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25 DE JUNHO DE 2004

34ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DOS 230 ANOS DE FUNDAÇÃO DA CIDADE DE CAMPINAS

 

Presidência: RENATO SIMÕES

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 25/06/2004 - Sessão 34ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: RENATO SIMÕES

 

COMEMORAÇÃO DOS 230 ANOS DE FUNDAÇÃO DA CIDADE DE CAMPINAS

001 - RENATO SIMÕES

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada pela Presidência efetiva, a pedido do Deputado ora na condução dos trabalhos, com a finalidade de comemorar os 230 anos de fundação da cidade de Campinas. Convida a todos para, de pé, ouvirem a execução do Hino Nacional. Refere-se aos eventos programados para comemorar o aniversário de Campinas no  próximo dia 14 de julho e às inúmeras contribuições ao desenvolvimento do nosso Estado daquele município. Anuncia a execução de número musical.

 

002 - SÔNIA NOVAES MORAES

Advogada, faz exposição sobre os 230 anos de história de Campinas. Fala dos desafios atuais do município.

 

003 - Presidente RENATO SIMÕES

Anuncia a execução de números musicais.

 

004 - CARLOS FRANCISCO SIGNORELLI

Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Campinas, conta as origens da bandeira da cidade e do brasão que ela contém. Expressa seu orgulho por viver em Campinas.

 

005 - LUCIANO ZICA

Deputado Federal, Ouvidor-Geral da Câmara dos Deputados, fala como adotou a cidade de Campinas como morada. Comenta a morte do ex-Prefeito Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, a administração da atual Prefeita e o desenvolvimento alcançado pela cidade.

 

006 - Presidente RENATO SIMÕES

Anuncia a execução de números musicais.

 

007 - ISALENE TIENE

Prefeita Municipal de Campinas, faz exposição dos compromissos de seu governo, assumidos juntamente com Toninho do PT; destaca a aplicação no município do Orçamento Participativo.

 

008 - Presidente RENATO SIMÕES

Faz depoimento sobre a importância da cidade de Campinas no cenário brasileiro. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - RENATO SIMÕES - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - RENATO SIMÕES - PT - Esta Presidência saúda os convidados aqui presentes. Temos a honra de receber a Exma. Sra. Isalene Tiene, Prefeita do Município de Campinas; Exmo. Sr. Luciano Zica, Deputado Federal e Ouvidor-Geral da Câmara dos Deputados; Exmo. Sr. Carlos Francisco Signorelli, Presidente da Câmara Municipal de Campinas; Exma. Sra. Maria José da Cunha, Vereadora da Câmara Municipal de Campinas.

Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado nobre Sidney Beraldo, atendendo solicitação deste Deputado, com a finalidade de homenagear os 230 Anos de Fundação da cidade de Campinas.

Convido todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do Maestro Luiz Ricardo Gomes.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

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O SR. PRESIDENTE - RENATO SIMÕES - PT - Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, na pessoa do Maestro Luiz Ricardo Gomes.

Tenho a honra de anunciar a presença da advogada Sonia Moraes, que também compõe a Mesa como convidada para nos brindar com uma exposição sobre a história de Campinas.

A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou uma série de eventos, com início na noite de hoje, cujo objetivo é homenagear os 230 Anos de Campinas, que serão comemorados com grande festividade no próximo dia 14 de julho. Como esta Casa de Leis entra em recesso a partir do dia 1o de julho, programamos esta Sessão Solene para dar início a essas atividades que serão concluídas no mês de agosto e projetarão a cidade de Campinas para todo o Estado de São Paulo, com o apoio do Parlamento paulista e da TV Assembléia.

Na semana do aniversário de Campinas várias programações especiais da TV Assembléia estão sendo preparadas como entrevistas, documentários, exposições pela TV Assembléia de documentários e cinema de animação produzidos em Campinas. No mês de agosto teremos no Hall Monumental desta Casa um concerto oficial da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas que será transmitido ao vivo para todo o Estado de São Paulo pela TV Assembléia, lembrando os 30 anos dessa importante orquestra sinfônica do nosso País e,encerrando o mês, teremos uma outra Sessão Solene homenageando os 30 anos da Sanasa - Empresa de Saneamento Básico do Município de Campinas.

Para nós, Deputados estaduais da cidade de Campinas, é uma honra projetar para todo estado a importância de Campinas. Não se trata apenas de uma Sessão Solene bairrista, porque Campinas deu inúmeras contribuições ao desenvolvimento do nosso estado e do nosso país. Nós, que ali nascemos, ou que escolhemos Campinas para viver, construímos com aquela cidade uma relação de amor e de expectativa de que a vida naquela cidade seja cada vez melhor e é por isso que quando olhamos para o passado entendemos melhor o presente e podemos projetar o futuro. Ao analisar os erros e os acertos das várias políticas públicas que os governos federal, estadual e municipal produziram ao longo da história de Campinas, podemos dar a exata dimensão deste momento tão rico e tão feliz que Campinas começa a viver e que podemos projetar para o futuro uma cidade cada vez mais humana, uma cidade cada vez mais aberta aos seus filhos e filhas com uma qualidade de vida cada vez maior.

Assim, esta Sessão Solene inaugura esse período de celebração da vida de Campinas nesta Assembléia Legislativa, e uma vez que a sessão está sendo transmitida pela TV Assembléia mostra para todo o Estado de São Paulo uma oportunidade para que todos os paulistas possam homenagear Campinas e possam continuar se beneficiando com os frutos do desenvolvimento da nossa cidade e da nossa região metropolitana.

Ao longo da nossa sessão iremos registrar presenças de pessoas, mas inicialmente queremos destacar uma escola que foi símbolo durante muito tempo e é símbolo da cidade de Campinas e que também foi homenageada recentemente por esta Casa. Na minha adolescência e na minha juventude tive a honra de estudar por oito anos na Escola Estadual Culto à Ciência, que está presente com uma representação de seus alunos, funcionários e professores. Agradecemos muito a presença da Escola Estadual Culto à Ciência, escola que foi fundada e implantada no ano de 1873 e que apesar de todas as políticas educacionais do nosso estado permanece gerando os seus bons frutos para a juventude da nossa cidade e de toda a nossa região.(Palmas).

Também queremos saudar com muita alegria a juventude da Fanfarra Municipal de Campinas que irá se apresentar aqui ao longo da nossa Sessão Solene.É uma fanfarra que foi constituída recentemente dentro de um esforço de levar às escolas públicas do Município de Campinas a oportunidade de essa juventude se constituir como geradora e propagadora de cultura. Por isso saudamos e agradecemos a presença da Fanfarra Municipal de Campinas aqui entre nós.

Convido a todos para que, ouvindo a música “The Tender”, possamos receber o conjunto da Fanfarra Municipal que na noite de hoje será devidamente conduzida pelo regente Henri Roberto Leite. Assim, vamos, então receber oficialmente a Fanfarra Municipal de Campinas nesta Sessão Solene.

 

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- É feita a apresentação da música “The Tender”, pela Fanfarra Municipal de Campinas. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - RENATO SIMÕES - PT - Muito obrigado à Fanfarra Municipal, que completa um ano de vida, depois de um trabalho intenso de organização de fanfarras em várias escolas municipais da nossa cidade e que apresentou aqui, sob regência do maestro Henri Roberto Leite, a música “The Tender”.

Vamos passar agora a uma exposição que solicitamos a uma pessoa muito especial e que acolheu com muita simpatia essa tarefa. Durante muito tempo a história de Campinas foi polemizada e muitos aspectos do desenvolvimento da nossa cidade permanecem ainda em aberto, sendo estudados num processo de criação e recriação da nossa história.

Um dos elementos extremamente importantes para todos nós, que nos motiva nesta noite a convidar a Dra. Sonia Moraes a fazer essa exposição, é que ao longo desses últimos anos, perdemos na cidade de Campinas, por um assassinato ainda chocante para todos nós, o nosso Prefeito Antônio da Costa Santos, eleito com a Prefeita Isalene Tiene, nas últimas eleições municipais.

E o Prefeito Toninho tinha entre uma das suas principais preocupações, o resgate da história de Campinas. Tanto assim que sua tese de doutorado foi justamente uma inovadora obra sobre a história de Campinas. Muitas pessoas colaboraram com esse esforço e a Dra. Sônia Moraes foi uma delas. De modo que ao convidá-la para essa exposição, reconhecemos não apenas a sua importância na construção dessa obra, mas também a sua atuação militante no sentido da construção dessa cidade, sonhada por todos os campineiros e todas as campineiras e que foi tão bem explicitada pelo Prefeito Antônio da Costa Santos.

Convido então, a fazer sua exposição, a Dra. Sônia Novaes Moraes.

 

A SRA. SÔNIA NOVAES MORAES - Srs. Deputados, senhoras e senhores, Srs. secretários, nossos conterrâneos de Campinas e nossos amigos de São Paulo também, Sr. Deputado Federal, Luciano Zica; Sr. Presidente, Deputado Estadual Renato Simões; Presidente da Câmara de Campinas, Vereador Eli, e a nossa querida Prefeita de Campinas, Isalene Tiene, é com muita honra que estou incumbida desse papel de fazer um pouco sobre a cidade de Campinas, porém sem ser historiadora, mas apenas uma cidadã de Campinas, ali nascida e que passou parte dessa história e vivenciou também boa parte dela.

Realmente o nobre Deputado Renato Simões tem razão. Tive também a honra de partilhar com o Prefeito Antônio da Costa Santos, quando da suas pesquisa sobre a história da cidade de Campinas, mais ainda quando se preparou e tão bem para fundamentar os seus planos de urbanista no comando da cidade. E justamente com a Prefeita Isalene Tiene fundamentou a proposta de governo, que hoje ainda se encontra em curso e que tem tido uma evolução importante.

Campinas - 230 anos. Fiz algumas anotações porque é impossível lembrarmos de todos os fatos, ainda que nascida em Campinas, porque a história é bem longa. No próximo dia 14 de julho a cidade de Campinas comemora os seus 230 anos. Tem suas origens, no entanto, vinculadas à própria ocupação territorial agrária do Brasil como um todo, ou seja, através da concessão de terras em regime de sesmarias a partir de 1732, no século XVIII, portanto.

Neste período das descobertas das minas goianas, por volta de 1720, bandeirantes paulistas - e aí está a nossa ligação entre São Paulo e a criação de Campinas - vão em busca de riquezas e tomam a direção das paragens das terras de Campinas em direção aos Goiás. E assim passam a movimentar e freqüentar Campinas em busca de água, em busca de pasto para suas tropas, em busca de alimentos. Campinas já era um primeiro centro de abastecimento; hoje ainda é, o quarto maior centro de abastecimento do Estado de São Paulo. E começa sua vocação de cidade acolhedora, de cidade de repouso aos viajantes, na continuidade na direção de seus destinos.

Assim, cronologicamente poderíamos dizer que, em 1722, ela começa como um pouso nesse caminho dos goiases. A partir de 1745 fica caracterizada já a existência de um bairro rural, formado por pequenas propriedades rurais e pelas sesmarias já concedidas na região. Passa a ser então esse bairro rural do Mato Grosso das Campinas de Jundiaí. É bom lembrar que Campinas dependia administrativa e juridicamente para a solução das suas pendências da cidade de Jundiaí, onde também exerciam seus deveres religiosos.

Em 1774, através de um ato administrativo de Dom Luiz Antônio de Souza Botelho de Mourão Morgado de Mateus, que através do Marquês de Pombal restaura a Capitania de São Paulo, sendo nomeado em 1766 como Governador de São Paulo, fica determinado ao sesmeiro Barreto Leme, primeiro colonizador do bairro e líder local, a fundação da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas de Mato Grosso de Jundiaí. Isso foi em maio de 1774. É, no entanto, a primeira missa celebrada em 14 de julho de 1774. Essa é a data da celebração. Hoje, portanto, a comemoração neste ano dos seus 230 anos.

Não foi só esse ato administrativo que fundou a cidade que a tese do Prefeito Antônio da Costa Santos nos trouxe de novidade na história de Campinas. Mas nas suas pesquisas ele foi mais a fundo das origens do Morgado de Mateus. Morgado de Mateus, então Governador de São Paulo, vinha de um governo influenciado pelo Marquês de Pombal e Marquês de Pombal via no planejamento das cidades, no planejamento das ocupações territoriais, a forma mais adequada de ocupar os espaços territoriais deste Brasil colonial.

Foi dentro dessa geopolítica do Marquês de Pombal, aqui capitaneada pelo Morgado de Mateus, que Campinas foi uma das várias cidades fundadas desde o Paraná até Mato Grosso. Ela fez parte dessa ocupação planejada do Cone Sul do Brasil. Acho que ele já tinha aquela visão de que esse Cone Sul poderia se transformar também no hoje Mercosul. Acho que esta é uma importante notícia que o prefeito descobre nas origens do planejamento da ocupação de Campinas.

A partir de então, Campinas passa, em 1797, à condição de vila, com o nome de Vila de São Carlos, Passa a ser alvo também de uma política de incentivo à agricultura, já que a mineração estava em decadência. Em Campinas, portanto, começa a ser incentivada a agricultura da cana-de-açúcar e os pequenos engenhos são criados.

Vários moradores de outras localidades do Estado vêm a Campinas ocupar terras e sesmarias abandonadas e passam a produzir a cana como principal atividade. Nessa ocasião Campinas passa também a ter um contato com o exterior, pois o preço da cana estava bastante elevado e a economia canavieira passa a ser uma alavanca para esse sucesso do município.

A partir de 1842 é criada a cidade com a denominação de Campinas. Do açúcar, passa-se ao cultivo do café, é o início da cultura cafeeira do município. O sucesso dessa economia cafeeira faz com que a cidade se torne candidata até a sediar a Capital do Estado, mas a epidemia de febre amarela, entre 1889 e 1897, impede tal pretensão. Na continuidade do seu desenvolvimento e fruto da acumulação agrária da burguesia cafeeira paulista, de 1897 a 1930 vem o despontar da cidade industrial.

Vale lembrar que a cidade de Campinas, ainda agrária, recebe a implantação, desde 1865, dos trilhos da Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais, inaugurada em 1872, ligando Campinas a Jundiaí e lá em Campinas encontrando a São Paulo Railway, que coloca a cidade em conexão com o Porto de Santos, com o exterior, portanto. Também a Companhia Mogiana, a partir de 1875, estabelecia a conexão de Campinas com o Interior do Estado. Lá sempre se dizia que o campineiro tinha um ar não muito provinciano, porque ele punha uma placa na Estação Ferroviária dizendo: “Trens para o Interior”, como se Campinas não fizesse parte desse interior.

Assim, Campinas assumia a função de um pólo regional atraindo consumidores do Interior e mesmo da Capital. O caminho do desenvolvimento da Campinas rural para Campinas urbana industrial e para Campinas da alta tecnologia foi, no entanto, eivado de contradições e disparidades sociais. Esta cidade que hoje dá seu nome a uma das mais importantes regiões metropolitanas do País, seguindo sua vocação de importante entreposto comercial e de serviços, além desse já citado pólo de alta tecnologia, sedia também, como também sediou as ferrovias, o aeroporto de Viracopos, hoje em grande expansão para ser o maior aeroporto de cargas do país.

Com essa origem - passando rapidamente, para não cansar todos os que estão nos ouvindo -, e com o seu crescimento vertiginoso, que chega a passar de um milhão de habitantes, o desenvolvimento sustentável da cidade de Campinas depende hoje de uma pauta de princípios para a sua administração, fundada na gestão democrática e participativa, nos princípios da função social da propriedade urbana e rural. Depende também dos princípios da preservação de seu patrimônio ambiental e cultural.

Importante ressaltar que a cidade ainda possui 51% de seu território rural, e este pode ser visto como um grande trunfo e importante potencial ao desenvolvimento sustentável de preservação ao meio ambiente e aos recursos hídricos do território da cidade. Hoje é fato que cidade alguma, região alguma ou país algum do planeta pode prescindir de uma pauta de desenvolvimento qualitativo, ambiental e includente nas questões sociais para atingir o seu ideal.

Como dizia o Prefeito e urbanista, Antonio da Costa Santos, em sua tese, que o Renato bem mencionou, cabe a nós o enfrentamento da crise contemporânea da cidade, pela qual Campinas está passando. E, para superação desta crise, será necessário um arco de alianças e forças sociais composto basicamente por camadas médias da sociedade, por ambientalistas e preservacionistas, por amplas parcelas da classe trabalhadora e por representantes de frações do capital produtivo.

Estes acima, aliados à gestão participativa do estado, poderão dar um rumo de desenvolvimento sustentável e includente ao município, e será o instrumento e a ferramenta de transformação e realinhamento desta cidade herdada. Campinas tem jeito. Nós acreditamos nela.

É com esta mensagem que também gostaria de mencionar e terminar esta fala, lembrando também do nosso maestro Carlos Gomes. E lembrando de Carlos Gomes, homenagear todos aqueles campineiros que passaram por esta história, e que ainda irão passar. É assim que termino esta breve história da nossa cidade. Obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RENATO SIMÕES - PT - Muito obrigado à Dra. Sonia Novaes Moraes por esta visão panorâmica tão profunda e ao mesmo tempo envolvente que nos preparou. A menção, ao final da sua fala, a Carlos Gomes, me faz convidar, para que possamos homenageá-lo e homenagear a cidade de Campinas, com a sua música, uma pessoa que também representa um patrimônio importante da nossa cidade, que é a Associação Brasileira de Artistas Líricos, que dá continuidade à música de concerto e à música de ópera, que marcou Carlos Gomes como uma referência nacional e internacional.

Convido uma das estrelas da Abal, Vicente Monteiro, para que nos apresente a modinha “Quem sabe?”, uma das mais conhecidas de Carlos Gomes, que será apresentada agora.

 

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-         É feita a apresentação musical. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - RENATO SIMÕES - PT - Vamos explorar um pouquinho mais o Vicente, que também nos preparou, em homenagem a Campinas, a Ave Maria, de Vicente Paiva. Pedimos, então, a todos que acompanhem esta nova exibição do nosso Vicente Monteiro.

 

O SR. VICENTE MONTEIRO - Nossa Senhora da Conceição é nossa padroeira.

 

 

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-         É feita a apresentação musical. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - RENATO SIMÕES - PT - Muito obrigado ao Sr. Vicente Monteiro.

Quero registrar e agradecer aqui também a presença do Dr. Ricardo Schumann, Presidente da Sanasa de Campinas que muito nos ajudou também na organização desta Sessão Solene, e que será homenageado devidamente nos 30 anos da Sanasa em agosto.

Quero registrar e agradecer a presença da nossa amiga Zilda Santesco, que representa aqui a Coordenadoria do Orçamento Participativo de Campinas; também a Sra. Neiva dos Santos Toledo, que nos propiciou toda a organização para a vinda da fanfarra municipal, representante da Secretaria da Educação do Município de Campinas. Muito obrigado a todos e a todas aqui mencionados.

Queremos convidar para que faça uso da palavra agora o Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Campinas, Vereador Carlos Francisco Signorelli.

 

O SR. CARLOS FRANCISCO SIGNORELLI - Gostaria de cumprimentar a todos e a todas. Neste evento em que ouvimos a História de Campinas pela Sônia, queria acrescentar alguma coisinha. Mas estes que têm acima de 40 podem tapar os ouvidos que quero falar com os que têm menos.

Em primeiro lugar, quero dizer que estou emocionado com a meninada de azul lá de trás. Não sabia que tocavam bem. Estou encantado. Honestamente, o que vou dizer tem a ver com a emoção que senti quando vi essa meninada de azul e branco tocar tão bem.

Queria contar a história da nossa bandeira, cujo brasão tem várias coisas. Tem um galho de cana-de-açúcar, um galho de café. Mas o importante é uma ave. Que ave é? Uma fênix. Fênix é uma ave da mitologia grega que renasce das cinzas. Não adianta matá-la. Ela se queima, depois renasce e voa novamente. É uma coisa fantástica.

Uma fênix na bandeira de Campinas por quê? Veio depois de um acontecimento de 1889, a febre amarela. Foi uma coisa terrível. Todos os livros que contam esse momento entre fevereiro e abril de 1889 contam que a nossa cidade morreu. De 20 mil habitantes, ficou restrita a algo em torno de cinco mil e três mil habitantes. Era uma coisa terrível. As pessoas morriam dentro das casas, não tinha ninguém para cuidar. Às vezes, quando tinha uma última morrendo, colocavam um aviso na porta para depois levarem os corpos às valas comuns. Não havia remédio. À noite colocavam tonéis de algum combustível para soltar cheiro e substituir o cheiro dos cadáveres.

Essa foi a nossa cidade de Campinas entre fevereiro e abril de 1889. Ela morreu. Era uma cidade maior ou igual a São Paulo e morreu. Mas é tão pujante, tão gigante, tão amada por todos aqueles que nela vivem que não adiantou a febre amarela. Ela cresceu novamente. Morremos em 1889 e renascemos com uma pujança muito maior. Foi a partir daí que colocaram essa fênix na nossa bandeira, para dizer que não adianta tentar acabar com a nossa Campinas, ela renasce o tempo todo.

Provavelmente, ao longo de alguns tempos, não muito atrás de nós, tentaram matar Campinas. Ela está renascendo cada vez mais dessas cinzas que nos legaram. Campinas está a cada dia com uma auto-estima cada vez maior. E a minha auto-estima também, ao ver esse grupo de azul e branco tocar maravilhosamente bem. Isso é símbolo de que a nossa cidade está ampliando cada vez mais a sua auto-estima. É para isso que estamos aqui, para dizer que amamos a nossa cidade, que queremos essa cidade olhando cada vez mais para si mesma e admirando-se, olhando para si mesma, gostando dela, dizendo que seremos cada vez melhor, uma sociedade mais justa, mais humana. É isso que queremos construir, sabemos que podemos e os sinais dessa nova construção estão presentes.

Por isso queria agradecer ao nobre Deputado Renato Simões por esta oportunidade de falar isso. Falo com o coração. Agradeço a todos os senhores e senhoras e incentivo esses meninos e meninas. Que façamos com que vocês entendam que o amor que temos por essa cidade, o orgulho que temos por ter nascido nessa cidade e de nela viver - e tenho orgulho maior por ser Presidente da Câmara Municipal de Campinas - quero passar esse orgulho para todos os senhores e senhoras, mas quero chamá-los para uma responsabilidade: temos de continuar construindo Campinas a partir dos nossos sonhos e aspirações. Construir Campinas a nossa imagem e semelhança. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RENATO SIMÕES - PT - Obrigado ao Vereador Carlos Signorelli pelas suas palavras.

Quero registrar que, depois de percorrer um longo caminho, chegou também um grupo de pessoas importantes desta nossa cidade, que é o grupo da região da Vila Boa Vista, que fez parte de um dos momentos dramáticos da nossa cidade. Ao longo dos anos 90, nós vivemos um crescimento muito grande da violência e da criminalidade em toda a região. O símbolo maior deste momento foi, com certeza, aquele do dia 10 de setembro de 2001, quando o Prefeito Antônio da Costa Santos foi assassinado: o próprio prefeito da cidade foi atingido por essa espiral de violência.

O grupo que chegou da Vila Boa Vista, depois de toda essa passagem pela cidade de São Paulo, é composto por pessoas que foram vítimas dessa violência: familiares de jovens que foram assassinados num bairro importante da nossa cidade, mas como o Vereador Signorelli registrou, fazem parte desse grande movimento de renovação da nossa cidade. As vítimas da violência estão hoje organizadas, e lutam para que a violência não mais se abata sobre a cidade de Campinas. Sejam bem-vindos, muito obrigado pela presença de vocês. (Palmas.)

Convido agora para fazer o uso da palavra Exmo. Sr. Deputado Federal, Luciano Zica, Ouvidor-Geral da Câmara dos Deputados, que muito nos honra com a sua presença nesta Sessão Solene.

 

O SR. LUCIANO ZICA - Boa noite a todos os presentes; boa noite, Sr. Presidente, Deputado Renato Simões; Presidente da Câmara, Vereador Carlos Signorelli; nossa querida professora, Dra. Sônia Moraes; nossa querida Prefeita Isalene.

Quero, neste momento emocionante e particularmente gratificante da minha vida, deixar aqui o meu agradecimento pelo brinde que o Vicente nos deu, com uma demonstração e interpretação de hinos que identificam a tradição da nossa cidade com uma força e uma energia muito especiais.

A nossa Vereadora Maria José, e a todos vocês, campineiros ou não, ou como eu que, diferentemente da nossa professora, Dra. Sônia Moraes, do próprio companheiro Deputado Renato Simões, do Vereador Carlos Signorelli e do Vicente, não tive a oportunidade de nascer em Campinas. Esta é uma das mesas composta com maior número de campineiros que eu já vi.

Nasci numa pequena cidade do interior de Minas Gerais, e vim morar em São Paulo pelas razões que a maioria de nós teve de sair das cidades onde nascemos. Fui morar no ABC, em São Caetano do Sul, e acabei tendo o privilégio de passar num concurso para trabalhar na Refinaria de Paulínia. No dia 6 de setembro de 1971, comecei a trabalhar na refinaria e escolhi Campinas para morar. Muitos colegas foram morar em Americana, em Cosmópolis, em Paulínia e em várias outras cidades. Escolhi Campinas por uma identidade que senti desde a primeira vez que fui à cidade, de trem, para fazer inscrição no concurso da Petrobrás. Naquela época eu pegava trem na Estação da Luz, e descia na Estação Ferroviária de Campinas para ir até Botafogo, próximo de onde é hoje a Rodoviária de Campinas - espero que por pouco tempo -, perto da casa de Renato Simões, onde fiz a inscrição do concurso.

Nas vezes seguintes, que fui para fazer outros exames antes do dia 6 de setembro, quando me mudei para Campinas, vinha de ônibus da Cometa, e não existia rodoviária em Campinas. O ônibus parava no Largo do Rosário, na Avenida Campos Salles, quase esquina com a Glicério. E eu andava pelo centro de Campinas me imaginando um jovem, com 19 anos de idade, saído de uma cidade que até hoje tem 2.500 habitantes, e morando numa cidade aconchegante como aquela. Era uma cidade ainda com trezentos e poucos mil habitantes, e resolvi que definitivamente me mudaria para Campinas.

Fui morar numa pensão, ao lado do Mercado Municipal, na Rua Marechal Deodoro, e perto do Culto à Ciência, embora não tenha podido estudar lá. Pude, com a convivência na Petrobrás, na luta de construção do Sindicato dos Petroleiros, depois nas lutas que tivemos de construção do enfrentamento da ditadura militar, na busca da anistia e em tantas lutas que a nossa geração pôde viver, ter o privilégio de acompanhar o crescimento de Campinas.

E vi com muito orgulho a nossa cidade crescer. Veio o desenvolvimento industrial, vieram as grandes empresas que se instalaram; muitas vezes elas usufruíram privilégios da nossa cidade, e foram embora. E deixaram lá, para nós, muitas vezes, muitos desempregados, com impacto social e impacto ambiental da sua presença.

Mas tivemos o privilégio de ver esta cidade crescer, contribuindo para a construção da democracia no Brasil, consolidando-se como um dos principais pólos de alta tecnologia da América Latina e, com certeza, um dos mais importantes do mundo, com uma cidade universitária extraordinária, mas como uma cidade que tem uma característica extraordinária.

Por isso fiz questão de mencionar, quando tenho a honra de participar de uma sessão como esta, Deputado Renato Simões, que é uma cidade que acolheu brasileiros de todos os lugares. E hoje agrega, dentro dessa tarefa de construção de uma cidade mais humana, a energia de paranaenses, de mineiros, de nordestinos e de paulistas do Interior do nosso Estado, que foram trazidos pela migração no momento do êxodo rural, no momento do milagre econômico e muitos de nós construíram suas vidas no meio desse burburinho que a nossa cidade viveu ao longo das últimas três décadas, principalmente.

Assistimos a esse crescimento, mas vivemos alguns momentos de desesperança. Chegamos, ante a mudança no perfil do desenvolvimento e a irresponsabilidade de gestores públicos, a perder a esperança em alguns momentos. Algumas pessoas chegaram a acreditar que a nossa cidade, Campinas, construída com esse carinho e a energia de tanta gente, tivesse perdido a perspectiva de ser uma cidade humana, como nós todos desejamos.

Tivemos inúmeras dificuldades. Uma cidade que ao longo de seus 230 anos consolidou uma imagem internacional, de alta tecnologia, mas que abandonou muitas vezes as pessoas mais pobres, que teve abandonado pelos seus governantes muitas vezes o saneamento básico. Está aqui o nosso Presidente da Sanasa, Ricardo Schumann, que tem o privilégio de estar à frente da tarefa de recuperar para Campinas esse viés fundamental para a construção de uma cidade mais humana.

No dia 14 de julho, com a presença do Presidente Lula, será inaugurada uma estação de tratamento de esgoto, que atenderá 200 mil moradores. Mas não pára por aí. Será atingida neste ano a meta de 75% de esgoto tratado.

Ao longo dessa história, querida Sônia, nós assistimos a momentos como o assassinato do nosso Prefeito Toninho. Muita gente acreditou que no assassinato do Prefeito Toninho, teríamos o assassinato da possibilidade de transformar a nossa cidade, de acordo com o projeto que Toninho e a Isalene lideraram nas eleições de 2000.

Mas, apesar da tristeza, da violência que caiu sobre a cidade, juntamos energia e fizemos ressurgir das cinzas, como a fênix, a esperança e a responsabilidade de garantir o compromisso com aquele programa. Prefeita Isalene, que acredito mereça de todos nós uma grande homenagem neste momento, conduziu de forma heróica a tarefa de garantir a continuidade dessa construção, da Campinas em que merecemos morar e queremos deixar para nossos filhos e netos.

A Campinas onde nasceram meus filhos, onde estão nascendo os meus netos, é uma Campinas que passa a ter uma nova esperança a partir do Governo Toninho e Isalene. Passa a retomar algo que eu vi no brilho dos olhos de muita gente, principalmente quando Vicente interpretava os dois hinos: a auto-estima e a esperança no futuro.

Vendo o trabalho da Professora Neiva com a nossa Fanfarra, que eu tive o privilégio de ver na formatura do Letra Viva, na Praça Carlos Gomes, não tenho a menor dúvida de que dessa energia plantada nesses últimos quatro anos em Campinas nós temos condições de fazer brotar a Campinas que nós todos merecemos.

Por isso, Deputado Renato Simões, quero lhe agradecer pelo convite e dizer que ao homenagearmos hoje os 230 anos da cidade de Campinas, com certeza consolidamos a retomada da esperança numa cidade mais humana e que nestes 230 anos este presente que V. Exa. nos dá hoje, realizando esta sessão solene, é um presente para a nossa prefeita, que entregará a Campinas, neste ano, 230 presentes, que serão marcos da construção de uma cidade de seres humanos felizes.

Parabéns, Deputado Renato! Parabéns, Prefeita Isalene! Parabéns Campinas! Parabéns a todos vocês que vieram nesta sexta-feira prestar homenagem à nossa querida cidade de Campinas! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RENATO SIMÕES - PT - Vamos, então, depois de tanta propaganda da nossa Fanfarra Municipal, convidar o nosso Maestro a nos apresentar também duas outras músicas, marcando aqui a sua presença na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

Agora, é a vez da Fanfarra Municipal de Campinas.

 

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- É feita a apresentação musical. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - RENATO SIMÕES - PT - Muito obrigado à Fanfarra Municipal de Campinas, que executou “Love me tender” e “When I fall in love”. Muito obrigado. Teremos uma “canja” final no encerramento da sessão, após a última apresentação da Fanfarra.

Ouviremos agora a palavra da nossa Prefeita Municipal de Campinas, Professora Isalene Tiene.

 

A SRA. ISALENE TIENE - Boa-noite, senhoras, senhores, jovens que estão uniformizados, e que hoje representam Campinas, com a música, aqui, nesta Assembléia Legislativa. Quero agradecer a todos os presentes e, especialmente, ao nobre Deputado Renato Simões, pela iniciativa de homenagear Campinas nesta Casa do Povo, nesta Casa que estamos conquistando cada vez mais, como estamos conquistando Campinas.

Quero cumprimentar o Deputado Luciano Zica, o Presidente da Câmara Municipal de Campinas, Francisco Signhorelli, e a Vereadora Maria José. Agradecer ao Vicente, agradecer a Sônia Morais, que nos apresentou e fez uma retrospectiva da história aqui de Campinas, e agradecer a cada um, já que esta é uma noite muito especial, uma noite em que estamos homenageando Campinas, cidade que precisa e vai se tornar de toda a gente.

Historicamente, Campinas não é uma única Campinas, mas uma Campinas que tem, na exclusão social, na divisão de classes, uma marca e uma dívida social. Mas hoje estamos reconquistando 230 anos de Campinas. E o slogan é “Uma Campinas de toda a gente.” Que toda a gente seja então protagonista dessa Campinas que, se acolheu na sua história, ela acolheu a todos e precisa cuidar de quem acolheu.

Nossa administração democrática e popular está trabalhando com esse acolhimento, para que todos sejam acolhidos. O que tivemos no início de nossa administração foi uma exclusão bárbara do nosso Prefeito Antônio da Costa Santos. Isso nos provocou a assumir uma reação de responsabilidade de todos. O crime não pode deixar mais marcas na nossa cidade.

Por isso, este governo tem feito muito, tem feito mais para que a qualidade de vida e o resgate de vida seja para toda a gente. Esse programa que estamos desenvolvendo neste governo foi um compromisso assumido. Toninho e eu assumimos esse compromisso com o Partido dos Trabalhadores, apoiados depois com os partidos que também aceitaram nossa proposta de trabalho e vieram nos acompanhar nessa empreitada - o PCdoB, o PV, o PPS.

Estamos administrando essa cidade, resgatando vida em cada canto de seu território, em cada bairro. Resgatamos vida na área rural, daqueles produtores e trabalhadores que já estavam fora, que nem mais eram contados como população de Campinas. Foi muito importante esse resgate da população rural, esse resgate da produção agrícola, principalmente da produção de frutas de exportação.

Como vimos nessa retrospectiva histórica, Campinas passou por muitos ciclos de desenvolvimento. Nas últimas três décadas, Campinas acolheu muita gente de todos os Estados e de outros países. Mas em nossa cidade tivemos também uma falha, um desmando de governos que sempre saíram da elite e que sempre governaram só para ela. É a primeira vez que há um governo comprometido com toda a população de Campinas. Estamos governando para todos e todas que moram e vivem em Campinas. Esse resgate que estamos promovendo é o que está incomodando e gerando uma disputa que afinal venceremos.

Nesta homenagem a Campinas, aqui está o povo de norte, sul, leste e oeste da cidade. Há a população que mora na Boa Vista, no Campo Grande, no Ouro Verde, no Campo Belo, no Cura d’Ars, no São Vicente. Estamos espalhados por Campinas inteira. Quero dizer a todos vocês que estão aqui que Campinas precisa continuar sendo administrada por vocês, porque o orçamento participativo não foi só para controlar o dinheiro público, mas também para criar relações entre todas as pessoas de Campinas. E são essas relações que estão transformando nossa cidade, garantindo melhor qualidade de vida. Estamos vencendo a criminalidade com a solidariedade das pessoas que estão se encontrando, dispostas a governar Campinas com sua participação.

Portanto, é com muita alegria e orgulho que relato para vocês o dia de homenagem a Campinas hoje. Tivemos de manhã uma visita do vice-cônsul do Chile para representar como os outros países estão hoje se voltando mais para nossa cidade. Quando saio para representar Campinas, constato que essa é uma cidade que atrai, com um potencial de desenvolvimento, mas um desenvolvimento com igualdade.

Fomos receber as emendas parlamentares que nosso Deputado Luciano Zica apresentou no Congresso: um milhão e 400 mil, que vamos aplicar na regularização fundiária, no restauro e recuperação do Piçarrão, cujo estado atual tem causado enchentes, numa praça pública na Vila Esperança. Vamos regularizar o Dique Seis, que está totalmente irregular. Esse foi um grande presente.

Depois, tivemos, juntamente com os superintendentes do Banco do Brasil, a entrega de cinco agências, de uma vez. Essas agências foram para os bairros Ouro Verde, Jardim Londres, Aparecidinha, São Quirino e Castelo. Agências que descentralizaram. A fala daqueles que vieram para inaugurar cinco agências de uma vez é: “acreditamos em Campinas; Campinas tem futuro; Campinas precisa garantir mais igualdade.”  O Banco do Brasil tem na sua proposta política uma resposta ao Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por isso que hoje ele tem um investimento para o microcrédito, para a agricultura familiar, e é isso que precisamos puxar.

Depois, tivemos o Ministro da Agricultura e fomos comemorar, na nova sede da Embrapa, que é um instituto de pesquisa que deve estar a serviço de todas as pessoas. Fomos lá para falar e garantir isso. Fomos comemorar, também, no Instituto Agronômico, que comemora 117 anos, a história da agricultura e a garantia de que em Campinas todos devem e precisam voltar-se para o mesmo ideal.

Estamos terminando esse dia, comemorando, nesta Assembléia Legislativa, nesta Casa do Povo, onde temos Deputados que estão, cada vez mais, levando e conquistando a participação para Campinas. Dez10 ou anos atrás15 anos, quinze anos atrás, ninguém ainda tinha entrado nesta Assembléia. Não havia Deputados trabalhadores, assim como não havia em Campinas prefeitas, não havia mulher que estivesse à frente de um Governo e, muito menos, mulher pobre, mulher negra; muito menos, o povo trabalhador que está hoje dando a direção para Campinas.

PÉ opor isso que Campinas tem futuro:; porque temos esperança e temos participação neste governo democrático e popular. Parabéns a todos nós! Acolho estsa homenagem de Campinas, com todos vocês, para que todos tenhamos vida, sejamos felizes e tenhamos muitos e muitos anos pela frente, em que todas as pessoas possam dar continuidade a essa parte da história que estamos construindo hoje. Boa noite! Obrigada, Deputado Renato Simões! (Palmas.)

 

O Sr. Presidente -- Renato Simões -- PT -- muito obrigado à nossa companheira, Prefeita Isalene Tiene, com quem temos a honra de conviver já há muitos e muitos anos, sabendo da sua disposição, da sua coragem e da sua energia para enfrentar os grandes dilemas de Campinas. Estamos chegando ao final desta Sessão Solene. Acredito que foi este um pequeno presente, desses 230 reclamados pela Prefeita da sociedade civil, para ser a contrapartida dos 230 presentes que o poder público vem oferecendo a Campinas neste ano.

É evidente que todos que amamos Campinas, que queremos o melhor para ela, torcemos para que esse projeto seja implantado, finque raízes, reproduza-se, fortaleça-se e indique rumos novos, não só para a nossa cidade, mas também para o Estado de São Paulo e para o Brasil.

Acreditamos que Campinas tem, realmente, um papel a cumprir neste desenvolvimento nacional que esperamos seja a marca do Governo do Presidente Lula. Uma região metropolitana sempre é a mais sensível das regiões no que diz respeito ao desenvolvimento econômico. Para o bem ou para o mal, os efeitos das grandes mudanças econômicas do nosso país passam e se fazem sentir de forma mais evidente nas grandes cidades e nos grandes centros metropolitanos.

Da mesma forma que Campinas foi vista, por muitas pessoas, como um símbolo da crise do nosso país, nesses doze12 anos de hegemonia neoliberal que marcaram profundamente os rumos da nossa nação, Campinas também será vista como um símbolo, como um sinal da retomada do nosso país, da retomada de uma vida melhor para todos os brasileiros.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, esta Presidência agradece às autoridades, aos funcionários desta Casa, aos funcionários do nosso gabinete, à TV Assembléia e à sua direção, que viabilizaram a transmissão deste evento e de outros relativos aos 230 anos até o mês de agosto. Agradece, também, a todos aqueles que trabalharam duro ao longo do dia e vieram para a nossa Capital, hoje à noite, homenagear Campinas.

Convido todos para que ouçam, no encerramento dos nossos trabalhos, a apresentação da Fanfarra municipal, que encerrará a sua presença entre nós, com a música “Do you wanna dance?”

Muito obrigado a todos! Está encerrada a sessão. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 50 minutos.

 

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O SR. (?)

... há 68 anos. Temos várias atividades. Há um programa, que é o que mais sensibiliza não só a coletividade politécnica, como toda a coletividade, em geral: o nosso programa de bolsa de estudos. Fazemos uma pesquisa, uma entrevista anuais e verificamos quais os alunos que têm dificuldades financeiras. Para esses alunos, distribuímos um salário-mínimo mensal. Hoje, temos 106 bolsistas recebendo essa graça. Conseguimos manter essa bolsa de estudos não somente com a contribuição dos engenheiros politécnicos, como também com a colaboração de empresas de engenharia, dirigidas por politécnicos. Quero lembrar o Del Nero, com sua firma, em Figueiredo Ferraz, que contribui com essa nossa bolsa. Espero, com isso, que eu consiga aumentar a cota dele.

Sempre procedemos a reuniões e homenagens. Fazemos sempre um jantar, para o qual convidamos todos os membros da família politécnica e onde são homenageados, em especial, aqueles que completam 50 anos de formados, 25 anos de formados e 10 anos de formados. Neste anos, faremos este jantar no dia 30 de outubro e um dos homenageados, com 25 anos de formado, é o Presidente da Mesa, Deputado Jardim.

Temos, também, uma homenagem anual ao professor do ano. Pedimos à diretoria de escola que nos envie uma lista tríplice de professores. Depois, nossa diretoria se reúne e escolhe. Neste ano, será homenageado o professor Valter Borzane, de química, formado em 1947. Essa homenagem está marcada na Escola Politécnica para o dia 10 de novembro. Outra reunião que fazemos é uma em que sempre convidamos os alunos recentemente formados, que se graduaram no ano anterior, para que eles saibam da existência da Escola Politécnica, assim que se formam. Ultimamente, temos tido um grande apoio da diretoria da Escola Politécnica, que sempre nas aulas magnas, ou seja, na primeira aula que o “bicho” recebe, temos o direito de alguns minutos para falar para que eles já saibam da existência da nossa associação, para que não aconteça o que, lamentavelmente, aconteceu comigo. Só depois de muitos anos de formado é que fiquei sabendo da existência dessa associação bendita, que eu presido hoje.

Também temos a intenção de valorizar a qualidade de vida e, para isso, organizamos brincadeiras e competições de, por exemplo, futebol, xadrez, rúgbi, realizadas no acampamento dos engenheiros que o Instituto de Engenharia, graciosamente e gentilmente, sempre nos oferece. Inclusive, com a participação entusiasta feminina. Não neste ano, em que houve um temporal terrível, quase ninguém apareceu, mas no ano passado as moças foram e montaram um time de futebol. Faltavam elementos para completar os onze jogadores e me convidaram para jogar no time das moças. Joguei e marquei um gol de pênalti. Jogamos também golfe, organizado pelo colega (Sokano ?). Promovemos também viagens e visitas técnicas para expansão e conhecimento pessoal e técnico dos nossos colegas.

No ano passado, organizamos um projeto inédito, a (EP Polivapcom?), com o patrocínio de mais uma empresa dirigida por politécnicos. Conseguimos realizar esse projeto mapcon, que é pioneiro no seio universitário. Através de entrevistas e questionários, descobrimos o potencial de cada aluno, as suas qualidades interiores, dando a ele uma chance de melhorar a gestão da sua carreira. Também cria vantagens para a própria