12 DE ABRIL DE 2010

037ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: DONISETE BRAGA, OLÍMPIO GOMES  e CARLOS GIANNAZI

 

Secretário: CARLINHOS ALMEIDA

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - DONISETE BRAGA

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - DONISETE BRAGA

Anuncia a presença de jovens que frequentam a ONG Associação Carpe Diem, acompanhados de Fabiana Duarte. Informa que essa ong foi fundada em 7 de maio de 1996, por profissionais envolvidos com a inclusão de jovens com deficiência intelectual.

 

003 - CARLOS GIANNAZI

Tece críticas ao projeto de lei designado "lei da mordaça do Ministério Público", apresentado por Paulo Maluf.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Informa que o PLC 13 transita em regime de urgência nesta Casa e sobre um possível retardamento da discussão e votação do mesmo. Faz críticas ao Governo e ao projeto. Afirma que foram apresentadas 32 emendas. Menciona a Lei nº 1013, de 2007.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

006 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

007 - CARLOS GIANNAZI

Manifesta solidariedade  às famílias das pessoas que morreram no Estado do Rio de Janeiro por conta das enchentes ocorridas. Menciona os problemas vividos por São Paulo e Rio de Janeiro por conta das chuvas. Afirma que o governo não investe na prevenção de enchentes. Denuncia e critica atos do ex-Ministro da Integração Social, Geddel Vieira.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

009 - OLÍMPIO GOMES

Informa que em 23 de abril será feita uma caminhada cívica em todo o país, em apoio à PEC 300. Discorre sobre esse Projeto de emenda.

 

010 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

011 - CARLOS GIANNAZI

Ratifica o discurso do Deputado Olímpio Gomes em relação aos servidores da Segurança Pública. Critica ações do Governo. Menciona a avaliação de desempenho, criada pelo Governo para as áreas da educação e da saúde. Fala sobre questões salariais dos professores da rede pública e dos policiais.

 

012 - CARLOS GIANNAZI

Requer o levantamento da sessão, com o assentimento das Lideranças.

 

013 - OLÍMPIO GOMES

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a Sessão Ordinária do dia 13/04, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Donisete Braga.

 

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O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Carlinhos Almeida  para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO – CARLINHOS ALMEIDA - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, a Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença de jovens que frequentam a ONG Associação Carpe Diem, a nosso convite, acompanhados de Fabiana Duarte, uma das pessoas que acompanha essa fundação sem fins lucrativos. Foi fundada em 7 de maio de 1996, por profissionais envolvidos com a inclusão de jovens com deficiência intelectual, sendo a maioria com Síndrome de Down. Esses profissionais acreditam que pessoas com deficiência intelectual podem construir seu plano pessoal para o futuro e desenhar os passos necessários para atingi-los, construindo um projeto de vida com o apoio de seu círculo de amigos, pessoas da comunidade, famílias e profissionais. São vários os projetos para esses adolescentes e adultos acima de 14 anos, além de grupos de pais e irmãos, tendo como visão ser uma referência no desenvolvimento de ações e projetos voltados às pessoas com deficiência intelectual, para a construção de uma sociedade inclusiva. A todos, as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Davi Zaia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, público presente, faço uso da tribuna hoje para manifestar o nosso total repúdio e indignação ao projeto de lei apresentado pelo ex-prefeito, ex-governador e agora deputado federal, Paulo Maluf, o famoso projeto designado “lei da mordaça do Ministério Público”, ou mesmo “lei Maluf”, que está tramitando na Câmara dos Deputados e tem como objetivo amordaçar, inibir e impedir que o Ministério Público possa fiscalizar políticos corruptos, governantes que cometam improbidade administrativa.

            Na verdade, é uma lei que foi apresentada para defender os próprios interesses do Deputado Paulo Maluf, que está sendo procurado pela polícia internacional. Ele está na lista vermelha e não pode mais sair do Brasil. Se ele for para qualquer outro país do mundo, será algemado e preso. Estranhamente, só no Brasil ele está livre, o que é um verdadeiro absurdo.

            Como se não bastasse isso, o Deputado Paulo Maluf, que tanto estrago já fez no País, como prefeito da Cidade de São Paulo e como Governador, desviando milhões e milhões de reais do erário, tanto do municipal como do estadual, apresenta esse projeto anacrônico, que representa um retrocesso para o Brasil.

            A existência do Ministério Público Estadual e o seu poder de fiscalização, de propor ações como a ação popular, a ação civil pública, a ação civil por improbidade representa um avanço para o Brasil. Temos um segundo avanço importante, que foi a criação da Defensoria Pública, que defende os pobres, as pessoas que não têm condições de pagar um advogado, para que elas possam ter o seu direito. É a democratização da Justiça.

            E, no entanto, esse projeto é apresentado fora de hora, afrontando o bom senso e tudo aquilo que conquistamos nesses últimos anos. No caso de alguma irregularidade na investigação, ou mesmo na proposta de alguma ação civil pública, de uma ação popular, ou de uma ação por improbidade administrativa, já existe legislação e mecanismos para fiscalizar e até para punir um promotor que esteja exorbitando, que esteja, na verdade, utilizando o seu cargo para outros fins que não sejam os inscritos na Constituição Federal.

            Foi por isso que tivemos a criação recente, através da Emenda Constitucional 45, do Conselho Nacional do Ministério Público, que já vem atuando, fiscalizando e punindo promotores em todo o território nacional, e portanto, é desnecessária essa lei Maluf, que institui a mordaça para o Ministério Público.

            A nossa bancada em Brasília já se pronunciou contra, e não assinou o requerimento de urgência para a tramitação e aprovação desse anacrônico e malfadado Projeto de lei do procurado pela Justiça internacional, Deputado Paulo Maluf.

            Estaremos atentos, tanto na Câmara dos Deputados, como também no Senado Federal, para que o projeto nem entre em discussão e votação. Ele é tão anacrônico e fora da realidade, que é uma perda de tempo para o Parlamento Federal debruçar-se para discutir um projeto como esse.

            Repito. O Deputado Federal Paulo Maluf desviou milhões e milhões de reais dos cofres públicos do Estado de São Paulo e da prefeitura de São Paulo, principalmente dinheiro da Educação pública. Quando fui vereador na Cidade de São Paulo, tive a oportunidade de presidir a CPI da Educação e constatamos um desvio de mais de 300 milhões de reais na administração do ex-prefeito Paulo Maluf, dinheiro que saiu da Educação pública do Estado de São Paulo, através de superfaturamento de obras e de outros mecanismos; talvez esse dinheiro tenha ido engordar as suas contas nos paraísos fiscais.

            Muito obrigado.

 

            O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. Tem a palavra o nobre Deputado João Barbosa. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, quero passar aos policiais civis e militares do Estado de São Paulo a informação de que transita em regime de urgência nesta Casa o PLC 13, que versa sobre a mudança da forma de incorporação e pagamento do Adicional de Local de Exercício aos policiais civis e militares do nosso Estado. Inclusive, já foi feito o relatório especial na Comissão de Constituição e Justiça, de Segurança Pública e Finanças e Orçamento.

Muitos têm indagado se o projeto está parado. Existem informações oficiais, via Intranet, que pode estar havendo, por parte de deputados desta Casa, uma ação para retardar a discussão e votação desse projeto. Quero dizer que aqueles que estão colocando obstáculos ao andamento do projeto estão remando contra a família policial civil e militar.

Apresentamos 32 emendas com o objetivo de aperfeiçoar o projeto e dar oportunidade ao Governo de reconhecer seu erro e cumprir a palavra empenhada no final do movimento salarial da polícia em 2008. Não fomos nós - não fui, não foi o partido de V. Exa., Deputado Donisete Braga, não foi o partido do Deputado Carlos Giannazi -, mas o Governador que empenhou sua palavra por intermédio de seu Líder de Governo nesta Casa, do Secretário-Adjunto de Segurança Pública.

Todos se comprometeram, em 2009, de encaminhar um projeto à Assembleia para fazer a incorporação integral desses valores, acabando com essa diferenciação.

O Governo não cumpriu sua palavra em nenhum dos itens. Enviou esse projeto capenga, que nem se aproxima da expectativa da família policial. Da mesma maneira que faz em todos os projetos, arrumou uma forma de colocar um relator especial rejeitando todas as emendas. Mas nós vamos debater o projeto, sim. Vamos escancarar a mentira do Governo do Estado, o passa-moleque que deu nos policiais.

São reféns dessa mentira governamental desde o mais jovem soldado até o Comandante-Geral da Polícia Militar. Todos acreditaram. O Comandante-Geral da Polícia Militar foi enganado pelo Governo, da mesma forma que o Delegado-Geral de Polícia.

Agora, sob pena de perderem os cargos, não podem dizer que foram enganados. Mas nós temos obrigação, aliás, mais do que obrigação, de usar todas as formas possíveis para, em primeiro lugar, tentar trazer o Governo à razão a fim de que cumpra sua palavra.

Os deputados da base do Governo poderiam parar de dizer que adoram a Polícia Civil e a Polícia Militar e começarem a cumprir a palavra. É muito fácil ir às festas de quartel, às festas de delegacia, aos velórios de policiais, dizer o quanto admiram o serviço policial e, ao chegar aqui, votar contra o interesse da família policial.

Quero alertar esta Casa que o Governo nem cumpriu o que foi votado no final de 2008.

Deputado Carlos Giannazi, V. Exa., como eu, votou contra e debateu o quanto era nocivo o projeto que trouxe a incorporação dos inativos de um décimo ao ano da média dos últimos 60 meses do adicional, 50% do valor. Já se passou um ano. Sabem a quantos policiais civis e militares o Governo pagou o que aprovamos? Nada. Entenderam que o cálculo era muito complicado e esse um décimo ao ano, votado no final de 2008, não foi pago para nenhum inativo da Polícia Militar. O que se vota aqui e o Governo sanciona também não acontece lá no final da linha.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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Temos outra perversidade que quero alertar os policiais, a Lei nº 1013, de 2007, que estabeleceu a possibilidade de o policial pagar um pouco a mais na contribuição previdenciária para incorporar um décimo ao ano do adicional. Prestem atenção, policiais civis e militares que estão fazendo esse pagamento: com esse novo projeto de incorporação, 20% ao ano, vão esquecer os três anos que vocês estão contribuindo. Prestem muita atenção. São alguns milhares de policiais que fizeram essa opção. O Governo já não está cumprindo o contido na lei do pagamento de 50% da média dos últimos 60 meses, um décimo ao ano. Não cumpriu. Já ingressamos no segundo décimo e o primeiro ainda não foi pago a ninguém.

Como dizer que um Governo desses tem palavra, quando não trata com dignidade seu instrumento principal para o sucesso de qualquer atividade do serviço público, seus profissionais? Os policiais civis e militares do Estado de São Paulo estão sendo completamente desconsiderados pelo Governo, desrespeitados, aviltados. Mas é bom que fique claro: não é o Major Olímpio, não é o PT, não é o PSOL, não é o PCdoB que estão retardando a discussão e votação desse projeto nesta Casa, de forma nenhuma. É o próprio Governo, com vergonha das manifestações que virão do PT, do PSOL, do PCdoB e do Major Olímpio. Vão votar o projeto da forma que querem, humilhando os policiais civis e militares, mas vão ter de ouvir nossa manifestação de repúdio. O Governo dá seu passa-moleque, mas ainda não chegou ao preço de todos nesta Casa para que obrigue o silêncio. Conosco, por enquanto, ainda não há a lei da mordaça explícita. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vicente Cândido. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, gostaria de manifestar nossa solidariedade e apoio às famílias das pessoas que morreram no Estado do Rio de Janeiro por conta das enchentes ocorridas, principalmente nas cidades do Rio do Janeiro e de Niterói, e também às famílias das pessoas que morreram no nosso Estado, na região da Grande São Paulo.

            Rio de Janeiro e São Paulo têm sido vítimas de enchentes e desabamentos não por conta da natureza, como os governos tentam convencer a população e os setores da mídia, mas pela irresponsabilidade do poder público, que não tem investido na prevenção de enchentes, que tem se omitido em relação a áreas de risco, que não tem liberado os recursos suficientes para que essas tragédias não ocorressem.

            Nesse contexto, gostaria de manifestar a nossa indignação com o ex-Ministro da Integração Social, Geddel Vieira, do PMDB, que agora é pré-candidato ao Governo do Estado da Bahia. Há denúncias seriíssimas contra ele, como um dos responsáveis pelas mortes ocorridas nesses dias no Rio de Janeiro. Esse Ministro da base de sustentação do Governo Lula, logo, do Governo Federal, disponibilizou apenas 0,90% do Orçamento Federal para o combate às enchentes e a realização de obras nas áreas de risco no Rio de Janeiro. No entanto, ele disponibilizou mais de 64% para o seu estado, o Estado da Bahia; monopolizou os recursos do Ministério da Integração Social voltados ao combate às enchentes para o seu estado. Como ele é pré-candidato ao Governo do Estado, já preparou a sua base eleitoral.

            Isso é um crime, uma afronta à população do Estado de São Paulo. O Tribunal de Contas da União já havia feito essa denúncia, dizendo que havia um desequilíbrio na liberação dos recursos, ou seja, era uma denúncia feita antecipadamente pelo Tribunal de Contas. Ninguém fez nada: a Justiça nada fez, o Presidente Lula não se manifestou e mais de 230 pessoas morreram no Rio de Janeiro, bem como em São Paulo. E continua essa situação de favorecimento da base eleitoral, do reduto eleitoral. É a velha política coronelista da corrupção, do clientelismo que reina neste País nas várias esferas governamentais.

Quem paga isso é a população, que fica abandonada, sem os recursos públicos para investimento. Em São Paulo, no final do ano passado, houve várias denúncias de que o Prefeito Gilberto Kassab tinha diminuído as verbas para a varrição das ruas, para a coleta de lixo da Cidade de São Paulo. Depois, tivemos as enchentes e toda aquela tragédia, prejudicando várias regiões. Várias famílias ainda estão desabrigadas, não foram indenizadas, como no Jardim Pantanal, no Grajaú, no Jardim Primavera, no Jardim Anália, na Favela XIX, na Favela XX. As famílias estão abandonadas, sem recursos e nada foi feito até agora.

Isso demonstra a omissão do poder público nos planos federal, estadual e municipal. É deplorável que o ex-Ministro da Integração Social do Governo Lula tenha controlado e redirecionado mais de 64% das verbas desse Ministério para o seu Estado já pensando na sua eleição ao Governo do Estado, instrumentalizou o dinheiro público de todo o povo brasileiro para a sua reeleição e abandonou outros estados do próprio Nordeste. O Rio de Janeiro ficou com menos de um por cento do Orçamento - 0,90 -, o que é um absurdo.

É por isso que as pessoas morreram no Rio de Janeiro, sem contar, logicamente, a omissão também do Governo estadual. O Governador Sérgio Cabral, outro dia, numa manifestação em defesa dos royalties do petróleo, chorou. Mas não o vi chorar diante de 230 pessoas mortas por conta dessa irresponsabilidade e omissão do poder público no Brasil.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

            O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Otoniel Lima. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Barbosa. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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            O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente e quase sempre solitário neste plenário, Deputado Carlos Giannazi, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, quero também dar conhecimento à população, em especial à família policial civil e militar de que no próximo dia 23 de abril, a partir das 12 horas, em todo o País, será feita uma caminhada cívica, principalmente nas capitais dos estados, em apoio à votação e entrada em vigor da PEC 300. A Proposta de Emenda Constitucional, de autoria do Deputado Arnaldo Faria de Sá, ganhou um volume de manifestações jamais visto no País, em função de mobilizações no Congresso Nacional.

Foram mais de 10 milhões de acessos pela Internet pedindo a votação e a aprovação da PEC 300, e com o seu aperfeiçoamento, com a votação da PEC 41 no Senado, transformou-se em PEC 446 na Câmara dos Deputados, passando a contemplar também os irmãos policiais civis. Já tivemos a votação em primeiro turno, com 393 votos favoráveis e só duas abstenções na Câmara dos Deputados. É necessário que se vote os destaques, que se derrube alguns destaques perversos apresentados agora pelo Governo Federal, tentando inviabilizar a existência do fundo nacional para a complementação da folha de pagamento dos estados.

            É nesse esforço que em todos os estados brasileiros, em todas as cidades e onde for possível fazer uma manifestação cívica, diremos à população “Vamos nos mobilizar!” Aqui em São Paulo sairemos ao meio dia da Praça Campo de Bagatelle, na zona Norte, Santana, e vamos nos deslocar pela região central da Cidade de São Paulo, com carros de som, se Deus quiser com milhares de policiais civis, militares e familiares, apoiadores do serviço policial, e convido a todos. Não é uma marcha de protesto, não há palavras de ordem gritadas contra nada nem ninguém, é uma manifestação pró-família policial brasileira. As associações, os sindicatos representativos de policiais civis e militares, os participantes dos conselhos comunitários de segurança, vários parlamentares estarão lá para hipotecar a sua solidariedade à família policial brasileira. 

            A PEC 300 vai estabelecer agora com o apensamento da PEC 446 um piso nacional para os profissionais da Segurança Pública, para os policiais civis e militares, para os bombeiros militares.

No próximo dia 23, estaremos todos mobilizados, a partir das 12 horas. Procure fazer a sua mobilização. Se você estiver num município menor, procure a Câmara dos Vereadores, peça aos Vereadores da cidade para fazer uma mobilização ou, pelo menos, um ato público nas Câmaras Municipais, para que tenhamos manifestações positivas, para que a classe política se sinta verdadeiramente sensibilizada a votar e a colocar em execução a PEC 300, que vai estabelecer um piso nacional para os policiais civis e militares.

Não dá para ficarmos com uma dificuldade tão grande, com essa miséria de Adicional de Local de Exercício, contemplado em cinco anos, sem que haja reajuste nenhum.

            Sr. Presidente, para que a população tenha um ideia, o sonho dos policiais civis e militares do Estado de São Paulo hoje é terem o piso salarial da Polícia do Sergipe, Deputado Carlos Giannazi, que tem 10% do efetivo da Polícia de São Paulo, cujo Orçamento é 56 vezes maior do que o do Estado de Sergipe. Não dá para falar em limite de responsabilidade fiscal - não é verdadeiro. Limite prudencial de finanças do Estado - não é verdadeiro. Aquilo que temos é que estamos passando já há vários anos com governos preconceituosos. José Serra tinha ódio, tem ódio da Polícia Civil e da Polícia Militar. É preconceituoso, é rançoso. Mário Covas tinha ódio da Polícia. Geraldo Alckmin não manifestava, mas tinha ódio nas suas ações. E não dá para tratar com ódio aqueles que dão a vida pela sociedade.

            Vamos criar uma expectativa de que o Governador Alberto Goldman, que assumiu o Governo agora, tenha um comportamento diferente do que tiveram seus antecessores. Eu duvido. Mas ainda tenho a expectativa de que haja sensibilidade. E também que possamos fazer uma mobilização nacional. Passou da hora de a Polícia brasileira ter o seu piso, de ter um tratamento mais digno, de ser mais bem considerada, para que possa prestar um serviço verdadeiramente melhor e que a população do Estado de São Paulo espera.

            Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Reassumindo a Presidência dos trabalhos, passo a palavra ao Deputado Carlos Giannazi, que logo em seguida fará o levantamento da sessão. Apenas para explicar para a população que nos acompanha pela TV Assembleia, este Deputado não pode pedir o levantamento da sessão porque, por pressões governamentais, não posso nem ser vice-Líder do meu partido.

Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, antes de pedir o levantamento da sessão, gostaria de concordar com V. Exa., no seu pronunciamento muito enfático, muito correto, em defesa dos servidores da Segurança Pública. E gostaria de complementar, dizendo que o Governador José Serra, sobretudo o PSDB, tem um comportamento odioso, não só contra a Polícia Militar, a Polícia Civil,e todos os servidores da Segurança Pública, os agentes penitenciários também, mas sobretudo contra servidores públicos do Estado de São Paulo. Isso é tão verdade que o Governador não respeita a data-base salarial, dissídio dos servidores públicos que já venceu no dia 1º de março.

Agora o Governo inventou a famosa avaliação de desempenho, inclusive implantando-a também para os servidores da área da Saúde.

O Governo não mais reajusta salários. Os salários dos servidores públicos do Estado de São Paulo estão sendo desvalorizados e suas carreiras destruídas. Os professores foram obrigados a fazer uma greve de 30 dias para denunciar esse fato.

Um professor da Rede Estadual de Ensino tem vale refeição de quatro reais. Esse vale refeição é conhecido como vale coxinha da Rede Estadual. Sr. Presidente, não é só para professor, mas para todo o funcionalismo público estadual. No geral, o vale refeição do servidor público do Estado de São Paulo é de quatro reais. Daqui a alguns dias, não vai dar nem para comprar a famosa coxinha. Isso é uma afronta aos servidores públicos de todas as áreas da Educação, Saúde, Segurança e o governo trabalha com essa política de bonificação, gratificação, adicional do local de exercício que são formas de não investir nas carreiras, de recuperar as carreiras e salários dignos para os servidores, prejudicando não só os servidores da ativa, mas, também, os aposentados e os pensionistas que sofrem mais ainda porque não têm acesso a essas gratificações, bonificações, a nada.

Somos contra essa política perversa de bônus, de gratificação, de ALE. O servidor público do Estado de São Paulo precisa de um salário digno, decente, onde ele possa sobreviver com o mínimo de dignidade. É por isso que estamos apoiando todos os movimentos dos servidores como da Saúde, Educação, Segurança Pública.

A situação chegou no estado de calamidade pública. Com os servidores tão desvalorizados assim, quem paga é a própria população. Os 41 milhões de habitantes do Estado de São Paulo estão praticamente abandonados. Como não tem investimento nos servidores, também não há investimento na oferta dos serviços públicos para a população.

Temos que pressionar aqui, dia e noite, o Governo estadual para que ele invista numa política salarial digna, para que melhore as condições de trabalho dos nossos servidores e para que invista nos vários setores da administração pública, sobretudo com formação continuada.

           

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento desta sessão.

 

            O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita a Ordem do Dia da Sessão Ordinária com o PL 1187/09 e com o PLC 02/10.

Nos termos do Art. 239 § 6º, da XIII Consolidação do Regimento Interno, esta Presidência adita ainda a Ordem do Dia com os PDLs 241/06; 46, 63, 65/08; 43/09 e 07/10.

            Antes de dar por levantado os trabalhos, convoco V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de 08/4 e os aditamentos ora anunciados.

            Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 14 minutos.

 

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