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28 DE ABRIL DE 2011

030ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, GERALDO CRUZ e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: MARCO AURÉLIO DE SOUZA

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Registra a presença dos alunos do Curso de Direito da Faculdade Eduvale, de Avaré, acompanhados dos professores Vagner Bertoli e Marcelo Ornelas Fragoso, acompanhados do Deputado Pedro Tobias.

 

002 - WELSON GASPARINI

Informa que, no mês de julho, deve ser iniciada a construção de parque tecnológico no município de Ribeirão Preto. Fala da instalação de unidade da Fatec na cidade. Comemora o retorno do Comercial Futebol Clube à primeira divisão do futebol paulista e a permanência do Botafogo de Ribeirão Preto na mesma.

 

003 - MARCO AURÉLIO DE SOUZA

Dá conhecimento da realização de congresso dos metalúrgicos, presidido pelo Deputado Carlos Grana, na cidade de Guarulhos. Lê matéria jornalística segundo a qual o Governador Geraldo Alckmin desistiu de parcerias para construir novos fóruns municipais. Lamenta atrasos nestas construções. Responsabiliza o Executivo Estadual pelo financiamento dessas obras.

 

004 - SIMÃO PEDRO

Faz menção a requerimento de informação, de sua autoria, sobre a ampliação da calha do Tietê. Comenta denuncias de que, durante a administração de José Serra, o Governo não deu continuidade às obras de limpeza do Tietê. Lamenta o valor que, segundo o Deputado, foi desperdiçado pela não continuidade do trabalho. Menciona decisão do Tribunal de Contas do Estado, que suspendeu licitação para limpeza do Tietê.

 

005 - JOSÉ BITTENCOURT

Comemora a aprovação do projeto de lei 615/08, de sua autoria, que impede a cobrança de taxas por emissão de carnê ou boleto bancário. Solicita ao Governador que sancione o projeto. Informa motivações utilizadas pelo Executivo para vetar projetos. Comenta decisão do PDT em assinar proposta de CPI do PT.

 

006 - ALEX MANENTE

Discorre acerca da situação do transporte público na região do ABC. Destaca a importância que a chegada do metrô trará à região. Defende o investimento em transporte público como maneira de resolver os problemas de congestionamento da região. Considera necessário o investimento em qualificação da mão de obra.

 

007 - JOÃO CARAMEZ

Lê e comenta matéria do jornal "Folha de S. Paulo" sobre compras ilegais de armas no Paraguai. Lamenta a facilidade com que tais armas entram no País. Considera insuficiente a fiscalização exercida pelo Executivo Federal contra a entrada de armas de fogo e drogas no Brasil. Menciona texto do ex-Governador José Serra sobre o tema.

 

008 - DONISETE BRAGA

Fala sobre PL 279/06, de sua autoria, que combate a "máfia das agências de emprego". Lamenta veto do Governador à matéria. Explica que o projeto impede que agências de emprego cobrem, antecipadamente, pelos seus serviços. Lamenta o número de projetos vetados na Casa. Menciona a realização de audiência pública pela defesa dos trabalhadores de veículos fretados.

 

009 - CARLOS CEZAR DA SILVA

Parabeniza a cidade de Cesário Lange por seu aniversário. Comenta problemas encontrados na rodovia Faria Lima. Fala sobre os anseios da sociedade por soluções para seus problemas. Pede pela realização de reparos nas rodovias do Estado, em especial na região de Sorocaba.

 

010 - ENIO TATTO

Adota postura favorável à decisão do Tribunal de Contas do Estado, que suspendeu a realização de licitação com o intuito de limpar o Rio Tietê. Informa que o órgão já havia anulado licitação com o mesmo objetivo. Ressalta a necessidade do desassoreamento do Tietê. Faz menção às dificuldades pelas quais o PSDB passa. Pede por mais transparência na administração das estatais.

 

GRANDE EXPEDIENTE

011 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, cita matéria veicula hoje, no "O Estado de S. Paulo", sobre aquisição de veículos Vectra para coronéis. Lamenta o equívoco da notícia, uma vez que, além dos carros novos, ainda permanecem à disposição dos comandantes outras 62 viaturas. Considera o fato um grave desvio de finalidade. Diz que a autorização para esta compra foi um "cala boca" do Governo aos policiais.

 

012 - ADRIANO DIOGO

Para comunicação, critica a temperatura do ar condicionado do Plenário. Pede que ela seja reduzida para se evitar o desperdício e poupar a saúde dos Deputados e funcionários que trabalham no ambiente.

 

013 - ULYSSES MARIO TASSINARI

Comunica encontro entre a bancada do PV e Governador Geraldo Alckmin para apresentar reivindicações. Parabeniza o Governo Federal pela implantação do Samu. Sugere maior participação do Estado no projeto citado. Discorre sobre problemas na Saúde Pública e a urgência em solucioná-los. Elogia a filosofia do SUS, admirada por diversos países. Enaltece os Estatutos do Idoso e o da Criança e do Adolescente.

 

014 - GERALDO CRUZ

Assume a Presidência.

 

015 - JOOJI HATO

Mostra manchete da "Folha de S. Paulo" sobre tráfico de armas na fronteira do Brasil com o Paraguai. Critica a fragilidade da região no combate à criminalidade. Cita valores de venda de armas e projéteis. Rende homenagens ao jornalista que apurou o caso. Defende o desarmamento no Brasil. Comenta assalto ao Clube Ipê. Questiona a origem das armas utilizadas durante a ação dos marginais.

 

016 - GERSON BITTENCOURT

Comunica a realização de audiência pública, dia 28/04, na Assembleia, para debater o transporte público. Defende o uso de transporte fretado. Lembra das datas comemorativas no mês de maio. Parabeniza o município de Campinas pelos 5 anos de implantação do bilhete único, nos moldes do da Capital. Menciona as cifras economizadas em 7 anos de implantação do sistema em São Paulo, pela então prefeita, Marta Suplicy. Defende a expansão do sistema para a Região Metropolitana da Grande São Paulo.

 

017 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

018 - ADRIANO DIOGO

Elogia o pronunciamento do Deputado Gerson Bittencourt. Diz que a nova geração de Deputados petistas vai contribuir para os trabalhos da Casa. Anuncia a oficialização de posse do Deputado Rui Falcão como novo Presidente Nacional do PT. Fala de reunião em Brasília para discutir o traçado do Rodoanel. Apresenta e explica trabalho sobre o tema.

 

019 - Presidente JOOJI HATO

Registra a visita dos Senhores Luis Carlos Cazarin, Diretor de Saúde da Prefeitura de São Bernardo do Campo, e do médico Antonio de Pádua Pacheco, acompanhados do Deputado Pedro Bigardi.

 

020 - ISAC REIS

Cita danos causados para a população, fruto das obras do Rodoanel. Critica a falta de responsáveis pelos prejuízos. Sugere que fosse elaborado um plano habitacional para as famílias afetadas, antes do início das obras. Defende o combate ao contrabando de armas. Faz críticas ao PSDB e ao ex-Governador, José Serra.

 

021 - ISAC REIS

Pelo art. 82, comenta o referendo a respeito do desarmamento ocorrido em 2005. Considera que os interesses empresariais favoreceram a decisão contrária ao desarmamento. Realiza histórico da permanência do PSDB no Governo de São Paulo. Lamenta a imposição de vetos do Executivo aos projetos de lei apresentados pelos Deputados desta Casa. Defende a independência do Poder Legislativo. Comenta decisão do TCE a respeito do assoreamento do Rio Tietê.

 

022 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, manifesta-se em solidariedade ao discurso do Deputado Isac Reis. Considera excessivos os vetos aplicados pelo Poder Executivo. Comenta matéria jornalística sobre a compra de veículos na Polícia Militar. Critica o teor de comunicação social divulgada pela Polícia Militar sobre a natureza de delitos.

 

023 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pelo art. 82, comenta a realização de audiência com o Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Relata que o Governo Federal se comprometeu com o financiamento de um terço das obras do Rodoanel - trecho Norte. Informa a ocorrência de audiência pública em 03 de maio sobre o tema. Cobra atuação da Dersa e Denit. Defende alteração do traçado da obra a fim de minimizar os danos sociais e ambientais.

 

024 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

ORDEM DO DIA

025 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara rejeitado o PL 790/99 sendo mantido o veto.

 

026 - OLÍMPIO GOMES

Manifesta seu voto favorável ao PL 790/99.

 

027 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Manifesta voto favorável ao PL 790/99, em nome do PT.

 

028 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra as manifestações. Coloca em votação e declara aprovado requerimento de alteração da ordem do dia.

 

029 - OLÍMPIO GOMES

Manifesta sua contrariedade à inversão da pauta.

 

030 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação. Por conveniência da ordem, suspende a sessão às 16h52min; reabrindo-a às 16h54min. Põe em discussão o PL 296/00.

 

031 - OLÍMPIO GOMES

Discute o PL 296/00.

 

032 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara rejeitado o PL 296/00, sendo mantido o veto.

 

033 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Em nome do PT, declara voto favorável ao PL 296/00.

 

034 - OLÍMPIO GOMES

Declara seu voto favorável ao PL 296/00.

 

035 - MARCO AURÉLIO

Declara seu voto favorável ao PL 296/00.

 

036 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra as manifestações. Dá conhecimento de Ofício do Senhor Governador Geraldo Alckmin no qual indica os Senhores Deputados Mauro Bragato e Vinícius Camarinha como vice-líderes do Governo. Presta esclarecimento sobre decisão do Colégio de Líderes quanto à apreciação de projetos vetados e da eventual demanda de tempo para discussão e encaminhamento das matérias. Por connveniência da ordem, suspende a sessão às 17h15min; reabrindo-a às 17h17min. Coloca em discussão o PL 404/00.

 

037 - OLÍMPIO GOMES

Discute o PL 404/00.

 

038 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara rejeitado o PL 404/00, sendo mantido o veto.

 

039 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Em nome do PT, declara voto favorável ao PL 404/00.

 

040 - OLÍMPIO GOMES

Declara seu voto favorável ao PL 404/00.

 

041 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra as manifestações. Reitera esclarecimentos sobre a apreciação de vetos. Coloca em discussão o PL 360/01.

 

042 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discute o PL 360/01.

 

043 - Presidente BARROS MUNHOZ

Por conveniência da ordem, suspende a sessão às 17h40min; reabrindo-a às 17h45min.

 

044 - OLÍMPIO GOMES

Discute o PL 360/01.

 

045 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara rejeitado o PL 360/01, sendo mantido o veto.

 

046 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Em nome do PT, declara o voto favorável PL 360/01.

 

047 - PEDRO BIGARDI

Em nome do PCdoB, declara voto favorável ao PL 360/01.

 

048 - OLÍMPIO GOMES

Declara seu voto favorável ao PL 360/01.

 

049 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra as manifestações.

 

050 - PEDRO BIGARDI

Solicita o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

051 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 29/04, à hora regimental, sem ordem do dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Marco Aurélio para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - MARCO AURÉLIO - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença dos alunos do Curso de Direito da Faculdade Eduvale de Avaré, com o seu responsável, Prof. Dr. Vagner Bertoli e o Prof. Dr. Marcelo Ornelas Fragoso, acompanhados do nobre Deputado Pedro Tobias. A todos as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas:  estive no Palácio do Governo tratando de detalhes da implantação do Parque Tecnológico de Ribeirão Preto no Campus da Universidade de São Paulo.

Quando prefeito municipal consegui    a criação desse  Parque Tecnológico que  este ano, através de convénio firmado entre o Governo do Estado e a Universidade de São Paulo -  após a liberação, já efetivada, de mais de R$ 6 milhões - , começará a ser efetivamente implantado a partir do mês de julho próximo, com a construção dos dois primeiros prédios e previsão da entrega em 24 meses.

Estou realmente emocionado por esta notícia que trago agora ao conhecimento dos prezados colegas e,  principalmente.  para Ribeirão Preto e toda região. Em audiência no Palácio dos Bandeirantes levamos a informação ao Governo de que,  no convênio assinado para a implantação do Parque Tecnológico, já existe a previsão de destinação de uma área,  naquele local, para construção de uma Fatec  ( Faculdade de Alta Tecnologia.)

Pleiteamos a liberação de recursos, na ordem de nove milhões de reais, para a construção desta unidade educacional no local apresentado pela USP, ou seja:  no próprio Parque Tecnológico,como já está previsto,  tendo sido minha indicação muito bem recebida pelo Governo que determinou estudos e providências para essa efetivação.

Da mesma forma solicitamos providências para a instalação, no local, de um laboratório da Fundação para o Remédio Popular (Furp), também conforme previsto no plano de trabalho para a instalação do Parque Tecnológico.

Registro da tribuna esta boa notícia de que,  dentro de,  no máximo,  60 dias, sairão as licitações para o início das obras do Parque Tecnológico de Ribeirão Preto. Se Deus quiser  conforme prometido pelo Governador Geraldo Alckmin, a Fatec da nossa cidade também será implantada no Parque Tecnológico.

Gostaria de aproveitar esta oportunidade para dizer que, como esportista e como cidadão que reside e fez de Ribeirão Preto sua cidade, não posso ocultar minha alegria pela volta do Comercial Futebol Clube à primeira divisão do Campeonato Paulista de Futebol. Foi um retorno suado e verdadeiramente emocionante. Após 25 anos de espera e de agonia, o nosso eterno "Leão do Norte", justamente no ano em que celebra o seu centenário, volta à elite do futebol de São Paulo para, ao lado do Botafogo FC, reeditar, a partir de 2012 - numa competição valendo pontos - a magia do chamado “Come-Fogo”, o ponto alto do esporte em nossa cidade.

Assim como torci para o Comercial voltar à primeira divisão, também torci para o Botafogo nela se manter: são, afinal, os  maiores orgulhos do esportista ribeirãopretano e   sempre projetaram Ribeirão Preto no cenário esportivo do país.

Vibrei, acompanhando pelo rádio, com a festa dos diretores e torcedores do Comercial festejando uma conquista tão suada mas, ao mesmo tempo, tão merecida!

O ano de 2012, não tenho a mínima duvida, será um ano de glória para o nosso esporte; pelos estádios do Comercial (Palma Travassos) e do Botafogo (Santa Cruz) passarão os grandes do futebol paulista. O torcedor vai ter oportunidades de assistir partidas memoráveis, numa reedição do período de glórias vivido pelo Botafogo e pelo Comercial.

Aliás, não apenas Ribeirão Preto está de parabéns, mas também Campinas e Piracicaba: ao lado do Comercial também retornarão à elite do futebol paulista o Guarani e o XV de Novembro.

O tempo de humilhação vivido pelo comercialino que, nem mesmo assim, deixou de confiar e acreditar no seu time, já começa a fazer parte do passado. Cabe, agora, tanto para o Comercial quanto para o Botafogo aproveitar as lições ensejadas pelas dificuldades vividas ainda neste ano para projetar um amanhã melhor e mais condizente com o que deles esperamos como torcedores.

Tenho fé que o Botafogo e o Comercial não vão nos decepcionar na elite do futebol paulista e continuarão nos dando alegrias e motivos de justo orgulho, projetando Ribeirão Preto como uma das poucas cidades brasileiras a possuir duas equipes na elite do próprio futebol brasileiro. Parabenizo, pois, pelas conquistas, a direção e os torcedores do Botafogo e do Comercial!

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando José Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, estudantes de Direito que nos visitam na tarde de hoje, estou vindo do 8º Congresso de Metalúrgicos promovido pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos. Essa Confederação é presidida pelo Deputado Estadual Carlos Grana que, amanhã, entrega o cargo como Presidente. Ontem, houve a abertura com o Presidente Lula. Hoje, tivemos um debate com o Aloysio Mercadante e com o Presidente da CUT, Artur. Foi um debate muito interessante. São 550 congressistas participando. Quero registrar o trabalho do nobre Deputado Carlos Grana e cumprimentá-lo pelo evento que está ocorrendo na Cidade de Guarulhos.

Ontem, abordei o tema dos fóruns do Estado de São Paulo. Hoje, saiu outra matéria no jornal regional do Vale do Paraíba. É interessante termos os estudantes de Direito nos visitando. A matéria, intitulada “Alckmin desiste de parcerias para construir novos fóruns”, diz:

“O Governo do Estado anunciou ontem que vai alterar o modelo de construção de fóruns nos municípios, eliminando as parcerias com as prefeituras para construção dos prédios.

A decisão foi tomada pela administração de Geraldo Alckmin (PSDB) após problemas de paralisações e atrasos nos serviços em cidades como São José dos Campos, Jacareí, Bragança Paulista e São José do Rio Preto. No modelo atual, as prefeituras realizam as licitações e gerenciam as obras, apesar de 80% dos recursos serem liberados pelo Estado.

Segundo a Secretária de Justiça e Defesa da Cidadania, Eloísa Arruda, a partir de agora o governo irá assumir todas as etapas do processo para evitar atrasos e interrupções nas obras.

Em São José, a construção do novo Fórum no Jardim Aquarius já acumula cinco anos e dois meses de atraso. O serviço já foi paralisado duas vezes, sendo necessária a realização de três licitações.

‘Devido aos problemas de paralisações e atrasos nas obras dos fóruns, a partir de agora será o Governo do Estado que realizará as licitações e gerenciará o andamento das obras’, afirmou Eloísa.

A Secretária visita as obras em Jacareí e São José até o final do mês. Ela rebateu as críticas do Prefeito Eduardo Cury (PSDB), que responsabilizou a Secretaria de Justiça pelo novo atraso na construção do Fórum de São José.”

Quem lê essa matéria tem a impressão de que o Estado está fazendo um favor para os municípios de construir o fórum e que os municípios não estão cumprindo sua parte. Quero deixar claro que a construção e manutenção dos fóruns é responsabilidade do Governo do Estado.

Em Jacareí, temos um fórum velho, sem condições de uso. Quando eu era Prefeito de Jacareí, o Estado propôs para a prefeitura que construiria outro fórum, desde que a prefeitura bancasse 20 por cento. Orçado em cinco milhões, o município teria de dar um milhão. Ou seja, é responsabilidade do Estado, ele impõe 20% para o município e agora vem dizer que vai assumir o gerenciamento da obra. Deveria ter assumido há muito tempo. E rebate o que disse o Prefeito Eduardo Cury, de São José. O prefeito não se pronunciou depois, e fez bem. O Estado faz os municípios pagarem o que é de sua responsabilidade. Em todos os municípios do Estado de São Paulo, quem paga o aluguel da delegacia é o município. Onde funciona a Polícia Militar de Jacareí? Em um prédio da prefeitura. E o novo fórum? O município teve de bancar 20 por cento.

Quando entrei na prefeitura, em 2001, a merenda escolar estava orçada em 86 centavos. Foi feito um grande convênio. O Estado entrava com seis centavos. Isso para a merenda da escola do Estado. O que sufoca os municípios é ter de arcar com coisas que são responsabilidade do Estado. Precisamos parar com essas parcerias. Espero que o Estado banque o que é de responsabilidade dele. Na hora de dividir o imposto, o que é do Estado vai para o Estado. Quando o município gasta com recursos que são responsabilidade do Estado, falta para coisas de responsabilidade do município. Espero que o Governo tome uma nova postura e assuma o que é dele.

Sr. Presidente, é uma boa coincidência tratar o assunto dos fóruns hoje tendo presentes os alunos de Direito. Vocês vão perceber que os locais oferecidos pelo Estado para trabalhar estão longe de oferecer justiça até para os profissionais. Que possamos, juntamente com os demais parlamentares, fazer com que as estruturas de Justiça façam justiça para quem lá trabalha. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, visitantes, ontem recebi a resposta de um requerimento de informação que havia encaminhado à Secretaria de Saneamento - por incrível que pareça, recebi uma resposta em 15 dias - a respeito da calha do Tietê.

O Governo do Estado concluiu as obras de alargamento de 30 metros e aprofundamento de 2,5 metros gastando quase dois bilhões de reais com a promessa de que nunca mais teríamos inundações. Com as constantes inundações e alagamentos nas marginais, o Governo do Estado - na época, Geraldo Alckmin, até 2006 - dizia que, para não haver mais alagamento, nem enchente, precisaria ser feita uma Parceria Público-Privada para retirar todo ano cerca de um milhão e 200 mil m3 de areia, lixo e detritos, que são levados para o rio. E que isso era necessário para que aquele serviço custoso de aprofundamento da calha tivesse razão de ser.

No entanto, no ano passado, quando a enchente do Tietê alagou o Jardim Pantanal e o Jardim Romano, houve todo um debate, e o Governo José Serra se negava a dar informação se, de fato, tinha feito a manutenção do serviço na calha do Tietê. Uma denúncia de um professor da USP, publicada no site “Vi o Mundo”, do jornalista Azenha, dizia que durante os anos de 2006, 2007 e 2008 não tinha sido efetuado o serviço de manutenção. Resultado: todo investimento até 2005 tinha ido para o ralo. Ou seja, desperdiçado todo o dinheiro.

Entramos em maio do ano passado com uma representação no Ministério Público para apurar as responsabilidades das autoridades públicas em relação a esse descaso com a Cidade de São Paulo e a sua população. O Ministério Público abriu um procedimento, fez perguntas à secretaria e ao órgão DAEE, responsável pela obra, mas o Governo se negava a responder. Aí veio outro Governo, entrou Geraldo Alckmin novamente e a versão mudou. A versão está expressa nas respostas ao requerimento de informação. O Governo assume que, de fato, os serviços não foram feitos, que fez apenas a manutenção para retirar 400 mil m3, e lançou o edital com uma licitação para a retirada de um milhão, 200 mil m3 a partir de 2010. Enquanto isso, a população sofre e o serviço foi desperdiçado.

Ontem, o nosso Líder, Deputado Enio Tatto, disse que o Tribunal de Contas anulou o procedimento de licitação via contratação, através da Internet, depois que o Tribunal já tinha recomendado para que o Governo do Estado não fizesse essa modalidade de licitação. É uma obra complexa que necessita de uma licitação nos moldes tradicionais, conforme especifica a Lei Federal 8.666. E o Governo insistiu no erro e o Tribunal de Contas, definitivamente, anulou o edital de licitação.

O que vão dizer? “Ah, esse atraso na licitação para a limpeza do rio Tietê vai prejudicar ainda mais a população.” É uma ação atrás da outra, de descaso com a população. E foi uma obra importante que foi realizada, com muitos recursos investidos. Além do descaso, é uma incompetência deste Governo em persistir nos erros, e quem vai pagar é a população, esta cidade que, já no segundo semestre, enfrentará novamente o período de cheias. Os serviços não serão realizados e os usuários da marginal, a população que mora perto dos rios que deságuam no Tietê e os municípios vizinhos vão sofrer.

É então uma sucessão de descaso e incompetência. Este problema precisa ser resolvido com muita urgência, o Governo precisa acatar as sugestões do Tribunal de Contas e fazer uma licitação séria e sem fraudes, sem que a população de São Paulo deixe de sofrer tanto. O Governo desprezou os problemas da cidade e agora tenta consertar com um projeto de lei, criando e reorganizando a Região Metropolitana. É um projeto de lei insuficiente que está em tramitação, e que, provavelmente, discutiremos hoje. Eles querem votar já na semana que vem, ainda que, sob iniciativa do Líder da Minoria, Deputado Rillo, e do Líder do PT, Deputado Enio Tatto, exijamos que sejam feitas audiências públicas para termos de fato um órgão gestor da Região Metropolitana. Este órgão encaminharia e resolveria os problemas de trânsito, de saneamento, de lixo. Estamos vendo o problema de aumento da produção de lixo no Estado de São Paulo, e assim por diante. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, alunos do curso de Direito presentes nas galerias, quero agradecer aos parlamentares. Ontem, por unanimidade, foi aprovado o Projeto 615, de 2008, de nossa autoria, que proíbe no Estado a cobrança de taxa por emissão de carnê, ou boleto bancário. Observamos isso de forma recorrente que essas instituições financeiras, todas de um modo geral, cobram uma taxa específica por emissão de carnê, ou boleto bancário, repassando isso para o consumidor. O consumidor é tido como hipossuficiente, segundo Código de Defesa do Consumidor na relação de consumo. Aliás, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que em relação aos serviços bancários também se aplica o Código de Defesa do Consumidor. Isso está pacificado no Supremo Tribunal Federal.

O que nós esperamos? Fazemos um apelo ao Governador do Estado que sancione este projeto - para dar mais um instrumento legal, um mecanismo a mais de proteção ao consumidor de São Paulo - que, por unanimidade, aprovamos neste Parlamento.

Apelamos à Procuradoria, que tem a função de fazer análise jurídica, que repasse à Assessoria do Governador este fato, de que o projeto é perfeitamente legítimo e atende aos requisitos do Art. 28 da Constituição do Estado. Ele diz que o Governador observa dois requisitos para sancionar o projeto: o primeiro é a questão constitucional, e o segundo é o chamado interesse público.

Deveríamos fazer um amplo debate sobre essa questão subjetiva que consta na Constituição do Estado, que é o chamado interesse público, dando ao Executivo o direito de admitir, de forma subjetiva, que aquele projeto não atende ao interesse da população. E, assim, não sancionar este projeto de lei, de grande interesse social, votado por esta Casa. Entendo dessa forma. Tomara que na linha da constitucionalidade, o Governador do Estado admita que o projeto preenche os requisitos, o Projeto 615/2008, que aprovamos ontem. Tomara que na linha do interesse público, o Executivo do nosso Estado admita também que se preenche esse pressuposto legal para que ele exare a sanção desse projeto, para que ele sancione esse projeto e se torne lei e a população de forma legítima admita que esta Casa tem defendido os interesses da cidadania de São Paulo.

Senhoras e senhores, esse é o meu registro de gratidão aos Deputados. Ontem, após a votação na sessão extraordinária, não tivemos oportunidade, porque houve um debate sobre a posição partidária do PDT em relação à questão da CPI, posição de assinar a CPI dos Pedágios, que é outra discussão, nós podemos no momento oportuno estar com maior amplitude neste Parlamento, neste Parlatório, defendendo a posição partidária do PDT. Mas hoje vim especificamente para agradecer os nobres parlamentares. Projeto de lei 615/2008. Agradecer ao Líder do Governo também, ao Deputado Samuel Moreira, que tem sido coerente, equilibrado, na linha de promover o diálogo e o entendimento nesta Casa entre as bancadas, tanto da situação quanto da oposição.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente.

 

O SR. ALEX MANENTE - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, hoje vamos debater temas especialmente relacionados à região metropolitana mais focadamente na região do Grande ABC, que representamos com muito orgulho na Assembleia Legislativa, e existe um tema recorrente neste momento, que é o transporte público coletivo.

Temos focado esforços do nosso mandato, do nosso trabalho, para poder em conjunto com as lideranças regionais, trazer algo que é fundamental para o nosso desenvolvimento, que é a chegada do metrô, seja por monotrilho, seja por outras características, a chegada desse importante transporte coletivo de massa de qualidade para a região do Grande ABC. Projeto que já foi iniciado e que agora chega ao seu projeto do Executivo, e que certamente precisa deste encaminhamento. Inclusive já participamos de programa recentemente com o Secretário de Transportes Metropolitanos, o Secretário Jurandir Fernandes, nos recebeu na Secretaria, logo nos primeiros dias da nova gestão do Governador Geraldo Alckmin, com esse desafio de até o ano que vem iniciarmos a chegada desse meio de transportes para a região do Grande ABC.

Temos a estação Tamanduateí, que está ao lado da cidade vizinha, São Caetano, vizinha a cidade de São Paulo, e que seria um braço importante para poder chegar a Santo André, São Bernardo do Campo, fazendo essa interligação.

Na Rodovia Anchieta, na Rodovia dos Imigrantes, na Avenida do Estado que leva o Grande ABC à Capital paulista, temos um estrangulamento, um congestionamento, que só será possível solucionar se nós buscarmos um transporte coletivo de qualidade. E o metrô, que acredito ser uma reivindicação quase que unânime de todas as prefeituras, dos parlamentares da nossa região, é algo necessário para esse desenvolvimento sustentado. Necessário até por conta das questões que nós enfrentamos nesse momento com a chegada do Rodoanel, que liga a Rodovia dos Imigrantes e Rodovia Anchieta, que também acaba trazendo um novo congestionamento, que não era rotina daquela região, gerando desenvolvimento, mas certamente trazendo uma consequência que precisa ser corrigida pelo poder público. Esse desenvolvimento é importante, um desenvolvimento sustentado.

Certamente teremos que trabalhar firmemente também para a qualificação da nossa mão-de-obra, que precisa cada vez mais de preparo, porque temos a geração de emprego, mas não temos a capacitação dessa mão-de-obra. Tenho insistido que é necessário termos o perfil econômico de cada região para poder desenvolvermos adequadamente essa qualificação, consequentemente preparar a população sem nova imigração, sem trazer a mão-de-obra externa para poder ocupar os postos de serviço gerados em cada região do Estado de São Paulo.

É importante deixar mais uma vez esse nosso posicionamento da batalha, da luta. O Secretário Jurandir Fernandes esteve na Assembleia, num programa inclusive com o Deputado João Caramez, que gravou conosco naquela oportunidade, e disse algo muito importante: que agora no mês de maio o Governador Geraldo Alckmin estará na região no Grande ABC, no consórcio intermunicipal, reunindo todas as lideranças para concluir a chegada desse projeto de Executivo da implantação do que será muito provavelmente o monotrilho para o Grande ABC.

É uma batalha que todos temos e que precisamos cada vez mais ver os resultados efetivos para trazer esse desenvolvimento para toda população.

Quero aproveitar a oportunidade para também falar da necessidade que temos de ter uma capacitação da mão de obra específica na região do Grande ABC, que muda o seu perfil econômico a cada dia. Temos ainda muitos empregos industriais, uma região que cresceu baseada na indústria automobilística, e que ainda temos muitos empregos diretos e indiretos e desse setor, mas se cada vez mais começa a focar um novo setor, que é o setor de prestação de serviços, e consequentemente precisamos dessa capacitação.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, fica aqui a nossa mensagem, aproveitando também para dizer do nosso empenho na chegada do metrô ao Grande ABC. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez.

 

O SR. JOÃO CARAMEZ - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários. Hoje, o jornal “Folha de S.Paulo” traz uma matéria que nos deixa muito preocupados, com o seguinte título: “Arma ilegal cruza fronteira via serviços de motoboys.”

“A Folha comprou revólver e munição no Paraguai e motoqueiro entregou no Brasil. O entregador não foi abordado na Ponte da Amizade. Quase metade das armas que circulam no país é ilegal. Na fronteira, considerada a mais vigiada do Brasil, armas ilegais entram facilmente por meio de um esquema que se utiliza de motoboys. A reportagem da Folha comprou anteontem um revólver calibre 38 no lado paraguaio da fronteira que liga a Ciudad Del Leste a Foz do Iguaçu, no Paraná. Nos fundos da loja Casa e Pesca, em cidade de leste, a Folha comprou um revólver calibre 38 e munição. Imediatamente o vendedor acionou o entregador que, na frente do repórter, escondeu a carga em um compartimento no assento da moto. Foram 700 reais pela arma, 110 reais por uma caixa com 50 balas e 130 reais pelo serviço delivery do motoboy, sendo que 10 reais são para mais outro mototaxista levar o comprador até o local da entrega, já do lado brasileiro. E pelas leis do Paraguai, a compra de armas ou munição é restrita a cidadãos paraguaios ou estrangeiros residentes no país que tenham certificado de bons antecedentes emitido pela Polícia e pela Justiça.”

Então, os senhores verificam a facilidade com que a arma ilegal entra em nosso país, o famoso contrabando de armas. Esse tema foi exaustivamente discutido na campanha presidencial das últimas eleições, quando o nosso candidato Governador José Serra apresentou, em sua proposta de governo, a criação do Ministério da Segurança Pública. A candidata do PT, na época, e hoje Presidente da República, Dilma Rousseff, dizia que isso era um exagero, que iria criar cargos para atender a outras necessidades, que as fronteiras do Brasil estavam amplamente vigiadas por satélites, aviõezinhos que circulavam na fronteira sem piloto, e que isso já era suficiente para atender as nossas necessidades e fiscalizar as fronteiras.

Hoje a “Folha de S. Paulo” mostra que realmente esses aviõezinhos, que, segundo a candidata na época, eram suficientes para cuidar da nossa fronteira, não são suficientes.

Paralelamente às armas, as drogas também entram em nosso País através das fronteiras e nada é feito. Sabemos que a droga não escolhe posição social, não escolhe etnia, não escolhe região, não escolhe clube de futebol, ela entra em qualquer lugar.

Esse é o grande mal que temos. E, hoje, coincidentemente, o nosso ex-candidato e ex-governador tem um artigo no jornal “O Estado de S.Paulo” falando justamente sobre a entrada das drogas pelas fronteiras. Coloca no seu artigo uma nova droga que substitui o crack, o tal do ônix, que é pior, faz muito mais mal que o próprio crack.

Infelizmente, vemos que o Governo Federal não toma nenhuma providência em relação a isso. Os aviõezinhos anunciados não estão funcionando, mas os dos traficantes sim. Esses aviõezinhos, que são as crianças que precisam de trocadinho, esses funcionam bem. Os traficantes utilizam essas crianças para poder levar a droga ao viciado e não verificamos nenhum passo do nosso Governo Federal em direção ao seu combate. Não só combate ao tráfico de armas pela fronteira, como também à droga existente em nosso País.

Está na hora de o nosso Ministério da Saúde tomar juízo, debruçar-se sobre esse grave problema e começar a financiar os tratamentos das pessoas que, infelizmente, são viciadas.

Fica aqui o nosso apelo, a nossa consideração e, também, a nossa solicitação para que o Governo Federal realmente tome atitudes para evitar o tráfico, não só em função desses aviõezinhos que não funcionam, mas, sobretudo, contra esses aviões que funcionam através das nossas crianças. São elas, também, que precisam receber toda a atenção e os cuidados necessários para a sua efetiva recuperação e inserção na sociedade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, telespectadores da TV Assembleia, apresentei um PL 279/06, que visa acabar com a máfia das agências de emprego que, de forma corrupta, prejudica os trabalhadores que procuram uma agência para se apresentar ao mercado de trabalho.

Nosso projeto de lei proíbe que as agências de emprego e as prestadoras de serviços na área de recolocação profissional cobrar antecipadamente qualquer valor pela intermediação de vagas no mercado de trabalho.

Domingo passado, o “Fantástico” mostrou uma grande reportagem sobre a indústria do desemprego. Ou seja, agência de recolocação que engana as pessoas que estão à procura de um emprego. Esse projeto mais do que regulamentar esse setor é, acima de tudo, fazer a defesa das pessoas desempregadas que procuram essas agências. Porque, na iminência de conquistar o emprego, elas assinam o contrato e pagam uma taxa.

Apresentamos esse projeto em 2007. Mas, lamentavelmente, o governador vetou.  O projeto já era do conhecimento do então Ministro do Trabalho Luis Marinho, do Governo Lula, onde havia concordância em relação ao mesmo.

Registramos aqui, mais uma vez, a importância de realizarmos o debate porque temos hoje muitas agências clandestinas que se aproveitam das pessoas não informadas porque elas terminam assinando um contrato.

Neste momento, faço esta intervenção em relação a essa iniciativa que apresentamos, mas também queremos debater o veto, para derrubá-lo e garantir a autonomia dos trabalhadores do Estado de São Paulo.

Finalizando a minha fala, quero dizer que está ocorrendo neste instante uma importante audiência pública sobre a questão dos trabalhadores de transportes fretados do Estado de São Paulo. Temos hoje, no Estado de São Paulo, 180 mil pessoas que trabalham nesse setor no Estado de São Paulo. Há um projeto do Deputado José Zico Prado que foi vetado pelo governador, projeto para justamente regulamentar esse setor que atende várias pessoas na Região Metropolitana, hoje há uma legislação que proíbe o trabalho de alguns setores de fretamento no Estado de São Paulo. Está ocorrendo uma audiência pública com mais de 200 participantes no Plenário Paulo Kobayashi. Eu pude participar do início dessa audiência pública. Estão presentes lá o Deputado José Zico Prado, autor dessa importante lei, o Deputado José Mentor, o Deputado Gerson Bittencourt, todos deputados da Bancada do PT para discutir sobre esse movimento da Região Metropolitana, esse movimento dos fretados, porque, acima de tudo, representa qualidade e autonomia para esse setor do Estado de São Paulo.

Não poderia deixar de dizer também que discutiremos a viabilidade de derrubar esse veto para darmos segurança a 180 mil trabalhadores desse setor. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Júnior. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSC - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, venho hoje à tribuna para parabenizar a Cidade de Cesário Lange, que neste final de semana irá comemorar 52 anos de emancipação, uma cidade pujante e que merece nossa admiração por tudo o que representa para a região de Tatuí e Sorocaba. Na pessoa do Prefeito Ramiro, homem extremamente competente e que tem levado a cidade a patamares de destaque, deixo registrado os cumprimentos à Cidade de Cesário Lange.

Quero também exaltar uma de nossas lutas.

Estivemos na Secretaria de Transportes com o Secretário Castro falando a respeito de algumas SPs. Falamos da SP-79 de Sorocaba. Falamos também com o DER, enfim, pedindo para que aquela rodovia, um pequeno trecho de seis quilômetros na região de Sorocaba, seja duplicada. A estrada está toda esburacada e poucos dias atrás tivemos a morte de uma criança vitima de um acidente dessa rodovia que corta a Cidade de Sorocaba. Nesse sentido estamos lutando pela Rodovia Faria Lima na região de Barretos, que também passa por situações tristes.

Uma história que sempre conto é a de alguém que um dia como médico levantou às cinco da manhã, chegou ao hospital às seis da manhã para a realização de uma cirurgia, que se alongou por mais de 10 horas. Infelizmente o paciente morreu. E aquele médico agora tinha de fazer o que jamais esperava fazer: dar a notícia para a família. Ele havia levantado de madrugada, ficado o dia inteiro sem comer e feito todo possível para salvar aquele paciente. Quando vai dar a notícia para a família ele entende que as pessoas que confiaram a vida do pai, do marido e do avô nas suas mãos, não estavam preparados para ouvir uma desculpa apesar de ter feito todo o possível para salvar a vida daquele paciente. Eu trabalhei, eu lutei. As pessoas não queriam ouvir isso. O filho queria ouvir que o pai estava vivo, a esposa queria ouvir que o marido estava vivo, todos queriam ouvir que aquele paciente tinha sido salvo e muitas vezes nós também enfrentamos situações assim.

A população não aceita que nós parlamentares, que nós homens públicos somos pagos para dar desculpas, para falarmos que a burocracia é grande, que existem regras para tudo, as pessoas não querem ouvir de nós desculpas, elas esperam de nós a solução para os seus problemas. Elas esperam que tenhamos soluções para que rodovias num estado como São Paulo, que tem o maior orçamento da Federação - mais de 140 bilhões - ainda sejam esburacadas, numa cidade tão rica como Sorocaba, que também tem um dos maiores orçamentos do Estado.

Gostaria de deixar registrado que não somos pagos para dar desculpas. Nós trabalhamos e queremos que essas obras aconteçam.

Quero exaltar o trabalho já realizado pela Secretaria, pelo Governo do Estado e creio que rapidamente chegaremos à conclusão dessas obras que para nós são muito importantes.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. Sua Excelência desiste da palavra. Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Moura. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.)

Encerrada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, venho à tribuna para falar da repercussão da suspensão da licitação da obra para o desassoreamento da calha do Tietê tomada ontem pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo por unanimidade, aliás, vale lembrar que é um edital que já tinha sido feito pelo Governo do Estado através do DAEE e que o Tribunal havia anulado e mais uma vez o Governo do Estado, de forma incompetente, envia um edital com quase os mesmos erros, utilizando a modalidade do pregão num serviço que requerer licitação.

Mas o que me chamou a atenção foi o posicionamento do Departamento de Água e Esgoto que diz o seguinte: “... que aguarda essa segunda avaliação tendo no horizonte a consideração anterior do mesmo Tribunal de Contas do Estado que entendeu que o pregão era a melhor, mais rápida e transparente modalidade de licitação para esse serviço. O departamento estadual, no entanto, não citou qual seria tal consideração anterior.” Ou seja, ele espera que o Tribunal de Contas vá julgar o mérito e libere o edital do pregão mas não fala da consideração anterior e por quê? Porque não tem, porque a decisão que o Tribunal de Contas tomou anteriormente foi mais do que suspender a licitação, foi anular a licitação. A incompetência é tanta que eles não têm o que responder.

Outra coisa que me chama a atenção é em quem eles jogam a responsabilidade da incompetência deles.

“Por fim, o órgão disse que é bom lembrar que caso o argumento do PT prevaleça e se mude a modalidade da licitação cumprindo-se os prazos legais determinados na legislação, dificilmente o desassoreamento do Tietê tão importante, necessário e essencial para a Cidade de São Paulo e adjacências ocorrerá este ano como previsto. Portanto, na avaliação dos técnicos do DAEE o risco de enchente, alagamento e prejuízos à população é grande.”

Eles querem responsabilizar quem? Eles querem responsabilizar o Partido dos Trabalhadores porque no nosso dever de fiscalizar denunciamos a forma ilegal com que lidam com a questão, contrariando a Lei de Licitações, e o Tribunal de Contas acatou, já que eles tinham anulado anteriormente. Agora querem nos culpar? Isso é um absurdo. Vejam como este Governo está perdido. Não é à toa que o partido está implodindo: vereadores saindo para um lado, ex-Secretário por outro, outros ameaçam sair e por quê? Porque não há comando e querem jogar a responsabilidade das inundações do Tietê e da não manutenção feita nos três anos - por isso voltou a ter problemas de assoreamento - na conta do PT e ontem o líder do Governo disse que a culpa é de uma prefeitura do PT. A água que cai no ABC vai parar no tio Tietê, e, se o governo do estado não cuidar do rio fazendo limpeza e manutenção haverá problemas em todos municípios. A irresponsabilidade e a incompetência desse governo, depois de 16 anos, são impressionantes.

Por isso, Deputado Isac Reis, é que um dos itens cuja mudança defendemos, na criação da região metropolitana de São Paulo, e que estamos discutindo e analisando , a propósito, amanhã haverá uma audiência pública em Mogi das Cruzes e vamos abordar esse assunto -, é qual o papel das estatais, DAEE, CDHU, Metrô, qual a satisfação que vão dar para o Conselho de Desenvolvimento que vai ser criado. Essas empresas têm responsabilidade e têm que prestar contas. Queremos que esse Conselho de Desenvolvimento seja democrático, transparente, e também essas empresas. Porque por meio do Metrô as concessionárias, as empresas conseguem atrasar a Linha-4 pelo menos em 3, em 4 anos, depois do acidente da Estação Pinheiros. A Linha Lilás, de Santo Amaro, reivindicada há mais 30 anos, A Folha de S. Paulo, 6 meses antes, publicou quem ia ganhar a licitação. É culpa do PT também? Está parada. Vai atrasar mais 2 ou 3 anos, sei lá. Até hoje a população não sabe como será resolvido.

Hoje pela manhã vocês viram o que aconteceu mais uma vez na estrada do M'Boi Mirim, na região do Jardim Ângela. A população protestando porque o transporte está um caos. Então esse episódio da Calha do Tietê demonstra muito bem a incompetência de gerenciamento desse governo que está aí há 16 anos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, está esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente. Vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, gostaria de fazer uma curta comunicação a respeito de matéria veiculada hoje no caderno Metrópole do jornal ‘O Estado de S. Paulo’: “Comandante da PM compra Captiva para ele e 61 Vectras para os coronéis.”

Essa matéria fala exatamente sobre a compra de veículos Vectras como se esses veículos tivessem substituído os veículos dos comandantes com as cores da Polícia Militar.

Lamentavelmente, como policial militar que sou, tenho que dizer para a população que á matéria se equivoca porque a situação é até muito mais grave. Além dos carros executivos que foram adquiridos - eu já havia falado disso nesta tribuna - permanecem as viaturas que os comandantes usam respectivas ao seu comando. Portanto, não são 61 Vectras, mas pelo menos 132 veículos estão hoje, tristemente, à disposição dos comandantes, num grave desvio de finalidade. A legislação de frota do estado não contempla.

Para minha tristeza digo à população que isso se aplica e se justifica, hoje, como um literal cala a boca. Por isso que hoje não há reação quando se colocam os policiais para fazerem bico oficial em operação delegada; por isso que não há reação da corporação quando se impõe a ela assumir as escoltas de presos tutelados nas delegacias de polícia; por isso que não há reação quando se fala em terminar a elaboração de termo circunstanciado pela Polícia Militar. É exatamente isso: o governo deu um jeito de açodar, na pior forma da palavra, dar um literal cala a boca.

O governo que explique, porque não são 62 carros executivos, mas 62 executivos mais os carros de comandantes que dobram o número dessa frota disponível. Segundo o comandante, para as ações de executivos da Polícia. Outro dia vi a imagem de um comandante geral da Polícia do Rio de Janeiro, numa solenidade, descer do palanque armado e auxiliar à DP o marginal. E dizer que o comandante é um executivo de polícia para que ele não tenha contato com ocorrências domésticas é lamentável. É o dobro de frota, é mordomia que não cabe à corporação.

Os policiais denunciam o tempo todo que não têm viaturas para o patrulhamento, no entanto há esse tipo de mordomia descabida.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, a temperatura do ar condicionado neste plenário é insuportável. Isso é temperatura de câmara frigorífica, de conservação de carne. Acredito que há tão poucos deputados aqui por causa do frio. Os taquígrafos, os assessores, os câmeras têm que conviver com isso, além de ser um desperdício absurdo de energia elétrica. Pelo amor de Deus! Ninguém aguenta. Quem frequenta este plenário vive resfriado, com nariz pingando. O senhor que é médico, presidente, por favor peça para desligar esse ar condicionado. Haverá enorme economia e será um bem para a saúde pública.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência vai solicitar que haja um controle da temperatura, até porque o frio traz muita doença.

Tem a palavra o primeiro orador inscrito para falar no Grande Expediente, nobre Deputado Ulysses Mario Tassinari, por permuta com o nobre Deputado Beto Trícoli.

 

O SR. ULYSSES TASSINARI - PV - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. presidente, Srs .Deputados, funcionários desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, venho a esta tribuna, hoje, e infelizmente tendo de ser repetitivo. Temos intenção de focar nossa atuação nesta Casa num determinado setor. Obviamente, no nosso caso, é o setor da saúde. Na segunda-feira a bancada do PV foi muito bem recebida pelo governador, eis que estivemos com ele para levar nossas reivindicações, as dificuldades de nossas regiões. Existe um projeto muito bonito do governo federal, mas deveria ter a parceria do governo do estado e das prefeituras. Refiro-me ao SAMU, um serviço de atendimento pré-hospitalar.

O governo federal cumpriu a sua parte, as ambulâncias já estão nas acidades/sede, mas, infelizmente, não existe ainda participação do estado, e principalmente os pequenos municípios não têm condições mínimas de participar desse projeto. Muitos, então, estão desistindo. É uma pena que projeto dessa envergadura seja inviabilizado por não haver uma participação mais positiva do governo do estado.

Essa foi uma das coisas que fomos reivindicar em prol do grupamento de 15 cidades cuja sede é Itapeva, e também em benefício do grupamento de Avaré, do chamado Vale do Jurumirim, que são mais 17 cidades. Então, é uma pena que um projeto dessa envergadura não consiga vingar porque não está havendo a participação adequada do governo do estado.

Já falamos muito das dificuldades das Santas Casas, da precariedade, da quase que insolvência, o estado pré-caótico realmente em que elas se encontram.

Hoje almoçamos com o presidente da Federação das Misericórdias, juntamente com os Deputados José Zico Prado e Carlão Pignatari. Felizmente temos nesta Casa parlamentares voltados para a área da Saúde, para o problema específico das Santas Casas.

Outro aspecto que procuramos abordar com nosso governador foi a questão do atendimento oncológico no interior. É intenção do governador promover uma verdadeira regionalização da Saúde e quero crer que é uma intenção muito boa, porque cada região tem suas necessidades próprias, seus pleitos próprios. Então, acho muito bom que haja essa regionalização. Também solicitamos que essa regionalização abrangesse o atendimento oncológico. É muito triste o que se assiste hoje, é uma verdadeira desumanidade vermos nossos doentes serem transportados, às vezes em distancias longas, para fazer quimioterapia. Por exemplo, doentes de Itapeva e região terem de ir a Jaú, Campinas, Sorocaba. Naturalmente é uma terapia que tem seus efeitos colaterais, muito fortes às vezes, dependendo da medicação; os doentes voltam passando mal, chegam altas horas da noite. Então, é muito triste e desumano assistir uma coisa dessas acontecer num estado como São Paulo. Estamos insistindo muito nesse aspecto para que haja uma descentralização desse atendimento, que encurtemos distancias para promover uma diminuição de sofrimento.

Nossos prefeitos estão vivendo um momento muito angustiante. Acredito que os prefeitos, principalmente dos pequenos municípios, estão realmente com a corda no pescoço. Na área da Saúde deveriam aplicar 15% constitucionalmente, têm de aplicar mais de 25% e não conseguem resolver o problema. É o prefeito que está na linha de frente, é o prefeito que é cobrado, é o prefeito que é crucificado. Então, acho importante trabalharmos no sentido de que o estado tenha uma participação mais efetiva no atendimento básico dos municípios, na manutenção das Unidades Básicas de Saúde.

Minha cidade de Itapeva tem entre 20 e 30 Unidades Básicas de Saúde, com equipes completas - médicos, enfermeiros, dentistas. Enfim, toda a infraestrutura necessária para um bom funcionamento. Mas a participação do estado é pífia, o estado é por demais ausente nesse aspecto de atendimento. Itapeva, nos anos de 2009/2010, recebeu duas parcelas de 72 mil reais. Vejam como é insignificante a participação do estado nesse aspecto. Por isso queremos sempre lutar para que coisas com essas sejam corrigidas. Acredito que isso já parte da nossa Constituição de 88, que é extremamente assistencialista, protecionista. É o ideal, indiscutivelmente, mas os recursos e os financiamentos para que tudo isso seja colocado em prática não correspondem às mínimas necessidades.

É direito de todos e dever do estado promover a saúde. Mas realmente darmos tudo para todos, não é fácil; é praticamente impossível. Então, falta financiamento. A filosofia do SUS é maravilhosa, é invejada por países muito mais desenvolvidos que nós. Mas se não tivermos um financiamento adequado tudo isso fica na teoria e na prática nada se pode realizar. O Estatuto do Idoso e o Estatuto da Criança e do Adolescente são maravilhosos, mas no final da história tudo cai no colo do prefeito. Então, hoje o prefeito está realmente numa situação de não poder resolver de uma maneira minimamente satisfatória todas as necessidades e as exigências dos seus munícipes.

Por obrigação, temos essa missão de trabalhar no sentido de resolver essas questões. Isso me chama atenção. Às vezes com pouco investimento, com pouco dinheiro, conseguimos chegar a um ponto mais satisfatório.

É essa a nossa luta, é esse o nosso empenho, é essa a finalidade pela qual nos propusemos a estar nesta Casa. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Geraldo Cruz.

 

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O SR. PRESIDENTE - GERALDO CRUZ - PT - Por permuta de tempo com o nobre Deputado Mauro Bragato, tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, pelo tempo regimental de 15 minutos.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, telespectadores da TV Alesp, quero falar sobre uma manchete de primeira página no jornal de maior circulação do nosso país, a “Folha de S.Paulo”: “Arma ilegal entra pela fronteira até por motoboy”. Aqui se entrega arma por delivery; se entrega no hotel em foz do Iguaçu entrega também em qualquer lugar do Estado de São Paulo ou deste país.

Quero parabenizar a “Folha de S.Paulo” por essa reportagem corajosa feita pelo enviado especial Graciliano Rocha, que fez um trabalho que demonstra a fragilidade que temos nas fronteiras.

As armas são vendidas no Paraguai somente para os cidadãos paraguaios ou para estrangeiros que ali residem. Elas não podem ser vendidas para brasileiros. Mas passam pela Ponte da Amizade, chegam a foz do Iguaçu e se espalham por esse país. Fico impressionado porque se passa arma, passam outras coisas mais; passam drogas que acabam com a nossa juventude, arrasam os adolescentes e suas famílias.

Quero agradecer ao Deputado Mauro Bragato pela permuta de tempo porque me dá oportunidade de falar sobre um assunto que o Deputado João Caramez já abordou anteriormente, mas vou repetir algumas coisas.

Consegue-se um revolver calibre 38 por 700 reais, uma caixa de 50 projéteis por 110 reais, o serviço de transporte de Ciudad Del Este para Foz do Iguaçu por 130 reais e 10 reais para o motoboy. O jornalista arriscou a vida porque andar numa moto de uma pessoa desconhecida, usando um capacete que outros já usaram - se não usa é muito mais arriscado - se arriscando a contrair até gripe suína. Portanto nós ficamos aqui impressionados com a reportagem de um dos maiores jornais de circulação, a "Folha de S.Paulo". E rendo aqui as nossas homenagens ao jornalista e à "Folha de S.Paulo".

Mas essa luta é grande, essa luta pela blitz do desarmamento. Não comecei essa luta há um dia, há uma semana, mas há muitos anos, há 28 anos, na Câmara Municipal de São Paulo, quando fiz meu primeiro pronunciamento, pedindo que se construam presídios agrícola-industriais para fazer laborterapia para reconduzir os marginais, principalmente dos pequenos delitos, para a sociedade. Já abordávamos o desarmamento, já abordávamos que a arma não serve para nada, a não ser para ceifar vidas, infelicitar famílias.

Temos 16 milhões de armas, aproximadamente. Esse é um dado do Sistema Nacional de Armas da Polícia Federal, e 50% são ilegais, praticamente oito milhões de armas. E são essas armas que matam. As oficiais são utilizadas na defesa, pela Polícia, pelo Exército, pela Aeronáutica, por cidadãos que têm treinamento e porte de arma. Mas oito milhões de armas estão nas ruas de São Paulo, do Brasil. Trinta por cento dessas armas provêem de armas legais, armas que marginais roubam da Polícia, dos civis, que têm o porte, do Exército. E os outros 70% vêm do Paraguai, das fronteiras.

Então quero aqui dizer ao nosso colega de profissão, Dr. Ulysses, que temos aqui uma bancada de médicos e, portanto, temos que lutar pela vida, que é nossa obrigação como profissionais, mas como deputados também. Acredito que a maioria dos deputados concorda com a nossa bandeira. Temos que fazer uma corrente forte, porque às vezes perdemos uma batalha, ou meia batalha, ou perdemos outra numa outra semana, mas um dia haveremos de desarmar, haveremos de ganhar essa guerra, essa guerra que não é aquela dos senhores da guerra, que matam, que ceifam milhares de vida, como está acontecendo na África, por exemplo, como acontece no Oriente, em várias partes do mundo. A guerra não serve para nada, não existe vencedor e nem vencido. A guerra só serve para trazer tristeza, destruição. Temos que nos irmanar.

Acho que o referendo não é necessário. O “Diário de S.Paulo” publicou há dois dias uma pesquisa, que nem acredito que seja pelo fato de os 12 alunos terem morrido no Rio de Janeiro, no Bairro do Realengo. Essa pesquisa diz que 90% dos paulistanos, do povo brasileiro são favoráveis ao desarmamento. São contra essa arma que mata, que dá trabalho para o médico. Sou cirurgião, V. Exa. também é médico, e sabemos o estrago que faz um projétil dentro do corpo humano: destrói tudo, perfura estômago, fígado, baço, rins, mutila. E nós, cirurgiões, temos que operar por horas e horas, e às vezes não conseguimos salvar vidas importantes, vida de inocentes, de pessoas de bem de todas as classes profissionais, sociais. Às vezes não há vaga nos hospitais, porque recursos são consumidos. Só em São Paulo consumimos 12 bilhões só manter a segurança, e essa segurança que nós não temos. Se não temos segurança, o que vai ser atingido? A área social, a dos hospitais, que não têm aparelhamento, não têm medicamento, leitos disponíveis, e dão um mau atendimento. Ficamos sob esse fogo cruzado aqui perto de nós, no Clube Ipê, junto à 23 de Maio, quando três pessoas morreram, dois suspeitos, um comerciante, que ficou entre a Polícia e os marginais. E dois policiais foram feridos, usando metralhadora, fuzil com mira a laser. De onde vêm? Ou pegaram do Exército ou da Polícia, ou vieram do Paraguai.

Então desejo ao meu ex-colega vereador, hoje Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, sucesso em Foz do Iguaçu, onde está assinando a criação do Gabinete de Gestão Integrada para a Segurança na Fronteira. Se ele conseguir fiscalizar, coibir a entrada dessas armas ilegais, teremos, certamente, uma segurança maior, melhor e teremos assegurado o direito de ir e vir, o direito à vida, que é o bem maior.

Quero terminar minha fala dizendo que se não temos condições de policiar as fronteiras, de fazer blitz do desarmamento em pontos estratégicos em São Paulo, nas divisas de Mato Grosso com São Paulo, São Paulo com Minas, São Paulo com Paraná que utilizemos o Exército. Investimos tanto no Exército, eles treinam o dia inteiro, anos a fio, preparando-se para uma guerra que não vai haver. Se houver uma guerra, um botão será apertado e o Planeta Terra desaparecerá pela energia atômica acumulada. Então temos que utilizar esse contingente para fazer a fiscalização. É esse o nosso pedido, é essa a nossa luta, e espero que possamos aqui nesta Casa sensibilizar o Executivo, o Governador, a Presidente da República, todas as autoridades competentes para que possamos desarmar, fazer a prevenção na área de segurança, e aí teremos qualidade de vida.

Nunca vou desistir dessa luta. Vou ocupar esta tribuna todos os dias, se for necessário, até o dia em que conseguiremos sensibilizar a todos. Perdemos uma batalha hoje, amanhã, mas haveremos de conquistar a paz que todos nós almejamos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GERALDO CRUZ - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt, por permuta de tempo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. GERSON BITTENCOURT - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, queria fazer dois comentários. O primeiro deles diz respeito ao que está acontecendo nesta Casa na tarde de hoje.

Coordenada pelo Deputado Zico Prado, do Partido dos Trabalhadores, está sendo realizada uma audiência pública para tratar do serviço de transporte coletivo, serviço de transporte de interesse público denominado fretamento. A audiência discutiu duas questões que estão na ordem do dia dos debates. Em primeiro lugar, para que a categoria seja regulamentada por esta Casa o Deputado Zico Prado apresentou um projeto há muitos anos. O projeto foi aprovado por esta Casa e depois, na legislatura anterior, vetado pelo então Governador José Serra. Quero dizer aqui que a Bancada do Partido dos Trabalhadores, mas também vários outros membros desta casa, têm sido solidários a esse projeto do Deputado José Zico Prado.

Nós certamente estaremos todos juntos aqui, de forma suprapartidária, para derrubar o veto do ex-governador José Serra, e de fato regulamentar esse importante segmento, esse importante setor, que não compete pelo passageiro do transporte público, setor que disputa, que é fundamental para as médias e grandes cidades onde a cada dia temos uma frota de veículos crescendo de forma assustadora.

Enquanto a população cresce em torno de até 3% nas cidades do Estado de São Paulo, nas grandes e médias cidades, a frota de veículos no nosso Estado tem crescido às vezes até 10% por ano, e isso em todos os anos.

É evidente que aqui não vamos fazer qualquer apologia e imaginar que todas as pessoas vão deixar de ter o seu carro particular. Mas queremos aqui, com o sistema fretado, de forma integrada ao transporte público, atrair aquelas pessoas, se não todos os cinco dias úteis da semana, pelo menos um, dois ou três dias, de forma a contribuir significativamente para que os nossos congestionamentos, especialmente na cidade de São Paulo, na região metropolitana de São Paulo, deixem de existir, ou pelo menos sejam minimizados.

Portanto, essa luta do sistema fretado é uma luta que tem apoio integral da nossa Bancada do PT. Queremos estar com todos os demais Deputados nessa grande tarefa de derrubar o veto e regulamentar esse importante segmento.

Quero também cumprimentar o mês de maio, que é um mês importante. Temos o dia 1º de Maio, Dia do Trabalhador, temos o Dia das Mães. É um mês de grandes homenagens, de datas importantes. Quero aqui trazer duas datas importantes, para a nossa reflexão. A primeira é o próprio dia 1º de maio, quando completaremos, em Campinas, cinco anos de existência do bilhete único, que implantamos nos mesmos moldes da Capital. A pessoa pode utilizar quantas conduções quiser no período de uma hora e meia, de segunda a sábado, e duas horas no domingo, pagando apenas uma condução.

É um projeto fundamental para a inclusão social porque traz de fato uma economia no bolso do trabalhador, que pagava duas ou três conduções, da sua casa ao seu trabalho ou sua escola, e deixou de pagar duas ou três conduções, passando a pagar apenas uma. Isto demonstra claramente a importância de projetos de reestruturação do transporte público e sobretudo a aplicação e implantação do bilhete único.

O bilhete único, na nossa Capital, no dia 17 de maio, completará sete anos de existência, agora já integrado com o metrô e os trens da CPTM. É necessário mais. É necessário, depois de sete anos de existência, fazer a integração também com o sistema metropolitano. Não podemos pensar o transporte público da Capital, somente da Capital. É fundamental fazer a integração com os ônibus da EMTU, para reduzir custos, potencializar e melhorar a qualidade do serviço do transporte, mas, sobretudo, proporcionar uma economia para o bolso dos trabalhadores, não só os que utilizam ônibus e transporte público na Capital, mas de todas as pessoas da região metropolitana.

Nesses cinco anos de bilhete único na Cidade de Campinas, os usuários do transporte público economizaram cerca de R$ 260 milhões, deixando de pagar uma nova tarifa.

Nestes sete anos, na Cidade de São Paulo, mais de 4,5 bilhões de reais foram injetados no comércio por meio da economia gerada pelo bilhete único.

O bilhete único, portanto é um instrumento de inclusão social, porque garante ao trabalhador mais dinheiro no bolso, que até então era gasto para seu deslocamento a outros destinos. O bilhete único é um projeto de inclusão social porque aquelas pessoas que moravam mais distantes da Cidade de São Paulo, ou até mesmo da Cidade de Campinas, quando iam fazer uma ficha no mercado de trabalho, uma das perguntas era sobre quantas conduções elas utilizam. Quando o candidato ao emprego dizia que pagava duas conduções para ir e outras duas para voltar, ia para o fim da fila do sistema de seleção de emprego, quando ia para o final da fila, porque o empregador também gostaria e desejaria gastar menos com o vale-transporte, de uma forma correta e justa.

Portanto, nesse processo, com a implantação do bilhete único, proporcionamos oportunidades para todas as pessoas disputarem o mercado de trabalho, às que moram mais próximas do trabalho quanto às que residem mais distantes. Com o bilhete único, os candidatos podem competir de igual para igual a uma vaga no mercado de trabalho.

O Deputado Adriano Diogo, que participou do Governo da prefeita Marta Suplicy, sabe que nenhum outro cartão neste País tem tanta utilidade e é tão utilizado quanto o bilhete único implantado em 2004. São mais de três bilhões de vezes que esse cartão é utilizado por ano na Cidade de São Paulo. Em nenhum outro banco, nem na soma de várias instituições financeiras, o cartão é tão utilizado e é tão importante para a população quanto o bilhete único.

Tive a oportunidade de ajudar a implantar essas duas experiências, que precisam ser ampliadas para todo o Estado de São Paulo, sobretudo para as regiões metropolitanas. É importante fazermos o debate aqui na Assembleia Legislativa da criação da região metropolitana de São Paulo, mas é importante fazer esse debate casado com as políticas públicas, casado com o que o Estado e o Governo do Estado precisam bancar, dos cofres públicos, assim como várias outras prefeituras, como da Capital e como de Campinas, que ajudam a subsidiar o transporte público.

Por isso, Sr. Presidente, tive a honra de protocolar ontem, dia 02 de maio, nesta Casa, a Frente em Defesa da Implantação do Bilhete Único na Região Metropolitana de Campinas, assinado por Deputados de vários partidos, assinado pelos Deputados da região metropolitana, independente da condição e da opção partidária, todos, de forma integrada, no sentido de acompanhar mas sobretudo de cobrar do Governo do Estado, porque essa bandeira do bilhete único foi defendida pelo nosso candidato a Governador, Mercadante, mas também foi falada pelo Governador Alckmin.

E agora, nós, como Deputados, vamos cobrar, assim como estamos cobrando a redução dos pedágios, que foi promessa de campanha e que hoje não é mais bancada conforme era bancada há cinco, seis ou sete meses no processo eleitoral.

Queremos ser parceiros, mas queremos ser parceiros que vão cobrar aquilo que foi colocado, aquilo que foi divulgado, aquilo que foi defendido no processo eleitoral.

Apresentamos a proposta da Frente Parlamentar em Campinas, mas estaremos acompanhando pari passu o processo de implantação do bilhete único na região metropolitana de São Paulo, da Baixada Santista e em todas as outras regiões metropolitanas e aglomerados criados.

Parabéns aos operadores, às empresas, às cooperativas dos perueiros, a todos os usuários do transporte público nesta cidade, por esse importante instrumento de inclusão social, criado e implantado pelo Partido dos Trabalhadores. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Temos uma dupla permuta. O nobre Deputado Gerson Bittencourt permuta com o nobre Deputado Celino Cardoso, que permuta com o nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, o PT, realmente, é uma escola fantástica da política. Gerson Bittencourt, deputado pela primeira vez, nunca foi vereador, fez um magnífico pronunciamento. A nossa bancada foi renovada e ampliada com uma geração fantástica, com Luiz Claudio Marcolino, Isac Reis, Geraldo Cruz, toda essa nova geração. Está na hora de eleger Antonio Mentor como Prefeito de Americana, Hamilton Pereira como Prefeito de Sorocaba.

Tenho uma boa notícia: acabou de ser oficializado como Presidente Nacional do PT o nobre Deputado Rui Falcão. Parabéns, Rui Falcão, V. Exa. merece, por toda sua luta, por toda sua história.

O nobre Deputado Gerson Bittencourt fez um magnífico discurso sobre a área do transporte. Todos estão esperando chegar o bilhete único na Região Metropolitana. Assim, vou apresentar um trabalho feito pelo professor Antônio Manoel, da Universidade de Guarulhos, na audiência pública do Rodoanel e, ontem, na Câmara Municipal.

Ontem, em Brasília, houve uma reunião entre vários vereadores e deputados com o Ministro Alfredo Nascimento, a pedido da Deputada Janete Pietá, para o Ministro dos Transportes apreciar o traçado do Rodoanel. A Presidente Dilma Rousseff orientou o Ministro dos Transportes para que haja o menor impacto no financiamento da obra.

Quero apresentar o trabalho do professor Antônio Manoel Santos de Oliveira, da Universidade de Guarulhos, sobre o Rodoanel e a reserva da biosfera do cinturão verde da Cidade de São Paulo. Era uma Frente Parlamentar presidida pelo nobre Deputado José Cândido.

O professor Antônio Manoel começa sua apresentação com uma foto do Jardim Primavera. É uma imagem que mostra uma sonda, um motor do projeto executivo da obra do Rodoanel. Essa foto foi publicada pelo jornal “O Estado de S.Paulo” em 27 de novembro de 2010. Ora, como eles estão discutindo nas audiências públicas o traçado do Rodoanel se o projeto executivo já está sendo feito? Essa sonda está localizada no meio da mata da Serra da Cantareira.

Em sua apresentação, o professor Antônio Manoel destaca a importância da consciência popular na relação com os governos.

A Cidade de Guarulhos criou a APA Cabuçu do Tanque Grande. O traçado do Rodoanel passa exatamente no limite da mata com a cidade, cortando uma rede de cabeceiras de drenagem.

O professor Antonio Manoel faz uma homenagem, em sua apresentação, ao professor José Setzer, pela luta dos anos 40, pela criação da reserva da biosfera da Cidade de São Paulo. Dizia o professor José Setzer: “O que parece agir poderosamente contra o cinturão verde é o preço da terra, pois se trata sempre de terrenos loteados ou loteáveis, que se vendem a metro quadrado e não por alqueire”.

Antônio Manoel explica a importância da mata na consistência do meio ambiente, da biosfera, da ecosfera, na mistura da litosfera, da atmosfera e da hidrosfera. Ele usa uma foto de um lago na Serra da Cantareira para mostrar que todos os corpos d'água lá existentes vão ser destruídos pelo traçado do Rodoanel.

A natureza nos propiciou serviços ambientais que colocam a questão do bem-estar humano. Os ecossistemas produzem a provisão, a regulação e os meios culturais de suporte ou sustentação. Os ecossistemas naturais fornecem água, flora - que pode ser uma fonte de fitoterápicos -, e os alimentos - pesca, fruta e mel. Os serviços de regulação são os benefícios obtidos pela regulação dos processos dos ecossistemas naturais, como a amenização das temperaturas, melhoria da qualidade do ar, purificação da água, atenuação do escoamento superficial, atenuação da erosão, assoreamento e enchentes.

Os serviços culturais produzidos pela natureza são benefícios não materiais obtidos dos ecossistemas naturais, como educação ambiental, conhecimento científico, valores estéticos e inspirações artísticas, recreação, lazer, ecoturismo, valores religiosos e espirituais e a saúde mental.

O que é a reserva da biosfera? É um cinturão verde ao norte da Cidade de São Paulo e da Grande São Paulo constituído pela Serra da Cantareira e outros biomas - exatamente onde o Rodoanel vai cortar.

Em termos mundiais, há 531 reservas da biosfera em 105 países. E uma delas está na Cidade de São Paulo. Essa é a região que vai ser cortada pelo Rodoanel.

Estamos mostrando no mapa a mancha urbanística construída da Grande São Paulo. A reserva da biosfera está situada ao norte, exatamente onde passará o Rodoanel.

Qual é a discussão? Qual era o projeto do Rodoanel na face Norte? Neste trecho, região de fronteira - entre as cores, roxo e verde -, se encontra todo o processo de alimentação dos mananciais da face Norte, dos municípios da região Norte, da Serra da Cantareira e de toda aquela região, inclusive do Deputado Pedro Bigardi, de Jundiaí. Qual era a solução encontrada pela engenharia? Há a Região da Biosfera e a Região Metropolitana do Estado de São Paulo, que é constituída por 39 municípios. A Reserva da Biosfera é constituída de 78 municípios, com 17.600 km2; cobertura vegetal de 6.140 km2; área urbana de 2.200 km2. A cobertura vegetal equivale a 35% da reserva da biosfera, e a área urbanizada equivale a 12,5 por cento; 23 milhões moram nessa região, representando 20% do PIB brasileiro.

Deixarei para falar depois sobre a homenagem a Vera Lúcia da Silva Braga, uma companheira que dedicou toda a sua vida à criação da Reserva da Biosfera. A região urbanizada tem temperaturas altíssimas, e a temperatura máxima da Reserva da Biosfera é de 24 graus, e é o centro da região onde passará o Rodoanel.

Qual é a denúncia que estamos fazendo? O Traçado inicial do Rodoanel era todo subterrâneo, por túneis e viadutos. Como eles vão fazer, alegando que terão de baratear os custos? No nível da superfície. E para fazer o Rodoanel no nível da superfície, sem túneis e viadutos, teria de retirar mais de 20 mil famílias. Seria um desastre ambiental sem precedente na história.

Nós, deputados estaduais, Deputado Pedro Bigardi que tão bem representa aquela região, embora seja um deputado de mandato novo, todos da Região Metropolitana, temos de abrir uma discussão com o Dersa e mudar o projeto. Não podemos fazer o projeto no nível da terra, aflorante, sem levar em consideração as obras subterrâneas. O Rodoanel não pode servir para a limpeza étnica, para tirar os pobres. A Copa do Mundo tem de ser de inclusão e não da exclusão social e humana. Essa é a concepção da Copa do Mundo e das Olimpíadas. É incluir as populações pobres e não marginalizá-las, jogando-as para outros lugares sem nenhuma condição. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência deseja boas-vindas ao Dr. Luiz Carlos Cazarin, diretor de Saúde de São Bernardo do Campo e apoiador do Conselho dos Secretários de Saúde, acompanhado do Dr. Antonio de Pádua Pacheco e do nobre Deputado Pedro Bigardi. Sejam bem-vindos a esta Casa de Leis. (Palmas.)

Tem a palavra, por permuta de tempo com o nobre Deputado Carlos Grana, o nobre Deputado Isac Reis, pelo tempo remanescente.

 

O SR. ISAC REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, ocupando este espaço iria abordar alguns temas, mas ouvindo os oradores que me antecederam abordando temas importantes, como o nosso companheiro Adriano Diogo que aqui falou, detalhadamente, sobre os problemas que poderão surgir com a questão do Rodoanel, não podemos fechar os olhos. Posso falar, por cátedra, sobre o estrago que o Rodoanel causou na minha região, a oeste, em Carapicuíba principalmente.

A trepidação do Rodoanel comprometeu todos os prédios da Cohab, com rachaduras. O barulho, ensurdecedor, e as pessoas, nas suas casas, não conseguem assistir televisão, nem usar telefone. Acabaram com o asfalto da cidade, com carros e caminhões, e existia a promessa do Dersa de que tudo seria reparado. Ali no trecho onde existem as mansões no Tamboré foi feito um muro para reter barulho. Mas quando pega a periferia, esqueceram tudo. E nós tivemos de ficar com os prejuízos.

No trecho da região Norte é ainda pior. Ali estão atentando contra a vida. Não estão levando em consideração o meio ambiente. É um desrespeito total pela natureza. Depois, só nos resta ficar assistindo na televisão, estarrecidos, a enchentes, a desmoronamentos e a catástrofes acontecendo. Mas ninguém vai lembrar que alguém, irresponsavelmente, não respeitou a lei da natureza, desmatando. E amanhã ou depois, com a bomba de efeito retardado, as pessoas começam a ter problemas de saúde, e ninguém se responsabiliza por isso. Em nome do progresso, em nome da prosperidade, cinco mil pessoas são jogadas na rua, tirando o seu lar, destruindo a sua casa.

O mínimo que se espera com a pessoa de responsabilidade é que, antes de começar a construir Rodoanel, tivesse um plano habitacional àquelas famílias, dizendo “Está aqui a chave da sua casa num lugar digno”, e não fazer como fizeram na Jacu-Pêssego que, depois de passar Rodoanel, deram cinco mil de indenização. A pessoa não consegue comprar nada com isso.

Temos de nos antecipar a todos esses problemas. Não podemos ficar pensando somente em qual construtora vai fazer o Rodoanel, qual concessionária vai explorar o pedágio. Temos de nos preocupar com as questões sociais que estão sendo colocadas. E me parece que não tem preocupação nenhuma. Marca-se audiência pública, mas, conforme foi passado aqui pelo nobre Deputado Adriano Diogo, em 2010, já estava começando a construção do Rodoanel. É então alguma coisa paliativa para enganar as pessoas, mas na realidade já está definido. E ninguém arca, depois, com a responsabilidade.

Essas questões que valem a pena nós ocuparmos um espaço público como este para ter força, para ter o direito de defender essas pessoas que são indefesas.

Não adianta vir aqui e pegar uma manchete de um jornal e denegrir a imagem de um Governo Federal que é muito bem avaliado e esquecer os problemas aqui em São Paulo. É importante e temos que lutar e combater o contrabando de armas na fronteira. Lógico. Mas não estou mentindo para ninguém se eu falar que foi no PSDB que criaram o PCC em São Paulo. Não estou mentindo para ninguém se eu falar que há um ano e pouco as Polícia Civil e Militar trocaram tiro na porta do Palácio do Governo, porque tinham um Governo fraco, que não tem política para os seus funcionários, como ficou bem caracterizado no projeto que aprovamos que cria o salário regional. Criou somente para a iniciativa privada e mais uma vez o funcionalismo ficou de fora. É esse o tratamento que o PSDB dá em São Paulo.

Então, por que você está preocupado com a fronteira, se você não dá resposta para os seus problemas? Como vou acreditar no então candidato a Presidente José Serra falar que vai combater a violência se aqui em São Paulo é o pior foco? Não tem credibilidade e moral nenhuma para falar disso.

Sr. Presidente, gostaria de colocar outros temas, mas ouvi algumas colocações desta tribuna que me causam espanto. Ontem, ouvi um Deputado querendo fazer comparação na área da educação. É covardia. Com o Lula, junta todos os Presidentes, 145 instituições educacionais federais. O Lula sozinho, 214, que comparação que querem fazer? E quero parabenizar V. Exa. que ontem e hoje tocou no assunto na questão do desarmamento.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Senhoras Deputadas e Senhores Deputados, está encerrado o tempo destinado ao Grande Expediente.

 

O SR. ISAC REIS - PT - PELO ART. 82 - Gostaria de para parabenizar V. Exa. que colocou um tema que as pessoas fogem do tema normal e gostam de ficar apenas permeando, dizendo que estão preocupadas com a situação e não estão. Quando nós tivemos a oportunidade no Brasil de realmente combater a violência, quando fizemos o plebiscito do desarmamento, o lobby das indústrias de armamento falaram mais alto. Comprou mentes e corações nesse Brasil e passaram a imagem de que o cidadão de bem tinha que andar armado para se proteger. E sabemos que o meliante não tem escrúpulo nenhum, mata até policial para tomar uma arma, quanto mais um cidadão comum. Eles invadem casas. E essa arma que está na mão do cidadão comum amanhã, é mais uma arma na mão do bandido.

Mas, infelizmente, os interesses empresariais falaram mais alto, e não deixaram que o plebiscito do desarmamento fosse vitorioso. Mas como o ditado, nunca é cedo, nunca é tarde, sempre há tempo. Podemos retomar essa discussão, Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, que percebo que V. Exa. é uma pessoa preocupada realmente em criar condições que resolvam a situação.

Mas temos que ter ações conjuntas. É fazer o desarmamento, dando estrutura para a polícia. É fazer o desarmamento, dando um colete à prova de bala, que o fuzil não atravesse como acontece hoje com a Polícia Militar. É fazer o desarmamento, dando um salário digno, decente para a polícia não ser obrigada a ficar fazendo bico. É dar armamento adequado ou então estaremos nos enganando, fingindo que estamos tentando resolver a situação. E não estamos. Existem as questões que são o pano de fundo, que muitos não têm coragem de defender. É muito mais fácil vir aqui e pegar um jornal e ficar falando da fronteira. Não quero falar da fronteira. Eu quero falar o que está acontecendo aqui na nossa cara e que somos responsáveis por isso enquanto pessoa pública. Por que está acontecendo tudo isso em São Paulo?

Então, não tem credibilidade nenhuma quem faz parte desse desastre que está acontecendo em São Paulo, falar desta tribuna que existe uma fórmula milagrosa. Aliás, o meu Líder falou 16 anos de Governo do Estado. Não são 16 anos. Desde 82 este pessoal está no Governo. Na época em que Franco Montoro ganhou, esse pessoal estava junto lá. Depois é que criaram o PSDB. Mas em 82 já estavam todos lá. Por isso, são 29 anos de desmando da mesma turma em São Paulo. Está na hora de oxigenar. Acho que é salutar. Acho que vai fazer bem para o Estado de São Paulo respirar nossos ares, novas mentalidades, assim como foi no Brasil, quando tiveram coragem de mudar, provamos que era possível construir um Brasil para todos os brasileiros. Provamos que era possível incluir os excluídos dessa nação.

Há pessoas que gostam de colocar óculos escuros para não ver a realidade, vindo à tribuna para fazer comparação com o Governo Lula e os demais Governos, não é do Arnold Schwarzenegger brasileiro, não, o Exterminador do Futuro, Fernando Henrique Cardoso, não. É com todos. Vamos fazer a comparação: o que é esse país e o que é hoje. Vamos ver em que momento da história desse Brasil, 80.000 filhos de trabalhadores se formaram doutores pelo ProUni de graça? Nunca na história desse Brasil. É isso que temos que discutir.

Mas o que me trouxe à tribuna hoje, Sr. Presidente, e que me deixa entristecido, é ver hoje no Diário Oficial quantos vetos existem. Isso é menosprezar o trabalho de um Deputado. Um Deputado que pega sua assessoria, faz pesquisas, vai atrás de informações, apresenta um projeto relevante para o Estado, e não sabemos o porquê, do que tem por trás disso, chega no Executivo é vetado. E esta Casa, os mesmos Pares, ajudam o Governador através do veto. Então, o trabalho do Deputado foi jogado na lata do lixo.

E por isso que se a imprensa me perguntar que projeto o senhor vai apresentar lá, eu falei: não sei. Para que? Só para enganar as pessoas? Falar que apresentou um projeto, só para o Governador ter o direito de vetar? E esta Casa acompanhar o Governador? E jogar na lata do lixo o trabalho de um Deputado? É isso que está acontecendo.

Hoje, estão vetando projetos de ex-Deputados desta Casa e amanhã estarão vetando os nossos projetos. Estão vetando projetos de 98, de 2000, e são coisas fundamentais, importantes para a cidade São Paulo, para o Estado de São Paulo. Infelizmente, não sabemos qual o pano de fundo. E parece que é só o Governador que pode determinar as coisas. O Deputado não tem direito de apresentar nada. É isso que está sendo falado nas entrelinhas quando se vota favorável a um veto do Governador. Acho que existe e nós temos que fazer valer o nosso direito, os poderes constituídos tem que ser harmônicos, mas jamais a Assembleia Legislativa ser o quintal do Executivo da maneira como está sendo. Ser omissa da maneira como está sendo. As coisas estão erradas. E temos que ter a grandeza de se falar que o Legislativo tem o direito garantido nas urnas de legislar. E isso o nosso Governador não está deixando.

Por isso acontecem as coisas erradas que, graças a Deus, existe o Tribunal de Contas do Estado para poder coibir. O que a nossa Bancada falou a respeito da calha, que havia irregularidades, não fomos ouvidos. O Governo levou adiante. O Tribunal de Contas foi obrigado a barrar. Essa nossa missão de fiscalizar, de apontar os erros nesta Casa para tentar corrigir, não por ser oposição ou que o valha, mas fazer o que a lei nos permite. E infelizmente, estamos nos desviando do nosso foco. Mas tenho certeza de que um dia a consciência vai falar mais alto, acima dos poderes e acima dos partidos políticos. Muito obrigado.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, ouvi a manifestação do Deputado Isac Reis, e quero hipotecar a minha total solidariedade, principalmente quando V. Exa. está falando muitas vezes da comemoração de alguns colegas com a manutenção de vetos. Tenho assomado à tribuna para discutir os vetos e fazer uma defesa da Assembleia, e eu fico muito feliz que V. Exa., recém chegado a esta Casa, tenha essa visão e que busque sensibilizar os nossos Pares do mal provocado ao Legislativo. Vejo as tentativas de sensibilização para que eu e o Deputado Carlos Giannazi não discutamos os vetos para derrubar todos os vetos de uma vez só. Vejo, às vezes, os deputados se engalfinharem no microfone para dizer: “Não. Vamos derrubar logo” e esquecem até aquela propaganda do efeito Orloff: “Eu sou você amanhã”. O veto que está sendo derrubado hoje é do Deputado que lutou como nós e tinha um objetivo.

Falei a respeito dessa matéria do jornal “O Estado de S.Paulo” que o comandante da Polícia Militar compra um Captiva para ele e 61 carros Vectra para os coronéis.

Eu estava vendo a manifestação oficial do Comando da Polícia Militar, que diz que a viatura foi adquirida por licitação - opa, ainda bem - dentro dos modelos permitidos para utilização do veículo público. Outro ponto de indagação foi a cor de fábrica das viaturas dos demais coronéis, medidas estrategicamente definidas pela instituição para que o comandante de Polícia, responsável por cerca de três mil homens em média, não se empenhassem em ocorrências corriqueiras nos seus deslocamentos, deixando essa intervenção para o programa de policiamento.

Não sei qual é a ocorrência corriqueira. Aliás, Deputado Samuel Moreira, lembra de quando eu disse para que o governo tomasse providência em relação ao desmando no uso inadequado de frota? É preciso que vire escândalo muitas vezes para o Estado para que venha a providência. Solicito a V. Exa. que se empenhe junto ao governo porque a questão não é só da aquisição desses veículos, a questão é que está em duplicata. Os veículos frotas Santana operacionais, continuam sendo utilizados. Mas eu dizia que a manifestação de que o coronel de Polícia vai se deslocar num veículo Vectra descaracterizado para não se empenhar em qualquer ocorrência corriqueira, eu aprendi desde os bancos do Barro Branco que a ocorrência pode ser corriqueira para mim, policial. Então, a desinteligência é corriqueira para o policial, mas para o cidadão envolvido é uma coisa mais importante na sua vida. Quero crer que não foi esse o sentido. Deve ter alguma coisa equivocada nessa nota da comunicação social da Polícia Militar porque senão seria um descalabro dizer: “Olha, colocamos o coronel num veículo cor de fábrica para ele não ter que tropeçar com nenhuma ocorrência para ele não ter que atender”. Quando tem a ocorrência, ele vai embora porque ninguém sabe quem está dentro. Aí, é o fim do mundo. Aí, tem que fechar.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, telespectadores da TV Assembleia, anteontem, apresentamos aqui na tribuna a audiência que ocorreria no dia de ontem com o Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.

Ocorreu, ontem, em Brasília essa audiência que foi muito produtiva e que tem já o compromisso do Governo Federal com o Governo do Estado de São Paulo de liberar um terço das obras do Rodoanel, no caso do Rodoanel trecho Norte agora, que equivale a um bilhões e 800 mil reais.

Aqui, na Assembleia Legislativa, conversamos bastante sobre a importância dessa audiência pública. Como não conseguimos uma audiência pública no nosso Estado com os representantes da Dersa, foi necessário cobrar do Ministério dos Transportes do Governo Federal a participação mais efetiva da Assembleia Legislativa, da Câmara dos Vereadores de São Paulo e da Câmara dos Vereadores de Guarulhos para termos acompanhamento efetivo na liberação dos recursos e na construção do trecho Norte do Rodoanel.

Nobre Deputado Isac Reis, essa reunião foi muito produtiva. No dia de ontem, já teve uma primeira reunião com a Dersa e com o Denit, além dessa audiência que tivemos ontem com o Ministério dos Transportes do Governo Dilma e com o representante do Denit, para discutir justamente a constituição de uma minuta de termo de compromisso entre a Dersa e entre o Denit, que é um órgão federal.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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Vai haver uma reunião agora, na próxima quinta-feira, entre a Dersa e o Denit porque para o trecho Oeste e o trecho Sul teve recurso do Governo Federal, mas não teve o acompanhamento efetivo das execuções, tanto é que vários compromissos foram feitos com a cidade de Carapicuíba e com a cidade de Embu.

Nos compromissos feitos com as prefeituras dessas cidades, depois do trecho Sul e Oeste serem concluídos, não houve as contrapartidas que deveriam ser feitas. Então esse termo de compromisso, que está sendo acertado entre o Denit e a Dersa, cria essa possibilidade.

Qual foi outro ponto importante, também? Vai haver uma reunião, na próxima quinta-feira, uma audiência pública para discutir a parte do processo de licitação do trecho Norte. Já cobramos do ministro e foi acertada uma reunião com os Deputados Estaduais, deputados federais, vereadores de São Paulo e de Guarulhos, justamente para dialogar melhor.

Entre a Dersa e o Denit, tem uma proposta para diminuir o impacto ambiental e social que o trecho Norte vai causar para Cidade de São Paulo, Guarulhos, Arujá e outras cidades.

A reunião, ontem, com o ministro foi importante porque o Governo Federal vai liberar, em média, 400 milhões de reais por ano, desde que a contrapartida seja executada diferente do que aconteceu em outros momentos.

No dia 3, agora, vai ter uma audiência pública para tratar de licitação. Os Deputados Estaduais de São Paulo, os vereadores de São Paulo e de Guarulhos vão participar dessa audiência pública. É muito importante que haja nesse momento um processo mais transparente por parte da Dersa porque até agora não tem acontecido com os deputados do Estado de São Paulo.

Gostaríamos não só de participar do processo, mas também de apresentar a alteração do traçado que possa diminuir o impacto ambiental e social do trecho Norte do Rodoanel. Sr. Presidente, muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, há sobre a mesa o veto, votação adiada ao Projeto de Lei nº 790/99.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários ao projeto e favoráveis ao veto queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovada a manutenção do veto e rejeitado o projeto.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, para manifestar o meu posicionamento contrário à manutenção do veto e pela aprovação do projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação de V. Excelência.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente para registrar o meu voto favorável ao projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Está registrada a manifestação de V. Excelência.

Sobre a mesa há o requerimento de inversão da Ordem do Dia, no sentido de que o veto ao PL 296 passe a figurar como item 2; o veto ao PL 404 como item 3; o veto ao PL 360 como item 4; o veto ao PL 434 como item 5; o veto ao PL 544 como item 6; o veto ao PL 62 como item 7; o veto ao PL 298 como item 8; o veto ao PL 27/03 como item 9; o veto ao PL 280/03 como item 10; o veto ao PL 1016/03 como item 11, sucessivamente até o item 31, que é o veto ao PL 647/07 que passe a figurar como item 32 renumerando-se os demais itens.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, quero manifestar minha contrariedade à inversão da pauta.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência registra a manifestação de Vossa Excelência.

Item 2 - Veto - Discussão e votação - Projeto de lei nº 296, de 2000, (Autógrafo

25632), vetado totalmente, de autoria do deputado Nabi Abi Chedid. Autoriza o Poder Executivo a implantar a Faculdade de Tecnologia (Fatec) do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (Ceeteps), no Município de Bragança Paulista, vinculada à Universidade Estadual "Júlio de Mesquita Filho". (Artigo 28, § 6º da Constituição do Estado).

Inscrito para falar a favor do projeto e contrário ao veto o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, eu encareceria que o projeto chegasse as minhas mãos para conhecimento da matéria.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência suspende a sessão até que cheguem à Mesa os projetos. Esta Presidência há havia determinado que ficassem sempre aqui, mas... Estamos providenciando, Deputado Olímpio Gomes.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 52 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 54 minutos sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Reaberta a sessão, a Presidência devolve a palavra ao nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Deputados Luiz Cláudio Marcolino e Samuel Moreira - os parlamentares presentes neste plenário - eu me inscrevo para discutir mais um veto com o intuito de chamar a atenção dos senhores parlamentares e por consequência da sociedade sobre a importância do Legislativo, a importância que deve ter a Assembleia Legislativa.

No momento em que pode parecer intransigência a minha inscrição - olha, o deputado está atrapalhando o processo de votação na medida em que usa o tempo regimental para debater a matéria - ou então o pedido que faço para ter em mãos o processo e a atenção do Presidente em dizer que já havia determinado para que os vetos do dia estivessem à disposição dos parlamentares que quisessem discutir, o intuito é querer mostrar como funciona este processo.

Não fosse a minha inscrição para discutir este projeto, os projetos nem estariam aqui para que qualquer parlamentar tomasse conhecimento da matéria que há algum tempo um parlamentar - da mesma forma os 93 deputados eleitos - estimulado pela comunidade ou pela necessidade pública apresentou. Essas votações são feitas muitas vezes desconsiderando-se todo o trabalho produzido lá atrás por um parlamentar, no caso o falecido Deputado Nabi Abi Chedid. Às vezes, os partidos é que fazem a indicação ‘ah, ele já morreu mesmo, então põe aí para confirmar o veto’ e nós, entenda-se todas estas cadeiras vazias neste momento, mas representando a vontade do acordo realizado com descaso em relação à memória das pessoas, no caso um deputado falecido - poderia ser um deputado não reeleito ou um deputado que se elegeu deputado federal, senador, governador, prefeito - votamos sem fazer a menor avaliação do projeto, aliás, a avaliação foi feita por quem era líder do partido à época.

E fico preocupado porque no momento em que se quer valorizar o Legislativo a Assembleia Legislativa manifesta-se com descaso em relação ao conteúdo do projeto e à memória do deputado. Todos nós somos passageiros, não só nesta vida, mas na nossa atividade. A maioria dos parlamentares, quando dá início a um projeto de lei protocolando-o, tem a ideia de fazer uma lei para 500 anos, de propor a criação de determinada estrutura do Estado para durar eternamente, para servir à população. Como o próprio objeto desse projeto autorizativo, à época. Não tem nada de imperativo, é um projeto autorizativo. O Poder Executivo está autorizado a implantar uma Fatec no município de Bragança Paulista, terra do Deputado Nabi Abi Chedid. Naquele momento, estimulado pela população e conhecedor das necessidades da região, ele manifestou isso através do Projeto de lei 296 de 2000. Onze anos após, logicamente, esse projeto tramitou pelas comissões temáticas desta Casa.

A Comissão de Constituição e Justiça analisou a constitucionalidade da propositura e provavelmente é uma das comissões que mais se esmeram na rigidez da norma para não desgastar o Legislativo. Ora, se vamos apresentar projetos que na sua essência são claramente inconstitucionais estaremos desmoralizando a própria Casa legislativa.

Por isso o parecer da Comissão de Constituição e Justiça. Doutos do Direito, estudiosos e curiosos do Direito, indicados por suas bancadas, acabam compondo essa comissão que tem a obrigação de fazer o pente fino jurídico constitucional em relação ao projeto. Passou em votação unânime na comissão. Comissão de Educação, Comissão de Ciência e Tecnologia, Comissão de Finanças e Orçamento.

Ora, trata-se de um projeto autorizativo do Poder Executivo. Ou, até indo mais além na autonomia das universidades, teriam a plena condição de analisar o momento da conveniência e da oportunidade da criação da Fatec de Bragança Paulista. Mas vem o Poder Executivo e veta o projeto. Veto do então e hoje governador Geraldo Alckmin.

Chegará o momento em que esta Casa - e vai ter o meu voto contrário, assim como terá o voto contrário do Deputado Giannazi, se ele chegar a tempo para votar -, vai dizer que o falecido Nabi Abi Chedid teve papel relevante como parlamentar desta Casa, teve papel relevante como presidente de partido e como homem público, mas quis Deus - não foram nem as urnas que não quiseram - que ele não estivesse aqui neste momento para fazer a defesa do seu projeto.

Então, até o processo de escolha de vetos a projetos de deputados que não estão mais na Casa. Até falo muito sobre a propaganda do efeito Orloff. Nós seremos Nabi amanhã.

Eu assistia ontem alguns colegas comemorando ou brigando, se vai dar quorum ou não para derrubar o veto ao projeto do falecido deputado. Observava à distância, com bastante tristeza, dizendo Nossa Senhora! Como o colega, ou a colega, não está enxergando o amanhã.

Em alguns momentos o próprio Deputado Sapienza, que foi presidente desta Casa, dizia que em 2 anos tivemos 8 vetos do governador a projetos de deputados. Apenas 4 deles foram mantidos. Hoje, essa enxurrada de vetos, essa centenas de vetos que já mostram claramente a desconsideração do Executivo para com o Legislativo, o desrespeito flagrante à condição desta Casa de legislar. E não é apenas em relação a projeto do deputado Olimpio, que está fazendo oposição, a projeto de deputado do PT, do PSOL, do PCdoB não. Nesse aspecto devo dizer que a desconsideração é ecumênica. Só não tem projeto vetado nesta Casa quem não apresentou. E ainda se diz “vamos discutir a colocação de pelo menos um veto por semestre.” Não é nem projeto. Não sabe que a grande maioria deles será objeto de veto.

Ora, se o projeto será vetado, então vamos discutir de forma madura o projeto aqui, não vamos aprovar. Eu não tenho a pretensão. Eu gostaria de ver os projetos sendo discutido. Eu tinha a triste ilusão de que a Assembleia Legislativa era uma Casa de debates, onde debateríamos todos os dias os projetos de deputados, os vetos, os projetos do governo. Mas, nem mesmo os projetos do governo nós conseguimos debater, porque aqueles que estão na dita oposição tentam aperfeiçoar ou derrubar o projeto e a grande maioria governamental, sem argumento sólido para discutir, corre da discussão que fica unilateral. Como as audiências públicas.

Quando a audiência não interessa ao governo se esvazia, não mandam os representantes dos órgãos, os secretários das autarquias. Como a audiência pública do Rodoanel. V.Exa., mesmo, Deputado Marcolino, veio a esta tribuna manifestar a sua contrariedade em razão do esvaziamento de uma discussão tão importante. Sabe por que a discussão é tão importante? Porque a população não concorda. Tem argumentos sólidos, hoje. Os argumentos da dita oposição são mais sólidos do que os argumentos técnicos governamentais para o traçado do Rodoanel. Então fica aquela coisa. Como nós queremos que seja assim, o traçado, vamos fazer audiência pública pró-forma para que fique parecendo que o processo foi democrático.

Por isso, Sr. Presidente, venho a esta tribuna encarecer, praticamente às cadeiras vazias. Mas devo dizer que mais um projeto de parlamentar falecido, que tem conteúdo pertinente analisado pelas comissões temáticas, aprovado por unanimidade por esta Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, vetado pelo governo, nos próximos minutos vamos desconsiderá-lo e deixá-lo arquivado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis à manutenção do veto e contrários ao projeto queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Rejeitado o projeto e mantido o veto.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Para declarar meu voto favorável ao PL.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Para manifestar meu voto contrário ao veto e pela aprovação do projeto do falecido Deputado Nabi Abi Chedid.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - Gostaria de registrar meu voto favorável ao projeto e contrário ao veto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência registra as manifestações de Vossas Excelências.

Sobre a mesa o seguinte ofício: “Sr. Presidente, tenho a honra de comunicar a V.Exa., para os devidos fins, que indico, nos termos do Art. 79, do regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, os Deputados Mauro Bragato e Vinicius Camarinha para o exercício da função de vice-líderes do governo. Ao ensejo reitero meus protestos de alta estima e distinta consideração. Governador Geraldo Alckmin”.

Esta presidência se sente no dever de esclarecer o seguinte: temos na Ordem do Dia 532 vetos. Se demorarmos meia hora para a discussão de cada veto e 10 minutos para o encaminhamento de votação de cada veto demandaremos 354 horas para a votação, sem falar se houver pedido de verificação de votação, talvez ultrapassaríamos as 500 ou 600 horas para deliberarmos sobre esses vetos.

Em função disso, no colégio de lideres foi sugerido fazer uma relação de vetos mais antigos, que na visão dos líderes presentes não teriam problema em ser mantidos. Foi distribuída uma relação, todos os senhores líderes tiveram oportunidade de examiná-la, consultar as suas bancadas, e todas as bancadas, com exceção do PSOL, encaminharam vetos que ao ver dos líderes, em discussão com suas bancadas, pudessem ser mantidos. Foi esse o procedimento que fez com que se elaborasse essa relação para que se dê agilidade. Aliás, mesmo instrumento que pretendemos adotar para a votação de projetos de deputados.

Acho importante fazer esses esclarecimentos para mostrar que a intenção não é outra senão diminuir a pauta de forma consensual e democrática, respeitando-se os direitos de todas as lideranças. A única bancada que não se manifestou foi a da PSOL porque não esteve presente nas reuniões do Colégio de Líderes em que esse assunto foi decidido. As 14 demais bancadas com assento na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo se manifestaram de acordo com a manutenção desses vetos que estão aqui relacionados, que eram 36 e hoje são 32.

Item 3 - Veto - Discussão e votação - Projeto de lei nº 0404, de 2000, (Autógrafo nº 25395), vetado totalmente, de autoria do deputado Pedro Mori. Dispõe sobre autorização para aplicação de exames médicos e psicotécnicos para fins de habilitação. (Artigo 28, § 6º da Constituição do Estado).

Para discutir contra o veto e a favor do projeto tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, solicito um minuto para tomar conhecimento do teor do projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência suspende a sessão por dois minutos.

 

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- Suspensa às 17 horas e 15 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 17 minutos sob a presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, volto à tribuna e o farei tantas quantas vezes forem necessárias até porque não abro mão de valores. E faço isso e respeito à Assembleia Legislativa, em respeito à condição de legislar em nome da sociedade que os 41 milhões de habitantes desse estado deram aos 94 deputados. Muito embora tenha sido feita a lista, não tenho dúvida de que houve a apreciação pelo Colégio de Líderes.

Eu, por exemplo, não fui informado de nada sobre essa relação de vetos e não posso dizer que o culpado seja a presidência, a mesa diretora ou o Colégio de Líderes. Procuro ser um deputado informado. Não necessariamente posso ter sido respeitado pela liderança do meu partido ao ponto de me consultarem sobre essa condição de se abrir mão de uma parcela da historia do partido, da contribuição que o parlamentar daquele partido deu naquele momento sem uma avaliação um pouco mais aprofundada sobre o conteúdo do projeto. Então, em função disso, e justamente porque tenho me debatido para que a Assembleia Legislativa vote, discuta os projetos de deputados.

Não tenho pretensão, e acho que nenhum deputado tem de ter os seus projetos aprovados. Mas se o projeto é aprovado por esta Casa, e quando o Presidente diz “Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. Aprovado”, significa naquele momento que os 94 deputados assinaram embaixo - não foram só os líderes, não - e estão dizendo: “nós concordamos, nós confiamos nas comissões temáticas desta Casa”.

Aliás, Sr. Presidente, vamos encerrar o mês de abril sem termos - já são 48 dias - a formação das comissões temáticas da Casa. Não dá para discutir nenhum projeto, não dá para fazer a convocação ou convite a ninguém para comparecer à Assembleia Legislativa para debater, para abordar, para explicitar qualquer matéria. Votamos e até se tornou lei: semestralmente os titulares das pastas, os Secretários comparecerem à Assembleia Legislativa para explicitar o conteúdo do trabalho desenvolvido nas comissões temáticas. Mas não temos as comissões. Estamos discutindo se são 9, se são 11, se são 13, se são 15, se são 20 deputados por comissão. Uma luta, e depois sabemos que a maioria das comissões não dá quorum. Pertenci a comissões com sete representantes; ficamos mais de um semestre sem ter nenhuma reunião, porque não dava quorum. Não conseguíamos ter quatro deputados para fazer funcionar a comissão. Isso é extremamente preocupante.

Somos nós mesmos que temos que buscar a valorização do Legislativo, e valorizar o Legislativo é valorizar também o passado do Legislativo. Quem não conhece seu passado não entende o presente, não tem visão de futuro. Mais um projeto que vai para o fogo, vai para o nada. Isso eu afirmo. Estou tomando conhecimento do projeto para discutir, por uma concessão do Sr. Presidente da Casa, dois minutos para avaliar muitas vezes uma história de vida contida num projeto, que sem querer a avaliação da grande maioria dos líderes é sobre os projetos de deputados que já morreram, ou de quem não está mais na Casa. Vamos discutir os vetos, sim, de projetos de deputados que estão na Casa.

Apresentei um projeto, por exemplo, que restabeleceria a dispensa recompensa para os policiais militares. A dispensa recompensa era um instrumento contido no Regulamento da Polícia Militar que dava ao policial que teve uma ocorrência brilhante, heróica, ou que esse policial ficou 18, 24, 36, 72 horas trabalhando numa tragédia, numa enchente, num desabamento, numa atividade, por exemplo, como a dos bombeiros buscando, fazendo pesquisa de pessoas em local de soterramento, um dia de dispensa para que ele pudesse se refazer das feridas, e até porque o policial militar está submetido ao regime especial de trabalho policial, que chamo de regime de escravidão.

O policial tem horário para começar sua jornada de trabalho. Se estiver no meio de uma ocorrência, prossegue. Se houver uma tragédia, uma calamidade pública, um incêndio, enchentes, não tem final de serviço coisa nenhuma. E não adianta querer mandar o policial embora, porque ele não vai. Ele tem o sentimento do dever cumprido. E como isso foi retirado do novo Regulamento Disciplinar da Polícia Militar, em 2001, e até por solicitação da unanimidade dos policiais militares, do mais jovem soldado ao comandante da necessidade de se ter um instrumento compensatório, fiz o projeto. Ele tramitou na Comissão de Constituição e Justiça, votado e aprovado unanimemente; foi para a Comissão de Segurança Pública, votado e aprovado unanimemente; foi para a Comissão de Finanças e Orçamento e se verificou tecnicamente que não havia, como não há, ônus para o Estado, haja vista que a dispensa do policial é compensatória. E mais: o fato de fazer jus, de ter o direito a uma dispensa, esse direito fica assegurado.

A maioria dos policiais utiliza esse direito para ser debitado no momento da sua inatividade, da sua passagem para a reserva: um dia a menos, dois, três, dez, depois de 30 anos de jornada. Muitas vezes o policial tirava essa dispensa recompensa no dia do aniversário do filho, do aniversário da esposa, do aniversário de casamento, não para coisa muito extraordinária, porque a miséria de vida do policial não permite. Nunca foi para viajar para a Europa para esquiar na neve. Nada disso, não. E quando apresentei o projeto tinha essa expectativa de ver resgatado esse direito.

A Assembleia votou o projeto unanimemente. E aí foi vetado. Mas como estou vivo e para azar de alguns ainda me reelegi, meu veto não é discutido, porque daí eu estaria aqui para fazer uma sustentação para dizer exatamente os meus objetivos, tentar sensibilizar os parlamentares. Mas não. Pegamos o projeto de Nabi, que está morto; do Ubiratan, que está morto; do Pedro Mori, que não é mais parlamentar. Pegamos a história de vida e jogamos fora. “Puxa-vida, mas era uma Fatec no lugar, mas é projeto de deputado, é lixo”. E achamos, e até comemoramos, que limpamos a pauta. Pode-se fazer inversão da Pauta. Vamos discutir os vetos dos deputados que estão na Casa. Vamos dar oportunidade. E vamos discutir também a pertinência de bons projetos que foram vetados, impropriamente vetados, porque não somos nós do Legislativo que erramos, não.

No veto ao meu projeto da dispensa recompensa, o Governador disse que "a proposta é meritória, mas cada vez que damos dispensa para o policial, nós tiramos segurança da população". Não é verdadeiro isso. A escala de serviços da Polícia Militar não diminui nunca em função disso. Olha, vamos estar com menos homens hoje.

Cada comandante dentro da sua responsabilidade, senão será criminosamente processado e condenado por improbidade administrativa. Vai perder a função pública se ele onerar a escala de serviços. Por isso vai fazendo um jogo com o efetivo. Se há dois policiais do pelotão que estão em férias ou em licença-paternidade, nesse período, ninguém entra em gozo de dispensa recompensa. Está assegurado que a conveniência e a oportunidade do administrador, do comandante, que vão definir exatamente o momento em que será concedida aquela condição ao policial. Mas não adianta. Nós mandamos, na relação para as bancadas, na relação para a Presidência, e não chega.

Então, em função disso é que eu vou continuar vindo a esta tribuna. Não tenho a preocupação com o tempo. Na vida policial dizemos até que fazemos testes para a resistência, a fadiga psicofísica, o nome é até bonito. Mas aprendemos. Quando vejo os policiais aqui de serviço, marciais, ficam duas, três, oito, 12, 20 horas em pé, e estão ali na sua obrigação.

Eu ainda estou num ambiente bastante favorável, muito embora o Deputado Adriano Diogo reclame do ar-condicionado, mas é um ar-condicionado satisfatório. E assim nós vamos prosseguir, tentando lembrar a esta Casa e aos nobres colegas a importância de valorizarmos, fazermos uma avaliação mais amiúde em cada projeto.

Com relação a esse projeto do Pedro Mori, que era do PDT, do meu partido, vou votar, mesmo que solidariamente, pela derrubada do veto, pela valorização da Assembleia Legislativa e a valorização do trabalho do então Deputado Pedro Mori.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação o veto. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem favoráveis à manutenção do veto e contrários ao projeto, queiram conservar-se como se encontram. (Pausa) Aprovada a manutenção do veto.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, para manifestar o voto favorável ao projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O Deputado Marcolino votou favoravelmente ao projeto e contrário à manutenção do veto.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, para manifestar o meu voto contrário à manutenção do veto e pela aprovação do projeto do Deputado Pedro Mori e valorização da Assembleia Legislativa.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Está registrada a manifestação do Deputado Olímpio Gomes.

Antes de iniciarmos a discussão do próximo veto, esta Presidência tomou o cuidado de verificar qual o item da pauta em que se encontra o primeiro veto a projeto de autoria do nobre Deputado Olímpio Gomes, e constatou que é o item 411, ou seja, nesse ritmo em que estamos, se formos adotar essa prática de discutir todos os vetos, se não pinçarmos os vetos, aqueles que consensualmente podem ser mantidos, aqueles que os Deputados querem que sejam levados a voto, nós, efetivamente, durante os quatro anos desta legislatura não faremos esse trabalho.

O que nós pretendemos é isso, é indagar aos Srs. Deputados quais os vetos que querem que sejam colocados em discussão e em votação, quais os vetos que julgam que podem ser mantidos, consensualmente. Mesmo aqueles que os Srs. Deputados queiram que sejam discutidos, e que não haja consenso para a derrubada, serão colocados.

Repito aqui, hoje, neste plenário, o que falei na terça-feira no Colégio de Líderes: o Deputado não tem direito de ter projeto aprovado, e nem tem direito de ter veto rejeitado, mas tem o direito de ter os seus projetos votados e os vetos aos seus projetos votados.

Feito esse esclarecimento, passaremos ao item seguinte.

Item 4 - Veto - Discussão e votação - Projeto de lei nº 360, de 2001, (Autógrafo nº 25177), vetado totalmente, de autoria do deputado Arnaldo Jardim. Dispõe sobre a consignação, em folha de pagamento dos servidores públicos, de compromissos assumidos com organizações sindicais ou associações de classe constituídas. (Artigo 28, § 6º da Constituição do Estado).

Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino, para discutir contra o veto e a favor do projeto.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, a Bancada do Partido dos Trabalhadores tem o posicionamento favorável a esse Projeto de lei, e contrário ao veto.

Desde a Constituição de 88, a livre organização das entidades sindicais é garantida. Durante toda a época da ditadura militar vários sindicalistas, vários sindicatos foram perseguidos. Os trabalhadores não podiam ter a sua representação sindical constituída. Até 83 muitos sindicatos passaram por intervenção, foram indicadas direções para essas entidades, sejam os bancários, os metalúrgicos, os químicos, metroviários, indicadas direções que eram constituídas a partir das próprias empresas.

Como nós, trabalhadores, com toda a luta contra a ditadura militar no País, pela redemocratização, conseguimos na Constituição de 88 trazer direitos aos trabalhadores, às entidades sindicais, à livre organização, à livre associação, não podemos, neste caso que aqui está apresentado, tirar a possibilidade dos trabalhadores servidores públicos, que ainda hoje não têm direito de ter os seus sindicatos constituídos; não têm direito, ainda hoje, a ter representações sindicais com negociações diretas.

Hoje a negociação já é uma garantia do setor privado, mas não é garantia do servidor público, seja ele estadual, municipal ou federal. Muitas vezes as entidades de classe do servidor público - estadual, municipal e federal - não conseguem organizar a luta por falta de recursos, por falta de uma contribuição, que hoje a Constituição não garante aos trabalhadores do Estado de São Paulo aquilo que já é garantido aos trabalhadores da iniciativa privada.

Nós conseguimos um avanço na Constituição de 88, garantindo que as entidades de classe podem se organizar, que os trabalhadores podem se associar livremente a sindicatos e associações. Hoje não temos a obrigatoriedade. Esse foi um grande avanço da Constituição de 88: não trata como obrigatória a associação, não trata como obrigatória a sindicalização, mas cria a condição do voluntário, cria a condição do associativismo a partir da vontade do trabalhador.

Por isso somos contrários à derrubada do veto e a favor do Projeto de lei, que cria a condição para o trabalhador fortalecer o sindicato, cria a condição do sindicato dos trabalhadores do Estado de São Paulo, servidores, sejam os professores, sejam os trabalhadores ligados hoje à Polícia Militar, que não têm direito ainda a sindicato, e sim a associação, que pode ter a sua representação efetiva a partir das contribuições livremente dos seus próprios trabalhadores.

Chamamos aqui a uma reflexão ao que já está garantido na Constituição de 1988: a livre iniciativa à associação e à sindicalização e que o trabalhador possa decidir a qual sindicato quer participar, quer contribuir para fortalecer sua entidade. Já avançamos muito no setor privado. O veto ao projeto diminui a possibilidade do fortalecimento das entidades sindicais e, automaticamente, o fortalecimento dos trabalhadores no Estado de São Paulo. Por isso, a Bancada do PT é contrária à derrubada do veto e favorável ao projeto de lei ora apresentado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Para discutir contra, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo regimental de 15 minutos.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência suspende a sessão por até cinco minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 17 horas e 40 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 45 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, o ritmo até melhorou. Com cinco minutos para estudo e repouso, ficou melhor do que as escalas dos nossos companheiros policiais que, normalmente, não têm nenhum tipo de folga.

Assomo à tribuna no mesmo sentido de valorizar o Legislativo e, nesse diapasão, não tenho preocupação que meu projeto seja o 450, o 460, que vá levar quatro anos. Se já fui desconsiderado ao ponto de não ter nenhum projeto votado, não tenho a pretensão - e acho que até me dá uma expectativa positiva, já pensou quando chegar ao 450, vai ficar difícil para pular o meu, que não necessariamente vai ter derrubado o veto - não tenho mais essas pequenas ilusões, nem essas pretensões nesta Casa. Mas em nome do que acredito vou utilizar todo o tempo regimental.

Já se falou em acordos que não posso ser líder ou vice-líder. Isso é questão interna do meu partido. Mas vou usar o tempo mínimo que o Regimento me concede na integralidade para manifestar minhas convicções.

O projeto 360, de 2001, é de autoria do então Deputado Estadual Arnaldo Jardim, hoje Deputado Federal, a quem tenho o prazer de conhecer e partilhar da consideração e da amizade. O Deputado Arnaldo Jardim, em 2001, elaborou esse projeto que dispõe sobre a consignação em folha de pagamento dos servidores públicos de compromissos assumidos com organizações sindicais ou associações de classe constituídas. Teria horas para discutir sobre essa questão e o porquê do objetivo do Deputado Arnaldo Jardim de tentar, por meio desse projeto, obrigar o Governo do Estado a fazer o desconto pelas entidades sindicais e associativas representantes de servidores públicos e não fazer o que acontece atualmente de ser uma concessão do Governo.

Pertenci e ainda pertenço a entidades de classe, por quase 34 anos do meu ingresso na Polícia Militar, nos primeiros dias de fevereiro de 1978. Sou associado da Associação dos Oficiais, da Associação dos Oficiais da Reserva, da Associação Paulista dos Oficiais, da Associação de Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar, da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar, da Cooperativa dos Policiais Militares, da Associação dos Policiais Militares Deficientes Físicos, da Mútua dos Policiais e da União das Pensionistas da Polícia Militar. Pertenço, colaboro e participo de oito entidades. E aprendi, desde os tempos em que estava no serviço ativo da Polícia Militar, o massacre psicológico que o Governo impõe sobre as entidades representativas de classe da Polícia Militar. Além de tudo, não pode ser sindicalizado, não tem direito à greve como diz o Art. 142 da Constituição. Aí, Deputado Marcolino, a situação é muito pior do que o dos sindicatos. Muitas vezes, ainda consegue se mobilizar e fazer um enfrentamento, não de igual tamanho e poder com o Governo, mas a tentativa é sempre válida, V. Exa. que vem lutando há muitos anos em função de classes trabalhadoras.

O que acontece? Por que será que num momento em que estamos, muitas vezes, estamos numa ferrenha discussão de salários, de repente, as associações representativas de policiais militares, sem querer, todas, desistem do pleito? Esvaziam, fazemos as audiências públicas, e aí a diretoria não comparece. Que diabos acontece que alguns representantes de entidades, muitas vezes, dão declarações à imprensa dizendo “Olha, sei que merecíamos mais, mas o Governo está fazendo o que pode.” Muitas vezes, são categorias da base da estrutura da Polícia Militar, entidades representativas de cabos e soldados, subtenentes e sargentos. E aqui foi onde o Deputado Arnaldo Jardim quis acabar com esse terrorismo do Estado, dando garantia às entidades mediante convênio com a Secretaria da Fazenda. Mas que tivesse o desconto.

Sabe o que acontece? Quando estamos na luta salarial, chama o presidente da Associação de Cabos e Soldados e fala “Você tem 50 mil associados. Comece a se preparar para fazer boleto bancário que no mês que vem nós romperemos e não tem mais desconto em folha. Vamos ver se a sua entidade aguenta mais que três, quatro meses.” Chama assim o presidente da Associação de Subtenentes e Sargentos e “Como que é? Você vai querer encher o saco dos homens? O poder é o Governo, nós somos o poder, vamos quebrar a sua entidade em três meses.” E quebra. Sabe o que acontece? Colocam auditoria da Secretaria da Fazenda, sem querer, nesses momentos. Não é para assustar.

Estou dizendo isso, muitas vezes, para que os nossos policiais militares, para que os servidores saibam da pressão que sofrem também o seu dirigente de entidade. “Olha, isso é uma concessão. Eu tiro na hora que quiser. Quer dizer que você vai fazer manifestação pública, demonstrar insatisfação salarial? Olha, enquanto não te pego no Código Penal Militar, vou pegar tua entidade pelo bolso já. Vou quebrar vocês. Quero ver os 50 mil associados indo para fazer pagamento, em boleto bancário, para a tua entidade. Você vai se arrebentar se tiver compromissos. E pelo novo Código Civil você é responsável solidariamente em relação ao destino da sua entidade. Sua mulher e filhos vão arcar com o seu patrimônio.”

É assim que se faz para dar literalmente o cala-boca às entidades representativas de classe. Em 2001, o que quis fazer o Deputado Arnaldo Jardim - ele está vivo, graças a Deus, cresceu politicamente, é um deputado federal dos mais votados do Estado de São Paulo, tem um compromisso muito grande com as cooperativas, é extremamente dinâmico -, naquele momento, não tenho a menor dúvida. Arnaldo Jardim, que foi secretário de Estado, ouvindo as entidades representativas, pediu “Pelo amor de Deus, deputados. Nós precisamos ter uma saída para isso, não podemos ficar sob o jugo porque nos amarra. Como entidade representativa, qualquer atitude que tomamos é interpretado como de rebeldia. Não podemos representar as necessidades dos nossos associados. E olha a sinuca que ficam os dirigentes. Se eu mantiver os compromissos com a classe, me tiram o código de desconto da entidade e me quebram em três meses. E acabou a força, acabou o patrimônio, acabou a história da entidade. Se eu aquiescer, começo a me desviar e viro pelegão, aquele que parece que estou, mas não estou. E já saio negociando na madrugada com o patrão-Estado a quebra do movimento.”

É exatamente isso que S.Exa., o Deputado Federal Arnaldo Jardim pretendeu com esse projeto. Se Arnaldo cresceu politicamente, se não está mais nesta Casa, se os representantes do seu partido hoje entendem que “Isso é hoje porcaria política para Arnaldo. Ele está num patamar maior, deixa para lá!” Será que deixou de ter importância esse conteúdo? Eu mesmo, a partir de amanhã, vou tentar copiar esse projeto e vou voltar e tentar brigar numa história de luta para, daqui a algum tempo, assinar juntamente, pegar os companheiros do Partido dos Trabalhadores para rompermos com esse sistema. Vamos pegar um bom exemplo lá, mas vamos destruir já.

Não consigo entender que diabo de acordo é esse que foi realizado pelo partido do Arnaldo, PPS, para pegar um projeto de um conteúdo tão importante para um milhão e 70 mil servidores públicos, ativos e inativos, no Estado de São Paulo.

Falo pelos meus 160 mil ativos e inativos, e o desespero que têm as entidades, que ficam desesperadas e ficam tidas como pelegos. E mais, são chamados na chincha sim. “Vem aqui no Comando Geral da Polícia Militar à reunião com as entidades já! Vem aqui na Delegacia Geral de Polícia já! Como que é? Vocês anunciaram que vão fazer manifestação na frente da Secretaria de Segurança? Olha, se eu fosse vocês, começaria a fazer manifestação na frente dos bancos. Vocês vão precisar pedir empréstimo daqui a dois, três meses. A entidade vai quebrar. Porque quem tem poder manda 15, 20 mil boletos.

A minha concessão está afeta a isso.” Preliminarmente não é uma ameaça colocar uma auditoria dentro da vossa entidade para fazer uma avaliação. Colocar um auditor pelos próximos oito, dez meses, enquanto isso você vai avaliando e pensando até qual a intensidade você vai fazer a sua mobilização da campanha sair salarial por direito de seus servidores, dos seus associados.

Esse projeto, esse eu vou tentar copiar, na esperança de que daqui a dez anos, mesmo não estando mais nesta Casa, tenhamos outro Legislativo, com outro comportamento em relação ao que foi feito no passado, e quem sabe, se os futuros legisladores, se os futuros ocupantes dessas 94 cadeiras, tenham um comportamento diferente a coisas positivas, a coisas bem feitas. Lógico que o Governo vetou, porque isso tira amarração. Lógico que vetou. O que esta Casa tinha que fazer, pela honradez da Casa, pelo objetivo do projeto, pelo que ele pode representar por um milhão e 70 mil servidores públicos? Derrubar esse veto. Valorizar a Casa. Valorizar o servidor público. Valorizar as entidades representativas.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação o veto ao Projeto de lei 360. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem a favor do veto e contrários ao projeto queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Mantido o veto e rejeitado o projeto.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, para declarar o voto favorável da Bancada do PT ao projeto de lei.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação de Vossa Excelência.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sr. Presidente, para declarar o voto favorável ao projeto da Bancada do PCdoB e contrário a manutenção do veto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação de Vossa Excelência.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, pela valorização do Legislativo, por esse excepcional projeto e pela valorização dos servidores públicos, que ele poderia proporcionar com um mínimo de liberdade às suas entidades, voto contrariamente ao veto e pela aprovação desse projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação de Vossa Excelência.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 18 horas e três minutos.

 

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