O motivo da visita foi manter contato com as lideranças da agricultura, em especial da agricultura familiar, como também dos movimentos sociais.

Temos um trabalho muito bem articulado por parte da secretária que, a meu ver, é uma pessoa bastante competente, com um passado bastante sério, uma pessoa do Ministério Público que representou as Nações Unidas durante um ano no Tribunal Internacional em Timor Leste e que vem, junto com o Instituto de Terras, fazendo um bom trabalho nos municípios que possuem assentamentos na região de Presidente Prudente. Portanto, quero parabenizar a ação da Secretaria, em especial da nossa Secretária Dra. Eloisa, e do Sr. Marco Pilla, do Instituto de Terras.

Quero ainda fazer um outro registro. Apresentei na última semana projeto de lei que visa instituir o programa turístico costa oeste paulista. Na verdade, é uma orientação que estamos fazendo para um debate com os municípios banhados pelo lago do Rio Paraná, mais precisamente da Usina Hidrelétrica Sérgio Motta.

Os municípios contemplados com a discussão dessa atividade turística são Rosana, Euclides da Cunha Paulista, Teodoro Sampaio, Presidente Epitácio, Panorama, Pauliceia e Castilho. Em outras palavras, isso significa orientar o desenvolvimento do turismo sustentável para aquela região do oeste do Estado de São Paulo com parcerias com a Unesp, que tem uma unidade em Rosana, mais precisamente em Primavera, onde há um curso de Turismo implantado já há alguns anos; com o Centro Paula Souza, com cursos dirigidos à área do Turismo e estamos advogando um esforço por parte da Fiesp para que o hotel do Sesi, há 10 anos desativado em Presidente Epitácio, possa ser um hotel escola como se tem aqui no Estado de São Paulo com o Senac.

A preocupação na apresentação deste projeto é fazer com que o Governo do Estado, agora com a Secretaria de Turismo, avance nessa discussão de tornar o turismo regional uma fonte de emprego e de renda.

É este o meu recado nesta tarde para os colegas parlamentares e os telespectadores da TV Assembleia, que muito bem cobre os nossos trabalhos por este Estado de São Paulo afora.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, quero me solidarizar com o Deputado Olímpio Gomes na sua manifestação quanto à morosidade, quanto à inércia na formação e instalação das comissões permanentes nesta Casa. Isto está trazendo um desgaste muito grande desta Casa perante a sociedade. Aliás, já nos manifestamos desta tribuna na última terça-feira a respeito desta inércia da Casa, mais precisamente da falta de diligência das bancadas em se entenderem quanto à indicação dos seus membros nas comissões permanentes. Isso atravanca, isso obsta todo o processo legislativo.

Estamos desde 15 de março, no início da legislatura, indo para quase dois meses, sem termos essa composição das comissões. Por isso quero me solidarizar.

Outro registro questão faço, e com bastante tranquilidade, é sobre o PDT. Ao longo desses dois mandatos de 8 anos, e iniciando o terceiro mandato, não vi nosso partido, o PDT, fazer parte do secretariado do PSDB aqui em São Paulo. Não vi o PDT ser contemplado no escalão maior da administração pública estadual.

A partir de agora começo a fazer essa reivindicação nesta tribuna. Falamos com algumas pessoas do governo e até com o governador Geraldo Alckmin, e o Deputado major Olímpio estava conosco na ocasião. Estavam o Deputado major Olímpio, o Deputado Rogério Nogueira, o Deputado Rafael Silva e eu, naquele momento de recepção pós-eleição e de composição de governo, de definição de secretariado e o PDT fez sua parte comparecendo perante o governador eleito.

O secretário, então Deputado Sidney Beraldo, que depois se confirmou como chefe da Casa Civil estava presente, assim como o suplente e depois confirmado secretário da Habitação, Silvio Torres, e também o Dr. Cury. Conversamos, posteriormente houve um encontro do governador com o presidente estadual Paulinho, da Força, e nada. Estamos indo para quase 2 meses sem composição das comissões e em o PDT ser contemplado na administração pública. E somos base, temos votado sempre com o governo Geraldo Alckmin - o Deputado major Olímpio tem sua independência, mas tudo se conversa. Temos falado com o secretário Sidney Beraldo, com o líder do governo nesta Casa e não há uma sinalização por parte do governo de que o PDT esteja pelo menos sendo cogitado para fazer parte da administração pública estadual.

A partir de agora vou refletir melhor em termos de unidade partidária, em termos de atuação partidária em bloco, nesta Casa. Vou defender perante meu líder Rogério Nogueira, vou valar com o Deputado Rafael Silva e com quem de direito, pois queremos que o PDT tenha seu espaço na administração pública. Se o PSB foi contemplado com 3 secretários, por que o PDT não poder ser também?

Fica a minha pergunta, Deputado Sidney Beraldo, nosso amigo e colega, Governador Geraldo Alckmin. Precisamos refletir sobre a participação do PDT no Governo do Estado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, fico extremamente feliz com a manifestação do Deputado José Bittencourt, vice-líder do PDT desta Casa, em relação a uma reavaliação de postura do partido, em relação ao descaso como vem sendo tratado o PDT, e principalmente os deputados José Bittencourt, Rogério Nogueira e Rafael Silva.

Tenho um posicionamento diverso, principalmente nas questões em relação aos servidores públicos e aos serviços públicos, autorizado desde a direção nacional do meu partido até a direção estadual. Mas quero dizer que testemunhei, estive presente nessas tratativas em que o Governador Geraldo Alckmin disse aos deputados do partido que o partido seria tratado com distinção e participação dentro da administração do estado. E nada disso tem acontecido. Ao contrário, o Deputado major Olímpio, em função dos seus posicionamentos, se fosse revanchismo governamental, até entendo e muitas vezes até estimulo esse revanchismo. Agora, o PDT e seus três deputados, que têm hipotecado total solidariedade e posicionamento em relação às ações do governo, estão sendo realmente desconsiderados. E minha visão é que aqueles que se portam como meus inimigos não devem ser tratados como amigos.

Fico na expectativa que as gestões realizadas pela direção do partido, pelo líder do meu partido na Casa, possam frutificar. Mas caso persista o descaso, tenho uma expectativa muito positiva de que os demais companheiros pedetistas adotem comigo uma postura de adversários políticos, não de inimigos. Vejo o esforço dos deputados do PDT, como vejo muitas vezes do PMDB e do DEM, fazendo um esforço total para dar quorum às votações do governo, coisa que o próprio partido do governo não faz. E vejo a ingratidão, não por cargos, nada disso não, mas por uma composição dentro da esfera administrativa em que os quadros do partido possam mostrar a sua capacidade, o seu valor, e fazer crescer o partido.

Mas não poderia deixar também de lembrar a esta Casa, ao governo, aos nossos telespectadores, que a data base para a revisão dos salários dos servidores públicos do Estado de São Paulo é 1º de março. Até hoje, dia 25 de abril, 56 dias após a data base estabelecida para revisão dos salários, o governo do Estado de São Paulo, que tem a competência constitucional da iniciativa de projetos de reajuste e aumento de despesas com salários, não enviou a esta Casa um projeto que possa rever os salários dos servidores como um todo e das categorias profissionais mais esquecidas, que poderiam ser contempladas de maneira mais efetiva. Nada. São 56 dias de silêncio.

Não adianta o Governador e o representante do Governo, a Secretaria da Fazenda dizerem que estão esperando por balanço em relação à arrecadação. Todos nós sabemos que o superávit de arrecadação tem sido superior a um bilhão de reais/mês nos três primeiros meses. Isso é falacioso e os servidores públicos do Estado de São Paulo têm os piores salários do País. Falo, dando exemplo até, da minha Polícia Civil e da minha Polícia Militar. São os profissionais de segurança pública com os piores salários do País. Como há de se falar de trabalho com excelência, com presteza se temos a máquina que vai mover toda a engrenagem, que são os recursos humanos, as pessoas sofridas, desesperadas, os policiais se matando nos bicos da vida, sem tempo para descanso, trabalhando cansado?

Precisamos que o Governo acorde. São 56 dias da data-base, 1º de março, projeto votado nesta Casa, sancionado pelo Governador, Governador que não cumpre o que assinou.

Então fica aqui a minha manifestação. Não vou me calar diante disso. Nós, parlamentares, não podemos ter a iniciativa desse tipo de projeto. É leviano dizer que vamos fazer projeto aumentando salário de servidor público, porque há restrição ao vício de iniciativa na própria Constituição, mas temos que pressionar. Associações, sindicatos, pressão total em relação a isso; vamos para as ruas, para a mobilização, porque o Governo, ao que parece, está muito acomodado na inércia de tratá-los na semi-escravidão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato.

 

O SR. MAURO BRAGATO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, na verdade estou utilizando este tempo para resgatar a fala do Deputado Major Olímpio, como também do Deputado Bittencourt, sobre o funcionamento da nossa Assembleia Legislativa de São Paulo.

É certo que há um esforço do Colégio de Líderes, especialmente do Presidente, dos Líderes dos partidos com um maior número de assentos na Casa, e também é certo que há sempre uma dificuldade de acomodar interesses. Muitos brigam para participar das comissões; poucos participam, e o desespero, muitas vezes, é dar quorum. Então quero crer que a fala de V. Exas. tem a ver com aquilo que todos nós queremos, que a Assembleia, efetivamente e rapidamente, possa colocar em funcionamento as comissões.

O Parlamento, não só aqui no Estado de São Paulo, no meu entender, mas também no mundo de hoje se enfraquece, porque as necessidades da população estão mais rápidas do que as nossas decisões. Vivemos uma crise das instituições, crise da chamada democracia, e isso nos leva, na maioria das vezes, a termos dificuldade de explicar o nosso papel aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. É certo que o Congresso Nacional urgentemente necessita fazer um debate sobre o novo pacto federativo, qual o papel do Governo Federal, do Governo do Estado e dos governos municipais. Esse novo pacto federativo enseja um debate do papel como Parlamento Estadual. Somos uma República Federativa e ainda continuamos a ter um tipo de política. E aí a Constituição de 88, ao invés de abrir, de fortalecer a Federação, ela fortaleceu o centro e a ponta, ou seja, o Governo Federal e os municípios, e os Estados brasileiros ficaram ensanduichados.

Acredito que o debate que está sendo feito hoje aqui, e sendo atual, remete-nos à responsabilidade de buscar, cada vez mais, a necessidade de operarmos aquilo que a população nos cobra. O que nós, como Deputados, podemos fazer nos marcos da legislação, o que nos é permitido legislar?

Essa é a grande conversa que temos com as ONGs que nos fiscalizam: o que o Deputado efetivamente faz, em termos de legislar? A limitação é bastante grande aqui na Assembleia Legislativa, e menos na Câmara municipal, por exemplo, de São Paulo. A limitação aqui é bastante grande, obviamente menos no Congresso Nacional.

Então, os Estados federados estão numa situação em que ou nós buscamos um acordo nacional que implica definir aquilo que temos hoje - República Federativa -, ou vamos continuar cada vez mais a enfraquecer as instituições democráticas e, com isso, cada vez mais, criar a ideia de que aquilo que é público tem pouco valor, que aquilo que é eleito pelo voto popular tem pouco peso.

O que vale, o que tem acontecido hoje, é o meio de comunicação, é o que se fala no rádio, no jornal e na televisão. Isso nos remete a esse debate aqui na Assembleia. Estou de pleno acordo de que precisamos urgentemente instalar e colocar em funcionamento as comissões, agora já repaginadas com uma nova legislação, em função de um acordo que tivemos aqui na Assembleia.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, assomo à tribuna para falar de um assunto que considero da mais alta importância.

Quando eu era vereador na Cidade de São Paulo, tivemos uma experiência legislativa importante. Aprovamos uma lei, apelidada de Lei das Metas. Ela estabelece que qualquer prefeito, eleito na Cidade de São Paulo, tem 90 dias pós-eleição, para apresentar à Câmara Municipal um plano de metas para os quatro anos.

E é simples, porque não se exigem grandes invenções teóricas. É simplesmente passar aquilo que foi debatido e foi vitorioso nas eleições, para o Plano de Metas. Qual é a vantagem da população nas cidades que aprovaram essas leis? A população tem facilidade de cobrar do chefe do Executivo as promessas de campanha.

Qual é o outro objetivo dessa lei? Combater a farsa neste País, essa visão sofismática de que você tem um discurso para ganhar eleição e outro para governar. Em época de campanha, normalmente você faz um discurso falando o que o povo quer ouvir. Passadas as eleições, em contato com a realidade, você tem outro programa para governar. A frustração do povo não tarda, vem logo. A Lei de Metas, que já deveríamos aprovar no Estado de São Paulo, para todos os governadores que virão, faz com que o Chefe do Executivo tenha compromisso com as promessas de campanha em período eleitoral. Deveríamos debater essa matéria nesta Casa.

A “Folha de S.Paulo” noticia hoje que, das 22 cidades que aprovaram a Lei das Metas, nenhuma conseguiu, de fato, torná-la eficaz. É uma pena. Acho um instrumento da mais alta qualidade. Precisamos evoluir na sociedade brasileira dessa visão do discurso para ganhar as eleições e outro para governar. A população tem de ter um instrumento legal para cobrar as promessas de campanha. A Lei das Metas foi uma articulação da sociedade civil, uma iniciativa de mais de 150 entidades de todas as vertentes ideológicas que propuseram essa lei e a Câmara Municipal aprovou. Outros 21 municípios seguiram o exemplo.

Portanto, nobres deputados, essa ferramenta legal, a Lei das Metas, deve ser defendida cada vez mais, inclusive na Assembleia Legislativa. É uma ferramenta a serviço da população, para a população ter instrumento para cobrar dos seus governantes as promessas que o levaram a votar naquele candidato. Sem essa ferramenta, vamos continuar a fazer, em época de eleição, pirotecnias eleitoreiras e, na prática, o discurso é outro.

Na Cidade de São Paulo, infelizmente, oito anos de governo tucano/DEM, nenhuma dessas metas foi cumprida. Segundo a “Folha de S.Paulo”, não passa de 20% o índice de promessas cumpridas. É uma ferramenta importante, mas para torná-la eficaz, precisamos que a população cobre o cumprimento dessa lei e que não se transforme em leis mortas, como os orçamentos autorizativos, em lei que já nasce sem nenhuma perspectiva de melhorar a vida do povo, que é o objetivo central dessa lei. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, quero fazer uma reflexão sobre a Comissão de Prerrogativas desta Casa. A Comissão é bem conduzida pelo ilustre Deputado Campos Machado e composta de ilustres deputados de diversas bancadas. Aliás, o Deputado Campos Machado tem feito questão que essa comissão seja composta por todos os partidos da Casa. Cada partido faz a indicação do seu respectivo membro. É claro que me foge aqui a ideia de se também obedece ao rito da proporcionalidade. Acho que não. É um por bancada. Entretanto, quero dizer que estou plenamente de acordo que essa comissão seja imediatamente instalada para analisarmos questões fundamentais desta Casa, questão de resgate das prerrogativas desta Casa.

O Deputado Campos Machado tem um PDL que ele tem sempre falado em relação à questão da Corregedoria da Polícia que, por decreto, foi transferida de departamento para outro, mas não quero aqui entrar no mérito. Acho que é importante resgatar isso não somente em relação a esse caso, mas em relação a atribuições constitucionais desta Casa, para evitar o avanço do Executivo em legislar de forma anômala. Eu poderia citar aqui “n” casos em que o Executivo agiu até mesmo imiscuindo nessa área legislativa que não é sua atribuição originária. O Executivo executa; o Judiciário julga; o Legislativo legisla. Essa é a ordem natural das coisas.

Deputado Mauro Bragato, Deputado Major Olímpio Gomes, amanhã, no Colégio de Líderes, temos vários assuntos para tratar como a instalação, com urgência, das comissões permanentes desta Casa, a instalação, com urgência, da Comissão de Prerrogativas desta Casa, a instalação, com urgência, da Corregedoria e do Conselho de Ética desta Casa, e sou favorável que se tenha uma Ouvidoria nesta Casa.

O Deputado Fernando Capez tem um projeto de sua lavra. Acho que temos que priorizá-lo e discutir mesmo as comissões permanentes, instrumentos permanentes aqui desta Casa, para que haja funcionalidade.

Tomara que tenhamos amanhã, no Colégio de Líderes, uma boa reunião onde possamos construir uma agenda positiva de trabalho nesta Casa. Estaremos vendo se a Procuradoria desta Casa fez as informações necessárias para o mandado de segurança em relação à questão das CPIs que foram obstadas por uma liminar da lavra do Desembargador Armando Toledo. A Procuradoria desta Casa tem o dever de informar, enquanto esta Casa é autoridade coautora, para em sede de reexame no mandado de segurança o desembargador faça, portanto, sua reapreciação e de repente venha a cassar a liminar e as CPIs tenham a devida instalação com o curso regular de 120 dias para o processo investigatório.

Amanhã falarei com o Deputado Enio Tatto sobre as CPIs que estão sendo propostas, pelo menos a articulação de busca de assinaturas da oposição nesta Casa. Temos que ficar atentos para ficarmos vigilantes em relação à nossa atribuição fiscalizatória, que é também base deste Parlamento fiscalizar as ações do Executivo.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, requeiro o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência registra a manifestação de V. Exa., antes, porém, concede a palavra ao nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, funcionários da Casa, cidadãos, volto a bater na tecla da revisão salarial dos servidores públicos. É necessário que o Governo veja com muita atenção a situação salarial calamitosa dos policiais civis e militares do Estado de São Paulo.

De forma falaciosa, mentirosa, o Governo tem ido à mídia fazer com que fique parecendo que os policiais militares que trabalham na operação delegada através de um convênio com a Prefeitura de São Paulo teriam um salário muito superior e que isso aconteceria com a esmagadora maioria da Corporação. Falacioso, mentiroso. Bico oficial de um novo mau patrão, no caso a prefeitura. Aliás, gostaria de mostrar o holerite de um delegado de polícia com 15 anos de serviço policial. Peço que aproxime mais a câmara para mostrar o valor do salário: R$ 4.917,28, um delegado que já galgou vários postos na carreira e que desesperado está pedindo providências.

Vou ler alguns trechos da sua manifestação: “Meu salário não dá para pagar a escola das minhas crianças e o financiamento do meu automóvel. As minhas despesas de mercado e de casa não consigo pagar. Não consigo pagar o seguro do carro e o convênio médico. Meu salário quase que vai tudo nos empréstimos. A maioria dos 3150 delegados de São Paulo estão nessa situação, se não cerca de 80% da classe. Como pode um delegado de polícia, que lida com o crime no momento anterior do processo criminal, não ter o mínimo de dignidade para consigo e sua família? A situação está ficando calamitosa. Muitos estão desesperados como eu, sem contar o stress e as doenças decorrentes disso. Estamos pedindo socorro. O Governador fala que temos um salário médio de nove mil reais. Esse valor talvez eu consiga ganhar daqui uns 30 anos se Deus ajudar. É só hipocrisia. Este é o valor do salário de primeira classe e classe especial. É o topo da carreira de delegado de polícia.” E ele prossegue na sua manifestação.

Este é o relato de um delegado de polícia com pelo menos metade do tempo de carreira e três promoções como delegado.

Esta é a realidade do policial no Estado de São Paulo. Logicamente seus investigadores e agentes estão numa situação muito mais calamitosa.

Se muitas vezes não temos a manifestação de oficiais superiores da Polícia Militar é por medo da censura e da retaliação dos regulamentos draconianos rigorosos ou até do próprio Código Penal Militar ou ainda de seus interesses particulares. Mas a situação na Polícia Militar é igualmente calamitosa até porque a Lei 731 - a lei de vencimentos - estabelece igualdade proporcionalmente às carreiras de oficiais e delegados e de praças e operacionais da Polícia Civil. O soldado de polícia do Estado de São Paulo está entre os piores pagos, assim como o agente, o investigador, o escrivão; os oficiais da Polícia Militar estão entre os piores pagos, assim como os delegados. Fica a incompreensão, pois o estado é o carro-chefe da nação, com um Orçamento de 142 bilhões de reais aprovados aqui, para este ano, e mais um bilhão de reais/mês de superávit de arrecadação nos três primeiros meses do ano.

Não dá para conviver com uma situação dessas! E quem acaba sendo penalizado, mais do que os profissionais, é o cidadão desesperado, é aquele que lê matérias governamentais segundo as quais, em relação à Segurança Pública, tudo está resolvido neste estado, não há criminalidade endêmica e que nunca se investiu tanto em viaturas, em coletes, em armas e há tanta inteligência policial. Mas o governo não diz de tanta desgraça, de tanto sofrimento para aqueles que fazem o mínimo pela segurança pública de São Paulo. Obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, está esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente. Havendo acordo de lideranças esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V.Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da sessão ordinária do dia 20 de abril, lembrando-os, ainda, da sessão solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de homenagear o aniversário de 120 anos da Imprensa Oficial, solicitada pelo Deputado Cauê Macris.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 15 horas e 32 minutos.

 

* * *