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26 DE ABRIL DE 2011

028ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, ROBERTO MORAIS, RUI FALCÃO e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: MAURO BRAGATO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - VITOR SAPIENZA

Comenta lei de autoria do Deputado Geraldo Vinholi, que defende a execução do Hino Nacional Brasileiro antes de eventos esportivos. Critica o veto de sua propositura de alteração dessa lei. Defende que o futebol seja instrumento de cidadania em nosso País.

 

003 - MAURO BRAGATO

Menciona PEC, de sua autoria, que propõe tornar obrigatório o ensino médio no Estado de São Paulo. Alega que o Estado tem ensino preparado e qualificado para atender o propósito da matéria. Argúi em defesa do projeto e pede pela aprovação.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Tece críticas à falta de funcionamento dos dispositivos de segurança desta Casa. Discorre sobre sua participação em seminário no Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores da Academia Barro Branco. Relata temas debatidos acerca do ciclo de percepção criminal.

 

005 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Cita audiência pública, ocorrida nesta Casa, sobre o traçado Norte do Rodoanel. Defende a mudança do traçado a fim de diminuir os impactos social e ambiental. Informa que deverá ocorrer audiência dos Deputados desta Casa com Alfredo Nascimento, Ministro dos Transportes. Comenta que solicitou audiência com o Presidente da CPTM a respeito da construção da estação de trem Varginha.

 

006 - DONISETE BRAGA

Lamenta a falta de planejamento, de investimento e de eficiência do Governo do PSDB em relação aos transportes metropolitanos no Estado de São Paulo. Informa a participação do Governo Federal no Metrô Paulista através do financiamento do BNDES. Defende maior qualidade no Expresso ABC.

 

007 - ROBERTO MORAIS

Assume a Presidência.

 

008 - RUI FALCÃO

Assume a Presidência.

 

009 - ROBERTO MORAIS

Comemora a vitória do clube Quinze de Piracicaba. Comenta acerca das demais conquistas da cidade de Piracicaba.

 

010 - ADRIANO DIOGO

Comenta o desmoronamento de aterro sanitário em Itaquaquecetuba. Apresenta despacho do Tribunal de Justiça concedendo liminar favorável ao Sindicato dos Comerciantes da Santa Efigênia em relação à Operação Nova Luz da Prefeitura de São Paulo. Informa audiência a respeito do Rodoanel que deverá ocorrer na Câmara dos Deputados.

 

011 - JOSÉ CÂNDIDO

Discursa sobre o desmoronamento de aterro sanitário em Itaquaquecetuba. Lamenta as perdas ambientais sofridas pela região. Critica a postura das autoridades e da empresa responsável pelo aterro.

 

012 - Presidente RUI FALCÃO

Anuncia a presença do prefeito de Votuporanga e dos estudantes da Escola Ministro Alcino Bueno de Assis, da cidade de Bragança Paulista, acompanhados das professoras Luciana Felix e Alaíde Pinheiro, a convite do Deputado Edmir Chedid.

 

013 - OLÍMPIO GOMES

Comenta o assalto aos caixas eletrônicos do Clube Ipê. Informa que policiais, na ocasião, foram atacados com armamento pesado pelos agressores. Critica a segurança desta Casa, tendo-a considerada insuficiente.

 

GRANDE EXPEDIENTE

014 - WELSON GASPARINI

Considera necessária uma revisão do Código Penal. Pede por mais rigor na aplicação de penas para os praticantes de crimes contra a administração pública. Afirma que os partidos políticos não deveriam lançar candidatos que possuam "ficha suja". Lamenta a situação dos presídios do Estado. Julga necessária uma atribuição de competências aos municípios.

 

015 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

016 - ADRIANO DIOGO

Para comunicação, pede um minuto de silêncio pelo que considerou o falecimento do PSDB. Comenta a saída de Walter Feldman do partido.

 

017 - WELSON GASPARINI

Para comunicação, considera desnecessária a manifestação do Deputado Adriano Diogo.

 

018 - CARLÃO PIGNATARI

Recorda seu passado na vida política de Votuporanga. Pede a Presidente Dilma Rousseff pela implantação da PEC 29, responsável por mudanças na saúde. Afirma que os municípios necessitam de mais investimentos do Executivo Federal. Comenta audiência com o Secretário da Segurança Pública. Parabeniza o trabalho realizado pelo Governo do Estado (aparteado pela Deputada Heroilma Tavares).

 

019 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para comunicação, informa que o Governo Federal deve instalar uma unidade da UPA em Votuporanga. Dá conhecimento do valor destinado pelo Executivo Federal à construção do Rodoanel. Comenta número de famílias que podem ficar desabrigadas após a construção da obra. Pede por providências do Governo Estadual quanto ao tema.

 

020 - ADRIANO DIOGO

Para reclamação, pede que seja seguida a lista do Grande Expediente.

 

021 - CARLÃO PIGNATARI

Para comunicação, responde ao Deputado Marcolino sobre os investimentos recebidos pelo Governo Estadual.

 

022 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Comenta problemas encontrados em aterro localizado no município de Itaquaquecetuba. Dá conhecimento das dificuldades enfrentadas pela população do local. Considera insuficiente o trabalho exercido pela Cetesb na região. Informa que o Estado de São Paulo é o único que não contribui com o Samu. Lamenta os investimentos do Executivo Estadual em Saúde Pública. Destaca a necessidade de uma maior fiscalização dos atos do Governo do Estado.

 

023 - PEDRO TOBIAS

Recorda processos do mensalão envolvendo o nome de José Dirceu. Afirma que todos os partidos passam por problemas. Pede por mais investimentos do Governo Federal nas Santas Casas. Afirma que o Estado de São Paulo conta com alguns dos melhores hospitais do país. Comenta a saída de Walter Feldman do PSDB. Afirma que já havia pedido ao partido a expulsão do político.

 

024 - MILTON VIEIRA

Comenta problemas com mau cheiro que afetam a região do Alto Tietê. Condena o modo como o aterro da cidade de Itaquaquecetuba era administrado.

 

025 - ITAMAR BORGES

Comenta indicação e moção, de sua autoria, sobre segurança pública. Parabeniza a polícia do Estado pelo trabalho desempenhado. Considera necessário um maior salário para os delegados de polícia do Estado de São Paulo.

 

026 - LUIS CARLOS GONDIM

Dá conhecimento dos problemas enfrentados pelas Santas Casas do Alto Tietê. Questiona os critérios para interdição das unidades por parte da Vigilância Sanitária. Comenta as implicâncias dos aterros e lixões que afetam as rotas de aviões. Recorda estudos sobre a tecnologia que transforma lixo em energia. Fala da explosão de lixão em Itaquaquecetuba.

 

027 - ISAC REIS

Pelo art. 82, parabeniza lideranças pela realização de audiência pública sobre o trecho norte do Rodoanel. Lamenta a ausência do Governador e de autoridades do Executivo no evento. Cita dificuldades das famílias que serão desalojadas. Questiona atitudes de Deputados da situação. Combate impedimentos para a instalação de CPIs da oposição.

 

028 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

029 - ADRIANO DIOGO

Pelo art. 82, lê e comenta manchetes publicadas na Internet. Apresenta vídeo da campanha de José Serra pela Presidência da República.

 

030 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Para comunicação, informa a respeito do Dia do Profissional Aduaneiro. Destaca a importância dos profissionais da área. Comenta o vídeo apresentado pelo Deputado Adriano Diogo. Tece considerações sobre o espaço político de José Serra no PSDB.

 

031 - CAMPOS MACHADO

Pelo art. 82, elogia a conduta do Presidente desta Casa, Deputado Barros Munhoz. Critica artigo jornalístico a respeito da suposta pretensão deste Orador em assumir o controle da Comissão de Transportes desta Casa. Presta homenagem aos Deputados do PSDB e do PT.

 

032 - PEDRO BIGARDI

Pelo art. 82, discorre acerca da Saúde Pública no Estado de São Paulo. Lamenta o fechamento do Casa de Saúde Doutor Domingos Anastácio, que atendia a região de Jundiaí. Fala da reivindicação por hospital região. Apresenta imagens do local em situação de abandono. Considera precárias as condições do Hospital Universitário, também na região de Jundiaí. Apela para a retomada das unidades.

 

033 - ANTONIO MENTOR

Para questão de ordem, solicita a acolhida do 13º requerimento de CPI, proposta pelo PT. Tece considerações sobre as assinaturas do citado documento.

 

034 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação para resposta oportuna.

 

035 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, comenta matéria jornalística a respeito da saída de Walter Feldman do PSDB e as críticas que este teceu ao Governador Geraldo Alckmin. Repudia as declarações de Walter Feldman, que considerou "traição".

 

036 - JOÃO ANTONIO

Para comunicação, discorda do pronunciamento do Deputado Campos Machado. Caracteriza que as declarações de Walter Feldman como auto-crítica, o que considerou instrumento da Democracia.

 

037 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, explica que sua crítica não é referente à alteração partidária, mas sim à conduta política de Walter Feldman.

 

ORDEM DO DIA

038 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara sem debate aprovados os seguintes requerimentos de urgência: da Mesa Diretora, ao PR 19/11; e ao PL 69/11. Coloca em discussão o PLC 09/00.

 

039 - ENIO TATTO

Discute o PLC 09/00.

 

040 - JOÃO ANTONIO

Discute o PLC 09/00.

 

041 - CAMPOS MACHADO

Discute o PLC 09/00 (aparteado pela Deputada Telma de Souza).

 

042 - PEDRO TOBIAS

Discute o PLC 09/00 (aparteado pelo Deputado Adriano Diogo).

 

043 - JOÃO PAULO RILLO

Discute o PLC 09/00.

 

044 - ADRIANO DIOGO

Discute o PLC 09/00.

 

045 - JOÃO PAULO RILLO

Solicita o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

046 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 27/04, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Mauro Bragato para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - MAURO BRAGATO - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. VITOR SAPIENZA – PPS - Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, público que nos prestigia com a presença, senhores telespectadores da TV Assembleia, há uma lei importante, de autoria do deputado Geraldo Vinholi, que procurou difundir a cidadania e merece destaque.

O nobre Deputado Geraldo Vinholi, um dos dirigentes do Noroeste, time do interior paulista, propôs e esta Assembleia aprovou, a execução do Hino Nacional Brasileiro antes dos eventos esportivos realizados no Estado. Muitas vezes vemos com uma certa repulsa quando a seleção brasileira joga e os jogadores que ganham 300, 400 mil reais por mês não sabem o nosso Hino Nacional. Muitas vezes movimentam os lábios como que para enganar o povo. Se eu fosse dirigente da Confederação Brasileira de Desportos obrigaria esse pessoal, no mínimo, a decorar a letra do Hino Nacional. Mas isso é um detalhe. Aprovamos o projeto de lei do Deputado Geraldo Vinholi, o governador vetou, e derrubamos o veto.

Quem acompanha sabe bem que a intenção do nobre deputado foi a melhor possível, mas a Lei é não vinha sendo cumprida. Procurei dar efetividade à propositura do colega Geraldo Vinholi e apresentei uma alteração que propunha penalidades e disciplinava a quantidade de expectadores por evento. É absurdo ver um jogo de futebol televisionado com 300, 500 pessoas acompanhando o jogo e tocar o Hino Nacional. Propus uma quantidade mínima de cinco mil expectadores e disciplinei com multas aos clubes participantes e à entidade promotora do evento. A Assembleia aprovou, o governador vetou alegando inconstitucionalidade. Na época, orientei o Deputado Roberto Morais, meu colega de partido, fornecendo subsídios e mostrando que a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou uma lei nesse sentido, sendo que a constitucionalidade foi reconhecida pelo Tribunal de Justiça daquele Estado.

 Mas por que hoje falo sobre isso? Porque no momento em estamos apreciando alguns vetos de deputados que deixaram de ser nossos colegas, há um momento em que temos de refletir se existem vetos inconstitucionais, eles são totalmente descabidos e merecem, por parte da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, uma revisão daquilo que foi apreciado e discutido pelo Executivo. Mesmo porque entendemos que cidadania se faz, se constitui e se reconstrói pouco a pouco, e sem dúvida alguma somos o país do futebol e temos de adotar e usar o futebol como alicerce para nossa cidadania.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. MAURO BRAGATO - PSDB - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em 2008 apresentei uma PEC - Proposta de Emenda à Constituição, que visa tornar obrigatório o ensino médio no Estado de São Paulo, que tramitou nesta Casa e há um ano está pronta para entrar na Ordem do Dia e ser votada.

O artigo 250 da Constituição do Estado de São Paulo passaria a ter a seguinte redação: “O ensino médio, etapa final da educação básica, será obrigatório e gratuito, com duração mínima de três anos, inclusive para jovens e adultos, que na idade própria, a ele não tiverem acesso”.

Estamos aqui fazendo um apelo público não só aos colegas, mas também ao Executivo, para que, em sendo aprovada essa proposta, possa o Estado de São Paulo passar por uma inovação: o ensino médio obrigatório.

Temos uma rede de 2º grau no Estado muito bem estruturada; temos professores preparados; temos já, na nova linguagem do Conselho Nacional de Educação, o Ensino Técnico, com o Centro Paula Souza oferecendo, a cada dia que passa, ensino de qualidade. Enfim, o Estado de São Paulo tem tudo para inovar, está efetivamente preparado para receber esse presente, não só como uma mera bandeira partidária, mas fazer com que o nosso Estado continue sempre inovando.

Gastamos com a Educação no mínimo 30% do Orçamento, conforme a Constituição do Estado. Temos as universidades com 9, 57%. Temos o Centro Paula Souza com quase um bilhão de reais, pela previsão deste ano. Enfim, temos condições de colocar em prática essa Proposta de Emenda Constitucional que recebeu desta Casa número regimental de assinaturas. E, acima de tudo, recebeu desta Casa, naquele momento, o apoio tão necessário e importante. Até recentemente o Bill Clinton esteve visitando o Brasil e reforçou a importância do nosso país. E aí falo do Estado fazer com que o ensino médio seja universalizado e, no caso do Estado de São Paulo, tornado obrigatório.

Então, nesse sentido, quero fazer um apelo ao Senhor Presidente e aos líderes dessa Casa, para que coloque em votação essa nossa Proposta de Emenda Constitucional nº 3 de 2008.

O Estado de São Paulo tem muito a ganhar com essa aprovação, até porque temos condições de colocá-la em prática. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Júnior. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, inicialmente gostaria de manifestar que continua a minha preocupação em relação ao sistema de prevenção de incêndio da Casa, mais especificamente no refeitório novo, já que os sprinklers continuam, dispositivos para o acionamento automático de água em caso de incêndio, com as travas.

Já falei sobre isso há mais de uma semana. Isso é responsabilidade da Segurança da Casa, bem como nos gabinetes novos o sistema de identificação de sinais de fumaça, pelo menos do meu gabinete, não está em funcionamento, e creio que em toda a ala. Vou continuar me manifestando até que alguém assuma a responsabilidade. Não posso eu pegar uma escada e ir retirando as travas bloqueadoras. Essas travas são colocadas, normalmente, quando há uma demora para a inauguração de uma obra, até para proteger o equipamento.

Sr. Presidente, hoje, pela manhã, fui à Academia do Barro Branco, numa ala cedida ao Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores, que preparam os oficiais superiores da Polícia Militar para a promoção ao último posto, posto de coronel. Fui convidado para ser um dos painelistas, num seminário sobre Perspectivas da Persecução Criminal. Participei juntamente com o Secretário de Assuntos Penitenciários, Lourival Gomes, e com o Dr. Ulysses, juiz da Vara de Execuções Criminais de São Paulo. Foi um painel extremamente interessante na medida em que se discutiu o que é necessário se fazer em todas as circunstâncias para o aperfeiçoamento do aparato de segurança pública e Justiça em todas as fases da chamada persecução criminal. Ela se inicia na ordem pública, que seria as ações preventivas do Estado através da Polícia Ostensiva e da Polícia Judiciária, passando para um segundo momento na quebra da ordem pública, quando há o rompimento com a legalidade. Num terceiro momento, quando da chamada repressão imediata, que são os mecanismos que a sociedade dispõe também através do aparato de Polícia Ostensiva e Judiciária, para recuperar a ordem pública, no momento do acontecimento de um crime, numa quebra da ordem. Num quarto momento, as ações necessárias para aperfeiçoar o processo de investigação e identificação de autoria e materialidade de delitos numa competência específica da Polícia Judiciária. Num quinto momento, a ação penal em si, obrigatoriedade, responsabilidade do Ministério Público. Num sexto momento, julgamento e sentença, responsabilidade do aparato de Justiça. E num sétimo momento, a retirada do indivíduo do contexto da sociedade, o cumprimento de pena e os processos para a ressocialização do condenado. Todo esse chamado ciclo de persecução criminal foi objeto de discussão.

Houve manifestações minhas, do Secretário de Assuntos Penitenciários, do juiz da Vara de Execuções. O Juiz da Vara de Execuções falou com muita propriedade do perigo para a sociedade das saídas temporárias ocorrerem em cinco datas específicas e que isso deve ser diluído ao longo do ano para que se tenha o menor volume de indivíduos condenados voltando ao convívio da sociedade, sendo certo que mais de 10% historicamente não têm retornado. O Secretário Lourival Gomes expressou seu posicionamento, até provocado por uma manifestação minha de contrariedade de prosseguimento das escoltas de presos tuteladas pela Polícia Civil pela Polícia Militar. Não que tenha que retornar para a Polícia Civil, mas que a estrutura seja aparelhada de agentes de escolta e vigilância do Estado de São Paulo, criados em 2003, justamente no Governo Alckmin, e que não foi implementada depois no Governo Serra, para agir, fazer a guarda externa dos presídios e fazer a escolta de presos.

O Secretário manifestou que recebeu determinação do Governador para estudos viabilizando a Secretaria de Assuntos Penitenciários - SAP - a paulatinamente assumir o que é da sua competência, as escoltas de presos na sua totalidade, para que a Polícia Civil e a Polícia Militar possam estar desoneradas para cumprir as suas missões dentro dos ciclos de polícia que eu acabei de manifestar na minha fala.

Fica essa expectativa positiva. Não deverá acontecer imediatamente, mas oxalá se preparem realmente os agentes de escolta e vigilância, que se implemente, que se abram concursos, que se preparem para que possam assumir essas missões, e a Polícia Militar, principalmente no interior, possa voltar com seu contingente de força tática, com seus contingentes de reforços a fazerem ações de polícia preventiva e ostensiva, para evitar o crime.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, funcionários da Casa, gostaríamos de abordar dois assuntos, dois pesos e duas medidas, em relação ao Legislativo.

Tivemos há 15 dias uma audiência pública debatendo o Rodoanel, a mudança do trecho Norte, na Cidade de São Paulo, abrangendo São Paulo, Guarulhos e outras cidades. Não estiveram presentes nessa audiência nenhum representante da Dersa, nem um representante da Secretaria estadual de Transportes, nem da Secretaria de Habitação.

Um dos debates feitos pela população presente foi justamente para tirar algumas dúvidas em relação ao traçado. Nós debatíamos sobre a necessidade de mudança do traçado, primeiro para diminuir o impacto ambiental e para diminuir o impacto social decorrente. Um dos encaminhamentos que nós discutimos foi justamente fazer um diálogo com o Governo Federal, porque dos seis milhões previstos, 1,8 milhão vem do Governo Federal.

O Rodoanel é uma obra importante para o Estado de São Paulo, importante para a Cidade de São Paulo, importante para o desenvolvimento, mas é preciso o envolvimento do poder público do Estado de São Paulo.

Nós solicitamos uma audiência com o Ministro dos Transportes do Governo Dilma, Alfredo Nascimento, e de pronto o Ministro já marcou uma audiência para amanhã. Teremos portanto uma representação do Partido dos Trabalhadores, numa audiência com o Ministro, para discutir com os Deputados de São Paulo a mudança do traçado do Rodoanel.

A Presidente está dando atenção para a Bancada do PT, para os Deputados do Estado de São Paulo. Esse mesmo envolvimento, esse mesmo desprendimento não percebemos nos representantes do Governo do Estado de São Paulo, relativos ao Transporte e Habitação.

Em relação ao trecho Sul, na região de Taboão, por exemplo, há muitas famílias que até agora não tiveram a sua casa definitiva, um compromisso do Governo do Estado. Não temos ainda estruturados os parques previstos para serem feitos em Taboão da Serra e Itapecerica da Serra, de forma compensatória, no trecho Sul do Rodoanel. Não queremos que aconteça o mesmo com o traçado do trecho Norte do Rodoanel. Por isso, estaremos discutindo na audiência de amanhã com o Ministro dos Transportes.

Também para demonstrar a dificuldade em atender aos Deputados para resolver questões importantes, quero dizer que há mais de 20 dias apresentamos uma solicitação de audiência com o Presidente da CPTM, para realizarmos dois debates.

O primeiro é em relação à estação de trem Varginha, na zona Sul de São Paulo. É necessária a extensão da estação da CPTM até Varginha, hoje vai até o Grajaú, na zona Sul. E ali está sendo feita também a desapropriação de várias famílias, e sequer a CPTM quer discutir com as lideranças de moradores da região. Já solicitamos uma audiência e até agora não houve retorno por parte da CPTM.

Ao mesmo tempo, apresentamos a unificação das duas estações de trem da Lapa, na zona Oeste de São Paulo, e a modernização da estação de trem da Leopoldina, também na zona Oeste. Não tivemos também retorno ainda por parte da CPTM, para marcar uma audiência pública.

Na audiência sobre o Rodoanel, tiramos como encaminhamento uma reunião com o Governo Dilma, e já foi marcado pelo Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, para amanhã em Brasília.

Estamos propondo um debate na CPTM, para discutirmos a estrutura viária dos transportes em São Paulo, e não é apresentada uma data para uma audiência, uma data para uma reunião. Nós gostaríamos de ter nessa audiência representantes da Habitação, representantes dos Transportes, representantes da Dersa, do Governo estadual aqui em São Paulo, e também não compareceram.

Portanto, estamos vendo dois pesos e duas medidas. Quando é uma pauta colocada pelo Governo Dilma, mesmo sendo para o Estado de São Paulo, ela coloca os seus Ministros à disposição da Assembleia, à disposição dos seus Deputados. Essa mesma disposição nós não percebemos no Governo do Estado de São Paulo.

Fica aqui mais uma solicitação de uma audiência, e é importante que o Presidente da CPTM esteja presente para discutir a estruturação, a criação da estação Varginha, a unificação também da agência Lapa da zona Oeste, e a reestruturação da agência Leopoldina de trem. Já está na proposta de debate da CPTM, que não está marcando uma audiência com os Deputados desta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Roberto Morais.

 

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O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Deputados, funcionários da Assembleia Legislativa, telespectadores da TV Assembleia, ouvi atentamente o meu colega de bancada, Deputado Luis Cláudio Marcolino, que de forma muito responsável e inteligente abordou a questão dos transportes, e eu não poderia também deixar de falar de uma preocupação que tenho.

Assim que for constituída a Comissão de Transportes na Assembleia Legislativa, queremos um amplo debate relacionado aos investimentos nos transportes de massa no nosso Estado. Não podemos aceitar os argumentos do PSDB, que governa o Estado há 16 anos, e que construiu não mais que 70 quilômetros de metrô.

O Governo Federal tem ajudado muito o Estado de São Paulo, através de financiamentos do BNDES para o Metrô de São Paulo.

No ano retrasado o então Governador José Serra prometeu o expresso ABC para 2011, ou seja, no começo deste ano nós já teríamos na região do ABC esse expresso, e hoje ouvi as informações do Governo dos PSDB, de Geraldo Alckmin, que a promessa do expresso é para 2015, para daqui a quatro anos.

É uma questão preocupante. A Linha 10 sai da Estação da Luz e atende o Brás, Mooca, Tamanduateí, São Caetano, Utinga, Santo André, Capuava, Mauá, Rio Grande da Serra, Guapituba. São 300 mil usuários que diariamente circulam na Linha 10, a Linha Turquesa.

Nobre Deputada Leci Brandão, V. Exa. conhece muito bem a região do ABC. No domingo à noite ouvi uma usuária do Metrô, na televisão, falando sobre o sofrimento de se locomover até o local de trabalho, quase uma hora e 40 minutos entre trem e Metrô. Quero salientar a necessidade de investimentos para os transportes metropolitanos no Estado de São Paulo. Quero reiterar a cobrança quanto ao Expresso ABC, que atende 300 mil usuários. Até agora não tivemos, por parte do PSDB, um compromisso quanto a um transporte eficiente, de qualidade. Cobramos do Governo do Estado o Bilhete Único integrado com os transportes intermunicipais e municipais com o trem e o Metrô.

O tema dos transportes metropolitanos é fundamental para este Parlamento. Na semana passada ouvi entrevistas dos usuários do Metrô Itaquera, que ficam na fila durante 20 minutos para conseguir entrar na estação. Quero reiterar a falta de eficiência, de planejamento nos transportes metropolitanos por parte do Governo do PSDB, além da falta de investimento na modernização das estações de trens. A Estação Guapituba, localizada no Município de Mauá, atende a 30 mil usuários por dia, está praticamente abandonada, falta manutenção há muitos anos. Quero mais uma vez fazer esse registro e cobrar os investimentos do Governo do PSDB nos transportes metropolitanos do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Rui Falcão.

 

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O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, vou abordar um tema diferente hoje. Nesta Casa se debatem muitas ideias, fala-se muito da política, aqui discutimos as conquistas do Estado, aqui criticamos, elogiamos. Mas hoje, bairrista como somos, vou falar de um acontecimento que sensibilizou uma cidade de quase 400 mil habitantes e muitos daqueles que gostam de futebol.

A Cidade de Piracicaba tem alguns pontos de destaque: a nossa centenária Esalq, o nosso Rio Piracicaba. Mas por onde andamos neste País sempre me perguntam: “E o XV, como está?” Um time quase centenário, 98 anos a serem completados no dia 15 de novembro deste ano, depois de 16 anos amargando a segunda e terceira divisão do futebol de São Paulo, jogando no domingo de Páscoa, na Cidade de Monte Azul, venceu o jogo por quatro a um e garantiu o acesso para o ano que vem na Série A1 do Campeonato Paulista.

Por que venho falar de esporte nesta tribuna? Primeiro por participar ativamente da vida do XV, hoje não mais como conselheiro, pois as reuniões acontecem à noite durante a semana, e como deputado não conseguiria participar. O futebol tem times históricos. O XV é um time histórico, assim como o Guarani, de Campinas, e o Comercial, de Ribeirão, que também garantiram a subida. No sábado à noite, jogaremos com o Atlético de Sorocaba, que não é um time tradicional de Sorocaba, é o São Bento que, infelizmente, acabou sendo rebaixado para a Série A3 do Campeonato Paulista. Faço essa manifestação, pois se trata de um time histórico, que nos anos 60 representou o Brasil na Europa, já foi vice-campeão paulista em 1976 contra o Palmeiras num jogo histórico no Parque Antártica. O nosso goleiro, Donato, tomou um frango, e Jorge Mendonça fez o gol.

O XV, entre as três divisões do Campeonato Paulista, é o quinto time em arrecadação. No último jogo contra o Catanduvense, em Piracicaba, tivemos 19 mil pagantes, fora os três, quatro mil torcedores acima de 65 anos que não pagam ingresso.

Hoje venho cumprimentar meu time. Desculpem-me pelo bairrismo, mas quando falo do XV tenho certeza de que o Brasil que gosta de futebol sabe da importância desse time. Uma cidade que vive hoje um momento diferenciado, com grandes obras, com a vinda de uma empresa coreana, a Hyundai, para fabricar, a partir do ano que vem, 150 mil veículos, uma cidade que ganhou total independência com a criação do Deinter 9, tem sua Fatec, seu Poupatempo, seu polo automotivo, tecnológico, rodovias duplicadas e agora tem essa alegria de ter seu tradicional time voltando à principal série do campeonato.

No sábado se encerra a competição. Se ganhar o jogo, será o campeão do grupo, embora já tenha garantido o acesso. Provavelmente decidirá com o Guarani o título da Série A2. Três tradicionais times que estavam disputando a segunda divisão voltarão para a primeira divisão: o Guarani, de Campinas; o Comercial, fora da elite do futebol desde 1986, e o XV, desde 1995. No ano em que o XV caiu, conseguiu até ser campeão da Série C do Brasileiro, mas foi rebaixado no Campeonato Paulista. Muitas pessoas estavam esperando a delegação chegar, só chegou na madrugada de ontem a Piracicaba. Jovens de 18, 20 anos não se recordam do XV na primeira divisão. Hoje, há uma renovação da torcida, familiares indo ao estádio, crianças indo ao estádio. Piracicaba foi tomada pelo preto e branco, pelas cores do alvinegro neste final de semana. Ontem uma enorme carreata percorreu a cidade e jogadores comemoraram o dia todo, até de madrugada. A cidade está vivendo esse clima de comemoração.

Fiz questão absoluta, como representante de Piracicaba e região, fazer essa colocação e saudar o meu time do coração, o Esporte Clube XV de Piracicaba, 98 anos de história e tradição voltando à elite de futebol de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e as pessoas que nos acompanham através da TV Assembleia.

 

O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Helio Nishimoto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando José Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, Deputado Rui Falcão, Presidente Nacional do PT na vacância da licença do Presidente Dutra, vejo com felicidade a presença da Deputada Heroilma no plenário, embora o assunto seja de muita tristeza. Acredito que ela tenha vindo nos esclarecer o desmoronamento do Aterro Sanitário de Itaquaquecetuba, uma tragédia que felizmente não vitimou a nenhum trabalhador, a nenhuma pessoa da região, até notícias recebidas até agora. Aguardamos ansiosamente o seu pronunciamento.

Mas, caro meu irmão Marcolino, tenho uma boa notícia para trazer para o plenário. O inferno astral de Kassab continua. O Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos no Estado de São Paulo Sincoeletrico conseguiu uma liminar suspendendo a Operação Urbana Nova Luz. Tenho em mãos o extrato do Tribunal de Justiça. É uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, Processo nº 0069 502-46.2011.8.26.0000 do Tribunal de Justiça. O Relator é o Desembargador Sousa Lima.

O Parecer do último dia 25 de abril diz:

“Remetidos os Autos para Processamento Grupos e Câmaras - Com Despacho

Despacho

Vistos, O autor demonstrou o fumus boni iuris em razão de afronta, em tese, aos arts. 111, 119 e 180, inciso II, todos da Constituição Estadual, decorrente de ampla intervenção urbanística sem observância do devido processo legal. Além disso, é evidente o periculum in mora em razão da possibilidade concreta de danos irreversíveis aos imóveis dos associados do autor face às desapropriações previstas nas normas legais impugnadas. Assim, concedo a liminar para suspender, com efeito ex tunc, a vigência e eficácia dessas normas. Comunique-se. I.”

O que vale é este Despacho do Desembargador, dando liminar para o Movimento da Santa Ifigênia, impedindo que o Sr. Kassab e a sua guarda pretoriana continuem avançando sobre as 45 quadras da Santa Ifigênia. É uma derrota sem precedentes. Aquela limpeza étnica que queria fazer na Cidade de São Paulo, taxando a todos os moradores da Santa Ifigênia como base da Cracolândia, caiu na Justiça. Lógico que é uma liminar; é lógico que eles são poderosos e poderão derrubar essa liminar porque têm muito dinheiro envolvido nisso, das empreiteiras e do capital da construção civil que querem afastar a população pobre e moradora do centro de São Paulo.

Não foi do Movimento de Moradia, mas é evidente que essa liminar é para toda a Operação Urbana Nova Luz. Então, Sr. Kassab, meus pêsames, mais uma derrota. É verdade que o senhor está infligindo uma derrota ao Governador Geraldo Alckmin, e um racha sem precedentes criando dois partidos. O PSD e o outro é PSDB. Há então o PSDA, ou PSDB, ou PSDC - sei lá -, tudo farinha do mesmo saco. Importante mesmo é que vocês perderam na Justiça. O povo de São Paulo tem o que comemorar. Parabéns, Professor Marcelo Kiyoshi Harada, comerciantes da Santa Ifigênia e moradores da Nova Luz. Meus pêsames, Dr. Bicudo, filho do Dr. Hélio Bicudo, Presidente do Consórcio - estou dizendo Sr. Bucalem. E amanhã estaremos todos na Câmara Municipal de São Paulo na audiência do Rodoanel.

Viva a Justiça de São Paulo! Tchau Kassab, vai embora que já é tarde.

 

O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente nas galerias, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, inscrevi-me hoje para falar um pouco sobre o que o nobre Deputado Adriano Diogo falou antes. Estive em Itaquaquecetuba ontem, pouco depois da explosão. Não foi bem uma explosão, mas um desmoronamento de mais de 150 mil toneladas de lixo. O acidente deixou ilhados três bairros, os moradores não podem sair do lugar, a não ser que ande mais de 50 km, dando volta por Arujá. Conheço bem esse desmoronamento porque há 11 anos teve uma explosão semelhante, degradando o meio ambiente quando o chorume envenenou o rio com água potável.

Tive a oportunidade de hoje participar de uma coletiva de imprensa, quando o representante jurídico da empresa falou aos jornais. Mentiu bastante e ludibriou a imprensa, se dizendo vítima de um consórcio que já estava no limite, que era administrado por eles. E eles, 11 anos depois, assumindo compromisso de fazer um serviço decente, estão ganhando dinheiro em cima da desgraça dos moradores do entorno porque vivemos numa região onde seis cidades não têm onde levar o lixo a não ser em Itaquaquecetuba.

Na época em que isso aconteceu, este Deputado era vereador na cidade de Suzano e acionamos a Assembleia Legislativa. A Comissão de Meio Ambiente teve a oportunidade de sobrevoar o local. Onze anos se passaram e providências não foram tomadas.

Ontem, como Deputado, tive a oportunidade de acompanhar esse assunto passo a passo porque a situação está insuportável. Fala-se da situação dos moradores do entorno que convivem com essa situação precária. Tenho a impressão de que estão empurrando a situação com a barriga porque, a meu ver, os órgãos de fiscalização multam uma, duas, três vezes e, depois, tem que tomar providência porque está havendo desobediência.

Tive a oportunidade de ver na imprensa que tem 84 multas da CPF. Ou seja, multam, atuam, os empresários ganham muito dinheiro, pagam, e continuam. Recentemente, uma juíza de Itaquaquecetuba interditou o aterro por causa da reclamação da população. Os proprietários foram lá, conseguiram uma liminar e estão a todo vapor fazendo esse trabalho.

Quero dizer que esteve lá o Deputado Alencar Santana Braga Braga e o Deputado Luiz Moura. Fomos humilhados, desrespeitados. Foi também o Ricardo representando a liderança da bancada, a serviço do Deputado Enio Tatto, nosso líder.

Providências vão ter que ser tomadas. Vamos ver o que a Cetesb está fazendo porque só multar e não tomar providências, não resolve o problema. Nos dias que ficamos lá, me deu dor de cabeça pelo cheiro horroroso que exalava de gás e outros venenos naquele local. Imaginem os moradores convivendo com isso a vida toda.

 

O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Esta Presidência anuncia a presença entre nós do Prefeito Arnaldo Enomoto de Pereira Barreto, acompanhado do Deputado Carlão Pignatari.

Também anuncia a presença entre nós dos alunos e alunas da E. E. Ministro Alcindo Bueno de Assis, do Município de Bragança Paulista, acompanhados das Professoras Luciana Felix e Alaíde Pinheiro, a convite do Deputado Edmir Chedid.

Sejam todos bem-vindos. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, essa noite que se passou, tivemos uma grave ocorrência policial próximo aqui da Assembleia Legislativa. A sede do Clube Ipê foi tomada de assalto por nada menos que 10 marginais armados, alguns com submetralhadora e fuzil, com o objetivo de roubar caixas eletrônicos existentes nessa associação.

Diante do acionamento do aparato policial, guarnições da Polícia Militar se deslocaram para o local e foram recebidas à bala, a tiros de fuzil. Temos um sargento da Polícia Militar que, graças a Deus, só acabou sendo ferido na mão e os estilhaços de munição lhe feriram a cabeça. Os marginais conseguiram empreender a fuga.

Eu trago isso ao conhecimento dos nossos parlamentares, para a população que nos acompanha, primeiro, para dizer que existe uma diferença muito grande entre o mártir policial que o governo quer vender para a mídia, dizendo: como baixamos a menos de 10 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes do Estado de São Paulo, chegamos ao paraíso. São Paulo está com a Segurança Pública em perfeita ordem. O que não é verdadeiro. Aliás, longe, muito longe da verdade. Posicionamentos midiáticos a respeito da Segurança Pública não refreiam o ânimo de marginais.

No segundo momento, quero trazer uma preocupação para esta Casa mesmo. Não conseguimos nem tirar o protetor de Sprinkler do restaurante. Faz uma semana que falei sobre isso. Se pegar fogo hoje vai morrer gente dentro porque não tirou o protetor do restaurante. Responsabilidade da Secretaria Geral da Administração, da Assistência Militar, seja lá de quem for, mas não toma esse tipo de providência. Como fazer uma análise de segurança dessa instalação? Chegou aqui o Bradesco com 10 caixas eletrônicos. O Banco do Brasil tem meia dúzia de caixas eletrônicos. O Santander também tem caixa eletrônico aqui e temos um contingente mínimo de policiais. Aliás, a guarita ficava a 50 metros de distância, que era mais difícil de matar um policial, o único que trabalha 24 horas aqui. Nessa reforminha, que V. Exa. falou aqui, colocaram só a guarita mais próxima para ser alvejado próximo à grade.

O comandante da Polícia anuncia que todo efetivo da Polícia Militar está portando uma pistola ponto 40. Posso estar muito enganado, mas hoje, ao entrar, vi os policiais militares da Assistência Militar da Assembleia usando revólveres. Não acho que é alucinação do Deputado Major Olímpio, não.

Ao Clube Ipê dá para ir a pé daqui sossegado. Os criminosos estão à espreita de presas fáceis e não tenham dúvida há cobiça por valores. Trouxemos mais estruturas para instalações financeiras aqui. Já tivemos roubo em instalação financeira dentro do Comando Militar do Sudeste. Tivemos, há três meses, dois fuzis roubados do Comando Militar do Sudeste.

Temos aqui a preocupação de desarmar um policial dentro da Assembleia Legislativa, para não parecer uma atitude repressora. Os policiais trabalham aqui dentro e muito embora haja uma probabilidade menor de um ataque aqui eles são profissionais de Segurança Pública. Precisamos rever se eles estão com condição de nos proteger, proteger os funcionários, proteger os cidadãos e os alunos que estão aqui para conhecer o legislativo, porque, lá fora, o Governo do Estado não está protegendo os cidadãos.

Vamos ver se o Governador abre mão da sua escolta, se o Secretário de Estado abre mão da sua escolta, se o Presidente da Casa abre mão da sua escolta. Todo mundo está com sua escolta e dizendo que a Segurança Pública está maravilhosa, mas a alguns metros daqui marginais na madrugada, com fuzis, com submetralhadoras, com pistolas, atacaram para roubar caixas eletrônicos e feriram policiais militares. Fica aqui a minha recomendação.

 

 O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Encerrado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Por permuta de tempo com o nobre Deputado Estevam Galvão, tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, estamos vivendo uma época onde mais do que nunca se torna necessária uma reforma das nossas leis penais, dando ao Poder Judiciário não apenas mais recursos mas mais agilidade.

É triste falar, mas hoje, principalmente na área administrativa, onde a corrupção regra geral tem campeado, o que acontece? Mensalão, dinheiro público escondido na cueca, na meia, onde for, se denúncia caluniosa é uma coisa, se verdade só sabemos 10, 12 anos depois porque o quê vemos acontecer com os processos contra corrupção, contra o crime em geral? Se a pessoa tem um bom advogado, se a pessoa tem dinheiro, consegue interpor recursos e mais recursos e o Poder Judiciário não consegue vencer o grande número de processos que existem. Ao final, é comum ouvirmos expressões como “afinal, houve ou não roubo do dinheiro público; aqueles escândalos denunciados pelas revistas, pelos jornais, pela televisão, foram assaltos aos cofres públicos ou não”.

Na semana passada uma revista de circulação nacional noticiou “Voltou o roubo na Previdência Social”. Ora, uma nova denúncia. Mas e a denúncia anterior? Como está o processo? Vai caindo no esquecimento e quando do resultado do julgamento - se não houve a prescrição do crime - ninguém mais se lembra de nada. É preciso que o castigo venha na hora. Portanto, precisamos reformar as nossas leis, os nossos códigos para que não tenhamos o alongamento dos prazos dos processos, principalmente os criminais. Que a gente tenha administrações públicas corretas, bem fiscalizadas pelos Tribunais de Contas, mas principalmente quando houver crime contra a administração pública que o crime seja esclarecido o mais rápido possível. E não só em relação aos crimes contra a administração pública, mas em geral.

A gente até se assusta com os crimes contra pessoas, filho que matou o pai, pai que matou uma criança. Depois de seis, sete anos o assunto volta a ser manchete porque não se tinha ainda a decisão final.

Gostaria ainda de falar sobre o projeto da ficha limpa, se deveria valer já para esta eleição ou para a próxima. Se há necessidade dos candidatos terem ficha limpa para poderem disputar uma eleição e se eleitos, deveriam ser impedidos de assumirem.

Meu Deus do céu, não precisa lei para isso. Se os partidos fossem realmente bons, se os partidos cumprissem com as suas obrigações, não precisaria lei especial. Os dirigentes partidários não fariam lançamento de candidatos que têm ficha suja. É muito fácil um partido saber se um pretenso candidato tem ou não ficha suja e não dar legenda a ele. Pode-se falar “mas deixa o povo decidir.” Mas todo mundo sabe que infelizmente há um percentual do eleitorado que também não presta, que a troco de dinheiro vota em determinados candidatos. Se tem político corrupto e malandro, é verdade, também tem gente do povo que não presta. Portanto, é preciso que o partido comece a selecionar, não lançando candidato ficha suja.

Ano que vem teremos eleições municipais e o apelo que fazemos é para que os dirigentes partidários selecionem bem, vejam o passado dos candidatos que se apresentam ao eleitorado. Nas eleições municipais isso é muito mais fácil. Selecionem e depois deixem o povo escolher entre os fichas limpas aqueles que deverão representá-lo nos cargos públicos.

Falou-se também de Segurança Pública. Gostaria de fazer uma sugestão ao Governador Geraldo Alckmin sobre os presídios. Estamos com a maioria dos presídios superlotados. Presídios onde cabem 400, 500 detentos têm 1000, 1200 e não se recupera quase que ninguém.

Agora que o Governo está construindo presídios para dar uma situação digna aos presos, que se faça o seguinte: ao contrário do preso tomar sol ou jogar bola, que ele trabalhe como todos os operários aqui fora e que o resultado do seu trabalho possa ir para uma poupança ou para ajudar a sustentar sua família.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Nesse sentido, quero sugerir ao Governo que na construção dos novos presídios tenha escola profissionalizante ali dentro, onde o preso vai aprender uma profissão, trabalhar e ser remunerado como resultado do seu trabalho. Ao contrário de ficar sentado tomando sol e falar bobagem aprendendo na universidade do crime, ele vai aprender uma profissão. Vai ganhar dinheiro para sustentar a família ou ter uma poupança para quando sair do presídio recomeçar a sua vida e não ir para a marginalidade. Então colocar nos presídios oficinas para ensinar aos presos profissões. Isso é muito importante porque saindo da cadeia sem uma profissão vai buscar o caminho rápido do crime e isso seria horrível porque o Governo teria gasto uma fortuna durante muitos anos sem recuperá-lo.

Finalmente gostaria de falar sobre a necessidade de uma reforma administrativa neste País. Temos de descentralizar a administração pública. Tive a honra de ser presidente da Associação Brasileira dos Municípios. Defendo intransigentemente o municipalismo.

O que é isso? É entregar aos municípios um maior número de atribuições. É um absurdo que prefeitos tenham de ir a Brasília, de chapéu na Mao, para pedir ambulância, pedir auxílio para construir uma coisa ou outra. Esse dinheiro tinha de vir automaticamente para as administrações locais. Dar maior número de atribuições aos prefeitos, maior responsabilidade, e maiores recursos. Fica muito mais fácil ao povo fiscalizar seus administradores locais do que saber como o governo federal está gastando o dinheiro dos impostos. E hoje, infelizmente, cerca de 60 % dos impostos vão para o governo federal para fazer obra nos municípios. Então, entrega essas atribuições aos municípios, aos prefeitos, às câmaras municipais. E tenho certeza, haverá uma fiscalização melhor, haverá uma identificação melhor com as necessidades do município e com isso teremos maior agilidade da administração pública. Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Sr. Presidente, peço um minuto de silêncio em função da saída do Deputado Walter Feldman do PSDB e do luto profundo pelo fim do PSDB. E o último que sair, apague a luz.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Respeito a solicitação feita, mas não é justa. Quando nesta Casa pedimos um minuto de silêncio é por alguém que faleceu, alguma pessoa que tem muitos méritos e que passou para a vida espiritual. Se não daqui a pouco vamos ter a pessoa pedindo um minuto de silêncio pelo discurso terrível que alguém do PT ou do PSDB fez e com o qual não concordamos. Acho que é impróprio esse tipo de requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PSDB - Esta Presidência entendeu que não é regimental.

Por permuta com o nobre Deputado Roque Barbiere, tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari, pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, Sras. e Srs. Deputados, quero cumprimentar o grande amigo Arnaldo, prefeito da cidade de Pereira Barreto, do PSDB, partido que não vai apagar a luz, Deputado Adriano Diogo, porque o PSDB está cada vez mais firme e forte. O que estamos conseguindo é realmente deixar no partido as pessoas que gostam e querem fazer do PSDB cada dia mais um partido forte. Uma pessoa que não se elege num pleito, foi secretário municipal, exerceu vários mandatos e não consegue se eleger é porque o povo não o quis mais; não é o partido que não o quis.

Venho de uma cidade bem distante, a 520 km da capital do Estado de São Paulo, uma cidade quente, da qual tive a honra e um orgulho imenso de ter sido prefeito. Assim como o grande prefeito de Ribeirão Preto, Welson Gasparini. Fui prefeito de Votuporanga, uma cidade que vem crescendo e se desenvolvendo a cada dia. Uma administração muito séria e muito determinada pelo meu sucessor do PSDB; uma pessoa séria, comprometida, que faz com que aquela cidade cresça e se desenvolva cada vez mais realizando um grande trabalho.

Venho aqui pedir que o PT de São Paulo se junte ao povo brasileiro e peça à presidente Dilma que pare de fazer discursos e passe à prática, como aprovar a PEC 29, da área da Saúde, compromisso assumido na campanha eleitoral. Que ela aumente o valor das micro, pequenas e médias empresas; também um compromisso assumido. Com mais de cem dias de governo, não vemos nenhum tipo de movimentação.

Vamos ter uma inauguração da nossa UPA, grande parceria que a prefeitura de Votuporanga fez com o governo federal, na época do Presidente Lula. O Samu será inaugurado no dia 30. Pela falta de investimento do governo federal na área da Saúde do nosso país, estamos com uma dificuldade imensa de contratar médicos, mesmo pagando 750 reais por um plantão de 12 horas. Se o médico trabalhar 20 dias, irá ganhar 15 mil reais. E não temos nenhuma condição. Temos de pagar mais. Hoje, na Saúde, mais de 60 % são do Tesouro do estado. Todos os AMEs, todos os procedimentos de alto custo não têm, em nenhum momento, recursos do governo federal.

Precisamos de ajuda do governo federal para investir no metrô da cidade de São Paulo, para ter mais três, para ter mais mobilidade urbana na capital do Estado de São Paulo. Precisamos da ajuda do governo federal para investir nas rodovias federais que cortam nosso estado, que são verdadeiras rodovias da morte. O PT vem aqui todos os dias falar sobre praças de pedágio, mas nas nossas rodovias, mesmo com aumento de 30% no fluxo de veículos no feriado prolongado, tivemos aumento de 8,6% de morte, que infelizmente é muito. Temos de lutar para que se reduza cada vez mais esse índice. Mas temos certeza que se o governo do Estado de São Paulo tiver ajuda do governo federal, poderíamos melhorar muito a vida do povo paulista que aqui vive e que aqui trabalha.

Hoje numa audiência com o Secretário da Segurança Pública, na sua maneira espontânea de ser, ele me disse que tínhamos de vir à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e agradecer ao BID porque ele está investindo no nosso estado e nos ajudando a investir cada vez mais nas nossas rodovias, no metrô e nas vicinais.

Pedimos que vocês do PT nos ajudem, que parem com os discursos politiqueiros e eleitoreiros de todas as vezes. Vamos trabalhar. Vamos cumprir pelo menos parte das promessas e dos compromissos assumidos pela Presidente Dilma para melhorar a vida de toda a população. Acredito que ela será uma grande presidente para nosso país.

Queremos sempre estar prontos para discutir. Não fazendo chacotas nem brincadeiras com partido político como foi feito hoje nesta Casa. Acho que esta Casa é séria, é a Casa de Leis do Estado de São Paulo. Temos de aqui resolver os problemas do estado e não fazer brincadeiras jocosas com os partidos, nem o menor nem o maior partido do Estado de São Paulo, como é o meu partido, como é o seu partido.

São Paulo está no caminho certo, está melhorando cada vez mais a vida do trabalhador desse grande estado. São Paulo tem uma virtude muito grande. Mesmo com as integrações na grande São Paulo nossa cidade consegue ter o melhor Metrô do mundo. Outro dia vi uma matéria no jornal dizendo que era o Metrô mais lotado. Lógico; desde a década de 70 não há um real de recurso do Governo Federal. O último foi feito na primeira linha. Então o nosso Metrô, por ser o mais jovem, é o melhor, pequeno ainda, 70 quilômetros, aproximadamente, mas que com certeza ajuda muito o trabalhador a se descolar de sua casa ao trabalho.

Quero dizer que todos nós, juntos, podemos fazer nesta Casa de Leis um grande esforço, um grande trabalho para que possamos defender cada vez mais o trabalhador e o morador do nosso Estado.

 

A SRA. HEROILMA TAVARES - PTB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Obrigada, Deputado, pelo aparte. Gostaria de me pronunciar a respeito de um grande acidente ocorrido na Cidade de Itaquaquecetuba, no aterro sanitário. É a primeira vez que me pronuncio aqui na Assembleia Legislativa e gostaria de não ter que falar sobre algo tão triste.

Sou moradora de Itaquaquecetuba e componho uma frente parlamentar com seis deputados. Hoje muita gente vai ao município ver o que aconteceu, a imprensa se manifesta achando que poder haver pessoas soterradas no aterro, mas ninguém tem uma informação concreta. E o mais trágico é que há 11 anos aconteceu o mesmo tipo de acidente. O aterro ficou no máximo dois anos fechado. As cidades do Alto Tietê e Caieiras, talvez também Franco da Rocha, depositam seu lixo lá. É mais de um milhão e meio de toneladas por dia. Hoje todos se preocupam.

Assumi a Secretaria de Promoção Social da cidade, meu marido é prefeito em seu segundo mandato, e sempre me preocupei com a questão do lixo. Itaquaquecetuba é uma cidade com mais de 300 mil habitantes, muito pobre, muito carente, e ninguém nunca tomou uma providência. Não fui ao local, porque estive fazendo uma viagem por questões particulares, e cheguei hoje. Não adianta eu vir à tribuna e falar coisas sobre as quais não tenho conhecimento. Até comentei com dois deputados que quando o aterro foi feito ninguém imaginou que a cidade crescesse tanto, e ninguém quer um aterro em sua cidade. Então para onde pode ir o lixo? Não se faz campanha de conscientização sobre o lixo, de coleta seletiva, o que geraria um custo menor para os municípios. Hoje, infelizmente, muitas pessoas sobrevivem recolhendo lixo nas ruas. Somos 94 deputados representando o Estado e às vezes sinto-me até um pouco envergonhada por ver e ouvir certas situações. Fomos pedir votos à população. Temos que ter fidelidade partidária, honra, mas temos também que discutir coisas concretas que beneficiem a população do Estado de São Paulo.

Gostaria de ter me manifestado antes, mas achei que não adiantava. Vimos aqui para discutir, mas temos que ter também respeito. Muito obrigada.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Gostaria de me solidarizar com a população de Itaquaquecetuba. A Deputada chegou muito preocupada com o que aconteceu. Todos nós já fomos prefeitos ou agentes políticos do Executivo de uma cidade. Quando há uma tragédia, a dor que sentimos é muito grande. Portanto pedimos a Deus que não tenha acontecido nada de mais grave e que não haja pessoas soterradas. Muito obrigado.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, nos próximos dias, por uma emenda parlamentar do Deputado Federal João Paulo Cunha, na Cidade de Votuporanga vai ser inaugurada uma UPA. E sabemos que a saúde do Estado de São Paulo, hoje, é precária e essa UPA pode melhorar as condições de Saúde da Cidade de Votuporanga.

Fizemos um debate, hoje, na tribuna, sobre o montante que o Governo Federal está disponibilizando para o Rodoanel, Trecho Norte, no Estado de São Paulo. São 1,8 bilhões; um terço do investimento que será feito no Rodoanel, aqui em São Paulo, é recurso do Governo Federal. Temos ainda mais 600 milhões aprovados agora para a calha do Tietê. Temos sofrido muito com enchentes na Cidade de São Paulo e estamos tendo agora um processo também de investimento do Governo Federal na calha do Tietê para tentar resolver o problema das enchentes, uma responsabilidade do Governo do Estado e do Município de São Paulo.

E quando trazemos o debate da CPTM, a linha Varginha é responsabilidade do Governo do Estado de São Paulo, que está desapropriando uma série de famílias, como feito também na construção do Rodoanel, Trecho Sul. Muitas famílias de Taboão da Serra e Itapecerica foram desapropriadas, havia dinheiro do Governo do Estado para a construção de moradias definitivas, mas essas famílias não receberam nada.

Portanto esse debate é importante, mas colocando-se o investimento feito de cada um dos setores, porque senão fica muito fácil só cobrarem o Governo Federal. O Rodoanel tem em sua construção 1,8 milhões do Governo Federal, dois bilhões do Governo do Estado e mais dois bilhões do BID. E em relação ao Metrô, boa parte dos recursos vem do BNDES. Por que será que o Governo do Estado não buscou o dinheiro no Bradesco ou no Itaú? O BNDES é um banco do Governo Federal; então boa parte do resultado do Metrô de São Paulo vem de recursos também do Governo Federal. Agora, se fosse uma prioridade do Governo do Estado ampliar as obras de Metrô ou os trens da CPTM, esse debate teria que ser feito, mas hoje não temos linhas traçadas para o Metrô de São Paulo. O Serra fez um desenho, uma proposta, e Alckmin agora vem e desmonta toda a proposta feita pelo governo passado. Muda o governo, o partido é o mesmo, mas a proposta é mudada.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente...

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Sr. Presidente, há um acordo entre nós - desculpe-me, Deputado José Cândido - que enquanto estivermos no Grande Expediente não faremos interrupções, deixando as comunicações para depois. O Deputado Alencar está na tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Nobre Deputado, gostaria de esclarecer que há um acordo entre os partidos que no Grande Expediente, quando há oradores inscritos, as comunicações deverão ser feitas posteriormente. Então regimentalmente V. Exa. tem todo o direito, mas, se puder abrir mão, agradeceríamos.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Acredito que o Deputado Alencar vai contemplar o que eu ia dizer aqui.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Obrigado pela condescendência.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, como foi citado para o Deputado Marcolino, gostaria de esclarecer à população que financiamento não é repasse de recurso, porque o Governo paga o capital e os juros. Não há nenhuma vantagem em dizer que o BNDES colocou dinheiro no Estado de São Paulo. Não, ele emprestou dinheiro e o Estado de São Paulo vai pagar os juros e o capital.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público presente, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, estive hoje em Itaquaquecetuba, com os Deputados José Cândido, Luiz Moura, que fazemos parte da Frente Parlamentar do Alto Tietê, com demais colegas, o Deputado Gondim, a Deputada Heroilma e o Deputado Estevam.

Visitamos o aterro da empresa Pajuan, onde ontem, infelizmente, o aterro desmoronou. Uns dizem que explodiu, outros, que foi tão-somente um desmoronamento e que depois houve a explosão da fiação.

É importante registrar que o advogado da empresa, na entrevista coletiva à imprensa, foi totalmente contraditório, com declarações uma contrária a outra. Não conseguiu esclarecer nada, tentando contar a história do início do aterro, que era feito por um consórcio de municípios, e depois foi assumido pela empresa. Como dizem aqui nossos colegas Deputados, como o Deputado José Cândido, já houve há 11 anos uma explosão no mesmo aterro.

É lamentável o que vimos hoje, cenas horríveis. Visitamos a comunidade ao lado, os bairros vizinhos. O cheiro é insuportável. O pior é que esse cheiro não é decorrente do desmoronamento, é constante. Os próprios moradores assim relataram. Um dos moradores fez um depoimento à imprensa e chorou emocionado, ao contar sobre seus 22 anos de história naquele bairro, e falando sobre o sufoco de toda a família por viver naquele cheiro.

Deputado Welson, V. Exa. falou em fiscalização, responsabilidade dos órgãos públicos, responsabilidade dos agentes políticos. Que nosso Secretário Bruno Covas tome medidas urgentes em relação ao aterro. Até o presente momento a Cetesb não interditou o aterro. A interdição que houve, provisória, é da prefeitura municipal.

Havia, no momento do desmoronamento, alguns fiscais da Cetesb no aterro, e eles não tomaram uma medida sequer. O próprio representante da empresa disse que “a Cetesb não interditou o aterro, está interditado provisoriamente pela prefeitura”, a quem parabenizamos pela medida. É uma medida de proteção, porque não sabemos se haverá novos desmoronamentos, e podem ser evitados riscos para aquelas famílias do entorno.

suspeita, um morador assim disse, que uma pessoa está desaparecida desde ontem, e ele estaria no veículo. A família o procura, e não sabe se foi soterrado, ou não, pela montanha de lixo que desabou.

Entrando no aterro, pudemos perceber rachaduras no aterro. Esperamos, pedimos, e estamos apresentando requerimento nesse sentido, para que a Cetesb tome providências, para que nos responda qual a capacidade do aterro, que até o momento funciona sob licença provisória, uma licença precária, que vence agora em 2011. Por que a Cetesb não está acompanhando devidamente? Queremos saber da Cetesb qual é o tempo de vida útil do aterro, qual é o histórico, por que ocorreu esse desmoronamento e também um outro. Esperamos a fiscalização e a ação do agente público.

No primeiro momento, nessa visita, os responsáveis pela empresa não permitiram que nós adentrássemos o aterro. Tentaram colocar alguns obstáculos, mas insistimos.

Estávamos acompanhados também do Presidente da OAB de Mogi, Dr. Marcos Soares, com o representante da OAB de Itaquaquecetuba, Dr. Odair, da comissão do Meio Ambiente, moradores de Itaquaquecetuba, dentre eles o militante Edson Moura, que acompanhou de perto e sempre, como vereador que foi daquela cidade, cobrou e exigiu providências por parte do poder público.

É importante o acompanhamento, fazer uma visita ao local, porque de fato as cenas são horríveis, e apresentam risco de novos acidentes. Uma tragédia pode acontecer ali. Temos que agir. Conclamo os demais colegas desta Casa, em especial os da Frente Parlamentar do Alto Tietê, que acompanhemos de perto e exijamos da Cetesb medidas efetivas.

Sr. Presidente, mudando de assunto, o Deputado Carlão Pignatari falou há pouco sobre o Samu, que o Governo Federal não investe como deveria, na Saúde. Deputado Carlão, todos os Estados do País ajudam o Samu, com exceção de um único, não o menor dos Estados, não o mais pobre, mas, pelo contrário, o mais rico dos Estados. É o Estado de São Paulo que não ajuda o Samu.

O correto seria a União dar 50%, o Estado dar mais 25%, e o município dar mais 25%. Como disse aqui o Deputado Luiz Claudio, o Governo Federal tem ajudado, sim, o Estado de São Paulo, mas o Estado de São Paulo não tem feito a sua parte, por exemplo, no Samu, onde não ajuda os municípios.

Ele mesmo aqui se contradiz. Ele diz que o Governo Federal vai inaugurar na cidade dele uma UPA, o Samu, e diz que o Governo Federal não está ajudando. Alguma coisa está errada. Não entendo esse discurso. Ele mesmo demonstra a sua contradição e, mais, a contradição do discurso do PSDB. E diz que o Governo Federal não quer ajudar o Estado de São Paulo, mas parte da bancada tucana no Congresso Nacional votou contra o TAV, fazendo oposição do “quanto pior, melhor”, uma oposição ruim ao desenvolvimento do nosso País e ao desenvolvimento do nosso Estado.

Deputado Welson, V. Exa. fala em fiscalização, em moralidade, em acompanhamento, em investigação. Peço a V. Exa. que cobre do Governador Geraldo Alckmin - que tem feito uma gestão tentando desmontar a gestão do seu antecessor -, que investigue o Rodoanel, que investigue o Paulo Preto, que investigue o Dersa. O que ocorreu naquelas denúncias? O que ocorreu na execução da obra? Vossa Excelência cobrou ação por parte do Ministério Público, da Justiça e dos parlamentares; V. Exa. pode exigir aqui também, como representante, que se investigue o próprio Governador, que se instaurem procedimentos de investigação, para dizer o que ocorreu, quando o Sr. Paulo Preto também estava trabalhando no Dersa.

Vamos tomar medidas nesse sentido, para não deixar que seja só discurso, que aí fica fácil. Fica fácil. O Deputado Adriano Diogo fez uma homenagem ao fim de um partido que nasceu dizendo que seria a diferença, pregando moralidade à época, mas hoje observamos que estão totalmente desencontrados. Cada um dos tucanos voando para um lado.

Provavelmente alguns voltarão, se não for para casas antigas, mas voltarão para ninhos semelhantes de onde vieram. Observamos isso, e está claro que se desmancha um partido porque não tem projeto, porque estão presos a vaidades. Não venham aqui dizer que o nosso partido é feito só de discurso, Deputado Welson.

Temos ação efetiva. Amanhã estaremos, Deputado Marcolino e Deputado Zico Prado, em Brasília, discutindo com o Ministro dos Transportes a questão do Rodoanel. Queremos respeito por parte do Governador àquelas famílias que estão sendo afetadas, e principalmente aos municípios.

Só que não estamos tendo esse respeito no Estado de São Paulo. E há dinheiro do Governo Federal, como o próprio Governador reconheceu recentemente na imprensa. Aliás, todo feliz, posando para foto, tentando demonstrar uma nova feição, que está aberto ao diálogo, um estadista, dizendo que foi recebido pela Presidente Dilma. Aqui disseram que a Presidente Dilma até agora não mostrou ação. Está claro no Rodoanel. Está claro um bi que libera para a CPTM comprar mais trens metropolitanos de qualidade. Esperamos que o Governador faça a devida compra, pensando no transporte daquelas pessoas que mais necessitam para ir trabalhar, que pegam o trem cedo para chegar ao seu local de trabalho.

Srs. Deputados, Deputado Welson, Deputado Carlos, que utilizaram a tribuna, pelo que percebemos, a contradição está presente em alguns discursos. Se acompanharmos declarações de alguns representantes de seu próprio partido, vamos observar a diferença.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, voltando ao tema inicial, conclamo mais uma vez que possamos cobrar da Cetesb efetivamente uma ação quanto ao lixão de Itaquaquecetuba, o aterro que desmoronou ontem. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias, por permuta de tempo com a nobre Deputada Maria Lúcia Amary.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, o nobre Deputado Alencar falou sobre transparência. Até hoje, nenhum caso do PSDB foi para o Supremo, como o mensalão. O próprio procurador os chamou de mensaleiros. Até hoje, só houve boatos sobre o PSDB. A Justiça está aberta. Não temos nenhum processo. Fazem discurso, mas o que aconteceu em Brasília foi como uma quadrilha montada por José Dirceu. Isso não sou eu quem falou, e sim um cargo de confiança do Presidente da República, o Procurador-Geral de Justiça em Brasília. Agora apareceram mais coisas.

Geraldo Alckmin não virou dono de cobertura. É o mesmo médico, mora no mesmo apartamento de 30 anos atrás. Isso precisa ser falado. Ele não mudou para a cobertura de um prédio, alguém que nunca trabalhou. A população precisa ficar sabendo disso.

Temos vários problemas. Todos os partidos têm problemas. Nunca prometemos que vamos resolver todos os problemas. O que o PSDB promete em época de eleição, continua depois da eleição, não muda. Falaram sobre o problema da saúde. Até seis anos atrás, a União bancava 60% e as prefeituras e os Estados, 40 por cento. Hoje, inverteu. Hoje, a União banca 40% e as prefeituras e os Estados, 60 por cento. Todas as 35 AMEs de São Paulo não entraram no SUS, pois o Ministério impediu. O Governo Federal está lavando as mãos.

Nobre Deputado Luis Carlos Gondim, V. Exa. sabe que as prefeituras e o Estado estão chegando no limite, não conseguem mais atender. E além disso, faz dez anos que não corrigem a tabela. As Santas Casas estão arrebentadas. Vossa Excelência, como eu, trabalha em Santa Casa, sabe que as Santas Casas estão quebradas. O Governo Federal ajuda? Não. A tabela está defasada há anos. São Paulo é quem sustenta o Brasil. Sessenta por cento dos transplantes são feitos em São Paulo; 60% dos casos de câncer são tratados em São Paulo.

Em Bauru há o Centrinho, referência para a América Latina, atende 30% do Estado de São Paulo e 70% dos outros Estados. São Paulo é quem banca. Todas as pessoas que ficam doentes - presidente, vice-presidente - vêm para São Paulo. Alagoas, per capita, ganha o dobro de São Paulo. Esse é o problema. São Paulo carrega o Brasil na saúde, na educação. E eles fazem discurso. Até criaram uma Faculdade de Medicina em São Carlos. Sabem para onde mandam o aluno estagiar? Para o Hospital Estadual de Bauru. Montaram politicamente, sem critério. Os alunos vão todos os dias a Bauru para fazer estágio.

Queria abordar outro tema, mas como se criou uma polêmica, não posso ficar quieto. Vou falar sobre essas declarações de colegas nossos. Acho que o que aconteceu hoje com o “deputado” Walter Feldman é algo nascido lá atrás. Eu pedi a expulsão dele há dois anos. Mas, infelizmente, o partido não me escutou. Walter Feldman, pediram para você ser vice do candidato Geraldo Alckmin. Você não aceitou ser vice e virou inimigo dele. Em qualquer país se alguém não segue o candidato do partido vai para outro partido. Ele ficou, ninguém mexeu e agora está virando vítima. Agora arrumaram para ele uma secretaria em Londres para acompanhar os jogos olímpicos. Não sei o que ele vai fazer em Londres. Na elite, em Londres, Paris, Roma, ele não vai resolver os problemas da Zona Leste. Ele foi Secretário dos Esportes. O que fez para o esporte? Agora vai para Londres. Estimulado pelo PT, agora são amigos. Vai com Deus. Deveria ter saído há muito tempo. Faz tempo, pedi a expulsão dele. Hoje, está virando vítima. Walter Feldman, conhecemos você muito bem. Trabalhamos quatro anos juntos.

Nobre Deputado Adriano Diogo, respeito você, sua autenticidade. Estou preparando um projeto sobre as organizações sociais. Vou passá-lo primeiro para você. Não há problema entre o PT e o PSDB. O problema é a comunidade.

Afif é meu patrício, gosto dele, mas ou você é governo ou não é. Isso é natural. A oposição é tão útil quanto a situação. Em qualquer país, para salvar a democracia é necessário haver a oposição.

Walter Feldman, já conhecemos você. Quer sair de vítima? Está se aproximando de Dona Dilma. Essa turma de Kassab e companhia são filhotes de Maluf. Todos sabemos o que fizeram na Cidade de São Paulo. Vocês foram vereadores. Eu sou caboclo do interior.

Mas alguém chega agora e quer mostrar que é coitadinho e vítima, dizendo que alguém o perseguiu. Não perseguimos ninguém! O mais provável é você, presidente do partido. Partido é partido, e se alguém apoia candidato de outro partido, que peça desligamento imediatamente, ou será aberto o processo de expulsão.

Isso deveria acontecer com todos os partidos. É o mínimo. Fico feliz com o episódio de hoje do PSDB. Quem sabe isso trará de volta a época de Mário Covas, da ética, da moralidade e da seriedade. Quando a pessoa sai do partido é uma depuração saudável para o partido. Os ideais do partido, com o tempo, foram se deteriorando. Isso foi até bom para nós. Não sei se a oposição vai lucrar com a aproximação do Kassab com Walter Feldman. Ocorrem muitos namoros, aí sai candidatura única. Vão com Deus. Se vocês conseguirem corrigir o seu rumo, se tornarão heróis. Porque nós não conseguimos. Geraldo Alckmin não ganhou a eleição só com a força do PSDB, mas também com a sua força e sua seriedade. E Geraldo Alckmin vai responder a Walter? Ele queria que isso acontecesse para obter status. Walter, você precisa aprender muito para chegar perto de Geraldo Alckmin. Um grande abraço. Desculpe-me se fui um pouco agressivo, mas falei de coração no que acredito.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira, pelo tempo restante.

 

O SR. MILTON VIEIRA - DEM - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero ceder uma parte do meu tempo ao nobre Deputado Itamar Borges para que possa também expressar as suas manifestações.

Quero me assomar à Deputada Heroilma, ao Deputado José Cândido e aos deputados da Região do Alto Tietê, de Itaquaquecetuba. Sou também morador de Arujá desde 2004. Como dizia o nobre Deputado Alencar há pouco, não é porque houve aquela explosão no aterro que tem o mau cheiro de hoje. O mau cheiro lá é constante, uma coisa lastimável. O cheiro vive dentro das nossas casas. Diversas reclamações foram citadas e assim não irei me estender. Ficamos mais abismados ainda porque isso é coisa já superada há dois, três anos, mas funcionando há 10 anos, com liminar. É uma empresa com o histórico de uma catástrofe em Manaus, quando tombou o lixo no rio, se não me engano o rio Amazonas. Foi uma poluição que traumatizou a região. Afetou agora a Região do Alto Tietê.

Sabemos que as prefeituras precisam de um local para aterrar o seu lixo, mas não num lugar como esse, funcionando desse jeito, o Aterro Pajoan, em Itaquaquecetuba. A Deputada Heroilma que é de lá e é esposa do prefeito pode falar melhor do que qualquer outra pessoa aqui. Conhecemos o aterro não só pelo descaso, mas pelo mau cheiro, o chorume poluindo. As pessoas que moram ao redor sofrem e não têm a quem reclamar.

Solicito então que nós, deputados daquela região, possamos criar uma frente para não deixar nunca mais abrir aquilo. Se há necessidade de um aterro, vamos ter num outro lugar, mas ali é impossível de se conviver. É um desrespeito às pessoas. Deixo aqui a minha manifestação de repúdio. Nós, como parlamentares, temos de fazer alguma coisa. Principalmente nós, daquela região.

Recentemente, tive uma situação muito desagradável no Hospital Santa Marcelina, de Itaquaquecetuba. Embora o hospital tenha as suas dificuldades, nós também temos de nos unir e ajudar a saúde do nosso Estado. Outra questão é a das crianças e dos adolescentes. Li uma matéria dizendo que uma criança morreu de fome porque a mãe a trancava. Temos de tomar alguma providência. Não podemos ficar vendo a tudo isso sem fazermos nada. Fomos colocados aqui por essas pessoas, muitas humildes e que dependem da gente. A palavra de Deus - eu que sou evangélico - diz, no Provérbio 31.8, “Abra a boca a favor do mudo”, daqueles que são desprezados, estão desalentados. Nós temos de falar, o povo não tem acesso a esta tribuna. Nós é que temos de fazer algo para ajudar a essas pessoas.

Obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados. Gostaria de ceder o restante do meu tempo para o nobre Deputado Itamar Borges.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges, pelo restante do tempo.

 

O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, nobre Deputado Milton Vieira. Não poderia deixar de fazer este registro hoje e agradeço pela oportunidade. Dei entrada hoje, na Casa, a uma indicação e a uma moção. A moção é de apelo ao Congresso Nacional, ao Senado e à Câmara; a indicação é ao Governador e ao Secretário de Segurança, assunto relativo à Segurança Pública.

Inicialmente quero homenagear a todos os componentes da Policia Civil e da Policia Militar do Estado de São Paulo pelo transcurso do seu aniversário no último dia 21 de abril. O policial paulista, seja da Policia Civil ou da Policia Militar, merece nossos aplausos todos os dias pelo brilhante serviço que presta ao nosso Estado.

O nosso Estado conta com a melhor Polícia do Brasil e tem superado os mais diversos problemas com os quais se defrontam. Com muita garra e determinação atendem às demandas da nossa população. Sabemos que é preciso uma atenção especial para a segurança e temos certeza de que o Governador Geraldo Alckimin fará as correções necessárias, inclusive no âmbito da remuneração desses profissionais.

Apenas como exemplo, quero citar que a remuneração dos delegados paulistas é considerada uma das menores do país. Os baixos salários da classe têm produzido uma debandada de profissionais que preferem prestar concursos públicos em outros estados. Segundo dados da associação dos delegados de polícia de São Paulo, a cada duas semanas um delegado deixa o cargo no Estado. Nos últimos cinco anos, São Paulo já perdeu 126 delegados.

Os delegados da nossa Policia Civil reivindicam, principalmente, serem reconhecidos como carreira jurídica, além do aumento dos seus vencimentos e melhores condições de trabalho. O Governo do Estado, a pedido da Associação dos Delegados de Polícia, se comprometeu - em recente encontro que contou com representantes da categoria, com o secretário da Segurança Pública e delegado-geral de Polícia - a apresentar até julho deste ano uma proposta de reestruturação para a categoria.

É incompreensível que uma carreira que tenha a incumbência de conduzir o inquérito policial, que na absoluta maioria dos casos sustenta a ação penal e a condenação, não seja reconhecida como uma carreira jurídica. Para que o delegado de Polícia possa exercer suas atribuições com firmeza, de forma justa, digna e motivada, é imprescindível que tenha salários condizentes com sua responsabilidade e que tenha as mesmas garantias que o Ministério Público tem.

Por esta razão, reitero aqui a necessidade, a importância de que seja realizado um estudo, que seja feita uma analise profunda para promover essa reestruturação e garantir a isonomia entre os delegados de polícia e os membros do ministério público.

Estou apresentando nesta casa de leis uma indicação para o governador do estado, para o secretário de segurança pública e para o delegado geral de policia encaminhando os anseios dessa classe, que merece ser valorizada, que merece ter seus direitos resgatados, que merece ter melhores condições de trabalho para que possam continuar contribuindo para a nossa segurança e o bem-estar das nossas famílias.

Estou protocolando também nesta Assembleia Legislativa uma moção, apelando aos presidentes da Câmara e Senado federal, para dar caráter de urgência na tramitação da PEC 549, de 2006 que tem como objetivo alçar a carreira de delegado de polícia entre as carreiras jurídicas e obter a isonomia entre os delegados de polícia e os membros do ministério público.

Aproveito a oportunidade para solicitar o apoio dos nobres deputados desta assembleia legislativa a esta nossa moção, para que desta forma, possamos atender aos anseios dos delegados de policia. Tenho certeza que o nosso governador, assim como o secretário de segurança pública e o delegado geral de polícia, estão sensibilizados com essa causa e farão todo o empenho no atendimento desse pleito. Estas são as minhas considerações, Senhor Presidente. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim.

 

O SR. LUIS CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, realmente estamos aqui sendo convocados para discutirmos os problemas sérios da área da Saúde porque quem atende a população de baixa renda são justamente as santas casas. Quem tem convênio com o SUS são as santas casas e todos só olham para as santas casas grandes, para os hospitais que as organizações sociais são atendidas e esquecem aquelas pequenas que prestam serviços muito grandes e bons para, às vezes, cinco, dez municípios. Isso vem acontecendo e temos reclamado aqui de São Luiz do Paraitinga, Salesópolis, cidades pequenas como Santa Izabel.

Nessas santas casas o prefeito gasta acima de 15% do que é determinado para a saúde, chegando a gastar 20, 23 por cento. O que está acontecendo? Não estamos tendo uma atenção especial do Governo do Estado e do Governo Federal. Precisamos melhorar a tabela, mas precisamos o Governo do Estado também olhe para essas santas casas, como o primeiro atendimento dado àquele munícipe.

Temos reclamado, temos levado esse problema pessoalmente ao Governador Geraldo Alckmin. Ele sabe da necessidade das santas casas. Precisa-se ampliar, mas não consegue. Precisa-se de um espaço maior e vem a vigilância sanitária interditá-la porque quer um espaço maior no banheiro para pessoas de necessidade especiais, para os cadeirantes. “Ah, vocês não podem funcionar porque a construção é muito antiga.” Isso tem acontecidos todos os dias e não se dá atenção para que barre a vigilância sanitária principalmente nessas santas casas para dar um tempo maior para que ela possa fazer essa reforma.

O dinheiro tem que vir de quem? Do Governo do Estado porque o município é muito pobre e não tem condição de refazer ou atender as santas casas.

Falando em saúde, não podemos deixar de falar sobre o aterro, que é um lixão. Pasmem, querem construir outro ao lado. Temos o aeroporto de Guarulhos, vamos ter o terceiro aeroporto, pelo artigo da “Folha”, em Caieiras. Temos o aeroporto de Congonhas e ali fica a distribuição de aterros ou lixões onde os aviões fazem órbita para poderem pousar. Eles ficam sobrevoando a cidade de Itaquá, Santa Izabel, Arujá e depois vão pousar em Guarulhos. O que acontece? Fazem os aterros ao lado de uma pista com o risco de que esses aviões possam vir a cair por causa dos urubus e outras coisas mais.

Temos problemas dos aterros, sim. Começou com a história da Cipa. A Deputada Heroilma vai falar sobre isso numa hora que puder.

Em 2001, fizemos um requerimento da situação atual do licenciamento ambiental e do lixão ou aterro da Pajoan, para saber o que estava acontecendo.

Em 2009, repetimos as perguntas sobre o aterro da Pajoan, localizado no Município de Itaquá. Começamos a trabalhar em 2005/06, fazendo o estudo da transformação do lixo em energia.

No trabalho com a reciclagem, fomos aos Estados Unidos, Japão para vermos as usinas de lixo. Trouxemos para cá e nada foi feito porque precisamos de pelo menos o investimento do município, do Estado e do Governo Federal ou de uma empresa que queira fazer o PPP.

Em 2010, fizemos a seguinte pergunta: “O aterro está com estabilidade? Está maciço?” Porque tínhamos visto algumas rachaduras no aterro e ontem aconteceu a explosão. Então, o que queremos? A pergunta é esta, Deputada Heroilma: onde vamos colocar o lixo? Aterro não vale, está ultrapassado. A reciclagem correta tem que ser feita. Como vamos fazer? Cadê as usinas que estamos cobrando para a transformação do lixo em energia?

Então, quero que pegue essa figura do aterro sanitário que explodiu, para a população saber o que está acontecendo na cidade de Itaquaquecetuba. Realmente, ele está incomodando toda população da divisa entre Arujá, Mogi, Suzano, Guarulhos e Itaquaquecetuba.

Vamos tomar alguma providência. Presidente da Cetesb, marque, o mais rápido possível, com os deputados da Frente Parlamentar do Alto Tietê e não trate os deputados desigualmente. Não importa o partido, temos que ser recebidos. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, indico o nobre Deputado Isac Reis para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis, para falar pelo Art. 82.

 

O SR. ISAC REIS - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de, em primeiro lugar, parabenizar o líder do PT, o líder o PSOL, o líder do PCdoB pela audiência pública desta Casa para discutirmos a questão do Rodoanel, trecho Norte. Foi muito gratificante ver a população interessada, os líderes comunitários interessados em discutir.

Esta Casa mandou convite para o Governo do Estado, que é o mais interessado. A decepção para nós foi a sua ausência, o governador não esteve presente. Esperávamos que pelo menos alguns representantes da Dersa estivessem presentes, mas não compareceram. Esperávamos que estivesse alguém da Secretaria da Habitação para discutir, mas não havia ninguém. Esperávamos que o Secretário de Transportes estivesse, porque se trata de Rodoanel, mas, infelizmente, também não compareceu.

Fico feliz que a Bancada do Partido dos Trabalhadores tenha estado presente, da mesma forma o PCdoB, o PSOL e o Deputado Olímpio Gomes.

Estou cansado de ver, em nome da evolução e do progresso, pessoas mais simples serem atropeladas. Estamos falando de cinco mil famílias que vão perder suas casas. O barraco pode ser de papelão, pode ser de zinco, mas é o teto que aquelas pessoas têm para cuidar de seus filhos. E o Governador não mandou ninguém por quê? Isso me dá o direito de pensar que eles não estão preocupados com as famílias, mas com as empreiteiras que vão fazer o rodoanel, com a concessionária que vai explorar o pedágio do rodoanel. Eles não têm comprometimento nenhum com a questão social. Pouco importa se o meio ambiente vai ser degradado, se é uma bomba de efeito retardado, se as doenças respiratórias vão advir da agressão ao meio ambiente.

Ouço alguns discursos pregando que temos de fazer a nossa parte. E temos. Nós não podemos é nos omitir quando a responsabilidade nos chama, nós não podemos usar óculos escuros para não enxergar a realidade, porque depois não teremos moral para cobrar do Judiciário por que não fez a sua parte, não teremos moral para cobrar do TSE por que não abriu a porta da delegacia para os fichas sujas, porque quando chamados, nos omitimos, não tivemos coragem de defender aqueles que nos elegeram.

Estava no meu gabinete ouvindo um deputado revolver a questão do mensalão.

É um absurdo a pessoa falar disso neste momento e esquecer o que está acontecendo, inclusive o que tivemos aqui recentemente.

Se é o dono da moral e dos bons costumes, assine conosco a CPI dos pedágios. E depois falam “o PT é bom de discurso”.

Não somos bons apenas no discurso, mas no trabalho também ou ele se esquece que o nosso Presidente teve 80% de aprovação? Ou ele se esquece que o nosso Presidente elegeu sua sucessora e criou um Brasil para todos os brasileiros?

Nós podemos e temos o direito de falar porque nas realizações provamos que é possível construir com dignidade.

Falam que não temos provas quanto a algumas denúncias contra as administrações do PSDB. Lógico! Não deixam apurar nada! Lá em Brasília foi diferente. Apurem, doa a quem doer. Quem merecer vai ter de pagar. Pode fazer CPI do Correio, pode fazer CPI do mensalão, pode fazer CPI do Celso Daniel. Agora esta Casa não quis fazer a CPI da CDHU, esta Casa não quis fazer a CPI da Febem, onde um menor custava ao Estado 2300 e um policial ganhava 540. Claro que não aparece nada! Não se pode apurar nada!

Queremos saber por que aqui se paga o pedágio mais caro do País. Mas não nos deixam apurar. Cai-se no descrédito total.

Aqui são capazes de aprovar uma CPI para saber por que os kamikazes usavam capacete e não as denúncias que dão conta de superfaturamento em obras. A lei garante 25% de aditamento numa obra. Tivemos 85% de aditamento numa obra, mas aqui não se pode apurar nada. São estas questões que fazem a diferença. Foi por isso que o Sr. Fernando Henrique Cardoso passou para a história com o apelido de Arnold Schwarzenegger brasileiro, o Exterminador do Futuro do Brasil. Por isso, não tenho dúvida: para aqueles que ainda teimam em falar, o povo deu a resposta nas urnas. Foi o partido que mais fortalecido saiu depois daquele episódio de 2005. Para aqueles que entendiam que iam jogar lama e se fortalecer, foram os maiores derrotados nas urnas e hoje estão se esfacelando. Começou a desunião entre PSDB e DEM. Lideranças estão saindo dos partidos. Vão desmoronar porque como falou o nosso companheiro Deputado Alencar, eles não têm projeto, nunca tiveram projeto para o País. Sempre administraram em cima do fisiologismo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. ADRIANO DIOGO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, o telão foi uma das maiores e melhores aquisições desta Assembleia. Democratizou a informação, por isso faço tanta questão de utilizá-lo.

O Deputado Pedro Tobias usou a tribuna e não quis ler uma notícia que saiu às três horas da tarde, infelizmente. Qual a notícia que saiu às três horas da tarde? “Alckmin tira Afif da vitrine do Governo e abriga o DEM”. Quem vai para o lugar de Afif é Paulo Alexandre Barbosa e Rodrigo Garcia entra no lugar de Paulo Alexandre.

Qual a outra manchete do “Estadão”? “Alckmin elogia Dilma e discute dívida”.

Dizem que não podemos discutir política. Só assuntos reivindicatórios.

Então, Deputado Campos Machado, V. Exa. que é um dos mais brilhantes deputados desta Casa, vou expor um vídeo feito pela campanha do Serra, postado na Internet pela Sra. Soninha, chamado 2012. Trata-se de uma futurologia, de como Dilma, eleita presidente, se relacionaria com o Estado de São Paulo. Por isso fiz questão de mostrar esta manchete “Alckmin elogia Dilma e discute dívida”.

Vamos à projeção do vídeo.

 

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- É feita a exibição do vídeo.

 

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“Dilma, o fim está próximo

 

Janeiro de 2011. Com o país dividido, Dilma assume a presidência do Brasil. Sua primeira ordem é para que a Receita Federal inicie uma perseguição implacável aos aliados e familiares do candidato derrotado José Serra. Serra viaja para os Estados Unidos com a família onde encontra, 40 anos depois, novo exílio político. Dilma declara guerra contra São Paulo. Usando sua maioria no Congresso, consegue vetar o envio de recursos do Governo Federal para São Paulo. Alckmin inicia seu mandato sem recursos para fazer investimentos na saúde, na segurança e na educação. Indústrias são incentivadas para deixar o Estado. São Paulo vira o Estado inimigo número um da nova Presidente. O PT, cada vez mais forte, exige um acerto de contas também com a Igreja Católica.

 

Estamos em julho de 2011.  O planalto envia um projeto de lei, que é aprovado pelo Congresso com ampla maioria. Dilma aprova a descriminalização do aborto e a taxação de impostos para todas as igrejas do Brasil. Estamos no fim de 2011. Com uma folha de pagamento dos servidores recorde, Dilma é obrigada a diminuir os investimentos na área social. O Brasil enfrenta um final de ano pessimista. A economia encolhe. Os empregos somem. O Brasil perde o fôlego. Dilma perde o apoio herdado das classes mais baixas. De São Bernardo do Campo, Lula dá uma entrevista criticando a forma de governar da sua ex-ministra. O ex-presidente se diz traído. Dilma contra-ataca convocando coletiva para informar que a PF vai investigar Lula por indícios de corrupção. Estamos na era dos dossiês.

 

Receita Federal e Secretaria da Justiça devassam a vida de parlamentares da oposição e inimigos do novo regime. 2012 corre rápido. A imprensa registra a maior queda de popularidade de um presidente brasileiro na história da República. A rede de televisão americana, CNN, inicia uma cobertura permanente no Brasil. Analistas internacionais mudam a classificação do Brasil de potência ascendente à nova Venezuela. Chavez e Armadinejad vêm ao Brasil prestar solidariedade para a presidente petista. O mundo protesta. Estados Unidos, França e Inglaterra rompem relações comerciais com o Brasil. Dilma declara guerra contra os principais veículos de comunicação do país. A Polícia Federal invade e fecha a Folha de São Paulo, o Estado de São Paulo, a revista Veja e a sede da TV Globo no Rio de Janeiro. O turismo internacional no Brasil desaba. A criminalidade vai a índices nunca antes vistos. O presidente do Banco Central pede demissão. O Ministro da Fazenda petista acumula provisoriamente os dois cargos. O Congresso que estava paralisado pelo rolo compressor governista inicia uma reação. Antigos aliados começam a mudar de lado.

 

Estamos em janeiro de 2013. O Brasil bate recorde de fuga de capitais do país. Dilma é vaiada em todas as solenidades públicas. Dentro do Congresso o PMDB retira formalmente o apoio ao novo governo e a maioria vira de lado. José Serra articula dos Estados Unidos a sua volta para o Brasil. Estudantes saem às ruas para protestar. O planalto convoca o MST para contra-atacar. O confronto é premente. Os estudantes e sem-terras se confrontam frontalmente. O banho de sangue varre o gramado da Esplanada dos Ministérios. Dezenas de estudantes são feridos, 13 mortos. Uma multidão vai às ruas protestar fortemente para solidariedade às vítimas do confronto.

 

São Paulo, liderada por Alckmin, toma a Praça da Sé para uma manifestação superior à das diretas. Enquanto isso a OAB entra com um pedido de impeachment contra a primeira presidente da República do Brasil. O Congresso Nacional se reúne em regime de urgência. Collor é escalado para defender o poder. A Globo consegue, na Justiça, o direito de voltar a transmitir e abre ao vivo do Congresso Nacional. Dilma envia tropas ao Congresso; parte do comando militar ratifica a ordem, parte não aceita. Há um impasse que toma conta da Esplanada. Chavez aquartelado dentro do Planalto, ameaça convocar tropas venezuelanas de apoio. O comando militar brasileiro, no entanto, retoma o controle das ações, garantindo atuação autônoma do Congresso.

 

Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. Terminada a votação de madrugada, Dilma Rousseff, primeira presidente eleita da história do Brasil, é impedida de continuar no cargo. Uma comemoração nunca antes vista na história desse país, varre o Brasil de norte a sul. Serra está de volta e é recebido no Aeroporto Internacional de Guarulhos por Lula e Fernando Henrique. A pista é tomada por uma multidão ensandecida. Michel Temer recebe a faixa de presidente da República prometendo unir o Brasil.”

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Obrigado, Sr. Presidente. Isso não é futurologia, é praga do Serra. Fora Serra! Fora Kassab! Viva o Brasil!

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público presente, ontem, em nosso país, foi comemorado o Dia do Profissional Aduaneiro. Quero parabenizar todos os profissionais que trabalham que nessa área. Desde 1808 existe o comércio exterior em nosso país e esse profissional é o grande responsável pelo trabalho com mercadorias importadas e exportadas entre o Brasil e os demais países do mundo. Hoje, 97% da importação e da exportação se devem aos profissionais aduaneiros. O presidente Waldir Santos tem feito um grande trabalho representando a categoria, fazendo com que ela possa evoluir nesse momento em que o Brasil se cresce e se desenvolve cada vez mais. Então quero deixar registrada uma homenagem aos profissionais aduaneiros.

Aproveito o tempo restante para fazer um comentário. Não tinha visto, mas é lamentável esse vídeo feito pela ex-vereadora de São Paulo, Soninha; uma vergonha fazer um vídeo como esse numa campanha eleitoral tentando assustar e amedrontar o povo jogando mentiras. Mas o vídeo tem uma coisa verdadeira. Ela diz que o Serra foi embora do Brasil. Ela só errou o local de onde ele foi e para onde. Na verdade, acredito que ele está indo embora do PSDB e ainda não sabe para onde. Afinal de contas, não é só ele que está indo. Alguns já foram. Em breve a Soninha deve lançar um vídeo dizendo para onde o Serra foi, porque é uma interrogação. Tenho certeza que em breve ele anunciará e quem sabe no caminho do Kassab indo fundar um novo ninho. Sabemos que essa briga vai longe ainda, voltando a encontrar antigos aliados em outro local porque ele está sem saída. Parece que no partido ele não encontra o espaço e o conforto que tinha antigamente. Afinal de contas, parece que o Alckmin está caçando seus antigos aliados, hoje adversários.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Deputado Barros Munhoz, querido amigo, um homem correto, exemplar, honesto, e com uma paciência de chinês. Homem do diálogo, um homem que pretende governar esta Casa com o diálogo e com o coração aberto.

Mas meu caro Deputado Barros Munhoz, estava sentado ali, há pouco, e para meu equilíbrio emocional lembrei-me de Che Guevara: “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”. Lembrei-me ainda de Dom Luiz Gonzaga, São Luiz de Gonzaga, que tem uma igreja na Paulista, que dizia que todo santo peca pelo menos sete vezes por dia. Eu que não sou santo, Deputado Adriano Diogo, já devo ter ultrapassado em muito, e talvez peque uma vez mais nesta tarde.

Estava viajando, Sr. Presidente, e hoje de manhã, quando cheguei de viagem, li a seguinte notícia em jornal : “Segundo parlamentares do PT e do PSDB, a decisão de Barros Munhoz, tomada na noite da terça-feira, foi uma articulação do Deputado Campos Machado. Machado estaria buscando o controle da Comissão de Transportes, responsável por analisar projetos como a ampliação do Rodoanel, a construção de novas estações do metrô e a implementação do trem bala, de Rio a Campinas”.

Conheço o caráter dos deputados do PSDB, conheço o caráter dos deputados do PT. Divergências, temos; mas respeito o caráter.

Mas que fonte seria essa para atribuir a deputados honrados, dignos, essa pecha de traidores, de covardes? Só um covarde faria uma declaração dessas, só um bandoleiro moral, um delinquente político, um passageiro no trem da discórdia. Essa fonte, estou quase descobrindo, tentou jogar a bancada do PT e a bancada do PSDB contra este parlamentar. Seria profundamente injusto, primeiro com esta Casa, que não tem desordeiros morais. Esta casa tem divergências de opiniões, idéias e ideais. Por isso fui buscar inspiração em Che Guevara. Ah, dizem alguns, mas Che Guevara é de esquerda. Ah, digo eu, essa conversa de esquerda, de direita, de centro, é para o Luxemburgo, é para o Muricy Ramalho, é conversa para o Felipão.

Há 400 anos, na Revolução Francesa, acabou-se com essa história. E sabem como nasceu essa história de esquerda e direita, centro-direita e centro-esquerda? Num congresso, num grande evento, coincidentemente quem sentava à direita gostaria que as coisas não fossem mudadas. Quem estava sentado à esquerda, queria mudar tudo. E quem estava no centro era meio surdo. Esse é o centro, direita e esquerda. É por isso que não tem cabimento, Sr. Presidente, essa alegação do jornal, que faz com que parecesse que o Deputado Barros Munhoz, que Geraldo Alckmin, Governador, e eu estivéssemos interessados em controlar uma comissão, que foi objeto de acordo nesta Casa para se cumprir.

Aqui há muitos que não sabem o que é acordo. Para eles, palavras são folhas ao vento. É por isso que fiz questão absoluta de vir aqui e prestar a minha homenagem aos deputados do PSDB e do PT, que jamais teriam um comportamento diferente de seu caráter. Deputado Adriano Diogo, não se espante. Estou defendendo os deputados do PT e do PSDB, pela primeira vez. Estou defendendo o caráter de Vossas Excelências. Não fique estupefato, não, Deputado Adriano Diogo. Este não é um pecado que Dom Luiz Gonzaga vai me atribuir. Vossa Excelência está aí pávido, mas saiba que estou homenageando o caráter e a hombridade dos deputados que compõem esta Assembleia. Pode até ser que doravante eu não venha com essa boa vontade de hoje, mas hoje estou reconhecendo que essa maldade não partiu nem da sua bancada, nem da do PSDB.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, queria fazer um registro importante sobre um assunto que nos preocupa demais, que é a questão da Saúde no Estado de São Paulo. Muitos deputados vêm à tribuna para discorrer sobre as graves situações que temos no Estado, e hoje, dia 26 de abril de 2011, faz quatro anos que fechou a Casa de Saúde Dr. Domingos Anastácio, um hospital centenário, que se assemelha às Santas Casas, na Cidade de Jundiaí, e que atendia toda a região. Gostaria de fazer uma breve cronologia dos fatos, que nos preocupam demais, em relação ao posicionamento do Governo do Estado com a Saúde, especialmente naquela região.

No dia 23 de abril de 2007, a Casa de Saúde foi fechada após mais de 100 anos de funcionamento. No dia 3 de outubro de 2008, um ano e alguns meses depois, esse prédio foi desapropriado pela Prefeitura - está aqui o Deputado Ary Fossen, que era prefeito à época da desapropriação - para funcionar ali um hospital que pudesse atender toda a região.

Nesse mesmo ano, em 2008, o ex-Governador José Serra se comprometeu publicamente a fazer funcionar ali o Hospital Regional. Um ano depois, ainda o Governador José Serra disse também publicamente que não tinha absolutamente nenhuma responsabilidade com a questão da Casa de Saúde Jundiaí. Isso foi dito na imprensa e eu vim a esta tribuna, como deputado, no dia 28 de outubro de 2009, e além de me pronunciar pedi a exibição de um vídeo que mostrava a fala anterior do ex-Governador José Serra e a fala naquele momento, totalmente contraditória em relação ao funcionamento daquele hospital.

Fiz um requerimento de informação também ao Governo do Estado, perguntando sobre a questão do convênio entre a Prefeitura e o Estado, já que o Estado tem responsabilidade na questão da Saúde também naquela região. E após esse requerimento, tivemos, no mês de maio de 2010, a assinatura de um termo aditivo entre a Prefeitura de Jundiaí e o Governo do Estado - na época tínhamos como Secretário Estadual Barradas - para começar as reformas do Hospital Regional, e um período de entrega de 18 meses. Passou um ano e não aconteceu absolutamente nada. Temos aqui algumas imagens da Casa de Saúde, o Hospital Centenário absolutamente abandonado, fechado, com equipamentos estragando. E, pior que isso, o Hospital São Vicente, o único hospital que atende a região, totalmente lotado, sem condições de trabalho. Os funcionários fazem um esforço além da conta para atender a população da região e, enquanto isso, temos um hospital abandonado, esquecido, tanto pela Prefeitura como pelo Governo do Estado, que assumiu o compromisso de fazer funcionar ali o Hospital Regional.

A questão da saúde é muito mais grave do que imaginamos. Também no Hospital Universitário temos uma situação de emergência. Temos crianças sem espaço nas UTIs, UTIs superlotadas. Temos uma reportagem num jornal local que mostra a situação de calamidade da Saúde naquela região, que chega a ter mais de um bebê numa mesma incubadora, comprometendo ainda mais a situação.

Então faço aqui um apelo para que o hospital desapropriado pelo então Prefeito à época, hoje Deputado Ary Fossen, quatro anos fechado, passe a funcionar. Que o Governo do Estado não meça esforços para que o hospital volte a funcionar, porque a população não aguenta mais ver os hospitais superlotados. O Estado está sendo omisso em relação à Saúde naquela região. Muito obrigado.

 

O SR. ANTONIO MENTOR - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Senhor Presidente, formulo a presente questão de ordem para contestar a aplicação do disposto no § 3º do artigo 136 da XIII Consolidação do Regimento Interno aos requerimentos de constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito, tendo em vista os fatos narrados a seguir e decisões já tomadas pelo Supremo Tribunal Federal.

1.                      No dia 16 de março passado, subscrevemos, juntamente outros parlamentares, requerimento de constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito, com o objetivo de “investigar se os valores das tarifas cobrados pelas concessionárias nas rodovias paulistas estão em consonância com os critérios definidos nos editais de licitação, propostas e contratos firmados e com a lei federal que rege as concessões de obras e serviços públicos, com vistas a garantir o equilíbrio econômico e financeiro desses contratos, de forma a assegurar uma justa remuneração, combinada com a necessária modicidade tarifária”, protocolando-o no Plenário, nos termos regimentais, conforme cópia anexa (doc.1);

2.                      Na ocasião em que foi protocolado, o documento contava com 33 assinaturas, número constitucionalmente exigido para esse tipo de proposição, nos termos do artigo 13, § 2º da Constituição Estadual, conforme relacionamos a seguir, em ordem alfabética:

1. Adriano Diogo

2. Alencar Santana Braga

3. Ana do Carmo

4. Ana Perugini

5. Antonio Mentor

6. Carlos Giannazi

7. Carlos Grana

8. Donisete Braga

9. Ed Thomas

10. Edinho Silva

11. Enio Tatto

12. Geraldo Cruz

13. Gerson Bittencourt

14. Gilmaci Santos

15. Hamilton Pereira

16. Isac Reis

17. João Antonio

18. João Paulo Rillo

19. José Cândido

20. José Zico Prado

21. Leci Brandão

22. Luiz Carlos Gondim

23. Luiz Cláudio Marcolino

24. Luiz Moura

25. Marco Aurélio

26. Marcos Martins

27. Milton Vieira

28. Olímpio Gomes

29. Pedro Bigardi

30. Rui Falcão

31. Sebastião Santos

32. Simão Pedro

33. Telma de Souza

3.                      No dia seguinte, 17 de março, o documento nos foi devolvido por essa Presidência, com as assinaturas anuladas dos Deputados Gilmaci Santos, Sebastião Santos, Milton Vieira e Luiz Carlos Gondim. No despacho, Vossa Excelência alegou que o requerimento não cumpria a exigência regimental constante do “caput” do artigo 34, com relação ao “número de assinaturas necessárias à apresentação de requerimento de constituição de comissão parlamentar de inquérito” (doc. 2). Saliente-se que, ao fazer a conferência das assinaturas, a assessoria de Vossa Excelência não identificou as assinaturas dos Deputados José Cândido e João Paulo Rillo, que haviam assinado o documento, ao mesmo tempo em que identificou a assinatura do Deputado Marcos Neves, que não o fez;

4.                      Tendo em vista que, no momento em que foi protocolado, o requerimento contava com as assinaturas necessárias, é de se supor que os deputados cujas assinaturas foram anuladas procuraram a Secretaria Técnica de Apoio à Mesa, para efetuar a retirada de sua assinatura, quando o requerimento já se achava protocolado.

5.                      Deduz-se que Vossa Excelência tenha aplicado ao caso a regra constante do § 3º do artigo 136 do Regimento segundo a qual as assinaturas de uma proposição que não representem apenas apoiamento não poderão ser retiradas após a respectiva publicação, ou comunicação ao Plenário;

6.                      Queremos, portanto, questionar a aplicação do referido dispositivo aos requerimentos de constituição de CPI.

7.                      O Supremo Tribunal Federal já teve oportunidade de se manifestar a respeito, adotando posicionamento, segundo o qual o número de assinaturas é exigência a ser conferida no momento do protocolo do requerimento, conforme reproduzimos a seguir:

“(...) O requisito constitucional concernente à observância de 1/3(um terço), no mínimo, para criação de determinada CPI (CF, art. 58, § 3º), refere-se à subscrição do requerimento de instauração da investigação parlamentar, que traduz exigência a ser aferida no momento em que protocolado o pedido junto à Mesa da Casa legislativa, tanto que, depois de sua apresentação à Mesa, consoante prescreve o próprio Regimento Interno da Câmara dos Deputados (art. 102, § 4º), não mais se revelará possível a retirada de qualquer assinatura. Preenchidos os requisitos constitucionais (CF,art. 58, § 3º), impõe-se a criação da CPI, que não depende, por isso mesmo, da vontade aquiescente da maioria legislativa.” (MS 26.441, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 25-4-2007, Plenário, DJE de 18-12-2009).

8.                      Entendemos, portanto, respaldados pela decisão do STF, que a parte inicial do § 3º do artigo 136 do Regimento Interno não pode ser aplicada aos requerimentos de constituição de CPIs.

9.                      O Regimento Interno da Câmara dos Deputados, ao tratar da questão das assinaturas é bem mais explícito que o nosso, pois ressalva, na parte final do § 4º do artigo103, que, “em se tratando de requerimento, as assinaturas não poderão ser retiradas ou acrescentadas depois da apresentação do requerimento à Mesa”.

10.                  Nosso Regimento determina, no § 3º do artigo 136, que “nos casos em que as assinaturas de uma proposição não representem apenas apoiamento, não poderão ser retiradas após a respectiva publicação, ou comunicação ao Plenário.” (grifamos)

11.                  O requerimento por nós protocolado no dia 16 último, tendo em vista as circunstâncias em que foi apresentado, foi alvo de tal publicidade no momento de seu protocolo que o requisito da comunicação ao Plenário se cumpriu totalmente naquele momento. Não seria possível, pois, a retirada posterior das assinaturas.

12.                  Face ao exposto, requeremos a Vossa Excelência que reavalie a questão e receba o referido requerimento como o décimo-terceiro na ordem cronológica de apresentação dos requerimentos de constituição de CPIs, uma vez que, no momento em que foi protocolado, ele cumpria a exigência constitucional e regimental referente ao número mínimo de assinaturas.

Sala das Sessões, em

Deputado Antonio Mentor

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu não acreditei quando abri o jornal e vi esta manchete: “Feldmann sai com críticas a Alckmin”. Não acreditei.

Conheci Geraldo Alckmin pelas mãos de Walter Feldmann, que cantava em prosa e verso o vice-Governador de Mário Covas. Convenceu-me a ser candidato a vice-Prefeito em 2000, um homem de família, um homem exemplar.

Hoje vejo que Walter Feldmann e traição são a mesma coisa. O que Walter Feldmann fez ao meu amigo, meu irmão, Dr. Geraldo Alckmin, e falo isso de coração, não se faz com ninguém, Sr. Presidente. Saiu pela porta dos fundos.

Em 2008 foi o Líder do PSDB/2. Nós não perdemos eleições para o PT, e muito menos para Kassab. Perdemos as eleições para os traidores do PSDB/2, e está aqui o chefe: Walter Feldmann, que hoje mostra a sua cara e o seu caráter. Se existe alguém que tinha que ser fiel, leal, amigo, companheiro do Governador, era exatamente o Sr. Walter Feldmann.

Foi chefe da Casa Civil, Líder do Governo, presidiu esta Casa, chefiou a campanha de Geraldo Alckmin em 2000, e hoje vejo Walter Feldmann, que beijava o rosto de Geraldo Alckmin, dizendo que foi um equívoco a sua candidatura. Equívoco foi a traição que ele fez.

Portanto, Sr. Presidente, deixo aqui a minha repulsa, o meu repúdio à traição. Traição, Sr. Presidente, é o retrato de um réptil rastejando pelo chão, que não tem coragem nem de olhar a cabeça do chefe. Sr Walter Feldmann, de longe eu lhe dirijo a palavra: devia ter ficado com a sua consciência, e não com os benefícios de ser embaixador da Copa do Mundo em Londres.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, tenho um respeito enorme pelo Deputado Campos Machado. Aliás, tenho aprendido constantemente com V. Exa. nesta Casa, um Deputado combativo, experiente, com acúmulo no Parlamento que talvez poucos de nós temos.

Mas quero dizer a V. Exa. que não posso concordar. Não tenho nenhuma procuração para defender aqueles que saíram do PSDB, e nem quero entrar nessa seara, que não é o meu partido. Mas eu os conheço. Militei com seis vereadores por dez anos consecutivos na Câmara municipal de São Paulo.

São pessoas honradas, são pessoas que têm um projeto de vida voltado para o interesse do povo. E Walter Feldmann eu conheci em 1976, com 16 anos de idade, visitando a minha casa, no bairro do Itaim Paulista.

O bom da democracia não é só a possibilidade de fazermos a crítica. É a possibilidade também de fazermos autocrítica. E os vereadores tucanos e Walter Feldmann, quando saem criticando o Governo tucano, é uma autocrítica, muito boa para a democracia.

Viveu, conviveu, sabe de perto. Sabe que a Segurança Pública não vai bem, sabe que a Educação no Estado de São Paulo está de mal a pior, sabe que na Saúde pública as macas se espalham pelos corredores dos hospitais, e a Saúde não atende o mínimo do que a população merece, no Estado de São Paulo e na Cidade de São Paulo.

Essa autocrítica ao sair do PSDB, para mim, que convivi com eles em lados opostos, não entendo como um mal à democracia, não. Faz bem para a democracia. Parabéns para os meus ex-colegas da Câmara municipal, seis vereadores, pela autocrítica que faz de ter acompanhado, por tanto tempo, um projeto que não beneficia o Estado de São Paulo, não beneficia os paulistas.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, inicialmente, quero reconhecer que o Deputado João Antonio faz ouvidos de mercador. Não me referi aos vereadores. E S. Exa. fala em autocrítica? Estou criticando o caráter. Não estou criticando a mudança de partido. Todo mundo é livre para deixar o partido, mas deixe de cabeça erguida. Estou criticando a falta de caráter. O caráter é o destino de um homem. Mas o Deputado João Antonio vai lá buscar os vereadores, vai lá para o bairro do Itaim Paulista, quando recebeu o então Deputado Walter Feldman. Lá sei quando foi esse grande fato histórico. O que sei é que o Sr. Walter Feldman não se limitou a deixar o partido, criticou seu ex-ídolo, seu ex-chefe político, um homem que ele beijava no rosto e dizia que era um exemplo de vida. Eu critico o traidor. A traição nós até perdoamos. O traidor, não esquecemos.

Posso afirmar de cátedra. Durante longos sete anos, todas as quintas-feiras pela manhã, tomávamos café juntos, eu, Nabi Abi Chedid e Walter Feldman. Sabe V. Exa. que fiz de tudo para que Walter Feldman fosse eleito presidente da Casa. Seu comportamento mudou. Vestiu-se de presidente e despiu-se de amigo. Mas Deputado João Antonio, colega que foi de vereadores, não faço nenhuma crítica aos vereadores. Faço ao Sr. Walter Feldman. Quando um homem fere o caráter, quando ele volta as costas à sua consciência, perde - e perdeu - até a dignidade. Desculpe, Deputado João Antonio, aceito tudo de um homem, menos a traição. Isso não posso admitir. E o ex-Deputado Walter Feldman, com o devido respeito, não agiu com lealdade. Foi o comandante da tropa de choque que fez com que o PSDB 2 ficasse contra o candidato do PSDB em 2008.

Agora chega o nobre Deputado Adriano Diogo perguntando o que é. Quero informá-lo de que traição não faz parte do nosso dicionário. Estou criticando o comportamento de um homem que tinha de ser honesto com ele mesmo e que voltou as costas à sua história e seu passado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, vamos passar à Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, há sobre a mesa requerimento com os seguintes termos:

“Requeremos, nos termos regimentais, que o Projeto de Resolução nº 19, de 2011, de autoria da Mesa, passe a tramitar em regime de urgência.” O requerimento é assinado pelo Presidente, pelo 1º Secretário e pelo 2º Secretário.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento com os seguintes termos:

“Requeiro, nos termos regimentais, tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 69, de 2011, de autoria do Sr. Governador, que autoriza a Fazenda do Estado a conceder o uso de imóvel situado na capital na forma que especifica.”

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Proposições em Regime de Urgência.

Item 1 - Veto - Discussão e votação - Projeto de lei Complementar nº 09, de 2000, (Autógrafo nº 27913), vetado totalmente, de autoria do deputado José Zico Prado. Dispõe sobre o direito à promoção ao posto de graduação imediatamente superior de policiais femininos militares. Parecer nº 3457, de 2008, de relator especial pela Comissão de Justiça, favorável ao projeto. (Artigo 28, § 6º da Constituição do Estado).

Em discussão. Para discutir contra o veto e a favor do projeto, tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto, pelo tempo regimental.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, assomo à tribuna para manifestar a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores sobre todo esse imbróglio que tem acontecido desde a última quarta-feira e que tem sido publicado nos jornais. Não tenho entendido por que tem saído na imprensa essa versão a respeito das comissões desta Casa. Quero deixar claro, como deixei no Colégio de Líderes, que é o local apropriado para fazer discussões sobre o andamento das negociações políticas desta Casa, que a Bancada do Partido dos Trabalhadores é a maior bancada desta Casa com 24 deputados. Não abrimos mão do que nos foi dado nas urnas: o nosso direito de participar, de acordo com o Regimento desta Casa, das comissões, e com o número de deputados que temos direito conquistado nas urnas, respeitando o diálogo, os acordos com os demais partidos desta Casa.

Esclareço a toda a população que, quanto às publicações das comissões da quarta-feira e no final de semana, em nenhum momento houve acordo ou diálogo com a Bancada do Partido dos Trabalhadores. Em nenhum momento o líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores foi convidado a fazer essa discussão para chegar àqueles números. A Bancada do PT, de acordo com regimento, numa comissão de 11 membros, tem o direito, proporcionalmente, a três membros. É uma questão matemática, de proporcionalidade. Foi isso que reivindicamos. Não concordamos com a publicação de quarta-feira, que não foi discutida com as bancadas desta Casa. Também não concordamos com a outra publicação. Para consertar um erro, houve um erro maior ainda.

Quero deixar bem claro que estamos abertos para o diálogo, para fazer essa discussão com a Presidência desta Casa, com todas as bancadas. Mas queremos discutir, participar deste acordo e não ser pegos de surpresa por meio da mídia. Não temos acordo com ninguém nesta Casa até o presente momento. Desmentimos, inclusive, o que está hoje na “Folha de S.Paulo” de que haveria um suposto acordo entre a Bancada do PT e a do PSDB para fazer a maioria nas comissões e eleger o presidente. Primeiro, porque isso é impossível. O PSDB é governo. O DEM é governo. Somos oposição. Tanto o governo como essas duas bancadas jamais iriam fazer um acordo conosco para dividirmos as presidências das comissões. Jamais iríamos presidir três ou quatro comissões importantes. O governo não vai aceitar isso.

Quero deixar bem claro que não houve esse acordo, não há e possivelmente não haverá. A única coisa que a Bancada do Partido dos Trabalhadores vai lutar para que tenhamos é o que temos direito: o número de deputados nas comissões de acordo com a proporcionalidade. Vamos reivindicar também de acordo com a proporcionalidade - que é um ato democrático e transparente - as presidências das comissões mais importantes desta Casa. Quero deixar bem claro a todos aqueles que vêm atrasando os trabalhos desta Casa, freando o andamento da Casa que esta é a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Queremos colaborar, dialogar para que possamos avançar, constituir essas comissões para que possamos, nas comissões, fazer um grande debate sobre os projetos do governo e dos deputados. Exemplo disso é o projeto sobre a região metropolitana de São Paulo. Estamos fazendo as audiências públicas, boas audiências públicas. Temos uma posição contrária ao projeto do governo, mas somos favoráveis à criação da região metropolitana. É esse o debate que queremos fazer. Se tivéssemos as comissões, estaríamos fazendo esse debate nas comissões temáticas.

E depois discutirmos no plenário. Queremos a Casa funcionando. Não queremos que esse episódio das comissões segure o andamento desta Casa, e muito menos colocar na imprensa, ou tomar atitude sem nos consultar e sem ouvir a bancada do PT naquilo que é direito nosso e conquistado nas urnas.

Portando, estamos abertos. Teve hoje princípio de um encaminhamento no Colégio de Líderes para que nos reunamos. E amanhã novamente nos reuniremos para ver se há uma proposta democrática, respeitando a todos os partidos, inclusive o resultado das urnas, da proporcionalidade. Somos minoria nesta Casa, mas do que conquistamos não abrimos mão. O que a população nos deu, o eleitorado nos deu, é sagrado. Disso não abriremos mão. Vamos lutar até o fim sempre baseado no regimento para defender o que é nosso direito.

Estaremos abertos ao diálogo e ao entendimento. A única coisa que não concordamos é de decisões tomadas de forma antidemocrática, sem ouvir a bancada do Partido dos Trabalhadores.

Cedo o restante do meu tempo ao nobre Deputado João Antonio.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio, pelo restante do tempo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, venho a esta tribuna primeiro porque estamos tratando de um assunto muito importante. Na pauta, questões envolvendo a Segurança Pública e, mais especificamente, a isonomia das policiais mulheres nesta área. Vejo que algumas iniciativas dos deputados desta Casa são quase sempre vetadas pelo Poder Executivo. É um desrespeito à Casa Legislativa porque aqui há um debate profundo sobre as ideias, sobre as proposições dos nossos parlamentares. Todo esse esforço, de produção legislativa, acaba sendo desperdiçado porque o Executivo não considera esta Casa como um poder autônomo.

O que me traz a esta tribuna de fato é o que nesses últimos dias a imprensa tem noticiado fartamente. Recentemente - disse ontem desta tribuna -, nós e outras Câmaras Municipais, os vereadores paulistanos, aprovamos a Lei de Plano de Metas. E o prefeito do DEM, eleito numa aliança com o PSDB, apoiado no segundo turno pelo atual Governador Geraldo Alckmin, apresentou, em cumprimento a esta lei, a chamada Agenda 2012 na Cidade de São Paulo.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, qual era a intenção desta lei aprovada na Câmara Municipal de São Paulo? É transformá-la num instrumento em que a população pudesse cobrar as promessas de campanha dos governantes, de qualquer agremiação partidária. Segundo, fortalecer o planejamento estratégico para soluções de problemas complexos na cidade. Terceiro, facilitar a participação popular. Eram esses os objetivos.

Na Agenda 2012 apresentada em cumprimento a essa Lei de Plano de Metas, foram prometidas algumas promessas que, aliás, eram de campanha. Por exemplo, a revitalização da chamada Cracolândia na Cidade de São Paulo. Sabe o que aconteceu com esse plano? Nada. Não saiu do papel. Nenhum projeto foi concluído, apenas promessas. Ganharam a eleição falando da revitalização daquela área intitulada Cracolândia. Depois, falaram da questão dos corredores de ônibus. Prometeram 66 km de corredores de ônibus na Cidade de São Paulo. Sabe quantos quilômetros foram feitos? Zero! Nada! Aliás, os corredores, na época da campanha, eram apresentados com ônibus flexíveis, que não obedeciam a nenhum farol, passavam rapidamente. Nada foi feito.

Prometeram instituir os cursos profissionalizantes no CEU. Apenas simbolicamente os cursos técnicos foram colocados nos CEUs. Por fim, prometeram, o PSDB e o DEM, construir três hospitais: um na zona Leste, outro na periferia da zona Sul e outro na região da Brasilândia. Pasmem, nem o projeto dos hospitais foi concluído. Nem sequer o projeto.

O que temos de questionar? A Lei de Plano de Metas aprovada na Câmara Municipal de São Paulo é da mais alta importância. Infelizmente, alguns governantes têm um programa para disputar eleição, e outro para governar. São completamente diferentes. Quando chega ao poder, como diz um papa da tucanagem do Brasil, diz “Esqueçam o que escrevi antes. Não vale.” Foi só para ludibriar o povo. O que vale agora é o possível de se fazer dentro das prioridades e que convêm ao governante tucano e seus aliados.

Esta é a realidade dos fatos. Leiam hoje a “Folha de S.Paulo” e vejam quantas promessas de campanha foram realizadas. A coisa mais importante que há na política é a coerência. Quando disputamos a eleição, oferecemos a nossa cara à tapa, como diz o dito popular. Disputamos com programas e ideias para que, depois de eleitos, possamos ser cobrados por isso. Não é à toa que o Deputado Geraldinho elegeu o seu sucessor porque ele fez das ideias que disputou na cidade de Embu um programa de fato a ser realizado, e realizou. É assim que se faz na política. Não podemos aceitar essa ideia de um programa para ganhar as eleições e outro para governar, Deputado Campos Machado.

Esperamos que a coerência vença no Estado de São Paulo porque estamos no início de um governo. Temos quatro longos anos pela frente e a população necessita de um governo decente que dê conta dos principais problemas que envolvem o Estado de São Paulo. Tudo que foi prometido nas eleições no Estado de São Paulo seja realizado.

Nós, como Bancada de oposição, vamos cobrar item por item do que foi prometido para a população. Não estamos aqui fazendo oposição do quanto pior, melhor. Agora, faça o que prometeu porque essa a expectativa do povo paulista. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Campos Machado, por cessão de tempo.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, meu amigo, Deputado Barros Munhoz, uma vez mais o saúdo como um dos melhores Presidentes que esta Casa já teve.

Cumprimento o prefeito, meu amigo, Dr. Hélío, de Campinas, o misto de médico e político. Nunca sei onde começa o médico e termina o político, quando começa o político e termina o médico. Um homem honrado, pai de família, com a esposa Dra. Roseli, extraordinária, companheira, parceira de sonhos e ideais.

Deputado e meu amigo Rui Falcão, hoje presidindo nacionalmente o PT. Deputado Pedro Tobias, meu amigo, candidato a presidente do PSDB, um beduíno, tem sangue nas veias e amor no seu coração.

Quero cumprimentar o grande Prefeito de Embu, Geraldo Cruz, que hoje engalana esta Casa. Deputado Adriano Diogo, Srs. Deputados.

Deputado Barros Munhoz, tenho assistido aqui críticas contra o Governador Geraldo Alckmin. Devem estar imaginando o Geraldo Alckmin sendo acordado pela manhã e no banheiro olhar no espelho e perguntar: “Que maldade vou fazer hoje ao povo de São Paulo. Diga, espelho meu: “Qual a maldade que faço hoje?É dessa maneira que a Bancada do PT se posiciona. É tudo errado.

Eu estava vendo aqui o Deputado Pedro Tobias, que elogiava a Dilma. O Deputado Adriano Diogo passou ao largo. Mostrou o jornal e o que tinha que falar não falou. O gesto do Governador Geraldo Alckmin, de parceria e do reconhecimento público, que o faço agora, Deputado Rui Falcão. A nossa presidente tem sido uma grande presidente.

Apoiei Serra, sim. Trouxe, inclusive, a convenção nacional para cá para garantir a legenda de Geraldo Alckmin ao governo do Estado. Mas é preciso de quando em quando reconhecer a verdade. Mas o Deputado Adriano Diogo sempre interrompe a minha fala. Agora vem ele. V. Exa. discute  projeto quando faz um cineminha aqui? Deputado Adriano Diogo, eu não compreendi bem o senhor. V. Exa. pede o aparte. Mas não tem o aparte, não. Não sou democrático. Não tem o aparte. O senhor não tem aparte nenhum. Para V. Exa. não tem o aparte. V. Exa. se acha engraçado. Já não chega o Tom Cavalcante? O Chico Anísio? Tem um programa lá no Fausto Silva, o grande humorista. V. Exa., ao sair daqui, irá se inscrever? Está dando risada, fazendo um comentário paralelo. O que é isso, Deputado Adriano Diogo? Eu sempre o respeitei. Não quero atenção. Quero educação e V. Exa. não a tem.

Voltando ao que eu estava dizendo, Deputado Pedro Tobias, o nosso Governador Geraldo Alckmin só pensa no bem do Estado. Vai errar muitas vezes e vai acertar muitas vezes.

Quero dizer aqui, Deputado Rui Falcão, que tenho saudades do Deputado Renato Simões. O grande Deputado Renato Simões, do PT. Com ele travamos aqui debates intensos e me veio à cabeça hoje o livro “A águia e a galinha”, do Leonardo Boff. Nós discutimos “A águia e a galinha” por meses, nesta Casa.

Acho que isso se aplica bem ao momento em que vivemos hoje. Temos que ser águias, Deputado Rui Falcão. Pensar alto, sobrevoar alto. Deputado Rui Falcão, nós temos que agir como águias, pensar na grandeza da Casa e não agir como galinhas que ficam ciscando pelo chão.

Renato Simões era crítico, bom tribuno, homem correto, seminarista, homem digno. Eu tinha muita alegria quando ficávamos aqui duas, três horas discutindo “A águia e a galinha”. Lembro que eu dizia que esse Leonardo não era o Leonardo bom, que o bom era o Da Vinci. Ficávamos horas aqui. Ele saia de Campinas e dizia: “Tem que ver o que é que vou ter que enfrentar com Campos Machado de novo, hoje.” Eram as mesmas coisas.

O que estou dizendo aqui, Deputado Pedro Tobias, é que está na hora de sermos águias e deixarmos de ser galinhas.

Aqui se mostra o telão, ora com vaca, ora com cachorro, ora com música e hoje tem a novidade da Soninha. Foram desenterrar a Soninha e apresentaram o telão como se fosse um filme que houvesse recebido um Oscar. Todos nós ficamos maravilhados com a excelente obra que foi apresentada pelo Deputado Adriano Diogo. E onde está a águia que está dentro de nós? Onde está a águia que tem que permanecer nos nossos corações? Onde está essa águia?

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Campos Machado, quero informar ao senhor e também aos meus colegas e companheiros desta Casa que a cada dia que passa eu mais admiro a sua forma de fazer política.

Falo isso porque os meus olhos estão confirmando aquilo que estou dizendo. O senhor hoje disse que não era democrático, mas o senhor é. Tenho feito alguns encaminhamentos com delicadeza e o senhor em nenhum momento deixou de corresponder.

O que me deixa mais estupefata é o nível de lealdade que o senhor tem ao governo que acredita. O senhor sabe que somos de oposição. Eu já tenho uma vida pessoal no Executivo, no Legislativo e possivelmente tenho algum diferencial em relação a alguns dos meus colegas. Quero dizer ao senhor que são raros os quadros políticos que determinam esse grau de lealdade que o senhor tem na defesa, às vezes, de situações indefensáveis. Devemos nos esforçar para encontrar o ponto de intercessão entre aquilo que o Governo de São Paulo pensa e o que nós pensamos, não por uma oposição limitada, sem perspectiva, apenas por fazer oposição. Um partido que elegeu a Presidenta da República não pode ser diminuído a esse tamanho.

Podemos ter objetivos comuns, mas dentro da política nós lidamos com o caráter das pessoas, com a personalidade das pessoas, com o ego das pessoas e principalmente com a noção de poder mais ou menos autoritária que as pessoas têm.

Eu penso que nós temos - veja, eu já estou na política há 30 anos, sou fundadora do PT - uma oposição extremamente qualificada, como o senhor terá entre os governistas pessoas altamente qualificadas. O que não podemos fazer é tirar o valor da discussão política. Eu tento dizer o seguinte: por muitas vezes a sustentação política ao Governo quem dá é senhor, sem nenhum demérito aos deputados do PSDB, alguns até são meus amigos pessoais, foram do meu Governo em Santos, foram do Governo de Davi Capistrano em Santos, mas eu pedi o aparte para dizer que quando o senhor mostrou o jornal e disse que na verdade tinha de ser dito o que não foi dito, a elegância foi sua, porque se alguém de nós não o fez, a deselegância foi nossa.

Por outro lado, quero dizer que os acordos que temos tido, as conversas que temos mantido, aquilo que deverá acontecer ou não na discussão difícil das regiões metropolitanas é algo para pessoas que fazem política em alto nível, de um jeito democrático e transparente. Portanto, pedi o aparte primeiro para desdizer algo que contradiz a sua personalidade. O senhor é democrata, sim, e em segundo lugar para dizer que é bom ter a contenda com o senhor. Sabe por quê?

Um dia, o nosso arqui-inimigo Antonio Carlos Magalhães me disse o seguinte, no plenário da Câmara dos Deputados: “Minha filha (ele me chamava de filha, veja só) sabe por que nós, que jogamos com as pedras brancas, temos valor em relação a vocês que são as pedras negras do jogo de xadrez? Pelo valor de cada peça: a torre, a rainha, o cavalo. A grandeza da oposição é a grandeza do resultado final que temos na política e é isso que quero dizer ao senhor. O senhor sempre terá na Bancada do PT - não falo pelo líder porque ele já falou por nós - esse tipo de lealdade à política e em relação àquilo que desejamos de melhor para o nosso Estado, mas também temos de saber que pensando diferentemente, temos a obrigação de sermos cada vez mais sofisticados e civilizados para que o substrato final seja sempre a favor da população. Obrigada pela gentileza do aparte.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Quero dizer à Prefeita e à Deputada Telma de Souza duas coisas apenas: a primeira, que conheço a sua história de vida e sempre acreditei que o uruguaio chamado Tagore tinha razão quando dizia que o destino escolhe a dedo as pessoas que vão construir a nossa história e a senhora seguramente foi escolhida a dedo para construir a história de sua Santos.

Deputado Pedro Tobias, o poeta Papini diz que o homem tem de ser como a lua: mostrar apenas uma de suas faces.

Se eu sair agora à rua e tiver lua, ou eu vejo a lua cheia ou a nova ou a crescente ou a minguante, eu não verei duas faces da lua, e o homem tem de ser como a lua: mostrar apenas uma de suas faces, e eu faço isso em consideração à amizade e lealdade que me unem a Geraldo Alckmin. Sou, sim, um político independente sob todos os aspectos e não tenho nada daquilo que me atribuem - ou atribuem ao Presidente Deputado Barros Munhoz - quando dizem que tem muito espaço no Governo. Nada disso. É que sou um criminalista que aprendi a lutar por aquilo que acredito. Deus, não por mérito, mas por estrela, me abriu as portas da sorte. Portanto, Deputada Telma de Souza, às vezes não importa a vitória ou a derrota. Importa o lado que acreditamos ser o certo.

Quero saudar também a Deputada Leci Brandão, dizer do respeito que tenho pela mulher Leci, pela artista Leci, pela poetisa Leci e pelo retrato vivo do samba na pessoa de Leci. Esta Casa sente muito orgulho em tê-la aqui. Vossa Excelência é uma pessoa humilde e simples como o orvalho. Há muitas pessoas, Deputada Leci Brandão, alguns deputados, inclusive, alguns Secretários, principalmente o Procurador Geral do Estado, Deputado Barros Munhoz, que acham, como certos galos, que o dia não nasce enquanto eles não cantam. Vossa Excelência é uma pessoa simples, humilde e seguramente sua presença será uma marca nesta Casa.

Ao Presidente Deputado Barros Munhoz, uma vez mais, a minha solidariedade. Vossa Excelência peca pelo excesso no diálogo, pelo excesso de amizade e recebe de volta às vezes só incompreensão. Que Deus lhe proteja, meu amigo, meu irmão Deputado Barros Munhoz.

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Deputado Campos Machado, quero ser testemunha da sua lealdade, da sua amizade. Podemos discordar, mas você é um homem de palavra, leal com o seu parceiro, com o seu opositor porque a lealdade não deve ser apenas para com o amigo, mas também para com o opositor. Você é um homem de palavra e posso testemunhar isso. Sua lealdade em relação ao Governador Geraldo Alckmin não é para com a pessoa dele, mas pelo trabalho dele. Nunca ouvi ele falar mal de alguém. Ele acha que ninguém é dono da verdade. Ele ganhou as eleições no primeiro turno. A população sábia de São Paulo escolheu GeraldoAlckmin por quê? Pelo trabalho que fez e o opositor tem de respeitar a opinião da população.

Deputado Adriano Diogo, sei das dificuldades na área da Saúde. Pelo amor de Deus, é preciso corrigir a tabela do SUS. As prefeituras e o Governo do Estado estão investindo na Saúde mais do que podem. O Governo Federal não pode lavar as mãos e dizer que a responsabilidade é do Estado. Está criando esse ambulatório, como criou a ambulância, mas isso é um ‘abacaxi’ para a prefeitura. Não adianta investir em Saúde se a manutenção de um hospital, de um ambulatório, de um ano, é mais cara que a construção. O custeio da Saúde é caro. Não pode construir uma UPA, fazer tanto barulho e dar para o prefeito cuidar. Não tem condições, como no caso do médico de família. As prefeituras novas não estão dando conta do “médico de família”.

Há alguns anos o governo federal bancava 60% da Saúde, os governos estaduais e municipais bancavam 40%. Hoje, o governo federal banca 40%, os estados e os municípios bancam 60%. Você sabe mais que qualquer um, chega o promotor da cidade e diz para o prefeito que precisa comprar remédios se não pode ir preso. Se compra, o Tribunal de Contas diz que já passou o limite e processa. Se o prefeito não compra remédios o juiz processa. Acho que a situação do prefeito é caótica.

Com todos esses problemas a Saúde de São Paulo ainda funciona. Fazemos tantos hospitais. O deputado do PT que me antecedeu falou que não construímos hospitais. Nos últimos anos, temos 22 hospitais como Organizações Sociais. Quantos hospitais o governo federal fez em São Paulo? Poucos. Foi criada a Faculdade de Medicina de São Carlos, mas os alunos vão fazer estágio em Bauru, porque não tem hospital em São Carlos. Precisamos falar isso para a população. Não adianta fazer discurso aqui. Faz um mês que o governador foi a Santos e autorizou a construção de um hospital com 200 leitos. Isso é concreto. Não adianta só discurso. Quero ver cada região. Vamos debater sem essa paixão política.

Estamos preocupados com as Organizações Sociais porque eles gastam dinheiro sem controle. Sou a favor de Organizações Sociais, mas precisam ser controladas. O deputado Adriano Diogo é interessado pela área da Saúde. Está sendo preparado um projeto durante um ano, para controlar, para fiscalizar, para saber como o estado pode interferir. Essa preocupação do deputado Adriano Diogo é preocupação de Geraldo Alckmin, de qualquer um de bem, independente de partido.

Trabalho dentro de uma santa Casa. Depois do dia 20 não posso operar câncer, porque o teto do hospital acabou, porque senão vai sobrar para a Santa Casa. Precisamos conversar sobre isso no Ministério da Saúde. Ao invés de criticarmos Geraldo Alckmin, vamos juntos a Brasília pedir o aumento do teto de São Paulo, porque nosso estado sustenta todo o estado brasileiro. O melhor hospital para povo de Alagoas é o ônibus ou o avião. Todos os nossos irmãos, todos os brasileiros trazem pacientes para São Paulo. como falei várias vezes, vou repetir: 60% dos transplantes são feitos em São Paulo; 60% dos pacientes de câncer são tratados em São Paulo.

Se alguém vai para o Instituto do Câncer, é hospital modelo. Na semana passada, graças a Antonio Ermírio de Moraes, o hospital ganhou o primeiro aparelho desse tipo da América Latina para tratar câncer, um aparelho sofisticado de ultrassom. É um hospital de ponta, de gente humilde, e o melhor hospital. É isso que o governo do PSDB faz. O prédio do Hospital do Câncer era um esqueleto durante anos. Hoje está funcionando. Sei que Saúde é cara, sei que poder público não pode cuidar de tudo. Saúde para todos é dever do estado é papo furado; rico deveria pagar. Saúde pública deveria ser para gente humilde, gente que não tem condição. Na situação atual, pessoa importante ou rica consegue remédio, consegue a vaga, consegue o que quer. Mas chega a Dona Maria, essa de quem devemos ser porta-voz, que não tem sindicato, não tem associação, não tem nada...

É a terceira vez que Geraldo Alckmin assume o governo do estado. Está chegando com credibilidade, com seriedade. Pouca gente no nosso país tem credibilidade como nosso governador. Antes de o PT assumir, achávamos que era a salvação da política no Brasil, mas depois vieram tantos problemas, que hoje o cidadão comum está perdendo a esperança.

Venho aqui defender o governo, defender o trabalho do Governador. Em qualquer canto está ajudando. Estão pedindo escolas técnicas, Fatecs. Comparo qualquer área com você em São Paulo. e não esqueça: mais de 50% do imposto arrecadado pelo governo federal sai de São Paulo. E voltam para São Paulo apenas alguns trocadinhos. São Paulo sustenta o governo federal, e estamos abandonados. Noventa por cento das nossas faculdades são estaduais. Tem um hospital federal em São Paulo, pequeno, e só. Precisamos debater. Quantos leitos o governo federal abriu em todo o Brasil nos últimos oito anos? Quantos leitos hospitalares o governo de São Paulo abriu em nosso estado? Mais do que o Brasil todo. Isso precisa ser debatido.

 Quantas escolas técnicas o governo federal abriu em São Paulo? Quantas creches o governo federal abriu e quantas o governo estadual abriu? Não adianta fazer discurso. Estradas custam caro. O governo federal pedagiou as BRs, mas nem terceira faixa fez. Deveria ser de graça. Cadê a duplicação? Não tem. Não sei por que o PSDB não vem aqui mostrar o trabalho do governo. Só nesses três meses de governo Geraldo Alckmin a região de Sorocaba ganhou mais um hospital de 200 leitos. Santos, 200 leitos. Samu é um abacaxi para prefeito. Não é para fazer dessa maneira, dar a ambulância e empurrar o abacaxi para o prefeito. Querem que ele case com uma viúva e leve todos os filhos junto.

Na Saúde a manutenção é que é cara; não é dar uma ambulância, não é construir um ambulatório, ou pronto-socorro, ou o que seja. O Estado é quem banca; não empurra para o prefeito. E o custo da Saúde está ficando mais caro.

Sr. Presidente, estou fazendo um apelo à Assembleia para que a AME fique incluída no SUS. Daqui a pouco essa UPA das prefeituras não vai poder receber dinheiro do SUS. São Paulo não aguenta. Está chegando ao limite dos prefeitos.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado, vou fazer uma proposta para Vossa Excelência: vamos fazer um requerimento conjunto, PT e PSDB, para analisar a situação de todas as organizações sociais de Saúde, inclusive a SPDM?

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sem dúvida nenhuma. Todas.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Vossa Excelência faz um requerimento abrindo uma CPI?

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Se for preciso, sim, vamos abrir.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Vossa Excelência é uma pessoa da confiança absoluta de Geraldo Alckmin.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Não é problema de confiança.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Vossa Excelência realmente é um porta-voz do Governador.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Não sou líder do Governo. O Deputado Samuel é o líder do Governo e tem todo o prestígio.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - E a maior dignidade, mas estou fazendo um pedido a V. Exa., que falou que acha interessante o Governador acabar com todos os erros e excessos. Vamos fazer uma CPI para investigar? Oferecemos a nossa cara que é SPDM e V. Exa. oferece a investigação de todas as organizações sociais, inclusive as de nível universitário, inclusive a Fundação que levou à falência o Incor, aqueles 600 milhões que desapareceram do Incor para fazer o Incor Brasília.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sem dúvida nenhuma. Quero o apoio de V. Exas. e vou mandar a cópia do anteprojeto, porque isso não é problema partidário. Faz um ano que técnicos do Tribunal de Contas juntos conseguiram uma maneira de fiscalizar. Não é tão fácil como imaginamos. Muitas vezes uma CPI começa e não sabemos como termina. A lei que criou as organizações sociais deixou algo solto: pode-se comprar, pagar o que quiserem para os funcionários. Precisamos diminuir esse poder para o Poder Público poder controlar.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Com a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, embora não seja o objeto da nossa discussão, a provocação saudável do Deputado Pedro Tobias me obriga a fazer uma pequena observação, sem criar polarização em dois temas citados.

O primeiro é em relação à Saúde: conversando com alguns ex-prefeitos, que se tornaram deputados, vemos que hoje o quadro da Saúde é simples, há 1% de investimento do Estado, quase 80% do Governo Federal e o resto é responsabilidade municipal. Embora o discurso, do ponto de vista de energia e de indignação do Deputado Pedro Tobias convença um pouco, do ponto de vista de conteúdo é absolutamente frágil e cai por terra.

Em relação à Educação, em relação à pergunta feita por ele de quantas escolas técnicas fez o Governo Federal e quantas fez o Governo do Estado, na história da República inteira tivemos 140 escolas técnicas, e 214 apenas no Governo Lula. Então essa linha para nós é o melhor dos mundos para discutir política programática, resultado de política pública e desenvolvimento do Brasil na era FHC, na era Lula, e agora na era Dilma, que tenho certeza que durará por muitos e muitos anos pela qualidade do Governo, pela interferência e intervenção positiva que fez no Brasil.

Mas esse não era o objeto da minha vinda à tribuna, até porque vou falar muito pouco e ceder o resto do meu tempo ao Deputado Adriano Diogo. Quero só reforçar a palavra do nosso líder Enio Tatto em relação às comissões. Considero um absurdo, um relaxo da Casa não conseguir resolver as comissões, que são fundamentais para o funcionamento do Legislativo, e principalmente para cada mandato. A definição da participação na comissão é importante, acaba norteando cada mandato e por questões ocultas conflitos que não estão na mesa nos impedem de equacionar o problema das comissões. Quero deixar claro aqui que o PT não fez acordo nenhum com o PSDB em relação às comissões ou qualquer coisa que seja. E fizemos um apelo hoje no Colégio de Líderes, fiz uma sugestão para que o Presidente Barros Munhoz, junto com a Deputada Célia Leão, que coordenou, tenha o trabalho necessário de conversar com cada liderança, compor as comissões e depois ver onde há conflito para tentarmos resolver. Do contrário, vamos levar mais um mês e não vamos compor as comissões da Casa.

E outra questão que considero lamentável e lastimável é a falta de civilidade do Deputado Campos Machado ao se dirigir ao Deputado Adriano Diogo. É muito importante dizer que há várias maneiras de praticarmos a violência. A mais terrível delas é praticar com diplomacia e elegância. E o Governo do PSDB não faz outra coisa que não violentar o Poder Legislativo, as instituições, a oposição ano a ano no Estado de São Paulo. Isso é incorporado no discurso hipócrita da tal diplomacia que vemos no Colégio de Líderes, e vemos nesse plenário uma grande hipocrisia, porque, na verdade, somos literalmente tratorados. Se não estou aqui lamentando, porque faz parte do jogo, é porque sempre fomos tratorados com dignidade e civilidade.

Atravessar o Rubicão e comparar um deputado a um comediante, principalmente um deputado da envergadura e do compromisso de Adriano Diogo, é simplesmente extrapolar as raias do bom comportamento, da civilidade. É jogar gasolina na fogueira, e isso nós não vamos admitir. Levaremos a cabo e até o fim qualquer tipo de agressão que exponha um companheiro ou uma conduta.

O Deputado Adriano Diogo não tem ficha corrida, Sr. Campos Machado. Ele tem biografia que muito nos orgulha e muito nos honra. E dizer que ele faz brincadeira na tribuna, quero lhe dizer que se o PSDB e o Sr. Geraldo Alckmin brincassem com a Educação, brincasse com a Saúde, brincasse com o desenvolvimento 10% do que o Deputado Adriano Diogo brinca com a política estaríamos feitos.

Então quero pedir aqui, Sr. Presidente, a todos os deputados uma ponderação, e fazer um apelo para que esta tribuna seja de fato palco do bom debate, que seja intensa, mas que a civilidade prevaleça. O tempo da escuridão já foi e violência, seja ela em silêncio, agressiva ou diplomática, não aceitaremos.

Sr. Presidente, cedo o restante do meu tempo ao nobre Deputado Adriano Diogo. Tenho muito orgulho por tê-lo como companheiro de bancada e como militante do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo, pelo tempo remanescente de nove minutos e 30 segundos.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Rillo, muito obrigado pelas suas palavras e mais ainda por ter a coragem de ter enfrentado o debate político. Quero me situar, porque a Deputada Telma, minha companheira, ao dialogar com o Deputado Campos Machado concordou com o argumento dele que eu havia passado ao largo. Então queria deixar minha posição bem clara. Existem duas posições majoritárias do PSDB no Estado de São Paulo, uma representada pelo ex-Governador Serra e outra pelo Governador Geraldo Alckmin. A minha postura é a seguinte: o Serra, nós o tratamos como inimigo, e o Governador Alckmin como adversário. Essa é a diferenciação.

Eu assisti a todos os debates da prefeitura de São Paulo, quando a Marta era candidata, ao lado do Sr. Campos Machado e do Edson Aparecido. O que o Kassab e a turma do Serra fizeram com Geraldo Alckmin nos debates da televisão, não se faz com um cachorro. Nós podemos ter todas as divergências do mundo com Geraldo Alckmin, não dá para comprovar.

Quando mostrei o jornal "O Estado de S.Paulo", mostrei a diferença de postura. Alckmin elogia Dilma e discute dívida. E aí passei o vídeo da campanha do Serra, que agora vou passar novamente, eliminando a parte inicial para poder chegar ao fim, para dizer como pensa José Serra. E antes de o filme entrar, quero agradecer ao Deputado Rillo pela sua coragem e firmeza.

Quero dizer, na frente do meu Presidente Barros Munhoz: todas aquelas notícias veiculadas pela imprensa para acabar com a carreira e a biografia do Presidente e com a Assembleia, não tiveram a participação de ninguém do PT. O Deputado Giannazi e o Deputado Olímpio, que foram pegos por bodes expiatórios, só pegaram o resíduo do resíduo quando já estava divulgado pelos jornais.

Aquela desmoralização que ocorreu contra o Deputado Barros Munhoz está aparecendo agora, nas páginas dos jornais, evidenciando essa divisão que existe no PSDB hoje. Foi isso, o Deputado Barros Munhoz foi vítima daquele tiroteio. Havia uma disputa no PSDB, os dois grupos se digladiaram, Barros Munhoz foi candidato a Presidente, elegeu-se Presidente, e o outro lado fez fogo amigo.

Por isso eu me insurgi contra aquela perseguição, em que pese eu não concordar com os argumentos todos de Major Olímpio e de Giannazi, mas eles eram o peixe pequeno da história. Quem articulou toda aquela história do vazamento com a "Folha de S.Paulo" não fomos nós. Não foi o PSOL, muito menos o Major Olímpio. Todos sabem do que estou falando.

É bom até que o Deputado Campos Machado deixe de falar em nome do Governador Alckmin porque ele está se igualando, nos seus argumentos, à mesma sujeira que usa de argumento José Serra e Soninha. Apresentarei novamente o vídeo e explicarei qual a diferença de postura que existe entre Alckmin e Serra.

Como todos viram, concluindo, esse é o magnífico trabalho de terrorismo que o Sr. José Serra contra a nossa candidata a Presidente, Dilma Rousseff, e contra até o Governador Geraldo Alckmin, que apresenta uma diferença substancial. Ele não é louco, faz política e faz política com adversários.

Esse outro mostrou o seu papel e a sua biografia. Esse vídeo foi produzido pela Sra. Soninha Francine, sob a supervisão de José Serra, no começo do segundo turno das eleições, para aterrorizar o povo brasileiro.

Então, digo e repito: Serra é nosso inimigo. Alckmin é nosso adversário. Se Campos Machado continuar nos tratando desse jeito, vamos elevar a categoria de Alckmin a inimigo. Sou palhaço, sim, Deputado Campos Machado. Sou o palhaço Arrelia, sou o palhaço do povo brasileiro, mas não sou o palhaço Fernando Collor e outros tantos que V. Exa. apoiou na vida. Onde V. Exa. estava no tempo da ditadura? Não tenho medo das suas ameaças, nem dos seus amigos, seja em quaisquer instâncias.

Deputado Rillo, parabéns. Não é por causa de objetivos eleitoreiros, que V. Exa. pode ser um brilhante prefeito na sua cidade, que V. Exa. vai fazer aliança com qualquer partido, ou mesuras ou média, para conseguir se viabilizar prefeito. Parabéns, continue como homem, como cidadão e como petista. Viva o PT, viva o Lula, viva a Dilma, e viva o povo brasileiro.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 18 horas e 29 minutos.

 

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