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28 DE JUNHO DE 2012

036ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidente: BARROS MUNHOZ

 

RESUMO

ORDEM DO DIA

001 - Presidente BARROS MUNHOZ

Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 65/12.

 

002 - MARCOS MARTINS

Discute o PL 65/12.

 

003 - Presidente BARROS MUNHOZ

Encerra a discussão e coloca em votação o PL 65/12, salvo emendas.

 

004 - ENIO TATTO

Encaminha a votação do PL 65/12, salvo emendas, pela Liderança da Minoria.

 

005 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Encaminha a votação do PL 65/12, salvo emendas, pelo PT.

 

006 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovado o PL 65/12, salvo emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas as emendas de nºs 1 a 16.

 

007 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Declara o voto favorável às emendas, em nome do PT.

 

008 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação. Coloca em discussão o PL 290/12.

 

009 - OLÍMPIO GOMES

Discute o PL 290/12.

 

010 - Presidente BARROS MUNHOZ

Encerra a discussão do PL 290/12. Coloca em votação e declara aprovado requerimento, do Deputado Samuel Moreira, de método de votação ao PL 290/12. Coloca em votação o PL 290/12, salvo emendas e subemendas.

 

011 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Encaminha a votação do PL 290/12, salvo emendas e subemendas, em nome do PT.

 

012 - REGINA GONÇALVES

Encaminha a votação do PL 290/12, salvo emendas e subemendas, pelo PV.

 

013 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovado o PL 290/12, salvo emendas e subemendas.

 

014 - ENIO TATTO

Declara o voto contrário em nome da bancada do PT.

 

015 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação. Coloca em votação e declara aprovadas as emendas nºs 07, 78, 82, 85, 260, 262, 932, 1496, 1540 e 1601.

 

016 - OLÍMPIO GOMES

Declara seu voto contrário às emendas.

 

017 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação. Coloca em votação e declara aprovadas as emendas A, B, C, D, E, F, G, H, I, J e K. Coloca em votação e declara aprovadas as subemendas de nºs 1 a 58 às emendas constantes do Parecer nº 1063, de 2012, da Comissão de Finanças e Orçamento e Planejamento, restando prejudicadas as respectivas emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas as demais emendas.

 

018 - ENIO TATTO

Declara o voto do PT favorável às emendas apresentadas pela bancada.

 

019 - OLÍMPIO GOMES

Declara o voto favorável às 41 emendas de sua autoria.

 

020 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra as manifestações.

 

021 - GILMACI SANTOS

Requer a suspensão da sessão por cinco minutos, com anuência das lideranças.

 

022 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra o pedido. Convoca a Comissão de Finanças e Orçamento e Planejamento para uma reunião extraordinária, a realizar-se hoje após a suspensão da presente sessão. Suspende a sessão às 22h42min; reabrindo-a às 22h44min. Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, com início dez minutos após o término desta sessão. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Barros Munhoz.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Proposições em Regime de Urgência:

- Discussão e votação - Projeto de lei nº 65, de 2012, de autoria do Sr. Governador. Autoriza o Poder Executivo a realizar operações de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, a Caixa Econômica Federal - CEF ou outras instituições financeiras internacionais, organismos multilaterais e bilaterais de crédito, agências de fomento, bancos privados nacionais e internacionais. Com 16 emendas. Pareceres nºs 371 e 372, de 2012, respectivamente, de relator especial pela Comissão de Justiça e Redação e da Comissão de Finanças, favoráveis ao projeto e contrários às emendas. (Artigo 26 da Constituição do Estado).

Com a palavra, para falar a favor pelo remanescente do tempo de 7 minutos 34 segundos, o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, aqueles que nos acompanham pelos serviços de auto-falantes da Casa, eu falava antes de concluir o tempo regimental desta sessão, de uma indignação nossa por ter assistido durante uma audiência pública o Presidente Estadual do PSDB faltado com o respeito ao Ministro da Saúde do Brasil, que já esteve aqui na Assembleia Legislativa por três ou quatro vezes - acho que foi o Ministro que mais veio a esta Casa. Durante uma audiência pública o Presidente do PSDB dirigiu-se a ele de forma deselegante - e não é a primeira vez.

Nós estamos votando aqui um empréstimo internacional com aceitação e a garantia do Governo Federal para que esse empréstimo fosse realizado - e o Governo que está garantindo esse empréstimo é o do Ministro ao qual o Presidente do PSDB faltou com o decoro parlamentar. Sr. Presidente, vou pelo menos tornar pública a questão de empréstimos e operações de créditos aqui para o Estado de São Paulo - farei uma pequena comparação.

Sarney, Collor, Itamar, de 1985 a 1994, 8,11 bilhões destinado ao Estado de São Paulo; o Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2002, 5,19 bilhões; Lula e Dilma Rousseff, de 2003 a 2012, foram 34, 8 bilhões de liberação para o Estado de São Paulo. Portanto, é uma prova cabal de que o Governo Lula e Dilma Rousseff foram os que mais investiram no Estado de São Paulo, em todas as áreas, inclusive nessa de transporte coletivo que nós vamos votar favorável pessoalmente - estou discutindo favorável - porque ninguém aguenta mais ver a população do Estado de São Paulo andando pior do que sardinha em lata, com atrasos e panes frequentes, tanto da CPTM, quanto do Metrô, acidentes, trombada de trem com trem ali na região de Itapevi, esperas e mais esperas, a população andando pela linha, fato que a imprensa tem noticiado, andando pela linha a pé porque os trens pararam, gente perdendo emprego, perdendo horas e horas, e procuram o transporte ferroviário porque o transporte rodoviário não anda mais. É um apagão do transporte rodoviário por 300 a 400 quilômetros de congestionamento diariamente. E as ferrovias com esse apagão que a população também não aguenta mais.

Estamos com as estações do Metrô superlotadas, e com frequentes problemas de panes. Sem contar o famigerado acidente da linha amarela aqui na rua do Sumidouro em Pinheiros, que foi uma coisa lamentável, um apressamento de inaugurar e acabou inaugurando sem acabar.

Então, o que estamos discutindo é o Governo do Estado de São Paulo tem responsabilidade com transporte coletivo caótico do Estado de São Paulo. São 16 anos do mesmo Governo - só muda a pessoa que está no poder, mas o Governo é o mesmo - e que precisa dar resposta à população.

Estamos apoiando esse recurso. E essa discussão toda com a vinda do Secretário a esta Casa é te4m o objetivo de deixar mais transparente como serão aplicados esses recursos, a forma, o calendário. Eu sou de Osasco. Lá existe uma estação que nós fizemos já várias cobranças para reforma das estações de trem. O Governador esteve lá, o Secretário também, que é uma coisa importante. E para a população é importante que tenha essa cobertura, porque se o trem atrasa pelo menos a população fica protegida da chuva, do sol, enfim, debaixo de algum tipo de proteção.

Um cidadão perguntou para este Deputado: “quantas vezes vocês vão inaugurar isso aí para terminar essa obra da estação?” e essa obra da estação vai resolver os problemas de atraso da Linha 9, Esmeralda, as paradas, os panes, o problema de tração que são permanentes? Evidentemente que só a estação não vai resolver.

E hoje, com a presença do Secretário aqui na Casa, eu perguntava quando serão concluídas as escadas rolantes, porque foram feitas escadas rolantes laterais, e aquelas que sobem dos trilhos do trem para acesso à estação estão lá por serem feitas. E disse que vai começar logo. Mas achei procedente a pergunta que o cidadão me fez.

Quando foi inaugurado o bicicletário tinha lá uma fita vermelha; não é algo que estou inventando da minha cabeça. Tinha lá uma fita vermelha então era inauguração. E é bom que tenha; é necessário.

Portanto, vamos votar favorável, mas é importante que tenha esses registros para não se insultar mais o Ministro da Saúde do País, que é uma falta de respeito para com um homem sério, que respeita essa Assembleia Legislativa. Veio aqui por várias vezes e a última, durante uma audiência pública, com a presença e os elogios de Deputados da base do Governo pelo seu gesto anunciar recursos que estavam sendo liberados para o nosso Estado. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Não havendo mais oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o projeto, salvo emendas.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, quero indicar o nobre Deputado Enio Tatto para encaminhar pela liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, estamos chegando ao momento da votação e a Bancada do Partido dos Trabalhadores, obviamente, como todos os oradores que ocuparam a tribuna, vai votar favoravelmente a esse projeto, porque é de suma importância para a melhoria do transporte sobre trilhos e fluviais do Estado de São Paulo.

Mas quero fazer apenas algumas observações e concordar com os deputados que falaram sobre o tema. O Deputado Gerson Bittencourt colocou na sua fala, com muita competência, que estamos encerrando o primeiro semestre - provavelmente termina hoje - se conseguirmos votar a LDO, mas esse projeto chegou à Assembleia Legislativa em fevereiro, e é um projeto de sete bilhões de reais, de suma importância. E por que só agora entrou para votação, se é tão importante assim e se havia concordância, e tem, principalmente da oposição? Por que não houve o interesse logo de São Paulo, do Executivo de pautá-lo imediatamente?

Lembro-me de que na Comissão de Finanças e Orçamento foi feito um requerimento de convocação do Presidente do Metrô, da CPTM e do Secretário de Transporte para que fosse debatida a execução orçamentária dos 15 bilhões aprovados nos últimos 10, 12 anos aqui no Estado de São Paulo. E a base governista pediu vista, adiou e derrubou esse requerimento há uma semana. Hoje, estiveram aqui na Casa o Presidente do Metrô, o Presidente da CPTM e o Secretário de Transportes para discutir, para fazer justamente aquilo que vínhamos pedindo para fazer desde fevereiro, para liberarmos e votarmos esse projeto. E não havia interesse por parte do Governo do Estado. Perdemos quatro meses nesse projeto.

Sabemos que esse dinheiro vai demorar quatro, cinco anos para chegar aqui para ser aplicado efetivamente. Mas atrasou, um desinteresse total. Ontem foi pautado para ser discutido, e não conseguiram fazer a inversão da pauta. Com 68 deputados da base governista, não conseguiram 48 deputados para começar o debate. Um detalhe, dos oito deputados que faltaram, havia oito deputados do PSDB ausentes. Mais do que isso, Deputado Adriano Diogo, que está sempre atento à presença dos deputados, dos três deputados do PSDB da Comissão de Transportes, que é ao que se refere esse empréstimo, dois não estavam aqui no plenário para votar a inversão da pauta e iniciar a discussão. Houve um desinteresse total, tanto é que hoje nenhum deputado do PSDB e do DEM se inscreveram para discutir o projeto.

Como o Deputado Gerson Bittencourt falou, está pesquisando o que aconteceu, por que o Governo não se interessou em votar esse projeto. Porque iríamos questionar, como fizemos hoje, a execução, a forma que estão sendo aplicados os 15 bilhões aprovados pela Assembleia Legislativa e que apenas 35% estão sendo investidos, aquilo que hoje o Secretário Jurandir Fernandes colocou na Comissão de Finanças e Orçamento, que tentou explicar, mas não conseguiu, o porquê de tantos acidentes, por que as obras estão tão atrasadas. A Linha 4 do Metrô, que começou em 2004, ainda não está concluída; as outras linhas, que deveriam estar sendo inauguradas, ainda não foi feito o projeto Executivo, não foram iniciadas as obras. Então é má gestão, é incompetência, realmente.

E para finalizar, como é bom ter um Governo competente, um Governo que recuperou a economia do País, um Governo que enche de orgulho o povo brasileiro, tanto o Governo Lula quanto o de Dilma. Há um detalhe importante aqui, para não comparar com o Governo Fernando Henrique Cardoso, seus oito anos de Governo Federal e ao mesmo tempo o PSDB no Estado de São Paulo. Fomos mais além, pegamos oito anos do Governo Sarney, Collor e Itamar. Quais os empréstimos do Governo Federal para São Paulo nessa época? No Governo Sarney, Collor e Itamar, de 85 a 94, valores atualizados, foram oito bilhões e 100 milhões. No Governo Fernando Henrique Cardoso, de oito anos, com o Governo do Estado sendo do PSDB também, apenas cinco bilhões e 100 milhões.

E aí vem a recuperação da economia, o Governo republicano do Presidente Lula, e em oito anos 34 bilhões de reais, em números atualizados. E agora, no Governo Dilma, mais 20 bilhões de reais. Então isso é que é um Governo sério, um Governo que ajuda o Estado de São Paulo, diferentemente do PSDB, que na propaganda eleitoral e, principalmente nas campanhas eleitorais, diz que o Governo Federal não coloca dinheiro aqui em São Paulo. O que é esse dinheiro aqui? “Ah, é dinheiro do empréstimo, não é a fundo perdido.” Agora tem inclusive para fundo perdido, do BNDES, da Caixa Econômica Federal. Então que o Governo do Estado de São Paulo vá buscar dinheiro nos bancos privados, a juros altos. O Governo do Estado tinha um banco, como foi colocado aqui, um banco que era orgulho do Estado de São Paulo, mas o Governo o vendeu, privatizou, que era o Banespa. Depois a Nossa Caixa Nosso Banco, que poderia estar ajudando o Governo do Estado a investir dinheiro no transporte, no Metrô, na CPTM. Não, quem está ajudando é o BNDES e a Caixa Econômica Federal. O que está ajudando a trazer esses empréstimos para o Estado de São Paulo é a economia, que melhorou, e o Estado de São Paulo conseguiu ter um poder de endividamento e conseguir esses empréstimos, caso contrário iria continuar aquele período quando o Estado de São Paulo não podia adquirir empréstimo nenhum, tendo o Governo Federal em suas mãos, o Governo Fernando Henrique Cardoso e tendo o Governo do Estado nas mãos, do PSDB, ou seja, Deputado Adriano Diogo, no Governo Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, o Estado de São Paulo teve menos dinheiro, menos empréstimo, até menos mesmo do que no Governo Collor, Itamar e Sarney.

Então é motivo de orgulho para nós podermos aprovar esse empréstimo. Espero que o Governo do Estado realmente agilize, dê celeridade às obras do Metrô aqui em São Paulo. São Paulo não tem um tatuzão - hoje foi questionado -, aquele tatu que escava e que é mais ágil, mais seguro. Em Caracas tem. Todos os lugares do mundo utilizam esse método. Por isso que há esse atraso, e mais um detalhe: no Governo Fernando Henrique Cardoso se construía aqui em São Paulo apenas meio quilômetro de Metrô por ano. Com esses empréstimos, com o poder de endividamento, depois do Governo Lula e agora Dilma, vai se construir, se o Governo for competente, pelo menos três quilômetros e meio por ano. Então poderemos realmente agilizar e a população poderá utilizar esse meio de transporte, que é o único possível de ser melhorado no Estado de São Paulo. Por isso a Bancada do PT vai votar favoravelmente e vai fiscalizar, acompanhar para que realmente esse dinheiro seja bem empregado, e com celeridade, com competência, para a população não sofrer tanto como está sofrendo.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Sr. Presidente, peço para encaminhar a votação.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga, para encaminhar, pelo prazo regimental.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, funcionários, o tema da mobilidade urbana está na ordem do dia, não só hoje, mas há alguns meses, e tem sido recorrente acompanharmos pela imprensa, nos debates na Casa, os comentários das pessoas em diversos lugares, sobre os problemas que estamos vivendo, em especial na região metropolitana de São Paulo.

Problema do trânsito, problema dos metrôs cheios, problemas dos trens, dos ônibus, afinal de contas faltam corredores também, da superlotação, das panes, dos acidentes. Aliás, houve um outro acidente recentemente, numa das obras do Metrô, quando duas pessoas infelizmente faleceram. Já houve um acidente no mês passado, quando dois trens quase colidiram. Graças a Deus não houve a colisão.

E hoje estamos debatendo aqui nesta Casa um projeto de financiamento grande, como já foi dito aqui por outros colegas, o maior da história, o maior financiamento que o Governo do Estado de São Paulo obtém para poder fazer um conjunto de investimentos, não só metrô, não só trens, como hidrovias, como rodovias também, em especial no interior.

Lógico que sozinho não vai resolver o problema da mobilidade urbana. Naquele debate da segunda-feira o Deputado Gerson lembrou muito bem: faltam, por exemplo, ciclovias. Temos que fazer também ciclovias e também outras alternativas de circulação para que as pessoas tenham a possibilidade de se locomover.

Hoje é o último debate, em São Sebastião. O Deputado Marco Aurélio está acompanhando, fez um ciclo de debates sobre mobilidade urbana. Iniciamos aqui nesta Casa, quando nosso pré-candidato a prefeito, Fernando Haddad, esteve presente, além de Deputados federais e um conjunto de Deputados da bancada. Fizemos em Santo André, debatendo também o problema daquela região do ABC, quando Deputado Grana, Deputada Ana e Deputado Donisete estiveram presentes. Fizemos na Baixada Santista, onde a Deputada Telma também debateu as questões de mobilidade que afetam toda a Baixada.

Há promessas antigas do Governo do Estado, que não saem do papel. Aliás, em 2010 inauguraram até uma maquete. Pela primeira vez foi inaugurada uma maquete, que agora já mudou. Agora estão pensando em fazer uma outra obra. A capacidade deles de ter ideia é excepcional; a capacidade de realizar apresenta muita divergência. Fizemos depois disso também em Sorocaba. O Deputado Hamilton está aqui e acompanhou aquele debate, do aglomerado urbano, sobre mobilidade urbana.

O penúltimo fizemos na segunda-feira, na Cidade de Guarulhos, quando estive presente, além do Deputado João Antonio, Deputado Gerson Bittencourt e alguns colegas Deputados federais; alguns Deputados mandaram representantes. Nosso prefeito Sebastião Almeida voltou a cobrar, afinal, há uma promessa antiga que não sai do papel: que o Governador do Estado faça a ligação metro-ferroviária para a Cidade de Guarulhos, porque estamos tratando da segunda cidade do Estado de São Paulo, que sedia o maior aeroporto do País, o maior da América do Sul, e que sozinha tem 1,3 milhão de pessoas. Diariamente são, tanto São Paulo/Guarulhos quanto Guarulhos/São Paulo, 600 mil pessoas fazendo esse trajeto. São dados da Secretaria estadual de Transportes Metropolitanos. Portanto, é mais do que necessário.

A Bancada do PT vem, há um certo tempo, debatendo essa questão. Fizemos, a nossa assessoria da bancada, um grande diagnóstico, sobre os diferentes problemas que afetam esse setor no Estado de São Paulo. Obras paradas, como a estação ferroviária de Francisco Morato, onde aconteceu aquela revolta popular, justa, se considerarmos o tempo que a obra está parada: 4 anos. Percebemos, como foi dito agora pouco, pelo Deputado Enio Tatto, que não temos o tatuzão fazendo sequer meio quilômetro de metrô.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, o Governador está dizendo que sem o tatuzão vai fazer vários quilômetros. Ele está dizendo isso. Vejam o que ele disse, no dia 05 de junho de 2012, Dia do Meio Ambiente, quando traçou a estratégia para o desenvolvimento sustentável do Estado de São Paulo. Penso que ele quis fazer um pouco de propaganda, é bom nisso, aproveitando a Rio+20, que foi neste mês.

Ele disse, entre outras coisas, sobre as estratégias, princípios e compromissos a serem alcançados:

Item 4 - modernizar e ampliar as linhas do metrô existentes, dos atuais 74,2 quilômetros para 244,2 quilômetros, em 2020. Portanto, daqui a oito anos. Fazendo menos de dois quilômetros por ano, vai chão, porque é uma diferença de 170 quilômetros. Teriam que fazer uns 22 quilômetros por ano.

Item 5 - modernizar e ampliar as linhas de trem para 369 quilômetros. Uma diferença de 109. Ora, isto aqui não condiz com a realidade. Literalmente, não condiz com a realidade, porque os números não são esses.

Estamos tratando desse financiamento, e há financiamento do Governo Federal. A Bancada do PT é totalmente favorável à aprovação desse projeto. Totalmente favorável, porque não estamos tratando de uma disputa política. Estamos tratando de recursos que vêm do Governo Federal, ou com autorização do Governo Federal, de organismos internacionais, para que sejam investidos em trens, metrôs, rodovias, hidrovias no nosso Estado.

Além do financiamento, é colocado dinheiro a fundo perdido, ampliando a capacidade de investimento. Somando o financiamento e o recurso a fundo perdido, teremos algo em torno de 10 bilhões. É muito recurso.

Se fôssemos fazer política, como alguns setores fazem, uma oposição às vezes ruim, mesquinha, poderíamos aqui obstruir e não votar esse projeto hoje. Mas estamos aqui até agora e vamos votar logo mais.

Quero mais uma vez provar que esses números, dos 170 quilômetros até 2020, de metrô, e 109 quilômetros da CPTM não condizem com a realidade. Dos empréstimos que só no Governo Lula alcançaram a ordem de 20 bi, e agora da Presidenta Dilma já são 14 bi, ou seja, entre Lula e Dilma 34 bilhões, o Governo do Estado, até 2011, vamos desconsiderar isso de hoje, vamos tirar esses sete bi, considerar só o passado - tirando 7 de 34, teremos 27 bi - vamos ter, até o ano passado, empenhados, 4,7 bi. De 27, 4,7 bi, sendo que desses somente 3,8 bilhões foram liquidados, ou seja, pagos, porque realmente a obra foi executada e foi paga.

Isso comprova que estamos na verdade diante de uma falta de capacidade de gestão, de execução. Por isso as obras estão paradas, por isso não temos aumento no número de quilômetros de metrô e de trem. E por isso, você que está em casa nos acompanhando, sofre diariamente com o metrô e trens superlotados, com panes, e não tem uma interligação lógica e racional. Além disso, há os atrasos nas obras. Esse trem que estamos financiando agora, que vai para Guarulhos, a Linha 13, à qual somos favoráveis, foi prometido pelo atual Governador ao ex-Prefeito Elói em 2001, dizendo que estaria pronto em 2010. Estamos em 2012, aprovando o financiamento.

E ainda, como o próprio Secretário disse numa audiência a que o Deputado Bittencourt se referiu há pouco. Ele disse que não tem projeto executivo, ou seja, não tem um projeto final para contratar a obra e para que ela seja executada. Dentre outros projetos, como a Linha 15, que, ao invés de chegar a Guarulhos ou avançar para a Zona Norte, vai parar ao lado do Hospital Nipo-Brasileiro.

Desejamos, de coração, que esses recursos sejam executados, que haja o devido planejamento e que as linhas cheguem ao ABC. Na verdade, não é o metrô, é o monotrilho. Que essas linhas cheguem a Guarulhos, que as demais rodovias sejam feitas, porque isso é necessário. Não tenham dúvida de que a Bancada do PT é totalmente favorável, tem o apoio do Governo Federal.

Agora, senhoras e senhores, a realização disso tudo está nas mãos do Governo do Estado. Espero que não seja como foi no passado e que, agora, se realize.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo com o projeto permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação as emendas números 1 a 16 e pareceres contrários.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Sr. Presidente, nossa bancada é favorável às emendas.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários, queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas, exceto pela Bancada do PT.

Item 2 - Discussão e votação - Projeto de lei nº 290, de 2012, de autoria do Sr. Governador. Dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para o exercício de 2013. Com 1747 emendas. Parecer nº 1063, de 2012, da Comissão de Finanças, favorável ao projeto com as emendas A, B, C, D, E, F, G, H, I , J e K; às emendas de nºs 7, 78, 82, 85, 87, 260, 262, 932, 1496, 1540, 1601, 1727, 1731; e às emendas de nºs 0024, 0028, 0036, 0039, 0049, 0058, 0066, 0068, 0069, 0072, 0073, 0075, 0080, 0084, 0088, 0092, 0094, 0109, 0111, 0114, 0115, 0116, 0117, 0118, 0119, 0122, 0125, 0129, 0133, 0135, 0138, 0141, 0144, 0146, 0147, 0153, 0155, 0160, 0166, 0169, 0178, 0195, 0196, 0197, 0203, 0204, 0208, 0228, 0229, 0230, 0231, 0232, 0233, 0234, 0248, 0249, 0250, 0251, 0252, 0253, 0254, 0255, 0256, 0263, 0264, 0265, 0270, 0271, 0274, 0276, 0277, 0280, 0282, 0283, 0285, 0286, 0288, 0289, 0290, 0291, 0292, 0295, 0297, 0304, 0305, 0306, 0308, 0313, 0316, 0317, 0325, 0343, 0344, 0345, 0347, 0348, 0350, 0352, 0353, 0354, 0355, 0356, 0357, 0358, 0359, 0360, 0361, 0362, 0363, 0364, 0365, 0366, 0367, 0368, 0369, 0370, 0371, 0372, 0373, 0374, 0375, 0376, 0377, 0379, 0382, 0383, 0384, 0385, 0386, 0387, 0388, 0389, 0390, 0391, 0392, 0393, 0394, 0395, 0396, 0397, 0398, 0399, 0400, 0401, 0402, 0403, 0404, 0405, 0406, 0407, 0408, 0409, 0410, 0411, 0412, 0413, 0414, 0415, 0416, 0417, 0418, 0421, 0422, 0423, 0424, 0425, 0426, 0427, 0428, 0429, 0430, 0431, 0432, 0434, 0444, 0445, 0449, 0451, 0470, 0477, 0479, 0482, 0488, 0500, 0514, 0515, 0517, 0521, 0523, 0540, 0541, 0572, 0573, 0574, 0579, 0582, 0590, 0604, 0609, 0614, 0641, 0644, 0645, 0646, 0647, 0652, 0653, 0659, 0665, 0666, 0668, 0669, 0672, 0673, 0691, 0692, 0693, 0694, 0695, 0696, 0697, 0698, 0699, 0700, 0701, 0702, 0703, 0704, 0705, 0706, 0707, 0708, 0709, 0710, 0711, 0712, 0713, 0714, 0715, 0716, 0717, 0718, 0719, 0720, 0721, 0722, 0723, 0724, 0725, 0726, 0727, 0728, 0729, 0730, 0731, 0732, 0736, 0737, 0738, 0739, 0740, 0741, 0742, 0743, 0744, 0745, 0746, 0747, 0748, 0749, 0750, 0751, 0752, 0753, 0754, 0755, 0756, 0757, 0758, 0759, 0760, 0761, 0762, 0763, 0764, 0765, 0766, 0767, 0768, 0769, 0770, 0771, 0772, 0773, 0774, 0775, 0776, 0777, 0778, 0779, 0780, 0781, 0782, 0783, 0784, 0785, 0786, 0787, 0788, 0789, 0790, 0791, 0792, 0793, 0794, 0795, 0796, 0797, 0798, 0799, 0800, 0801, 0802, 0803, 0804, 0805, 0806, 0807, 0808, 0809, 0810, 0811, 0812, 0813, 0814, 0815, 0816, 0817, 0818, 0819, 0820, 0821, 0822, 0823, 0824, 0825, 0826, 0827, 0828, 0832, 0843, 0844, 0845, 0846, 0847, 0848, 0849, 0850, 0852, 0853, 0854, 0856, 0867, 0868, 0870, 0871, 0872, 0873, 0874, 0875, 0876, 0877, 0878, 0879, 0880, 0881, 0882, 0883, 0884, 0885, 0886, 0909, 0912, 0915, 0916, 0920, 0921, 0922, 0923, 1191, 1197, 1209, 1212, 1218, 1225, 1226, 1228, 1229, 1234, 1247, 1248, 1304, 1305, 1306, 1307, 1308, 1309, 1310, 1311, 1313, 1314, 1315, 1316, 1318, 1319, 1324, 1326, 1327, 1328, 1331, 1332, 1338, 1339, 1340, 1341, 1342, 1343, 1344, 1345, 1346, 1347, 1348, 1349, 1353, 1354, 1355, 1356, 1357, 1358, 1359, 1360, 1361, 1362, 1363, 1364, 1365, 1367, 1370, 1371, 1372, 1373, 1374, 1375, 1377, 1378, 1380, 1382, 1383, 1385, 1386, 1387, 1390, 1409, 1457, 1464, 1465, 1474, 1480, 1488, 1498, 1512, 1517, 1541, 1544, 1547, 1557, 1562, 1564, 1565, 1567, 1568, 1572, 1574, 1575, 1577, 1583, 1599, 1614, 1615, 1631, 1678, 1683, 1696, 1738 e 1739 na forma das subemendas de nºs 1 a 58; e contrário às demais emendas.

Para falar contra, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O Sr. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, inscrevi-me para discutir contra a LDO, principalmente porque não vi, de forma explícita, alguns pontos que são fundamentais em relação aos servidores públicos do Estado de São Paulo e, de forma especial, aos servidores da Segurança Pública.

Questões relativas à previsão, às metas que deem a certeza do cumprimento da data-base. Que haja a previsão inequívoca de reajustes salariais, que esteja explicitada a contribuição governamental para a saúde do servidor, que contribui compulsoriamente com os seus 2 por cento. O Estado, como empregador, não contribui com o que a legislação determina, ou seja, o dobro que contribuiu o trabalhador da área pública.

Tenho que cumprimentar a relatora da Comissão de Finanças e Orçamento, Deputada Regina Gonçalves. Ao ler o relatório dela, percebi, mais uma vez, a sua sensibilidade e o seu interesse em aprimoramento pelo acolhimento de muitas emendas que possam melhorar o projeto do Executivo.

Devo dizer que, em relação aos profissionais da Segurança Pública, necessário seria tivesse sido explicitada a meta para que houvesse no Orçamento os recursos para igualar o Adicional de Local de Exercício (ALE) dos policiais e dos agentes penitenciários e criar o ALE para o agente de escolta e vigilância. Também seria necessário estabelecer o ALE para os oficiais administrativos da Segurança Pública e da SAP, Secretaria de Assuntos Penitenciários.

Quando se fala em se igualar o Adicional de Local de Exercício é porque temos níveis distintos, que são uma vergonha. O adicional é pelo local de exercício, mas os agentes policiais, investigadores e escrivães ganham um nível; os delegados de Polícia e peritos ganham outro. As praças da Polícia Militar ganham um nível; os oficiais da Polícia Militar ganham outro.

Também deveríamos ter a meta estabelecida de acabarmos com essa diferenciação do Adicional de Local de Exercício em função do volume populacional em que serve o policial. Policiais e agentes penitenciários que trabalham em municípios com mais de 500 mil habitantes ganham 20% a mais do que policiais que trabalham em cidades com menos de 500 mil habitantes. Isso é uma vergonha. Isso não foi corrigido na LDO, onde se estabelecem as diretrizes, as metas para o cumprimento orçamentário.

Por essas e outras, votarei contrariamente a essa proposta. Devo acrescentar que apresentei 101 emendas à LDO, das quais 60 foram acolhidas pela relatora, a quem agradeço mais uma vez, de forma especial, a sensibilidade pelo interesse público. Muito obrigado.

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Há sobre a mesa requerimento de roteiro de votação:

“Requeiro, nos termos regimentais, que a votação do Projeto de lei nº 290/2012, constante da presente Ordem do Dia, se processe na seguinte conformidade:

1 - Projeto de lei nº 290/2012, salvo emendas e subemendas;

2 - Emendas 7, 78, 82, 85, 260, 262, 932, 1.496, 1.540, 1.601;

3 - Emendas “a”, “b”, “c”, “d”, “e”, “f”, “g”, “h”, “i”, “j” e “k”;

4 - Subemendas nºs 1 a 58 às emendas constantes do parecer da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento;

5 - Respectivas emendas constantes do parecer;

6 - Demais emendas, englobadamente.”

Em votação o requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação item 1 - Projeto de lei nº 290/2012, salvo emendas e subemendas.

 

O SR. Luiz Claudio Marcolino - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pelo Partido dos Trabalhadores.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Tem V. Exa. a palavra, pelo prazo regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, no debate que fizemos na Comissão de Finanças e Orçamento, nós comparamos o Relatório do ano passado com o deste ano. No Relatório apresentado pela Deputada Regina Gonçalves, conseguimos a unanimidade de todos os partidos e de todos os 94 Deputados. Apresentamos uma LDO que apontava não só o espírito com que esta Assembleia vinha trabalhando na criação dos aglomerados urbanos, das regiões metropolitanas e da descentralização do Orçamento. No PPA, Plano Purianual, aprovamos a regionalização do Orçamento a partir de 2013.

Este ano, vários dos itens, aprovados ou em consenso no ano passado, acabaram ficando fora do Relatório, mas tivemos um bom debate na Comissão de Finanças e Orçamento. Boa parte dos itens debatidos e construídos acabou sendo acatada pela Relatora. Um dos pontos colocados em relação à questão dos royalties do petróleo estava no Relatório do ano passado. Nós debatemos com a Comissão de Finanças e Orçamento e tivemos um bom diálogo.

Volto novamente para a Peça da LDO de 2013. Houve também a inclusão dos royalties do petróleo de acordo coma Lei Federal. Outro item é em relação à Copa do Mundo. Não estava prevista a questão do acompanhamento dos valores, ou da execução das obras que efetivamente estará vinculada na Copa do Mundo. Este também é outro debate acatado, até pela importância dos investimentos da Copa na nossa cidade.

Outro ponto que também entrou no ano passado, e estava fora do Relatório, é sobre as audiências públicas. Após o diálogo, garantimos não só a realização das audiências públicas no ano que vem, mas também a antecedência de pelo menos 15 dias na divulgação em cada uma das regiões. Conseguimos garantir, na estrutura da lei, que não é só para as regiões administrativas, mas também para as regiões metropolitanas e aglomerados urbanos. Mais um ponto é a data-base do funcionalismo, que estava fora da redação. Garantimos que seja no mês de março.

Há dois pontos que, mesmo dialogando com a Relatora e com a Comissão de Finanças e Orçamento, não conseguimos avançar. Tivemos alguns encaminhamentos, com debate mais aprofundado na comissão, e depois com todos os deputados no plenário. Falo em relação ao Iamspe. Rodamos pelo Estado de São Paulo e verificamos que não há uma audiência pública em que tenha uma contrapartida para os trabalhadores da Educação, da Saúde e da Segurança Pública. Deveria haver uma contrapartida do Iamspe para os funcionários. Temos hoje quase 50 mil professores que entram no Estado não como efetivo. Ficam por um período apenas. Deveria ser pelo menos por um período de um ano, ou de seis meses. O professor acaba ficando um, dois, três, quatro anos, às vezes cinco anos dando aula, mas como temporários, e acabam não tendo direito ao Iamspe.

A alegação que se tem em relação ao Governo do Estado é a não garantia a esses trabalhadores do mesmo direito que um professor concursado tem na rede pública estadual. Não há recurso suficiente para atender esse conjunto de funcionários. Isso ocorre com a Educação, na Saúde, inclusive no Judiciário. São muitos os trabalhadores que poderiam ter acesso ao Iamspe. A paridade, a questão da contrapartida no Iamspe é um item fundamental. Levamos essa proposta como emenda, mas acabou não sendo acatada. Por mais que se tenham encaminhamentos, e ver o quanto foi investido nos últimos anos, não é o suficiente, nem é a demanda que os trabalhadores do setor público do Estado de São Paulo têm em relação ao Iamspe. É um ponto fundamental e deveria constar na proposta da LDO de 2013, ainda mais que no ano passado foi aprovada a Emenda 29, com algumas alterações em relação às Santas Casas. Seria este o momento de trabalhar na perspectiva da aprovação da contrapartida do Iamspe.

Outro ponto que discutimos bastante é a questão da regionalização do Orçamento. Estamos debatendo para a cidade de Sorocaba a questão do Aglomerado Urbano, ou de uma Região Metropolitana. Acabamos de aprovar na Assembleia Legislativa o Aglomerado Urbano de Piracicaba; o Aglomerado Urbano de Jundiaí; reestruturamos a Região Metropolitana da Grande São Paulo; a Região Metropolitana do Vale do Paraíba. Com o esforço de todos os deputados, de todas as bancadas, deveríamos construir um Orçamento do Estado mais próximo da realidade da população do nosso Estado.

O que nos surpreende quando se debate a LDO - e já tínhamos um compromisso no ano passado de que a partir de 2013 o Orçamento do Estado já seria regionalizado - é que, no diálogo com o Executivo, e mesmo com a Comissão de Finanças e Orçamento, percebemos que o Estado de São Paulo ainda não está preparado para a regionalização do Orçamento, para a descentralização do Orçamento. Onde isso está esbarrando? Não estamos falando de uma hipótese, mas de leis aprovadas por este Parlamento, debatidas com os prefeitos, com os vereadores e com a população. Mas o Estado de São Paulo ainda não se preparou e vê ainda como se fossem apenas regiões administrativas.

Quero deixar consignado que nós debatemos bastante com a Relatora. Quero cumprimentar a Deputada Regina Gonçalves pelo esforço nos últimos dias para a construção das diretrizes da LDO. Foram vários os avanços. Conseguimos incluir muita coisa nos últimos dias, mas ainda avaliamos que isso seja insuficiente, como foi feito no ano passado, com a unanimidade na apresentação de uma LDO pelos 94 Deputados desta Casa.

No ano passado tivemos, na aprovação do Orçamento, a mudança de Relatoria na última hora, demonstrando desrespeito com a Comissão de Finanças e Orçamento. Este ano, da mesma forma, a indicação da Relatoria se deu no afogadilho, de última hora, criando dificuldade para podermos aperfeiçoar ainda mais a LDO para o ano de 2013. Mas, de qualquer forma, quero cumprimentar a Deputada Regina Gonçalves, e ao Deputado Mauro Bragato pela condução na Comissão de Finanças e Orçamento. Nós tentamos construir uma LDO mais próxima da realidade da população. Faltou a regionalização de forma mais efetiva e a questão do Iamspe. Nós, da bancada do Partido dos Trabalhadores, estamos apresentando um voto em separado, apontando essas questões que seriam fundamentais para tentar garantir a unanimidade dos deputados desta Casa.

O Partido dos Trabalhadores estará encaminhando o voto em separado na discussão da LDO por não concordar com as diretrizes apresentadas pelo Governo do Estado de São Paulo. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação.

 

A SRA. REGINA GONÇALVES - PV - Sr. Presidente, quero fazer encaminhamento pelo Partido Verde.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves, pelo prazo regimental.

 

A SRA. REGINA GONÇALVES - PV - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, pelo segundo ano consecutivo sou nomeada relatora da LDO e atentamente tenho debatido com o Deputado Luiz Claudio Marcolino e as demais bancadas.

Tivemos o cuidado, como tive no passado também, de não nos atermos a questões partidárias, mas ao teor das emendas que pudessem vir aprimorar a LDO e assim me debrucei sobre a matéria sem me preocupar com questões partidárias, mas buscando o aprimoramento do texto de modo a chegarmos a um consenso, ou próximo de um consenso para votação.

É verdade, como disse o deputado, que no ano passado eu tive a alegria de apresentar uma LDO que foi unanimidade desta Casa. Foi com muita alegria que consegui colocar, através de muita discussão, a regionalização do orçamento, não da forma como nós deputados gostaríamos, mas de forma a abrir um caminho para o aprimoramento do orçamento do Estado de aprimoramento na transparência e na informação correta e precisa que não só nós deputados precisamos ter mas também a população paulista.

Em virtude do que nós avançamos ano passado, tivemos a aprovação dos aglomerados urbanos e das regiões metropolitanas este ano.

Diante disso, óbvio, temos de avançar também pensando na questão da regionalização nesse sentido de vir a ter a questão de aglomerados urbanos e regiões metropolitanas.

Das 1700 emendas, aproximadamente apresentadas nós conseguimos incorporar e agregar em média R$ 588 milhões. Então houve um esforço coletivo e quero aqui agradecer à equipe técnica da Comissão, aos meus assessores que me ajudaram nisso e aos deputados, pois todos tiveram inúmeras chances de aprimorar a LDO porque este trabalho não é da relatora, mas de uma equipe, é o trabalho de um coletivo. Muitas das propostas apresentadas no ano passado foram de fato incorporadas já no texto original que chegou nessa Casa e muitas outras tínhamos de buscar novamente e colocar porque eram de interesse desta Casa. Aprimoramos o projeto acolhendo as inúmeras propostas de parlamentares dos mais variados partidos. Conseguimos agregar valores que julgamos importantes.

Agora o mais importante, que é o diferencial desta peça é que junto veio, pela primeira vez, o plano de metas, onde tivemos oportunidade de ver o programa e a ação do Governo e trabalhar nisso - e é nesse ponto específico que busquei, em minha relatoria, aprimorar e aumentar as metas propostas pelo Governo. E conseguimos. Propusemos as metas e o aumento dessas metas não de forma linear, mas em consonância com as reivindicações que por anos temos assistido e presenciado nas audiências públicas.

É verdade, sim, que nós temos de avançar. É óbvio que a cada ano nós vamos querer avançar, mas é inegável também que o processo de regionalização não é algo passageiro. O processo de regionalização veio para ficar, veio para se aperfeiçoar e veio para fazer com que o Estado de São Paulo esteja preparado para que tenhamos, cada vez mais, um orçamento cada vez mais condizente com o tamanho e a pujança econômica do nosso Estado.

Posso colocar alguns valores que julgamos importantes: o acompanhamento, por exemplo, dos investimentos que dizem respeito especificamente à Copa de 2014; os royalties do petróleo, por exemplo, que foi uma grande discussão neste plenário no ano passado e já veio incorporado no texto da lei; as audiências públicas já vieram incorporadas, porém, precisávamos avançar - e conseguimos, inclusive, a compatibilização do PPA com a LDO nos seus planos de meta foi extremamente necessária para que pudéssemos aumentar este plano de metas; a data-base, de acordo com lei, também foi incorporada e aqui quero colocar uma ressalva específica sobre a questão do IAMSPE.

Essa questão do IAMSPE não é uma questão de uma bancada, é uma questão de todos os deputados, dos 94 deputados que aqui estão e têm compromissos com os funcionários públicos e nós da Comissão de Finanças tínhamos que colocar como meta, como proposta - e isso foi discutido hoje na comissão – propor e estudar uma forma para que já viesse avançar no orçamento que vai chegar a esta Casa. Este é o compromisso da Comissão de Finanças. Nós temos de buscar uma forma de transição, que mesmo que escalonado possamos chegar ao ideal proposto que é aos 2% do orçamento. Não é possível colocar os 2% agora, mas como nós podemos iniciar esse processo.

Este é um compromisso de todos, é um compromisso da Comissão de Finanças e deve ser um compromisso de todos os deputados aqui para que nós possamos trazer já na peça orçamentária a proposta inicial do reconhecimento dessa necessidade de que tivemos de investimento no IAMSPE.

Colocadas estas questões eu gostaria de terminar dizendo o seguinte: toda lei - e não é a LDO - é passível de aprimoramento e todo deputado tem a necessidade de querer se aperfeiçoar cada vez mais a legislação paulista. Esta é a nossa função. Então me sinto extremamente tranquila porque tentei fazer o meu papel, fui até onde pude, avançamos no plano de metas. Por exemplo: na questão dos Direitos Humanos nós conseguimos avançar muito em alguns programas e em tantos outros. Mas é necessário termos em mente que o aperfeiçoamento se faz através do diálogo, se faz através da consulta se faz através da colocação de propostas concretas para podermos avançar.

Às vezes, no ideal deixa-se de colocar o possível e temos de começar pelo possível para se chegar ao ideal e dessa forma, meus pares, eu peço que nós possamos aprovar a LDO para que a gente possa, nesse período, entre a LDO e a peça orçamentária, colocar como meta pela primeira vez e estar na peça orçamentária a discussão concreta e efetiva da data-base.

Muito obrigada a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo com o Projeto de lei 290/12 salvo emendas e subemendas permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, quero declarar o voto contrário da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que vai apresentar declaração de voto por escrito.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência registra a manifestação de Vossa Excelência.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência quer comunicar que está retificando o item 2 do roteiro. Portanto, ficam relacionadas para votação as Emendas 7, 78, 82, 85, 260, 262, 932, 1496, 1540, e 1601.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovadas.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, quero fazer a minha declaração de voto contrário em respeito aos servidores públicos do Estado de São Paulo que continuam sendo alijados e desrespeitado, a despeito de toda a boa vontade da Assembleia Legislativa.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Fica registrada a manifestação de Vossa Excelência.

Em votação Item 3 - Emendas A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovadas.

Item 4 - Subemendas de números 1 a 58 às emendas constantes do Parecer da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovadas, ficando prejudicadas todas as demais emendas que foram englobadas pelas subemendas.

Item 6 - Demais emendas englobadamente. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, que forem contrário, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Para declarar voto favorável da Bancada do Partido dos Trabalhadores às emendas apresentadas pela bancada.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação do Deputado Enio Tatto.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Quero fazer a declaração de voto favorável a 41 emendas minhas que não foram acolhidas na relatoria da LDO.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência registra a manifestação do Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. GILMACI SANTOS - PRB - Sr. Presidente, havendo acordo de líderes, solicito a suspensão dos trabalhos por cinco minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É regimental. Antes porém, esta Presidência nos termos do art. 18, inciso I, alínea “d” do Regimento Interno, convoca reunião extraordinária da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, para agora, com a finalidade de tratar da Redação Final do Projeto de Lei nº 290/12. A sessão está suspensa por cinco minutos.

 

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- Suspensa às 22 horas e 42 minutos, a sessão é reaberta às 22 horas e 44 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco convoca V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se dez minutos após ao término desta sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

Item 1 - Discussão e Votação da Redação Final do Projeto de Lei nº 290/12, que dispõe sobre as diretrizes Orçamentárias para o Exercício de 2013. Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência lembra da sessão extraordinária a realizar-se daqui a dez minutos, e a dá por encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 45 minutos.

 

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