28 DE ABRIL DE 2003

28ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: ROMEU TUMA JR. e ARNALDO JARDIM

 

Secretário: ARNALDO JARDIM

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 28/04/2003 - Sessão 28ª S. ORDINÁRIA  Publ. DOE:

Presidente: ROMEU TUMA JR./ARNALDO JARDIM

 

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - ROMEU TUMA JR.

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca sessão solene, a pedido do Deputado Vanderlei Macris, para o dia 26/05, às 20 horas, para posse do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo e comemoração do seu 39º aniversário.

 

002 - ANA MARTINS

Aborda o assunto da saúde pública, garantida pela Constituição, a todos os brasileiros. Apela às autoridades para que haja plena municipalização da saúde em São Paulo.

 

003 - NIVALDO SANTANA

Aponta para o perigo de a CUT virar chapa branca em relação às propostas do Governo, ou então, de se lhe opor precipitadamente.

 

004 - ARNALDO JARDIM

Assume a Presidência.

 

005 - ROMEU TUMA JR.

Comemora o Dia da Educação. Homenageia os educadores em geral, e aos pais de modo especial. Registra a sessão solene hoje, pela manhã, da Polícia Civil e fala de incentivos à carreira.

 

006 - Presidente ARNALDO JARDIM

Anuncia a visita de Vereadores de Ilha Bela: Jadiel Vieira, Almir Mariano e Joadir Capucho, a convite do Deputado Romeu Tuma Jr.

 

007 - ROMEU TUMA JR.

Assume a Presidência.

 

008 - JOSÉ  BITTENCOURT

Agradece aos Deputados a aprovação do regime de urgência para o PL, do Deputado Roque Barbiere, que isenta de taxas os bacharelandos no exame da OAB.

 

009 - ARNALDO JARDIM

Fala da demora para escoamento da safra agrícola, registrada em agosto do ano passado, e do aumento previsível para este ano. Considera a precariedade da malha ferroviária. Fala de sua participação em seminário de logística de transportes no Estado, hoje pela manhã.

 

010 - CONTE LOPES

Fala do concurso público para Delegado de Polícia e das dificuldades para essa carreira.

 

011 - SEBASTIÃO ARCANJO

Discorre sobre o artigo "IML fechado prejudica a elucidação de crimes", publicado no jornal "Correio Popular" de Campinas. Convida todos para o lançamento da campanha "Quem financia baixaria é contra a Cidadania", amanhã, às 19h30min, no Auditório Franco Montoro.

 

012 - RICARDO CASTILHO

Comenta a ousadia do crime organizado e o desrespeito às instituições e autoridades. Discorre sobre sua participação, no último final de semana, no Fórum Regional, sobre a melhor utilização dos recursos públicos.

 

GRANDE EXPEDIENTE

013 - ROSMARY CORRÊA

Comenta sessão solene havida hoje, em comemoração do "Dia da Polícia Civil". Aborda o fortalecimento dos plantões noturnos nas delegacias.

 

014 - CONTE LOPES

Comenta crimes de assassinatos e seqüestros contra pessoas públicas e políticos.

 

015 - ROSMARY CORRÊA

Pelo art. 82, responde ao Deputado Sebastão Arcanjo sobre o caso do IML de Campinas.

 

016 - SEBASTIÃO ARCANJO

Pelo art. 82, demonstra indignação com o sofrimento de vítimas e suas famílias e pede a colaboração dos nobres pares na condução da questão do IML de Campinas.

 

017 - ROSMARY CORRÊA

Para reclamação, coloca-se a disposição para corrigir o que se fizer necessário.

 

018 - SEBASTIÃO ARCANJO

Por acordo de lideranças, requer o levantamento da sessão.

 

019 - Presidente ROMEU TUMA JR.

Acolhe o pedido. Lembra a realização de sessão solene hoje, às 20 horas, em homenagem à Comunidade Portuguesa. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 29/04, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ROMEU TUMA JR. - PPS - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Arnaldo Jardim para, como 2º Secretário "ad hoc", proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - ARNALDO JARDIM - PPS - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

O SR. PRESIDENTE - ROMEU TUMA JR. - PPS - Convido o Sr. Deputado Arnaldo Jardim para, como 1º Secretário "ad hoc", proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ARNALDO JARDIM - PPS Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O Sr. Presidente - Romeu Tuma JR. - PPS - Srs. Deputados, antes de chamar os oradores inscritos no Pequeno Expediente, esta Presidência, atendendo à solicitação do nobre Deputado Vanderlei Macris, convoca, nos termos do Art. 18, inciso I, letra r, da XI Consolidação do Regimento Interno, uma sessão solene a realizar-se no dia 26 de maio do corrente ano, às 20 horas, para a posse do CRO, Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, e em comemoração ao 39º aniversário de sua instalação.

Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ricardo Tripoli. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vicente Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Ana Martins.

 

A SRA. Ana Martins - PCdoB - SEM REVISÃO DA ORADORA - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia e ouvintes da Rádio Assembléia, demais participantes, gostaria de abordar um assunto de muita importância, que é a questão da saúde pública.

Temos garantida, na Constituição Federal, a saúde pública integral e universal a todos os brasileiros: crianças, adultos, idosos. Os princípios do Sistema Único de Saúde são os melhores, da melhor elaboração possível das políticas públicas dos países que já trabalharam essa questão. O Sistema Único de Saúde foi fruto de inúmeras conferências nacionais de saúde. Na última, a 12ª, onde houve a participação tripartite, tanto as representações dos segmentos populares sindicais, a participação dos funcionários como a participação do poder público.

O Sistema Único de Saúde tem três princípios que são importantíssimos, quais sejam: a universalidade do atendimento, a integração entre município, estado e federação, e também a integração entre as ações básicas de saúde, como as vacinas, o primeiro atendimento, atendimento básico, até as ações mais complexas, que são as internações, as cirurgias, as doenças de maior complexidade.

Sabemos que inúmeras modificações têm sido feitas para que o SUS seja implantado. No entanto, uma parte dessas ações não tem sido eficiente, pois não tem garantido esses princípios, que são importantíssimos para garantirmos a saúde de qualidade e o atendimento, principalmente para os setores populares e os setores de classe média, que hoje já estão bastante atingidos pela crise financeira do capitalismo e sabemos que terceirizar esses serviços só tem prejudicado o atendimento à população.

Temos acompanhado a implantação do Programa de Saúde da Família. Contudo, esse programa, que se tem mostrado avançado tanto em Cuba, quanto no Canadá e em outros países, aqui na nossa realidade não tem sido integrado à rede de saúde para que os agentes comunitários que visitam as famílias e que vão encontrar os doentes muitas vezes sem nenhum recurso, tenham para onde encaminhar esses pacientes, alguns até em estado muito grave. Portanto, é necessário que se faça um aprimoramento na implantação desses programas e sua integração.

Só para termos uma idéia, a cidade de São Paulo ainda não tem um sistema pleno no Sistema Único de Saúde porque foi negada, pela Secretaria de Saúde, certamente por decisão do Governador, a plena municipalização - os hospitais ainda não foram municipalizados, apenas os postos de saúde.

Sabemos que apenas 25% da população têm plano de saúde particular, individual. Ainda assim, esses recorrem ao Sistema Único de Saúde, o sistema público, por conta das doenças crônicas, as doenças de maior gravidade. Porque uma grande parte desses planos, por ter um preço mais moderado, não garantem o atendimento dessas doenças mais complexas, principalmente para os que têm acima de 60 ou 70 anos, dificultando que as pessoas idosas ou as crianças, adolescentes e adultos que tenham doenças crônicas, tenham o atendimento garantido.

Por isso, o nosso apelo aqui é no sentido de que haja a plena municipalização também para a cidade de São Paulo e que se aperfeiçoe a integração entre esses programas para garantirmos programas eficientes e que cheguem a toda população.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - ROMEU TUMA JR. - PPS - Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Nivaldo Santana.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Arnaldo Jardim.

 

* * *

 

O SR. NIVALDO SANTANA - PCdoB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, neste último fim-de-semana, a Central Única dos Trabalhadores realizou o Cecut, que é seu congresso estadual, aqui em São Paulo, uma etapa intermediária para preparação, discussão e realização do Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores.

Consideramos que os debates travados no interior da Central têm uma grande importância política, principalmente porque a CUT é a maior e mais importante central sindical do país e também porque vivemos no nosso país uma nova realidade política, inaugurada com a vitória, a posse e o governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem uma participação importante de forças políticas, de esquerda e das forças políticas democráticas do nosso país e uma significativa representação dos trabalhadores.

O próprio “Jornal da Tarde”, na edição de hoje, destaca que além do Presidente da República ser um ex-sindicalista, nos ministérios, em diversos órgãos e funções importantes do governo, temos um elevado número de dirigentes sindicais, que pela sua legitimidade e representatividade, hoje ocupam um papel de destaque na administração pública federal.

O fato concreto é que esse novo quadro político, sem dúvida nenhuma, introduz novas, e até de certa forma complexas, tarefas para elaborar uma nova agenda política que deve nortear e balizar a atuação da Central Única dos Trabalhadores.

A nossa preocupação, discutindo com sindicalistas vinculados ao Partido Comunista de Brasil, ou que se incorporam numa tendência sindical que atua dentro da CUT, chamada corrente sindical classista, é que no interior da CUT devemos evitar dois erros que sem dúvida nenhuma iriam prejudicar a atividade da Central no próximo período.

Um erro que deve ser evitado é o de transformar a CUT numa central chapa branca. Uma central que, apesar de apoiar o governo, defender as mudanças do modelo alternativo ao projeto neoliberal, não pode dizer amém a todas as propostas que venham do governo. É fundamental que ao lado do apoio às medidas mudancistas do governo, a CUT garanta e resguarde a sua autonomia e a sua soberania para definir as suas propostas e suas formas de luta e de organização. Acredito que essa é uma questão chave nesse momento complexo que vivemos. Até para o próprio governo é importante ter uma central sindical independente, que expresse com fidelidade os anseios, os interesses e os direitos dos trabalhadores do que um central sindical que apenas procure convalidar todas as proposições do governo, como ocorreu no passado recente, onde as propostas neoliberais do governo Fernando Henrique Cardoso eram apoiadas praticamente na íntegra por determinados segmentos sindicais do nosso país.

Outro erro que também precisa ser combatido, de forma contundente, de forma consistente, é uma posição precipitada, sectária, inconseqüente de determinados setores do sindicalismo, que parecendo não compreender, apesar da herança que o governo recebeu depois de oito anos da tragédia neoliberal conduzida pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, uma conjuntura tanto interna quanto externa bastante difícil, fica na expectativa, alimentando uma vã ilusão que num curto espaço de tempo e sem ter a paciência necessária de enfrentar esse longo e tortuoso processo de transição, já começa a se colocar como oposição ao Governo Lula, como algumas correntes que atuam dentro da CUT assim já se manifestaram.

É uma atitude precipitada, incorreta, e que, por mais bem intencionada que possa ser, na verdade, acaba jogando água no moinho das forças conservadoras que tudo fazem para impedir que o Brasil construa uma rota alternativa de desenvolvimento econômico, político e social.

Este debate é importante para que a própria Assembléia Legislativa também participe, porque a CUT e os trabalhadores precisam ter instrumentos sindicais fortes e poderosos para contribuir na necessária luta para o Brasil jogar na lata do lixo a tragédia neoliberal e inaugurar uma nova agenda política de desenvolvimento e de progresso, fortalecendo principalmente a produção e emprego do nosso mercado interno.

 

O SR. PRESIDENTE - ARNALDO JARDIM - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jorge Caruso. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Gonzaga Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Romeu Tuma Jr.

 

O SR. ROMEU TUMA JR. - PPS - Sr. Presidente, caro Deputado líder do nosso partido, PPS, Arnaldo Jardim, Srs. Deputados, caros telespectadores da TV Assembléia, ouvintes da Rádio Assembléia, senhoras e senhores presentes nesta Casa de Leis, primeiro queremos aqui manifestar o nosso apoio em comemoração hoje ao “Dia da Educação”. De uma forma bem singela, queremos manifestar os nossos cumprimentos a todos os educadores de todos os níveis, não só deste Estado, mas também do País, e, por que não, também aos próprios pais, que têm uma participação primordial na educação de seus filhos. Enfim, a todos os educadores de São Paulo, em especial, os cumprimentos deste Deputado e também da bancada do PPS nesta Assembléia Legislativa. Nesta data, comemoramos também o “Dia da Polícia Civil” aqui, na Assembléia, em sessão solene, pela manhã.

Fizemos uma indicação ao Governo do Estado de São Paulo, conforme anunciou V.Exa. na leitura do Expediente, para que determine estudos e adoções necessárias no sentido de se proporcionar não uma cota dos concursos públicos em ingresso às carreiras da Polícia Civil, mas estudos no sentido de proporcionar uma condição maior para que o policial civil consiga ascender a outras carreiras, desde que preencha obviamente os pré-requisitos.

Fizemos, humildemente, uma indicação ao Governador, pedindo que determinasse estudos. Fiquei muito feliz em conversar com o Secretário de Segurança hoje, pela manhã, durante a homenagem à Polícia Civil, quando me referi a essa indicação, sugerindo que um membro desta Assembléia Legislativa participasse desses estudos. E, para o telespectador e a população em geral entender o objetivo disso, digo que não é para privilegiar quem já é policial.

Temos pessoas que integram a Polícia Civil efetivamente vocacionadas, e hoje não existe um plano de carreira na Polícia Civil. Quem é investigador, vai morrer investigador, a não ser que faça concurso para outros cargos como para escrivão, delegado, agente, carcereiro e assim por diante. Nosso objetivo é que se faça algo para incentivar o policial a levantar a sua auto-estima, fazendo aperfeiçoamentos e treinamentos, realizando bons trabalhos, para que possa, num concurso público, acessar a outra carreira e para que mantenha a contagem de pontos que o favoreça nos concursos de cargos e títulos.

Os elogios que o policial recebesse contariam pontos no concurso. Os cursos de aperfeiçoamento que o policial participasse contariam pontos também. Se você reservasse uma percentagem de vagas para esses policiais que tivessem esses pontos no seu currículo, estaríamos com isso, em benefício à população, credenciando policiais que já têm a vocação, que praticam o bem, agem de forma correta e recebem elogios pelos seus atos e funções a exercerem outros cargos e, também, aos policiais que fazem cursos de especialização.

O policial hoje está com a sua auto-estima muito baixa. Muita gente faz concurso vindo de fora. São pessoas que, sem vocação, querem simplesmente um emprego. O concurso é muito caro. É o Estado, é você quem paga, telespectador. E acabamos não conseguindo nem preencher as vagas necessárias, apesar do grande número de inscritos. Após a aprovação dos candidatos, vários vão embora porque não têm vocação, ou porque acham que o salário é baixo. Acabamos gastando uma fortuna nesses concursos e não conseguimos manter nas carreiras nem os policiais aprovados.

Sr. Presidente, apenas queríamos dizer, de uma forma geral, aos nobres companheiros, aos telespectadores e aos policiais civis, que fizemos essa indicação e conversamos com o senhor secretário, que deverá estabelecer um grupo para que cuide desta questão, que é de suma importância para a população, para que tenhamos policiais muito melhores preparados, muito mais aptos a realizarem o serviço tão nobre de policial civil no nosso Estado.

Sr. Presidente, nobres Deputados, muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ARNALDO JARDIM - PPS - Srs. Deputados, a Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença dos Vereadores da cidade de Ilha Bela, Jadiel Vieira, Almir Mariano e Joadir Capucho, que, para a nossa particular satisfação, é Presidente do PPS na Cidade de Ilha Bela, acompanhados do nosso ativo parlamentar que orgulha esta Casa, Deputado Romeu Tuma Jr. Recebam os senhores as nossas saudações e agradecimentos pela visita. (Palmas.)

Passo a Presidência, neste instante, ao Deputado Romeu Tuma Jr.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Romeu Tuma Jr.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ROMEU TUMA JR. - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Waldir Agnello. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mário Reali. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Menuchi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, caros telespectadores e ouvintes da Rádio Assembléia, assomo a esta tribuna, nesta tarde, para, em primeiro lugar, fazer um agradecimento aos ilustres Deputados que se solidarizaram e firmaram o requerimento que imprime regime de urgência ao projeto de lei de autoria do ilustre Deputado Roque Barbiere, da nossa bancada, o PTB, e Vice-Presidente desta Casa. O projeto visa isentar de taxas e qualquer outro tipo de contribuição os bacharéis em Direito que têm a finalidade de prestar exame de Ordem de qualificação profissional no quadro da Ordem dos Advogados do Brasil.

O requerimento visa dar celeridade a este projeto que julgamos extremamente importante, até porque o formando que se graduou em Ciências Jurídicas e Sociais vai também enfrentar o mercado de trabalho e isso mostra uma espécie de possibilidade para que ele se habilite ao quadro da Ordem dos Advogados do Brasil e assim procure estabelecer o seu escritório, a sua banca e iniciar sua atividade advocatícia.

Quero dizer aos parlamentares e aos nossos telespectadores que o texto da Lei nº 8.906/94, no seu Art. 23, que é o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, diz muito claramente que a Ordem tem como fonte de receita a anuidade cobrada dos seus inscritos. Então, como estipular uma taxa de inscrição para aquele que saiu da faculdade, que em tese não tem nenhuma capacidade financeira, está tentando se habilitar para praticar a advocacia, debaixo da manto da legalidade? Portanto, se não tiver a inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil ele não pode trabalhar, como então justificar a cobrança dessa taxa de inscrição para prestar exame de Ordem no quadro dos advogados do Brasil?

Tenho impressão de que esse projeto encontrará eco nesta Casa, deverá encontrar eco no meio dos acadêmicos, enfim, de uma gama muito grande de bacharéis em Ciências Jurídicas e Sociais que concluíram seu curso de graduação e ainda não tiveram a possibilidade de fazer o seu exame de ordem na OAB. Quero dizer aos senhores que muitos desses bacharéis em Direito não têm condições financeiras de prestar exame da Ordem justamente porque essa cobrança de taxa inviabiliza o seu desejo de se habilitar para ser um futuro causídico.

Coloco-me à disposição da OAB para debatermos esse tema, como também dos ilustres parlamentares, meus pares e colegas desta Casa, a fim de que, sanado esse problema, tenhamos possibilidade de movimentar este segmento da sociedade que espera amparo legal e apoio das instituições para o exercício profissional.

Sr. Presidente, há um projeto do Governo Federal denominado Primeiro Emprego, que é muito importante. Ele concede benefícios fiscais a empresas que admitirem nos seus quadros jovens de 16 a 25 anos. Políticas dessa linha é que contribuem para uma sociedade pacificada.

 

O SR. PRESIDENTE - ROMEU TUMA JR. - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Marcelo Bueno. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Souza Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Arnaldo Jardim.

 

O SR. ARNALDO JARDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, no ano passado, em pleno escoamento da safra agrícola brasileira, que ocorre por volta do mês de agosto, o Porto de Paranaguá experimentou uma fila de 112 quilômetros. A situação foi de tal forma dramática que o Porto de Santos, que opera a uma taxa muito superior à do Porto de Paranaguá - em Paranaguá o custo é de quadro dólares a tonelada de produto agrícola a granel exportado, e em Santos essa taxa é de sete dólares, essas taxas são acima dos custos internacionais, se tornou altamente atraente. Embora tenhamos a plena utilização de Santos, vivemos um momento de grande dificuldade. Este ano, em que todos nós estamos festejando o incremento da safra agrícola - em alguns produtos de mais de 20% - imaginemos o que ocorrerá.

Em São Paulo teremos uma facilidade adicional, que é o fato de termos completado - e o Governador comemorou com razão - a segunda pista descendente da Imigrantes, que vai fazer com que esse escoamento seja facilitado. Tivemos também algumas modificações estruturais no Porto de Santos, como a criação do agroporto, num momento em que com prioridade vai se trabalhar as cargas que serão exportadas. Isso vai facilitar, mas não será suficiente. Sabemos que viveremos esse problema.

Há ainda um outro problema que merece ser mencionado nesta oportunidade. Temos a hidrovia do Tietê/Paraná, que é muito mais compensadora. É um tipo de via de escoamento com um custo operacional muito mais baixo. Mas a Hidrovia Tietê, que tem capacidade para até 20.000.000 de toneladas, hoje opera com apenas 10% da sua capacidade em razão de uma série de desacertos, particularmente entre a Agência Nacional de Águas e a Agência de Transportes Aquáticos, que não dão garantia de fixação de um determinado número de volume de lâmina d’água que permita que se invista, de forma mais decidida, na consolidação da hidrovia. Além disso, temos um problema sério particularmente na Grande São Paulo.

Passam pela Grande São Paulo, em particular, o minério de ferro e bauxita, necessários a algumas atividades da nossa siderurgia, por uma lado, e da produção de alumínio por outro - a bauxita, por exemplo, vem de Minas Gerais, passa por aqui indo até as proximidades de Sorocaba para produzir alumínio. E temos aí um problema operacional sério, porque essas rodovias são antigas. O grosso das nossas ferrovias foi construído até 1930. Temos, portanto, um problema estrutural, que é a passagem das cargas dentro de São Paulo.

A Estação da Luz, por exemplo, que já teve seis vias operando concomitantemente, hoje opera com quatro. Temos um processo importante do ponto de vista histórico, urbanístico - e até do ponto de vista de transporte de massa na cidade de São Paulo - muito significativo, que é a recuperação da Estação da Luz. E, quando o governo der seqüência, e o fará - é prioridade do Sr. Governador Geraldo Alckmin - ao estabelecimento da linha 4 do Metrô, que exatamente ligará a Estação da Luz, passando ao longo do eixo da Rebouças, até a Vila Sônia, proximidades da Cidade Universitária, teremos um adicional de transporte de massa importante, decisivo para a qualidade de vida em São Paulo, mas que conflitará com o transporte de cargas. Estas e outras questões, ao lado dos aeroportos, ao lado de estruturas de rodovias foram discutidas hoje pela manhã.

Fiquei muito satisfeito, Sr. Presidente, Srs. Deputados, de poder participar deste debate, um seminário sobre logística de transportes no Estado de São Paulo, presidido pelo Presidente da Fiesp, organizado pela Fiesp, Dr. Horácio Lafer Piva, com a presença dos três principais Presidentes de agências nacionais que lidam sobre a questão de transportes aquático, terrestre e também do setor aeroviário. Tivemos a presença do secretário João Carlos de Souza Meirelles, tudo isso coordenado pelo Sr. Massimo Andrea Giavina-Bianqui, que coordena esse setor na Fiesp, e que apresentou um relatório repleto de propostas sobre a questão da logística de transportes especificamente no Estado de São Paulo. O seminário contou ainda com os Srs. João Carlos de Souza Meirelles, Secretário Executivo do Fórum Paulista de Empreendedores, José Alexandre Resende, Diretor-Presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Carlos Alberto Wanderley da Nóbrega, Diretor-Presidente da Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ, e Thiers Fattori Costa, Presidente de honra da Confederação Nacional de Transportes, além de outras personalidades.

Já tivemos o susto, meu caro Deputado Sebastião Arcanjo - Tiãozinho, especialista na questão, o susto da escassez de energia, podemos ter agora o “paradão” logístico no setor de transportes. Não se investiu no setor de transportes. As nossas rodovias, com exceção particularmente de algumas do Estado de São Paulo, que conseguimos cuidar, mas especificamente as rodovias federais estão todas em petição de miséria, como se diz.

O governo federal, para buscar as regras do superávit primário, não investiu, porque qualquer investimento em infra-estrutura era considerado na conta do FMI, que infelizmente persiste com o acordo que foi reafirmado, como um item de despesa, e portanto, estamos correndo de forma dramática atrás do prejuízo.

Quero depois, para encerrar, Sr. Presidente, dizer que, na condição de um dos representantes desta Assembléia Legislativa na Agência de Regulação de Transportes do Estado de São Paulo, e como membro da Comissão de Transportes, quero fazer essa discussão de uma forma mais aprofundada, para podermos nos antecipar e prevenir problemas maiores. Muito Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ROMEU TUMA JR. - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Emidio de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcelo Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Paulo Neme. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PPB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público presente nas galerias, telespectadores da TV Assembléia, acompanhava as palavras do nobre Deputado Romeu Tuma Jr., que hoje preside esta sessão, a respeito de um concurso público para delegados de polícia, acredito eu que com 250 vagas, passaram 170, e em torno de 30 já desistiram da carreira. Ora, isso demonstra como é difícil ser policial em São Paulo. É muito melhor ser juiz, promotor, o salário é muito maior, ganha-se muito mais, não arrisca quase nada, enquanto o policial vive realmente uma situação difícil.

Primeiro, para passar num concurso público para delegado, é um concurso muito difícil. Normalmente, são milhares de pessoas que prestam esse concurso. os mais capazes passam. Quando aquele intelectual vai perceber o salário que ganha e vai ter que fazer plantão nas periferias de São Paulo, direto com o perigo, ele já começa a desistir da carreira porque o salário não é compensador. Segundo: muitos prestam concurso por intenção até de prestar concurso para promotor público, para delegado da Polícia federal, para juiz de direito. E, percebem que se ficar na polícia vão arrumar um abacaxi, porque na hora em que tiverem que se envolver numa ocorrência de tiroteio, de uma confusão de rua, vão responder um processo; se ferirem um bandido, por exemplo, por lesões corporais, e se matarem um bandido - por homicídio. Então, acabou a tentativa de galgar outras carreiras. Esta é a realidade que se vive em termos de segurança pública.

Hoje, tivemos uma solenidade em homenagem ao aniversário da Polícia Civil, com o Secretário e vários delegados presentes, mas a verdade é essa: é difícil fazer polícia. Quando pegamos uma matéria de jornal como esta: “Polícia de São Paulo mata 21% a mais neste ano”; “A polícia de São Paulo matou este ano 263 civis.” Quando vi essa expressão - “civil morto” - eu estava chegando à Assembléia Legislativa, fui visitar o comando da PM, e lá estava escrito que a própria Secretaria de Segurança faz isso, coloca que a polícia mata civil. Ora, qualquer pessoa que chegar de outro país aqui e ficar sabendo que a polícia de São Paulo matou 263 civis, é capaz de pegar a mala e ir embora. Polícia que mata civil? Civis são os funcionários da Assembléia Legislativa; civil é o senhor quer está me acompanhando pela TV Assembléia. Quem a polícia matou foi bandido em tiroteio! Porque se não for bandido em tiroteio, o policial vai parar na cadeia., porque ele vai ser julgado pelos seus atos. Não existe nenhum ato de um policial em São Paulo que o Poder Judiciário, o Ministério Público não tomam ciência e não venham apurar o caso, porque tudo vai parar no Poder Judiciário. Tudo vai parar no Ministério Público. Então, quando lemos - “civis mortos” - é uma expressão muito triste. Uma denominação errada, idiota, porque são bandidos, que também matam os policiais e matam no dia-a-dia. Estão aí parentes de Deputados sendo assassinados, outros sendo seqüestrados, é o crime na nossa cara, nas nossas barbas, mas todo mundo quer tapar o sol com a peneira. “Aconteceu com ele, não vai acontecer comigo. Se entraram na casa do Deputado José Carlos Tonin, seqüestraram o seu filho de dentro da sua casa, não vai acontecer com o meu!” É próprio do brasileiro, enquanto dói no outro, para ele está bom.

O pior de tudo é que entra aí o Ouvidor da Polícia, que reclama dos mortos em tiroteio com a polícia e junto com o pessoal da OAB, um advogado Sadi diz que diminuiu o número de policiais que morreram. Diz ele: “Embora o número de civis mortos em confronto tem aumentado nos últimos anos, o mesmo não ocorre com os policiais. Menos policiais morreram nos últimos três anos. Em 2001, foram 149. Em média, 12,4 por mês.”

Vejam, eles acham que a morte de 150 policiais é pouco. Deveriam morrer todos os bandidos e não morrer nenhum policial! O policial é o homem da lei. O policial é aquele que defende a nossa vida. O policial é aquele que põe a sua farda ou o seu uniforme de policial civil e vai para as ruas para nos defender, como foi o Dr. Marco Antônio, de São Bernardo, com a sua equipe salvar a esposa do nosso colega, Deputado aqui da Casa. Em quatro horas depois do seqüestro, já tinham resgatado a mulher. Esse é o trabalho.

Agora, quando achamos que matar 150 policiais num ano é pouco, pelo amor de Deus. é brincadeira. Enquanto se fala em Nova York que não morre nenhum o ano inteiro, em Paris não morre nenhum o ano inteiro. No Japão, a mesma coisa. Aqui, o cara acha que matar 150 policiais está bom. Deviam aumentar o número de PMs. Então, ele torce para o bandido. Aí, não dá para agüentar. Realmente, é muito triste, é difícil fazer polícia e é difícil dar segurança para o povo. essa é a realidade. muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ROMEU TUMA JR. - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Roberto de Jesus. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ubiratan Guimarães. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Arcanjo.

 

O SR. SEBASTIÃO ARCANJO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, subo à tribuna para, inicialmente, prestar minha homenagem aos Deputados aqui, em particular ao nobre Deputado Romeu Tuma Jr., que preside esta sessão, até como profissional, trabalhador da área de segurança pela instituição que o Deputado tem a honra de representar.

Logo em seguida o nobre Deputado Conte Lopes usou da tribuna para colocar aqui elementos sobre segurança pública e poderíamos considerar, dialogando aqui com o Deputado, se diminuiu o número de policiais vitimados na ação de combate ao crime em função de novas tecnologias, de novos treinamentos, de equipamentos mais adequados ou se foi uma redução natural. Acho que esses dados seriam importantes para que pudéssemos discutir outros aspectos que envolvem a segurança pública.

Queria apenas colocar um elemento neste debate, porque outros já o fizeram com mais propriedade do que este Deputado. Hoje a notícia sobre a Polícia Civil na nossa cidade de Campinas não foi uma boa notícia. Fomos informados sobre aquilo que já é de conhecimento de vários paulistanos e brasileiros, que na ocasião da CPI do Narcotráfico ficou famoso um episódio da nossa cidade onde foram roubados, ou desviados, do Instituto de Medicina Legal, 340 quilos de cocaína.

Tentaram crucificar o servidor público, policial responsável pelo IML da nossa cidade. Ele já havia feito denúncia de abandono, da precariedade em exercer o trabalho, as péssimas condições de segurança do próprio local e nenhuma providência havia sido tomada até então. Pasmem, Srs. Deputados, que mesmo depois dessa parafernália toda, acompanhada ao vivo pelo Brasil afora, o nosso IML continua nas mesmas condições, ou seja, abandonado. E com um agravante: policiais, delegados de polícia, vítimas de violência tendo que fazer uma certa peregrinação para buscar material, inclusive, para fazer um laudo, poder prender em flagrante uma pessoa que havia abusado sexualmente de uma criança de três anos de idade, porque o nosso IML estava fechado. Fechado por falta de médico? Não, porque os médicos estavam de plantão.

O interessante é que, segundo os usuários, os próprios profissionais e os delegados, quando tem o médico não tem a viatura, quando tem a viatura não tem motorista, quando tem os dois não tem gasolina. No final de semana, feriados prolongados, o nosso IML fecha.

Os senhores que são policiais sabem que as principais ocorrências, as principais apreensões, ocorrem após as 19 horas. Há um pico onde acontecem vários crimes. Há toda uma operação para fechar alguns estabelecimentos comerciais, na tentativa de reduzir a violência. Então, quando a polícia pega uma grande quantidade de entorpecentes à noite, por exemplo, não se pode fazer o flagrante porque às 19 horas eles encerram o expediente.

Como se combate o crime em uma cidade onde - o Judiciário já tinha denunciado a situação - não há condições de atender à população. Como se combate o crime se o órgão responsável para fazer as perícias fecha às 19 horas, no sábado, no domingo, no feriado e abre na 2ª feira?

É impossível. Vejo o esforço dos Srs. Deputados aqui tanto de defender a corporação, os bons policiais, mas o Sistema Público de Segurança precisa funcionar de maneira adequada e articulada para que possamos dar segurança a mais de um milhão de habitantes, porque toda a população do entorno de Campinas sofre e é vítima desse acontecimento. Ou seja, tem polícia na rua, bons policiais trabalhando, mas quando prende não tem onde autuarem. Tem um Judiciário que é manco porque as pernas que dão suporte ao trabalho feito pelos policiais estão quebradas no Estado de São Paulo.

E por último, queria mais uma vez reforçar o convite aos Srs. Deputados para amanhã, dia 29, às 19:30h, no Auditório Franco Montoro, participarem do lançamento da campanha “Quem financia baixaria é contra a Cidadania” pela importância do tema. Uma televisão que informa mal, que desqualifica, que não presta um serviço público adequado, contribui muito, na nossa opinião, para criar aquilo que apontou aqui o Deputado Romeu Tuma Jr. sobre a sensação de insegurança que hoje faz vítimas, sobretudo do ponto de vista psicológico, na cidade de São Paulo e no nosso estado.

Esse é um passo importante para essa iniciativa, que irá culminar com o lançamento da nossa frente parlamentar pela ética na propaganda. Esse é o passo seguinte. A partir de amanhã vamos buscar com o Deputado Romeu Tuma Jr. colher assinaturas, buscar adesão dos Deputados para que possamos colocar também a Assembléia Legislativa na luta pela ética nos meios de comunicação, para que tenhamos uma mídia que possa construir padrões, valores que correspondam às necessidades do mundo contemporâneo. Que não seja apenas a lógica do mercado que vá orientar os programas, a nossa publicidade e a conduta daqueles que têm nas mãos um instrumento poderoso de comunicação, de formação, às vezes de deformação, que é a televisão e a mídia brasileira que atua sem controle nenhum. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ROMEU TUMA JR. - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado José Carlos Stangarlini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Ítalo Cardoso. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ricardo Castilho.

 

O SR. RICARDO CASTILHO - PV - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, brasileiros de São Paulo, vimos a esta tribuna hoje para, em primeiro lugar, lamentarmos o terrível evento da última 6ª feira, quando mais um ente querido de um colega nosso desta Assembléia Legislativa foi cruelmente executado por esse estado de violência, de barbárie que reina em todo o Estado de São Paulo, em todo o Brasil.

Em segundo lugar, quero convidar a todos os Srs. Deputados, Srs. funcionários da Assembléia, o povo em geral, para a solenidade de hoje a noite, às 20 horas, quando estaremos homenageando a colônia luso-brasileira do Estado de São Paulo. É uma colônia que, além do achamento do Brasil - como fazem questão de afirmar, não descobrimento e sim achamento - nos deu um exemplo de trabalho, de honestidade e de fé cristã, merecedora, portanto, de todas as nossas homenagens e do nosso reconhecimento.

Por fim, Sr. Presidente, Srs. Deputados, gostaria de afirmar que no final de semana, na 6ª feira e no sábado, estivemos participando do Fórum Regional que está sendo levado em todas as Regionais do Estado de São Paulo com a presença do Sr. Governador e de todos os Srs. Secretários, procurando realmente melhor aperfeiçoar a máquina administrativa para melhor aproveitarmos os recursos públicos, buscando o desenvolvimento integrado e racional em todas as Regionais de todas as populações do Estado de São Paulo.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ROMEU TUMA JR. - PPS - Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ROMEU TUMA JR. - PPS - Srs. Deputados, este Deputado na Presidência concede os seus cinco minutos restantes para a nobre Deputada Rosmary Corrêa.

 

A SRA. ROSMARY CORRÊA - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, agradeço a gentileza da concessão dos cinco minutos. Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, venho a esta tribuna em primeiro lugar para dizer da sessão solene realizada hoje pela manhã, comemorando o aniversário da Polícia Civil que ocorreu no dia 21 de abril próximo passado.

Tivemos aqui a presença do Sr. Delegado-Geral, do Sr. Secretário de Segurança Pública e de todos os diretores da Polícia Civil, todos os colegas delegados, investigadores, escrivães, operadores, carcereiros, agentes de telecomunicação, papiloscopistas e auxiliares de papiloscopista. Nesse congraçamento estiveram presentes os Deputados Conte Lopes, Walter Feldman, Romeu Tuma Jr., Gilberto Nascimento, Wagner Salustiano, comemorando uma data tão expressiva para a nossa Polícia Civil.

Eu estava no meu gabinete e ouvi o Deputado Sebastião Arcanjo falando sobre o problema do atendimento às pessoas, durante os feriados e durante a noite, um dos assuntos que foi inclusive abordado por esta Deputada, que lembrou que a única porta aberta 24 horas por dia para o atendimento da população ainda são os plantões policiais, ainda é a Polícia Civil. Os nossos plantões funcionam 24 horas, sábados, domingos, feriados, dia de Natal, princípio de Ano, Páscoa, enfim, sempre a população que necessita do atendimento da Polícia vai encontrar uma delegacia com as portas abertas e uma equipe de plantão aguardando por ela, para receber a sua queixa. Sempre que algum caso é levado à delegacia, seja pelos policiais que estão nas ruas, com certeza esses policiais vão encontrar a porta da delegacia aberta para fazer com que essas pessoas possam ser atendidas.

Existem, talvez, dificuldades no tocante aos plantões do Instituto Médico Legal e do Instituto de Criminalística, porque esses plantões acabam ficando nas seccionais de polícia. Mesmo assim, nessas seccionais, tendo o caso ocorrido naquela jurisdição, a vítima é encaminhada ao exame de corpo de delito. Se foi um dano em veículo, que precise de perícia técnica, é encaminhado ao plantão da Criminalística na seccional.

O Deputado tem toda razão. Não temos realmente, mas o Poder Judiciário e o Ministério Público deveriam ter um plantão permanentemente, para que os casos pudessem ser solucionados rapidamente. Se tivéssemos o Ministério Público e o Poder Judiciário, com certeza algumas situações poderiam ter uma solução mais rápida.

Mas não poderíamos deixar de nesta tribuna, hoje, resgatar essa realidade que foi comentada hoje na nossa sessão solene - o fato de a Polícia Civil ser a única porta aberta 24 horas do dia, para o atendimento da população necessitada.

No decorrer desta semana estaremos detalhando uma idéia pioneira que será colocada em prática a partir de 1º de maio, na 6ª Seccional de Polícia da Zona Leste, que foi apelidada pela imprensa de ‘corujão’. Seria um fortalecimento dos plantões diurnos - quando temos um número muito maior de ocorrências que são encaminhadas e registradas para um atendimento melhor à população. À noite, nenhuma delegacia será fechada, mas haverá uma contingente menor para o atendimento noturno, porque as estatísticas comprovam que o registro de ocorrências nesse período é muito menor. Essa experiência é para que possamos utilizar bem o efetivo policial civil no intuito de agilizar e melhorar cada vez mais o atendimento da Polícia Civil, dos plantões policiais, à população do Estado de São Paulo. Estaremos acompanhando e torcendo para que a população seja melhor atendida. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - ROMEU TUMA JR. - PPS - Srs. Deputados, há sobre a mesa requerimento de permuta de tempo entre os nobres Deputados Valdomiro Lopes e o Deputado Conte Lopes. Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PPB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, voltamos a esta tribuna para comentar a respeito do que falava o nobre Deputado Sebastião Arcanjo, o problema do IML. É uma realidade. Nós já fizemos um projeto nesta Casa objetivando descentralizar o IML.

Uma viatura que pegue uma pessoa com um pouquinho de cocaína ou maconha lá em Guaianazes, Brasilândia ou Capela do Socorro é obrigada a vir até o Centro, para configurar se aquilo realmente é droga ou não. Nesse tempo em que a viatura se desloca para vir de Guaianazes e voltar, realmente acaba o turno de serviço daquela viatura.

Ouvimos também o nobre Deputado Ricardo Castilho falando a respeito de um conhecido nosso que acabou perdendo a vida num crime bárbaro, na semana passada. Houve um assalto na quarta-feira. Na quinta-feira, o bandido vai e fica na empresa por três horas, esperando a vítima. A vítima tinha um compromisso à noite e não foi. Na sexta-feira o bandido volta, para falar com a pessoa, o empresário Cláudio. Ele entra, mata o Cláudio e vai embora. Vejam bem. O camarada não tem a mínima preocupação de esconder o rosto. Ele vai de cara limpa, conversa com todos durante três horas, volta no outro dia, mata a pessoa e vai embora. Por que ele faz isso? Porque ele acredita na impunidade. Ele sabe que mesmo que a polícia venha a prendê-lo ele consegue fugir de alguma cadeia ou ele recebeu muito dinheiro para isso. De graça não foi. Não é um crime comum. Não é um roubo. Essa é a realidade.

Já falamos aqui a respeito da morte de Celso Daniel. Agora, está aparecendo cheque do “Sombra”, que estava junto com o Celso Daniel. São certas coisas que não dá para entender. Primeiro, um carro blindado é perseguido, está na rua da delegacia, mas não vai até lá. Por que seqüestraram um e não levaram os dois? Depois, quando os bandidos ficaram sabendo que haviam seqüestrado o Prefeito de Santo André, Celso Daniel, ficaram assustados. O que é isso? Eles seqüestram quem querem, como grandes empresários, e conseguem o dinheiro. Não iriam se assustar por isso.

A minha colocação maior é a seguinte: quando eles souberam que estavam seqüestrando Celso Daniel e toda polícia estava no encalço deles, por que não dispensaram o empresário em vez de o assassinarem? O pior de tudo é que estavam com o empresário em Juquitiba, em um matagal. Se eles quisessem matar Celso Daniel e enterrá-lo, talvez até hoje a polícia não o encontrasse. Mas não. Fizeram questão de largá-lo em via pública para configurar que era um assassinato. Não ficaria a hipótese de um seqüestro. Eles fizeram questão de deixar o corpo em via pública.

Essa é a forma de agir dos bandidos, e nós precisamos deixar de pensar que são todos uns coitadinhos. As autoridades que reclamam da morte de duzentos e tantos bandidos e pensam ser pouco a morte de 150 policiais precisam tomar cuidado quando for sua mãe, seu filho, seu pai. Aí, vão dizer: “Olha o que aconteceu com meu filho!” Pimenta nos olhos dos outros é refresco.

Parece que é normal. As coisas acontecem, e pouco se fala. Quando se mata um policial, sai uma linha no jornal. E olhe lá. Quando a polícia consegue recuperar a esposa de um Deputado seqüestrada, são duas linhas nos jornais. Mas se for uma denúncia contra a polícia, seja verídica ou não, já sai no “Jornal Nacional”, como aquele orelhudo que, de costas, fala que é um PM e que já matou 115 pessoas. Até agora, ninguém sabe se ele é um PM ou não. Um jornalista da Globo apresenta um camarada de costas na televisão, falando que é PM e, como todos os PMs, sai pelas ruas para matar as pessoas. Quando não dá para prender, mata. É mais para matar do que para prender. Se aquele sujeito é um policial militar, é um psicopata. Portanto, não é para a Globo apresentá-lo e o mandar para casa, porque ele pode estar em qualquer viatura matando alguém.

Cabe à Globo informar quem é aquela pessoa e, como alertou o Deputado Romeu Tuma Jr., que preside nossos trabalhos, o delegado da área onde foi feita aquela matéria requisitar do jornalista o nome do homem que diz na televisão ser um PM e que sai executando as pessoas de dentro da viatura. Agora, diz estar arrependido, mas, segundo ele, já matou 115 pessoas. Para cada homicídio praticado, ele teria que pegar de 12 a 30 anos de cadeia. Ele tem de ser apresentado ao público, sim. Ou a matéria é simplesmente para desmoralizar a Polícia Militar? Porque ele diz que todos oficiais sabem e 90% da polícia fazem isso.

De acordo com o Secretário que esteve na Casa hoje, foram presas 150 mil pessoas. Então, não era para morrer 200, como diz a reportagem do jornal de hoje, mas sim 150 mil e serem presas duzentas. Queríamos que essa pessoa fosse apresentada para sabermos se realmente é um policial ou não. Louco tem em todo lugar: na Polícia Militar, na Polícia Civil, no meio político, no jornalismo.

O triste é se ele não for um policial, ou talvez um policial já expulso. E aí? Fica a palavra dele, de costas para as câmeras, denegrindo o nome de uma instituição que não tem o direito de ser ouvida e se defender. É difícil fazer segurança dessa maneira.

Vejam a situação caótica do Rio de Janeiro. Querem que São Paulo vá para o mesmo caminho? Não está muito diferente. Os bandidos estão aí. Se puderem matar policial, também matam.

Está aí o Batoré, que já matou um delegado da polícia, dois investigadores, um sargento da PM, só porque eram policiais. Com 20 anos, ainda estava na Febem, de onde fugiu na semana passada. Acredito que está na hora de dar condições de a polícia trabalhar. O Batoré, com 20 anos, não é menor. É maior de idade. Portanto, tem de ser responsabilizado pelos crimes que pratica.

Há dez anos, penso que a maioridade penal deve cair para 16 anos. Fui o primeiro a apresentar, em 1991 - quando a Constituição determinou que a pessoa, a partir de 16 anos, poderia escolher o Presidente da República, uma moção a ser enviada a Brasília para que a maioridade penal caísse. Se aos 16 anos a pessoa tem condição de escolher um Presidente da República, não vai saber quando mata, rouba, estupra? Então, aos 16 anos, a pessoa deveria ser responsabilizada.

Hoje, pode ser até mesmo com menos idade, desde que uma análise psicológica seja feita por profissionais a fim de certificar que aquele menor, quando comete um delito, sabe o que está fazendo. Não é para nos proteger. É para a proteger a sociedade. Um psicopata como o Batoré não vai parar de matar. Pena que outras pessoas terão de pagar com a vida.

O Estado teria obrigação de ter um anteparo contra bandidos totalmente irrecuperáveis. Não fui eu que fiz o estudo. O Juiz Corregedor, Dr. Otávio, quando veio à CPI do Sistema Prisional, tinha um estudo feito no sistema prisional demonstrando que 30% dos presos são irrecuperáveis. Ou seja, quando sair da cadeia, volta a delinqüir. São os PCCs da vida. Eles gostam de ser bandidos, de matar, de seqüestrar. O Estado teria de ter um anteparo para proteger a sociedade. Já que não há pena de morte, que fique preso. São 40 anos de cadeia? Que se cumpram os 40 anos. É tanta benevolência - se trabalhar um dia, desconta vinte do período de prisão - que acabam saindo com dois, três anos.

Por isso, quando o camarada mata um empresário, como matou o Cláudio Hiar, ele não se preocupa, porque recebeu um dinheiro muito bom para fazer isso e, mesmo que vá para a cadeia, tem certeza de que vai ficar só um ano ou dois e sair para desfrutar o dinheiro.

O bairro onde a nobre Deputada Rosmary Corrêa e eu nascemos, Vila Mazzei, onde o delegado-corregedor foi assassinado quando saía de casa. Pergunto: os que mataram estão presos? Um ficou preso alguns dias, já foi embora, o outro saía da Detenção todos os dias pela porta da frente.

O crime está compensando. É bom ser ladrão, ganha-se mesmo se ficar quatro, cinco anos presos, porque fica numa boa, está num presídio bom. Tem mulher toda a semana, droga, futebol, alimentação de manhã, no almoço, à noite. O crime passa a compensar, mesmo que a pessoa venha a ser condenada. A polícia, normalmente, prende. A polícia em São Paulo age. Quem comete os crimes são reincidentes.

É um enxuga gelo, pois a polícia prende, o bandido acaba saindo do sistema pela porta da frente, na maior tranqüilidade do mundo. E as pessoas que deixam sair não estão nem aí, porque não respondem. Se respondem, há uma facilitação de fuga. Ficam cinco anos respondendo, continuando no sistema, corrompendo cada vez mais e ganhando mais dinheiro. Está na hora do estado analisar isso, tomar o que eles ganharam. Se não, não adianta nada.

É triste observarmos crimes como esses. O camarada mata um juiz de Direito e diz que foi um assalto. Hoje, como a polícia não pode cobrar quase nada de ninguém, vale a palavra do bandido. A coisa vai indo de mau a pior. Infelizmente, é esse o quadro. Estamos vivendo uma guerra contra o crime, pois os policiais estão morrendo e as pessoas achando que em um ano no qual morrem 150 policiais é pouco. O ouvidor acha que tem de morrer mais policiais e menos bandidos.

Não sei para que inventaram a ouvidoria. Qualquer idiota liga de qualquer lugar, sem se identificar, e acusa a mim, a qualquer um. Fala um monte de asneira, mas anotam e dizem que vão apurar. Você não fez nada, mas consta na denúncia. A pessoa não precisa se identificar, como esse PM que estou cobrando do Secretário, do Comando Geral e até seguindo o conselho do nobre Deputado Romeu Tuma Jr. O delegado do 96, de onde está a Globo, já instaurou o inquérito para saber quem é aquele PM que vai de costas para a televisão e fala que matou 115 e que na PM todo mundo faz isso. Os oficiais apoiam. Está na hora de apresentar esse policial. É simples, se for policial. Se não for?

 

A SRA. ROSMARY CORRÊA - PSDB - PELO ART. 82 - SEM REVISÃO DA ORADORA - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero novamente falar a respeito do caso trazido pelo nobre Deputado Sebastião Arcanjo sobre o IML de Campinas, no qual o médico não tinha condução para ir até o local onde deveria prestar o exame. Segundo os jornais de Campinas, é um fato que vem acontecendo diversas vezes, prejudicando o inquérito policial e a coleta de provas.

Vou reiterar o que disse. Normalmente a Polícia Civil e a superintendência estabelecem plantões no IC e no IML. Parece que não é o que vem ocorrendo na seccional de Campinas. Esse fato deve ser levado ao conhecimento do Secretário de Segurança Pública para que providências possam ser tomadas. Trata-se, talvez, de uma exceção à regra correta que é a existência dos plantões tanto da Criminalística quanto do Instituto Médico Legal. Deve ser levado ao conhecimento do Secretário para que as pessoas que agiram dessa maneira - prejudicando a coleta de provas, fazendo com que as pessoas tivessem que fazer verdadeiras romarias para conseguir um atendimento - possam ser responsabilizadas e que providências urgentes sejam tomadas para que a população não sofra mais esse tipo de problema.

 

O SR. SEBASTIÃO ARCANJO - PT - PELO ART. 82 - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, trouxe a denúncia feita pelo jornal “Correio Popular”, da cidade de Campinas, para poder ilustrar os fatos. Mostrei para a nobre Deputada Rosmary Corrêa a opinião dos delegados, da Vice-Presidente da OAB de Campinas, das vítimas, dos policiais envolvidos. Não estamos tratando de uma questão pontual, desse caso específico que envolvia uma criança de três anos violentada sexualmente, que ficou da zero hora até as três da manhã com um policial militar fazendo uma verdadeira romaria, como caracterizou a nobre Deputada. Além do aspecto da violência, há o aspecto emocional da família da vítima, do policial que deixou de tratar de outras ocorrências e passou a ocupar uma condição mais de solidariedade às vítimas do que do trabalho que teria de fazer.

Esse tipo de situação está impedindo a polícia de Campinas de dar prosseguimento ao trabalho de campo. Isso fragiliza a polícia. Os senhores que são da polícia sabem que, para o policial fazer uma apreensão, um atropelamento no qual se pode manter a pessoa detida se estiver embriagada ou drogada, o delegado não pode fazer o flagrante porque não tem como provar se a pessoa consumiu droga, se bebeu, o que motivou a cometer um acidente de trânsito.

Quero contar com o apoio dos Srs. Deputados que militam na área de segurança pública. Numa cidade do porte de Campinas, o IML fica na sede da seccional. Até hoje não se sabe efetivamente o que ocorreu. Os responsáveis estavam denunciando há muito tempo, tanto a Polícia Civil, a Polícia Militar, o IML. Aconteceram os fatos, que lembrei aqui, na época da CPI do Narcotráfico. As condições, segundo denúncias do jornal da cidade, continuam as mesmas.

Qual a sensação que vai ter esse cidadão que tem na delegacia o único local que vai recebê-lo 24 horas por dia? De que o Estado não funciona, de que a polícia é ineficiente. Ele não vai conseguir separar as coisas, os eventuais problemas de hierarquia. É um cidadão que vai ao serviço público e quer ser atendido. Cabe ao Governo do Estado de São Paulo criar as condições para que esse cidadão seja tratado efetivamente como cidadão nos órgãos públicos. Não é uma crítica aos profissionais do serviço público, até porque tenho o espírito, foram 18 anos trabalhando numa empresa estatal.

Temos ainda essa relação solidária que queremos construir com os trabalhadores do serviço público, separar o joio do trigo, procurar corrigir essas anomalias através da nossa ação institucional. Espero que sejam exceção à regra. Seguindo recomendações dos Deputados mais experientes, vamos fazer o requerimento, vamos procurar os responsáveis pela área de Segurança Pública. Nesse sentido, gostaria de contar com a colaboração dos Deputados para que pudéssemos fazer o movimento correto, na linha correta. Que isso não seja tratado como questão política, mas como um problema de Segurança Pública e que as pessoas sejam tratadas como cidadãs no Estado de São Paulo, na plenitude dos seus direitos.

 

A SRA. Rosmary Corrêa - PSDB - PARA RECLAMAÇÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, quero apenas dizer que cabe total razão ao Deputado Sebastião Arcanjo. Sua Excelência fala não só em meu nome, como tenho certeza em nome do Presidente. Pode contar conosco nesse sentido.

Não tem explicação acontecer um fato como esse. Tenho certeza de que tanto o Secretário de Segurança Pública, quanto o Delegado Regional de Polícia e o Diretor da Superintendência talvez não tenham conhecimento do que é que está se passando.

É importante que medidas sejam tomadas porque de maneira nenhuma a população - principalmente a população destinatária final de nossos serviços - pode sair prejudicada.

 

O SR. Sebastião Arcanjo - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O Sr. Presidente - Romeu Tuma JR. - PPS - O pedido de V.Exa. é regimental, antes, porém, a Presidência, cumprindo disposição constitucional, adita à Ordem do Dia da sessão ordinária de amanhã os Projetos de lei de nºs 477/97, 1061/99, 565/00, 397/01, 403/01, 382/02 e 27/03, todos vetados.

Em face do acordo entre as lideranças esta Presidência, antes de levantar a sessão, convoca V.Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da 26ª Sessão Ordinária e com o aditamento anunciado, lembrando-os ainda da sessão solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de homenagear a Comunidade Portuguesa. Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 16 horas e 02 minutos.

 

* * *