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03 DE JUNHO DE 2013

028ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “DIA DA COMUNIDADE ITALIANA"

 

Presidente: VITOR SAPIENZA

 

 

RESUMO

001 - LUIZ CARLOS LADEIA

Mestre de Cerimônia, anuncia a composição da Mesa. Solicita que seja prestado um minuto de silêncio, em memória da Sra. Glória Giglio, falecida em 02/03, esposa do deputado Celso Giglio.

 

002 - VITOR SAPIENZA

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que o presidente Samuel Moreira convocara a presente sessão solene, a requerimento do deputado Vitor Sapienza, na direção dos trabalhos, para "Comemorar o Dia da Comunidade Italiana". Convida o público a cantar, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro" e ouvir o "Hino Nacional da Itália".

 

003 - EDSON FERRARINI

Deputado estadual do PTB, elogia o deputado Vitor Sapienza pela iniciativa. Saúda os deputados de origem italiana desta Casa e os demais integrantes da Mesa. Afirma que esta solenidade o fez voltar ao tempo e recordar a vinda de seus avós da Itália para São Paulo. Informa que são 30 milhões de pessoas com origem italiana no Brasil, e 15 milhões em São Paulo. Lembra que a História passa por Roma e que o povo italiano representa trabalho, dignidade e alegria.

 

004 - ALEX MANENTE

Deputado estadual do PPS, cumprimenta a todos, em especial o deputado Vitor Sapienza. Destaca a força da contribuição italiana em São Paulo e no Brasil. Fala do reconhecimento do brasileiro pela cultura italiana, que está impregnada em São Paulo. Afirma que a herança italiana contribuiu para o crescimento paulista. Parabeniza a todos.

 

005 - CÉLIA LEÃO

Deputada estadual do PSDB,elogia o deputado Vitor Sapienza pela iniciativa e como ex-presidente deste Legislativo. Cumprimenta a todos. Afirma que São Paulo é "um pedacinho do coração italiano no Brasil". Enaltece a honra desta Casa em receber parte da sociedade ítalo-brasileira. Afirma que os brasileiros se sentem um pouco italianos, ao consumir pizza nos finais de semana. Lembra a contribuição dos imigrantes no desenvolvimento social e econômico brasileiro. Destaca o espírito comunicativo e o gestual do povo italiano. Lembra a "sapienza", a liderança e o aprendizado que teve com o deputado Vitor. Agradece o fato de os italianos terem escolhido o Brasil como destino.

 

006 - ORLANDO BOLÇONE

Deputado estadual do PSB, elogia o deputado Vitor Sapienza, bem como a firmeza dos italianos. Recorda o processo imigratório no século 19. Lembra a contribuição dos italianos que, assim, como os demais imigrantes, vieram substituir o trabalho escravo e contribuíram para o crescimento do Noroeste paulista. Informa que a Unesp foi buscar professores na Itália. Ressalta os exemplos de cidadania desta comunidade.

 

007 - WELSON GASPARINI

Deputado estadual do PSDB, cita sua alegria em participar deste evento, como brasileiro e pela dupla cidadania que possui. Destaca a colaboração dos italianos pelos valores de vida morais, éticos, familiares e religiosos, hoje tão ausentes. Apela para que possamos reviver esses valores, na tentativa de reduzir a violência e evitar a perda de uma geração de jovens. Faz agradecimentos a todos e, em especial, à sua família.

 

008 - ARNALDO FARIA DE SÁ

Deputado federal, manifesta alegria pela homenagem à comunidade italiana no Brasil. Recorda sua amizade com o deputado Vitor Sapienza, ao tempo em que atuavam como delegados tributários. Enaltece a herança da culinária italiana. Elogia a atuação do deputado Vitor Sapienza. Lembra que São Paulo é uma das maiores cidades italianas do mundo.

 

009 - Presidente VITOR SAPIENZA

Lembra a disputa eleitoral de 1986, como deputado estadual, ao lado de Arnaldo Faria de Sá, como federal. Afirma que esta sessão permite rever os amigos e homenagear os antepassados. Louva aqueles que atravessaram o Atlântico em busca de novos ideais, tendo que enfrentar os desafios do país desconhecido. Enaltece o orgulho desse resultado, com os valores italianos na música, na literatura, na pesquisa científica e no trabalho, além do caráter festivo. Discorre sobre a contribuição dos italianos no processo industrial paulista. Recorda a instituição do "Dia da Comunidade Italiana". Comunica a entrega da láurea "Loba Romana", criada em 1991, a personalidades que se destacaram nos mais variados campos de atuação. Explica a característica mitológica do troféu.

 

010 - MARCO LEONE

Cônsul-Geral-Adjunto da Itália em São Paulo, cumprimenta os componentes da Mesa. Fala de seu prazer e honra em participar deste evento. Apresenta a saudação do cônsul-geral em São Paulo. Afirma que esta solenidade é um marco para a comunidade italiana, a maior depois da Itália. Destaca o seu aspecto qualitativo. Comenta a realidade econômica brasileira. Discorre sobre a importância dos laços de amizade entre Brasil e Itália. Elogia o propósito do troféu e cumprimenta os homenageados.

 

011 - FÁBIO PORTA

Deputado italiano, representante da América Meridional do Parlamento Italiano, parabeniza o deputado Vitor Sapienza. Agradece aos ítalos-brasileiros. Afirma que a Itália não seria a mesma sem a contribuição dos brasileiros. Lamenta a morte de Victor Civita, dirigente da Editora Abril. Faz vivas à Itália, ao Brasil e a São Paulo.

 

012 - LUIZ CARLOS LADEIA

Mestre de Cerimônias, faz a leitura do currículo das personalidades agraciadas com o Troféu "Loba Romana", chamadas em ordem alfabética.

 

013 - ALMIR PAZZIANOTTO PINTO

Representante dos homenageados, fala de seu retorno a este Legislativo, no qual atuou como deputado estadual. Faz retrospecto sobre sua origem italiana, bem como sobre sua atuação profissional. Recorda sua atuação política como deputado, secretário e ministro de Estado. Comenta a transição do regime militar para a democracia. Ressalta a presença italiana no Interior de São Paulo. Cita publicações a respeito do tema. Comenta a presença italiana no campo e na cidade. Discorre sobre o surgimento das associações sindicais. Recorda greves históricas, como a de 1907. Comenta a economia que gerou a prosperidade dos imigrantes, que passaram da condição de empregados a patrões e profissionais liberais. Destaca a importância da produção italiana para o mundo. Lamenta a reversão de valores no Brasil.

 

014 - Presidente VITOR SAPIENZA

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Senhoras e senhores muito boa noite, sejam bem vindos a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem por finalidade comemorar a Data Nacional da Itália, a nossa Festa Italiana.

Gostaríamos de chamar as autoridades para compor a Mesa. Inicialmente o autor da iniciativa desse nosso evento deputado estadual Vitor Sapienza. (Palmas.) Deputado italiano representando na América Meridional o Parlamento Italiano doutor Fábio Porta. (Palmas.) Ministro Mauro Marsili, Cônsul Geral da Itália em São Paulo. (Palmas.) Senhor Marco Leone representando o Cônsul da Itália. (Palmas.)

Senhoras e senhores pedimos um minuto de silêncio em memória da senhora Glória Giglio, falecida ontem, esposa do ex-deputado e ex-prefeito de Osasco, Sr. Celso Giglio, que faleceu ontem num acidente automobilístico.

 

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- É feito um minuto de silêncio.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Vitor Sapienza.

 

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O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - O ministro Mauro Marsili neste ato representado pelo subcônsul, deputado Fábio Porta, deputado italiano representando na América Meridional o Parlamento Italiano. Srs. Deputados Edson Ferrarini, Alex Manente, Orlando Bolçone, Welson Gasparini, deputado Tonico Ramos, senhor Marco Leone que é o cônsul adjunto da Itália, que por uma falha minha não mencionei o seu nome, peço desculpas, senhor Augusto Bellon diretor do Setor Escolar do Consulado Geral da Itália; senhor Plínio Sarti, presidente da Unione Degli Italiani Nel Mondo; senhora Rita Blasioli Costa, presidente do Comitê dos Italianos no Exterior; senhor Giovanni Manassero, presidente da Associação Piemontese no Mundo em São Paulo; doutor Luiz Flávio Borges D´Urso, conselheiro federal e diretor de Relações Institucionais da OAB - São Paulo, representando o presidente Marcos da Costa; senhor Vilmar Toledo Piragine, diretor da Santa Casa de Misericórdia; senhor Antonio Alamia, coordenador pelo Brasil da União Siciliana de Imigrantes; comendador Giampaolo Bonora, presidente da FECIBESP; senhor Perricone Michelle, presidente da Sociedade Cultural Brasilitália de São Bernardo do Campo; senhor Evandro Mesquita, diretor da Fundação Ulysses Guimarães de São Paulo e ex-deputado desta Casa; doutor Affonso Della Monica Netto, ex-presidente do meu querido Palmeiras, que estamos na segunda divisão, mas paciência; doutor Paulo Rios, assessor chefe da Polícia Civil desta Casa, representando o delegado geral da Polícia Civil doutor Maurício Blazeck; tenente PM Amanda Hatsume Sato Sabbatini, representando o coronel PM Benedito Roberto Meira, comandante geral da Polícia Militar de São Paulo; senhor João Edison Demeo, representando o presidente do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, senhor Victor Domingos Galloro; senhor José Aparecido representando o deputado Itamar Borges.

Meus senhores e minhas senhoras, este Presidente hoje ocupando a Casa teve a satisfação de solicitar ao deputado Samuel Moreira que convocasse esta reunião no sentido de comemorar o Dia da Comunidade Italiana. Convido todos os presentes para de pé cantarmos o Hino Nacional da Itália e o Hino Nacional Brasileiro, executado parte pela Banda da Polícia Militar e outra parte através de CD.

 

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- É feita a execução do Hino Nacional Brasileiro e do Hino Nacional da Itália.

 

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O SR. PRESIDENTE -VITOR SAPIENZA - PPS - É norma da Casa ceder a palavra a deputados inscritos para se manifestarem a respeito da comemoração. Inicialmente eu chamo o nobre deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Meus amigos, é um prazer nós estarmos nesta solenidade presidida por este que é um dos mais brilhantes deputados desta Casa, deputado Vitor Sapienza. É uma sessão diferente, este é o nosso plenário, mas quando o deputado Vitor Sapienza solicitou a todos os deputados desta Casa, os 94 aquiesceram, assinaram o pedido e o Presidente convocou para nós nos encontrarmos.

Eu quero saudar os outros deputados, meus amigos que aqui estão, deputado Alex Manente, deputado Orlando Bolçone, deputado Welson Gasparini, deputada Célia Leão, queria saudar o senhor Marco Leone que é o cônsul adjunto representando o ministro Mauro Marsili, prazer em tê-lo aqui, que é o nosso cônsul Geral da Itália, o deputado italiano Fábio Porta, representante da América Meridional no Parlamento Italiano.

Eu queria cumprimentar o nosso secretário da Saúde, Giovanni Guido Cerri, na pessoa de quem cumprimento todas as autoridades aqui presentes, minhas senhoras e meus senhores.

Cada vez que surge esta solenidade que o deputado Vitor Sapienza convoca, eu venho pra cá e volto no tempo. Volto sentado na sala da minha casa e minha nona contando as histórias de quando vieram no navio Savoya, vieram como imigrantes e vejo eles me contando da região de Mantova, Marmirolo e contando como aqui vieram. E contando como construíram a nossa família, suas dificuldades. Foram para o campo, lutando, e hoje no Brasil são 30 milhões de italianos no Brasil. Só em São Paulo são 15 milhões. E se a Itália é a história do mundo, se a história do mundo passa pela Itália, a história do mundo passa por Roma, a história do mundo passa por esse povo maravilhoso naquela bota, sem dúvida alguma esse povo representa trabalho. Esse povo representa dignidade. Esse povo representa suor. Era assim que os meus avós me contavam, e com que alegria eu aqui estou dando um abraço em todos os meus amigos, saudando mais uma vez esse meu irmão deputado Vitor Sapienza por esta iniciativa, e todos vocês. Um beijo no coração de cada um de vocês meus irmãos brasileiro-italianos. Fiquem com Deus. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Chamo agora o nobre deputado Alex Manente.

 

O SR. ALEX MANENTE - PPS - Boa noite a todas e todos. Quero saudar inicialmente o deputado Vitor Sapienza que é autor desta justa homenagem a todo povo italiano que aqui construiu a sua força no estado de São Paulo e no Brasil.

Quero cumprimentar o deputado do Parlamento Italiano Fábio Porta, representante da América Meridional no Parlamento Italiano; o senhor Marco Leone, que é cônsul adjunto representando o ministro Mauro Marsili, cônsul-geral da Itália em São Paulo. Cumprimentar o secretário Giovanni Guido Cerri, e em nome dele todas as autoridades que aqui estão presentes.

Rapidamente, quero deixar aqui minha justa homenagem. Eu, descendente de italiano, não poderia de deixar de passar aqui para registrar o nosso reconhecimento a toda a cultura italiana, a boa cultura italiana que foi impregnada no bom sentido no estado de São Paulo e no País, que fez crescer com muita força o nosso Estado. E hoje, todas as cidades do estado de São Paulo têm na colônia italiana a sua grande força do crescimento, da pujança, e da luta e do trabalho.

Quero parabenizar o nosso professor, tenho a honra de ser do mesmo partido do deputado Vitor Sapienza, e quero registrar aqui que além de professor é um amigo que ensina a cada dia, e não haveria ninguém melhor para ser o responsável por esta homenagem a toda a comunidade italiana. Hoje, muito mais como membro da comunidade italiana, venho aqui registrar minhas homenagens, participar desta bonita festa, e falar que nós temos que continuar fazendo desta data uma data muito especial, porque o estado de São Paulo só é forte, o Brasil só é forte porque tem muito da cultura italiana no nosso governo.

Muito obrigado, que Deus abençoe todos, e parabéns a toda comunidade italiana no Brasil. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Com grande satisfação eu anuncio a presença, entre nós, do deputado federal Arnaldo Faria de Sá.

Passo a palavra agora a minha irmã deputada Célia Leão.

 

A SRA. CÉLIA LEÃO - PSDB - Presidente deputado Vitor Sapienza, e eu o chamo de Presidente não somente porque está presidindo esta sessão esta noite, pois tem que fazê-lo, pois foi o deputado Vitor Sapienza, como sempre fez, que convida, que conclama, que convoca todas as senhoras e senhores representando um pedaçinho do grande coração italiano que o Brasil tem, mas porque o deputado Vitor Sapienza literalmente de fato e de direito foi Presidente desta Casa. E me lembro como se fosse hoje respeitando todos os Presidentes que esta Casa teve e tem, deputado Samuel Moreira que é o nosso Presidente atual, um grande homem, um grande líder, mas me permita e me perdoe deputado Samuel Moreira, na pessoa do deputado Vitor Sapienza, quero dizer que dos Presidentes que pessoalmente conheci nesta Casa, o deputado Vitor Sapienza marcou história como homem público, como liderança, como ser humano e como um grande Presidente.

Minha fala vai ser muito breve, mas eu vim aqui nesta noite, de fato, para além de cumprimentar todas as senhoras e senhores, amigas e amigos, toda comunidade italiana, como eu disse um pedaçinho do coração italiano do Brasil aqui na Casa de Leis, e mais do que isso, no chão sagrado, porque esta Casa são pessoas que representam 17 partidos, 94 deputados, homens e mulheres, que representam aqui a confiança do povo do estado de São Paulo, que representam cada brasileiro que mora neste Estado somando 42 milhões de brasileiros. Portanto, pra nós nesta Casa foi uma honra receber parte desta sociedade, principalmente pela batuta, pelas mãos, pelo coração, pela inteligência, pela sensibilidade de um homem como o deputado Vitor Sapienza ao qual eu peço uma salva de palmas bem forte, clamorosa, para agradecer a pessoa, a figura deste grande professor. (Palmas.)

E agora encerrando minhas palavras, eu quero dizer deputado, meu nome é Célia Leão, mas no meio tem Camargo, o Camargo espanhol, o Leão dizem dos judeus novos, e por final Edelmuth que é do meu marido que é alemão. Aí me perguntaram agora a pouco se eu não tinha sobrenome italiano, mas eu disse que para ser italiano basta ser brasileiro, não precisa nem de sobrenome, porque todos os brasileiros de alguma forma são italianos. E só sabermos que esperamos a semana toda não para assistir um programa costumeiro de domingo à noite, mas para esperar a família e comer uma pizza com a família no domingo à noite. Não existe um só brasileiro que não saboreie, goste ou necessite, sente falta da nossa massa, não importa o molho. Então, todos nós de alguma forma somos um pouco italianos. Mas mais do que isso, deputado Vitor Sapienza e V.Exa. sabe disso, a comunidade italiana não só por questão de ter 30 milhões de pessoas de alguma forma, dos italianos aqui no Brasil, os indiretos somam um número maior, mas porque os italianos de fato ajudaram o desenvolvimento da nossa sociedade a crescer social e economicamente. Permitam-me chamar de vocês por um segundo, com a mesma forma e respeito que os chamo de senhores e senhoras, mas são vocês lá de traz junto com os portugueses, junto com outros europeus, junto com asiáticos, africanos, com todas as raças que o nosso Brasil recebe de braços abertos, que fizeram com que o povo brasileiro fosse e é o que nós somos. Um povo alegria, que se comunica com a alma, com o coração, com as mãos, como ninguém sabe fazer melhor que os italianos, mas na verdade é um povo comunicativo, mas mais do que isso, um povo respeitoso, um povo amoroso. E quando nós saímos do Brasil, aqueles que podem saem e vão para a Europa a passeio ou a trabalho, quando sentem saudades do Brasil o país escolhido é a Itália, porque quando a gente chega à Itália nós nos sentimos também um pouco brasileiros.

Então, deputado Vitor Sapienza, eu vim a esta tribuna esta noite e quero cumprimentar todos os deputados que já falaram e os outros que estarão conosco nesta noite de todos os partidos, mas dizer que nenhum de nós, de forma especial eu, não viemos aqui para pegar voto ou para fazer simpatia, porque a comunidade italiana é sensível, é inteligente, e o deputado Arnaldo Faria de Sá que está aqui sabe disso. E saber que nós já temos um deputado que representa a comunidade, que representa literalmente com sapiência, sem fazer aqui uma troca de sobrenome, que é o deputado Vitor Sapienza. Os senhores e as senhoras têm em mãos e no coração alguém para escolher a cada quatro anos para representar esta comunidade com dignidade, com amor, com carinho, com amizade. Os senhores estão certos quando depositam o voto no deputado Vitor Sapienza, porque ele literalmente é um grande homem.

Encerro dizendo a V.Exa., que o grande líder a gente reconhece quando ao lado dele pequenos que somos nos transformamos grandes, e o senhor é esse líder, e quando estamos ao lado do senhor, o senhor nos faz muito mais, maior do que nós somos. E eu quero deixar um testemunho, muitas das coisas que eu aprendi nesta Casa, aprendi mesmo de fato e de direito, até de legislação, foi o deputado Vitor Sapienza que em muitas das madrugadas lia os artigos, aprendia sobre os livros, escrevia, copiava, punha num envelope, e punha na minha mesa para que no dia seguinte eu pudesse ser uma grande deputada. Então, grande parte do que sou eu devo a este homem, e é por isso que eu vim a esta Tribuna para dizer aos senhores, parabéns, obrigada por serem italianos, e mais do que isso, obrigada por terem escolhido meu querido cônsul, embaixador, deputado italiano, terem escolhido o nosso País para trazer essa grande cultura, e que nós não sabemos mais viver sem vocês.

Uma salva de palmas à Itália. Uma salva de palmas a vocês, e uma salva de palmas ao meu deputado, meu Presidente, meu amigo e nosso italiano Vitor Sapienza. Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Minha irmã, obrigado por tudo.

Cedo agora a palavra ao deputado Orlando Bolçone.

 

O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - Boa noite, é uma missão difícil falar depois da deputada Célia Leão, depois do deputado Edson Ferrarini, deputado Alex Manente. Mas hoje é um dia muito, muitíssimo especial nesta Casa, galerias onde se homenageia a comunidade italiana, as galerias se enchem. É um momento histórico desta Casa. Isso se deve ao nosso querido líder, Presidente da sessão, mestre de todos nós, nosso decano deputado Vitor Sapienza. Amigo querido, que com sua sabedoria, com sua tranquilidade, mas também, próprio dos italianos do Sul, com firmeza cobrando esta Casa nos momentos mais decisivos.

Quero saudar o deputado Fábio Porta de quem somos eleitores, saudar o nosso representante, o nosso cônsul Marco Leone, e querido amigo e deputado federal Arnaldo Faria de Sá, minha colega deputada Célia Leão, deputado Welson Gasparini, deputado Alex Manente e nosso deputado Edson Ferrarini.

Eu vou falar de um outro lado da Itália que é um lado que no final do século IXX foi chamado de Boca Sucessão, é um lado onde nossos nomes, nossos avós aqui chegaram para substituir a mão de obra escrava e de forma a se dedicar e formar a cafeicultura no estado de São Paulo. Sou de uma região da ponta, noroeste do estado de São Paulo, e essa região recebeu os primeiros imigrantes, a primeira leva de imigrantes que lá chegavam e encontravam uma região inóspita, uma região que demorava semanas para se deslocar de um lado ao outro. Mas essa região, hoje noroeste paulista, formou, por exemplo, grandes pesquisadores na área da medicina, Domingo Braile, filho de um dos primeiros médicos imigrantes, Lino Braile, um dos maiores cardiologistas do país. Lá formou a nossa Unesp, onde aqui temos homenageado. Fui buscar na Itália para formar a primeira universidade da região noroeste paulista, a Unesp, o Instituto de Biociências, fui à Itália, fui a Milão, fui a Turim, fui a Veneza buscar os seus melhores professores e pesquisadores. Nessa região de São José do Rio Preto, que hoje se caracteriza em ser uma das regiões distante de São Paulo, mas um pedaço de São Paulo, mas também um pedaço da Itália, metade da sua população ou é italiana ou é descendente.

Lá e aqui, hoje, se homenageia nos reunindo à mesa tal qual lembrou a deputada Célia Leão, como uma mesa da Itália com uma boa pizza, uma boa macarronada, muita tarantela e muita alegria como o dia de hoje, que é um dia de agradecimento, um dia de muita alegria, um dia de muita paz, e um dia de muita felicidade. Meu irmão deputado Vitor Sapienza, meu neto e vocês que aqui estão, as nossas homenagens, e aqueles exemplos de cidadania, aqueles exemplos para nossa comunidade um “gracie” do fundo do nosso coração. Muito obrigado, e que Deus nos abençoe sempre nos desafios de hoje e sempre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Com a palavra o nobre deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Meu caro Presidente Vitor Sapienza, na sua pessoa e na pessoa do cônsul eu quero saudar todas as autoridades aqui presentes, e todos vocês que vieram prestigiar esta importante solenidade.

Deputado Vitor Sapienza, eu falo com duas características, uma como brasileiro, e o prazer de participar desta homenagem à comunidade da Itália, aos italianos. E quero falar também pela dupla cidadania, como cidadão italiano. Eu tenho muita honra de ter este título também. Então, gostaria de neste instante demonstrar toda minha alegria em participar desta solenidade, principalmente porque eu acredito que grande parte do que nós temos hoje em termos de valores de vida se deve justamente à colaboração que os italianos deram também, somando também ao que já existia de bom aqui no estado de São Paulo e no Brasil, mas trazendo sem dúvida alguma aqueles valores que eu aprendi junto aos meus pais, que eram italianos, nascidos na Itália: valores morais, valores éticos, valores de família, valores religiosos; e hoje, infelizmente, tão ausentes em algumas áreas do nosso País. Então, eu gostaria de neste instante fazer um apelo: que todos nós nesta oportunidade buscássemos reviver com muito entusiasmo os valores de vida que nós aprendemos, principalmente valores morais, valores éticos, valores espirituais, porque aí está a grande possibilidade de nós reduzirmos a violência na sociedade, de nós diminuirmos o número de presos nas penitenciárias e de nós não perdermos uma geração de jovens, que muitas vezes estão sem essa formação tão bonita que nós tivemos dos nossos avós, do nossos pais, e que precisam ser reativados com muita urgência e com muito entusiasmo. Então, eu quero, nesta oportunidade, trazer o meu abraço e o meu agradecimento por minha família ter recebido toda essa formação, e, graças a Deus, por hoje ter a honra de ter a dupla cidadania e poder dizer, obrigado, porque eu também estou sendo homenageado na noite de hoje como cidadão italiano.

Muito obrigado, deputado Vitor Sapienza, a sua iniciativa foi muito feliz, parabéns. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Antes de passar a palavra ao meu amigo deputado federal Arnaldo Faria de Sá, quero registrar a presença do professor Wimer Bottura Junior que representa o SOMIR – Sociedade Médica Ítalo-Brasileira, e do ex-presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone.

Com a palavra meu amigo deputado Arnaldo Faria de Sá.

 

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Boa noite deputado Vitor Sapienza, nosso Presidente, é uma alegria estar participando deste evento aqui na Assembleia Legislativa por uma razão particular, e uma razão da comunidade. É importante estarmos aqui valorizando a importância da comunidade italiana no Brasil. Tenho certeza que o senhor Fábio Porta representa também lá no Congresso Italiano as pessoas que vêm lutando aqui no Brasil, e particularmente pela amizade que tenho pelo deputado Vitor Sapienza, que conheci à época ainda como delegado regional tributário da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, e que à época inclusive eu era um dos cabos eleitorais de sua primeira campanha, e coincidentemente acabamos juntos participando daquele pleito de 86, estimulados que fomos pelo deputado Vitor Sapienza.

É importante estarmos aqui nesta comunidade toda pujante e forte, e, na verdade já lembrou a deputada Célia Leão, da pizza, do macarrão da mama, e a gente sabe como esses pratos são importantes para o Brasil, todos de origem italiana. E a gente falaria uma série, um cardápio inteiro aqui de ravióli, lasanha, nhoque e muitos pratos que são pratos hoje assimilados pela cultura brasileira, mas que aprendemos nas cantinas que existem aqui. Tenho certeza que os deputados Welson Gasparini, Orlando Bolçone, Alex Manente, Edson Ferrarini, todos nós temos a certeza que várias comunidades merecem ser comemoradas e respeitadas, mas uma das que mais se entrelaçou com o Brasil, sem dúvida nenhuma, foi a comunidade italiana. E tenho certeza que o deputado Vitor Sapienza, quando traz essa oportunidade de fazer com que a gente preste esta homenagem, tenho certeza que todos os palestrinos estão contentes hoje por esta grande homenagem que é feita aqui na Assembleia Legislativa.

E sem dúvida nenhuma, deputado Vitor Sapienza, estar aqui prestigiando este evento que você promove historicamente aqui na Assembleia Legislativa, você como deputado de 27 anos de mandato sempre esteve presente nesta lembrança que faz a comunidade deste momento italiana que representa o anseio de toda população. São Paulo, sem dúvida nenhuma, uma das grandes cidades italianas no mundo, e você deputado Vitor Sapienza sabe incorporar e representar este evento. Portanto, é uma alegria e um prazer muito grande estar aqui juntamente com você dando um abraço em toda essa comunidade italiana neste grande momento. “Tutti buona gente”. Parabéns. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Meus senhores e minhas senhoras, eu tinha preparado um discurso, mas vou ter que fazer uma divisão entre o meu discurso e o meu desabafo. Eu vou voltar ao ano de 1986, que existia um radialista e era ajudante do Hélio Ansaldo na TV Record. Eu lembro bem em uma das vezes que ele me entrevistou, eu como delegado tributário, eu perguntei a ele: Arnaldo por que você não sai deputado? Ele falou, se você sai estadual, eu saio federal. E nós começamos uma campanha.

E o desabafo vem agora, era um portuguesinho, ele torcia para a Portuguesa, e o italiano do Bom Retiro e o pessoal dizia: nós concorríamos com gente famosa. Onde esse portuguesinho e esse italiano do Bom Retiro querem chegar? Será que eles vão chegar? Eu lembro bem de uma cena em Cotia, o Arnaldo não ainda sabia falar como hoje fala muito bem, uma senhora estava servindo uma bandeja para o pessoal, e ele sem argumento segurou nas mãos dela para dar uma força como se ela tivesse que transmitir a ele um pouco de entusiasmo, e eu lembro bem, ele dizia para mim: será que vai dar? Eu dizia: Arnaldo, vamos firmes que vai dar. Arnaldo você fez quebrar um protocolo e fez quebrar um discurso que eu tenho que me conscientizar para fazer o discurso que eu havia preparado. Obrigado Arnaldo. (Palmas.)

Meus senhores e minhas senhoras, é gratificante estarmos aqui, novamente, neste que é o Dia da Comunidade Italiana, a nossa tradicional “Festa Italiana”. Tão importante é quanto rever velhos amigos e poder manifestar a nossa alegria ao homenagear os nossos antepassados, aqueles valentes que cruzaram o Atlântico em busca de novos ideais.

Gente que não teve receio de avançar rumo ao horizonte, mesmo sem saber quais eram os desafios que os esperavam. Gente que deixou as suas raízes e rumou para o desconhecido; para semear em terreno fértil, em uma terra que lhes abriu os braços e, generosa, permitiu que aqui plantasse a doce semente da esperança.

E hoje, passadas tantas décadas, temos orgulho em apontar o resultado da colheita; ele é facilmente perceptível, o resultado está na arte, na música, na literatura, na pesquisa cientifica, no suor do operário, na seriedade do trabalho e na alegria que caracteriza essa nossa gente festeira.

O resultado dessa luta aí está, é facílimo detectá-lo, não apenas nesta São Paulo que amamos tanto. Ele é visível em quase todos os cantos deste País. O resultado dessa luta está em cada palmo de chão: na parede erguida - tanto na esperança de se construir um lar, como no doce encanto da obra de arte -, na seriedade do templo e na amplitude das ideias que nortearam os passos, nas inúmeras chaminés que foram a característica desta São Paulo, e na doce cantiga que embala os sonhos - o verdadeiro encantamento da vida.

Se as chaminés já não fazem parte do nosso cotidiano, pouco importa. A cidade se modificou, abriu mão das mais simples trilhas das florestas, haverá sempre um sonho a ser perseguido, e com ele, um passo que certamente terá como exemplo, o rastro deixado por nossos antepassados.

Meu senhores e minhas senhoras, dando um breve resumo, o Dia da Comunidade Italiana foi instituído pela Lei 6.133, de 01 de junho de 1988. A lei determina a data de 02 de junho como homenagem à nação italiana e aos seus filhos e descendentes radicados no Brasil. A sessão solene realizada na Assembleia Legislativa tem como ponto alto a entrega do troféu Loba Romana, láurea concedida aos italianos e seus descendentes que, por sua atuação socioeconômica e cultural, contribuíram para estreitar ainda mais os laços entre o Brasil e a Itália.

Criado em 1991, o troféu Loba Romana já foi entregue a 369 personalidades dos mais variados campos de atuação, não somente descendentes de italianos, mas àqueles que integraram e colaboraram para que principalmente o bem-estar, principalmente a forma como o italiano trata as pessoas mais necessitadas. Somam-se a ela, hoje, 18 pessoas que serão lembradas em justo reconhecimento pelo seu trabalho em benefício da sociedade.

O troféu é uma láurea em bronze, com pedestal em mármore, que retrata uma loba amamentando os órfãos Rômulo e Remo. O símbolo original da Loba Romana é um bronze etrusco, datado de século V a.C. Segundo a mitologia, Roma venceu a Etrúria, através das batalhas desenvolvidas nos séculos IV e III a.C., obtendo aí o seu mito fundador. No século XV d.C., o escultor italiano Antonio Pallaiolo juntou os gêmeos Rômulo e Remo à loba.

Vamos à solenidade de entrega, mas antes disso quero passar a palavra ao nosso subcônsul para que também faça a sua exposição.

 

O SR. MARCO LEONE - Boa noite a todos. Cumprimento em primeiro lugar esse queridíssimo deputado e amigo Vitor Sapienza, promotor e idealizador desta festa belíssima, o meu querido amigo Fábio Porta, e em nome dos quais cumprimento todas as autoridades e as importantes autoridades que estão aqui presentes hoje.

Senhoras e senhores, é um grandíssimo prazer e uma grandíssima honra para mim poder representar hoje, aqui, o Consulado e as autoridades da Itália. Eu queria levar para vocês as saudações do cônsul geral, que estava aqui até pouco tempo, mas teve que sair antes por causa de outro compromisso. Essa festa tornou-se um verdadeiro marco, verdadeiro apontamento importante, eu falaria para a comunidade, para a nossa comunidade aqui em São Paulo.

Nós como bem sabemos a comunidade italiana em São Paulo é a maior comunidade italiana que tem fora da Itália com certeza em termos quantitativos, em termos de números. E eu chegaria a falar também do ponto de vista qualitativo, por causa da contribuição que a nossa comunidade deu para o desenvolvimento desta comunidade, e dessa grandíssima realidade econômica, que como bem sabemos hoje em dia é uma das realidades que tem maior crescimento no panorama até mundial.

Mas o apontamento de hoje, esta festa de hoje, tornou-se uma verdadeira tradição para gente, e algo que torna esse laço, é algo que torna essa comunidade italiana que tem essa grande importância e esse laço de amizade entre Itália e Brasil concreto e atual até hoje. Isso até graças à idéia de homenagear pessoas que através de suas obras contribuíram a estreitar ainda mais essa amizade, a estreitar esse laço.

Então, queria agradecer e cumprimentar também todos os homenageados de hoje, cumprimento a minha querida amiga Alda Marco Antonio, o querido Giovanni Guido Cerri em nome dos quais agradeço realmente todas as pessoas que são homenageadas, que dão honra a Itália e ao mesmo tempo ao Brasil.

Então, muito obrigado a todo mundo, e muito obrigado mais uma vez ao deputado Vitor Sapienza, que organiza essa linda festa, e para tornar essa festa concreta através dessas pessoas, da homenagem a essas pessoas. Mais uma vez obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Obrigado pelas palavras, subcônsul Marco Leone.

Agora eu quero dar a palavra ao nosso deputado italiano Fábio Porta.

 

O SR. FÁBIO PORTA -Buona sera a tutti.” Boa noite a todos. Poucas palavras, porque eu já tive a honra de ser homenageado, e sei que é uma cerimônia longa e o espaço deve ser dos homenageados. Mas eu queria cumprimentar, parabenizar o deputado Vitor Sapienza por esta maravilhosa iniciativa. Poucos eventos na Itália e fora da Itália têm o tamanho do evento de hoje à noite para comemorar da maneira melhor a nossa grande festa da república.

Quero agradecer o senhor Marco Leone, homenagear também a presença do consulado, do governo italiano nesta ocasião. E cumprimentar somente mais duas pessoas: Rita Blasioli Costa, Presidente do COMITES - e através da Rita todas as entidades, associações italianas presentes aqui hoje -, e a minha queridíssima sempre prefeita, Alda Marco Antonio que hoje representa, e através dela quero agradecer todos os homenageados do dia de hoje.

Eu quero dizer somente uma coisa, e além de tudo, deputado Vitor Sapienza, me permita agradecer os paulistanos, paulistas, os ítalo-brasileiros, que com apoio e confiança me permitem continuar representando, à altura da expectativa de cada um deles, o Brasil e os italianos no Brasil e na América do Sul no Parlamento Italiano. Quero dizer que se fala muito da contribuição italiana à cidade de São Paulo. Se fala muito justamente, porque São Paulo e o Brasil não seriam os mesmos sem os italianos. Eu queria dizer que a Itália não seria a mesma sem a contribuição dos italianos no exterior, no Brasil, e em São Paulo. Esta comunidade é fundamental, e deve ser valorizada e homenageada diariamente, porque o que foi feito pelos italianos fora da Itália é pouco em relação ao que os mesmos italianos estão fazendo hoje. E nós precisamos desta contribuição. E me permita lembrar o último desses italianos que nos deixou poucos dias atrás, que representa talvez essa grande leva de nossos oriundos, o italiano nato que se transferiu para o Brasil, Roberto Civita, um grande italiano nascido em Milão. E nós temos milhares de Roberto Civita, empresários, jornalistas, escritores, de pessoas, de voluntários que ajudaram a construir a Itália fora da Itália.

Então “gracie”, parabéns a todos. Viva a Itália. Viva o Brasil. Viva São Paulo. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Nós faremos agora a entrega do troféu Loba Romana, e a chamada dos homenageados será feita por ordem alfabética.

Nossa primeira homenageada é formada em Saúde Pública pela USP, e em Engenharia no Triângulo Mineiro. Presidiu a antiga FUNABEM, e foi representante do governo brasileiro junto ao Instituto Interamericano da Criança na OEA. Foi secretária do Menor no governo Quércia e no governo Fleury; secretária das Relações do trabalho no governo Franco Montoro, e presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina.

Na Conferência da ONU em Nairóbi, no Quênia, ela ganhou destaque internacional, quando apresentou o projeto mais original, voltado para as mulheres trabalhadoras rurais. Durante a sua gestão na Secretaria do Menor, oito dos trabalhos ali implantados foram copiados pela ONU, por meio da Unicef, e aplicados em 19 países. Foi considerada uma das “Mulheres do Outro Mundo”, pela rede de televisão RAI. Durante a Conferência da ONU em Pequim, na China, ela foi destaque pelo seu trabalho junto às crianças de rua, em São Paulo.

Representou o Brasil em congressos e seminários na Costa Rica, Holanda, Chile, Itália, Espanha, Suécia e Estados Unidos, sempre lutando pelas mulheres e pelas crianças desassistidas.

A nossa homenageada foi vice-prefeita de São Paulo, Alda Marco Antonio. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Nós gostaríamos de destacar que estamos fazendo uma síntese dos currículos dos homenageados.

Advogado formado pela PUC de Campinas, especializado na cadeira de Direito Econômico e Direito de Empresas pela USP. Foi deputado estadual durante três mandatos. Foi secretário de Estado das Relações do Trabalho e ministro do Trabalho. Foi ministro do Tribunal Superior do Trabalho, tendo exercido os cargos de corregedor geral, vice-presidente e presidente do TST. Autor e colaborador de vários livros, com artigos publicados em diversos jornais de circulação nacional e revistas especializadas.

Membro da Academia Nacional de Direito do Trabalho, Academia Paulista de Magistrados, Instituto dos Advogados de São Paulo, Associação dos Advogados de São Paulo e União Brasileira dos Escritores.

O nosso homenageado é o ministro Almir Pazzianotto Pinto. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Nascida no bairro do Brás, os seus estudos foram divididos entre o Brasil e a Itália. Ela cultua intensamente as suas raízes italianas e sempre que possível, ajuda a promover a interação entre as duas nações, tanto na pesquisa histórica, como na descoberta da origem dos descendentes interessados em obter a cidadania italiana.

A origem do seu sobrenome é Campobasso, e a sua família era especializada na produção artesanal de tesouras. No Brasil, o seu avô abriu uma empresa no ramo de cutelaria, e chegou a ter várias filiais. Hoje, ainda existe uma empresa que leva o sobrenome da família, mas atua no setor de ferramentas.

Em suas colaborações para a expansão da cultura italiana, a nossa homenageada participa do Programa Itália Total, na Rádio Trianon. Chamamos a empresária Anna Maria Rita De Meo. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Os seus avós chegaram ao Brasil e se dedicaram à mecânica e ao artesanato em latão, bronze e níquel. Outros foram para a lavoura e posteriormente vieram para a capital.

Desde a infância o nosso homenageado trabalhou para ajudar os pais. Aos 14 anos, ingressou em um banco como office-boy. Formou-se técnico de contabilidade e, depois em Direito. Há 40 anos ele exerce a advocacia, quase sempre auxiliando os mais necessitados. Além das atividades jurídicas, onde conta com a parceria de um filho também advogado, ele partiu para o ramo empresarial, e administra a Palazzi & Franceschini Advogados.

A paixão pelo clube do coração fez dele um grande palestrino, tanto como conselheiro como dirigente, onde mantém intensa luta para elevar ainda mais o nome da Sociedade Esportiva Palmeiras. Chamamos o doutor Eugênio Reynaldo Palazzi. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Ele tem 15 livros publicados, escreveu mais de 300 artigos em revistas nacionais e estrangeiras, conquistou 30 prêmios, orientou mais de 50 teses, fez conferências em 25 países e recebeu homenagens em várias nações pelo trabalho e ensino da medicina.

Dentre as inúmeras atuações foi diretor da Faculdade de Medicina da USP, presidente do Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas, diretor do Instituto do Câncer, diretor clínico do Hospital das Clínicas, integrante do Conselho Médico do Hospital Sírio Libanês, Conselho Universitário da USP do Instituto de Radiologia. Diretor de várias entidades médicas, membro do Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas, do Conselho Curador da Fundação Zerbini, Associação Médica Brasileira e consultor da Organização Mundial da Saúde.

O nosso homenageado é formado em Medicina pela USP com especialização na Universidade de Paris, doutorado na Faculdade de Medicina da USP, e professor titular de radiologia. Chamamos o secretário de Saúde do estado de São Paulo professor, doutor Giovanni Guido Cerri. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Os seus antepassados vieram da Calábria e de Veneza. Ele é nascido em Rio Preto onde fez seus estudos, e se dedica à pecuária e também ao setor imobiliário. No entanto, o seu grande orgulho é outra atividade, o intenso trabalho social desenvolvido à frente da Associação Renascer – Centro de Reabilitação e Integração que atende crianças, jovens e adultos com necessidades especiais. Esse centro de convivência é pioneiro no Brasil, e destinado a maiores de 18 anos, cujo desenvolvimento na área pedagógica já havia sido esgotado. Esse trabalho, além da capacitação e inclusão de pessoas com deficiência, valeu a conquista do Prêmio de Ações Inclusivas 2011, pela Secretaria de Direitos da Pessoa com Deficiência. Na área esportiva, vários atletas paraolímpicos do Programa Renascer para o Esporte, estão ganhando destaque em competições em todo País.

Chamamos o senhor José Alberto Liso. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Nascido em São Paulo, formado em Direito pela Faculdade de Direito da USP, ele atua na área jurídica há mais de 50 anos. Foi oficial de gabinete da Secretaria dos Transportes, presidente do Tribunal de Ética da OAB, membro do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol.

Irmão remido e procurador da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, diretor jurídico do São Paulo Futebol Clube, provedor da Irmandade Santa Casa onde acumula o cargo de procurador jurídico. Recentemente foi agraciado com a Medalha Anchieta pela Câmara Municipal de São Paulo.

Nosso homenageado é o doutor Kalil Rocha Abdalla. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Nascida em General Salgado, interior paulista, formada em Letras pela Unesp. Foi bancária até ingressar na Secretaria da Fazenda como agente fiscal de rendas, ela foi assistente fiscal da Diretoria Executiva da Administração.

Autora literária publicou os livros: “ Amor e Sonhos”, “Muito mais que Retratos da Vida”, “Amália, Amarílis e as Borboletas”. Participou da antologia “Show de Talentos”, traduzida para o francês e lançada no Salão do Livro de Paris. São de sua autoria ainda: “O Indiscutível Talento das Escritoras Brasileiras”, “Contos, Crônicas e Poemas”, e “Entrelinhas Literárias”.

A nossa homenageada está preparando mais um livro, e simultaneamente escreve artigos para a revista Domínios de São José do Rio Preto, e para o jornal Gazeta de General Salgado. Chamamos a senhora Loreni Fernandes Gutierrez. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Jornalista, professor, radialista e publicitário, ele tem 53 anos de jornalismo. Trabalhou nas Rádios Tupi, Gazeta, Mundial e Trianon, e na TV Gazeta. Nos jornais Diário da Noite, Diário de S.Paulo, Última Hora, Diário Popular e A Gazeta Esportiva. Tem programas diários na Rádio Trianon voltados para a Terceira Idade e também para o Esporte.

Palestrante, apresentador de eventos, foi homenageado pela Associação dos Cronistas Esportivos, fundador e diretor dessa entidade. Assessor de impressa da Seleção Brasileira de Futebol no mundial do México em 86. Como profissional de imprensa recebeu inúmeras premiações.

Coordenou o Congresso Mundial de Imprensa Esportiva, foi palestrante nos cursos de arbitragem de futebol, fez cobertura e atuou na Assessoria de Impressa durante os Mundiais de 1974 a 2006, além da Copa América e Mundiais de Clubes.

Seu nome é Lucas Iazzetti Neto, e seu nome jornalístico Lucas Neto. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco e em Ciências Contábeis pela Faculdade de Ciências Econômicas da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado. Presidente e fundador da Andrezani Advocacia, atuou como assessor tributário da Pricewaterhouse. Foi membro do conselho fiscal de várias empresas, e ministra palestras e seminários na área de tributos. Durante 10 anos foi professor convidado nos cursos de Programa de Pós Graduação na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas. Autor de trabalhos publicados em revistas especializadas.

Preocupado com as ações sociais, o nosso homenageado contribuiu para obras assistenciais como a Unibes, AACD, Reino da Garotada e Fundação Francisco Franco.

Chamamos o doutor Luiz Carlos Andrezani. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA -Advogada, pós-graduada em Direito Constitucional e Político, foi comerciante e empresária, mas sempre engajada em atividades sociais em busca da melhoria das condições de vida, principalmente dos mais carentes.

Mãe de duas filhas e um filho, avó de seis netos, ela consegue conciliar a vida familiar com a vida política e exerce atualmente o sexto mandato como vereadora na cidade de Diadema.

Exerceu diversos cargos na Mesa Diretora da Câmara Municipal de Diadema. Foi presidente do PMDB Mulher no Estado de São Paulo, e percorreu todas as regiões incentivando as mulheres a ingressar e a participar da vida política.

A nossa homenageada chama-se Maria Aparecida Ferreira, mas ela é conhecida como Cida Ferreira. (Palmas.)

Ela está no sétimo mandato.

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Engenheiro eletricista formado pela Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie, pós-graduado em Engenharia de Sistemas pela PUC do Rio de Janeiro, e com mestrado nos Estados Unidos. Foi funcionário de carreira da Cesp e chegou a diretor de geração e transmissão, e a partir 2011 assumiu a presidência da empresa. Em sua larga experiência profissional foi membro do Conselho de Administração da CESP, Conselho Fiscal do Operador Nacional do Sistema Elétrico. Em 2007 assumiu a Secretaria dos Transportes do Estado de São Paulo, presidência do Conselho de Administração da DERSA e o Conselho de Administração da Companhia Docas. Foi secretário de Energia e Recursos Hídricos e Saneamento do Estado de São Paulo, e acumulou a presidência da SABESP. Presidiu os Conselhos de Administração das empresas de energia elétrica e de gás do estado de São Paulo e o Conselho de Administração da SABESP.

Chamamos o doutor Mauro Guilherme Jardim Arce. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Natural de São Paulo, ele estudou no Liceu Coração de Jesus e depois cursou a Faculdade de Ciências Contábeis e Atuariais da Faculdade de Administração da PUC.

É membro de várias entidades culturais e beneméritas na cidade de São Paulo. Assessor do governador do Lions, diretor de eventos da Fundação Lions e presidente do Lions no Parque Continental. Titular da cadeira “Schubert Aranha” da área de Ciências, da Galeria dos Acadêmicos do Clube dos Escritores Piracicaba. Detentor do Mérito Social “Irmã Maria Felicíssima Moschini” outorgado pelo Clube de Escritores e Câmara Municipal de Piracicaba. Comendador e grande oficial da Ordem dos Cavaleiros da Concórdia, em Madri, Espanha.

Chamamos o senhor Nelson Benetti. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Formada em Letras pela UNESP, graduada em Pedagogia pela Educação Educacional de Votuporanga e em Direito pela Faculdade de Direito de São José do Rio Preto. Pós-graduada pela Dante Alighieri Unistrada de Reggio Calábria, doutorado em Teoria da Literatura pela Unesp, mestrado em Lingüística pela PUC e Especialização em Lingüística pela Faculdade de Filosofia de Araraquara, professora na Faculdade de Educação de Monte Aprazível, e Faculdade de Letras da Fundação Educacional de Votuporanga.

Autora de vários trabalhos literários com destaque para os livros: “ A Memória Invisível”, “Sonhos de Natal”, “Eu Vi Onde Termina o Mar”, “Nas Malhas da Narratividade”, “Pecados de Natal”, “Luísas” e “Show de Talentos em Prosa e Verso”, trabalho que rendeu prêmios no Brasil e no exterior.

Chamamos a professora e escritora Rosalie Gallo Y Sanches. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Nascido em 1924, em Rossano Veneto, aos quatro anos a família mudou-se para Trieste, onde cresceu e estudou. Durante a II Guerra Mundial ele e seus irmãos foram convocados. Os irmãos foram para a África e para a Rússia, o nosso homenageado foi para a fronteira Eslovena. Foi preso pelos alemães e resistiu a um campo de concentração mantido pelos nazistas na Itália.

Em 18 de maio de 1959 ele desembarcou no Brasil onde fez cursos relacionados à nova tecnologia que ainda engatinhava, a da televisão. Ele fez parte do grupo de técnicos que montou a primeira emissora de TV na América Latina, a extinta TV Tupi, inaugurada em 1950. Durante 50 anos prestou assistência técnica na área. Em 55 casou com a professora brasileira Marília, falecida em 98.

Atualmente vive em companhia de uma das suas filhas e integra várias associações italianas, inclusive a Brasilitalia, em São Bernardo do Campo. Continua prestando auxilio a dezenas de creches, asilos e hospitais infantis.

Chamamos o senhor Sergio Bortoletto. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Seus ancestrais vieram da Calábria e se fixaram na região de Torrinha no interior paulista. Seguiu os passos do bisavô, foi um dos fundadores da Cooperativa Bando de Torrinha, que teve várias filiais. Seu pai foi vereador e Presidente da Câmara Municipal. Iniciou carreira política, foi eleito vereador, presidiu a Câmara Municipal e em 2008 candidatou-se a prefeito, sendo eleito com mais de 75% dos votos. Manteve a votação em 2012 e é uma grande jovem liderança política da região.

Chamamos o jovem prefeito de Torrinha Thiago Rodrigo Rochiti. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Formado pela USP em Ciências Sociais, Administração Escolar pela FAI, pós-graduado em História pela USP e História Social pela Universidade de Brasília.

Iniciou sua vida profissional no Diário do Comércio e Indústria, trabalhou no conglomerado Organizações Novo Mundo – Vemag, foi professor e diretor do tradicional Colégio Presidente Roosevelt. Colaborador de vários jornais no interior, é autor de vários livros como “São Paulo 450 anos, Minhas Impressões”, “Caderno de Crônicas”, “Giuseppe Verdi, Centenário de Sua Morte”, e “Pacaembú, 70 Anos”.

Além de suas atividades ligadas ao esporte, é conselheiro representante do Palmeiras em várias ocasiões. Foi secretário da Federação Paulista de Ciclismo, e vice-presidente da Federação Paulista de Handebol. Chamamos o senhor Vitor Antonio Cestari. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - LUIZ CARLOS LADEIA - Bem jovem, ele começou a ajudar os mais necessitados em sua comunidade, e aí nasceu a sua vocação religiosa.

Fez curso de Filosofia na PUC em Campinas, e iniciou a vida de oração. Formou-se em Teologia, ordenou-se diácono em Diadema, na Grande São Paulo. Trabalhou em missões populares em diversas localidades no interior, sempre auxiliando os carentes. Em 2005, sagrou-se sacerdote.

Realizou intenso trabalho pastoral com a juventude da periferia paulistana, principalmente em Cidade Tiradentes. Depois foi para a diocese de Bragança Paulista, onde atuou como sacerdote em Itatiba, Socorro, Nazaré Paulista, Mairiporã e Morungaba. Nessa cidade, ele mantém intenso trabalho de assistência principalmente em busca de uma entidade que possa atuar na recuperação de dependentes químicos e álcool

Pároco em Morungaba, chamamos o padre Vitório Gomes de Moraes. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do troféu.

 

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O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Antes de passar a palavra ao nosso ministro Almir Pazzianotto Pinto, que vai representar todos os homenageados, eu havia pedido ao Mestre de Cerimônias que desse uma resumida no currículo do pessoal, alguns ele resumiu até demais e outros, eu não sei se pelo fato de serem são paulinos, ele ampliou até demais, então, aquilo que foi cortado, eu peço desculpas, porém a qualidade dos nossos homenageados é de tal ordem que é difícil resumir.

Passo agora a palavra ao representante de todos os homenageados, ministro Almir Pazzianotto Pinto. (Palmas.)

 

O SR. ALMIR PAZZIANOTTO PINTO - Exmo. Senhor Deputado Vítor Sapienza, que preside esta sessão solene; Exmo. Senhor Deputado Fábio Porta; Exma. Senhora deputada Célia Leão; nessas três pessoas eu peço a permissão de cumprimentar todas as autoridades, todos os demais homenageados e o público que nos prestigia nesta noite.

Sinto-me desvanecido ao retornar a esta Assembleia Legislativa, que integrei como deputado entre 1976 e 1986. Volto para receber o troféu Loba Romana, criado por lei estadual, com o justo propósito de render homenagens à operosa comunidade italiana paulista.

Peço desculpas pela ausência da minha mulher, Neyde Rosa Caruso, do meu filho Paulo Henrique. Estão em companhia de minha nora Débora e da netinha Catarina, em viagem há muito tempo programada à Itália. Era velho desejo da família, a pequena comunidade de Montazo, na província de Chieti, região de Abruzo, cidade da família do seu pai, já falecido, Aristides Caruso.

Sou de Capivari, nascido em 29 de outubro de 1936, na primeira metade do século passado. Pelo lado paterno, sou Amaral Pinto, filho de Ulysses do Amaral Pinto, filho de José Pinto de Oliveira, ou Juca Pinto, e de Ana Ferreira do Amaral Pinto. Pelo materno, Pazzianotto, filho de Maria Porrelli Pazzianotto Pinto, filha de Ricardo Pazzianotto e de Maria Lucafó Porrelli Pazzianotto. Meu avô materno foi filho caçula de imigrantes venetos, e o único aqui nascido. Minha avó materna era natural de Bari.

Iniciei a vida como fotógrafo, profissão do meu pai, que a adquiriu do avô Juca. Exerci o ofício de criança, até me graduar advogado em 1960, pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

O primeiro mandato de deputado estadual foi conquistado nas eleições de 1974, pelo velho MDB, quando integrava as fileiras da oposição ao regime militar. As eleições, restritas ao poder legislativo, foram disputadas sob o governo do general Médici, sucedido, em 1975, pelo general Ernesto Geisel.

Em 1978 me reelegi, o que voltou a acontecer em 1982, quando o MDB se transformara em PMDB. Em março de 1983 licenciei-me da Assembleia para assumir a Secretaria de Relações do Trabalho do governo Franco Montoro e, em março de 1985, pedi novo afastamento para atender ao chamado de Tancredo Neves, que me convocou para ser ministro do Trabalho.

Em setembro de 1988, após três anos e meio à frente do Ministério, fui indicado, pelo Presidente Sarney para assumir o cargo de ministro vitalício do Tribunal Superior do Trabalho, onde me aposentei, na presidência, em março de 2002.

Vivi, durante esses anos todos, a lenta transição do regime discricionário para a democracia, participando das campanhas pela restauração do Estado democrático de direito.

Senhoras e senhores, disse alguém que o brasileiro resulta da combinação de três culturas: da magia, dos negros; da ociosidade, dos indígenas; e dos privilégios, dos portugueses.

São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, em razão do clima semelhante, foram os estados preferidos pelos primeiros imigrantes de sangue itálico. Vinham em busca de nova pátria, para criar e educar os filhos, às custas de muito trabalho. Nada indagaram sobre condições de vida que iriam encontrar, pois estavam dispostos a todos os sacrifícios em um país ainda novo, e baixíssimo nível de desenvolvimento.

Em Capivari, cidade natal, e na vizinha Rafard, numerosas são as famílias de origem italiana. Para relacioná-los em parte em homenagem a elas, além do que tenho armazenado na memória, busquei ajuda em Almeida Grellet, autor de “Capivari – 1832-1932; João Augusto Bastos de Matos, que editou “Oriundi – Os italianos em Capivari”; “Capivari em duas décadas”, de José Roberto Guedes de Oliveira”.

Pazzianotto, Porrelli, Jarussi, Maschietto, Bósio, Vigoritto, Busato, Armelin, Forti, Juliani, Forner, Anicchino, Franchi, Quagliatto, Turola, Janotta, Pagotto, Bresciani, Albertini, Angellini, Lembo, Ferraciu, Assalin, Quibáo, Carnelossi, Andrello, Parizotto, Pavan, Cerezer, Moroni, Chiarini, Colnaghi, Turquetti, Borghezze, Bizzon, Boccardo, Battistella, Batagin, Bachiegga, Carravero, Aggio, Balan, Conselvan, Panserini, Bisin, Bossolan, Braggion, Piai, Catel, Brugnerotto, Scafoglio, Grissotto, Dal Fabro, Fornazieri, Favotto, Tempesta, Ricomini, Schincariol, Panza, Ortolani, Cristófolli, Crócomo, De Marco, Ruzza, Stuchi, Tonin, são algumas das famílias que no final do século XIX, e primeiras décadas do século XX, enriqueceram a fértil região banhada pelo rio Capivari com talento, trabalho, amor à família, religiosidade.

A primeira notícia da presença de imigrante italiano, em minha cidade, encontrei no livro de Almeida Grellet. Registrou o pesquisador que, em 26 de julho de 1881, o negociante Emílio Capóssoli, recentemente chegado da Itália, inaugurou a sua fábrica de calçados, denominada ‘Casa Capóssoli. Em 4 de agosto de 1885, de acordo com o mesmo historiador, assentou-se a pedra fundamental do futuro mercado municipal, cuja construção foi entregue a Sabatino Falcioni, cujo nome não deixa dúvida da origem italiana. Na cerimônia estiveram presentes outros imigrantes como o padre Inácio Misazzi, Girando Calvitto, Francisco Pianelli, Nicola Tedesco, Desantori Biaggio, Miguel Russo, Teófilo Portela. Ainda segundo Grellet, entre anúncios publicados pelo jornal “Gazeta”, em março de 1900, encontramos o do fotógrafo Antonio Nacari, a Alfaiataria Parisiense, de Antonio Nespoli, a oficina de caldeireiro e funileiro de Vicente Panza, e Jarussi & Buzzi, vendedores de solas de boa qualidade.

As relações colhidas por Grellet, de alunos do grupo escolar, na primeira década do século passado, citam, ao lado de tradicionais famílias brasileiras, como Silveira, Pestana, Camargo, Mota Queiroz, Silva, Carvalho, Villares, Godói, Aguiar, Amaral, os nomes da primeira geração de filhos de imigrantes italianos: Messina, Giovanetti, Corazza, Conforti, Gambali, Bisso, Quaglia Datti, Pasquallini, Guidetti, Marracinni, Cortellazzi, Alcadipani, Cardinalli.

Ilude-se, porém, quem imaginar que era doce e fácil a vida dos colonos italianos. Trazidos para substituir o braço escravo, alforriado pela Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, os “carcamanos” ou “macarroni”, como eram denominados pelos naturais da terra, conseguiram conquistar espaços na economia, educação, política ao preço do trabalho de sol a sol, e incansáveis sacrifícios.

No campo e na vida urbana, o cenário era o mesmo. No Brasil do século XIX e das primeiras décadas do século XX ignorava-se a legislação do trabalho, ainda em fase inicial na Europa. A sindicalização, conquanto prevista por lei de 1907, era encarada com hostilidade pelos empregadores e reprimida pela polícia. A organização de associações de defesa e solidariedade, grêmios, uniões, sindicatos, federações, só se fazia possível em porões, de maneira clandestina, e não raras vezes a polícia era acionada para desfazer reuniões destinadas a difundir doutrinas socialistas, comunistas, anarquistas, ou formular reivindicações a insensíveis empresários.

Registra Everardo Dias, autor da “História das Lutas Sociais no Brasil”, que de 1903 a 1930, não houve sindicato que tivesse vida regular e livre de intervenções policiais.

Caio Prado Júnior, no clássico “Evolução Política do Brasil”, examina detidamente a situação dos primeiros imigrantes. “Os proprietários - diz ele - habituados a lidarem exclusivamente com escravos, e que continuavam a conservar muitos deles trabalhando ao lado dos colonos, não tinham para com estes a consideração devida a sua qualidade de trabalhadores livres. Os contratos de trabalho que os imigrantes assinavam antes de embarcarem na Europa, e desconhecendo ainda completamente o meio e as condições do país onde se engajavam, eram muito frequentemente redigidos em proveito exclusivo do empregador, e não raro com acentuada má-fé.” Prossegue o escritor: “Os imigrantes, que chegavam em grupos numerosos, eram depois desembarcados em Santos, imediatamente fechados e trancados em vagões de estrada de ferro. O trem que os conduzia para São Paulo depositava-os diretamente no pátio da Hospedaria dos Imigrantes, que pensadamente se localizara à margem dos trilhos da S.P.R., hoje Estrada de Ferro Santos-Jundiaí”.

A greve de 1907, deflagrada para obrigar o empresariado paulista a reajustar salários desvalorizados pelo aumento do custo de vida, é marco histórico no direito sindical brasileiro. Pela primeira vez a capital do Estado parou. Atemorizado pela dimensão do movimento, o governo estadual pediu auxílio federal e recuou. Acordo intermediado por jornalistas - entre os quais o escritor e poeta capivariano, Amadeu Amaral - foi, afinal, obtido com a garantia de anistia aos grevistas, para ser violado tão logo o operariado retornou ao trabalho.

A persistência dos imigrantes não poderia deixar de trazer resultados. À medida que conseguiam economizar recursos adquiriam porções de terra, montavam destilarias artesanais, produziam aguardente e açúcar mascavo, até conseguirem levantar engenho, mais tarde transformado em usina. Na cidade, partiam para a formação de modestas oficinas, de onde emergiriam pequenas indústrias que, com o tempo, se transformaram em conglomerados empresariais. O mesmo sucederia no comércio, serviços, transportes, instituições financeiras. De empregados se converteram a patrões. Outros enveredaram pela vida pública, para o jornalismo, ou profissões liberais, como advogados, professores, médicos, engenheiros.

Senhores Deputados, senhoras e senhores, expressivo exemplo de integração multicultural encontramos nesta Assembleia Legislativa. Ao meu tempo de deputado, aqui conviviam, como membros do MDB e Arena, representantes de famílias tradicionais, como Agnaldo de Carvalho, Dulce Cunha Braga, Evandro Mesquita, João Lázaro de Almeida Prado, Waldemar Lopes Ferraz, Caio Pompeu de Toledo, e netos de imigrantes a exemplo de Manoel Sala, André Pescarini, Adail Vetorazzo, Januário Mantelli, Vanderlei Simionato Doenha, Fernando Scalamandré, Doreto Campanari, Vicente Botta, André Benassi, Hatiro Shimomoto, Nabi Abi Chedid, Walter Auada.

Ao tratar das contribuições de três culturas, combinadas na formação da cultura do povo brasileiro, omiti a milenar cultura italiana. Dos bisavós e avós da península da Bota herdamos, além do amor ao trabalho, às artes, à literatura, à boa massa, ao bom vinho, o inderrotável otimismo.

Reduzida quase à miséria, em duas grandes guerras mundiais, a Itália soube se reconstruir como democracia e, mais forte do que todas as crises, se elevou à condição de proa em meio às economias desenvolvidas, graças à genialidade industrial e artística dos automóveis, tecidos, produtos químicos, ferramentas e cinema.

São Paulo, este país desenvolvido, que tantas semelhanças guarda com a Itália, somente foi possível graças aos sacrifícios incansáveis a que se submeteram nossos antepassados. “A Vida é Bela” - para tomar de empréstimo o título do laureado filme de Roberto Benigni, e no que acreditam os italianos invariavelmente, capazes de reunir forças para sobreviver e se recuperar.

Nesta fase conturbada na qual nos encontramos, quando a corrupção dos costumes e na política avança implacável, a insegurança nos amedronta, o ensino decai, a Saúde pública em quase abandono, o sistema de transporte público beirando o colapso, inspiremo-nos na Itália, para resistir e continuar na busca da eterna beleza da vida.

Agradeço o ilustre deputado Victor Sapienza, o presidente da Assembleia, deputado Samuel Moreira, todos os demais senhores deputados, e creio que o faço em nome de todos os homenageados, pela alta distinção que nos foi concedida, com a outorga da “Loba Romana”, símbolo imortal e milenar da histórica capital da terra dos antepassados.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Esta Presidência também quer registrar a presença do senador Fausto Longo, eleito no Parlamento italiano, que por razões diversas ele não teve assento à Mesa, tendo em vista um possível atraso ocorrido.

Meus senhores e minhas senhoras, antes de encerrar o objeto da presente sessão, quero agradecer a presença das autoridades, dos funcionários e de todos que colaboraram para o êxito dessa solenidade. E convido-os para o coquetel no Hall Monumental.

Está encerrada a brilhante sessão de hoje. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 10 minutos.

 

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