18 DE AGOSTO DE 2003

30ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DO "DIA DO MAÇOM"

 

Presidência: SIDNEY BERALDO e ALDO DEMARCHI

 

Secretário: BALEIA ROSSI

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 18/08/2003 - Sessão 30ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: SIDNEY BERALDO/ALDO DEMARCHI

 

COMEMORAÇÃO DO DIA DO MAÇOM

001 - Presidente SIDNEY BERALDO

Abre a sessão. Nomeia as autoridades. Anuncia que esta sessão foi convocada pela Presidência por solicitação do Deputado Aldo Demarchi para comemorar o Dia do Maçom. Convida todos a ouvirem a execução do Hino Nacional Brasileiro. Anuncia a assinatura de dois convênios: o primeiro para possibilitar interação maior deste Parlamento com a Maçonaria;  o outro sobre o combate às drogas e ao crime organizado.

 

002 - BALEIA ROSSI

Lê protocolo de intenções de troca de informações e assessoria entre a Grande Loja Maçônica, o Grande Oriente e a Alesp.

 

003 - ALDO DEMARCHI

Assume a Presidência.

 

004 - EDSON GOMES

Em nome do PFL, considera que o Estado tem na sua história a participação de todos os maçons nos momentos mais decisivos.

 

005 - BALEIA ROSSI

Pelo PMDB, manifesta sua certeza de que a Maçonaria não falhará no desafio de lutar contra as drogas, o trabalho infantil, a ruptura da estrutura familiar, o analfabetismo e contra a falta de qualificação da juventude para um futuro promissor.

 

006 - Presidente ALDO DEMARCHI

Anuncia a assinatura do protocolo de intenções de prevenção à violência e combate às drogas, que celebram, de um lado a Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, e do outro, o Grande Oriente do Estado de São Paulo.

 

007 - CLÁUDIO ROQUE BUONO FERREIRA

Grão-Mestre do Grande Oriente do Estado de São Paulo, historia o começo da maçonaria desde 1822.

 

008 - PEDRO LUIZ RICARDO GAGLIARDI

Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, fala do ideal maçônico de tornar feliz a humanidade. Orgulha-se da assinatura e realização, em conjunto, do trabalho em prol dos problemas que envolvem os entorpecentes de comercialização ilícita.

 

009 - ANTONIO DUARTE NOGUEIRA

Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento e, neste ato, representando o Sr. Governador do Estado, saúda os presentes. Apresenta as quatro diretrizes do Governo: Educação, Solidariedade, Prestação de Serviços e Desenvolvimento ou Governo empreendedor.

 

010 - Presidente ALDO DEMARCHI

Analisa a situação internacional e mostra como a Maçonaria se deve posicionar. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Baleia Rossi para, como 2º Secretário "ad hoc", proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - BALEIA ROSSI - PMDB - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

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O Sr. Presidente - Sidney Beraldo - PSDB - Esta Presidência passa à leitura dos nomes das autoridades presentes: Sr. Deputado Duarte Nogueira, Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, neste ato representando o Exmo. Sr. Governador Geraldo Alckmin; Conselheiro Antônio Carlos Caruso, Presidente do Tribunal de Contas do Município e eminente Grão-Mestre Adjunto da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo; Sr. Pedro Luiz Ricardo Gagliardi, Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo; Sr. Cláudio Roque Buono Ferreira, eminente Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo; Sr. Deputado Baleia Rossi; Sr. Deputado Luiz Gonzaga Vieira; Sr. Deputado Edson Gomes; Sr. William Woo, Vereador da Câmara Municipal de São Paulo; Sr. Antônio Goulart, Vereador da Câmara Municipal de São Paulo; Sr. Eduardo Odelock , representando o Deputado Federal Arnaldo Madeira, Chefe da Casa Civil; Sr. Antônio Raimundo, representando o Deputado Federal Jovino Cândido; Sr. Aírton Rabello, representando o Delegado da 4ª Região Maçônica; Sr. Benedito Marques Ballouk Filho, Grão-Mestre Estadual Adjunto; demais autoridades presentes.

Convido todos para que, em pé, ouçamos o Hino Nacional Brasileiro, executado pelo tecladista Segundo Sargento Músico Sr. José Loyola.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Agradecemos ao Segundo Sargento Músico José Loyola.

Quero cumprimentar o Deputado Aldo Demarchi pela iniciativa de solicitar esta Sessão Solene para podermos todos estar presentes aqui hoje comemorando o Dia do Maçom. Para nós, da Assembléia Legislativa de São Paulo, é uma honra e um orgulho muito grande poder receber a todos e participarmos juntos da comemoração deste dia, que reveste-se também da maior importância pois assinaremos dois convênios no sentido de possibilitar uma interação cada vez maior deste Parlamento com a Maçonaria em dois pontos extremamente importantes: um deles a troca de experiências para que juntos possamos fazer um projeto integrado no sentido de buscarmos cada vez mais melhorar a qualidade de vida da nossa população. Cada vez mais estamos convencidos de que o Estado sozinho não tem essa força e que é preciso interagir com a sociedade organizada e trabalharmos de forma integrada.

Outro convênio tão importante quanto este é o que iremos assinar também para, juntos, enfrentarmos essa questão que nos preocupa a todos, que é a questão da droga e do crime organizado cada vez mais organizado. Temos a consciência de que tanto Deputados, Poder Executivo e Poder Judiciário não podem sozinhos fazer esse trabalho de enfrentamento, que deve passar por mudanças não apenas na legislação mas também por uma ação junto à família e junto à comunidade, um trabalho direto junto aos municípios.

Desta forma poderemos utilizar toda essa estrutura e essa rede de que dispõe a Maçonaria, com toda a sua inteligência, a sua determinação, a sua capacidade, a sua história de trabalho que coincide com a história deste país e temos certeza de que hoje damos um passo importante nesse sentido.

Mais uma vez cumprimento a todos e o nobre Deputado Aldo Demarchi e quero dizer da nossa alegria de podermos estar aqui hoje e neste momento poder assinar esses dois convênios.

Convido o nobre Deputado Baleia Rossi para ler o conteúdo do primeiro convênio que hoje assinamos aqui.

           

O SR. BALEIA ROSSI - PMDB - Protocolo de intenções de troca de informações e assessoria: O protocolo que entre si celebram, de um lado, a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, e do outro lado o Grande Oriente de São Paulo e a Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, para os fins que nele se declaram.

A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo com sede na Av. Pedro Alvarez Cabral, 2001, Ibirapuera, São Paulo; o Grande Oriente de São Paulo, com sede na rua São Joaquim, bairro da Liberdade, Capital e a Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, com sede na rua São Joaquim, bairro da Liberdade, Capital, neste ato representadas respectivamente pelo Exmo. Sr. Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo Deputado Sidney Beraldo e o Grão - Mestre Estadual Eminente Cláudio Roque Buono Ferreira e pelo Sereníssimo Grão Mestre Pedro Luiz Ricardo Gagliardi.

Considerando que a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo é a legítima representante do povo paulista; considerando que o Grande Oriente de São Paulo e a Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo em conjunto têm lojas maçônicas em praticamente todos os municípios do Estado de São Paulo; considerando que a maçonaria é uma instituição que tem na sua forma de trabalho a discrição que é essencialmente filantrópica, filosófica e progressista, que tem por objetivo a indagação da verdade, o estudo da moral e a prática da solidariedade trabalhando pelo melhoramento material e moral e pelo aperfeiçoamento intelectual da humanidade; considerando que os integrantes das lojas maçônicas poderiam contribuir de forma significativa com os trabalhos desenvolvidos pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo; considerando que as pessoas talhadas dentro da Ordem Maçônica têm elevados níveis de conhecimento, muitos oriundos dos próprios recursos que o Estado investiu, as partes supracitadas utilizando-se dos recursos organizacionais e estruturais de cada uma assumem publicamente e mutuamente o compromisso, o Grande Oriente de São Paulo e a Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, de: compartilhar a responsabilidade, contribuindo com sugestões na elaboração e execução de programas que elevem o resultado do bem comum integrando-se às ações do Legislativo Paulista em ações junto ao governo para ações sociais, organizacionais, em conjunto com a sociedade civil e a população como um todo; participar e incentivar a integração popular e comunitária na discussão; planejamento e concretização das ações de leis, divulgando o trabalho do Poder Legislativo; priorizar as ações preventivas para as seguintes áreas: infância e juventude, família, escola, abuso de drogas lícitas e uso de drogas ilegais; utilizar espaços próprios e equipamentos públicos para a implementação de atividades que envolvam a comunidade e participar de grupos de trabalhos oriundos do Poder Legislativo Estadual.

A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo assume o compromisso de utilizar-se de forma habitual, quando achar necessário, dos recursos materiais e humanos disponíveis dentro da Maçonaria Paulista para a consecução desses objetivos. O presente protocolo não deverá gerar nenhum custo para as partes envolvidas.

São Paulo, 18 de agosto de 2003. Dr. Sidney Beraldo, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, Grão-Mestre Cláudio Roque Buono Ferreira, Grande Oriente de São Paulo, Grão-Mestre Pedro Luiz Ricardo Gagliardi, Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo. Testemunhas: Aldo Demarchi, Deputado Estadual e Baleia Rossi, Deputado Estadual.

 

O SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Obrigado, nobre Deputado Baleia Rossi.

Passo a palavra neste momento ao Deputado Aldo Demarchi, Deputado que solicitou esta sessão solene para que possa presidi-la.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Aldo Demarchi.

 

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O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - PFL - Esta Presidência concede a palavra ao nobre Deputado Edson Gomes, da bancada do PFL.

 

O SR. EDSON GOMES - PFL - Senhor Presidente, nobre Deputado Sidney Beraldo, nobre Deputado Aldo Demarchi, que neste momento preside estes trabalhos, Secretário de Agricultura e Abastecimento, Dr. Duarte Nogueira, que neste momento representa S. Exa. o Governador do Estado, Dr. Geraldo Alckmin, Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo, Dr. Cláudio Bueno, Grão-Mestre da Grande Loja, Dr. Pedro Gagliardi, Grãos-Mestres Adjuntos, Dr. Antônio Baluchi e Dr. Antônio Caruso, em seu nome quero saudar a todos os maçons aqui presentes, Senhores Deputados presentes, Deputado Baleia Rossi, Deputado Luiz Gonzaga, senhoras presentes, hoje este Parlamento vive um momento extraordinário, um momento ímpar. Quero fazer uma saudação ao nobre Deputado Aldo Demarchi nesta sessão solene em homenagem ao Dia dos Maçons.

Sr. Presidente, este Estado de São Paulo tem na sua história a participação de todos os maçons nos momentos mais decisivos da história do Brasil e de São Paulo. Os maçons estavam sempre presentes buscando uma decisão justa e um destino mais correto para os momentos de grandes decisões para o Brasil. Cito a Independência do Brasil, a Maçonaria estava presente trilhando os rumos do nosso país. Na Revolução Constitucionalista estava a Maçonaria presente. Em todos os momentos a Maçonaria está sempre presente, buscando melhores condições de vida ao povo.

Vejam este Parlamento assinando um convênio com a grande loja do Oriente, a grande loja sempre aperfeiçoando os momentos democráticos e as melhores condições de vida do povo paulista. Sr. Presidente, quero parabenizá-lo por esse momento e pedir ao Grande Arquiteto do Universo que nos dê sempre luz para que possamos caminhar com retidão, com justiça social. É isso que a Maçonaria sempre busca no seu dia-a-dia.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - PFL - Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi.

 

O SR. BALEIA ROSSI - PMDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero cumprimentar o secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, Antônio Duarte Nogueira Júnior; eminente Grão-Mestre Cláudio Roque Buono Ferreira; eminente Grão-Mestre Adjunto Benedito Marques Ballouk Filho; Sereníssimo Grão-Mestre Pedro Luiz Ricardo Gagliardi; Sereníssimo Grão-Mestre Adjunto Antônio Caruso; senhoras, senhores, caros irmãos, a constituição maçônica prevê que a maçonaria glorifica a prestação de serviços à pátria, à humanidade e o cumprimento inflexível do dever.

Diante deste auditório composto de centenas de irmãos vejo que a Maçonaria está novamente sendo chamada a colaborar, como sempre fez no passado, na solução dos males que afligem implacavelmente nossa sociedade nos dias atuais: as drogas, o trabalho infantil, a ruptura da estrutura familiar, o analfabetismo e a qualificação da juventude para um futuro promissor. Muito há que ser feito. É um desafio à altura de nossa ordem. Tenho certeza absoluta de que não falharemos em nossos propósitos.

A história de nosso país exigiu dos maçons desafios de grande envergadura, como ditou o nobre Deputado Edson Gomes, na independência, na abolição da escravatura. Os tempos mudaram. As necessidades também. No entanto, não mudou nossa disposição em aceitar esses desafios que fazem a diferença entre o homem comum e o maçom.

Esse acordo celebrado nesta noite é a prova viva de que, quando somos chamados por outras instituições para servirmos à causa da sociedade, estamos sempre prontos a colaborar. Esse protocolo é um marco na colaboração entre nossa instituição e o poder público através desta Casa de Leis, que representa o povo que a elegeu. Como representante eleito por esse povo, também me sinto um privilegiado ao tomar parte deste momento histórico, colocando à disposição da sociedade milhares de homens idealistas que, assim como no passado, oferecem suas experiências e seus compromissos doutrinários a essa causa. Tenho absoluta convicção de que seremos vitoriosos porque o homem que tem fé na sua capacidade de realização jamais poderá ser tolhido em suas aspirações.

Como afirmei anteriormente, estamos num momento de grandes dificuldades. Se não forem vencidas, as calamidades do presente causarão um grande ônus a gerações futuras com as quais tanto esta Assembléia quanto nossa sublime instituição estão profundamente comprometidos. Não nos é permitido titubear diante de tamanho desafio. Sou e sempre serei um otimista. Ao colaborar com este protocolo confirmo perante meus irmãos esses meus sentimentos. O momento que se apresenta é ímpar, não o desperdiçaremos.

Por fim, afirmo com toda minha convicção que para o povo ao qual oferecemos nossos serviços a nossa luta continua, a certeza de que seremos vitoriosos em nossos objetivos permanece inabalável, e que no futuro de nosso Estado de São Paulo, do Brasil e da humanidade a esperança jamais morrerá.

Muito obrigado. (Palmas)

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - PFL - A seguir faremos a assinatura do protocolo de intenções de prevenção à violência e combate às drogas, que celebram, de um lado, a Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, e do outro, o Grande Oriente do Estado de São Paulo, para os fins que nele se declaram.

“Considerando que a criminalidade é um dos maiores problemas sociais e econômicos do Brasil; considerando que o impacto dessa criminalidade na produção e no comércio geram desemprego; considerando que o desemprego se reflete no nível do bem- estar social em todas as camadas da população; considerando que por essa situação 50% das pessoas têm medo de sair a noite; considerando que o setor público e privado gastaram 37 bilhões em segurança em 1999, 6% do Produto Interno Bruto; considerando que 90% dos crimes são cometidos por jovens entre 12 e 20 anos - esta fonte é da “Isto É” de 27 de junho de 2003 -; considerando que há mais de nove milhões de usuários de drogas ilícitas no Brasil; considerando que 70% dos crimes têm estreita relação com as drogas lícitas e ilícitas; considerando que as pessoas têm elevados prejuízos físicos, psicológicos, sociais e econômicos; considerando que 10% do dinheiro circulante no mundo é do narcotráfico; considerando que o comércio ilegal de drogas é um dos maiores alimentadores dos paraísos fiscais através do mecanismo da lavagem de dinheiro; considerando que o comércio legal e desenfreado de drogas lícitas é um dos maiores indutores a outros vícios perniciosos, mormente as drogas ilícitas; considerando que o Brasil é o segundo maior consumidor da maconha na América do Sul - fonte da ONU de 2001 -; considerando que a maçonaria é uma instituição que tem na sua forma de trabalho a discrição, que é essencialmente caritativa, filantrópica, filosófica e progressista, tem por objetivo a indagação da verdade, o estudo da moral e a prática da solidariedade, trabalhando pelo melhoramento material e moral e pelo aperfeiçoamento intelectual da humanidade; considerando que a Grande Loja e o Grande Oriente tem lojas maçônicas em praticamente todo o Estado de São Paulo; considerando que ambas desenvolvem programas e projetos mas não sistematizados e integrados entre as ordens maçônicas do Estado de São Paulo, as potências maçônicas supracitadas, utilizando recursos organizacionais e estruturais de cada uma, assumem publicamente e mutuamente o compromisso de:

1)           compartilhar a responsabilidade contribuindo com sugestões na elaboração e execução de programas de redução de violência, integrando-se às ações de governos, órgãos do sistema de justiça, agências governamentais de ação urbana e social, iniciativa privada, organizações da sociedade civil e a população como um todo;

2)           participar e incentivar a integração popular e comunitária na discussão, planejamento e concretização das ações preventivas;

3)           priorizar as ações preventivas para as seguintes áreas: infância, juventude, família e escola, abuso de drogas lícitas e uso de drogas ilícitas;

4)           utilizar espaços próprios e equipamentos públicos através de convênios para a implementação de atividades que envolvam a comunidade nas ações planejadas;

5)           contribuir com sugestões para os projetos nas esferas dos três poderes, com respeito à prevenção da violência e o combate às drogas;

6)           participar e incentivar o trabalho dos conselhos comunitários de seguranças, os Consegs, e

7)           participar e incentivar o trabalho dos Conselhos Municipais antidrogas, Comads.

 

São Paulo, 18 de agosto de 2003.”

 

Assinam este documento o grão mestre, Pedro Luiz Ricardo Gagliardi, Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo e o grão-mestre Cláudio Roque Buono Ferreira, Grande Oriente do Estado de São Paulo.

 

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- É feita a assinatura do documento.

 

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O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - PFL - A seguir, com a palavra o eminente Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo, Sr. Cláudio Roque Buono Ferreira.

 

O SR. CLÁUDIO ROQUE BUONO FERREIRA - Senhor Presidente, Deputado Sidney Beraldo, Deputados Aldo Demarchi e Luis Felipe Tenuto Baleia Rossi, Edson Gomes e Luiz Gonzaga Vieira; S. Exa. Sr. Duarte Nogueira, Secretário de Agricultura e Abastecimento, que representa S. Exa. o Governador Geraldo Alckmin; queridos irmãos Antonio Goulart e William Woo, Vereadores da Câmara Municipal de São Paulo; e na pessoa do nosso Presidente Aldo Demarchi, saúdo todos os Deputados presentes; Sereníssimo Grão-Mestre Pedro Luiz Ricardo Gagliardi, eminentes irmãos e Grão-Mestre adjunto Antônio Carlos Caruso e Benedito Marques Ballouk Filho, meus irmãos, minhas cunhadas, sobrinhos e sobrinhas, visitantes, meus cumprimentos a todos em meu nome e de todos os obreiros do Grande Oriente de São Paulo.

Nesta sessão magna em homenagem ao Dia do Maçom, que é lembrado em todo dia 20 de agosto, desde 1822. Naquela época, nossa potência maçônica, órgão do governo da maçonaria brasileira, havia sido formada há somente dois meses, no dia 17 de junho de 1822. Essa comemoração é originada por um fato de relevante marco na história: a independência do Brasil. Foi nesse dia, intramuros, que se objetivou e se pactuou a decretação da nossa liberdade em termos de nação.

A maçonaria é vista pelos cidadãos, de uma forma geral, como uma entidade de auxílio mútuo de seus membros, esquecendo-se do trabalho dos obreiros nas causas do bem comum da sociedade. Essa distorção da história tem muitas explicações, algumas substanciadas por provas documentais. Não vou perder tempo em defender nenhuma das teses. Qualquer uma que eu escolhesse, com certeza, provocaria alguma discórdia e indiciando aquilo que separa.

Procurarei, em breve relato, ressaltar a força da união na construção da sociedade justa e perfeita.

A raiz da nossa história foi perdida no tempo. Alguns tentam provar que a nossa Ordem vem desde tempos remotos. Outros entendem que só se iniciou em 1717. Somente com o surgimento dos hieróglifos egípcios, em 3000 a.C., é que se começa a registrar a história da escrita. Em 1118 da nossa era é fundada a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão: nova união, novo desenvolvimento social. Em 1307, no dia 13 de outubro, com a destruição dos Templários por Filipe, o Belo, espalha-se a injustiça e a desordem.

Com a construção da Capela de Rosni, entre 1440 e 1490, inicia-se novamente o desenvolvimento da comunidade mundial. O mundo conhece novamente a força do conhecimento, deixando de estudo interno, para nos desenvolvermos no trabalho do bem comum da sociedade. Alguns membros de nossa Ordem foram obrigados a negar o conhecimento para não serem executados, conforme comprova a história.

No nosso Estado estamos novamente trabalhando em conjunto, as duas maiores colunas da Maçonaria: a Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo e o Grande Oriente de São Paulo. Somente com as duas colunas unidas é que poderemos voltar a oferecer aos poderes constituídos, de forma mais objetiva, a utilização de nossos obreiros, que são efetivamente ajustados para o trabalho da sociedade como verdadeiros construtores sociais.

Se os governos são justos, se são evolucionistas, se são líderes nascidos da República, e se possuem objetivo de cuidar do seu povo, se buscam soluções aos menos favorecidos, nós maçons, estamos à disposição, com a nossa inteligência e força de trabalho, facilitando a solução e trazendo a justiça social.

Os governos fizeram o uso dessa força democrática e estudiosa, desta malha existente em qualquer continente, e essa força que sempre esteve à disposição dos dirigentes do bem tem a história provada, que os resultados e suas metas foram em menor tempo alcançados.

Começamos uma nova era. Temos certeza de que a união da Maçonaria paulista, trabalhando de forma silenciosa, com os governos constituídos, conseguirá reduzir os gastos envolvidos. E com certeza, teremos um melhor resultado. Não pode a nação ou o estado deixar de utilizar obreiros que, na maioria dos casos, já estruturaram suas vidas particulares, e querem se doar à sociedade de forma desinteressada.

Vocês, representantes do povo, eleitos para legislar ou governar, façam uso dessas inteligências que estão à disposição em nossas Lojas: obreiros que se unem em um templo e que se esforçam no trabalho em suas oficinas. Estes são os maçons paulistas.

Aqui disse que as diretrizes gerais já foram traçadas. Falamos à nata do povo paulista. O nosso compromisso é com a construção do novo templo. E, conhecendo os obreiros paulistas, posso afirmar que o nosso Estado novamente dará exemplo à nação brasileira. Estamos dispostos a um trabalho conjunto. Governantes e povo de São Paulo, contem conosco. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - PFL - Tem a palavra o Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, Sr. Pedro Luiz Ricardo Gagliardi.

 

O SR. PEDRO LUIZ RICARDO GAGLIARDI - Exmo. Sr. Deputado Estadual, Duarte Nogueira, Digníssimo secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento, representando neste ato S. Exa. o Sr. Governador do Estado, Dr. Geraldo Alckmin; meu querido amigo, colega e companheiro Cláudio Roque Buono Ferreira, Eminente Grão- Mestre do Grande Oriente de São Paulo; Conselheiro Antonio Carlos Caruso, Digníssimo Presidente do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, e para prestígio da Grande Loja, e para a alegria deste Grão-Mestre que fala, ocupa o cargo de Grão-Mestre Adjunto da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo; poderoso irmão Benedito Marques Ballouk Filho, Grão-Mestre Estadual adjunto do Grande Oriente de São Paulo; Deputado Estadual Baleia Rossi; Deputado Estadual Luiz Gonzaga Vieira; Deputado Estadual Edson Gomes; Vereador à Câmara Municipal de São Paulo, William Woo; Vereador à Câmara Municipal de São Paulo, Antonio Goulart, nosso irmão querido de Loja; permitam-me saudar também jornalistas aqui presentes de São Paulo e do Pará; e fazer uma saudação à nossa sobrinha Carola, que aqui vem todos os anos trazer a sua beleza e graça a nossa festividade, que também já é uma tradição desta Casa e da nossa instituição, ela que é neta de um dos maiores maçons da nossa potência, do nosso Estado, que é o querido Francisco Honorato. Parabéns pela sua estirpe genealógica e obrigado pela presença.

Estamos nesta Casa, mais uma vez, cumprindo o ritual da história recente da Maçonaria. Todos os anos, na segunda-feira da semana que contém o Dia do Maçom, a Assembléia Legislativa abre suas portas e franqueia seus salões para que o povo maçônico da gente bandeirante venha tratar dos interesses da sociedade. Fazemos isto seguindo o milenar ideal de tornar feliz a humanidade. Algumas vezes a Maçonaria indica o caminho que deve ser seguido pela comunidade, como fizemos há pouco tempo. E hoje podemos nos orgulhar de assinarmos e realizarmos em conjunto um trabalho em prol dos problemas que envolvem os entorpecentes de comercialização ilícita. Outras vezes, a Maçonaria opera diretamente alguns pontos agudos do desajustamento social. São exemplos disso as inúmeras obras de benemerência e de assistência social que se espalham pelos quatro cantos do Estado. Por vezes, na Maçonaria, somos levados a realizar tarefa de vigilância, para correção de rumos. Foi assim que aconteceu, desde o nosso discurso de posse, há dois anos, quando enfatizamos a inclusão social dos desfavorecidos, como condição de progresso da nação brasileira.

Em seguida, foi eleito um governo interessado nessa questão, e com discurso prioritário para o pleno emprego. Esse mesmo governo sugeriu que teria melhor solução para os conflitos provocados pelos compatriotas que se diziam sem-terra, ou sem-teto. Todavia, entre o que prometeu e o que está fazendo, existe um absurdo antagonismo. Estamos vendo crescerem tanto o desemprego dos trabalhadores, quanto as invasões violentas no campo e nas cidades.

Mais uma vez a Maçonaria vem correr atrás do prejuízo. É imperioso que se resolvam esses problemas, dentro da ordem constitucional do país, para impedir que o crescimento deles seja utilizado por pessoas inescrupulosas para instaurar no Brasil um regime ditatorial.

A Maçonaria é pela democracia. Não aceita nem tolera o domínio do homem pelo homem, mas busca a sujeição de todos ao ordenamento jurídico nacional. Quem incrementa a miséria sempre está mal intencionado e merece o repúdio da sublime instituição.

Vamos, meus irmãos, batalhar esse novo desafio. Vamos mexer nas estruturas sociais. Vamos amolecer o coração dos empedernidos. Vamos fazer o resgate da nacionalidade pela riqueza derivada do trabalho, e não do assenhoreamento das coisas alheias. Vamos ajudar o Brasil a fazer a melhor escolha, porque ele se encontra hoje diante da bifurcação em duas estradas. Uma, irresponsável e festiva, leva à pobreza. Outra, cheia de trabalho e de responsabilidade, que nos conduzirá para a fartura, onde todos os cidadãos têm dignidade para viver.

E, para encerrar estas breves palavras, gostaria de trazer à consideração de todos versos psicografados de Castro Alves, onde ele diz: “Ah, Jesus, se eu pudesse voltar um dia aos teatros, erguer os braços em brados para o povo me ouvir, por certo, Jesus, ousava falar dessa alma escrava, a da criança perdida, que na rua eu vi surgir, e esses pés nus nas sarjetas, as mãos a estender, pedintes, aos passantes, dizendo acintes. E eles se afastam logo. Eu gritava: liberdade da miséria, da orfandade. Voltava da eternidade com o verbo ardendo em fogo”.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - PFL - Convidamos a fazer uso da palavra, neste instante, o nosso irmão, Antonio Duarte Nogueira, Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, e, neste ato, representando o Exmo. Sr. Governador Geraldo Alckmin.

 

O SR. ANTONIO DUARTE NOGUEIRA - Exmo. Sr. Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Sidney Beraldo, que abriu esta solenidade, meu caríssimo e sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, irmão Pedro Luiz Ricardo Gagliardi; estimado e eminente Grão-Mestre do Grande Oriente São Paulo, irmão Cláudio Roque Buono Ferreira; meu caro eminente Grão-Mestre adjunto da Grande Loja do Estado de São Paulo e também Presidente do Tribunal de Contas da Capital de São Paulo, Antonio Carlos Caruso; meu caro irmão Benedito Marques Ballouk Filho; poderoso Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo, Presidente em exercício desta Assembléia e proponente desta solenidade, meu caro irmão Aldo Demarchi; demais deputados e nossos irmãos Baleia Rossi, Edson Gomes e Luiz Gonzaga Vieira; Vereadores da Capital de São Paulo, William Woo e Antonio Goulart, e demais autoridades já relacionadas e aqui representadas; funcionários da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, irmãos, cunhadas, sobrinhas e sobrinhos, vamos a uma palavrinha rápida.

É com muita alegria que, atendendo a pedido do Governador Geraldo Alckmin, compareço a esta solenidade, como Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, licenciado deste Parlamento e, portanto, privado do convívio direto dos nossos colegas parlamentares, para representá-lo nesta Sessão Solene.

Já tive oportunidades, em outras ocasiões. Quase sempre elas eram solicitadas pelo Deputado Aldo Demarchi. Nós dois até nos revezávamos aqui, na Assembléia, pela disputa salutar sobre quem tomaria a iniciativa de propor, no ano seguinte, a cerimônia de comemoração do Dia do Maçon. Portanto, para mim é motivo de alegria redobrada poder comparecer aqui, na Assembléia, com o plenário e as galerias lotadas, com uma participação efetiva de todos os nossos irmãos.

Vivemos um momento novo. Novo governo, novas expectativas, problemas e desafios. Entretanto, em cada um desses instantes em que a maçonaria já viveu outrora desafios semelhantes, ela sempre se manteve unida e coesa, indo ao encontro dos postulados que nos une.

Quando o Governador Geraldo Alckmin foi candidato a governador, no ano passado, e eleito democraticamente, escolheu como vertentes do seu programa de governo quatro diretrizes: governo educador. E educador é o dia-a-dia da maçonaria, com a sua característica, com a sua maneira pedagógica, através da sua simbologia, procurar inserir no intelecto e na razão de cada um dos seus membros, através de alegorias e simbolismos as virtudes humanas, os princípios e os valores.

Elegeu, também, o governo solidário. E solidária é a maçonaria, porque em cada ação do maçom deve estar presente, não apenas o respeito ao próximo, seja ele um irmão maçom ou não, mas imbuído de um profundo sentimento humanista.

Como terceira vertente, elegeu um governo bom prestador de serviços. Nenhum membro da maçonaria inicia qualquer atividade, primeiro, sem antes invocar o auxílio de Deus, o grande Arquiteto do universo. E, ao fazê-lo, o faz com total dedicação e empenho, na busca da perfeição, na busca permanente de fazer o melhor.

Por fim, o governo empreendedor. Governo da busca do desenvolvimento, da geração de emprego, na redução das distâncias sociais, na redução dos gargalos, o chamado custo-Brasil, custo-São Paulo. E empreendedor é cada um dos maçons na sua tarefa permanente, desbastando a pedra bruta, de maneira laboriosa, incansável e consistente.

É claro que os oradores que me antecederam, cada um do seu jeito fez, de maneira adequada, a parte que cabia nesta cerimônia: a provocação positiva, o chamamento e a reflexão, para, mais uma vez, a forte e poderosa maçonaria ser mobilizada, no sentido não apenas de colocar a sua presença nos momentos da vida do nosso País e do nosso Estado, mas colocar a racionalidade, o amor e a responsabilidade, presente em cada um de nós, no sentido muito objetivo.

Vivemos no Terceiro Milênio, num País democrático, que, independente dos sabores ou dos desafios que enfrenta, continuará sendo democrático, porque amadurecemos muito para deixarmos retroceder. No entanto, é importante que tenhamos em mente que o desenvolvimento é necessário ao País para gerar os empregos e redução das distâncias sociais. Compromisso feito não só de palavras, ou tão somente de tratados colocados à luz da opinião pública, mas em ações práticas no dia-a-dia, individual ou coletiva, de cada um de nós. É um gesto, uma ação que se forma numa verdadeira teia de realizações. Portanto, mais um passo efetivo na direção desse compromisso do combate e da prevenção das drogas, sob os auspícios de cada um dos 94 deputados desta Assembléia.

Quero crer que se todos nós aqui fizéssemos, como certamente o fizemos, talvez não uma, nem duas, até mais vezes, ações na direção daquilo que acreditamos e que procuramos transmitir não só dentro dos templos, mas para os nossos filhos, para as pessoas que trabalham conosco no nosso dia de trabalho, certamente já estaríamos fazendo já individualmente a nossa parte.

Só que, num país como o nosso, às vezes a ação de dezenas de milhares, às vezes milhões, não são suficientes, porque, enquanto não houver um equilíbrio naquilo que costumamos dizer, desenvolvimento sustentado, crescimento permanente, redução das pressões em cima do setor produtivo e uma série de outras dificuldades que ora enfrentamos, a economia brasileira, que é o motor do desenvolvimento, da geração de empregos e de melhoria social no nosso País, dificilmente virá na velocidade que precisamos.

Portanto, não podemos colocar o nosso povo constantemente ajoelhados sobre um altar de permanentes sacrifícios. Se não concordamos com uma coisa ou com outra, devemos de fato colocar ali nossa posição.

Tenho a certeza de que a participação que devemos cada vez mais exercer é aquela que vai nos levar não apenas ao compromisso pessoal ou ao compromisso verbal, mas ao compromisso diário, que sei que está presente em cada um de nós nesta solenidade.

Recebam aqui o abraço fraternal e caloroso do nosso Governador Geraldo Alckmin que, mesmo não sendo maçom, está perfeitamente identificado aos valores que todos nós propugnamos.

Um abraço a todos, e parabéns à maçonaria brasileira. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - PFL - O Deputado Duarte Nogueira acaba de fazer um pronunciamento magnífico, belo, dentro daquilo que a nossa Ordem tem como norte.

Sr. Pedro Luiz Ricardo Gagliardi, Sereníssimo Grão-mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo; Sr. Cláudio Roque Buono Ferreira, Eminente Grão-mestre do Grande Oriente de São Paulo; Sr. Antônio Carlos Caruso, Presidente do Tribunal de Contas do Município e Eminente Grão-mestre Adjunto da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo; Sr. Benedito Marques Ballouk Filho, Grão-mestre Estadual Adjunto; meus colegas que abrilhantaram esta noite, nosso irmão Balei Rossi, nosso irmão Edson Gomes; Deputado Luiz Gonzaga Vieira, nosso irmão William Woo, Vereador da Câmara Municipal de São Paulo, nosso irmão Antonio Goulart, Vereador da Câmara Municipal, cunhadas, sobrinhas, meus queridos irmãos, uma vez mais estamos aqui reunidos nesta Casa do povo paulista, morada da democracia, templo da liberdade, comemorando o Dia do Maçom.

Esta solenidade restabeleceu seu ritmo normal, interrompido por algumas décadas, com a chegada tanto do Deputado Duarte Nogueira quanto a nossa.

Esta data não é lembrada apenas em razão dos vultos que projetaram a Maçonaria na história do mundo e também do nosso país.

O que se procura igualmente destacar nesta sessão solene é o valor insuprível da fraternidade, da liberdade e da igualdade.

Ressalte-se, entretanto, que seria simples reflexo do brilho falso se a verdade não estiver presente. O verdadeiro potencializa e engrandece. O erro confunde e engoda, gerando o desajuste embusteiro da fantasia inútil e perversa, da utopia inconseqüente e desastrosa.

Atrelado ao aspecto histórico que embasa a ação da nossa Ordem, inspirada pela perfeição e perpetuidade da nossa crença, buscar-se-á nestas palavras, sem ungi-las com a pretensão própria da vaidade, revelar uma diretriz necessária e indispensável para construir a sociedade justa, onde o homem jamais será lobo do próprio homem.

Ter-se-á na família um núcleo sagrado, sacrário da moral e da justiça, será o refúgio da felicidade, que não é estranha a esta vida, principalmente quando impera o amor.

Há de se indagar: por que esta divagação?

Vive-se época singular, como registraram aqui os oradores que nos antecederam. As amarras e fronteiras que separam os homens rompem-se com o desdobrar da globalização, alavancada por uma força equivocada, nutrida pelo interesse bastardo do rico, do poderoso, contra o pobre, o oprimido.

Nesse quadro assiste-se as nações abastadas que integram o Grupo dos Sete definirem as leis que regem as relações entre os povos, alicerçadas na premissa da supremacia do forte e a subserviência do fraco.

A globalização tem hoje essa faceta perversa, assustadora e até preocupante. Em razão disso, a Maçonaria como um todo deve se posicionar com a coragem dos seus pósteros, revivendo suas forças, assumindo enfim seu valor. E assim municiada, começar a agir, inspirada no ideal que a engrandece e dignifica. Delegar responsabilidade. É grotesca a omissão. Sabidamente compete à Maçonaria exercer o papel ínsito à razão de sua existência, próprio de sua natureza e por isso indelegável. Sem assim agir seria tão só uma grei contemplativa e amorfa, a promover a reunião de indiferentes expectadores dos acontecimentos simples, repetidores de ritos inconsistentes e sem sentido, incompatíveis com a crença maçônica.

Não. Mil vezes não. Essa afirmação peremptória e incisiva marcou a presença dos maçons em diferentes episódios contra o absolutismo e seus privilégios injustos e descabidos. De igual natureza a ação maçônica no Brasil, firme e resoluta, quando da nossa Independência, da Libertação dos Escravos, da Proclamação da República e dos movimentos reformadores da nossa sociedade, da Revolução Constitucionalista de 32, página maior da tradição paulista pela luta em prol da ordem democrática.

Não se combate o bom combate silenciosamente, temendo as conseqüências.

Quando se luta por um objetivo nobre, investe-se com o desassombro dos que pugnam pela verdade, pelo bom, pelo eqüitativo e pelo justo. Afinal, o exemplo é instrumento apto da difusão das grandes causas. Essa foi a herança recebida dos nossos irmãos que integram o panteão glorioso reservado àqueles que cumpriram o dever e que jamais se omitiram nos momentos decisivos.

Essa herança, meus irmãos, permanece viva em todos os maçons, a estimular a nossa participação em defesa de um mundo bem melhor. Sem a participação maçônica nos embates do cotidiano, a violência fará sucumbir a autoridade, a fome continuará provocando a morte, a injustiça instigará a revolta e promoverá as revoluções. Nada impedirá o egoísta de alcançar os seus intentos. A lei não terá força para coibir o mal e dar a cada um o que é seu.

O Estado, desprovido do poder coercitivo, assistirá inerte ao conflito de interesses, impotente para intervir e alterar o curso dos acontecimentos.

Aproxima-se a cruenta batalha que irá definir nova realidade social, sem distinções que separem os homens, nem distribuam essas castas, onde uns serão pés a suportar todo o peso e outros serão cabeças a usufruir a potencialidade infinita do intelecto. Tudo ao arrepio da igualdade natural.

As individualidades serão justas na medida em que se assenta no mérito de cada um, permitindo-os viver as suas crenças, realizar os seus sonhos, construir o seu lar, perpetuar a sua espécie, sempre em harmonioso convívio com o seu semelhante. Assim, ninguém ficará ao desabrigo das necessidades fundamentais e indispensáveis ao viver.

Enquanto isso não chega, meus irmãos, aí está o caos a preocupar, exigindo a retomada da ação reformuladora dos movimentos maçônicos.

Indiscutivelmente, vivem-se momentos tempestuosos. Para uns poucos, o desperdício é regra e para muitos a miséria é imposição. Não se diga que isso é permanente, definitivo e imutável.

Cumpre à Maçonaria, nessa quadra da nossa história, redimensionar os valores sociais e elaborar um projeto capaz de promover mudanças e transformações que revertam tão preocupante situação.

Sem dúvida, essa é a nova missão da Maçonaria. Para tanto, indispensáveis: sabedoria, competência, humildade e coragem. Com isso tudo, é ação, ação e ação. Sem ela, tudo será inútil, vã demagogia.

Nesta data, o primeiro passo, ao celebrar importante e inovador protocolo de intenções de prevenção à violência e combate às drogas, por certo, consistente, há de gerar muitos frutos no sentido de edificar uma sociedade harmônica e solidária, onde o homem, capaz de vencer obstáculos, viverá fraternalmente sem buscar as fantasias do vício e a perversidade do crime.

Se essa ação for poderosa, há de produzir conquistas e alcançar os reais objetivos da participação maçônica no conserto das nações.

Sem tal participação, não haverá vitória.

Creio, entretanto, na coragem, na dedicação e no querer indomável que acalenta o maçom. A vitória virá, ainda que custe sangue, suor e lágrimas, como disse Winston Churchill, em momento culminante da luta pela liberdade e democracia.

Desde que o homem conheceu o desamor, o paraíso tornou-se um vale de lágrimas.

Restaurando-se a realidade primeira como imperativo da fraternidade, manifestação do amor, desaparecerá da face do mundo o ódio, a fome, a injustiça, a violência, a maldade, a miséria e tudo o mais que inferniza a vida.

O sol do ideal maçônico voltará a brilhar, meus irmãos, iluminando o caminho do homem na conformidade do sonho e da esperança dos homens de boa vontade.

Para tanto, compete a nós, maçons, agir, agir, agir, sim, em consonância com seu credo potente e verdadeiro e, por conseqüência, eterno. (Palmas.)

Por justiça, antes de encerrarmos a presente solenidade, gostaria de fazer um agradecimento a duas pessoas que me têm assessorado de forma voluntária, gratuita, principalmente nos assuntos maçônicos: Edson Nishe, da Grande Loja, e Marco Antonio Peres, do Grande Oriente, que têm alimentado de informações o nosso gabinete na Assembléia Legislativa.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, esta Presidência agradece às autoridades, aos funcionários da Casa e àqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade, fazendo um agradecimento especial ao Presidente efetivo da Casa, nosso companheiro e amigo Deputado Sidney Beraldo, que fez uma abertura magnífica e precisou se ausentar, deixando-nos a incumbência de conduzir esse maravilhoso trabalho de comemoração do Dia do Maçom.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 47 minutos.

 

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