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16 DE OUTUBRO DE 2000

39ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO “DIA DO MÉDICO”

 

Presidência: PEDRO TOBIAS

Secretário: PEDRO MORI

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 16/10/2000 - Sessão 39ª S. Solene Publ. DOE:

Presidente: PEDRO TOBIAS

 

COMEMORAÇÃO DO "DIA DO MÉDICO"

001 - PEDRO TOBIAS

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades. Anuncia que a sessão foi convocada pela Presidência da Casa atendendo à solicitação do Deputado ora na Presidência e do Deputado Jamil Murad, com a finalidade de comemorar o "Dia do Médico". Convida todos a ouvirem a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

002 - PEDRO MORI

Pela bancada do PDT, parabeniza os Deputados Pedro Tobias e Jamil Murad pela sessão. Cumprimenta as autoridades. Discorre sobre a efeméride.

 

003 - JAMIL MURAD

Pela bancada do PC do B, homenageia os médicos pelo que têm feito à nossa sociedade.

 

004 - CÉLIO GUSMÃO

Como representante do Sindicato dos Médicos, saúda as autoridades. Faz um apanhado do Encontro Nacional dos Médicos, de maio deste ano da regional sudeste, cuja propositura era: "Por que ser médico".

 

005 - JOSÉ LUIZ GOMES DO AMARAL

Na qualidade de Presidente da Associação Paulista de Medicina, saúda as autoridades, em especial os Deputados Pedro Tobias e Jamil Murad pela iniciativa. Dando continuidade à fala do Deputado Pedro Mori, discursa sobre o exercício da medicina, sob os aspectos negativo e positivo.

 

006 - REGINA RIBEIRO PARIZI DE CARVALHO

Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado, cumprimenta os Deputados Pedro Tobias e Jamil Murad pela iniciativa. Saúda as demais autoridades. Afirma que este ano é tempo de balanço, por ser final de século, e requer momentos de reflexão sobre a contribuição que os médicos deram à humanidade.

 

007 - JOSÉ DA SILVA GUEDES

Na qualidade de Secretário Estadual de Saúde, saúda os Deputados Pedro Tobias e Jamil Murad por terem promovido a sessão e lhes agradece a homenagem. Cumprimenta as demais autoridades. Fala de sua tarefa de tentar criar condições de zelar pelas condições de assistência da população civil e científica e de criar e levar condições de trabalho dos profissionais médicos, das equipes de saúde.

 

008 - Presidente PEDRO TOBIAS

Analisa a realidade da profissão de médico e discorre sobre a importância da humanização assim como da politização na área da saúde. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO TOBIAS - PDT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Pedro Mori para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - PEDRO MORI - PDT - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

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O SR. PRESIDENTE - PEDRO TOBIAS - PDT - Esta Presidência irá nomear as autoridades : Dr. José da Silva Guedes, Secretário Estadual da Saúde e a Dra. Regina Ribeiro Parizi Carvalho, presidente do Conselho Regional de Medicina que estão na Mesa; Sr. José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Paulista de Medicina e Dr. Cid Carvalhaes. Agradecemos as presenças da Dra. Maria do Socorro B. R. Ponciano, da Associação Paulista de Medicina e Secretária da Saúde de Amparo; Sr. Ulysses Vasconcellos Diniz, delegado da Regional de Bragança Paulista; Antonio Carlos da Cruz Jr., do Simesp e Hospital Heliópolis; Dra. Marilene Rezende de Melo, da APM e Diretora de Patrimônio e Finanças e tesoureira; Deputado Pedro Mori, do PDT e do Deputado Jamil Murad que conosco convocou esta sessão solene.

Agradecemos também à Banda da Polícia Militar e seu regente Subtenente Fuentes.

Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente da Casa, Deputado Vanderlei Macris, atendendo à solicitação dos deputados Pedro Tobias e Jamil Murad, com a finalidade de comemorar o “Dia do Médico”. Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela banda da Polícia Militar.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro pela Banda da Polícia Militar.

 

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O SR. PRESIDENTE - PEDRO TOBIAS - PDT - Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar e concede a palavra ao Deputado Pedro Mori, do PDT.

 

O SR. PEDRO MORI - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Meu caro Presidente desta sessão solene, Deputado Pedro Tobias, meu colega de partido, o PDT; e companheiro Deputado Jamil Murad, do PC do B, gostaria de parabenizá-los por esta importante sessão solene.

Meu caro Dr. José da Silva Guedes, em quem cumprimento todas as autoridades e representantes das instituições organizadas da Medicina no Estado de São Paulo, meu caro Presidente Pedro Tobias, às vezes, uma sessão solene numa manhã de segunda-feira é meio complicada, mas não poderia deixar de estar aqui presente. Não sou médico, sou advogado, mas entendo que, neste País ou em qualquer lugar do mundo, a classe mais importante para todos nós é a da saúde. Estamos vendo o tratamento que os senhores recebem dos nossos governantes e isso não é justo porque é uma classe organizada e de extrema necessidade para o povo. Entendo que o mais importante para o ser humano é a saúde e esses profissionais são tratados com descaso.

Na minha família há 17 médicos, entre tios e primos de primeiro grau, que dedicam sua vida, seu tempo ao exercício digno dessa profissão que nem sempre é reconhecida. Neste Parlamento, precisamos engajar-nos nessa luta, nobres Deputados Jamil Murad, Pedro Tobias e demais médicos desta Casa, neste instante em que o Brasil atravessa inúmeras crises. Mas a pior crise que atravessamos é a da saúde. Nenhum cidadão, nenhum ser humano pode ser feliz se não tiver sua saúde em ordem. Há um descaso total. Estamos vendo os laboratórios aumentando substancialmente o preço dos medicamentos, os médicos tendo que se sacrificar às vezes trabalhando em vários lugares e não podendo se dedicar corretamente a uma especialidade, nem tendo tempo para seus estudos porque também são professores. Isso dificulta seu trabalho e vem a cobrança da sociedade, as denúncias que ocorrem no exercício da profissão. Mas as pessoas se esquecem de que, hoje, para um médico sobreviver tem de ter mais do que dois empregos. O governo obriga que o façam e a sociedade exige, dada a carência de profissionais  no mercado.

O Ministério Público, o Poder Judiciário, os delegados reclamam de seus salários, mas vemos os juizes e promotores, que também têm curso superior, ganhando uma média de sete a oito mil reais por mês, isso para exercerem sua atividade durante seis horas. Entram ao meio-dia ou à uma hora, no fórum, e saem às 18 horas. Às vezes, reivindicam de maneira forte, clara, seus direitos, o que acho extremamente justo. Tenho dito que o problema não é o alto salário, mas o salário mínimo que temos neste país. Portanto, há uma série de instituições que reclamam por melhores salários neste momento que estamos atravessando. Entendo que há três categorias mais importantes neste país que recebem míseros salários. Temos de estudar como destinar verbas para a  área da segurança. Um PM não pode receber 600 reais, um professor 700 reais. Pelo menos no meu Município, Santana do Parnaíba, um médico ganha 2.200 reais por mês, tendo de ter outras atividades, trabalhando em três ou quatro prefeituras para sobreviver. Neste ano de 2000, que estamos atravessando, passamos a valorizar essa profissão. Todos têm direito de reivindicar o que é justo, mas o que não se pode permitir é que um juiz de direito corrupto, que levou 160 milhões de reais, fique impune, porque a Policia deste país não o localiza, de forma alguma. Acharam outros mas o Lalau até hoje não foi encontrado. Toda a corrupção que aconteceu na Câmara Municipal, em toda sua somatória, não dá o que só um juiz cometeu em nosso país. Temos que falar, nobre Deputado Jamil Murad, do caso do Sr. Eduardo Jorge. Camufladamente arquivaram tudo isso. Isso são os salários de pessoas que poderiam ser mais bem pagos. Poderíamos exigir melhor tratamento para a saúde, desde que se valorizassem os profissionais da saúde. Não podemos nos permitir que às vezes uma prefeitura que já investe em educação, na segurança como, por exemplo, no Município de Sant’Ana do Parnaíba que investe hoje quase 700 mil reais em saúde enquanto o Governo apenas repassa em torno de cento e poucos mil reais. Tudo sobrecarrega o Município. Não é possível que na célula máter que é o Município onde o povo vive, fique com o menor número de receita do conjunto do Estado, do Município e da União. A União arrecada e fica com 47% da receita, o Estado um pouco menos e o Município menos ainda. Não é possível continuar dessa forma.

Portanto, essa data serve de reflexão para todos nós, aos senhores profissionais, para nós parlamentares, cuja responsabilidade é ainda maior.

Entendo, meu caro médico, nobre Deputado Pedro Tobias, médico exemplar na cidade de Bauru que tem sempre defendido aqui nossa classe, se posso assim dizer. Não podemos sobreviver sem os médicos, sem saúde. Portanto, precisamos cobrar mais atenção do Governo do Estadual, do Governo Federal com relação à saúde de nosso povo.

Portanto, ficam minhas homenagens aos senhores médicos que prestam um grande serviço a esse povo maravilhoso. Esperamos que um dia possamos, de maneira direta ou indireta, contribuir para que essa profissão seja mais bem reconhecida, seja mais respeitada e tratada com mais dignidade.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR PRESIDENTE - PEDRO TOBIAS - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Jamil Murad .

 

O SR. JAMIL MURAD - PC do B - Sr. Presidente, nobre Deputado Pedro Tobias, que tem se pontificado na defesa da saúde pública, na defesa dos profissionais da saúde, profissionais da educação e de outras áreas de interesse da coletividade, Sr. Secretário da Saúde, Dr. José da Silva Guedes, Dr. José Luiz Gomes do Amaral, Presidente da Associação Paulista de Medicina, Dra. Regina Ribeiro Parizi Carvalho, Presidente do Conselho Regional de Medicina, Dr. Cid Carvalhaes, Presidente do Sindicato dos Médicos, nobres colegas, amigos aqui presentes, estamos homenageando os médicos hoje, dois dias antes da data comemorativa do “Dia do Médico”, devido a um questão regimental deste Parlamento. 

Queremos prestar nossa homenagem àqueles que, desde tempos imemoriais, compartilham a dor do paciente, a angústia, o desespero dos familiares, mas que também compartilham a alegria da cura ou do alívio do sofrimento.

Assistimos neste século ao aparecimento e à evolução de novas tecnologias, de aparelhos sofisticados e organizações assistenciais, respaldadas em marketing, mas nada tirou a função do médico. Sua figura continuou sendo insubstituível. Os médicos e as empresas enfrentam hoje os problemas, pois recai sobre eles falhas e erros que estão fora da sua responsabilidade e do seu alcance resolvê-los.

Com as grandes concentrações urbanas e com a necessidade do uso de equipamentos mais complexos e mais caros, temos de contar  - além dos consultórios e de hospitais privados e organizados de acordo com a disponibilidade para correr riscos, demonstrada pelos empreendedores - com o sistema público mantido pelos impostos de todos. É isso que garante a existência gratuita aos que necessitam, ou que a ele recorrem.

A responsabilidade sobre o funcionamento do sistema público é do poder público, das autoridades e dos médicos, mas quase sempre a questão é resolvida por  Planos de Saúde, que assalariaram o profissional de Medicina, que amarga baixos salários, baixos rendimentos, cansaço e que, freqüentemente, é privado de conviver com a família, devido ao trabalho estafante. Extenuantes jornadas lhe roubam a saúde e, às vezes, até a vida.

Quase todos os médicos, no âmbito do seu ofício, mesmo que tivessem outra oportunidade de desenvolver atividade profissional diversa, permaneceriam como médicos, curando gente, amenizando dores e prolongando vidas. É por isso que a sociedade humana sempre prestou seu tributo, deu o seu carinho e respeito ao médico, em qualquer parte do mundo. É hora do poder público fazer sua parte, remunerando melhor  e valorizando os médicos, assim como aos demais profissionais de saúde.

Deixamos registrada nesta solenidade a nossa homenagem, assim como a de outros deputados e do Deputado Nivaldo Santana, em nome do povo de São Paulo, à dedicação que a sociedade recebe destes profissionais e nosso reconhecimento ao que os médicos têm feito pela nossa sociedade ao longo de tantos anos.

Parabéns médicos e suas equipes de profissionais de Saúde; parabéns Deputado Pedro Tobias pela iniciativa de homenagear os médicos; parabéns líder máximo da categoria, no Estado de São Paulo, que comparece, juntamente com os representantes governamentais de Saúde, em uma manifestação de alto significado, homenageando os médicos.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO TOBIAS - PDT - Passo a palavra ao Dr. Célio Gusmão, representante do Sindicato de Médicos.

 

O SR. CÉLIO GUSMÃO - Sr. Presidente desta sessão solene, Deputado Pedro Tobias, Sr. Secretário da Saúde; Dr. José da Silva Guedes; Deputado Jamil Murad; demais deputados presentes; Dr. José Luiz Gomes do Amaral, Presidente da Associação Paulista de Medicina; Dra. Regina Ribeiro Parizi Carvalho, Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo; senhoras, senhores e todos os colegas, no mês de maio deste ano, os estudantes de Medicina pediram que eu fizesse um apanhado do Encontro Nacional Regional do Sudeste, do que é ser médico. E a propositura era ‘Por que Ser Médico’. Ali, eu dizia que ser médico era muito interessante e atraente, porque começávamos disputando um espaço de vagas considerados como um dos mais difíceis, em que aqueles aquinhoados com ‘maior saber’ eram brindados com uma faculdade pública, e aqueles que estavam um pouco menor do ‘maior saber’ eram levados a uma faculdade privada de altos custos, passavam um programa curricular o mais extenso na história da universidade brasileira. Tínhamos uma carga horária por tempo integral de educação exclusiva. A partir da metade do curso, estávamos empenhados em estar de plantão, alongar noites afora e finais de semanas, enquanto nossos colegas universitários dispunham de prazer, lazer e alegria.

Terminado o curso de graduação, passávamos no segundo vestibular, talvez o mais difícil, para que pudéssemos estar com uma especialidade, cursando dentro da residência médica. Estávamos acostumados ao sofrimento, a dor, ao sacrifício e convivendo sempre com a morte. E a pergunta por que ser médico? Presumo que ninguém deveria ser, se ninguém quisesse, no entanto, passa sempre pela cabeça de todos, numa determinada parte da vida, que todos deveriam ser médicos.

Entendemos que ser médico, sem dúvida alguma, acaba sendo uma vocação muito forte, bem determinada, muito firme. Um compromisso no início da decisão, na inexperiência do adolescente vai pelo anseio da pessoa. Com o desvendar dos segredos do corpo e, às vezes, do espírito, vamos dar sentido ao compromisso social que vai atingindo maior amplidão e nos sustentando dentro do sacrifício, porque temos consciência, como médicos, que representamos o indivíduo social. Exatamente dentro desse equilíbrio social, podemos desenvolver nosso sucesso com compromisso muito sólido, uma convicção muito plena e uma determinação muito serena.

Entendemos medicina como compromisso sério, quando a sociedade deposita confiança e o profissional responde com consciência. Se isso distorcer, a conseqüência será  grave. Lamentavelmente, presenciamos algumas delas que passa pelos nossos governantes, por autoridades não sensíveis ao compromisso de amplitude tão grande e significativa. Passa por profissionais que não assumiram efetivamente esse devotamento  também, pela sociedade que exige, às vezes, atenção maior do que necessita. É preciso que repensemos na saúde na sua amplitude mais grave, mais franca com absoluta serenidade, colocando, em primeiro lugar, os compromissos da saúde pública, porque só desta forma, com a universalização de propósitos e de princípios, é que podemos dimensionar a medicina que vivemos.

A homenagem é justa, sim, não só dos médicos, mas estendida a todos que estão congregados com a saúde.

O Sindicato dos Médicos de São Paulo sente-se honrado e, em nome dos médicos de São Paulo, diretoria, do companheiro José da Silva Guedes, que não pode estar presente, e em meu nome pessoal, muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO TOBIAS - PDT - Tem a palavra o Sr. José Luiz Gomes do Amaral.

           

O SR. JOSÉ LUIZ GOMES DO AMARAL - Bom dia Deputado Pedro Tobias; Deputado Jamil Murad; Deputado Pedro Mori; Secretário Estadual da Saúde, Dr. José da Silva Guedes; Dra. Regina Ribeiro Parizi de Carvalho, Presidente do Conselho Regional de Medicina; inicialmente cumprimento os Deputados Pedro Tobias e Jamil Murad pela iniciativa.

Gostaria de dar continuidade às palavras, que deram início a esta sessão, do Deputado Pedro Mori. Na semana em que se comemora o Dia do Médico, quero dizer como nos sentimos hoje, em função das dificuldades que temos experimentado e foram muito bem expostas pelo Deputado Pedro Mori. Freqüentemente nos sentimos feridos e cansados. Esse é o lado pessimista. Todos temos o lado pessimista e otimista, mas o otimismo sempre tem vencido, porque o médico não pode sobreviver se não fizer prevalecer o seu lado otimista.

Temos muito a comemorar no dia do médico porque, apesar de nos faltar muito, guardamos o que nos é essencial. Temos bem vivos dentro de nós os ideais que foram calcados, os valores que transmitiram nossos pais e mestres. Preservamos também a esperança de que um dia a saúde será universalizada, todos os cidadãos serão atendidos com dignidade e respeito, tanto pelo sistema público quanto pelo sistema privado de saúde. Enquanto isso não acontece, continuaremos a honrar o compromisso ético que assumimos ao nos formarmos. Continuar lutando para que a saúde seja o mais breve possível, um direito de todos os brasileiros. Muito obrigado!. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO TOBIAS - PDT - Tem a palavra a Dra. Regina Ribeiro Parizi de Carvalho, Presidente do Conselho Regional de Medicina.

 

A DRA. REGINA RIBEIRO PARIZI  DE CARVALHO - Bom dia a todos, inicialmente gostaria de cumprimentar o Deputado Pedro Tobias, Deputado Jamil Murad , parabenizar pela iniciativa, cumprimento também o Secretário da Saúde, Dr. José da Silva Guedes, Deputado Pedro Mori, Sr. Luiz, companheiro das entidades e das nossas lutas atuais, é sempre gratificante homenagear uma profissão ou categoria de profissionais, particularmente a dos médicos à qual sinto-me honrada de pertencer.

Parabenizo a iniciativa, porque este é um ano de balanço ,de final de século. Mais do que o início de um novo século, início de um novo milênio. É importante nesses momentos fazermos uma reflexão da contribuição que nós profissionais, nós médicos professores, nós médicos pesquisadores demos à humanidade. Penso que os médicos, desenvolvendo a medicina, deram a sua contribuição. Uma profissão que conseguiu de uma forma tão adequada se apropriar do conhecimento que a humanidade proporcionou durante este século. Acho que a reflexão é muito importante. Terminamos o final do século discutindo, brigando com charlatães, alquimistas e vários outros setores, exatamente tentando nos legitimar quanto a uma área da ciência  e enquanto profissional baseado no conhecimento científico. Acho que neste papel os colegas nossos, durante todo este século, deram sua contribuição. A Medicina, sem dúvida, é uma área da ciência que conseguiu reverter mais e de uma forma melhor os conhecimentos que a humanidade gerou. E assim foi: transformou as armas da primeira guerra mundial, da segunda guerra mundial, da guerra fria, da ida do homem à Lua e até mais, para o bem estar em busca da saúde da humanidade.

Tenho a certeza de que nos apropriamos dos conhecimentos físicos, químicos, do desenvolvimento da tecnologia, todas coisas revertidas em função de um conhecimento que buscasse um bem-estar maior e, por que não, também a esperança da humanidade de sempre viver mais e melhor. Mas pagamos um preço alto. Todo esse desenvolvimento e apropriação do conhecimento e apropriação da tecnologia trouxeram para o desenvolvimento da profissão um custo insuportável. E o preço foi exatamente a introdução de intermediários na nossa profissão de forma que hoje uma das grandes questões que estão colocadas - e se observamos várias pessoas que me antecederam fizeram esta inflexão do desenvolvimento da Medicina - foi esta questão do próprio exercício profissional.

Portanto, terminamos o século numa situação de paradoxo: hoje a medicina vai bem; os médicos nem tanto, com dificuldades do ponto de vista do exercício profissional, exatamente, pela organização do sistema de saúde, em função dos recursos econômicos, introdução de grupos econômicos com interesses, inclusive com interesses estranhos muitas vezes ao objetivo maior da medicina e ao exercício da profissão médica, que é o seu compromisso com o paciente e com a humanidade.             Esta é uma questão importante que traz muitos desafios, tal seria se terminássemos um século tranqüilo, considerando que já tenhamos dado a nossa contribuição e não tenhamos mais nada a buscar. Pelo contrário, temos um desafio maior para o próximo século, que é exatamente compatibilizar a questão científica e o desenvolvimento tecnológico com a questão fundamental que é ser médico, que é a parte humanitária da profissão. Este é o grande desafio nosso: compatibilizar todo o nosso arsenal  científico e tecnológico com aquele médico cuidadoso, o médico solidário, que retorna às suas origens, que, sem dúvida, retorna ao próprio sentimento do desenvolvimento da Medicina, que vem da idade da pedra lascada, que é uma questão simbólica entre os animais feridos e os seres humanos feridos, que é o objeto da solidariedade, da ajuda ao seu igual. E a medicina atende, os médicos em particular, nesse próximo milênio tem grandes desafios: o médico, de manter o seu compromisso com o paciente individualmente e com a humanidade de uma forma geral, particularmente ser o médico acima de tudo cuidadoso, que cuida do seu paciente, que cuida dos problemas da comunidade, da sociedade, da humanidade de uma forma em geral. Tenho a certeza de que nossos colegas, sem dúvida, darão a sua contribuição para o próximo século.

Sinto-me particularmente honrada de representar este Conselho Regional trazendo aqui meu abraço, não só aos colegas médicos, conselheiros do Cremesp e a nossa disposição de iniciar este século procurando a busca de um mundo melhor. Isto se faz inclusive com o exercício profissional mais adequado, mais justo e mais correto, para que possamos realmente trazer toda a contribuição que a humanidade espera de nós médicos.

Mais uma vez parabenizo esta Casa, contamos com esta Casa inclusive nesta busca e nesta luta para o aperfeiçoamento maior da nossa profissão.

Obrigada. Bom dia a todos.

(Palmas)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO TOBIAS - PDT - Tem a palavra o Dr. José da Silva Guedes, Secretário Estadual da Saúde, que cuida da nossa saúde no Estado.

 

O SR. JOSÉ DA SILVA GUEDES - Bom dia a todos. Inicialmente quero saudar e agradecer ao nobre Deputado Pedro Tobias e ao nobre Deputado Jamil Murad, que promoveram esta sessão em homenagem do Dia do Médico, e ao Deputado Pedro Mori, que nos acompanha nesta homenagem;  Dra. Regina Ribeiro Parizi Carvalho, Presidente do Conselho Regional de Medicina; Dr. José Luiz Gomes do Amaral; Presidente da Associação Paulista de Medicina; ao Cid Carvalhaes do Sindicatos dos Médicos de São Paulo, colegas presentes representando entidades, diretores do CRM, secretários municipais de saúde, minha tarefa aqui é múltipla, porque sou médico há muito tempo; sou professor de Medicina, preparando médicos, durante uma fase da minha vida empregador de médicos,. quando Secretário Municipal da Saúde; passei a trabalhar com médicos em nível de Governo Federal e hoje de Governo Estadual.

Tenho a tarefa de tentar zelar pelas condições de assistência da população e isso significa criar e zelar pelas condições de trabalho dos profissionais médicos, das equipes de saúde.

Durante toda a minha tarefa de professor de medicina , já que sou professor de Medicina Social da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, nossa grande tarefa foi estar mostrando ao futuro médico uma coisa que já não é mostrada pelo resto dos professores na área médica, tratando de fazer com que o profissional saia adequadamente preparado, muitas vezes entendido como cientificamente preparado para saber manipular todos os conhecimentos e instrumentos em benefício da sua futura clientela e na área da medicina social e tentar mostrar ao futuro médico que, dentre outras coisas, ele vai ser um defensor da saúde da população. Nem sempre é muito bem vista essa tarefa da Medicina Social. Pegando um rapaz ou uma moça do primeiro ano do curso - que são pessoas provenientes de classe média, muitas vezes da classe média alta - tentando fazer com que eles entrem em contato com a parcela mais comum da nossa população, que é a parcela pobre da nossa população. Não tenho dúvida de que nós, durante o estágio de formação do profissional, encontramos de início um enorme idealismo do futuro profissional. Encontramos na metade do curso um início de racionalização com as dificuldades que ele provavelmente vai enfrentar, e encontramos no final do curso uma parcela deles já altamente preocupada mais com o que tradicionalmente chama de clientela do que com aquilo que normalmente chamamos de "população".

Entendemos que ao longo do tempo temos várias experiências para sentir o problema da convivência do médico com seus clientes, com a família do cliente, com o sofrimento que isso traz para o profissional médico, principalmente aquele que lida na área da saúde. Ao longo do tempo sabemos da defesa que ele próprio faz e da defesa que os próprios professores ensinam para evitar um envolvimento emocional que gera sofrimento e muitas vezes dificulta o seu exercício profissional.

Muitas pessoas não pensam assim, acham que o médico deve estar altamente envolvido com o cliente e com a população, para, apesar desse sofrimento, estar tentando encontrar aquilo que há de melhor para ela. Embora o Deputado Pedro Mori tenha feito perguntas que levem quem está no governo do Estado a dizer o que está fazendo, e ele cita municípios também , lembramos ao nobre Deputado que, felizmente, tivemos agora, com grande participação do Legislativo, a aprovação de uma emenda constitucional que vincula dinheiro à área de saúde. Pela primeira vez agora está dito quanto deve ser gasto pelo estados, pelos municípios e pelo governo federal. Então, daqui para a frente, a clássica lamentação de que um determinado poder não repassa dinheiro ao outro, para ele sim gastar dinheiro, essa lamentação termina, porque agora poderemos saber o que cobrar do Estado, do Município e da União, o que até agora era impossível cobrar. Todos nós tínhamos desejo de gastar mais, desejo de que os outros poderes gastassem muito mais, mas não tínhamos nenhuma determinação legal a seguir e cumprir. Acho que ainda estamos devendo aos profissionais da saúde de um modo geral, e aos médicos um pouco menos do que os outros profissionais a nível do Governo de Estado. Garantimos, em primeiro lugar, um aumento de mercado de trabalho para os nossos profissionais.

Temos hoje na cidade de São Paulo cerca de1.500 médicos mais do que quando entramos e temos 2.500 leitos novos de hospitais inaugurados, o que significa um grande número de profissionais médicos encontrando locais absolutamente adequados de trabalho, de instalações e de equipamentos desses novos hospitais. Há remuneração por plantão dos médicos, que não existia no Estado e foi aprovado nesta Casa. É algo que resolveu, do ponto de vista do Estado, as dificuldades antigas e há equipes trabalhando à noite e nos finais de semana.

Certamente houve melhor remuneração dos profissionais e há o prêmio incentivo que garante aos médicos e dentistas o pagamento por produtividade fazendo com que o seu salário base seja aumentado em muito. Acho que tenho possibilidade de estar olhando os colegas médicos de frente no Dia dos Médicos dizendo do que fizemos para garantir melhores condições de trabalho e remuneração profissional.

Outra coisa que fazemos de uns três anos para cá é tentar criar outro mercado para o médico. Sempre discutimos a necessidade de ter um médico com formação geral, trabalhando com a prática de médico geral, e sempre discutimos que as escolas não estão adequadamente preparadas, ou os seus currículos não eram adequados para fazer essa formação. Também é verdade que o mercado de trabalho nunca ofereceu possibilidades de um médico recém-saído da faculdade executar as suas tarefas como médico geral. Vimos fazendo isso já há três anos na medida em que se criam os programas de médico de família e sobre os programas de saúde da família.

Mais uma vez vivenciamos um problema extremamente sério: formação do médico é um problema sério da nossa sociedade. No nosso estado já temos quase mil profissionais médicos trabalhando nesse sistema de saúde às famílias. A grande dificuldade que os nossos médicos enfrentam é o grande envolvimento que eles têm com as famílias pobres que estão cuidando, e a dificuldade que isso traz, o sofrimento que é tentar resolver a problemática de saúde de uma pessoa que mora mal, que come mal, que ganha mal e essa é a maioria da nossa população.

Pela primeira vez, estamos tentando ampliar o mercado de trabalho para que se possa trazer mais satisfação, mas ao mesmo tempo traz também mais sofrimento aos profissionais médicos que se engajam nesse serviço. E aí temos tido várias trocas de profissionais por necessidade de melhor equacionar esse problema do envolvimento com o sofrimento da nossa população.

Então neste Dia do Médico gostaria de registrar isto: precisamos garantir ao nosso médico melhores condições de trabalho, melhor remuneração e já nos bancos escolares melhores condições de ensino, para que ele se acostume e vivencie o que é a população com a qual vai trabalhar. Não tenho dúvidas de que estamos nos aproximando de uma coisa que ao longo da história da Medicina não tivemos.

Ao longo da história da Medicina tivemos, sim, profissionais médicos envolvidos e preparados para atender uma clientela. Só que dessa vez estamos caminhando para que essa clientela do médico seja, na realidade, o conjunto da nossa população. Estamos falando muito mais do que termos um profissional técnica e cientificamente preparado, mas um profissional preparado como cidadão, como líder de população para tentar lutar por melhoria de condições de vida da população.

Quero registrar esta minha homenagem como médico, como professor e como um homem de governo.

Agradeço a enorme colaboração que os médicos trazem à assistência à população quando se é médico e trabalha num país que é sobretudo injusto e não pobre.

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO TOBIAS - PDT - Primeiramente quero agradecer ao Deputado Jamil Murad, porque esta homenagem não é só uma iniciativa minha, mas de S. Exa. também. Quando cheguei, fomos juntos para as ruas brigar, lutar; fomos a Brasília - o secretário estava junto - para lutar pela aprovação da PEC. Acho que valeu. Os resultados podem não ser imediatos, mas alguém precisa começar essa luta, que sempre será do Deputado Jamil.

Saúdo também o Secretário de Saúde, para quem sempre sobra a briga. A gente sabe da seriedade, da ética e da honestidade com que V. Exa. dirige a Secretaria da Saúde, fazendo sempre o que pode, mas a coisa é assim.

Quero saudar os meus amigos José Luiz e Regina. Mas, meus senhores e minhas senhoras, de um lado, estou feliz porque sou médico. O cargo de Deputado ou de Secretário é passageiro e hoje a minha felicidade é estar presidindo esta sessão solene junto com o Deputado Jamil Murad. Mas, de outro, estou triste, Dra. Regina, porque esperava ver este plenário lotado. Falaram que é por ser uma segunda-feira depois do feriado, mas isso é desculpa. A classe médica foi preparada para cuidar de doentes, nós médicos somos especialistas. Hoje são grandes técnicos, mas precisam se envolver na política, no social. Infelizmente isso está faltando. Não adianta fazermos essa homenagem se na hora da luta, da briga o que temos são muitos generais sem tropa. Noventa por cento da classe médica prefere ficar no consultório atendendo seus pacientes a prestar um serviço coletivo. A entidade faz tudo o que pode, mas está faltando a tropa. Um general sozinho numa guerra sem sua tropa não faz nada. Portanto, nossa situação é caótica. Vejo até condições de trabalho em alguns lugares, mas se o CRM levar ao pé da letra muitos prontos-socorros, muitos centros cirúrgicos podem ser fechados.

O médico, hoje, é um pára-choque. Pessoas pobres, desempregadas, revoltadas, sem moradia, às vezes famintos chegam a uma unidade de saúde e sobra para o doutor que é um pára-choque dessa população. Apesar de eu ser um Deputado, ainda exerço minha profissão de segunda a sexta-feira, normalmente. Atendo em ambulatórios, opero e vejo a realidade dos médicos no dia-a-dia.

Quem falou do nosso Secretário, Sr. José da Silva Guedes, está com a razão. Eu sou formado na França. Os mais prestigiados, os que mais se formam são clínicos gerais e cirurgiões gerais. Aqui fazemos muitas especialidades, o que encarece muito a Saúde, a Medicina. Concordo plenamente que nossas faculdades precisam mudar um pouco o rumo na formação de seus alunos. Temos muitas faculdades particulares hoje que formam médicos sem condições de exercer clínica geral. O médico corre atrás de algum estágio e dali a dois anos fala que é um especialista.

Tivemos um trabalho do SUS, na Unimed de Bauru, e constatou-se que 80% dos gastos são devidos a exames complementares e 20 a 25% em consultas, cirurgias e internações. É preciso inverter isso. Não se tem dinheiro para pagar convênio, nem particular, imagine continuar essa onda de se fazer exames para qualquer coisa hoje. Acabou o médico que examina pacientes. O papel da faculdade é a formação de alunos.

Na França, por exemplo, pedi um exame de hemograma pré-operatório. O professor me gozou. Perguntou-me por que estava pedindo um hemograma. Eu não sabia se o paciente era anêmico ou não. Ele falou que nós, pobres, gastávamos mal. Gastamos muito mal ainda medicina. Temos pouco dinheiro e gastamos mal. Esta é uma realidade e irresponsabilidade de nós médicos nessa área. Não é governo, não é Poder Público, não é Secretário de Saúde. O profissional na ponta também é responsável e deve saber economizar para evitar desperdício. Com isso poderemos atender melhor os pacientes. Quem sabe sobre dinheiro para aumentar os salários. É chato falar isso em dia de homenagem, mas é preciso falar de uma realidade. Os profissionais da saúde precisam ser mais humanas. O que está faltando é humanização. Temos tomografias magnéticas, aparelhagem mais modernas mas queremos humanização. Esse paciente quer de nós, pessoas da saúde, no mínimo um atendimento com carinho. Essa faixa da população que procura serviço público hoje o faz porque não tem outra saída. Hoje quem tem pelo menos um pouco de condição financeira faz convênio. Quem fica no serviço público é porque não tem outra saída. E não são só os médicos, mas desde secretárias, enfermeiras, toda a equipe multiprofissional precisa mudar essa filosofia para humanizar. A saúde para mim não é a receita,. não só remédios mas principalmente relacionamento. Se tivermos tempo para falar um pouquinho mais ou deixarmos o paciente falar não é preciso nem receita. É o que está faltando para nós. Isso não é culpa só dos médicos mas do sistema que temos aqui.

Quero parabenizar todo pessoal da saúde, uma profissão nobre, de heróis, pois para eles não há sábado, domingo, não há madrugada. A classe apenas não é politizada com “P” maiúsculo. Na política de saúde, brigando dentro de contexto de eleição ou outros, a classe médica não pode ficar em cima do muro. Com isso podemos valorizar a saúde, salários ou esse atendimento. Mas se ficarmos fora de um ciclo político dessa área, amanhã não poderemos reclamar. Somos muito omissos como médicos.

O Sr. José Luís lembra o passado, quando fazíamos a frente parlamentar para a saúde. Mas infelizmente ficou no papel. Médico assume um cargo e esquece-se rapidamente que é médico. Outras categorias são muito mais unidas do que nós médicos. Lamento que tenha ficado só no papel. O nobre Deputado Jamil Murad e eu organizamos isso e quem sabe no futuro ficará melhor.

Muito obrigado a todos os senhores, agradecemos ás autoridades pela presença e que Deus nos ajude para lutar. Como o nobre Deputado Jamil Murad sempre diz, nunca podemos parar a luta. Podemos ser derrotados hoje mas amanhã podemos ganhar.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la esta presidência agradece às autoridades e àqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade.

Está encerrada a sessão.

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 53 minutos.

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