18 DE AGOSTO DE 2008

037ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO “DIA DO MAÇOM”.

 

Presidentes:  VAZ DE LIMA e ALDO DEMARCHI

 

 

RESUMO

001 - Presidente VAZ DE LIMA

Abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Comunica que convocara esta sessão solene, por solicitação do Deputado Aldo Demarchi, com a finalidade de homenagear  "O Dia do Maçom". Convida o público presente a ouvir, de pé, o Hino Nacional  Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Cumprimenta, em nome da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, o Senhor Deputado Aldo Demarchi e todos os maçons e lhes deseja felicidades no prosseguimento da missão a que se entregaram de corpo e alma.

 

002 - ALDO DEMARCHI

Assume a Presidência. Convida a todos para ouvir, de pé, o Hino da Maçonaria, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Deputado Estadual, cumprimenta as autoridades presentes e ressalta que constitui obrigação desta Casa abrir as portas do Legislativo para saudar a maçonaria, que, na história da humanidade e na história do Brasil, sempre teve papel preponderante. Lembra o compromisso da maçonaria de combate à corrupção e afirma que o cidadão não compactua com a má gestão dos recursos públicos. Pede o apoio à causa em defesa da Polícia Militar de São Paulo.

 

004 - JOSÉ MARIA DIAS NETO

Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista, agradece o convite do Deputado Aldo Demarchi para comemorar de forma festiva o "Dia do Maçom", acompanhado por um grande número de irmãos do Grande Oriente Paulista. Afirma que nada é superior ao ser humano do que sua consciência livre e que a sociedade precisa ter discernimento para não escolher errado. Lembra que ser maçom é educar para o bem.

 

005 - FRANCISCO GOMES DA SILVA

Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, cumprimenta as autoridades presentes. Diz que só ao homem é dado o direito de sonhar e que nada é grande no homem, a não ser a sua mente e a sua alma. Ressalta que a liberdade não é um poder particular e privado e que devemos lutar por dias melhores, em que o povo saiba que possui a sua liberdade. Afirma que "a humildade e o amor têm conseguido nos fortalecer".

 

006 - BENEDITO MARQUES BALLOUK FILHO

Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo, anuncia que foi inaugurada a televisão maçônica do Grande Oriente de São Paulo. Lembra que, no passado, trouxeram para esta Casa de Leis o sonho de uma sociedade livre e de bons costumes e que foi lançada a Carta da Maçonaria Paulista contra a corrupção. Diz que foram colocados nessa Carta alguns princípios, que deram origem ao projeto de associação política dentro do Grande Oriente de São Paulo, com a finalidade de preparar a Maçonaria Paulista para as próximas eleições. Oferece o livro "Corrupção Política - luta social pelo resgate da dignidade no poder", ao Senhor Deputado Aldo Demarchi.

 

007 - ZANCOPÉ SIMÕES

Jornalista e radialista, Mestre Maçom da Loja Perseverança, Equilíbrio e Harmonia, 621, faz a leitura da Carta da Maçonaria Paulista pela ética na política e contra a corrupção, subscrita pelos Senhores Francisco Gomes da Silva e  Benedito Marques Ballouk Filho.

 

008 - Presidente ALDO DEMARCHI

Lembra que a comemoração do "Dia do Maçom" foi instituída pela lei nº 3889, em 26 de outubro de 1983. Manifesta a sua satisfação em contar com um número tão representativo de irmãos. Discorre sobre o momento atual do Brasil, que enfrenta problemas de ordem econômica e social, com uma estrutura administrativa que não funciona adequadamente. Convida os maçons a uma profunda reflexão sobre a sua missão como construtores sociais e sobre as ações a serem implementadas para combater a corrupção, que desvia recursos da sociedade. Agradece às autoridades, aos funcionários desta Casa e àqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade, convidando a todos para o lançamento do livro "Corrupção Política - luta social pelo resgate da dignidade no poder", do Senhor Benedito Marques Ballouk Filho, e para o coquetel no Hall Monumental. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Vaz de Lima.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Esta Presidência passa a nomear as autoridades presentes: Vice-Almirante Terenilton Souza Santos, Comandante do 8º Distrito Naval; Sereníssimo Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo, Benedito Marques Ballouk Filho; Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, Francisco Gomes da Silva; Sereníssimo Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista, José Maria Dias Neto; Deputado Aldo Demarchi e Deputado Olímpio Gomes.

Senhores Deputados, Sras. Deputadas, minhas senhoras e meus senhores.

Esta Sessão Solene foi convocada por este Presidente, atendendo solicitação do nobre Deputado Aldo Demarchi, com a finalidade de comemorar o “Dia do Maçom”.

Convido a todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do Maestro 2º Tenente Músico Jassen Feliciano.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a seus músicos e em nome do 2º Tenente Músico Jassen Feliciano.

Gostaria de pedir desculpas por não poder participar deste evento até o final, em função dos compromissos do mandato da Presidência.

Desejo boa-noite a todos. No ano passado, no dia 20 de agosto, estivemos numa sessão como esta, e depois disso fizemos uma alteração no Regimento Interno, acrescentando “Senhores Deputados e Senhoras Deputadas”.

A história da humanidade tem sido feita de um permanente conflito entre a civilização e a barbárie, entre forças do progresso e do atraso.

Nas diversas culturas que se desenvolveram em todo o planeta desde a antiguidade floresceram manifestações pelo aprimoramento do ser humano. Mas, infelizmente, também se desenvolveram situações que até hoje nos causam repugnância.

Nós todos, que voltamos o nosso pensamento e a nossa ação pelo bem, temos inúmeros exemplos de dedicação, uma busca por um mundo melhor. Esse ideal perene alimenta-se e reforça-se por meio do esforço abnegado de tantas pessoas, em tantos países, com tantas crenças diferentes, mas todas unidas pelo mesmo objetivo. São essas as pessoas que realizarão a grande obra de construir a sociedade da paz, da harmonia e da fraternidade.

Albert Einstein disse uma vez que o mundo é um lugar perigoso não por causa daqueles que fazem o mal, mas, sim, por causa daqueles que apenas observam e deixam o mal acontecer.

A Maçonaria jamais se acomodou, esteve sempre ativa e atuante na defesa de seus princípios de solidariedade, justiça e liberdade. Assim foi na França do iluminismo; nos Estados Unidos, o nascimento da moderna democracia; no Brasil da independência, todos os episódios decisivos para o nosso povo.

Ao cultivar o aperfeiçoamento intelectual e moral como instrumento de promoção do progresso civilizatório, a Maçonaria consolida-se como importante eixo da gigantesca engrenagem que nos conduz a um futuro melhor.

Ao valorizar o mérito pessoal de homens livres, sem distinção de classe, raça, cor, credo religioso, ao perseguir o bem comum da sociedade mais justa, fraterna, solidária e ao colocar em prática sua preocupação com o destino do país, a Maçonaria torna-se  merecedora de todas as homenagens.

É por isso que nesta data nos reunimos pela feliz iniciativa do nobre Deputado Aldo Demarchi de realizar esta Sessão Solene.

Irmão, todos os senhores, cumprimento, em nome da Assembléia Legislativa de São Paulo e do povo, o Deputado Aldo Demarchi, todos os maçons e lhes desejo felicidades no prosseguimento da missão a que se entregaram de corpo e alma.

Passarei a Presidência ao Deputado Aldo Demarchi. Bom prosseguimento na condução dos trabalhos a S. Exa. e a todos nesta Sessão Solene.

Muito obrigado. A Casa é nossa. (Palmas.)

 

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-  Assume a Presidência o Sr. Aldo Demarchi.

 

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O SR. ALDO DEMARCHI - DEM - Gostaria, antes da retirada do nosso Presidente, de agradecê-lo pela deferência que fez na abertura da nossa solenidade na noite de hoje. Sei que S. Exa. tem uma agenda a cumprir, mas fez questão de prestigiar a nossa entidade. Quero fazer o agradecimento em nome de todos os nossos irmãos. Muito obrigado, Sr. Presidente, por essa deferência. (Palmas.)

Antes de nomearmos as autoridades aqui presentes, gostaria que todos, de pé, ouvissem o Hino da Maçonaria que será executado pela Banda da nossa gloriosa Polícia Militar.

 

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-  É executado o Hino da Maçonaria.

 

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O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Queremos agradecer a Banda da Polícia Militar que abrilhantou a nossa sessão com a execução do Hino da Maçonaria. Muito obrigado.

A Presidência quer registrar a presença na nossa Mesa do vice-Almirante Terenilton Souza Santos, Comandante do 8º Distrito Naval; do eminente Benedito Marques Ballouk Filho, Grão-Mestre do Grande Oriente São Paulo; do Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo Francisco Gomes da Silva e do Sereníssimo Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista José Maria Dias Neto.

Quero ainda anunciar a presença do meu colega, Irmão Major Olímpio, a quem concedo a palavra.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PV - Exmo. Deputado e Irmão Aldo Demarchi; autoridades maçônicas; Contra-Almirante Terenilton, Comandante da Marinha em São Paulo; irmãos maçons; cidadãos presentes, mais do que nunca é obrigação desta Casa - todos os anos manifesta no ato do Deputado Aldo Demarchi - abrir as portas do Legislativo para saudar a Maçonaria, Maçonaria que na história da humanidade, na história do nosso País teve, tem e deverá ter papel preponderante porque o verdadeiro maçom nunca busca para si. Ele está sempre em busca do bem comum, do bem da sociedade, da dignidade das relações humanas. Inclusive, no ano passado, tivemos até assinatura de compromisso no sentido da atuação da Maçonaria no combate à corrupção, esse câncer que assola a sociedade brasileira e que estampa, para minha tristeza, a sua podridão maior na classe política.

Aqueles que têm mandato e teriam obrigação de ser espelhos da sociedade são os que mais envergonham a sociedade hoje em dia. É necessário, sim, homens livres e de bons princípios que possam levantar a voz pela sociedade e aí minha manifestação de esperança.

Passemos, sim, a ações concretas, a estampar o nome daqueles que realmente tentam com suas ações destruir a sociedade. Tenho visto manifestações da Associação Brasileira de Imprensa, tenho visto manifestações da Associação dos Magistrados quando estampam as fichas sujas daqueles que querem ascender à política para se locupletarem e usarem da tragédia do cidadão mais humilde e menos esclarecido para galgar a política com interesses próprios e muitas vezes para locupletação.

Gostaria de deixar uma mensagem: que a Maçonaria se unisse no combate intransigente à corrupção para escancarar à sociedade brasileira que o cidadão não compactua com a corrupção, não compactua com a malversação dos recursos públicos.

Que este ato do Dia do Maçom seja para os próximos anos um momento de prestação de contas da nossa ação efetiva e mostre à sociedade que além das nossas ações, muitas vezes veladas e discretas, também usamos a força, o poder e a ética e podemos, exatamente como pouquíssimas instituições, dizer: nós queremos uma sociedade mais justa e perfeita.

Para finalizar, como deputado desta Casa e como humilde policial militar por mais de 30 anos, peço apoio da Maçonaria à causa em defesa da Polícia de São Paulo, Polícia que vem sendo massacrada por governos e mais governos que não têm respeito pelo ser humano, pelo que a Polícia tem de mais precioso, que são seus quadros, e estamos na iminência de uma grave paralisação da Polícia de São Paulo por conta da inércia, da omissão e até da irresponsabilidade do governo do estado. Pela força que tem a maçonaria nos 645 municípios deste Estado, que seja uma voz a também se levantar em defesa da Polícia de São Paulo. Quem não tem respeito pela Polícia não tem respeito pelo cidadão.

Mais uma vez, Deputado Aldo Demarchi, parabéns pela iniciativa, por sempre trazer a força e a luz da maçonaria para esta Casa com todo orgulho para nós maçons. Parabéns, felicidades pelo Dia do Maçom. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Informo que há uma justificativa de ausência do Deputado Antonio Salim Curiati, que também pertence à nossa instituição, mas está aqui o seu representante Sr. Udine Verardi; justificou também sua ausência nosso irmão Bruno Covas. Anuncio também, como fazendo parte da Mesa, o general Fayad, representando o general Antonio Gabriel Esper, Comandante Militar do Sudeste; o Coronel PM Celso Pinhata, Chefe da Assistência Policial Militar desta Assembléia, representando o Comandante-Geral da PM, Coronel PM Roberto Antonio Diniz; Nelson Abud João, conselheiro regional do Sesi, representando o presidente da Fiesp, Paulo Skaf; Jonas Dias, Vereador da Câmara Municipal de Guarulhos; Mário Sérgio Nunes da Costa, eminente Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente de São Paulo, Gosp; Wilson Dias Medrado Filho, eminente presidente da poderosa Assembléia Legislativa do Grande Oriente Paulista; irmão Gersino Donizete do Prado, eminente presidente do Egrégio Tribunal de Justiça Maçônica do Grande Oriente Paulista; Antonio Carlos Peres Arjona, grande Procurador-Geral do Grande Oriente Paulista, GOP; Dorval de Oliveira, Grão Mestre de Honra do Grande Oriente Paulista; Silvio Clóvis Corbari, eminente Grão-Mestre Adjunto da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, Glesp; Walcreuse Veríssimo Machado Júnior, Grande Secretário de Gabinete da Gosp; Wanderlei Venceslau Faria, Grande Secretário da Guarda dos Selos do Gosp; Jurandir Alves de Vasconcelos, eminente Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente Paulista, GOP; Solemar Gomes Batista, presidente da poderosa Assembléia estadual Legislativa Maçônica do Gosp; Sra. Rosa Simei Bruno, presidente da Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul Estadual; Walter de Oliveira Lima Teixeira, Grande Procurador do Gosp; José Moretzron de Castro, Juiz-Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Gosp/GOB; William Buchel, Grande Secretário de Relações Interiores da Glesp; Sérgio Guillen, Grande Orador Adjunto da Glesp; Luiz Carlos Gonzaga, Respeitável Grande Secretário da Cultura da Glesp; Paulo Celso Mascarenhas Carvalho, Juiz do Tribunal Eleitoral Maçônico da Glesp; Osires Fredi Drimos, respeitável Juiz do Tribunal Eleitoral Maçônico da Glesp; José Carlos Dchiara, respeitável presidente da Comissão Liturgia da Glesp, e Dr. Paulo Rios, Chefe da Assistência Policial Civil desta Assembléia. Agradeço a presença de todos e passo a palavra ao Sr. José Maria Dias Neto, eminente Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista.

O SR. JOSÉ MARIA DIAS NETO - Muito boa-noite! Queria saudar o eminente Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, Deputado Vaz de Lima, e o faço com grande satisfação na pessoa do nosso querido irmão Deputado Aldo Demarchi, o Grão-Mestre do Grande Oriente do Estado de São Paulo, irmão Benedito Marques Ballouk Filho; o eminente irmão Francisco Gomes da Silva, Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo. Saúdo as autoridades maçônicas de cada uma das Potências. Saúdo o Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente Paulista, Jurandir Alves de Vasconcellos; os representantes  do Poder Legislativo; o Irmão Wilson Dias Medrado Filho; o Irmão Gersino Donizete do Prado, presidente do Tribunal de Justiça Maçônica do Grande Oriente Paulista. Saúdo os grandes Secretários, Irmãos do Grande Oriente Paulista; Irmãos e autoridades das demais Potências e Obediências aqui presentes; Irmãos das Grandes Lojas; do Grande Oriente do Estado de São Paulo; nossas cunhadas, nossos sobrinhos; o vice-Almirante Terenilton Sousa Santos; demais autoridades militares; demais autoridades civis, convidados, senhoras e senhores aqui presentes.

Inicio agradecendo o honroso convite para que aqui estivéssemos, mais uma vez, nesta importante Casa de Leis a Assembléia do Estado de São Paulo, para podermos comemorar de forma festiva o Dia do Maçom, e, nesta oportunidade acompanhados por um grande número de irmãos do Grande Oriente Paulista que efetivamente sente-se integrado no cenário Maçônico do nosso Estado.

A pujante Maçonaria de nosso Estado passa e chega a momento importantíssimo se sua história, história de lutas, história da prática do bem, história de efetiva participação, história que traz um enorme rol de valorosos irmãos efetivamente integrados e participantes das mais variadas atividades sociais, políticas e até governamentais do nosso querido Estado, mas história que atinge ao momento de maturidade e plenitude, quando os propósitos comuns e objetivos maiores nos permitem falar e proclamar algo que é sonho antigo de todos os Maçons paulistas, sonho sonhado junto, sonho que se torna realidade: A Maçonaria unida de São Paulo!

Há dentro de cada um dos Maçons de São Paulo - tenho certeza absoluta por terem escolhido a Maçonaria como caminho para seu auto-aperfeiçoamento moral, intelectual e espiritual, uma compulsória responsabilidade social que se transforma no dever de fazer deste Estado, e do nosso país, um mundo melhor do que aquele que encontrou, quando aqui chegou.

Temos o direito de escolher os nossos caminhos, pois o Maçom e homem livre.

Nada é superior no ser humano do que sua consciência, absolutamente livre.

Como afirma o Grande Grão Mestre Rui Silvio Stragliotto da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul: “Nem sempre podemos ser o que os outros querem que sejamos, porque o que desejam talvez não seja o ideal que queremos, embora, muitas vezes seria mais fácil tomarmo-nos o que os outros desejam; porém, ao fazê-lo renunciaríamos aos nossos sonhos, abandonaríamos nossas esperanças e ignoraríamos as nossas necessidades.”

“As pessoas plenamente atuantes não se preocupam com si mesmas, porque responsavelmente se preocupam com os outros. Sentem, por isso, profundamente, que só podem se tomar plenamente humanas quando estiverem em união com os outros. A essência dessa união é o amor, sem o que não haverá condição de tornar-se um ser verdadeiro e digno, da presença do Poder Criador em si.”

A Maçonaria de São Paulo deve seguir o exemplo dado pelo querido Estado do Rio Grande do Sul, quando a Maçonaria Unida do RGS consciente de sua responsabilidade no contexto da Sociedade Brasileira criou, por ato conjunto de seus Grão-Mestres, uma Comissão Tripartite para oferecer à apreciação da maçonaria Brasileira, tão necessário à implantação de Políticas Sociais justas em todos os quadrantes da Federação, um trabalho conjunto e uma dádiva da Maçonaria.

É flagrante o desalento e desuso comportamentais no trato da coisa pública em nosso país, chegando ao cúmulo de gerar até indiferença na sociedade. Há quem afirme a perda da capacidade de indignar-se.

A sociedade precisa ser esclarecida, pois é ela quem elege os representantes e dirigentes.  De nada adianta reclamar, precisa ter consciência absoluta no escolher, para não escolher errado e só colocar no poder agentes dignos e confiáveis.

Sonhos e idéias sem ação são inócuos.

É preciso conscientizar a sociedade de sua responsabilidade e dever fundamental de escolha correta, pois só assim, os sonhos poderão se concretizar.

A Maçonaria tem dever fundamental nessa transformação e é chegada a hora de cumprirmos esse dever, como homens livres e formadores de opiniões.

As sociedades e que geram os governos. As características, defeitos e virtudes de um governo constituído, têm origem na sociedade que o gerou.

Estamos cansados de escândalos, de corrupção, de tantas prisões que duram horas, nem chegam a durar dias, de tanta insegurança, de tantos tributos, de tanta arrecadação, de tanta promessa e de nada de concreto.  O povo é bom. O povo é confiante. O povo faz a sua parte. O povo espera que nossos governantes cumpram suas promessas. O povo colabora e não quer esperar por “esmolas” ou “doações para apenas matar a fome”.  O povo quer participar, ser igual, ser feliz.

Ser Maçom, meus irmãos, é querer a harmonia das famílias, a concórdia dos povos, a paz do gênero humano. Ser Maçom, meus irmãos, é derramar por toda a parte os divinos esplendores da instrução, educar para o bem, a inteligência, conceber os mais belos ideais do direito, da moralidade, da honra e essencialmente, meus irmãos, praticá-los.

A nação hoje reclama da Maçonaria uma nova tomada de posição em defesa da Pátria - um combate sem tréguas à exclusão social e à corrupção.

É chegada a hora da participação da Maçonaria Unida de São Paulo.

“Combater a corrupção em todas as suas formas é um dever Maçônico e uma exigência da sociedade.”

Encerro, meus irmãos, respeitosamente transmitindo os cumprimentos do Grande Oriente Paulista desejando a todos os irmãos maçons sinceros votos de parabéns, por mais um aniversário da Maçonaria e por estarmos juntos na comemoração do Dia do Maçom.

Recebam todos, o meu fraternal abraço.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Queremos justificar a ausência do nobre Deputado Jorge Caruso, também  nosso irmão que por compromissos fora não está presente nesta solenidade. Passo a palavra ao Sr. Francisco Gomes da Silva, eminente Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo.

 

O SR. FRANCISCO GOMES DA SILVA - Excelentíssimo Sr. Presidente dos trabalhos, nobre Deputado Aldo Demarchi, caríssimo irmão eminente Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo, irmão Benedito Marques Ballouk Filho, eminente Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista, meu querido Irmão José Maria Dias Neto, é difícil falar depois de você, porque você esgotou todo brilhantismo de um discurso maçônico, caríssimos irmãos, ilustre vice-Almirante Terenilton Souza Santos, Comandante do 8º Distrito Naval, na pessoa de quem saúdo todas autoridades presentes neste dia de homenagem ao Maçom.

Honrados com tão significativa homenagem e, em particular, para falar em nome de meus irmãos da grande loja maçônica do Estado de São Paulo, nesta efeméride em que se comemora o Dia do Maçom.

Cumpre-me o dever de agradecer a Presidência desta Casa de Leis e do povo; agradecer também ao Deputado Aldo Demarchi que ao longo dos anos como maçom e como deputado têm-se empenhado para que o Dia do Maçom seja comemorado nesta Casa como um dia auspicioso, compatível com a grandeza da instituição que abriga os homens hoje aqui homenageados.

A natureza parece que dotou os maçons de muitos dons que ornamentam o espírito e o caráter dos que nasceram para edificar, e ainda concedeu-lhes como suprema graça o interesse pelos semelhantes que sob a base da solidariedade humana aproxima a terra do céu e torna a criatura parecida com o criador.

Colocando-nos a serviço da humanidade, somos merecedores de um prêmio que não tem preço. A glória dos abnegados em quem a maçonaria encontrará a seiva de sua sobrevivência e de sua eternidade com a instituição acolhedora de homens bons.

Meus irmãos, se procurastes na maçonaria a seiva para nutrir uma corrida para a renovação da sociedade, é que nascestes com esse destino - destino do sacrifício que acompanha a luta por ideais tantas vezes incompreendidos, ou nascestes com esta predestinação, que é mais imperiosa que o destino.

Somos do tamanho de nossos sonhos e só ao homem é dado o direito de sonhar.

Nada é grande na terra a não ser o homem e nada é grande no homem a não ser sua mente e sua alma.

Entretanto, não é porque somos maçons que este desígnio nos coloca acima do bem e do mal. Porque aquele que pertence à justiça não pode exigir de seus pares decisões impregnadas de vícios e maledicências e ainda impingir aos outros sua vontade questionável.

É por isso que Alcides Carneiro ao paraninfar uma turma de estudantes de Direito e como que aconselhando jovens doutores para os caminhos retos de sua formação com administradores da justiça, assim a eles se dirigiu: “como juiz, quando condenei fiz com base no direito e na defesa da Justiça e quando absolvi não o fiz por compaixão”. É isto que se espera de um jurista e não a mesquinhez de sua vaidade pessoal e de sua vontade implacável de vingança. Por isto é que nesta Casa do povo as leis que se fazem são os instrumentos reguladores das relações sociais. Por isso afirmava Péricles “A liberdade do cidadão tem seu limite na ordem jurídica do estado”. É importante ressaltar que a liberdade não é um bem particular e privado e depois porque, como o amor, o seu limite é não ter limites.

Meus irmãos, não pode existir outro ambiente mais propício e um vale mais fértil para a germinação de leis, e junto com elas sermos homenageados. Neste ambiente em que a liberdade, a igualdade e a fraternidade ecoam por todos os cantos das tribunas livres aqui instaladas.

Vamos dividir meio a meio as alegrias dessa convivência fraterna nesta Casa com a concha do coração, que é a mais exata de todas as medidas.

Devemos lutar por dias melhores em que o povo saiba que possui sua liberdade, que seja dono de seu destino, e que mande na sua vontade e nisso seremos os melhores soldados, e juntos o melhor exército, e individualmente seremos o melhor exemplo.

Nenhum timoneiro é pequeno quando é grande a sua fé. A arrogância e a prepotência têm tentado nos destruir; a humildade e o amor têm conseguido nos fortalecer.

Quando um pássaro pousa em galho frágil e este balança, em vez de medo, ele canta porque sabe que pode voar. Por isso, cantemos o nosso canto e voará por toda parte como um hino de louvor à ética e à seriedade de comportamento.

Passarão as lembranças de minhas batalhas, mas não passarão as memórias de minhas conquistas, por isso lutei, e continuarei depois disso, por saber os estragos que as guerras fazem, pregarei a paz e o amor ao próximo porque sei os frutos que eles trarão.

Finalmente podem não encontrar uma grande realização de meu trabalho, mas encontrarão nos caminhos de minhas andanças a evidência de um grande esforço.

Muito obrigado e que Deus nos ajude. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Concederemos agora a palavra ao Sr. Benedito Marques Ballouk Filho, eminente Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo.

 

O SR. BENEDITO MARQUES BALLOUK FILHO - Presidente desta sessão, Aldo Demarchi, em nome de quem cumprimento todas as autoridades políticas; meu querido irmão e amigo Francisco Gomes da Silva, sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo; José Maria Dias Neto, sereníssimo Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista; meu querido irmão, amigo e companheiro Mário Sérgio Nunes da Costa, Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente de São Paulo, em nome de quem cumprimento todas as autoridades do poder executivo maçônico; meu irmão Valdemar Gomes Batista, presidente da Assembléia Estadual Legislativa do Grande Oriente de São Paulo, em nome de quem cumprimento todos os parlamentares maçônicos; meu irmão José Moretzson de Castro, mui digno presidente do egrégio Tribunal de Justiça Maçônica do Grande Oriente de São Paulo, em nome de quem cumprimento todas as autoridades do Judiciário Maçônico; meu querido irmão Bento de Oliveira Silva, em nome de quem cumprimento todas as autoridades federais do Grande Oriente do Brasil; e meu querido irmão Almirante Terenilton Souza Santos, do 8º Distrito Naval de São Paulo; boa-noite. Quero aqui dizer aos meus queridos irmãos do Grande Oriente de São Paulo que neste exato momento estamos inaugurando a Gosp TV. Então já está sendo transmitida hoje ao vivo, a nossa televisão maçônica do Grande Oriente de São Paulo, tão esperada e hoje uma realidade.

Quero aqui lembrar aos meus queridos irmãos que no ano passado trouxemos para esta Casa de Leis um sonho de um levante, um levante de uma sociedade de homens livres e de bons costumes, justos e perfeitos, homens inseridos na sociedade formando a tão capilaridade maçônica, que orgulha toda a maçonaria brasileira. Viemos aqui e neste solo fértil lançamos a Carta da Maçonaria Paulista contra a Corrupção. Era a nossa indignação. Naquela Carta traçamos os caminhos pelos quais a Maçonaria se posicionaria diante desse câncer que contamina a nossa sociedade. Colocamos naquela Carta alguns princípios, e aquela Carta deu origem a um projeto de inserção política do Grande Oriente de São Paulo e também das demais obediências.

Hoje há passos tímidos ainda dentro de tantos e tantos anos de omissão. Ofereceremos à sociedade paulista cerca de 300 irmãos absolutamente vocacionados na causa social, e sem sombra de dúvida verdadeiros construtores sociais, homens que seguirão com o selo maçônico essa entidade secular, que tanto reconhecimento granjeia na sociedade, e irão representar a Maçonaria paulista nas próximas eleições no dia 5 de outubro.

E também é nosso projeto que no ano de 2010, nas macroeleições, estejamos presentes também com o mesmo projeto, colocando, no lugar de um corrupto, um homem de bem. Esse é o propósito da Maçonaria; e aqui, sem nenhuma demagogia, dada a amizade que tenho, mas colocando no lugar de um homem corrupto, um Aldo Demarchi, um homem de bem.

Quero aqui dizer aos meus queridos irmãos que fizemos, dentro do projeto, uma simples introspecção e colocamos no papel algo chamado ‘Corrupção Política’, a luta social pelo resgate da dignidade do poder, um livro que demonstra a corrupção que campeia no nosso país e coloca essa sociedade de elite, essa sociedade capilarizada, esses homens inteligentes na luta maçônica pela dignidade do poder.

Ofereço este livro ao meu querido Presidente. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Solicito ao nobre irmão, Mestre Maçom da Loja Perseverança, Equilíbrio e Harmonia, 621, jornalista e radialista Zancopé Simões, que fizesse a leitura da Carta que foi lida na Sessão Solene do ano passado, aqui nesta Casa. Bem lembrado pelo Ministro Ballouk, vem subscrita nesta noite de hoje, pelo nosso respeitado Grão-Mestre, da nossa Grande Loja do Estado de São Paulo, nosso irmão poderoso, Francisco Gomes da Silva.

 

O SR. ZANCOPÉ SIMÕES - Carta da Maçonaria Paulista pela Ética na Política e contra a Corrupção:

“Nós, maçons jurisdicionados ao Grande Oriente de São Paulo, federado ao Grande Oriente do Brasil e da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, reunidos na noite do dia 18 de agosto de 2008, na Capital do Estado, nas dependências da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, em Sessão Solene comemorativa ao Dia do Maçom, debatemos e aprovamos os seguintes princípios desta Carta de Intenções, denominada “Carta da Maçonaria Paulista pela Ética na Política e contra a Corrupção”.

Tendo em vista que vivemos num quadro de exclusão social, miséria, preconceito e corrupção são os principais responsáveis por esse processo. A miséria leva à marginalidade milhões de pessoas. O preconceito afasta as relações sociais e marginaliza outros tantos. A corrupção, inegavelmente, gera a exclusão, na medida em que o dinheiro público é desviado da Educação, da Saúde, da Habitação, da Segurança, dos Transportes, prejudicando aqueles que mais dependem dos serviços públicos, ou seja, os mais pobres.

Combater a corrupção é, antes de tudo, uma exigência da sociedade, para que acabemos com o fosso que exclui as pessoas, deixando poucas possibilidades de vida digna e de pleno exercício de cidadania, negando a todos, excluídos ou não, o direito à esperança de um futuro melhor.

E considerando que a história de lutas e conquistas nacionais, nas quais a Maçonaria esteve direta e indiretamente envolvida, a relevante representatividade da Maçonaria na sociedade paulista e brasileira, a constante preocupação e a necessidade de monitoramento que a Maçonaria dedica às questões regionais e nacionais, concluímos que chegamos ao esgotamento de inúmeros procedimentos e práticas políticas.

É cada vez mais premente a necessidade de repensar o papel do Estado e da atividade pública. Não podemos tolerar mais a política do “rouba, mas faz”, que é justificada pela eficiência e pelas grandes obras, mas desvinculada do bem comum e da ética da coisa pública.

Temos de recuperar as políticas públicas e instituir a transparência como fio condutor das ações governamentais, descentralizar a administração, garantir direitos e estimular a participação popular e a cidadania, criando mecanismos mais efetivos de fiscalização, de aferição da vontade popular e de participação nas decisões, para restaurar a legitimidade, a eficiência e a credibilidade de nossas instituições.

Portanto, as Potências Maçônicas que esta subscrevem decidem:

1o) atuar de maneira homogênea, exigindo dos homens que ocupam cargos efetivos ou funções na administração pública comportamento condizente com a filosofia maçônica, isto é, com a ética e a moral;

2o) atuar na sociedade civil organizada, conscientizando as comunidades para combater a corrupção e exigir ética e transparência no trato da coisa pública;

3o) criar no âmbito das jurisdições maçônicas um fórum permanente de análise, discussão e medidas práticas a serem adotadas no combate à corrupção;

4o) desenvolver um cadastro de restrição maçônica, onde constem nomes das pessoas envolvidas em atos de corrupção e improbidade administrativa;

5o) tomar posições definidas nas eleições para a escolha de representantes aos Poderes Públicos municipais, estaduais e federais, dando-lhes um recado claro:chega de corrupção;

6o) promover a construção de uma sociedade mais justa e igualitária dentro dos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade.

Para que sejam concretizadas tais decisões, as Potências Maçônicas signatárias desta carta comprometem-se a manter uma comunicação permanente entre todos os maçons jurisdicionados, para que haja a conscientização contra a corrupção nos órgãos públicos, sobre gravidade do problema e a importância da participação individual para viabilizar as soluções propostas, sob a iluminação e auspício do Grande Arquiteto do Universo.

São Paulo, 18 de agosto de 2008.

Benedito Marques Ballouk Filho, Eminente Grão-Mestre do  Grande Oriente de São Paulo, e Francisco Gomes da Silva, Sereníssimo Grão-Mestre da  Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo.”

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Agradeço a colaboração do jornalista e radialista Zancopé Simões.

Vice-Almirante Terenilton Souza Santos, comandante do VIII Distrito Naval, Eminente Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo, Benedito Marques Ballouk, Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, Francisco Gomes da Silva, Sereníssimo Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista, José Maria Dias Neto, na pessoa de quem saúdo todas as autoridades presentes, os poderosos irmãos, minhas cunhadas, nesta importante data comemorativa, instituída pela Lei nº 3889, de 26 de outubro de 1983, estamos aqui reunidos mais uma vez para comemorar o “Dia do Maçom”.

Confesso, Grãos-Mestres, que, hoje, revisto-me de muita satisfação em estar com um número tão grande e representativo de irmãos que, através de seus pensamentos, estão enviando os bons fluídos daqui para todos os maçons do Universo.

Também quero ressaltar o privilégio de presidir esta Sessão Solene em comemoração ao Dia do Maçom, que se realiza pela décima terceira vez, por requerimento deste deputado, sempre contando com o apoio e participação de nossos irmãos deputados com assento neste Parlamento.

Minha reverência aos maçons, como irmãos e como agentes da construção de uma sociedade mais justa e perfeita, vem do aprendizado da doutrina maçônica, adquirida no correr dos quase 40 anos que pertenço a esta sublime ordem iniciática, filosófica e filantrópica.

Se os irmãos não sabem, fui iniciado em 1969 e tive privilégio de portar o primeiro malhete de minha Loja, “Fraternidade e Justiça 110”, de Rio Claro, por duas vezes.

O privilégio maior foi ter dois filhos convidados por outros irmãos de outros Orientes, como é o caso do Demerval, que pertence à União Paulista, nº 34, e José Aldo, que pertence à Amizade Fraternal 275.

Meus irmãos, normalmente quando de uma cerimônia deste porte, na qual reunimos tão grande número de maçons, o orador procura sempre falar da história da maçonaria ou dos feitos dos maçons no decorrer da história da humanidade e principalmente do Brasil. Entretanto, com a permissão dos senhores e das senhoras, gostaria de discorrer sobre outro tema, qual seja, o momento atual do nosso país e da política. Os que me antecederam já tocaram fundo naquilo que também procurarei reforçar. Todos sabemos que o nosso país enfrenta seriíssimos problemas de ordem econômica e social e a estrutura administrativa e política não funciona adequadamente, fazendo com que o Brasil, dos 138 países filiados na ONU, seja o 10o no volume do PIB e o 68o em qualidade de vida. É um fato alarmante. Enfrentamos uma crise que a maioria vê como meramente econômica e social, com um desemprego atingindo 17 milhões de trabalhadores brasileiros, uma dívida interna que chega próximo a um bilhão de reais e um contingente de pessoas abaixo da linha da pobreza na ordem de 30 milhões de pessoas, além de muitos outros índices nada alentadores, como a violência que cresce dia a dia.

Como um país com tais potencialidades chegou à situação tão caótica? A imprensa e a maioria da população, mesmo sem fazer uma análise mais apurada, responsabiliza sempre a classe política pela situação vigente, rotulando-os de incompetentes, mal-intencionados e corruptos. Como político que sou, já no quarto mandato na Casa, sendo prefeito da minha cidade, vereador, não posso deixar de reconhecer que existem pessoas nesse ambiente com qualidades questionáveis, mas também é bom deixar registrado que muitos outros que trabalham para reverter a situação dramática em que nos encontramos, muitas vezes são jogados na vala comum. Dizem que os políticos são demagogos, hipócritas e que só olham para seus interesses em detrimento das necessidades da população, característica essa que atribuo, sim, aos maus homens públicos.

Mas se existem maus políticos no nosso País - que não é privilégio tão somente do Brasil - de quem é a responsabilidade? Para respondermos a isso teremos que analisar os aspectos estruturais e conjunturais, traçando um paralelo do passado com o presente. Nosso sistema político é caracterizado pelo populismo, paternalismo e pelo clientelismo. Isso significa que o nosso povo ainda admira aquele tipo populista que faz discursos inflamados, prometendo tudo e que sai abraçado a todo mundo, de preferência com uma criança no colo. Também tem o paternalista, que diz que, uma vez no governo, vai resolver todos os problemas da nossa comunidade. E ainda o terceiro, o clientelista, que troca o apoio pelos votos, pelos favores pessoais.

A vigência dessa estrutura se deve ao perfil da nossa população, que é constituída em sua maioria de cidadãos de baixo poder de discernimento. Se o perfil de nossa população é esse, concluímos que a responsabilidade da atual situação política recai sobre aqueles que influenciam e conduzem o povo, ou seja, a chamada elite. Numa situação em que a maioria da população é colocada no “hall” dos analfabetos funcionais, eu diria que elite é o grupamento social com capacidade para receber as informações e processá-las adequadamente e não como um grupamento social mais abastado. Nesse sentido, nós, maçons, somos parte da elite brasileira, uma vez que para sermos admitidos na nossa ordem, devemos apresentar requisitos mínimos, dentre os quais a capacidade de raciocínio, de aprendizado, entendimento, o que aumenta a nossa responsabilidade no processo do desenvolvimento social. Assim, vejo que, a cada dia, os maçons externam com mais veemência sua preocupação no que tange ao rumo que toma nossa Nação. Vemos hoje inequívoca tendência à degradação moral e espiritual de nossa sociedade.

A Maçonaria, formada por cidadãos livres e de bons costumes, que ensina que o objetivo maior de seus membros é o trabalho incansável para construir um mundo onde a humanidade possa viver a plena felicidade, não poderia ficar indiferente aos bárbaros acontecimentos que ocorrem nesses dias.

A violência gratuita, os desmandos no setor público, a corrupção e tantos outros indicativos de graves desvios morais e sociais necessitam de respostas imediatas para que a população tenha a certeza que as instituições estão aí para defender os seus direitos, não daqueles que, de alguma forma, agridem a sociedade.  Assim, a reação da Maçonaria é necessária pela natureza da sua doutrina e bem vinda pela necessidade da população.

Mas falar da filosofia maçônica, das qualidades de sua doutrina, dos vultos e fatos históricos ligados à Maçonaria, se nós fizermos uma pesquisa nos Anais deste Parlamento, veremos que em anos anteriores já foram feitos diversos pronunciamentos sobre esses temas, elaborados com muita erudição e conteúdo.  Porém, tudo o que foi dito ficou apenas no discurso.

Hoje vejo que a hora não é para enaltecer os feitos pretéritos de nossa ordem ou de nossos irmãos. Muito pelo contrário. É hora de uma profunda reflexão sobre a nossa missão como construtores sociais e, principalmente, sobre nossas ações para cumprirmos essa missão, que entre outras coisas é do combate à corrupção.

As potências maçônicas paulistas, inclusive, ratificaram a "carta da maçonaria paulista contra a corrupção" já apresentada no ano passado, como um pacto de luta contra esse mal social que tanto prejudica o desenvolvimento do nosso querido Brasil. Mas somente isso será suficiente?  Tenho certeza que não.

O cientista político americano, Stuart Gilman, chefe do programa global da ONU contra a corrupção, que se dedica há trinta anos ao estudo e implantação de programas desenvolvidos em diversos países, incluindo o Brasil, diz que antes de tudo, o combate à corrupção deve sair do discurso e se materializar em ações concretas e efetivas.

A corrupção faz com que os recursos, que já são escassos, sejam mal gastos, quando não desviados para o benefício de poucos em detrimento de milhões de pessoas.  Diz Stuart Gilman que “a corrupção não é um crime sem vítimas.  Na verdade as vítimas podem ser contadas aos milhões”.

Se os irmãos pensarem bem, os recursos desviados pela corrupção, se não o fossem, poderiam salvar milhares de pessoas. Mas esse desvio ocorre e não sabemos quantos morrem nas filas do SUS esperando atendimento ou algum procedimento que não é feito por falta de equipamento ou material que poderia ser comprado com esse dinheiro.

Ainda, segundo o Prof. Gilman, nos países onde a corrupção é mais elevada, o desvio resultante dessa prática atinge entre 25% a 30% do PIB e em países onde a corrupção está sob controle, mesmo assim encontramos um desvio de até 3% do PIB.

Se admitirmos que o Brasil encontra-se no grupo dos países onde a corrupção está sob controle e que nosso PIB está em torno de um trilhão de reais, 3% de desvio representa 30 bilhões de reais, que é 1/3 do orçamento do Estado de São Paulo.  Mas sabemos que aqui, infelizmente, a corrupção abocanha parcela muito maior dos recursos de nossa sociedade.

Porém, pior que as perdas pecuniárias e materiais, a corrupção descontrolada, segundo o Prof. Gilman, destrói um dos valores fundamentais de uma democracia, qual seja, a confiança da população no governo e nas instituições.

Sem contar com a confiança da população, as instituições não conseguem cumprir sua missão, abrindo caminho para a destruição da própria democracia.  Todos os males sociais, tal como a violência, tráfico de drogas, degradação da educação e outros mais, podem ser ligados à corrupção que, sem controle, leva à falência as instituições.

Então, o que os maçons podem fazer, em complemento a essa iniciativa da "Carta da Maçonaria Paulista contra a Corrupção"?

Essa indagação é fácil de responder.  Basta ter vontade e colocar mãos à obra, com a trolha numa mão para construir um novo cenário e a espada na outra para lutar contra os males que nos afligem. Entretanto, difícil de fazer porque depende de nossa verdadeira vontade de ir além do discurso e partir para ação.

Dentre tantas alternativas que poderíamos utilizar para por em prática uma ação contra a corrupção, encontramos uma no texto desenvolvido pelos irmãos Luiz Couto e Luzo dos Santos Ferro, membros do Grande Oriente de São Paulo, inclusive já por mim citada em discurso anterior, mas ainda muito atual. Eles advogam que os maçons, como estão congregados em lojas em todos os municípios do nosso Estado, devem tomar posições e agirem conforme grupos de pressão, influenciando as decisões dos políticos e se manifestando contrariamente aos desvios de conduta dos mesmos. Isso porque, reconhecidamente, a Maçonaria tem os seus quadros compostos por formadores de opinião.

Corroboro com essa idéia e mais: acredito que num contingente tão grande como o nosso temos pessoas que detêm qualidades intelectuais e morais para atuarem diretamente no cenário político. E essas pessoas devem ser incentivadas a participar da política e contar com o apoio de todos nós.

Um segmento da sociedade que conta com tantos líderes não pode ficar à margem das decisões. Provavelmente, em todos os clubes de serviços - como Rotary e Lions -, existem dirigentes maçons. Grande parte das instituições de benemerência é comandada por maçons. Dessa maneira, tendo a vocação para as obras sociais, os maçons têm que usar a alavanca que é política e trabalhar para, efetivamente, mudar o mundo.

É óbvio que existem outras alternativas para combater a corrupção e atuar na melhora das condições do nosso povo, mas para tudo é necessário começar e é isso que não estamos fazendo.

Ano a ano comparecemos aqui, neste plenário, e ouvimos belos discursos, inclusive os proferidos nesta noite. Mas precisamos mudar a história do Brasil e do mundo, como muitos dos nossos irmãos fizeram tempos atrás. Depois, vamos embora e no dia seguinte voltamos à  nossa rotina, esquecendo o que ouvimos.

Em nosso dia-a-dia, nas lojas, estudamos a rica e elevada doutrina maçônica, mas pelo que vemos ficamos apenas no estudo e esquecemos que todo o conhecimento que nos é dado deveria servir para transformar o mundo em algo melhor para a humanidade.

Todavia, apesar do tanto que estudamos, esquecemos que também estamos inseridos nesse mundo e, assim, tudo que os vícios e a corrupção destroem atinge-nos diretamente. Se este mundo ruir, ele cairá sobre nossas cabeças e nem o abrigo de nossos templos poderá nos proteger.

Por essa razão, como temos aqui presentes os dignatários das três maiores potências maçônicas paulistas, peço-lhes que façam valer a sua liderança, organizando a Maçonaria na efetiva luta contra este mal que corrói o substrato moral de nossa sociedade e rouba os recursos necessários ao desenvolvimento do nosso querido Brasil.

Há 186 anos, no dia 20 de agosto de 1882, Joaquim Gonçalves Ledo, dentro de um templo maçônico, proclamou a independência política do Brasil.  Hoje, em presença de tantos irmãos e lideranças maçônicas, eu digo:

É hora de sermos verdadeiros maçons e proclamarmos, mais uma vez, a independência do Brasil. Não a independência política, mas a moral, erradicando a corrupção e tantos outros vícios que afligem a humanidade, para tornarmos o mundo mais justo e perfeito.

Não basta sonhar, há que se edificar!

Não basta estudar, há que se praticar!

Não basta ser bom, há que ser maçom!

Muito obrigado a todos.

 

Meus irmãos, esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, principalmente aos funcionários desta Casa, ao Cerimonial, aos meus assessores e a todos que colaboraram para o êxito desta solenidade, e convida para um simples, mas um proveitoso coquetel no Hall Monumental. Ali, o nosso poderoso irmão Ballouk estará autografando o seu livro “Corrupção Política”. É evidente que o fruto de colaborações para esta obra será destinado ao Hospital de Câncer, de Barretos.

Agradeço a todos os presentes, indistintamente, também às cunhadas, e dizer que, se Deus quiser, no ano que vem, aqui estaremos já colhendo frutos, quem sabe, de um trabalho mais agressivo e efetivo da nossa entidade, principalmente no que diz respeito à corrupção. Teremos eleições daqui a um mês e meio, e é uma grande oportunidade de colocarmos a arma que temos, votando em pessoas que conhecemos e respeitamos, e pensando com princípios norteados pela nossa ordem.

Está encerrada a presente sessão. Obrigado. (Palmas.)

 

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-  Encerra-se a sessão às 21 horas e 37 minutos.

 

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