01 DE JUNHO DE 2009
027ª
SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “DIA DA COMUNIDADE
ITALIANA”
RESUMO
001 - Presidente BARROS MUNHOZ
Abre
a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Comunica que convocara esta sessão
solene por solicitação do Deputado Vitor Sapienza com a finalidade de comemorar
o "Dia da Comunidade Italiana". Convida o público presente a ouvir,
de pé, o Hino Nacional da Itália e o Hino Nacional Brasileiro. Diz que faz
questão de participar desta sessão solene, pelo seu orgulho de ter presidido
esta homenagem à comunidade italiana. Lembra que conviveu com muitos filhos e
netos de italianos que vieram para o Brasil e ajudaram a construir este Estado
e este País. Diz que o DeputadoVitor Sapienza constituía um bom exemplo de
descendente de italiano, que nos orgulha, como cidadão e como Parlamentar, e
que, ao ocupar a Presidência desta Casa, conduziu o Parlamento em seu papel de
ajudar o Executivo, mas sem deixar de fiscalizá-lo.
002 - VITOR SAPIENZA
Assume
a Presidência. Agradece ao Presidente Barros Munhoz. Presta homenagem aos
brasileiros, franceses e italianos, que estavam a bordo do voo da Air France
que se acidentou, pedindo um minuto de silêncio. Inicia as homenagens aos
agraciados com o troféu Loba Romana.
003 - GIUSEPPE LANTERMO DI MONTELUPO
Cônsul-Geral
de San Marino em São Paulo, agradece em nome dos homenageados. Como porta-voz
dos agraciados com o prêmio da Loba Romana, informa que esta láurea foi
aprovada nesta Casa em 1991, por iniciativa do Deputado Vitor Sapienza, com a
finalidade de homenagear os italianos e seus descendentes, que contribuíram
para estreitar o relacionamento entre a Itália e o Brasil. Agradece ao Deputado
Vitor Sapienza, que conseguiu recuperar uma antiquíssima tradição italiana.
004 - FABIO PORTA
Deputado
Federal, representante dos brasileiros junto ao Parlamento Italiano, refere-se
ao acidente lembrado no início desta sessão solene e homenageia todos os que
desapareceram, entre eles alguns italianos da província de Trento, que estavam
no Brasil e fizeram doações ao Estado de Santa Catarina. Informa que o seu
trabalho é manter uma ponte entre a Itália e o Brasil e que essas pessoas
representavam esse trabalho.
005 - MARCO MARSILI
Cônsul-Geral
da Itália em São Paulo, agradece a homenagem concedida aos descendentes de
italianos. Cumprimenta a colônia italiana e as entidades regionais presentes.
Diz que foram homenageadas pessoas que fizeram da Itália e do Brasil, uma
parceria valiosa. Lembra que a data de hoje precede o Dia Nacional da Itália, 2
de junho. Afirma que São Paulo tem um lugar de primeiro plano dentro da
história da imigração italiana e forma uma união indissolúvel no passado, no
futuro e no presente.
006 - Presidente VITOR SAPIENZA
Fala
sobre a contribuição da comunidade italiana para Cidade de São Paulo, lembrando
que nordestinos, portugueses e japoneses ajudaram a construir este Estado, mas
que a presença maior foi dos italianos. Refere-se à Lei nº 6133, de sua
iniciativa, que instituiu o "Dia da Comunidade Italiana" em 1º de
junho de 1988, e a criação do troféu Loba Romana, em 1991. Fala sobre o livro
"Café Amargo", que procura narrar as lutas dos italianos que vieram
para trabalhar nas fazendas de café, no século XIX. Agradece a todos que
colaboraram para o êxito desta solenidade. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre
a sessão o Sr. Barros Munhoz.
* * *
O SR. PRESIDENTE – BARROS
MUNHOZ - PSDB - Havendo
número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os
nossos trabalhos.
Com base nos termos da XIII
Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas
presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
* * *
- É dada como lida a Ata da sessão
anterior.
* * *
O
SR. PRESIDENTE – BARROS MUNHOZ – PSDB - Quero com muita honra e alegria saudar o Dr. Marco Marsili,
que é o cônsul-geral da Itália em São Paulo; o Sr. Giuseppe Lantermo di
Montelupo, que é o cônsul-geral de San Marino em São Paulo e Presidente da
Sociedade Consular e Vice-Decano do Corpo Consular; Dr. Fábio Porta que é
deputado ao Parlamento Italiano representando a América Latina; Dr. Cláudio
Pieroni conselheiro do Conselho Geral dos Italianos no Exterior e Presidente do
Conselho Estadual Parlamentar das Comunidades de Raízes e Culturas
Estrangeiras. Não posso deixar também de citar duas pessoas que nos honram
muito com suas presenças, o Dr. Otávio Fineis Júnior coordenador da
Administração Tributária da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo; e o
Dr. Sérgio Ciquera Rossi a pessoa de quem eu já tomo a liberdade de saudar
todos os homenageados desta noite ele que é o secretário e diretor-geral do
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo há quase 40 anos naquele Tribunal e
há 20 anos diretor geral daquela importante Corte de Contas do nosso país, a
mais importante do nosso país. Prazer muito grande em saudá-los.
Convido todos os presentes
para, de pé, ouvirmos os Hinos Nacional Italiano e Brasileiro executados pela
Banda da Polícia Militar sob a regência do maestro segundo-tenente músico
Jassen Feliciano.
* * *
- São executados os Hinos
Nacionais da Itália e do Brasil.
* * *
O
SR. PRESIDENTE – BARROS MUNHOZ – PSDB – Esta Presidência agradece a Banda da Polícia Militar do
Estado de São Paulo.
Senhoras e senhores, eu fiz
questão de participar da abertura dessa Sessão Solene porque eu quero chegar à
Itapira, minha cidade, e extravasar o meu orgulho de ter presidido esta Casa
nesta noite. Vou dizer para aquela cidade que era uma vila e se transformou em
uma cidade bonita, próspera, modelar, exemplar, feliz, alegre, em virtude da
colonização italiana: “Lembram que eu contei que um dia o Deputado Vitor
Sapienza presidiu uma sessão em
homenagem a colônia italiana? Eu falei que o prefeito e o vice-prefeito de
Itapira se chamavam Moro e Gini, e dos 15 vereadores, 14 tinham sobrenome
italiano, e que eu vibrei com aquela homenagem? Pois é, agora eu presidi por
alguns minutos uma sessão em que de novo esse extraordinário e valoroso
Deputado Vitor Sapienza prestou uma homenagem à colônia italiana.”
Quero dizer que não sou
descendente de italianos, mas é como se fosse. Eu me emociono com o hino,
parece que eu vivi a saga dos italianos que vieram para o Brasil, porque eu
convivi com muitos filhos e com muitos netos de italianos que sofreram, que
lutaram, que enfrentaram preconceitos, mas que cresceram, se agigantaram,
construíram este Estado e este País.
Eu diria a vocês com muita sinceridade, que entre nós não se tem o
hábito de jogar confete um no outro, um deputado no outro, e eu não faria isso
de forma alguma, até porque o Deputado Vitor Sapienza não precisa disso. Se eu
tivesse que dar um paradigma, um exemplo de um bom valor de um descendente
italiano, eu citaria o Deputado Vitor Sapienza, é um bom exemplo. (Palmas)
Porque ele nos orgulha como cidadão, como amigo, como companheiro, como
torcedor fanático do seu Palmeiras, mas como brilhante parlamentar que é.
Então, eu passo a Presidência
a ele, que foi um dos mais notáveis Presidentes da Assembleia Legislativa de
São Paulo, que presidiu esta Casa com autoridade sem jamais descambar para o
autoritarismo, com transparência, com liberdade, sobretudo, com competência,
respeitando os companheiros e levando o Parlamento ao seu papel de ajudar o
Executivo sem deixar de fiscalizá-lo e ajudar a construir uma São Paulo melhor.
Deputado Vitor Sapienza,
parabéns por mais um ano de homenagem. Parabéns por valorizar os italianos que
continuam ajudando com fé, com ânimo, enfrentando as vicissitudes a construir a
pátria, que também é deles, tanto quanto é dos brasileiros, o nosso querido
Brasil. Conduza com a sua sabedoria habitual a sessão de homenagem que é sua e
é de todos nós a comunidade italiana de São Paulo. (Palmas)
* * *
- Assume a Presidência o Sr.
Vitor Sapienza.
* * *
O
SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Deixa eu tomar um pouco de fôlego depois dessa.
Fora o agradecimento ao meu
particular amigo, Deputado Barros Munhoz, queria iniciar essa sessão prestando
uma homenagem àqueles que faleceram no desastre de ontem.
Eu gostaria que, de pé, nós
mantivéssemos um minuto de silêncio, uma vez que o desastre foi para franceses,
para brasileiros, para italianos, infelizmente para a humanidade toda.
* * *
- É feito um minuto de
silêncio.
* * *
O
SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Senhoras Deputadas, Senhores Deputados, minhas senhoras e
meus senhores. Esta Sessão Solene foi convocada por este Presidente em
exercício hoje, atendendo a solicitação do nobre deputado Vitor Sapienza com a
finalidade de comemorar o Dia da Comunidade Italiana.
Eu passo agora a palavra ao
mestre-de-cerimônias Sr. Luiz Carlos Ladeia.
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Ela é médica dermatologista, filha de
calabreses, integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia, membro da
Associação Médica Brasileira, e voluntária na Campanha Anual de Câncer de Pele
promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Na comunidade italiana ela
desenvolve um trabalho ligado aos jovens ítalo-brasileiros junto ao Circolo
Sociale Calabrese di San Paolo. Membro Internacional dos Jovens Calabreses da
Região da Calábria pela União Européia.
Em duas oportunidades atuou
como representante brasileira no Congresso Mundial de Jovens Italianos,
promovido pelo Conselho Geral dos Italianos no Exterior. A nossa primeira homenageada
é a Dra. Adriana Cairo Mello. (Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Ele é nascido no interior de São Paulo,
neto de imigrantes, com forte atuação comunitária em sua cidade. Com dez anos
de idade trabalhava ajudando os pais em um pequeno mercado da família. A larga
experiência adquirida permitiu que expandisse os negócios e hoje, 33 anos
depois, administra um supermercado que leva o nome de sua cidade, Vinhedo.
Além de forte participação em
várias entidades industriais e comerciais, o nosso homenageado tem o seu nome
ligado ao desenvolvimento de sua cidade tanto no campo social como comunitário,
onde podemos destacar a luta em prol da Santa Casa de Vinhedo, do Lar de
Caridade, a Associação São Vicente de Paula, a CEIVI, entre outras. Ele
presidiu a Comissão Tarifária da Prefeitura de Vinhedo, e por cinco vezes
comandou a Associação Italiana Vinhedense. O nosso homenageado é o senhor
Afonso Gasparini Filho. (Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Nascida em São Paulo, formado em Turismo,
a nossa homenageada voltou com os pais para a Itália onde passou boa parte da
sua infância. De volta ao Brasil, ingressou na universidade, e desde março de
1985 atua no Patronato ACLI – Associação Cristã dos Trabalhadores Italianos em
São Paulo. Destaque-se que a ACLI comemorou recentemente 25 anos de presença no
Brasil, e a nossa homenageada ali sempre esteve prestando assistência aos
italianos e aos seus descendente, principalmente na área previdenciária e
assistência social, além da reconstituição da dupla cidadania.
Ela coordena o Servizio
Civile prestado pelo Patronato aos jovens descendentes voltado para famílias de
imigrantes e seus descendentes, cujo objetivo é resgatar os princípios de
solidariedade perante os mais necessitados. Muito ligada ao Colégio Eugenio
Montale ela participa dos cursos de divulgação da cultura italiana. Chamamos a
senhora Ana Aparecida Salvato. (Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Natural de Bálsamo, no interior paulista,
o nosso próximo homenageado é formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela
Universidade de São José do Rio Preto. De família humilde, ele herdou a força
do trabalho dos imigrantes e desde cedo começou a trabalhar no cartório local.
Pós-graduado na área jurídica, ele não poupou esforços para ajudar na formação
dos irmãos mais jovens até que viu realizada essa missão, missão que se
estendeu até a formação universitária de suas filhas.
Ele desenvolve intensa
atividade junto à sociedade em toda região, tanto no Rotary Clube de São José
do Rio Preto, como nas entidades esportivas e sociais Palestra, Monte Líbano e
Rio Preto Automóvel Clube.
Foi presidente e integra o
quadro de associados da Sociedade Cultural Amici D´Itália em São José do Rio
Preto, desenvolvendo uma série de atividades para estreitar ainda mais os laços
do Brasil com a Itália. Chamamos o senhor Antonio Merlini. (Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Ela é nascida em São Paulo, seu pai é da
região de Molise e sua mãe de Abruzzo. Ela é formada em Comunicações pela
Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, iniciou a sua carreira na TV Cultura
de São Paulo. De 1998 a 2005 trabalhou no Comitê de Italianos no Exterior onde
se destacou na organização de eventos, arrecadação de fundos para a comunidade
italiana, principalmente nas ações sociais para difusão de usos e costumes da
colônia italiana. Em 1999, foi uma das representantes brasileiras no Congresso
de Mulheres Imigrantes na Cidade de Áquila, na Itália.
Em 200,7 formou-se em Direito
com especialização criminal militar, e a partir de então tem grande
participação nos mutirões de Direito no atendimento à população carente e em
projetos sociais. Engajada na luta pelos mais necessitados, ela é redatora e
colunista do jornal “Fanfulla”, onde procura divulgar a cultura italiana
tornando-se verdadeira porta-voz da comunidade. Chamamos a senhora Beatriz
Piccoli. (Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Nosso próximo homenageado é filho de
italianos de origem veneta. É casado com a senhora Áurea Machado Storti e tem
os filhos Carlos Eduardo e Áurea Liliana.
Professor de Cardiologia na
Faculdade de Ciências Médicas da cidade de Santos, ocupou o cargo de Secretário
Estadual de Saúde e, em seguida, Secretaria dos Serviços Regionais da
Previdência Social até 1988. Nesta época constituiu o grupo de trabalho que
colaborou com o Ministério da Saúde do Governo Federal a celebrar o protocolo
de intercâmbio com o governo italiano no campo da Presidência.
Nosso homenageado é diretor e
foi um dos fundadores do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, e ainda hoje
trabalha no ambulatório do Instituto atendendo gratuitamente os pacientes,
muitos deles de origem italiana que necessitam de seus préstimos profissionais,
o que faz dele alvo de respeito e admiração, tanto dos pacientes como de seus
colegas de profissão. Chamamos o professor doutor Cláudio Storti. (Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Ele é nascido em São Paulo, jornalista,
crítico de arte, historiador, museólogo e diplomata. Formado em Ciências
Políticas pela Universidade de Genebra na Suíça, e em Língua e Literatura
Francesa pela Universidade de Nancy na França.
Entre outras entidades
integra a Associação Paulista de Imprensa, Associação Internacional de Críticos
de Arte, Academia Paulista de História, Associação Paulista dos Municípios de
Interesse Turístico.
Como diplomata ocupou
inúmeras funções no exterior junto a embaixadas e missões como conselheiro ou
delegado do Brasil em diversas conferências internacionais. Responsável pela
criação de diversos museus em várias cidades brasileiras, e pela restauração de
grande número de monumentos em nosso Estado.
Diretor da Fundação Bienal de
São Paulo foi editor dos jornais “Gazeta” e “Gazeta Esportiva”. Entre outras
publicações, escreveu a série Brazil Collection dedicada a divulgação de
artistas brasileiros no exterior. Coordenou e escreveu os livros “Itália-Brasil
Arte 2005”, “Arte 2007” e está em conclusão o de 2009. Chamamos o
superintendente do Patrimônio Cultural da Assembleia Legislativa senhor Emanuel
Von Lauenstein Massarani. (Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Nascido no bairro da Mooca, neto de
italianos, a sua família traz os sobrenomes Giannini, Catozzo, Duccini e Spézia
de origens em Veneto e Toscana. Seus ancestrais foram mestres no ofício da
carpintaria, construção civil, couro e confecção de calçados, além da música e
da culinária. Seu bisavô, de origem toscana, e seus tios, dedicaram intenso
trabalho no Escritório de Arquitetura Doutor Ramos de Azevedo, que tem uma
grande relação com a Cidade de São Paulo.
Formado em Ciências Contábeis
pela Universidade de São Paulo, o nosso homenageado tem ampla atuação no campo
musical com apresentações no Brasil e no exterior. Atuante nos diversos eventos
da comunidade italiana tanto na Câmara Ítalo-Brasileira como nos comitês e nas
eleições eleitorais da Itália.
Foi Secretário de Finanças do
Município do Embu, auditor tributário da Secretaria de Finanças da Prefeitura
de São Paulo. É vice-Presidente da Associação dos Auditores Tributários de São
Paulo. O nosso homenageado é o doutor Flávio Giannini. (Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Industrial, empresário de renome no setor
de embalagens, o nosso homenageado é nascido na região de Verona, na Itália.
Ele chegou ao Brasil em 1961 e se instalou no Norte do Paraná na pequena cidade
de Rondon, onde enfrentou as dificuldades comuns dos que chegam a um país
estrangeiro. A barreira do idioma e dos costumes foram aos poucos sendo
rompidas. Quatro anos depois casou-se com a jovem Maria Rosa também imigrante
da mesma região. Mudou-se para Santo André onde trabalhou numa multinacional
italiana como supervisor de produção até fundar a pequena empresa onde
fabricava sacos plásticos. Em pouco tempo a empresa crescia e o obrigava a
procurar novos endereços. Isso fez com que em 2000 a Poliembalagens fosse
transferida para o polo industrial de Mauá. Hoje com mais de 30 anos de atividade
atua em vários segmentos do mercado.
O nosso homenageado faz parte
do quadro de diretores do Circolo Italiano de São Caetano do Sul,em que por
duas vezes presidiu a entidade. Durante 10 anos presidiu a Associazione
Veronesi Nel Mondo de São Paulo, e hoje atua como vice-Presidente. É
representante da Associação Veronesi de São Paulo, faz parte do Conselho da
Federação Veneta de São Paulo, e desde 1987 é representante da Associazione
Nazionale Familie Immigrati. Chamamos o senhor Giorgio Guardalbem. (Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Nascido em Turim, ele vem da família
Canavese cujos documentos mostram registros desde o final de 1500. Cursou o
ensino fundamental no Instituto Social de Turim. Formação superior na Faculdade
de Direito de Legge, foi um dos conselheiros municipais mais jovens da Itália
repetidamente eleito em prefeituras diferentes, e participou ativamente do
Grupo de Jovens da União Industrial de Turim.
Em sua vida profissional foi
diretor de diversas empresas. A pedido da União Industrial de Turim
transferiu-se para o Brasil em 1975 quando a Fiat dava os novos passos no país.
Nos anos 90 abriu uma pequena empresa a Consultoria Monte Bianco Ltda. Há mais
de três anos é representante da Câmara de Comércio de Turim. É diretor da
Associação Piemontese, e é responsável pelo jornal “Il Titano” que divulga as
atividades da Associação.
Além da atividade
profissional passou a dedicar-se também ao Patronato Italiano. Foi conselheiro
da Associação Piemontese, onde chegou a vice-Presidente. Chamamos o presidente
da Sociedade Consular de São Paulo, e vice-Decano do Corpo Consular, o
Cônsul-Geral da República de San Marino no Brasil, o senhor Giuseppe Lantermo
di Montelupo. (Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Nascida e criada no bairro da Mooca ela
teve o seu primeiro emprego aos 12 anos de idade em uma fábrica de botões.
Casou-se aos 16 e teve três filhos.
Em 1988 começou a freqüentar
a Associação Damas Salesianas como voluntária, e no final daquele ano chegou a
presidência da instituição. Aos poucos, passou a viver o dia-a-dia da entidade
e para tanto fez cursos na Venezuela onde ocorreu a fundação da Associação. Ela
atua na assistência aos mais necessitados arrecadando roupas e alimentos num
intenso trabalho voluntário onde se destacam também cursos profissionalizantes
em informática, atendimento psicológico e fonoaudiológico, acupuntura,
fisioterapia, drenagem linfática, reflexologia, entre outros. A instituição
mantém um trabalho de reforço escolar, cursos de idiomas, redação, caligrafia,
violão, teclado, acordeão, artesanato e alfabetização de adultos.
De origem humilde, ela se
orgulha de ter a vida dedicada aos mais necessitados, e hoje reparte o seu
tempo entre os carentes e o Grupo de Terceira Idade Reviver onde mantém um
coral de senhoras. A nossa homenageada é a senhora Marli Ribeiro da Costa.
(Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Como pároco na Paróquia Gregório Magno de
Roma, no ano de 1989, ele recebeu a visita do bispo da Diocese de Guarulhos Dom
João Bergese. Observando o seu trabalho junto aos mais necessitados,
principalmente presos, ciganos, circos, parques de diversão e famílias
carentes, o bispo ficou admirado. Naquele ano o cardeal Musaragno escreveu um
artigo no jornal diocesano “Roma 7” questionando sobre quando a diocese se
abriria para a missão. Aquele artigo fez nascer em nosso homenageado uma
atitude que mudaria a sua vida: escreveu ao cardeal Hugo Polleti, vigário do
Papa, e se colocou à disposição para a missão.
Em 1991, ele chegou ao
município e foi nomeado pároco da Igreja São Francisco de Assis, no bairro
Uirapuru. Enviou carta ao cardeal Hugo Polleti pedindo ao Centro Comunitário de
Roma que o ajudasse. Graças à ajuda obtida, conseguiu construir o Centro Social
Brasil Vivo para acolher crianças e adolescentes carentes. A casa-abrigo
oferece cursos de informática, atendimento gratuito com recursos obtidos graças
ao auxílio da comunidade, além da ajuda dos benfeitores italianos, bem como
convênio com a Prefeitura e realização de eventos.
Graças a esse trabalho o
nosso homenageado recebeu do Governo Federal a certidão de naturalização como
cidadão ítalo-brasileiro. Chamamos o padre Pierino Cecchelani. (Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA –Ele é formado em Ciências Jurídicas e
Sociais, e tem uma vida profissional com destaque no Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo. Ingressou no funcionalismo por concurso público no início
dos anos 70 como técnico de contabilidade. Três anos depois passou a auditor,
nesse cargo foi galgando postos gradualmente. Foi Assessor Técnico-Jurídico. Em
1978 foi efetivado como Advogado-Chefe. Graças a sua competência e
profissionalismo, chegou a Diretor Técnico e posteriormente a Chefe de Gabinete
da Presidência do Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo. Chamamos o doutor Sérgio Ciquera Rossi. (Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
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O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – Nascida em São Paulo, ela possui origens
em Lucca, Florença e Nápoles. De 1949 a 1954, foi morar na Itália onde
estreitou ainda mais os seus laços com o país, e aprimorou os conhecimentos do
idioma italiano. Retornando ao Brasil, retomou seus estudos no Colégio Dante
Alighieri e formou-se professora.
Em 1989, prestou concurso
público e ingressou na Assembleia Legislativa para atuar no Cerimonial em
língua italiana. Durante a Presidência do Deputado Vitor Sapienza foi figura
marcante em todos os setores onde era exigida dedicação, competência e espírito
de amizade.
Hoje continua no Cerimonial e
mostra a mesma dedicação do início de carreira, o companheirismo que faz dela
uma das pessoas mais queridas nesta Casa. Talvez falarmos o seu nome muita
gente não a conheceria, mas vamos chamá-la de Vitória, a nossa Victorina
Thereza Frúgoli. (Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O
SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – LUIZ CARLOS LADEIA – A nossa próxima homenageada receberá
atenção especial do Deputado Vitor Sapienza.
O
SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA – PPS – Meus senhores e minhas senhoras. Existem pessoas que marcam
uma entidade, marcam com a sua presença sempre constante, humilde, alegre. Essa
pessoa que eu vou chamar por incrível que possa parecer em todos esses anos,
iniciando o ano legislativo ela sempre chega a este Deputado e diz: “Deputado,
já requereu para marcar o dia que nós vamos comemorar o Dia da Comunidade
Italiana?” Eu falo a ela: “Dona Yeda, eu nem assinei ainda, nem elegemos ainda
o Presidente!” “É, mas o senhor não pode esquecer porque se é um dia que eu
prezo com muita alegria é esse dia.”
Gostaria que vocês prestassem
atenção, eu vou ler um pequeno currículo dela. Nasceu na Guanabara, mas logo se
mudou com os pais para Botucatu onde estava a sua família. Estudou no Instituto
de Educação, fez taquigrafia, datilografia, português e inglês comercial.
Em 1947, o então Presidente
desta Casa, Deputado Valentim Gentil, pediu a um tio da nossa homenageada que
indicasse um nome para participar do concurso para ingresso no quadro de
funcionários. Ela foi aprovada, e em maio de 1947, ou seja, 62 anos, ela foi
nomeada. Trabalhou com vários Presidentes e com líderes de governo na organização
da Ordem do Dia, do Plenário redigindo as Atas das sessões.
Trabalhou na Casa Civil da
Presidência da República com o Deputado Araripe Cerpa. Com o então Deputado
Carolo, ela atuou na Presidência da Assembleia e no diretório da antiga Arena,
posteriormente com o ex-Governador Dr. Cláudio Lembro.
Com a participação do
ex-Deputado Caio Pompeu de Toledo, ajudou na criação do Curso de Formação
Política freqüentado pelos alunos da Faculdade de Direito do Largo de São
Francisco, do antigo MDB, com ótimos professores e conferencistas. Trabalho
inteligência, dedicação e principalmente muita garra a levaram para a
Secretaria Geral Parlamentar.
Hoje a sua presença é
destaque nas atividades deste Parlamento. Com sua competência e espírito de
colaboração sempre foi um sustentáculo para o sucesso da Sessão Solene em
Comemoração ao Dia da Comunidade Italiana. Chamo a senhora Yeda Villas Boas.
(Palmas)
* * *
- É feita a homenagem.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA – PPS – Agora esta Presidência concede a palavra ao senhor Giuseppe
Lantermo di Montelupo, cônsul-geral de San Marino, que falará em nome dos
homenageados.
O
SR. GIUSEPPE LANTERMO DI MONTELUPO –
Senhor Deputado Vitor Sapienza, que está presidindo esta sessão; Ministro Marco
Marsili cônsul geral da Itália, deputado do Parlamento Italiano Fábio Porta;
amiga Rita Blasioli Costa, presidente do Comitê dos Italianos no Exterior, Sr
Cláudio Pieroni, todas as associações italianas aqui presentes, quero
cumprimentar em nome do meu amigo Giovanni Manassero, presidente da
Associazione Piemontesi nel Mondo. E enfim um abraço muito grande a um amigo
muito querido da colônia italiana que vi com muito prazer hoje a noite que é o
padre Giorgio que todo mundo conhece. Bem vindo de volta entre nós. (Palmas)
Pediram-me para ser o
porta-voz dos agraciados hoje à noite com este Prêmio da Instituição Loba
Romana. Prêmio que o Deputado Vitor Sapienza conseguiu aprovar na Assembleia
Legislativa nos anos 1991 com o fim de agradecer e homenagear os italianos e os
descendentes de italianos que, com uma atividade comercial, industrial,
sócio-econômica, contribuíram para estreitar o relacionamento entre a Itália e
o Brasil.
Eu acho que foi uma ideia
genial do Deputado Vitor Sapienza o nome, o título que ele deu a esta manifestação.
Na base da antiquíssima tradição onde a lenda se confunde com história da “Loba
Romana” imaginem que a primeira vez que se falou da “Loba” na Velha Bota foi
nada menos que no ano de 296 a.C. quando Tito Lívio contou que uma loba foi
colocada no Capitólio que era um complexo de palácios onde se encontrava o
poder da antiga Roma. Tempos depois, no ano 65 a.C., contou nos seus Anais que
um raio tinha danificado a Loba que se encontrava no Fórum de Roma. Portanto, é
uma tradição de dois mil anos. E na realidade é muito mais que isso, porque
conforme os históricos a Loba nas nasceu com a história de Roma e da famosa
loba que amamentou Rômulo e Remo, fundador da capital. Mas chegou de uma antiga
tradição dos etruscos.
Os etruscos é um povo que
ainda hoje é muito desconhecido - e que chegou não se sabe ainda se do norte da
Europa ou do leste da Europa - entraram na Itália e se localizaram basicamente
na Etruria. A Etruria é a Toscana de hoje, a região de Florença, Pienza, Siena,
tantas outras cidade bonitas. A capital dos etruscos, esta é uma curiosidade,
se chamava Lune, e na época era à beira da praia. Depois o Mar Mediterrâneo
retrocedeu um pouco e hoje as ruínas de Lune onde ainda tem um antigo teatro há
três quilômetros da costa. Lune, uma pequena antiqüíssima capital, que deu uma
surpresa para o mundo quando eu era jovem, um século atrás, quando de repente
encontraram o “Tesouro da Cidade de Lune” e era uma galinha de ouro maciço com
quatro pintinhos com olhos de esmeralda. Isso se encontra hoje no museu
evidentemente da cidade de Lune.
Voltando a nós, eu quero
agradecer em nome de todos os homenageados de hoje à noite, ao Deputado Vitor
Sapienza .Basicamente eu quero agradecer porque ele conseguiu recuperar uma
antiquíssima tradição italiana ligando o Novo Mundo onde nós estamos morando
com a tradição de milhares de anos da nossa Velha Itália. Muito obrigado, Sr.
Deputado. (Palmas)
O
SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Boa parte dos senhores e senhoras talvez desconheçam, nós,
brasileiros, elegemos um deputado federal como nosso representante em Roma. Por
uma dessas coincidências felizes além de ter sido agraciado já no passado com
uma “Loba Romana”, ele está presente, e eu gostaria que ele dirigisse também
umas palavras aos nossos participantes. (Palmas)
O
SR. FÁBIO PORTA – Boa
noite a todos, Deputado Vitor Sapienza, meu amigo Cônsul Marco Marsili, Sr.
Cláudio Pieroni, caríssima Rita Blasioli Costa presidente do Comitê dos
Italianos no Exterior, meu amigo Giuseppe Lantermo di Montelupo, que recebeu
esta merecida homenagem e através de Lantermo, estendo as minhas congratulações
pessoais a todos os agraciados de hoje, Sra. Adriana Cairo Mello, que
representa essa jovem geração de ítalo-brasileiros que tanto nos orgulha.
Eu, como falou o Deputado Vitor
Sapienza, tenho essa imensa responsabilidade recebida pelo voto, pelo apoio de
tantos italianos da América do Sul e, principalmente do Brasil de representar
esta grande comunidade no Parlamento Italiano. É uma responsabilidade que faço,
e que levo pela frente porque atrás de mim existe esta bela comunidade hoje
aqui representada numa das mais bonitas festas em homenagem à comunidade
italiana.
Hoje não queria fazer nenhum
discurso porque para mim e para todos nós é um momento de grande tristeza
devido ao acidente que foi lembrado no começo desta comemoração. E se vocês
permitirem queria homenagear hoje neste plenário todas as pessoas que
fatalmente desapareceram e entre eles alguns italianos que estavam aqui no
Brasil uma ação de grande valor. Eram representantes de uma região italiana
Província de Trento, representantes do Circolo Trentino, eu pessoalmente tive a
sorte de conhecer um deles, o Sr. Rino Zandonai, um grande italiano, amigo de
todos os italianos no exterior, principalmente do Brasil. Eles estavam nesses
dias no Brasil para fazer uma doação a uma cidade que foi atingida pela
enchente no Estado de Santa Catarina. Eles doaram um Centro, uma Academia que
vai beneficiar principalmente pessoas com problemas, com deficiências físicas.
Essas pessoas hoje não estão mais aqui conosco.
Quero finalizar esta
homenagem lembrando essas pessoas porque representam uma maneira melhor de todo
o nosso trabalho, que é aquele de manter esta ponte ideal entre Itália e
Brasil, uma ponte que hoje não terá mais alguns pilares importantes. E é para eles também que nós aqui estamos
homenageando esta bela comunidade, esta bela amizade que continuará sempre
entre a Itália e o Brasil. Muito obrigado. (Palmas)
O
SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Após as palavras do nosso Deputado Fábio Porta, gostaria
que ficasse registrada a importância de nós, paulistas, e de nós, brasileiros,
termos um deputado federal, um deputado junto à Itália, uma vez que é uma forma
também de fazer com que venha representantes de lá para cá. E nós estamos tão
carentes de atenção e recursos que tendo um deputado do porte do Deputado Fábio
Porta, nós estamos muito bem representados. E se Deus quiser, Fábio, nós
saberemos pedir nos momentos exatos, mesmo porque eu entendo que ser eleitor é
saber pedir e pedir no momento exato.
Passo agora a palavra ao
nosso Cônsul Marco Marsili.
O
SR. MARCO MARSILI – Boa
noite a todas e a todos. Mais uma vez obrigado ao nosso Presidente, que nos
convidou nesta tarde de homenagem muito merecida a alguns italianos e
descendentes de italianos. Cumprimento também a nossa colônia presente, os
representantes das instituições, dos Comitês, das várias entidades regionais
presentes. E claro o nosso amigo Fábio Porta, que mais uma vez está aqui
conosco.
Acredito eu que esta noite -
como já foi dito de maneira exemplar pelo Fábio Porta - representa um pouco uma mistura de alegria e de dor, e de
comoção pela perda de tantas vidas humanas, e em particular de pessoas como foi
muito bem lembrado operaram de maneira muito valiosa e muito generosa ao
estreitamento das nossas relações bilaterais entre Brasil e Itália. Eles
morreram voltando de uma missão humanitária - como foi lembrado - trazendo
recursos da Província de Trento. Aliás, minha província de proveniência, e esse
fato é claro que me tocou profundamente, mesmo porque no dia 21 de maio eu tive
o prazer de acolher essas três pessoas no meu escritório no Consulado. Eles me
falaram com muita alegria, com muita antecipação daquilo que iriam cumprir,
iriam fazer nas regiões afetadas pela enchente em Santa Catarina. Então,
realmente podemos dizer que essas pessoas são um pouco heróis da nossa
cooperação. Acho que o nome deles será lembrado para sempre no manual da
história entre os nossos dois países.
Mas aqui estamos também para
homenagear pessoas que fizeram da Itália e do Brasil uma parceria muito boa,
muito valiosa. Eu fico feliz, é minha quarta participação nesta cerimônia. Eu
sempre fico maravilhado de uma forma, claro, positiva vendo quantas pessoas são
dignas, agraciadas dessa importante comenda. Alguns deles são professores,
outros são funcionários públicos, outros são médicos. Temos também diplomatas,
colegas meus, ou que é claro que me traz muito, muito prazer, e todos eles
representam dentro da Cidade de São Paulo e no Estado de São Paulo os melhores,
eu diria embaixadores da nossa amizade, do nosso relacionamento de amizade, que
é muito forte, que é muito sólida, e que prosseguirá com certeza também no
tempo futuro.
Por isso neste momento, nesta data que precede um dia da Data
Nacional da Itália, o 2 de junho, como todo mundo sabe, me parece simbólica de
ótima fé, de ótimo auspício essa homenagem que a sua valiosa agência Vitor
Sapienza está sendo conduzida hoje à noite.
Acho que não são muitas,
talvez, as cidades que homenageiam descendentes de italianos como vocês fazem
aqui em São Paulo. E isso demonstra mais uma vez como São Paulo tem um lugar de
primeira linha, de primeiro plano dentro da história da imigração italiana. E
como São Paulo e a imigração italiana formam uma união indissolúvel no futuro
também como foi no futuro, e como está agora no presente.
Mais uma vez, muito obrigado
Deputado Vitor Sapienza. Eu desejo a todos os homenageados muita sorte e hoje a
noite um momento de grande alegria. (Palmas)
O
SR. PRESIDENTE – VITOR SAPIENZA – PPS – Caro Cônsul Marco Marsili; Giuseppe Lantermo di Montelupo
cônsul-geral de San Marino em São Paulo; Deputado Fábio Porta; Sr. Cláudio
Pieron, conselheiro do Conselho Geral dos Italianos no Exterior e Presidente da
Conscre; Sr. Sérgio Ciquera Rossi, secretário diretor geral do Tribunal de
Contas do Estado; Desembargador Álvaro Lazzarini; Sr. Otávio Fineis Júnior
coordenador da Administração Tributária; Sra. Rita Blasioli Costa, presidente
do Comitê dos Italianos no Exterior; Sr. Luiz Sapienza, representando o Sr Luiz
Flávio Borges D´Urso, presidente da OAB -São Paulo; Sr Alcides Vendemiatti
Júnior, vereador da Câmara Municipal de Vinhedo; Sra. Marta Leão vereadora da
Câmara Municipal de Vinhedo; Sr. Giovanni Manassero, presidente da Associazione
Piemontesi nel Mondo; Sr. Afonso Gasparini Filho, presidente da Associação
Italiana Vinhedense; Sr. Mirel Waldmann, representante do Sr. Arthur Rotenberg,
presidente da Associação Hebraica; Sr. Paulo de Abreu Rio, delegado-chefe da Assessoria
Policia Civil da Assembleia Legislativa; Sr. Mustafá Contursi Goffar Majzoub,
presidente do Sindicato de Futebol; Sr. Waldemar Manassero, da Rádio Italiana;
Paulo Brasil Correa de Mello vice-Presidente para Assuntos Institucionais do
SIndecon – São Paulo; Sr. Arthur Corrêa de Mello Netto, vice-Presidente da
Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo; Sr. Celso
Giannasi, presidente do Sindicato e Associação dos Auditores Fiscais
Tributários do Município de São Paulo; Sra. Berenice Gazoni, presidente da
Federação das Associações Sindicais e Profissionais de Servidores da Prefeitura
de São Paulo; meus senhores e minhas senhoras, há aproximadamente dois meses,
este Deputado teve a oportunidade de presidir uma comemoração referente ao “Genocídio
dos Armênios”.
Eu havia preparado um
discurso e para minha surpresa quem veio falar em nome dos armênios foi alguém
que talvez teve a mesma ideia ou a mesma fonte e era praticamente o prenúncio
do meu discurso. Vocês imaginem alguém falar mais ou menos a mesma coisa. O que
me salvou foi que, de repente, antes de darem a palavra a mim, veio falar uma
menininha de uns 12 anos e ela falou alguma coisa que me tocou profundamente, e
eu decidi mudar o discurso. Fiz algo mais ou menos idêntico que eu vou fazer
agora.
Eu vou voltar a 1988, quando
este Deputado foi convidado para fazer uma palestra em Santos. Dois dias antes
um deputado federal, eu não vou citar o nome, fez um discurso e pregou a
necessidade de se construir na Praça da Sé um monumento aos nordestinos pelo
fato de terem feito São Paulo. Eu fui a Santos, e em determinado momento o
assunto era reforma tributária, alguém me perguntou como era o papel de São
Paulo no contexto Brasil. Eu me orgulho de defender alguns “p” eu sou
paulistano, paulista e palmeirense. Para vocês terem uma idéia, naquele momento
com entusiasmo eu disse praticamente o seguinte: “Se os nordestinos haviam
feito São Paulo, eles perderam muito tempo na viagem e podiam ter feito São
Paulo lá, não aqui no Sul.” Eles não teriam a necessidade de passar o frio,
passar necessidades. Sem dúvida alguma, a contribuição dos nordestinos, dos
portugueses, dos árabes, dos espanhóis, enfim, dos japoneses, de todas as raças
foi fundamental para São Paulo ser o que é hoje. Porém, não se pode negar que o
peso maior foi dos italianos.
Isso fez com que eu voltasse
quando eu apresentei um projeto de lei criando o Dia da Comunidade Italiana.
Ainda logo a seguir nós instituímos a “Loba Romana”. Ainda dentro do mesmo
contexto organizei uma equipe e nós conseguimos fazer um livro chamado “Café
Amargo”, que procurou narrar as lutas que os italianos tiveram, mesmo porque
não é segredo para ninguém que o pessoal imaginou que logo depois da Primeira
Guerra Mundial o entorno daquela fase eles trariam os italianos, e a mão de
obra italiana iria substituir o trabalho escravo. Caíram do cavalo. Caíram do
cavalo porque quem veio pra cá veio com uma vontade, uma fibra descomunal e
desbravou o nosso Estado.
Em decorrência do livro fui
homenageado no Circolo Italiano, me deram troféu. Na época nós ainda possuíamos
o Hospital Matarazzo, eu procurei ajudar, porém, infelizmente da mesma maneira
que nós temos grandes valores, nós temos uma raça digna, porém, infelizmente
muitas e muitas vezes a vaidade acaba prevalecendo e todo bem comum vai por
água abaixo. Na época eu consegui um financiamento do Governo do Estado, eu
participei de algumas reuniões. Eu me lembro quando veio o embaixador italiano
que estava também disposto a ajudar, e o pessoal tentou enganá-lo mostrando o
berçário que seria o modelo. Naquele dia eu falei: “Um momentinho só, pessoal
,vamos mostrar tudo.” E o embaixador nos deu uma lição dizendo o seguinte: “A
Itália estava disposta a fazer investimento em equipamentos, em custeio, o
custo de manutenção seria da comunidade italiana.” Eu lembro bem que ainda
naquela época eu tentei uma composição entre a dívida da família Matarazzo com
o Estado visando recuperar o Hospital Matarazzo. Porém ,o absurdo que acontecia
lá, e todos sabem que, infelizmente, o Governo é mau patrão. Vou tentar
equiparar: naquela época, para cada leito do Hospital das Clínicas existiam 3,7
funcionários. No Hospital Matarazzo para cada leito existia 5,8, ou seja, o
Hospital Matarazzo na época era um cabide de emprego. Não se conseguiu nada.
Caro Cônsul, eu lembro ainda
em uma das comemorações no Circolo Italiano, na festa que se comemorava a
República Italiana, estava presente o Vereador Brasil Vita, o deputado federal
na época José Serra, e este Deputado. O Vereador Brasil Vita, dentro daquela
eloqüência ,fez uma locução e falava dos romanos, da Roma Grande, da opulência
de Roma, o domínio, e todos, um aparte dos senhores, conhecem e bem a
eloqüência do Vereador Brasil Vita que numa época foi orgulho até da nossa
comunidade. A seguir falou o deputado federal na época e hoje o nosso
Governador José Serra dentro daquela tranqüilidade, aquela serenidade que lhe
era peculiar, e dizia que ele tinha grandes saudades daquela viagem que ele fez
com a esposa dele por Veneza, os gondoleiros, e foi por aí afora. Aí, eu fui
chamado para falar. Eu disse mais ou menos o seguinte: que houve numa época uma
fábula em que os animais falavam e que ocorreu um grande incêndio na floresta.
O leão, como rei, procurava ver o que era possível fazer, cercado pelo
elefante, pela hiena, pelo lobo, e todos eles desesperados. De repente o lobo
cutucou o leão e disse: “Leão, olha aquele pássaro estúpido, ele vai para o
meio da floresta volta e joga uma gotinha d´água. O que ele está pretendendo
fazer?” O leão disse: “Chame-o.” Ele foi chamado. O leão perguntou: “O que você
está pretendendo fazer?” Ele falou: “Eu estou fazendo a minha parte, eu estou
com essa gotinha procurando acabar com incêndio, e se cada um dos animais aqui
presentes fizer a mesma coisa, nós teremos condições de apagar o incêndio.”
A solenidade prosseguiu. Eu
tive orgulho como eu tive hoje quando eu fui saudado pelo grande Presidente
Barros Munhoz. Naquele momento o embaixador fez a saudação de praxe e disse que
pela viagem dele, uma das grandes coisas que ele tinha presenciado e ouvido foi
a fábula. E o Cláudio estava presente naquele dia e disse o seguinte: “Deputado
Sapienza, eu vou para a Itália e prometo que em uma das minhas locuções aos
eleitores, eu contarei a fábula que o senhor me ensinou. Mesmo porque se cada
um dos italianos fizer a parte deles, a Itália será novamente a líder européia
que tanto almejamos.”
Pessoal, eu nada mais fiz do
que fazer a minha parte. Muito ainda há de ser feito. Eu acredito que se cada
um dos senhores fizer a vossa parte, nós teremos uma integração
ítalo-brasileira maior ainda, e com toda sinceridade, nos próximos cinco anos
nós teremos a oportunidade de comemorarmos juntos todos esses anos o Dia da
Comunidade Italiana.
Antes de encerrar esta festa
eu quero agradecer a presença de todos vocês, e convido-os para o costumeiro
coquetel que nós oferecemos. (Palmas.)
Está encerrada a sessão.
* * *
- Encerra-se a sessão às 21
horas e 48 minutos.
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