01 DE JUNHO DE 2009

027ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO  “DIA DA COMUNIDADE ITALIANA”

 

Presidente: BARROS MUNHOZ e VITOR SAPIENZA

 

 

RESUMO

001 - Presidente BARROS MUNHOZ

Abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Comunica que convocara esta sessão solene por solicitação do Deputado Vitor Sapienza com a finalidade de comemorar o "Dia da Comunidade Italiana". Convida o público presente a ouvir, de pé, o Hino Nacional da Itália e o Hino Nacional Brasileiro. Diz que faz questão de participar desta sessão solene, pelo seu orgulho de ter presidido esta homenagem à comunidade italiana. Lembra que conviveu com muitos filhos e netos de italianos que vieram para o Brasil e ajudaram a construir este Estado e este País. Diz que o DeputadoVitor Sapienza constituía um bom exemplo de descendente de italiano, que nos orgulha, como cidadão e como Parlamentar, e que, ao ocupar a Presidência desta Casa, conduziu o Parlamento em seu papel de ajudar o Executivo, mas sem deixar de fiscalizá-lo.

 

002 - VITOR SAPIENZA

Assume a Presidência. Agradece ao Presidente Barros Munhoz. Presta homenagem aos brasileiros, franceses e italianos, que estavam a bordo do voo da Air France que se acidentou, pedindo um minuto de silêncio. Inicia as homenagens aos agraciados com o troféu Loba Romana.

 

003 - GIUSEPPE LANTERMO DI MONTELUPO

Cônsul-Geral de San Marino em São Paulo, agradece em nome dos homenageados. Como porta-voz dos agraciados com o prêmio da Loba Romana, informa que esta láurea foi aprovada nesta Casa em 1991, por iniciativa do Deputado Vitor Sapienza, com a finalidade de homenagear os italianos e seus descendentes, que contribuíram para estreitar o relacionamento entre a Itália e o Brasil. Agradece ao Deputado Vitor Sapienza, que conseguiu recuperar uma antiquíssima tradição italiana.

 

004 - FABIO PORTA

Deputado Federal, representante dos brasileiros junto ao Parlamento Italiano, refere-se ao acidente lembrado no início desta sessão solene e homenageia todos os que desapareceram, entre eles alguns italianos da província de Trento, que estavam no Brasil e fizeram doações ao Estado de Santa Catarina. Informa que o seu trabalho é manter uma ponte entre a Itália e o Brasil e que essas pessoas representavam esse trabalho.

 

005 - MARCO MARSILI

Cônsul-Geral da Itália em São Paulo, agradece a homenagem concedida aos descendentes de italianos. Cumprimenta a colônia italiana e as entidades regionais presentes. Diz que foram homenageadas pessoas que fizeram da Itália e do Brasil, uma parceria valiosa. Lembra que a data de hoje precede o Dia Nacional da Itália, 2 de junho. Afirma que São Paulo tem um lugar de primeiro plano dentro da história da imigração italiana e forma uma união indissolúvel no passado, no futuro e no presente.

 

006 - Presidente VITOR SAPIENZA

Fala sobre a contribuição da comunidade italiana para Cidade de São Paulo, lembrando que nordestinos, portugueses e japoneses ajudaram a construir este Estado, mas que a presença maior foi dos italianos. Refere-se à Lei nº 6133, de sua iniciativa, que instituiu o "Dia da Comunidade Italiana" em 1º de junho de 1988, e a criação do troféu Loba Romana, em 1991. Fala sobre o livro "Café Amargo", que procura narrar as lutas dos italianos que vieram para trabalhar nas fazendas de café, no século XIX. Agradece a todos que colaboraram para o êxito desta solenidade. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE – BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE – BARROS MUNHOZ – PSDB - Quero com muita honra e alegria saudar o Dr. Marco Marsili, que é o cônsul-geral da Itália em São Paulo; o Sr. Giuseppe Lantermo di Montelupo, que é o cônsul-geral de San Marino em São Paulo e Presidente da Sociedade Consular e Vice-Decano do Corpo Consular; Dr. Fábio Porta que é deputado ao Parlamento Italiano representando a América Latina; Dr. Cláudio Pieroni conselheiro do Conselho Geral dos Italianos no Exterior e Presidente do Conselho Estadual Parlamentar das Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras. Não posso deixar também de citar duas pessoas que nos honram muito com suas presenças, o Dr. Otávio Fineis Júnior coordenador da Administração Tributária da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo; e o Dr. Sérgio Ciquera Rossi a pessoa de quem eu já tomo a liberdade de saudar todos os homenageados desta noite ele que é o secretário e diretor-geral do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo há quase 40 anos naquele Tribunal e há 20 anos diretor geral daquela importante Corte de Contas do nosso país, a mais importante do nosso país. Prazer muito grande em saudá-los.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos os Hinos Nacional Italiano e Brasileiro executados pela Banda da Polícia Militar sob a regência do maestro segundo-tenente músico Jassen Feliciano.

 

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- São executados os Hinos Nacionais da Itália e do Brasil.

 

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O SR. PRESIDENTE – BARROS MUNHOZ – PSDB – Esta Presidência agradece a Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Senhoras e senhores, eu fiz questão de participar da abertura dessa Sessão Solene porque eu quero chegar à Itapira, minha cidade, e extravasar o meu orgulho de ter presidido esta Casa nesta noite. Vou dizer para aquela cidade que era uma vila e se transformou em uma cidade bonita, próspera, modelar, exemplar, feliz, alegre, em virtude da colonização italiana: “Lembram que eu contei que um dia o Deputado Vitor Sapienza  presidiu uma sessão em homenagem a colônia italiana? Eu falei que o prefeito e o vice-prefeito de Itapira se chamavam Moro e Gini, e dos 15 vereadores, 14 tinham sobrenome italiano, e que eu vibrei com aquela homenagem? Pois é, agora eu presidi por alguns minutos uma sessão em que de novo esse extraordinário e valoroso Deputado Vitor Sapienza prestou uma homenagem à colônia italiana.”

Quero dizer que não sou descendente de italianos, mas é como se fosse. Eu me emociono com o hino, parece que eu vivi a saga dos italianos que vieram para o Brasil, porque eu convivi com muitos filhos e com muitos netos de italianos que sofreram, que lutaram, que enfrentaram preconceitos, mas que cresceram, se agigantaram, construíram este Estado e este País.

 Eu diria a vocês com muita sinceridade, que entre nós não se tem o hábito de jogar confete um no outro, um deputado no outro, e eu não faria isso de forma alguma, até porque o Deputado Vitor Sapienza não precisa disso. Se eu tivesse que dar um paradigma, um exemplo de um bom valor de um descendente italiano, eu citaria o Deputado Vitor Sapienza, é um bom exemplo. (Palmas) Porque ele nos orgulha como cidadão, como amigo, como companheiro, como torcedor fanático do seu Palmeiras, mas como brilhante parlamentar que é.

Então, eu passo a Presidência a ele, que foi um dos mais notáveis Presidentes da Assembleia Legislativa de São Paulo, que presidiu esta Casa com autoridade sem jamais descambar para o autoritarismo, com transparência, com liberdade, sobretudo, com competência, respeitando os companheiros e levando o Parlamento ao seu papel de ajudar o Executivo sem deixar de fiscalizá-lo e ajudar a construir uma São Paulo melhor.

Deputado Vitor Sapienza, parabéns por mais um ano de homenagem. Parabéns por valorizar os italianos que continuam ajudando com fé, com ânimo, enfrentando as vicissitudes a construir a pátria, que também é deles, tanto quanto é dos brasileiros, o nosso querido Brasil. Conduza com a sua sabedoria habitual a sessão de homenagem que é sua e é de todos nós a comunidade italiana de São Paulo. (Palmas)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Vitor Sapienza.

 

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O SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Deixa eu tomar um pouco de fôlego depois dessa.

Fora o agradecimento ao meu particular amigo, Deputado Barros Munhoz, queria iniciar essa sessão prestando uma homenagem àqueles que faleceram no desastre de ontem.

Eu gostaria que, de pé, nós mantivéssemos um minuto de silêncio, uma vez que o desastre foi para franceses, para brasileiros, para italianos, infelizmente para a humanidade toda.

 

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- É feito um minuto de silêncio.

 

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O SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Senhoras Deputadas, Senhores Deputados, minhas senhoras e meus senhores. Esta Sessão Solene foi convocada por este Presidente em exercício hoje, atendendo a solicitação do nobre deputado Vitor Sapienza com a finalidade de comemorar o Dia da Comunidade Italiana.

Eu passo agora a palavra ao mestre-de-cerimônias Sr. Luiz Carlos Ladeia.

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Ela é médica dermatologista, filha de calabreses, integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia, membro da Associação Médica Brasileira, e voluntária na Campanha Anual de Câncer de Pele promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Na comunidade italiana ela desenvolve um trabalho ligado aos jovens ítalo-brasileiros junto ao Circolo Sociale Calabrese di San Paolo. Membro Internacional dos Jovens Calabreses da Região da Calábria pela União Européia.

Em duas oportunidades atuou como representante brasileira no Congresso Mundial de Jovens Italianos, promovido pelo Conselho Geral dos Italianos no Exterior. A nossa primeira homenageada é a Dra. Adriana Cairo Mello. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Ele é nascido no interior de São Paulo, neto de imigrantes, com forte atuação comunitária em sua cidade. Com dez anos de idade trabalhava ajudando os pais em um pequeno mercado da família. A larga experiência adquirida permitiu que expandisse os negócios e hoje, 33 anos depois, administra um supermercado que leva o nome de sua cidade, Vinhedo.

Além de forte participação em várias entidades industriais e comerciais, o nosso homenageado tem o seu nome ligado ao desenvolvimento de sua cidade tanto no campo social como comunitário, onde podemos destacar a luta em prol da Santa Casa de Vinhedo, do Lar de Caridade, a Associação São Vicente de Paula, a CEIVI, entre outras. Ele presidiu a Comissão Tarifária da Prefeitura de Vinhedo, e por cinco vezes comandou a Associação Italiana Vinhedense. O nosso homenageado é o senhor Afonso Gasparini Filho. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Nascida em São Paulo, formado em Turismo, a nossa homenageada voltou com os pais para a Itália onde passou boa parte da sua infância. De volta ao Brasil, ingressou na universidade, e desde março de 1985 atua no Patronato ACLI – Associação Cristã dos Trabalhadores Italianos em São Paulo. Destaque-se que a ACLI comemorou recentemente 25 anos de presença no Brasil, e a nossa homenageada ali sempre esteve prestando assistência aos italianos e aos seus descendente, principalmente na área previdenciária e assistência social, além da reconstituição da dupla cidadania.

Ela coordena o Servizio Civile prestado pelo Patronato aos jovens descendentes voltado para famílias de imigrantes e seus descendentes, cujo objetivo é resgatar os princípios de solidariedade perante os mais necessitados. Muito ligada ao Colégio Eugenio Montale ela participa dos cursos de divulgação da cultura italiana. Chamamos a senhora Ana Aparecida Salvato. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Natural de Bálsamo, no interior paulista, o nosso próximo homenageado é formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de São José do Rio Preto. De família humilde, ele herdou a força do trabalho dos imigrantes e desde cedo começou a trabalhar no cartório local. Pós-graduado na área jurídica, ele não poupou esforços para ajudar na formação dos irmãos mais jovens até que viu realizada essa missão, missão que se estendeu até a formação universitária de suas filhas.

Ele desenvolve intensa atividade junto à sociedade em toda região, tanto no Rotary Clube de São José do Rio Preto, como nas entidades esportivas e sociais Palestra, Monte Líbano e Rio Preto Automóvel Clube.

Foi presidente e integra o quadro de associados da Sociedade Cultural Amici D´Itália em São José do Rio Preto, desenvolvendo uma série de atividades para estreitar ainda mais os laços do Brasil com a Itália. Chamamos o senhor Antonio Merlini. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Ela é nascida em São Paulo, seu pai é da região de Molise e sua mãe de Abruzzo. Ela é formada em Comunicações pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, iniciou a sua carreira na TV Cultura de São Paulo. De 1998 a 2005 trabalhou no Comitê de Italianos no Exterior onde se destacou na organização de eventos, arrecadação de fundos para a comunidade italiana, principalmente nas ações sociais para difusão de usos e costumes da colônia italiana. Em 1999, foi uma das representantes brasileiras no Congresso de Mulheres Imigrantes na Cidade de Áquila, na Itália.

Em 200,7 formou-se em Direito com especialização criminal militar, e a partir de então tem grande participação nos mutirões de Direito no atendimento à população carente e em projetos sociais. Engajada na luta pelos mais necessitados, ela é redatora e colunista do jornal “Fanfulla”, onde procura divulgar a cultura italiana tornando-se verdadeira porta-voz da comunidade. Chamamos a senhora Beatriz Piccoli. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Nosso próximo homenageado é filho de italianos de origem veneta. É casado com a senhora Áurea Machado Storti e tem os filhos Carlos Eduardo e Áurea Liliana.

Professor de Cardiologia na Faculdade de Ciências Médicas da cidade de Santos, ocupou o cargo de Secretário Estadual de Saúde e, em seguida, Secretaria dos Serviços Regionais da Previdência Social até 1988. Nesta época constituiu o grupo de trabalho que colaborou com o Ministério da Saúde do Governo Federal a celebrar o protocolo de intercâmbio com o governo italiano no campo da Presidência.

Nosso homenageado é diretor e foi um dos fundadores do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, e ainda hoje trabalha no ambulatório do Instituto atendendo gratuitamente os pacientes, muitos deles de origem italiana que necessitam de seus préstimos profissionais, o que faz dele alvo de respeito e admiração, tanto dos pacientes como de seus colegas de profissão. Chamamos o professor doutor Cláudio Storti. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Ele é nascido em São Paulo, jornalista, crítico de arte, historiador, museólogo e diplomata. Formado em Ciências Políticas pela Universidade de Genebra na Suíça, e em Língua e Literatura Francesa pela Universidade de Nancy na França.

Entre outras entidades integra a Associação Paulista de Imprensa, Associação Internacional de Críticos de Arte, Academia Paulista de História, Associação Paulista dos Municípios de Interesse Turístico.

Como diplomata ocupou inúmeras funções no exterior junto a embaixadas e missões como conselheiro ou delegado do Brasil em diversas conferências internacionais. Responsável pela criação de diversos museus em várias cidades brasileiras, e pela restauração de grande número de monumentos em nosso Estado.

Diretor da Fundação Bienal de São Paulo foi editor dos jornais “Gazeta” e “Gazeta Esportiva”. Entre outras publicações, escreveu a série Brazil Collection dedicada a divulgação de artistas brasileiros no exterior. Coordenou e escreveu os livros “Itália-Brasil Arte 2005”, “Arte 2007” e está em conclusão o de 2009. Chamamos o superintendente do Patrimônio Cultural da Assembleia Legislativa senhor Emanuel Von Lauenstein Massarani. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Nascido no bairro da Mooca, neto de italianos, a sua família traz os sobrenomes Giannini, Catozzo, Duccini e Spézia de origens em Veneto e Toscana. Seus ancestrais foram mestres no ofício da carpintaria, construção civil, couro e confecção de calçados, além da música e da culinária. Seu bisavô, de origem toscana, e seus tios, dedicaram intenso trabalho no Escritório de Arquitetura Doutor Ramos de Azevedo, que tem uma grande relação com a Cidade de São Paulo.

Formado em Ciências Contábeis pela Universidade de São Paulo, o nosso homenageado tem ampla atuação no campo musical com apresentações no Brasil e no exterior. Atuante nos diversos eventos da comunidade italiana tanto na Câmara Ítalo-Brasileira como nos comitês e nas eleições eleitorais da Itália.

Foi Secretário de Finanças do Município do Embu, auditor tributário da Secretaria de Finanças da Prefeitura de São Paulo. É vice-Presidente da Associação dos Auditores Tributários de São Paulo. O nosso homenageado é o doutor Flávio Giannini. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Industrial, empresário de renome no setor de embalagens, o nosso homenageado é nascido na região de Verona, na Itália. Ele chegou ao Brasil em 1961 e se instalou no Norte do Paraná na pequena cidade de Rondon, onde enfrentou as dificuldades comuns dos que chegam a um país estrangeiro. A barreira do idioma e dos costumes foram aos poucos sendo rompidas. Quatro anos depois casou-se com a jovem Maria Rosa também imigrante da mesma região. Mudou-se para Santo André onde trabalhou numa multinacional italiana como supervisor de produção até fundar a pequena empresa onde fabricava sacos plásticos. Em pouco tempo a empresa crescia e o obrigava a procurar novos endereços. Isso fez com que em 2000 a Poliembalagens fosse transferida para o polo industrial de Mauá. Hoje com mais de 30 anos de atividade atua em vários segmentos do mercado.

O nosso homenageado faz parte do quadro de diretores do Circolo Italiano de São Caetano do Sul,em que por duas vezes presidiu a entidade. Durante 10 anos presidiu a Associazione Veronesi Nel Mondo de São Paulo, e hoje atua como vice-Presidente. É representante da Associação Veronesi de São Paulo, faz parte do Conselho da Federação Veneta de São Paulo, e desde 1987 é representante da Associazione Nazionale Familie Immigrati. Chamamos o senhor Giorgio Guardalbem. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Nascido em Turim, ele vem da família Canavese cujos documentos mostram registros desde o final de 1500. Cursou o ensino fundamental no Instituto Social de Turim. Formação superior na Faculdade de Direito de Legge, foi um dos conselheiros municipais mais jovens da Itália repetidamente eleito em prefeituras diferentes, e participou ativamente do Grupo de Jovens da União Industrial de Turim.

Em sua vida profissional foi diretor de diversas empresas. A pedido da União Industrial de Turim transferiu-se para o Brasil em 1975 quando a Fiat dava os novos passos no país. Nos anos 90 abriu uma pequena empresa a Consultoria Monte Bianco Ltda. Há mais de três anos é representante da Câmara de Comércio de Turim. É diretor da Associação Piemontese, e é responsável pelo jornal “Il Titano” que divulga as atividades da Associação.

Além da atividade profissional passou a dedicar-se também ao Patronato Italiano. Foi conselheiro da Associação Piemontese, onde chegou a vice-Presidente. Chamamos o presidente da Sociedade Consular de São Paulo, e vice-Decano do Corpo Consular, o Cônsul-Geral da República de San Marino no Brasil, o senhor Giuseppe Lantermo di Montelupo. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Nascida e criada no bairro da Mooca ela teve o seu primeiro emprego aos 12 anos de idade em uma fábrica de botões. Casou-se aos 16 e teve três filhos.

Em 1988 começou a freqüentar a Associação Damas Salesianas como voluntária, e no final daquele ano chegou a presidência da instituição. Aos poucos, passou a viver o dia-a-dia da entidade e para tanto fez cursos na Venezuela onde ocorreu a fundação da Associação. Ela atua na assistência aos mais necessitados arrecadando roupas e alimentos num intenso trabalho voluntário onde se destacam também cursos profissionalizantes em informática, atendimento psicológico e fonoaudiológico, acupuntura, fisioterapia, drenagem linfática, reflexologia, entre outros. A instituição mantém um trabalho de reforço escolar, cursos de idiomas, redação, caligrafia, violão, teclado, acordeão, artesanato e alfabetização de adultos.

De origem humilde, ela se orgulha de ter a vida dedicada aos mais necessitados, e hoje reparte o seu tempo entre os carentes e o Grupo de Terceira Idade Reviver onde mantém um coral de senhoras. A nossa homenageada é a senhora Marli Ribeiro da Costa. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Como pároco na Paróquia Gregório Magno de Roma, no ano de 1989, ele recebeu a visita do bispo da Diocese de Guarulhos Dom João Bergese. Observando o seu trabalho junto aos mais necessitados, principalmente presos, ciganos, circos, parques de diversão e famílias carentes, o bispo ficou admirado. Naquele ano o cardeal Musaragno escreveu um artigo no jornal diocesano “Roma 7” questionando sobre quando a diocese se abriria para a missão. Aquele artigo fez nascer em nosso homenageado uma atitude que mudaria a sua vida: escreveu ao cardeal Hugo Polleti, vigário do Papa, e se colocou à disposição para a missão.

Em 1991, ele chegou ao município e foi nomeado pároco da Igreja São Francisco de Assis, no bairro Uirapuru. Enviou carta ao cardeal Hugo Polleti pedindo ao Centro Comunitário de Roma que o ajudasse. Graças à ajuda obtida, conseguiu construir o Centro Social Brasil Vivo para acolher crianças e adolescentes carentes. A casa-abrigo oferece cursos de informática, atendimento gratuito com recursos obtidos graças ao auxílio da comunidade, além da ajuda dos benfeitores italianos, bem como convênio com a Prefeitura e realização de eventos.

Graças a esse trabalho o nosso homenageado recebeu do Governo Federal a certidão de naturalização como cidadão ítalo-brasileiro. Chamamos o padre Pierino Cecchelani. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Ele é formado em Ciências Jurídicas e Sociais, e tem uma vida profissional com destaque no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Ingressou no funcionalismo por concurso público no início dos anos 70 como técnico de contabilidade. Três anos depois passou a auditor, nesse cargo foi galgando postos gradualmente. Foi Assessor Técnico-Jurídico. Em 1978 foi efetivado como Advogado-Chefe. Graças a sua competência e profissionalismo, chegou a Diretor Técnico e posteriormente a Chefe de Gabinete da Presidência do Tribunal  de Contas do Estado de São Paulo. Chamamos o doutor Sérgio Ciquera Rossi. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Nascida em São Paulo, ela possui origens em Lucca, Florença e Nápoles. De 1949 a 1954, foi morar na Itália onde estreitou ainda mais os seus laços com o país, e aprimorou os conhecimentos do idioma italiano. Retornando ao Brasil, retomou seus estudos no Colégio Dante Alighieri e formou-se professora.

Em 1989, prestou concurso público e ingressou na Assembleia Legislativa para atuar no Cerimonial em língua italiana. Durante a Presidência do Deputado Vitor Sapienza foi figura marcante em todos os setores onde era exigida dedicação, competência e espírito de amizade.

Hoje continua no Cerimonial e mostra a mesma dedicação do início de carreira, o companheirismo que faz dela uma das pessoas mais queridas nesta Casa. Talvez falarmos o seu nome muita gente não a conheceria, mas vamos chamá-la de Vitória, a nossa Victorina Thereza Frúgoli. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – A nossa próxima homenageada receberá atenção especial do Deputado Vitor Sapienza.

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA – PPS – Meus senhores e minhas senhoras. Existem pessoas que marcam uma entidade, marcam com a sua presença sempre constante, humilde, alegre. Essa pessoa que eu vou chamar por incrível que possa parecer em todos esses anos, iniciando o ano legislativo ela sempre chega a este Deputado e diz: “Deputado, já requereu para marcar o dia que nós vamos comemorar o Dia da Comunidade Italiana?” Eu falo a ela: “Dona Yeda, eu nem assinei ainda, nem elegemos ainda o Presidente!” “É, mas o senhor não pode esquecer porque se é um dia que eu prezo com muita alegria é esse dia.”

Gostaria que vocês prestassem atenção, eu vou ler um pequeno currículo dela. Nasceu na Guanabara, mas logo se mudou com os pais para Botucatu onde estava a sua família. Estudou no Instituto de Educação, fez taquigrafia, datilografia, português e inglês comercial.

Em 1947, o então Presidente desta Casa, Deputado Valentim Gentil, pediu a um tio da nossa homenageada que indicasse um nome para participar do concurso para ingresso no quadro de funcionários. Ela foi aprovada, e em maio de 1947, ou seja, 62 anos, ela foi nomeada. Trabalhou com vários Presidentes e com líderes de governo na organização da Ordem do Dia, do Plenário redigindo as Atas das sessões.

Trabalhou na Casa Civil da Presidência da República com o Deputado Araripe Cerpa. Com o então Deputado Carolo, ela atuou na Presidência da Assembleia e no diretório da antiga Arena, posteriormente com o ex-Governador Dr. Cláudio Lembro.

Com a participação do ex-Deputado Caio Pompeu de Toledo, ajudou na criação do Curso de Formação Política freqüentado pelos alunos da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, do antigo MDB, com ótimos professores e conferencistas. Trabalho inteligência, dedicação e principalmente muita garra a levaram para a Secretaria Geral Parlamentar.

Hoje a sua presença é destaque nas atividades deste Parlamento. Com sua competência e espírito de colaboração sempre foi um sustentáculo para o sucesso da Sessão Solene em Comemoração ao Dia da Comunidade Italiana. Chamo a senhora Yeda Villas Boas. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA – PPS – Agora esta Presidência concede a palavra ao senhor Giuseppe Lantermo di Montelupo, cônsul-geral de San Marino, que falará em nome dos homenageados.

 

O SR. GIUSEPPE LANTERMO DI MONTELUPO – Senhor Deputado Vitor Sapienza, que está presidindo esta sessão; Ministro Marco Marsili cônsul geral da Itália, deputado do Parlamento Italiano Fábio Porta; amiga Rita Blasioli Costa, presidente do Comitê dos Italianos no Exterior, Sr Cláudio Pieroni, todas as associações italianas aqui presentes, quero cumprimentar em nome do meu amigo Giovanni Manassero, presidente da Associazione Piemontesi nel Mondo. E enfim um abraço muito grande a um amigo muito querido da colônia italiana que vi com muito prazer hoje a noite que é o padre Giorgio que todo mundo conhece. Bem vindo de volta entre nós. (Palmas)

Pediram-me para ser o porta-voz dos agraciados hoje à noite com este Prêmio da Instituição Loba Romana. Prêmio que o Deputado Vitor Sapienza conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa nos anos 1991 com o fim de agradecer e homenagear os italianos e os descendentes de italianos que, com uma atividade comercial, industrial, sócio-econômica, contribuíram para estreitar o relacionamento entre a Itália e o Brasil.

Eu acho que foi uma ideia genial do Deputado Vitor Sapienza o nome, o título que ele deu a esta manifestação. Na base da antiquíssima tradição onde a lenda se confunde com história da “Loba Romana” imaginem que a primeira vez que se falou da “Loba” na Velha Bota foi nada menos que no ano de 296 a.C. quando Tito Lívio contou que uma loba foi colocada no Capitólio que era um complexo de palácios onde se encontrava o poder da antiga Roma. Tempos depois, no ano 65 a.C., contou nos seus Anais que um raio tinha danificado a Loba que se encontrava no Fórum de Roma. Portanto, é uma tradição de dois mil anos. E na realidade é muito mais que isso, porque conforme os históricos a Loba nas nasceu com a história de Roma e da famosa loba que amamentou Rômulo e Remo, fundador da capital. Mas chegou de uma antiga tradição dos etruscos.

Os etruscos é um povo que ainda hoje é muito desconhecido - e que chegou não se sabe ainda se do norte da Europa ou do leste da Europa - entraram na Itália e se localizaram basicamente na Etruria. A Etruria é a Toscana de hoje, a região de Florença, Pienza, Siena, tantas outras cidade bonitas. A capital dos etruscos, esta é uma curiosidade, se chamava Lune, e na época era à beira da praia. Depois o Mar Mediterrâneo retrocedeu um pouco e hoje as ruínas de Lune onde ainda tem um antigo teatro há três quilômetros da costa. Lune, uma pequena antiqüíssima capital, que deu uma surpresa para o mundo quando eu era jovem, um século atrás, quando de repente encontraram o “Tesouro da Cidade de Lune” e era uma galinha de ouro maciço com quatro pintinhos com olhos de esmeralda. Isso se encontra hoje no museu evidentemente da cidade de Lune.

Voltando a nós, eu quero agradecer em nome de todos os homenageados de hoje à noite, ao Deputado Vitor Sapienza .Basicamente eu quero agradecer porque ele conseguiu recuperar uma antiquíssima tradição italiana ligando o Novo Mundo onde nós estamos morando com a tradição de milhares de anos da nossa Velha Itália. Muito obrigado, Sr. Deputado. (Palmas)

 

O SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Boa parte dos senhores e senhoras talvez desconheçam, nós, brasileiros, elegemos um deputado federal como nosso representante em Roma. Por uma dessas coincidências felizes além de ter sido agraciado já no passado com uma “Loba Romana”, ele está presente, e eu gostaria que ele dirigisse também umas palavras aos nossos participantes. (Palmas)

 

O SR. FÁBIO PORTA – Boa noite a todos, Deputado Vitor Sapienza, meu amigo Cônsul Marco Marsili, Sr. Cláudio Pieroni, caríssima Rita Blasioli Costa presidente do Comitê dos Italianos no Exterior, meu amigo Giuseppe Lantermo di Montelupo, que recebeu esta merecida homenagem e através de Lantermo, estendo as minhas congratulações pessoais a todos os agraciados de hoje, Sra. Adriana Cairo Mello, que representa essa jovem geração de ítalo-brasileiros que tanto nos orgulha.

Eu, como falou o Deputado Vitor Sapienza, tenho essa imensa responsabilidade recebida pelo voto, pelo apoio de tantos italianos da América do Sul e, principalmente do Brasil de representar esta grande comunidade no Parlamento Italiano. É uma responsabilidade que faço, e que levo pela frente porque atrás de mim existe esta bela comunidade hoje aqui representada numa das mais bonitas festas em homenagem à comunidade italiana.

Hoje não queria fazer nenhum discurso porque para mim e para todos nós é um momento de grande tristeza devido ao acidente que foi lembrado no começo desta comemoração. E se vocês permitirem queria homenagear hoje neste plenário todas as pessoas que fatalmente desapareceram e entre eles alguns italianos que estavam aqui no Brasil uma ação de grande valor. Eram representantes de uma região italiana Província de Trento, representantes do Circolo Trentino, eu pessoalmente tive a sorte de conhecer um deles, o Sr. Rino Zandonai, um grande italiano, amigo de todos os italianos no exterior, principalmente do Brasil. Eles estavam nesses dias no Brasil para fazer uma doação a uma cidade que foi atingida pela enchente no Estado de Santa Catarina. Eles doaram um Centro, uma Academia que vai beneficiar principalmente pessoas com problemas, com deficiências físicas. Essas pessoas hoje não estão mais aqui conosco.

Quero finalizar esta homenagem lembrando essas pessoas porque representam uma maneira melhor de todo o nosso trabalho, que é aquele de manter esta ponte ideal entre Itália e Brasil, uma ponte que hoje não terá mais alguns pilares importantes. E  é para eles também que nós aqui estamos homenageando esta bela comunidade, esta bela amizade que continuará sempre entre a Itália e o Brasil. Muito obrigado. (Palmas)

 

O SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Após as palavras do nosso Deputado Fábio Porta, gostaria que ficasse registrada a importância de nós, paulistas, e de nós, brasileiros, termos um deputado federal, um deputado junto à Itália, uma vez que é uma forma também de fazer com que venha representantes de lá para cá. E nós estamos tão carentes de atenção e recursos que tendo um deputado do porte do Deputado Fábio Porta, nós estamos muito bem representados. E se Deus quiser, Fábio, nós saberemos pedir nos momentos exatos, mesmo porque eu entendo que ser eleitor é saber pedir e pedir no momento exato.

Passo agora a palavra ao nosso Cônsul Marco Marsili.

 

O SR. MARCO MARSILI – Boa noite a todas e a todos. Mais uma vez obrigado ao nosso Presidente, que nos convidou nesta tarde de homenagem muito merecida a alguns italianos e descendentes de italianos. Cumprimento também a nossa colônia presente, os representantes das instituições, dos Comitês, das várias entidades regionais presentes. E claro o nosso amigo Fábio Porta, que mais uma vez está aqui conosco.

Acredito eu que esta noite - como já foi dito de maneira exemplar pelo Fábio Porta  - representa um pouco uma mistura de alegria e de dor, e de comoção pela perda de tantas vidas humanas, e em particular de pessoas como foi muito bem lembrado operaram de maneira muito valiosa e muito generosa ao estreitamento das nossas relações bilaterais entre Brasil e Itália. Eles morreram voltando de uma missão humanitária - como foi lembrado - trazendo recursos da Província de Trento. Aliás, minha província de proveniência, e esse fato é claro que me tocou profundamente, mesmo porque no dia 21 de maio eu tive o prazer de acolher essas três pessoas no meu escritório no Consulado. Eles me falaram com muita alegria, com muita antecipação daquilo que iriam cumprir, iriam fazer nas regiões afetadas pela enchente em Santa Catarina. Então, realmente podemos dizer que essas pessoas são um pouco heróis da nossa cooperação. Acho que o nome deles será lembrado para sempre no manual da história entre os nossos dois países.

Mas aqui estamos também para homenagear pessoas que fizeram da Itália e do Brasil uma parceria muito boa, muito valiosa. Eu fico feliz, é minha quarta participação nesta cerimônia. Eu sempre fico maravilhado de uma forma, claro, positiva vendo quantas pessoas são dignas, agraciadas dessa importante comenda. Alguns deles são professores, outros são funcionários públicos, outros são médicos. Temos também diplomatas, colegas meus, ou que é claro que me traz muito, muito prazer, e todos eles representam dentro da Cidade de São Paulo e no Estado de São Paulo os melhores, eu diria embaixadores da nossa amizade, do nosso relacionamento de amizade, que é muito forte, que é muito sólida, e que prosseguirá com certeza também no tempo futuro.

 Por isso neste momento, nesta data que precede um dia da Data Nacional da Itália, o 2 de junho, como todo mundo sabe, me parece simbólica de ótima fé, de ótimo auspício essa homenagem que a sua valiosa agência Vitor Sapienza está sendo conduzida hoje à noite.

Acho que não são muitas, talvez, as cidades que homenageiam descendentes de italianos como vocês fazem aqui em São Paulo. E isso demonstra mais uma vez como São Paulo tem um lugar de primeira linha, de primeiro plano dentro da história da imigração italiana. E como São Paulo e a imigração italiana formam uma união indissolúvel no futuro também como foi no futuro, e como está agora no presente.

Mais uma vez, muito obrigado Deputado Vitor Sapienza. Eu desejo a todos os homenageados muita sorte e hoje a noite um momento de grande alegria. (Palmas)

 

O SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Caro Cônsul Marco Marsili; Giuseppe Lantermo di Montelupo cônsul-geral de San Marino em São Paulo; Deputado Fábio Porta; Sr. Cláudio Pieron, conselheiro do Conselho Geral dos Italianos no Exterior e Presidente da Conscre; Sr. Sérgio Ciquera Rossi, secretário diretor geral do Tribunal de Contas do Estado; Desembargador Álvaro Lazzarini; Sr. Otávio Fineis Júnior coordenador da Administração Tributária; Sra. Rita Blasioli Costa, presidente do Comitê dos Italianos no Exterior; Sr. Luiz Sapienza, representando o Sr Luiz Flávio Borges D´Urso, presidente da OAB -São Paulo; Sr Alcides Vendemiatti Júnior, vereador da Câmara Municipal de Vinhedo; Sra. Marta Leão vereadora da Câmara Municipal de Vinhedo; Sr. Giovanni Manassero, presidente da Associazione Piemontesi nel Mondo; Sr. Afonso Gasparini Filho, presidente da Associação Italiana Vinhedense; Sr. Mirel Waldmann, representante do Sr. Arthur Rotenberg, presidente da Associação Hebraica; Sr. Paulo de Abreu Rio, delegado-chefe da Assessoria Policia Civil da Assembleia Legislativa; Sr. Mustafá Contursi Goffar Majzoub, presidente do Sindicato de Futebol; Sr. Waldemar Manassero, da Rádio Italiana; Paulo Brasil Correa de Mello vice-Presidente para Assuntos Institucionais do SIndecon – São Paulo; Sr. Arthur Corrêa de Mello Netto, vice-Presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo; Sr. Celso Giannasi, presidente do Sindicato e Associação dos Auditores Fiscais Tributários do Município de São Paulo; Sra. Berenice Gazoni, presidente da Federação das Associações Sindicais e Profissionais de Servidores da Prefeitura de São Paulo; meus senhores e minhas senhoras, há aproximadamente dois meses, este Deputado teve a oportunidade de presidir uma comemoração referente ao “Genocídio dos Armênios”.

Eu havia preparado um discurso e para minha surpresa quem veio falar em nome dos armênios foi alguém que talvez teve a mesma ideia ou a mesma fonte e era praticamente o prenúncio do meu discurso. Vocês imaginem alguém falar mais ou menos a mesma coisa. O que me salvou foi que, de repente, antes de darem a palavra a mim, veio falar uma menininha de uns 12 anos e ela falou alguma coisa que me tocou profundamente, e eu decidi mudar o discurso. Fiz algo mais ou menos idêntico que eu vou fazer agora.

Eu vou voltar a 1988, quando este Deputado foi convidado para fazer uma palestra em Santos. Dois dias antes um deputado federal, eu não vou citar o nome, fez um discurso e pregou a necessidade de se construir na Praça da Sé um monumento aos nordestinos pelo fato de terem feito São Paulo. Eu fui a Santos, e em determinado momento o assunto era reforma tributária, alguém me perguntou como era o papel de São Paulo no contexto Brasil. Eu me orgulho de defender alguns “p” eu sou paulistano, paulista e palmeirense. Para vocês terem uma idéia, naquele momento com entusiasmo eu disse praticamente o seguinte: “Se os nordestinos haviam feito São Paulo, eles perderam muito tempo na viagem e podiam ter feito São Paulo lá, não aqui no Sul.” Eles não teriam a necessidade de passar o frio, passar necessidades. Sem dúvida alguma, a contribuição dos nordestinos, dos portugueses, dos árabes, dos espanhóis, enfim, dos japoneses, de todas as raças foi fundamental para São Paulo ser o que é hoje. Porém, não se pode negar que o peso maior foi dos italianos.

Isso fez com que eu voltasse quando eu apresentei um projeto de lei criando o Dia da Comunidade Italiana. Ainda logo a seguir nós instituímos a “Loba Romana”. Ainda dentro do mesmo contexto organizei uma equipe e nós conseguimos fazer um livro chamado “Café Amargo”, que procurou narrar as lutas que os italianos tiveram, mesmo porque não é segredo para ninguém que o pessoal imaginou que logo depois da Primeira Guerra Mundial o entorno daquela fase eles trariam os italianos, e a mão de obra italiana iria substituir o trabalho escravo. Caíram do cavalo. Caíram do cavalo porque quem veio pra cá veio com uma vontade, uma fibra descomunal e desbravou o nosso Estado.

Em decorrência do livro fui homenageado no Circolo Italiano, me deram troféu. Na época nós ainda possuíamos o Hospital Matarazzo, eu procurei ajudar, porém, infelizmente da mesma maneira que nós temos grandes valores, nós temos uma raça digna, porém, infelizmente muitas e muitas vezes a vaidade acaba prevalecendo e todo bem comum vai por água abaixo. Na época eu consegui um financiamento do Governo do Estado, eu participei de algumas reuniões. Eu me lembro quando veio o embaixador italiano que estava também disposto a ajudar, e o pessoal tentou enganá-lo mostrando o berçário que seria o modelo. Naquele dia eu falei: “Um momentinho só, pessoal ,vamos mostrar tudo.” E o embaixador nos deu uma lição dizendo o seguinte: “A Itália estava disposta a fazer investimento em equipamentos, em custeio, o custo de manutenção seria da comunidade italiana.” Eu lembro bem que ainda naquela época eu tentei uma composição entre a dívida da família Matarazzo com o Estado visando recuperar o Hospital Matarazzo. Porém ,o absurdo que acontecia lá, e todos sabem que, infelizmente, o Governo é mau patrão. Vou tentar equiparar: naquela época, para cada leito do Hospital das Clínicas existiam 3,7 funcionários. No Hospital Matarazzo para cada leito existia 5,8, ou seja, o Hospital Matarazzo na época era um cabide de emprego. Não se conseguiu nada.

Caro Cônsul, eu lembro ainda em uma das comemorações no Circolo Italiano, na festa que se comemorava a República Italiana, estava presente o Vereador Brasil Vita, o deputado federal na época José Serra, e este Deputado. O Vereador Brasil Vita, dentro daquela eloqüência ,fez uma locução e falava dos romanos, da Roma Grande, da opulência de Roma, o domínio, e todos, um aparte dos senhores, conhecem e bem a eloqüência do Vereador Brasil Vita que numa época foi orgulho até da nossa comunidade. A seguir falou o deputado federal na época e hoje o nosso Governador José Serra dentro daquela tranqüilidade, aquela serenidade que lhe era peculiar, e dizia que ele tinha grandes saudades daquela viagem que ele fez com a esposa dele por Veneza, os gondoleiros, e foi por aí afora. Aí, eu fui chamado para falar. Eu disse mais ou menos o seguinte: que houve numa época uma fábula em que os animais falavam e que ocorreu um grande incêndio na floresta. O leão, como rei, procurava ver o que era possível fazer, cercado pelo elefante, pela hiena, pelo lobo, e todos eles desesperados. De repente o lobo cutucou o leão e disse: “Leão, olha aquele pássaro estúpido, ele vai para o meio da floresta volta e joga uma gotinha d´água. O que ele está pretendendo fazer?” O leão disse: “Chame-o.” Ele foi chamado. O leão perguntou: “O que você está pretendendo fazer?” Ele falou: “Eu estou fazendo a minha parte, eu estou com essa gotinha procurando acabar com incêndio, e se cada um dos animais aqui presentes fizer a mesma coisa, nós teremos condições de apagar o incêndio.”

A solenidade prosseguiu. Eu tive orgulho como eu tive hoje quando eu fui saudado pelo grande Presidente Barros Munhoz. Naquele momento o embaixador fez a saudação de praxe e disse que pela viagem dele, uma das grandes coisas que ele tinha presenciado e ouvido foi a fábula. E o Cláudio estava presente naquele dia e disse o seguinte: “Deputado Sapienza, eu vou para a Itália e prometo que em uma das minhas locuções aos eleitores, eu contarei a fábula que o senhor me ensinou. Mesmo porque se cada um dos italianos fizer a parte deles, a Itália será novamente a líder européia que tanto almejamos.”

Pessoal, eu nada mais fiz do que fazer a minha parte. Muito ainda há de ser feito. Eu acredito que se cada um dos senhores fizer a vossa parte, nós teremos uma integração ítalo-brasileira maior ainda, e com toda sinceridade, nos próximos cinco anos nós teremos a oportunidade de comemorarmos juntos todos esses anos o Dia da Comunidade Italiana.

Antes de encerrar esta festa eu quero agradecer a presença de todos vocês, e convido-os para o costumeiro coquetel que nós oferecemos. (Palmas.)

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 48 minutos.

 

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