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04 DE OUTUBRO DE 2011

032ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidente: BARROS MUNHOZ

 

RESUMO

ORDEM DO DIA

001 - Presidente BARROS MUNHOZ

Abre a sessão.

 

002 - FERNANDO CAPEZ

Para comunicação, esclarece ao Deputado Hamilton Pereira, último orador a encaminhar a votação do PLC 48/11, na sessão anterior que, na reunião conjunta que apreciou a matéria, votara favorável ao parecer, com restrições.

 

003 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação o PLC 48/11.

 

004 - CARLOS GIANNAZI

Encaminha a votação do PLC 48/11, salvo emendas e parte destacada, em nome do PSOL.

 

005 - ANTONIO MENTOR

Encaminha a votação do PLC 48/11, salvo emendas e parte destacada, pela Liderança da Minoria.

 

006 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do PLC 48/11, salvo emendas e parte destacada, em nome do PTB.

 

007 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, questiona o posicionamento do Deputado Campos Machado quanto à votação das emendas ao PLC 48/11. Recorda a votação do projeto, de autoria do Deputado Campos Machado, que trata da Corregedoria da Polícia Civil.

 

008 - CAMPOS MACHADO

Para reclamação, questiona o pronunciamento do Deputado Carlos Giannazi.

 

009 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovado o PLC 48/11, salvo emendas e parte destacada. Coloca em votação e declara aprovadas as emendas nºs 06, 25, 40 e 49. Coloca em votação e declara aprovada a emenda de nº 23, salvo parte destacada. Coloca em votação e declara rejeitada a expressão "no mínimo", constante da emenda de nº 23. Coloca em votação e declara rejeitadas as demais emendas.

 

010 - OLÍMPIO GOMES

Declara seu voto favorável a todas as emendas.

 

011 - ENIO TATTO

Em nome do PT, declara voto favorável às emendas apresentadas pelo PT, pelo PCdoB, pelo PSOL e pelo Deputado Olímpio Gomes.

 

012 - FERNANDO CAPEZ

Declara voto favorável à emenda nº 02.

 

013 - CARLOS GIANNAZI

Em nome do PSOL, declara voto favorável às emendas apresentadas pelo PT, pelo PCdoB, pelo PSOL e pelo Deputado Olímpio Gomes.

 

014 - CAMPOS MACHADO

Em nome do PTB, declara voto favorável às emendas do PTB e à emenda apresentada pelo Deputado Rui Falcão.

 

015 - PEDRO BIGARDI

Em nome do PCdoB, declara voto favorável às emendas do PT, do PCdoB, do PSOL, do Deputado Olímpio Gomes e à emenda nº 02.

 

016 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra as manifestações. Coloca em discussão o PLC 51/11.

 

017 - OLÍMPIO GOMES

Discute o PLC 51/11.

 

018 - Presidente BARROS MUNHOZ

Encerra a discussão do PLC 51/11. Coloca em votação o substitutivo ao PLC 51/11.

 

019 - CARLOS GIANNAZI

Encaminha a votação do substitutivo ao PLC 51/11, pelo PSOL.

 

020 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara rejeitado o substitutivo ao PLC 51/11. Coloca em votação o PLC 51/11, salvo emendas.

 

021 - ADRIANO DIOGO

Encaminha a votação do PLC 51/11, salvo emendas, pelo do PT.

 

022 - JOÃO PAULO RILLO

Encaminha a votação do PLC 51/11, salvo emendas, pela Liderança da Minoria.

 

023 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do PLC 51/11, salvo emendas, pelo PTB.

 

024 - ENIO TATTO

Para comunicação, pede o apoio do Deputado Campos Machado na apreciação de projeto que cria Corregedoria independente para a Polícia Civil. Rebate as críticas do Deputado Campos Machado quanto à Segurança Pública em nível federal.

 

025 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, questiona a ausência de parlamentares do PT na falta de quorum para votação de projeto de decreto legislativo, de sua autoria.

 

026 - MILTON VIEIRA

Para reclamação, defende igualdade no tratamento dos parlamentares de diferentes partidos, nesta Casa.

 

027 - ADRIANO DIOGO

Para comunicação, responde ao Deputado Campos Machado quanto às críticas sobre a falta de quorum a projeto de decreto legislativo sobre a Corregedoria da Polícia Civil. Menciona críticas do Secretário de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária ao Deputado Campos Machado.

 

028 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, afirma ser independente política e financeiramente. Rebate críticas recebidas pelo Secretário da Segurança Pública e da Administração Penitenciária. Responde ao pronunciamento do Deputado Milton Vieira.

 

029 - VINÍCIUS CAMARINHA

Encaminha a votação do PLC 51/11, salvo emendas, pela Liderança do Governo.

 

030 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovado o PLC 51/11, salvo emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas as emendas.

 

031 - OLÍMPIO GOMES

Declara seu voto favorável às emendas apresentadas pelas bancadas do PT, do PSOL, do PCdoB e as de sua autoria.

 

032 - ENIO TATTO

Em nome do PT, declara voto favorável às emendas apresentadas pelas bancadas do PT, do PSOL, do PCdoB e do Deputado Olímpio Gomes.

 

033 - CARLOS GIANNAZI

Em nome do PSOL, declara voto favorável às emendas apresentadas pelas bancadas do PT, do PSOL, do PCdoB e do Deputado Olímpio Gomes.

 

034 - PEDRO BIGARDI

Em nome do PCdoB, declara voto favorável às emendas apresentadas pelas bancadas do PT, do PSOL, do PCdoB e do Deputado Olímpio Gomes.

 

035 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra as manifestações. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Barros Munhoz.

 

* * *

 

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados, vendo o discurso do Deputado Hamilton Pereira, percebi que ele não entendeu nada do que eu tentei explicar, ou seja, que nós votamos a favor do Parecer com a emenda nº 2, e não a favor do Parecer. Portanto, a favor do Parecer, com restrição. É a última vez que eu vou explicar, porque é um desânimo realmente tentar fazer as pessoas entenderem isso.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Proposição em Regime de Urgência

1 - Votação - Projeto de lei Complementar nº 48, de 2011, de autoria do Sr. Governador. Dispõe sobre a reestruturação da carreira de Delegado de Polícia do Quadro da Secretaria da Segurança Pública. Com 59 emendas. Parecer nº 1274, de 2011, do Congresso das Comissões de Justiça e Redação, de Administração Pública, de Segurança Pública e de Finanças, favorável ao projeto e às emendas de nºs 6, 23, 25 e 40, e contrário às demais. (Com Requerimento de Método de Votação aprovado).

Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, nossos colegas servidores da Segurança Pública. Mais uma vez volto a esta tribuna para apelar à base de sustentação do Governador Geraldo Alckmin, para que votem a favor das emendas que nós apresentamos ao PLC 48. Este projeto é importante, e se for alterado de acordo com as nossas propostas, de acordo com as emendas apresentadas, que foram construídas coletivamente junto com as entidades representativas dos servidores públicos, podemos mudar o curso da história desse PLC 48, que na verdade, na prática, acaba não tendo nenhum impacto significativo nos holerites e na valorização salarial dos delegados da Polícia Civil, que é uma categoria totalmente desvalorizada pelo governo estadual.

Como já foi dito, o Deputado Hamilton Pereira colocou muito bem, temos aqui o 25º salário da Federação. É uma vergonha, o Estado mais rico da Federação pagar um dos piores salários do Brasil. O salário-base hoje de um delegado de polícia de São Paulo não chega a cinco mil reais. O salário de um delegado da Polícia Federal gira em torno de 20 mil reais. Já da Polícia Civil aqui de São Paulo não chega a cinco mil reais. Isso é uma afronta. Por isso que nós estamos perdendo os nossos delegados. Porque passar no concurso público de delegado da Polícia Civil não é fácil. Uma pessoa que passa no concurso da Polícia Civil de São Paulo tem condições de passar em outros concursos, em Procuradorias, no Ministério Público etc. Então, automaticamente, temos uma grande evasão de servidores por conta da falta de investimentos. Também quero ressaltar aqui o abandono das nossas delegacias.

Os servidores da Segurança Pública, em especial o pessoal da Polícia Civil, trabalha em condições extremamente precárias. As nossas delegacias estão totalmente abandonadas, sem infraestrutura, sem computadores, sem tinta, sem papel sulfite, enfim, um abandono generalizado. É difícil uma pessoa conseguir fazer um BO por falta de infraestrutura nas nossas delegacias. Faltam funcionários, servidores, falta até papel higiênico nas delegacias de polícia aqui do Estado de São Paulo. Não é a toa que isso reflete no aumento da violência e dos crimes no Estado de São Paulo, como tão bem ilustrou a matéria publicada no jornal “Folha de S.Paulo”, no último dia 27 - trata-se de uma pesquisa da própria Secretaria Estadual de Educação -, dizendo o seguinte: “Crimes aumentam no Estado de São Paulo no mês de agosto. O total de homicídios cresceu em 10,48% e de roubos de veículos teve alta de 20,79%”. Está aqui a matéria, recente. Vou mostrar ao telespectador da TV Assembleia, aos deputados. A violência só aumenta no nosso Estado porque o Governo não investe no fator humano, que é o servidor da Segurança Pública.

Temos aqui uma declaração do Delegado Geral da Polícia Civil, dizendo que essa margem de crescimento da violência, principalmente de homicídios, está dentro de uma margem tolerável, previsível. Talvez, tolerável e previsível porque ele não é o morto, não é a pessoa afetada por essa violência. Então, é fácil falar que faz parte de uma margem do que já é esperado. É um absurdo uma declaração como essa do Delegado Geral da Polícia Civil.

O fato é que há essa desvalorização e quem paga a conta é sempre a população, é sempre a população que paga impostos, os 42 milhões de habitantes que são penalizados pela falta de investimento em Segurança Pública e, mais uma vez, o Governo alegando que não tem recursos. Mas tem, houve excesso de arrecadação. O Governo investe muito menos que o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. O Governo enterra 160 milhões no rio Pinheiros, num processo de flotação altamente discutível.

Vejo aqui o Deputado Adriano Diogo, que tantas críticas fez e alertou o Governo. O Deputado Adriano Diogo é um ambientalista, geólogo e entende dessa questão. Ele fez várias explanações sobre o desvio desse dinheiro, sobre a ineficácia desse processo de limpeza do rio. Só agora é que o Governo reconheceu que realmente enterrou 160 milhões de reais no rio Pinheiros, num sistema que não funciona.

Como é que um governo que enterra 160 milhões no rio Pinheiros não tem dinheiro para valorizar os servidores da Segurança Pública? É nesse contexto que rogamos à base do Governo. Nós, do PSOL, do PT, do PCdoB, o Deputado Olímpio Gomes, vamos votar a favor das emendas que apresentamos e das emendas que até alguns deputados da base governista apresentaram. Por incrível que pareça, deputado apresenta emenda e, depois, vota contra a sua própria emenda para não se indispor com o Governador Geraldo Alckmin. O deputado da base do Governo não tem autonomia na hora da votação: tem que votar com o Governo. Se o Governo pedir para ele atirar na mãe dele, ele atira, porque faz parte. É a isso que estamos assistindo aqui. Os deputados da base do Governo, constrangidos porque apresentaram emendas, gostariam de estar votando junto com os servidores, mas, como não há independência, mais uma vez vão ter votar contra os servidores do Estado.

Vejo o Deputado Campos Machado. Alguns dias atrás, ele tanto falou que queria revogar um decreto do Governo Estadual em relação à Corregedoria, dizendo que estava defendendo a Polícia. Mas não vejo agora o Deputado Campos Machado empenhado em aprovar as emendas para melhorar os salários dos delegados de Polícia. Parece-me que o Deputado Campos Machado fez um samba de uma nota só. Ele só falou da Corregedoria, mas não usa a sua experiência, a sua veemência em defender as emendas que apresentamos para melhorar os salários dos delegados da Polícia Civil do Estado, que são salários aviltantes. É uma verdadeira vergonha, uma afronta não só aos delegados, mas à população do Estado de São Paulo, o ente mais rico da federação pagando um dos mais baixos salários. É por isso que defendemos a aprovação da PEC 300.

Mais uma vez, faço um apelo, principalmente ao Deputado Campos Machado, que é um líder na Assembleia Legislativa, para que também faça gestões no sentido de que a base governista mude o seu pensamento e vote nas emendas que apresentamos. O Deputado Campos Machado, que tanto defendeu a volta da Corregedoria, fez aqui várias explanações, intervenções, pronunciamentos, mas estranho que ele seja um deputado que toque o samba de uma nota só.

Agora, no essencial, que é defender as emendas e defender o reajuste dos salários, não vi uma única intervenção do Deputado e não percebi também nenhuma gestão junto à base do Governo. Com a oposição não precisa. Já apresentamos as emendas e estamos votando a favor delas. Mas o Deputado Campos Machado, que tem influência na Assembleia Legislativa, tinha que utilizá-la para defender os delegados de Polícia, os servidores do Sistema Prisional, os investigadores, os servidores da Polícia Militar. só estranho que não estou vendo a mesma atuação do nobre Deputado.

Portanto, Sr. Presidente, nós, do PSOL, vamos votar a favor de todas as emendas apresentadas ao PLC 48, para resgatar a dignidade dos delegados de Polícia do Estado de São Paulo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Em votação o Projeto de lei Complementar nº 48/2011, salvo emendas e partes destacadas.

 

O SR. João Paulo Rillo - PT - Sr. Presidente, gostaria de indicar o Deputado Antonio Mentor para encaminhar o projeto.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor, pelo prazo regimental.

 

O SR. Antonio Mentor - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que comparece a esta sessão para acompanhar, finalmente, a votação desses projetos que trazem um pequeno alento às carreiras policiais do Estado de São Paulo. Quero saudar a todos.

Inicio minha manifestação reafirmando o que tenho dito, desta tribuna, por inúmeras vezes. O Governo do Estado, há quase 17 anos liderado pelo PSDB, trata o funcionalismo público do Estado a pão e água: pão duro e água barrenta. São muitos e muitos anos de espera, de esperança, de negociação, de tentativas, de iniciativas das categorias profissionais dos servidores públicos na busca do mínimo de reconhecimento pela importância da tarefa que exercem.

De repente, o Governo do Estado - que pratica a política do estado mínimo e que vem dilapidando as estruturas de Estado, pressionando as categorias profissionais a abandonarem o serviço público e a procurarem outros horizontes para garantir a sobrevivência com dignidade - acena com uma proposta de recuperação mínima dos salários. Manda a esta Casa um projeto de lei que estabelece um reajuste, que, apesar de ser um número aparentemente grande, não faz a recuperação de um passado marcado pela opressão salarial, e ainda aponta para o ano de 2012 com mais um índice que sequer obedece à data-base do funcionalismo, que é 1º de março.

Isso, em desacato ao Poder Legislativo do Estado de São Paulo, que votou a data-base para o funcionalismo. Ela existe, apesar de não ser cumprida pelo Governo do Estado de São Paulo.

Estamos discutindo o Projeto de lei Complementar nº 48, que diz respeito às carreiras dos delegados de Polícia, encarregados de coordenar o processo de investigação ao policial, de formação de provas, de relato dos inquéritos para garantir que o Ministério Público receba uma peça qualificada, possa dar sustentação a sua denúncia e garanta a condenação daquele que praticou o ilícito penal.

Com que condições um delegado de polícia pode presidir um inquérito policial hoje, ganhando um salário absolutamente incompatível e com a importância da sua tarefa, sem as mínimas condições de efetivar a sua atividade profissional adequadamente, sem estrutura? Hoje temos nos distritos policiais apenas um delegado de polícia, às vezes tem um escrivão e ou um investigador de polícia. Essa é a estrutura dos distritos policiais hoje no Estado de São Paulo. Muitas vezes é o delegado de polícia e um escrivão apenas, outras vezes é um delegado de polícia e um investigador. Para fazer o quê? Para garantir a investigação, a formalização das provas. E aí a gente se depara com a impunidade cantada em verso e prosa e precisamos buscar a raiz da impunidade, que está na impossibilidade de fazer um relatório de um inquérito, com a substância necessária que permita que o promotor público exerça a sua tarefa. E o juiz condene o autor do ilícito penal.

As questões relativas à polícia foram objeto nesta Casa de dezenas de emendas, todas elas preocupadas em garantir um mínimo avanço às carreiras policiais, especialmente dos delegados de polícia. O mínimo, nada substancial e que pudesse alterar a lógica do Governo do Estado de oprimir os seus servidores no salário. Apenas alguns mínimos avanços, um mínimo de reconhecimento para uma Polícia Civil que já foi tida como uma das melhores polícias do mundo nos anos 50, nos anos 60. Ela foi reconhecida por delegados de polícia que marcaram a história da instituição no Estado de São Paulo, como o Dr. Coriolano Nogueira Cobra, o Dr. Reale e o Dr. Assis Mentor, meu pai falecido que trabalhou durante 35 anos na Polícia Civil do Estado de São Paulo como delegado de polícia.

Conheço a dedicação, o empenho, a devoção dos policiais civis e militares do Estado de São Paulo na sua enorme maioria. E certa vez, numa reunião com o Exmo Sr. Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, que tem direcionado críticas fortes à instituição policial e aos seus integrantes, perguntei a ele se entre os policiais havia mais homens e mulheres devotados, dedicados, honestos, sérios, ou se havia mais comprometidos com atividades ilícitas. Ele me respondeu que, majoritariamente, na polícia, os homens, as mulheres e os profissionais eram sérios e devotados na sua carreira. Disse a ele “Por que, Secretário, que as suas manifestações também não exaltam esses homens e mulheres que se dedicam de maneira tão correta à atividade policial?” Nós só ouvimos o secretário de Segurança Pública fazer críticas e ataques à chamada banda podre da polícia, que é uma banda pequena em relação à grande maioria dos seus profissionais dedicados que, vocacionados à atividade policial, enfrentam essa função de maneira destemida.

Foram apenas quatro emendas adotadas pelo relator, que modificaram pequenos detalhes do projeto enviado pelo Governador do Estado, à volta na prova oral, correções no texto que, equivocadamente registraram 15 anos de exercício na carreira, ou 15 anos de exercício naquela classe policial em vez de 15 anos na carreira. A emenda que garante a participação de advogados indicados pela OAB nas comissões para a realização de concursos públicos e, uma última mudança também, de caráter muito mais redacional do que qualquer outra coisa. Muito pouco, mas muito pouco mesmo para alterar de maneira substantiva um projeto de lei que, apesar de avanços pífios, é desejado nas carreiras policiais, pelos delegados de polícia, escrivães e investigadores. A Polícia Militar, insistentemente, se dirigiu aos nossos gabinetes pedindo “Aprovem o projeto, pelo amor de Deus.”

Antes isso do que nada! Porque com nada a polícia se acostumou durante 16 anos. E agora, um aceno já é suficiente para impulsionar o interesse dos delegados de polícia, dos policiais civis e militares do Estado de São Paulo que continuarão sendo maltratados por um Governo que não reconhece a importância dessa atividade para a sociedade paulista.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para encaminhar pelo PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Barros Munhoz, uma vez eu o saúdo pela sua competência e pela sua sensibilidade, estava ouvindo o nobre Deputado Carlos Giannazi. Educador, homem dedicado à Educação que, de repente, se arvorou em defensor dos advogados da OAB. E agora virou o maior defensor da polícia. Estava indagando, cá comigo, que num grande momento onde estava em jogo a dignidade da Polícia Civil, onde se encontrava em jogo o passado da Polícia Civil, a trajetória da Polícia Civil, de homens como o Dr. Jorge Miguel, Dr. Coriolano Cobra, Dr. Assis Mentor, onde estava o Deputado Giannazi? Repentinamente, começamos a votar a questão da Corregedoria. O Deputado Giannazi, como se fosse num passe de mágica, desapareceu do plenário. Não sei por qual canto ele saiu. Só sei que ele não votou e acabou de ser aplaudido pelas galerias pelos delegados de polícia. Eles não sabem que no momento mais importante da polícia, quando a dignidade estava em jogo - quando o Secretário, Antonio Ferreira Pinto, pisoteia na dignidade da polícia e humilha a polícia -, onde estava o Deputado Carlos Giannazi? Não consegui vê-lo. Tentei enxergá-lo. Quase peguei uma lupa para enxergar o Deputado Giannazi, mas ele desapareceu como se fosse um gênio colocado dentro de uma garrafa. Agora vejo o Deputado Giannazi. Ele vinha à tribuna dizer onde estava o Deputado Campos Machado. Duas das quatro emendas do delegado de Polícia, duas são minhas.

Quero invocar o testemunho do Deputado Barros Munhoz, que era Presidente da Comissão Sistemática da Casa quando eu assumi aqui pela primeira vez em 89. Sabia V. Exa. que eu tinha três diretores e 10 empregos no Governo Quércia? Sabia que o Governador Quércia me chamou no Palácio e me disse: “Se você votar na isonomia dos delegados e promotores, você vai perder os três diretores e todos os seus empregos”. A resposta está com o Presidente Barros Munhoz. Perdi todos os diretores, todos os empregos para ficar ao lado da Polícia Civil. Agora V. Exa., Deputado Carlos Giannazi vem aqui, professor, educador, homem que entende de Educação e não de Polícia. Deputado Major Olímpio me desculpe. É como o Deputado Pedro Tobias, oncologista, meu irmão, como ele entende de Direito Constitucional? Entende o Deputado Capez. Mas o Deputado Carlos Giannazi é freneticamente aplaudido nesta noite. Quase virou ator global dia desses. Ele adora os microfones, as câmeras. Agora pergunto qual a história do Deputado Carlos Giannazi com a Polícia Civil de São Paulo, quando um secretário de maneira humilhante retira a corregedoria sob a alegação de uma banda podre. Quem sabe o que é a banda podre, aponte um único nome da banda podre. Quero um só. Ninguém sabe, ninguém ouviu dizer.

Fiz um requerimento de caráter sigiloso ao Secretário para saber da tal banda podre. Eu quis saber a relação dos policiais. Agora inventaram uma sigla chamada AS. Deve ser a abertura de sindicância porque têm 300. Está aí a estatística. É isso aí, Presidente Barros Munhoz.

Inclusive, quero repetir aqui que não vi as entidades dos delegados de Polícia, que eu tanto respeito aqui. Não vi. Olhava para cima e me via sozinho com o Deputado Olímpio e meia dúzia de companheiros, como o Deputado Roque Barbiere inclusive e parte da Bancada do PT.

Onde estava o Deputado Giannazi e onde estava a Diretoria da Associação dos Delegados de Polícia? Onde estava quando se discutia a dignidade, não se discutia o salário, Deputado Milton Vieira? Dignidade não tem preço. História, dignidade, respeito, amor à categoria.

Eu quando vim para São Paulo sonhava em ser delegado de Polícia, Deputado Major Olímpio. Eu já lhe contei a história. Era meu sonho de menino com 17 anos ingresso em São Francisco. Era o meu sonho. Mas não consegui ser delegado de Polícia por injunções financeiras da minha família.

Agora fiquei profundamente chocado quando olhava nessa galeria vazia e não via ninguém para dizer: “continue Campos Machado”. E, contrariando a orientação do Governador Geraldo Alckmin, que é meu amigo e meu irmão, sempre defendi que aliado não quer dizer alienado.

Estou me colocando de novo na posição contrária porque quero defender e vou fazê-lo publicamente o nível universitário para escrivães e investigadores. Quando saiu aquela matéria mentirosa da revista “Veja”, quando eu estava apenas legislando, apareceram duas fotografias, as caras do crime, eu e o Deputado Edinho Silva, Presidente do PT. Não recebi um telefonema, um telegrama da diretoria da Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo porque eu estava trabalhando, lutando enquanto V. Exa. corria pelos cantos do plenário, indo embora fugindo.

Os investigadores mandaram ofício até para a “Veja”. Os escrivães mandaram ofício. Eu estou entrando com a ação de indenização por danos morais contra a “Veja”.

O Deputado Edinho Silva disse, publicamente, aqui que ele defendia apenas a questão constitucional. Eu nunca adentrei ao mérito porque o acordo não foi cumprido na Casa. Agora o Deputado Olímpio Gomes me dizia que o voto do Deputado Giannazi estava assegurado. Falei: “Major, converse com o Deputado Giannazi. Não podemos perder a questão da corregedoria”. Ele dizia que o voto do Deputado Giannazi estava garantido. Eu não me preocupei. Quando vi, Deputado Barros Munhoz, por um passe de mágica, evapora-se o Deputado Carlos Gioannazi aplaudido nessa noite.

Como é fácil vir aqui neste microfone saber que não vai resolver coisa nenhuma porque não tem destaque de emenda, só o discurso veemente e a galeria se rende quando tinha que mostrar quanto significa a história de Assis, quando se verifica que policiais, que escreveram a história dessa Polícia Civil, devem estar se revolvendo no túmulo porque não tivemos apoio aqui, ficamos sozinhos.

Quero culpar o Deputado Major Olímpio por ele ter me assegurado o voto do Deputado Carlos Giannazi. Ele me garantiu que ele ia votar. Eu contabilizava o voto do homem aplaudido nesta noite em defesa da dignidade da Polícia. Eu só perdi, Deputado. Criei problemas com o Chefe da Casa Civil, Deputado Sidney Beraldo, Secretário que virou meu inimigo. O Secretário é vingativo e não gosta da Polícia Civil. Só arrumei inimigos.

Vejo o Deputado Carlos Giannazi que vai se aproximando do microfone novamente. Ele vai ser aplaudido de novo. A plateia talvez se debulhe em lágrimas, acreditando que o salvador da pátria vai resolver a questão, mas, quando ele tinha que ajudar a resolver, dificultou, fugiu pelos cantos, desapareceu, evaporou-se. Por isso, desço do plenário e deixo a palavra para o Deputado Carlos Giannazi para que explique porque motivo não votou o projeto da dignidade, do respeito porque a Polícia Civil, a melhor Polícia do mundo merece.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero só dizer que a intervenção do Deputado Campos Machado foi muito comovente, mas não convenceu ninguém. Pelo menos, qualquer pessoa que tem o mínimo de senso crítico não foi convencida por essa intervenção do Deputado Campos Machado. Primeiro, porque ele quer desviar o foco da discussão. Estamos tratando aqui da questão salarial, a questão crucial para os servidores da Segurança Pública do Estado de São Paulo e nesse caso estamos discutindo o PLC 48. Vamos ver agora de que lado está de fato o Deputado campos Machado na aprovação de todas as emendas.

Quero ver o voto do Deputado Campos Machado nesse momento. Aí, é a hora da verdade. Agora, desviar o foco dizendo que não estávamos presentes?! Primeiro que o Deputado Campos Machado sabia que não havia quorum naquela votação, que não havia número suficiente para votar o projeto. Repito: se o Deputado Campos Machado defende tantos os profissionais da Segurança Pública ele deveria estar aqui apresentando emendas e votando a favor das emendas que de fato valorizem nestes cinco projetos que estão sendo discutidos aqui os servidores da Segurança Pública. O deputado veio fazer apenas um discurso bonito e comovente, mas que, repito, não convenceu ninguém.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, mas se não tem emenda destacada como podemos votar? Vou votar contra o projeto? O Deputado Carlos Giannazi vai explicar a mágica que se pode fazer. Se não há uma emenda destacada como se vota o projeto? Contra ou a favor?

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação o PLC 48/11 salvo emendas e partes destacadas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação o item 2º do roteiro - Emendas nºs 06, 25, 40 e 49. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovadas.

Em votação o item 3º do roteiro - Emenda 23 salvo partes destacadas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovada.

Em votação o item 4º do roteiro - destacadamente as expressões ‘no mínimo’. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Rejeitada.

Em votação o item 5º do roteiro - demais emendas englobadamente. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, quero registrar o meu voto favorável às demais emendas apresentadas pelos parlamentares.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência registra a manifestação de Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, quero registrar o voto favorável às emendas apresentadas pelo PT, PSOL, PCdoB, Major Olímpio e comunicar que a Bancada do PT encaminhará declaração de voto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência registra a manifestação de Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO TATTO - PTSr. Presidente, passo a ler declaração de voto da Bancada do PT ao PLC 48/11.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores declara seu voto favorável ao Projeto de Lei Complementar nº 48, de 2011, mas não pode deixar de expressar suas restrições à redação final dada ao texto, em decorrência da votação em Plenário, pelas razões que passa a expor.

O PLC nº 48/2011, de autoria do Governador, concede reajuste nos vencimentos dos integrantes da carreira de Delegado de Polícia. Os índices propostos são da ordem de 15% sobre o salário base, a partir de 1º/07/2011, e 11%, também sobre o salário base, a partir de 1º/08/2012, inclusive para inativos e pensionistas.

O projeto também extingue a 4ª classe da carreira de Delegado de Polícia, que passará a ter apenas quatro classes, a saber: 3ª, 2ª, 1ª e especial.

Os critérios de promoção também são modificados pelo projeto, que prevê a promoção automática por tempo na classe e na carreira. O curso de aperfeiçoamento, que era requisito para o Delegado de Polícia de 3ª classe ser promovido à 2ª, é abolido no projeto. Não mais haverá exame oral nos concursos para carreiras policiais, tendo sido incluídas como fases dos concursos as provas psicológicas e de aptidão física.

Prevê-se também a criação de 20 cargos na Classe Especial de Delegados de Polícia. Essas são as principais disposições do PLC 48, de 2001.

Durante a fase de pauta, O PLC 48/2001 recebeu 59 emendas, sendo 34 de autoria dos Deputados da Bancada do PT. Todas as propostas de alteração foram feitas para atender às reivindicações da categoria, através de seus representantes.

Tentamos, através de nossas propostas de alteração, o aperfeiçoamento do texto encaminhado pelo Senhor Governador, principalmente nos seguintes aspectos: alteração dos critérios para promoção e dos requisitos para inscrição no concurso público, bem como a manutenção da prova oral como uma de suas fases; alteração das datas de vigência da lei, buscando respeitar a data-base dos servidores públicos; equiparação da carreira de Delegado de Polícia com as demais carreiras jurídicas do Estado; a revalorização do Adicional de Local de Exercício – ALE e a garantia de promoção automática no ato da aposentadoria.

Nossas tentativas de aperfeiçoamento do texto resultaram infrutíferas. A bancada governista acatou apenas cinco emendas, das cinqüenta e nove propostas. Dessas, apenas a 40 e a 49 foram apresentadas pelo Partido dos Trabalhadores: a emenda de nº 40 destina-se à correção de imperfeição redacional e a de nº 49, a manter a prova oral como fase do concurso público de ingresso na carreira. Nada mais foi acatado, infelizmente.

Dessa forma, não houve qualquer avanço com relação ao cumprimento da data-base e, além disso, como a base de cálculo para a concessão do aumento salarial é apenas o salário base, o reajuste, embora seja de 15% em julho de 2011, terá um reflexo percentual de apenas 10,19 sobre os vencimentos globais e, em agosto de 2012, quando serão concedidos mais 11%, o reflexo será de 18,79 sobre o valor padrão mais vantagens do cargo.

Essas são, pois, as razões de nossa discordância.

Deputado Enio Tatto - Líder da Bancada do PT”

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Sr. Presidente, quero declarar o voto favorável à Emenda 2 e encaminhar por escrito as considerações jurídicas pelas quais sou favorável à aprovação desta emenda.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência registra a manifestação de Vossa Excelência.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, quero declarar o voto favorável às emendas apresentadas pelo PSOL, PT, PCdoB, Major Olímpio e pedir para o Deputado Campos Machado também fazer o mesmo.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, quero registrar que somos favoráveis às emendas apresentadas pelo PTB inclusive à emenda apresentada pelo Deputado Rui Falcão que trata das promoções dos delegados para a classe especial, pois é profundamente injusto que não se faça promoção também por merecimento.

Gostaria de saber se o Deputado Carlos Giannazi votou em alguma emenda ou está votando como eu, apenas declarando o voto favorável.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência registra a manifestação de Vossa Excelência.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sr. Presidente, quero declarar o voto favorável às emendas apresentadas pelo PT, PCdoB, PSOL, Major Olímpio e à Emenda nº 2.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência registra a manifestação de Vossa Excelência.

2 - Discussão e votação - Projeto de lei Complementar nº 51, de 2011, de autoria do Sr. Governador. Dispõe sobre a reclassificação dos padrões de vencimentos dos integrantes da Polícia Militar do Quadro da Secretaria da Segurança Pública. Com substitutivo e 8 emendas. Parecer nº 1273, de 2011, do Congresso das Comissões de Justiça e Redação, de Administração Pública, de Segurança Pública e de Finanças, favorável ao projeto e contrário às emendas e ao substitutivo.

Para falar a favor, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, representantes associativos e sindicais da família policial que ainda se encontram aqui na Assembleia Legislativa, venho mais uma vez a esta tribuna agora para discussão e votação do PLC 51 que trata da revisão salarial dos policiais militares.

Mais uma vez tenho de manifestar o meu pesar pelo posicionamento da Assembleia Legislativa em se prostrar diante do Executivo. Oito emendas foram apresentadas a este projeto. Nenhuma acolhida.

Quero manifestar também o meu pesar pelo posicionamento do comandante geral da Polícia Militar que veio ao Colégio de Líderes dizer que os projetos estavam perfeitos e que poderiam ser votados. Inclusive manifestou numa reunião com entidades que as emendas feitas pelos deputados eram politiqueiras e para dar 15 minutos de visibilidade.

Quero dizer que tenho compromissos com as instituições policiais, com a minha instituição Polícia Militar que há quase 34 anos me abraçou, mas não tenho compromissos com pessoas que estão interessadas nos seus empreguinhos garantidos pelo Governo para estarem trêmulas e subjugadas pela Síndrome de Estocolmo que em gerenciamento de crise é o fenômeno psicológico em que a vítima começa a se identificar com o seu opressor. É assim que eu vejo alguns segmentos que tinham a responsabilidade de dizer o quão insignificantes são estes projetos em relação à necessidade da valorização dos recursos humanos da Polícia.

É bom que cada soldado da Polícia saiba que em primeiro lugar não vai ter 15% de reajuste em cima de tudo que ganha, 15% no seu padrão. Que no final das contas não vai sobre as vantagens, não vai sobre o adicional de local de exercício, os quinquênios, o tempo de serviço. Dará pouco mais de 6% de reajuste sobre o total que ganha. E é sobre essa vergonha que tentamos lutar o tempo todo.

Quando questionado por mim numa reunião do Colégio de Líderes o Secretário de Gestão Júlio Semeghini disse “mas nós conversamos exaustivamente com os representantes das categorias envolvidas.” E eu perguntei “na Polícia Militar começou com quais categorias?” Ele disse “nós ouvimos o comandante geral da Polícia Militar.”

Cento e quarenta reais no salário do soldado. Aquele que tiver três, quatro quinquênios e passar a 141 unidades fiscais vai perder os 20 vale-coxinhas de quatro reais, vai perder 80 reais. Vai ter 81 reais desse grandioso esforço do Governador.

Que vergonha deste Estado, que paga um dos piores salários à sua Polícia. Que vergonha saber que o proponente da Lei 975/05 assinou embaixo Geraldo Alckmin - hoje Governador - e mandou para esta Casa dizendo que após estudos técnicos dos recursos humanos estava encaminhando à Casa - não são palavras minhas, mas do Sr. Governador Geraldo Alckmin em 2005 - o projeto para dar cumprimento ao Art. 37, inciso X, da Constituição Federal, que fala que a revisão salarial precisa ser anual e única. Ele dizia em seu texto que assinou e posteriormente promulgou, que era justamente um aperfeiçoamento da Legislação do Estado.

Depois veio o Cláudio Lembo não cumpriu a lei e não cumpriu a Constituição, veio José Serra e também não cumpriu a lei e a Constituição em relação à data-base e por fim voltou o, Sr. Geraldo Alckmin, agora sim, “não são palavras, eu cumpro o que eu assino, eu cumpro o que sancionei” e anuncia no dia 15 de julho com pompa e circunstância.

Sabendo que essa Casa estava em recesso, ele manda o projeto no dia 24 de agosto, juntamente com projetos complexos, que falam em reestruturação de carreiras e ele ainda quer que a família policial bata palmas e diga “Obrigado, ‘São Geraldo’. Muito obrigado por não cumprir a Constituição, muito obrigado por não cumprir o que fala e muito obrigado por não cumprir o que assina e o que promulga.”

Que vergonha! Mandou para essa Casa em 24 de agosto o que deveria estar em execução no Estado desde 1º de março. Não foi nenhum deputado que encaminhou para essa Casa o projeto que estabeleceu a data-base. Os deputados votaram e o então Governador, lá atrás, faturou dizendo “criamos um momento histórico, estabelecemos a data-base em São Paulo em cumprimento a Constituição.” Porém já ouvi dizer “esqueçam o que eu disse e o que eu escrevi, eu acho que a coisa pega.”

Deputado Carlos Giannazi, é deprimente quando vemos que não é para fazer oposição, é deprimente ouvir do Governo “olha, nós chegamos ao limite do esforço.” Quando foi em relação à Educação, o Governo se apressou em retornar pelo menos em 1º de junho, Deputado Carlos Giannazi, Deputado Enio Tatto - líder do PT- que encabeçaram uma mobilização. E por medo da paralisação da Educação e com medo que os educadores fossem as ruas, fizessem greves e mostrassem o descaso do Governo, anteciparam-se e retornaram um mês.

Em relação à polícia, o pensamento do Governo é exatamente esse: “Pode bater a vontade neles. Gritou ‘Sentido!’, eles ficam todos caladinhos. Pode bater a vontade que nós já temos o comandante da polícia na mão. Ele grita ‘Sentido!’ todo mundo cala a boca. Pode bater a vontade, que se as entidades da Polícia Militar estivessem aqui ameaçaria cortar o código de desconto. Pode bater a vontade porque o comandante da PM ameaça até os inativos, de aplicação do regulamento, como fez na reunião da última quinta feira. Pode bater a vontade que eles não têm como se organizar. Pode bater a vontade que o Art. 142 da Constituição, vedou e proibiu ao militar do Estado sindicalização e paralisação, que não concede ao militar do Estado as garantias que Art. 8º da Constituição institui a todo trabalhador brasileiro.

É por isso que fico revoltado! Não aguento mais tantos Deputados dizerem que agora se valoriza a Polícia. Eles comparecem nos nossos quartéis, mandam santinho de campanha, apresentam emendas, mas, depois votam contra a própria emenda.

Essa questão da data-base é uma vergonha para o Governador. E é uma vergonha para esta Casa aceitá-la.

O Adicional de Local de Exercício é uma grande vergonha! Muitos dizem que nós já tivemos um grande avanço. Avanço em que? Mais de 50% dos policiais militares servem em municípios com menos de 500 mil habitantes. Apenas São Paulo e mais oito municípios do Estado possuem mais de 500 mil habitantes. Logo, os outros 50% dos policiais dos demais municípios recebem 20% a menos do Adicional de Local de Exercício.

O que os Srs. Deputados do interior irão dizer para os policiais? Irão dizer que gostam deles. Mas a verdade é que se prostram diante do que o Governo faz!

O Adicional de Local de Exercício, pago de acordo com o local de exercício, é pago de forma diferenciada. Os escrivães e investigadores da Polícia Civil têm um adicional, já os delegados de polícia têm outro. Assim como os soldados da Polícia Militar, os sargentos e os oficiais possuem Adicional de Local de Exercício divergente.

O adicional deve ser pago pelo o local! Pois se for perigoso para mim, na posição de oficial, também será perigoso para o meu soldado. Aliás, muito mais perigoso para ele.

Iremos ter que deixar o projeto como está, fazer emendas para ele e ainda sermos obrigados a ouvir que essas emendas só servem para atrapalhá-lo e para os Deputados terem 15 minutos de fama? Que vá para o inferno! É revoltante!

Que os policiais que estão nos assistindo, neste momento, saibam que nós nos omitimos e ficamos com a conveniência. Porque se nós, a maioria, disséssemos não, disséssemos que iremos acolher as emendas mesmo que o Governador as vete, iríamos requerer explicação para isso. Mas a esmagadora maioria se prostra!

Dizem que o PT, o Deputado Carlos Giannazi, o PCdoB e o Deputado Olímpio Gomes querem fazer oposição política. Mas, não é nada disso! Em Segurança Pública, ninguém torce pelo jacaré no filme do Tarzan. Nós torcemos para dar certo, porque é uma vergonha ter o pior salário do país, sendo este o Estado que mais arrecada tributo.

Exploram de forma covarde, fazendo toda essa pressão para nós votarmos esse projeto. E, ainda dizem essa mentira deslavada que somos nós que estamos impedindo a votação do projeto. Isso é covardia!

O Governador, o Governo e o Comandante da Polícia Militar sabiam exatamente da total impossibilidade de votarmos esse projeto para ele vir com a folha de pagamento de outubro. Depois, vergonhosamente, saem com meias conversas dizendo que irão fazer uma folha suplementar.

Vergonhosamente venho fazer esse pronunciamento e pedir desculpa ao Estado de São Paulo, porque fomos muito ruins politicamente. Temos esse Governo de volta porque fomos ruins. Tenho que assumir minha mea culpa porque isso aconteceu devido a nossa incapacidade de não mostrar para a opinião pública como é que esse Governo faz política há 16 anos, como ele arrebenta o servidor público e como ele desconsidera os policiais e as pensionistas. Isso é vergonhoso!

Eu me sinto envergonhado, Deputado Adriano Diogo. Por isso, tenho que pedir desculpas à população. Tenho que pedir desculpas à família policial, sim. Talvez, se tivesse me esforçado mais, não teríamos esse Governo administrando de novo, o mesmo Governador, que manda o projeto, comemora que mandou o projeto criando a data-base e depois não cumpre. E fica tudo por isso mesmo, que a grande esmagadora maioria que ele tem ainda vai dizer: "obrigado, São Geraldo". Obrigado por nada. Muito obrigado por nada.

Agradeço pela tolerância do tempo e digo o quanto eu lamento em ver a família policial ser humilhada dessa forma, e a Assembleia Legislativa ser humilhada dessa forma, por nenhuma das emendas estar acolhida. Vergonhoso! Não venci todas as batalhas que lutei, mas perdi todas as vezes que deixei de lutar. Aprendi isso na minha vida. Não vamos deixar de brigar nunca pelo que acreditamos. Mil dias para esse governo. Se Deus quiser, vai passar rápido. Coisa pior não pode vir pela frente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Não havendo mais oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o substitutivo nº 1, de parecer contrário.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, peço para encaminhar pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Gianazzi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, servidores da Segurança Pública, telespectadores da TV Assembleia, estamos vivendo aqui, neste momento, uma verdadeira farsa da política de reajuste salarial que o Governo tem tentado mostrar, principalmente para a opinião pública.

Tenho certeza de que amanhã teremos matérias nos principais jornais, dizendo que a Polícia Militar teve aumento salarial, a Polícia Civil e também os servidores do sistema prisional, como já aconteceu em relação à Educação. Quando o Governo apresentou o falso projeto do reajuste parcelado em quatro anos, a imprensa deu como aumento salarial.

O mesmo ocorreu com o vergonhoso projeto que foi aprovado aqui, do reajuste do Centro Paula Souza, quando os servidores tiveram 11% de reajuste, ou seja, um professor de uma escola técnica estadual, que ganhava 10 reais a hora/aula, com o reajuste ele passou a ganhar 11 reais, um real de aumento e alguns centavos a mais, um absurdo. E a Assembleia aprovou.

Dá a impressão, para quem está de fora, que está de fato ocorrendo reajuste salarial para os servidores. Na prática isso não vem acontecendo. Sabemos disso e estamos denunciando. Não houve, na prática, reajuste de fato para os servidores da Educação, para os servidores do Centro Paula Souza.

E esses projetos que estamos hoje discutindo não representam um verdadeiro reajuste, porque não cobrem nem as perdas inflacionárias dos servidores da Segurança Pública do Estado de São Paulo. É um absurdo que a Assembleia Legislativa não reaja.

Por isso, nós, do PSOL, estamos manifestando nosso apoio a todas as emendas também apresentadas ao PLC 51, que são emendas importantes, que melhoram, que corrigem as imperfeições do projeto apresentado pelo Governo, projeto que não tem intenção de fato de reajustar os salários. Na nossa opinião, o projeto tem muito mais a ver com marketing político do que com reajuste dos servidores da Segurança Pública.

A Bancada do PSOL vota a favor de todas as emendas apresentadas, como já fizemos em relação ao PLC 48 e ao PLC 50. Nosso comportamento será o mesmo, aliás, nos outros dois projetos que serão votados também talvez nesta semana ou na outra semana.

Lamentamos que mais uma vez a base de sustentação do Governo se curve aos interesses do Palácio dos Bandeirantes. Fazemos coro com o Deputado Major Olímpio, na questão da lei da mordaça que existe hoje. Os servidores hoje, principalmente da Polícia Militar, não podem ter sindicato, não podem fazer greve, não podem fazer manifestações públicas. É um absurdo que no Século XXI, no ano de 2011, tenhamos uma legislação que impede a livre manifestação de opinião e de expressão de trabalhadores, porque o policial militar é um trabalhador como outro qualquer, ele tem direitos garantidos pela própria Constituição.

A Constituição Federal aí é extremamente contraditória. Ao mesmo tempo em que existe um artigo que proíbe, tem um outro que autoriza. Nós preferimos aqui o Art. 8º da Constituição Federal, que garante essa liberdade de organização de todos os trabalhadores brasileiros, e o servidor da Segurança Pública é um trabalhador, é um operário da Segurança Pública, que arrisca sua vida e da sua família, em defesa da segurança e da vida de toda a população.

No entanto, ele é impedido de se manifestar. É um absurdo. Não estamos mais na ditadura militar no Brasil, porque a ditadura acabou em 1985. A própria Polícia Militar foi afetada pela ditadura militar, foi inclusive militarizada e instrumentalizada a serviço da repressão, mas isso acabou no Brasil. Temos que resgatar o verdadeiro sentido da Polícia Militar. Ela não pode mais estar militarizada do jeito que era na época do regime militar.

Portanto, entendemos e defendemos não só aqui em São Paulo, mas no Congresso Nacional também, através das nossas bancadas do PSOL, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal, a alteração da Constituição Federal para que os policiais militares possam também ter os mesmos direitos que os demais trabalhadores.

Gostaria de registrar ainda, neste momento final de votação, que nós continuamos aqui fazendo gestões para que a PEC 300 seja aprovada, que haja a criação de um fundo e de um piso nacional salarial para os servidores da Segurança Pública. Já avançamos em relação ao piso nacional para os professores, para o Magistério. Ainda é um piso insignificante, que não dá conta de valorizar de fato os profissionais da Educação, sobretudo o Magistério, os professores, mas já foi aprovado.

Nossa luta agora é para que haja um valor minimamente decente para a valorização do Magistério nacional. O mesmo defendemos em relação à PEC 300, um projeto importante que pode ajudar a melhorar e a valorizar os servidores da Segurança Pública. Tivemos no Rio de Janeiro, recentemente, um movimento importante dos bombeiros, que denunciou o sucateamento e a desvalorização dos profissionais da Segurança Pública no Rio de Janeiro, mas que serve para todo o território nacional.

Apelamos e rogamos mais uma vez aos Srs. Deputados e Sras. Deputadas para que votem favoravelmente às emendas apresentadas, que valorizam de fato os servidores da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que são vítimas também de uma política salarial nefasta e danosa, que vem desvalorizando e destruindo a carreira da Polícia Militar.

Estamos aqui com uma oportunidade histórica, de reverter essa situação, porque temos certeza de que durante esse Governo nós não vamos ter mais nenhum projeto de lei enviado pelo Governador, no sentido de reajustar salários dos servidores da Segurança Pública.

Esta é a única chance que temos de melhorar, de aperfeiçoar e de, no mínimo, aprovar as emendas que trazem a retroatividade para 1º de março, data-base salarial aprovada pela própria Assembleia Legislativa, e também que o reajuste não seja parcelado, que ele seja oferecido de uma forma integral, os 27% já, e não parcelados em dois anos como aconteceu com o projeto da Educação em que o Governo teve a coragem de parcelar um reajuste em 4 anos. Ou seja, no ano de 2014 o reajuste apresentado não vai cobrir nem a inflação acumulada do período sem contar ainda que havia uma farsa no reajuste dos salário dos professores porque neste reajuste estava inserida, inclusa também gratificações. Então era muito menos o reajuste oferecido e parcelado em quatro prestações em 4 anos. O mesmo está acorrendo agora com os servidores da Segurança Pública, das Polícias Civil e Militar, e do Sistema Prisional.

Por isso aqui o nosso apelo para que a base do Governo vote a favor dos servidores da Segurança Pública do Estado de São Paulo, que vote a favor das emendas, que manifeste o apoio as emendas apresentadas, inclusive por Deputados da própria base do Governo, que não pode agora voltar contra as suas próprias emendas, para que nos possamos aqui valorizar os nossos servidores e oferecer Segurança Pública para o Estado de São Paulo, para que nos não tenhamos mais uma matéria como esta da “Folha de S. Paulo” dizendo que os crimes aumentaram no Estado de São Paulo no mês de agosto em 10% no caso dos homicídios e em 23% no caso de assaltos de roubos de automóveis. E o Delegado da Polícia Civil ainda diz “que o crescimento dos homicídios é uma oscilação dentro de uma margem tolerável.”

É um absurdo que um delegado-geral diga isso, que ele se conforme, que ele ache tolerável o aumento de 10% no número de homicídios no Estado de São Paulo. É deplorável que a Polícia Militar aceite uma situação como essa. Nós queremos tolerância zero com a insegurança do Estado de São Paulo. Por isso vamos votar a favor de todas as emendas ao PLC nº51. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação o Substitutivo nº 1, de parecer contrário. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitado.

Em votação o projeto salvo emenda.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, para indicar o Deputado Adriano Diogo para encaminhar a votação pela Bancada do Partido dos Trabalhadores

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É regimental. Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente da Assembleia, Deputado Barros Munhoz, Sr. Líder do Governo, Srs. Deputados, meus companheiros do PT, do PCdoB, do PSOL, Major Olímpio, na sexta-feira, Deputado Pedro Bigardi, fui para Franca convidado pela Unesp na semana de estudos jurídicos e ocorreu uma rebelião lá no CDP de Franca. O Bispo da região que era bispo-auxiliar daqui de São Paulo, Pedro Luiz Stringhini, me convidou para ir lá no CDP. Cheguei lá no CDP, me apresentei, o diretor do CDP além de me revistar, revistar o carro da Unesp que me levou, me reteve na carceragem e não permitiu que eu entrasse no presídio.

Então, Major Olímpio, Pedro Bigardi e meus companheiros, quando se quebra a dignidade, a hierarquia, a disciplina, quebras-se o moral de uma corporação. V. Exa. que tem formação de policial militar sabe do que estou falando. Depois da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Estado tem três responsabilidades: a Educação, a Saúde e a Segurança. Três. Depois da Lei da Responsabilidade Fiscal houve o novo ordenamento jurídico no País para quebrar a organização do serviço público. Por quê? Porque hoje os governantes não podem mais contratar para a Educação, para a Saúde e para a Segurança com medo de serem reprovados na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Como isso se dá na Segurança Pública? Pela precarização das relações do trabalho. O que é a precarização da relação do trabalho na Segurança Pública? Tem-se um contingente enorme de gente trabalhando nas empresas de segurança privada, e a Polícia Militar está cada vez mais reduzida assim como os seus direitos. Onde está a principal infiltração deletéria embora a Polícia Militar de São Paulo seja completamente diferente em qualidade das outras Polícias Militares principalmente a do Rio de Janeiro? É a chamada Operação Delegada. Essa Operação Delegada é uma invenção demoníaca do Governo Serra que o seu vassalo Kassab imediatamente assimilou assim como outras prefeituras como Sorocaba.

O Governador Alckmin assim que assumiu deveria recuperar a dignidade da Polícia Militar e acabar com a Operação Delegada. Ele manteve por uma questão de acomodação. Ele disse: “Mantenho a Operação Delegada, os caras ganham uns trocos nas prefeituras e eu não vou ser pressionado.” Porém, Deputado Major Olímpio e demais companheiros, a Operação Delegada transforma um cidadão que tem a formação de policial militar em guarda patrimonial. Isso do ponto de vista da disciplina, da hierarquia, da dignidade, é o fim. Porque se um médico trabalha na Prefeitura e no Governo do Estado, ele tem que ter a autorização legal para ter o duplo vínculo, e na Polícia Militar dizem que o duplo vínculo não foi imposto pela Operação Delegada.

Assim é a precarização das relações de trabalho. É por isso que eles mandam esses projetos de lei que V.Exa. analisou tão ridículos, tão vergonhosos. A Polícia Civil então está colocada em outro capítulo. A Polícia Civil foi transformada na Geni pela própria hierarquia. A Polícia Militar foi desmoralizada para trabalhar de farda e equipamento como segurança de porta de supermercado, de loja de magazine, de lotérica, e correr atrás de camelô.

Assim, Deputado Major Olímpio, o que vamos fazer diante de um quadro em que se desmoraliza o professor, se desmoraliza o profissional de Saúde, e transforma a polícia em uma milícia ou numa empresa de segurança privada como outra qualquer? Como vai se exigir que a Educação tenha outro padrão de qualidade, que a Saúde tenha respeito pelo ser humano, e a Segurança ao invés de Segurança Pública vira Segurança Patrimonial dos mais abastados?Esse conceito de Estado está errado, está reprovado. E como disse V.Exa. na tribuna: “Mais reprovados estamos nós que perdemos sucessivas eleições para eles.”

Outro dia o nosso querido Ministério da Justiça estava preparando um projeto de lei da admissibilidade do uso da segurança privada nas estradas e no serviço de transporte público. Isso é o fim do conceito da democratização. Não dá para se exigir que as Polícias se modernizem, se democratizem, tenham uma outra doutrina, se se precariza a relação de trabalho. Ao humilhar o ser humano na sua dignidade ou ele faz concurso para outro patamar, ou apodrece dentro da sua profissão.

Dessa forma cada profissão tem uma doutrina, uma formação. E a formação de principalmente a de Polícia Militar é baseada em um sentimento patriótico, nacionalista, na defesa da segurança e do cidadão.

Se você trabalha com esses conceitos de formação, depois os quebra e trata o cara como um guarda de supermercado, um guarda de banco, um guarda para correr atrás de ambulante, para fechar estabelecimento ou para ficar perseguindo a juventude - quando essa vai para a praça ouvir um pouco de música e conversar -, você acaba com a dignidade do cidadão. Estado é estado; empresa é empresa. Transformar o Estado numa empresa não dá certo. Não deu certo em nenhum lugar.

Sr. Governador Alckmin, não dá para comparar a seriedade do seu Governo com a do Governo anterior. Pois, então, reaja. Não admita a Operação Delegada, não permita a terceirização das relações de trabalho e não transforme a sua Polícia em Guarda Civil Municipal ou Guarda de Segurança privada. A dignidade é o maior atributo, a cabeça erguida é o maior atributo da formação de um cidadão, de uma nacionalidade, de um país civilizado e democrático. A Polícia tem que ser uma instituição moderna, democrática, qualificada e respeitada. Muito obrigado.

 

O SR. João Paulo Rillo - PT - Sr. Presidente, gostaria de encaminhar a votação pela Minoria.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Tem V. Exa. a palavra, nobre Deputado.

 

O SR. João Paulo Rillo - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, depois de tanta discussão, não usaria mais a tribuna para falar acerca do projeto, uma vez que esgotamos a discussão. Mas fui incentivado pelas palavras do Deputado Adriano Diogo, e também pelo pronunciamento do Deputado Campos Machado. Não sei se os Srs. Deputados perceberam, mas, no bojo da discussão qualificada - respeito muito o Deputado Campos Machado - e no bojo da crítica pela crítica gratuita à oposição, ele soltou uma pérola digna de Oscar.

É lastimável a situação da Segurança Pública em São Paulo, e todos sabem disso. Estamos falando em reajuste para a Polícia Militar, cujo piso vai variar do soldado de 2ª classe, de pouco mais de 400 reais, ao coronel, de 2.700 reais.

Muito bem falou o Deputado Olímpio Gomes, com propriedade, e outros deputados que têm conhecimento profundo da situação. A verdade é que o Deputado Adriano Diogo resumiu a história. O PSDB tem promovido, ao longo do tempo, guerra entre irmãos. Sabemos qual é a política de Segurança Pública. Sabemos a qualidade da Polícia no Estado de São Paulo. Quando falo em qualidade, não é para colocar em dúvida a capacidade nem o caráter de cada policial militar ou policial civil. É para mostrar como o Estado de São Paulo foi esvaziado e como não tem preocupação alguma. A situação do cidadão paulista é de total desconfiança da Polícia Civil e Militar, e vocês sabem que não estou falando mentira alguma.

Sei de onde vem isso. Vem do estado mínimo, bem colocado pelo Deputado Adriano Diogo, vem pelo total desprezo do PSDB pelo ser humano. Vivemos uma verdadeira guerra. O crime organizado e a violência matam mais do que qualquer situação precária no mundo. Isso tudo é simbolizado na fala do Deputado Campos Machado. Se V. Exas. não perceberam, faço questão de reforçar.

O Deputado Campos Machado, quando defende a sua tese em relação à Corregedoria - que nós, da Bancada do PT, achamos que ele tem razão em parte, em outra não - resume a esquizofrenia que é a gestão do PSDB. O Deputado Campos Machado, que é da base, um ferrenho defensor do Governo Alckmin, Governador que ele trata por amigo e irmão, referiu-se ao Secretário da Segurança Pública como uma pessoa que virou sua inimiga, uma pessoa que não gosta da Polícia Civil e uma pessoa vingativa.

Ora, Srs. Deputados, se um deputado da base, que vai votar a favor do projeto, que colaborou com a aprovação do projeto, pensa isso do Secretário, imaginem qual é a política de Segurança Pública gestada pelo Governo de São Paulo?

Em que pese toda a discussão, todo o acompanhamento da categoria, a verdade é uma só: chegamos ao caos no Estado de São Paulo no que se refere à Educação e à Segurança Pública. Os piores índices de Educação estão aqui, no estado mais rico da federação; os piores salários da Segurança Pública estão aqui, no estado mais rico da federação. E hoje me deparo com uma declaração.

Não estou dizendo isso para afrontar o Deputado Campos Machado, muito pelo contrário, apenas para mostrar o quão desorganizada, o quão desanimadora é a política de Segurança do Estado, gestada pelos sucessivos governos do PSDB.

Quero parabenizar, principalmente o Deputado Olímpio Gomes, que é um lutador contumaz, o Deputado Pedro Bigardi, do PCdoB, o Deputado Carlos Giannazi, do PSOL, e o Deputado Enio Tatto, do PT. Se houve algum avanço no projeto, da forma como chegou a esta Casa até hoje, foi graças a esses deputados, que, de maneira incansável, competente e digna, fizeram o diálogo e conseguiram avançar o mínimo.

Seja dita a verdade. Não podemos sair comemorando aprovação nenhuma. Como bem disseram os Deputados Antonio Mentor e Hamilton Pereira, para quem sempre teve um nada, é óbvio que um nadinha a mais acaba sendo alguma coisa. Mas a verdade é uma só: a Segurança Pública no Estado de São Paulo continua igual, a cara do PSDB, um verdadeiro desrespeito à população de São Paulo, um verdadeiro esvaziamento do Estado de São Paulo.

Não temos nada a comemorar pela aprovação desse projeto, apenas lamentar o desprezo do PSDB pelo povo e pela segurança de São Paulo.

 

O SR. Campos Machado - PTB - Peço a palavra para encaminhar a votação.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Tem V. Exa. a palavra, nobre Deputado.

 

O SR. Campos Machado - PTB – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, saiba que não inicio nenhum pronunciamento sem antes me referir a V. Exa., um grande Presidente, meu amigo, um homem correto, um homem sensível e um amante da democracia. Vossa Excelência tem uma paciência chinesa nesta Casa.

Não poderia, diante da fala do meu amigo, Deputado João Paulo Rillo, até futuro parceiro das eleições do ano que vem em São José do Rio Preto, deixar de fazer algumas ponderações.

Primeiro, não há nada mais fácil no mundo do que criticar. Como é fácil criticar! É mais fácil ser aqui, de quando em quando, oposição em situação do Governo. Não é o caso do Deputado João Paulo Rillo, mas não entendi bem o que ele quis dizer. Primeiro, porque a bancada do PT só votou 11 dos 24 deputados - faltam 12, número do partido. Onde estavam os deputados do PT no dia da votação do Projeto da Corregedoria? Em casa, assistindo à novela das oito? Aqui no plenário não estavam. Contei um por um, o Deputado Mentor não estava na Casa. E não há desculpa quando se vota a hierarquia das leis, quando se discute que uma lei vale mais que um decreto. Para que me confrontar com o Secretário de Segurança Pública, com o todo poderoso Antonio Ferreira Pinto? Não seria muito mais fácil ficar na minha sala, lutar pelo meu partido, cumprir o compromisso que tenho, de lançar mais de 500 candidatos a prefeitos e vices no Estado? Não, eu vim aqui para enfrentar o todo poderoso, tanto na parte constitucional como na parte do mérito.

Isso não quer dizer que tenha pregado com o PSDB, que não tem política de Segurança. E quem é que tem política de Segurança neste País? Acaso a Presidente tem? Acaso Lula tinha programa de Segurança? Basta ver as fronteiras. De onde vêm as armas, os entorpecentes? Ou é a Polícia de São Paulo que cuida das fronteiras? Não estou aqui falando do grande Presidente que foi Lula, mas à Presidente Dilma Rousseff, indagando onde é que está a política de Segurança do Governo de PT. Ou acaso não tem crimes, ou não está totalmente abandoada a polícia de Segurança do Governo do PT?

É muito fácil fazer discurso como fez o Deputado João Paulo Rillo. Ele veio, falou que a minha fala se refere a uma afronta. Pelo contrário, tenho orgulho de afirmar que o Governador é meu amigo, que o considero meu irmão. Se ele me considera da mesma maneira, é outro problema. Não sei o sei o seu sentimento, mas eu reafirmo aqui que nos piores momentos da vida dele eu estava lá. Nunca vi tanto alquimista na minha vida como tenho hoje. Alquimista é o que não falta aqui, todo mundo é alquimista. Se eu chegar a qualquer bairro, qualquer reunião política e perguntar quem é alquimista, não há um que fique com as mãos abaixadas. Todos são, mas não os mesmos que eu encontrei na campanha de 2008. Ou desapareceram todos. Eu não. Estava lá e estou aqui.

Acho que o Governo Geraldo Alckmin é um bom Governo. Comecei a minha fala hoje perguntando se eles pensam que Geraldo Alckmin acorda de manhã e vai ao espelho, mira os seus olhos e diz “Diga-me espelho meu, fale qual é a maldade que vou fazer ao povo de São Paulo.” Isso é conversa do Deputado João Paulo Rillo. Ainda bem que não tem gente para aplaudi-lo, como foi o caso do Deputado Carlos Giannazi. Até devia ter pedido para o Deputado João Paulo Rillo falar antes para ser aplaudido freneticamente. “Viva!” e batem palmas, como se isso fosse resolver alguma coisa.

A questão é outra, minha gente. É muito fácil conviver com flores, o duro é conviver com espinhos. Não tem lugar melhor do que oposição. Veja por exemplo o São Bernardo do Campo. Se não fosse vice lá, se Frank Aguiar não fosse vice lá, iria desfilar um rosário de críticas ao Marinho. E sou obrigado a dizer que ele era um grande prefeito, um grande sindicalista. Fiz um discurso na última semana, que nem a mulher do Marinho fala: grande prefeito, extraordinário prefeito, um parceiro nosso - embora tenha receio de que na última hora Frank fique colocado de lado, numa traição sem limite. Estamos apoiando Luiz Marinho para prefeito de São Bernardo do Campo e não volto atrás. Sábia decisão sim, e se Frank Aguiar, meu afilhado de casamento, junto com Marinho vencer as eleições, é porque estão fazendo um bom governo para a grande parte da população. Mas fazem mal para a outra, Deputado Mentor. Se não fosse assim, por que V. Exa. vai disputar a eleição de Americana se o prefeito estivesse com 100% da população? O PT João Paulo Rillo pode ser o nosso candidato a prefeito e o São José do Rio Preto sabe disso. Valdomiro Ramos poderá até emagrecer de tanta crítica. Ele é o meu Presidente lá de Guarulhos. O Deputado João Paulo Rillo poderia criticar - ele vai criticar o Prefeito Valdomiro Lopes a campanha inteira. Como é que ele vai vencer as eleições de São José do Rio Preto se não criticar? Eles perderam as eleições de 2010 e têm de esperar 2014, minha gente. Agora não dá, precisam esperar, infelizmente, se vem Luiz Marinho, candidato a governador, ou se é Mercadante de novo. Agora vocês perderam a eleição e têm de se contentar com a derrota.

Eu pergunto: alguém nesta Casa acha que o Secretário de Segurança Pública é um bom secretário? Alguém se atreve a dizer aqui? Ouvi o deputado do PT dizer “Não quanto ao mérito...” Que mérito? O Governo de Geraldo Alckmin vai bem. Quem vai mal é o secretário. “Ele é vingativo, Campos” - eu sei que ele é vingativo; “Está colocando gente para espionar os deputados” - eu sei; “Ele é perigoso!” - eu sei; “Grava os telefonemas” - eu sei; “Ele persegue” - eu sei. Eu sei que ele não vai perdoar nunca o que estou falando aqui, mas não tenho medo. E a coragem sempre vence o medo. Não há hipótese de a coragem não vencer o medo.

A partir de amanhã, sobre as atividades policiais investigativas, pergunte ao Deputado Simão Pedro. Ele pode explicar à bancada do PT e aos demais deputados o que é que ele pensa. Já não é Campos Machado, mas o Deputado Simão Pedro, católico fervoroso, líder da zona Leste, um homem correto, sério. E não estou fazendo demagogia, eu o considero um homem correto e sério. Pergunte a ele o que ele acha. Se ele achar que não é espionagem, que não há nada, eu me rendo. O problema não é a gente vir aqui e criticar Campos Machado, que falou uma pérola. Eu, até hoje, não vi a pérola. Vou procurar a pérola no fundo do mar porque o Deputado João Paulo Rillo me disse qual é a pérola.

Gostaria de, encerrando, fazer mais uma reflexão: esperem 2014. Vocês, ganhando as eleições de 2014, poderão mudar toda a política disso. O Deputado João Paulo Rillo tem razão: ele questiona as duas mãos. E tem razão quando faz as suas ponderações. Eu reafirmo aqui que eu considero o Geraldo Alckmin, meu amigo e meu irmão. Vou ser profundamente leal a ele, enquanto a lealdade for recíproca. Não tem meia gravidez em lealdade: ou ela é inteira ou ela não existe.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, apenas para dialogar com o Deputado Campos Machado que está nos cobrando a presença em plenário no seu projeto de decreto legislativo porque tínhamos 11 Deputados. Ele está parecendo um menino que arruma briga e que acha que tem um irmão maior para defendê-lo, para brigar por ele.

A Bancada do PT se orienta por ela mesma. Então, convido o Deputado Campos Machado a ajudar a aprovar o projeto que vamos protocolar dentro de poucos dias, juntamente com o Deputado Major Olímpio, criando a corregedoria independente de toda segurança pública no Estado de São Paulo. Aí, sim, é algo sério. Aí, podemos votar aqui nesta Casa por unanimidade.

Espero o voto do Deputado Campos Machado. Talvez teria mais sucesso no projeto de decreto legislativo do Deputado Campos Machado, se ele fizesse um projeto e ter o apoio dos 24 Deputados. Nós garantimos os 24 Deputados aqui em plenário para derrubar todos os decretos irregulares que o governador fez durante o seu mandato, nesse e no anterior. Vai ter o apoio dos 24 Deputados.

A Polícia Federal hoje, depois do Governo Lula e do Governo Dilma, é motivo de orgulho do povo brasileiro. É só verificar. Agora, temos a Polícia bem paga, com o salário recuperado, que trabalha e que hoje o povo brasileiro se sente orgulhosa dela. Por quê? Porque foi valorizada, reestruturada. Isso tudo aconteceu não no Governo Fernando Henrique, que V. Exa. apoiou, mas, sim, no Governo Lula e agora no Governo Dilma. Mais, V. Exa. é lutador para ajudar os delegados, a Polícia. Só que V. Exa, faz 20 anos que luta junto com esse Governo do PSDB e parece que não teve êxito. A voz de V. Exa. não tem soado nos ouvidos do PSDB. Está na hora de desanimar. Muda de lado. Comece a lutar com outras forças políticas no Estado de São Paulo porque tenho certeza que a Polícia Civil, a Polícia Militar e a Polícia Científica conseguirão melhores salários, melhores estruturas e melhores condições de trabalho.

 

O SR. CAMPOS MACHADO – PTB – PARA RECLAMAÇÃO – Sr. Presidente, eu sempre entendi que as palavras enquanto proferimos são nossas prisioneiras. Depois que as proferimos, passamos a ser prisioneiras delas.

Eu não entendi o que o Deputado Enio Tatto falou: “Menino grande que ajuda...” Eu preciso da ajuda do Partido dos Trabalhadores?

Vou repetir, onde estavam os 13? Eles que me asseguraram que iriam votar. A verdade é que o PT prega política, Deputado Milton Vieira, de faça o que eu digo e não faça o que eu falo. Essa a política do PT. O Deputado Enio Tatto rompeu uma velha máxima do Oriente Médio quando disse: “Quando não tem o que dizer, cala-te”. Veio aqui e falou tudo aquilo que esperava de um líder do porte do Deputado Enio Tatto. Esperava outras coisas, Sr. Presidente, como uma lição cívica, uma demonstração de amor a esta Casa. Até se esqueceu do meu primeiro mandato que, se não me engano, era o Governador o Sr. Fleury. Até na história ele se equivoca.

Espero que na próxima oportunidade em que o Deputado Enio Tatto, líder da sua Bancada, de 24 Deputados, vier a esta tribuna vai ter o que dizer. Vai falar melhor do que disse hoje porque ele hoje não engrandeceu o seu partido. Hoje, ele não trouxe o orgulho que o seu partido conquistou nas urnas, nas ruas. Hoje, não, Deputado Enio Tatto. Lamento sua posição, mas suas palavras hoje não correspondem à sua história e trajetória de vida que V. Exa. e a sua família sempre escreveram aqui em São Paulo.

 

O SR. MILTON VIEIRA - DEM - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, ouvia o nobre Deputado Campos Machado, meu amigo há tantos anos, pessoa na qual estimo muito, agora há pouco na tribuna do qual não é o primeiro que V. Exa. faz elogios ao seu amigo, ao Governador. Respeitamos muito o governador, mas chega a invejar, Deputado Campos Machado. Acho que a vontade de todos os Deputados desta Casa seria elogiar o Governo, a pessoa do Governador. Não é nada pessoal. Porém, o que vemos é que a maior injustiça é a igualdade. O que vemos nesta Casa é que não dá às vezes para subir nessa tribuna e fazer as referências que V. Exa. faz porque vemos que aqui dentro, de um tempo para cá, parece que há dois pesos e duas medidas.

Há tratamento diferente dentro desta Casa. Tem Deputado dentro desta Casa aqui que não é considerado Deputado. Tem Deputados hoje, aqui, que não se consideram Deputados.

Confesso que voltei para esta Casa e me sinto um aleijado com a mudança de Regimento aqui e porque Deputado não tem prerrogativa nenhuma aqui. Ele está aqui à mercê de figurante.

Às vezes, eu me sinto aqui neste plenário como um figurante. Eu não sou ator do cenário político do Estado de São Paulo. Então, não temos a mesma prerrogativa que V. Exa, talvez tenha para subir aqui, como o senhor bem colocou. Eu considero, defendo enquanto isso for recíproco. Às vezes, não está sendo recíproco com determinados Deputados que se dizem da base aliada e não alienado, como V. Exa. também coloca. Uma coisa é ser aliado e outra coisa é ser alienado. Então, nós somos da base aliada. Eu sou do Partido dos Democratas que voto, digo amém, amém, amém, aqui, eu estou chegando à conclusão de que temos que dizer amém só na igreja e mudar a regra aqui.

Nós tivemos exemplo aqui no passado e isso vai repetir. Eu já alertei o líder do Governo, alertei V. Exa. e alerto esta Casa que vamos ter, em breve, aqui dentro rebeliões incontroláveis, Deputado Campos Machado. Está aí já o que está acontecendo aqui: a invasão para dentro desta Casa do Ministério Público, imprensa, imprensa “a”, “b” ou “c”, denegrindo a imagem de todo mundo como se todo mundo aqui fosse considerado jogado na vala comum. O que não é verdade. Por quê? Porque o Deputado não está se fazendo valer aqui. Então não dá para assomar a esta tribuna para ficar só defendendo o Governo.

Invejo V. Excelência. Gostaria de assomar à tribuna agora e fazer “n” elogios, mas, infelizmente, aqui tem dois pesos e duas medidas. O tratamento aqui é diferenciado.

 

O SR ADRIANO DIOGO - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Deputado Campos Machado, V. Exa., além de um grande advogado, é um orador muito experiente. Eu aplaudi o fim da sua fala porque V. Exa. disse que não tem meia lealdade. Entendi perfeitamente o recado. Mas é evidente que V. Exa é um polemista fantástico e atira no que vê para acertar o que não vê e nos colocou numa situação difícil ao dizer que o PT teve a posição ambígua, quando não teve a sua representação numérica, maciça quando votou o projeto da Corregedoria.

Eu quero falar na primeira pessoa com Vossa Excelência.

Eu não tenho formação em Segurança Pública, posso ter noção de Direitos Humanos, mas hoje acho que Segurança Pública e Direitos Humanos são duas faces da mesma moeda e encarei o desafio da Comissão de Direitos Humanos e da acéfala Comissão de Segurança Pública, uma comissão importantíssima. Fui ver os dois Secretários, o de Segurança Pública e o de Administração Penitenciária e eles o desrespeitaram, principalmente o de Segurança Pública. O Secretário de Segurança Pública tem feito reuniões de comunidade para desmoralizá-lo e desautorizá-lo, tem feito reuniões em Consegs, em delegacias de polícia citando o seu nome particularmente vinculando ao Detran, vinculando a formação do seu partido através da Segurança Pública.

Acho que as divergências são da natureza política. A desmoralização, o achincalhe, baixar o nível da discussão sem o direito do contestatório, sem o direito da pessoa se defender ou apresentar argumentos não leva a nada. Não acredito, embora o Secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária venham do governo anterior, que ele fale sem autorização do poder maior deste Estado. Eu não entendia nada de Corregedoria, me aprofundei no tema e acho que V. Exa. tem toda razão. Não existe ninguém acima do bem e do mal e a Corregedoria é um órgão de Estado e estava muito bem colocada. Ela não pode ficar sendo acionada como a guarda pretoriana. O que fizeram com o senhor na Secretaria de Esportes não se faz com um cachorro. O senhor continua tendo o meu respeito, o nosso respeito, mas não inclua o PT nisso. Vossa Excelência sabe que não temos nada a ver com essa confusão. Nós estamos num outro patamar da discussão política.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, inicialmente quero me dirigir ao nobre Deputado Adriano Diogo.

Há muito tempo aprendi na vida que as pessoas não respeitam o sucesso alheio. Tivesse eu alguma responsabilidade em qualquer desses casos que diz o Secretário eu teria me recolhido. Seria muito mais cômodo. Para quê vou enfrentar um homem poderoso? É mais cômodo eu me esconder à sombra. Deputado Adriano Diogo, sou uma pessoa independente política e financeiramente. Já cheguei a esta Casa com tranquilidade, com os meus tataranetos. Só respondo à minha consciência, só sou vassalo da minha consciência. Para mim, repito, muito mais cômodo seria eu me aproximar do Secretário. Para quê enfrentar o Secretário? Porque ninguém quer fazê-lo. O que o Secretário fez com o Padre Ticão dizendo que teria interesse em nomear seccionais é coisa de bandoleiro, de marginal, de delinquente, que não conhece a história da vida da gente. Está aí o meu imposto de renda. Se tem alguém que não tem nada a esconder sou eu. Dizem que o Secretário colocou 20 pessoas para me inspecionar. Eu faço questão que ele continue. Não se trata de envolver o PT não.

Quanto à Secretaria de Esportes o senhor está equivocado. Se o senhor leu bem a matéria, é um atestado de antecedentes. Que deputado do PT que não apresentou emenda? E aqui não é emenda, mas solicitação. Eu apresentei minha relação de emendas de 2010. Diga-me uma que trate de esporte. Vossa Excelência não leu a matéria como não deve ter lido a matéria da “Veja”.

Quero dizer a V. Exa. que o dia que eu não tiver mais condição moral, nem ética de criticar o PT é sinal de que tenho de voltar para a minha casa e cuidar da minha filhinha. Enquanto eu tiver essa condição, não tenha dúvida V. Exa. de que vou me posicionar contra tudo o que acredito não seja correto dentro do Partido dos Trabalhadores.

Em relação ao Deputado Milton Vieira eu quero dizer que não faço discurso vazio. Para mim lealdade é a cicatriz na alma de um homem, é o carimbo no coração de um homem. Eu não sou desleal, eu não tenho a menor condição de criticar o Governador Geraldo Alckmin. O poeta Papini disse que o homem tem de ser como a Lua, ninguém consegue ver duas Luas. Ou vê a Nova ou a Crescente ou a Minguante ou a Cheia. O homem tem de ser como a Lua: mostrar apenas uma de suas faces. Eu não tenho condição de criticar o Governador da tribuna. O dia que eu fizer isso, será sinal que não sou mais situação.

Tenha certeza Deputado Adriano Diogo eu não tenho dois lados. Tenho um lado só. Nunca se esqueça disso. Pode me acusar de tudo, menos de ter dois lados. Outra coisa: pode me acusar de tudo, mas nunca tive um processo por acusação de improbidade ou corrupção. Nenhum processo. E olhe que sou destemido, tem hora que falo coisa que não deveria falar. Se eu tivesse acusações sem terem sido transitadas em julgado diria que são mentiras. Faço questão de que me processem 50 vezes, mas provem. Querem mais vítima do que o Deputado Barros Munhoz, que teve de trazer de volta toda uma série de processos que não têm nada a ver com a vida dele? Prejudicou a sua saúde, a sua vida. Eu tenho orgulho de dizer que trabalhei pela sua eleição porque é um homem profundamente honesto. Quero afirmar isso aqui nesta noite, Deputado Barros Munhoz. Não lhe devo nada, nem o senhor a mim. Vossa Excelência é um homem profundamente honesto. Mesmo tendo sido submetido a uma cirurgia do coração, o senhor enfrentou a tudo.

Deputado Adriano Diogo, não quero mais brigar com V. Exa., nem discutir.

Deputado Enio Tatto, V. Exa. percebeu por onde andou o Deputado Adriano Diogo. Eu não quero percorrer o mesmo caminho porque não quero ofender quem quer que seja nesta noite, nem nesta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Continua em votação.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha, para encaminhar a votação.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, estimado companheiro e amigo Barros Munhoz, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, em que pese o avançado da hora é extremamente relevante o posicionamento deste Deputado.

O que me motiva a estar nesta tribuna é muito mais o sentimento de justiça do que a condição de vice-Líder do Governo.

É inquestionável que o Governador Geraldo Alckmin tem demonstrado desde o início de sua gestão a vontade política de equacionar e resolver alguns problemas. Já tivemos oportunidade de votar o projeto da Educação, um projeto amplamente discutido onde tivemos oportunidade de acolher algumas emendas positivas para o projeto. Foi sancionado e a categoria reconhecida. Não em tudo, é evidente, mas foi reconhecida.

Depois o Governador no primeiro semestre de sua gestão, querido e estimado professor Bolçone, envia a esta Casa o projeto de reajuste do Paula Souza, quando tivemos oportunidade de colaborar com algumas melhorias no projeto. Aprovamos, o governador sancionou. Houve melhorias? Houve. Resolveu tudo? Não. Em seguida o governador manda um projeto ainda mais abrangente dizendo respeito à Polícia Militar, à Polícia Civil, à Polícia Científica, aos agentes penitenciários de escolta, de vigilância. Era um projeto amplo, com muitos temas que enfrentam dificuldades, mas o governador mandou a esta Casa, onde fez suas reuniões com as categorias e fez o que foi possível do ponto de vista fiscal.

Na sequência, se não me engano, Sr. Presidente, e já deve estar aqui, tendo sido protocolado na sexta-feira, o governador mandou o projeto de reajuste salarial para todos os funcionários da Saúde. Portanto, é inquestionável que há uma vontade política do governador Geraldo Alckmin de ao menos dar uma satisfação aos funcionários, de ao menos fazer um gesto no primeiro ano de seu governo. E vamos ter o segundo, o terceiro, o quarto para avançarmos em outras questões.

Ouvi atentamente os pleitos dos outros companheiros. São emendas justas, emendas que reorganizam a categoria, outras de reajuste. São emendas de mérito que realmente encontram amparo. Mas ninguém mencionou alguns números relevantes. Meu querido e estimado Deputado Campos Machado, disseram aqui que o governador vai dar 27,7% de reajuste no salário de todos os policiais, das categorias que mencionei. Alguns números vão beneficiar 150 mil servidores de ativa, 103 mil aposentados e pensionistas. Destes, 89 mil são policiais militares, 34 mil são policiais civis e 26 mil são policiais penitenciários.

Querido professor Bolçone, isso vai representar na folha um impacto, neste ano, de 700 milhões de reais. No ano que vem um bilhão, trezentos e sessenta milhões de reais.

Alguns avanços nas carreiras também não foram citados nesta tribuna. A extinção da 4ª classe de 14 carreiras de policiais civis, porque vai proporcionar imediatamente uma promoção, o que, conjuntamente, significa um acréscimo salarial. Em números, vai beneficiar 170 delegados e mil policiais civis deste estado.

Ouvi atentamente e acredito que foi o Deputado Carlos Giannazi que disse que o salário inicial da Polícia Civil - que ainda é pouco -, vai iniciar em torno de 5 mil reais. Com a aprovação desse projeto o salário inicial de delegado que era de 5.874 vai passar para 6.920. É o ideal? Acho que não. Precisa mais? Precisa, mas já é uma importante conquista. Está passando de 5.874 para quase 7 mil no primeiro ano de governo. E não só para os delegados. Há uma equiparação. Peritos criminais e médicos legistas também poderão receber essa remuneração. Sem contar alguns benefícios na gratificação de acúmulo de titularidade. Há também benefícios que os agentes penitenciários, da mesma forma do reajuste salarial, receberão. E os pensionistas, também, por uma reivindicação antiga, vão receber a incorporação do ALE, nesse primeiro ano, em 20%.

Portanto, Sr. Presidente, não se pode desprezar esses avanços do projeto. Tanto que as categorias querem que aprovemos o projeto logo. Querem que avancemos, porque o projeto não é um dos melhores do mundo, mas é o que foi possível fazer do ponto de vista fiscal, do ponto de vista político.

Quero destacar, Sr. Presidente, o trabalho desta Casa em colaborar com melhorias no projeto, trabalho de todos os líderes, do líder do governo, que se envolveu diretamente para levar as propostas desta Casa ao governo, no que foi possível buscar o consenso, no que foi possível avançar, e houve avanços. Outras lideranças partidárias, desde a oposição, todos ajudaram. Os deputados da base, todos se esforçaram para melhorar o projeto.

Então, temos um bom projeto. Vamos aprová-lo. É preciso melhorar? É. Temos tempo? Temos. Este é o primeiro ano de gestão e não dá para fazer tudo. O Deputado Campos Machado foi muito feliz. Quem foi prefeito sabe das dificuldades, da responsabilidade fiscal, das gestões fiscais, do Tribunal de Contas etc.

Portanto, Sr. Presidente, encerro louvando a Assembleia Legislativa, o papel de cada deputado permanecendo permanentemente no plenário no sentido de buscarmos, ainda, melhorias no projeto. E entendo que ainda há espaço. Entendo que ainda poderemos colher frutos dessa nossa vontade política, mas precisamos avançar e aprovar esse projeto que é fundamental para a categoria.

Parabéns, Presidente, pela luta, parabéns a este Parlamento que nos orgulha por melhorar a vida dos paulistas e servidores deste estado. Era o que tinha a dizer.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação o projeto, salvo emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação as emendas de 1 a 8, de parecer contrário. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, quero manifestar, com pesar, o que aconteceu com a Polícia. Não concordo absolutamente nada com o vice-líder Camarinha em relação a avanços e declarar meu voto favorável às emendas de 1 a 8 que poderiam trazer alguma dignidade à família policial militar.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Está registrada a manifestação de V.Excelência.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, para declarar voto favorável às emendas apresentadas pela bancada do PT, do PSOL, do PCdoB e do Deputado Major Olimpio e comunicar que, também nesse projeto, a bancada encaminhará voto por escrito.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Está registrada a manifestação de V.Excelência.

 

O SR. ENIO TATTO - PT Sr. Presidente, passo a ler declaração de voto do PT ao PLC 51/11.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores declara seu voto favorável ao Projeto de Lei Complementar nº 51, de 2011, mas não pode deixar de expressar suas restrições à redação final dada ao texto, em decorrência da votação em Plenário, pelas razões que passa a expor.

O PLC 51/2011 prevê um reajuste nos vencimentos dos policiais militares, em duas etapas, a primeira, de 15% sobre o salário base, com vigência a partir de 1º de julho de 2011 e a segunda, de 11%, com vigência a partir de 1º de agosto de 2012. Os policiais militares inativos e os pensionistas também serão beneficiados pelo reajuste dos vencimentos.

O PLC 51/2011 também integra no sistema retribuitório instituído pela Lei Complementar nº 731, de 1993, os policiais militares que não exerceram a opção pelo referido sistema e, em razão disso, estão com os vencimentos defasados.

O projeto recebeu 8 (oito) Emendas e 1 (um) Substitutivo, sendo que 3 (três) Emendas e o Substitutivo são de autoria de Deputados da Bancada do Partido dos Trabalhadores.

Nossas propostas de alteração tinham por objetivo alterar os padrões de vencimentos da carreira, apresentar novos critérios de concessão e novos valores para o Adicional de Local de Exercício e estabelecer novo prazo de vigência – 1º de março, em respeito à data-base já estabelecida em lei.

Com a aprovação do projeto na forma originalmente enviada à apreciação da Assembleia, ainda não se faz justiça aos policiais militares, pois não houve a recuperação total do arrocho salarial a que foram submetidos por longos anos.

Deputado Enio Tatto - Líder da Bancada do PT”

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, quero declarar voto favorável a todas as emendas apresentadas pelo PSOL, pelo PT, pelo PCdoB e demais deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Está registrada a manifestação de V.Exa.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sr. Presidente, para registrar o voto favorável às emendas, pela Bancada do PCdoB.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Está registrada a manifestação do nobre Deputado Pedro Bigardi.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência, antes de encerrá-la, lembra V. Exas. da Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental.

Está encerrada a presente sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 23 horas e 50 minutos.

 

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