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22 DE SETEMBRO DE 2003

39ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM À ORDEM DE SANTO AGOSTINHO DA PROVÍNCIA DE CASTELA, PELOS 70 ANOS DE PRESENÇA NO BRASIL

 

Presidência: JOSÉ CARLOS STANGARLINI

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 22/09/2003 - Sessão 39ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: JOSÉ CARLOS STANGARLINI

 

HOMENAGEM À ORDEM DE SANTO AGOSTINHO DA PROVÍNCIA DE CASTELA, PELOS 70 ANOS DE PRESENÇA NO BRASIL

001 - JOSÉ CARLOS STANGARLINI

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada pela Presidência efetiva, a pedido do Deputado ora na condução dos trabalhos, com a finalidade de homenagear a Ordem de Santo Agostinho da Província de Castela, pelos 70 anos de presença no Brasil. Convida a todos para ouvirem, de pé, a execução do Hino Nacional Brasileiro pela Banda da Polícia Militar.

 

002 - TARCÍSIO DE OLIVEIRA SANTOS

Professor do Colégio Agostiniano São José, em nome dos funcionários da Sociedade Agostiniana de Educação e Assistência expressa a vocação educacional e assistencial dos agostinianos.

 

003 - Presidente JOSÉ CARLOS STANGARLINI

Anuncia a execução de números musicais.

 

004 - CÉSAR RAFAEL RODRIGUEZ MARTINEZ

Padre e diretor do Colégio Agostiniano São José, historia os 70 anos de atuação dos agostinianos no Brasil. Agradece a iniciativa desta homenagem.

 

005 - Presidente JOSÉ CARLOS STANGARLINI

Anuncia a execução de números musicais. Passa à entrega de placas comemorativas da efeméride.

 

006 - FIDEL REVUELTA GONZALEZ

Padre e Superior Maior do Vicariato Regional do Brasil, lê carta de agradecimento por esta homenagem do Padre Provincial da Província de Castela.

 

007 - Presidente JOSÉ CARLOS STANGARLINI

Anuncia a execução de números musicais.

 

008 - WALTER CALDEIRA

Monsenhor, Vigário Geral da Região Episcopal  Belém, representando o Bispo Regional de Belém Dom Pedro Luís Stringhini, elogia e agradece o trabalho dos agostinianos em prol do País.

 

009 - Presidente JOSÉ CARLOS STANGARLINI

Fala sobre Santo Agostinho e seu papel como doutor da Igreja Católica. Elogia o trabalho da Ordem Agostiniana no Brasil. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CARLOS STANGARLINI - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CARLOS STANGARLINI - PSDB - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. A Presidência dá como lida e aprovada a ata da sessão anterior.

Contamos com a presença na mesa do Monsenhor Walter Caldeira, neste ato, representando o Bispo Regional Dom Pedro Luis Stringhini, Vigário-Geral da Região Belém, da Arquidiocese de São Paulo, Região Episcopal Belém; Padre César Rafael Rodriguez Martinez, Diretor do Colégio Agostiniano São José; Padre Matías Boñar González; Padre Fidel Revuelta González, Superior Maior do Vicariato Regional do Brasil.

Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Sidney Beraldo, atendendo solicitação deste Deputado, com a finalidade de homenagear a Ordem de Santo Agostinho da Província de Castela, pelos 70 anos de presença no Brasil.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do Tenente Menezes, Maestro da Banda da Polícia Militar.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CARLOS STANGARLINI - PSDB - Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar, na pessoa do maestro, Tenente Menezes.Contamos também com as presenças do Sr. Tarcísio de Oliveira Santos, Professor do Colégio Agostiniano São José; Padre Mariano Herreno Cano; Frei Odécio Lima de Souza, representando o Almirante Pierantoni, Comandante do 8º Distrito Naval; Sr. Edson Robles Vieira Braga, Diretor 1º Secretário da Sociedade Amigos do Belém; Sr. Francisco del Chiaro Netto e Sra. Rosabel del Chiaro, da Pastoral de Formação de Agentes da Paróquia de São Carlos Borromeu; Luiz Carlos Munhoz, da Pastoral Familiar da Paróquia de São Carlos; Padre Gaspar Blanco Ramos, do Vicariato do Brasil, da Ordem de Santo Agostinho; Srs. Eorly do Nascimento Felipe e Atílio Felipe, do Vicariato de Castela, de Campinas; Padre José Maria Vega Alvarez e Padre José Esteban Santos.

Com a palavra o Professor Tarcísio de Oliveira Santos, professor do Colégio Agostiniano São José.

 

O SR. TARCÍSIO DE OLIVEIRA SANTOS - Exmo. Sr. Deputado Estadual José Carlos Stangarlini, DD. Sacerdotes, especialmente Padre Fidel Rivuelta, Monsenhor Walter Caldeira, Padre César Rafael Rodriguez Martinez, Padre Matías Boñar, senhores presentes, sinto-me muito honrado em representar, neste breve pronunciamento, os 1.161 funcionários da Sociedade Agostiniana de Educação e Assistência. Faço, portanto, de minhas palavras a voz dos meus irmãos.

“O Reino de Deus se parece com um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seus campos. É a menor de todas as sementes, contudo, quando cresce, é mais alta que outras hortaliças. Torna-se uma árvore, vêm os pássaros do céu e se aninham em seus ramos.” Mateus, capítulo 13, versículos 31 e 32.

Como será mencionado pelo Padre César Rodriguez, os primeiros Agostinianos de Castela no Brasil plantaram suas sementes com muita dificuldade. Hoje, como nos lembra a referida parábola, a semente, depois de semeada, cresceu e lançou ramos tão grandes que muitos podem se aninhar à sua sombra. A presença agostiniana é, para nós, um abrigo seguro. Trabalhamos em uma organização de referência nacional, tanto por sua qualidade ímpar, como pelos serviços sociais que presta a nossa sociedade, sociedade da qual fazemos parte.

É uma satisfação para todos nós trabalharmos em prol de nossos semelhantes. Para tanto, espelhamo-nos em nossos padres agostinianos, já que nunca se acomodam, possuindo um verdadeiro espírito inquieto, frente aos problemas sociais de nossa Pátria.

Os agostinianos não poupam esforços para que possamos desenvolver-nos integralmente, quer como pessoas, quer como profissionais, através de seminários, cursos, treinamentos, além de sempre nos nutrir com o que há de mais moderno. E não poderiam deixar de se preocupar com a formação humana de todos nós.

“Tive fome e me deste de comer. Estava com sede e me deste de beber. E responderam os justos: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te alimentamos, com sede e te demos de beber?’ Em verdade, vos digo, todas as vezes que fizestes a um desses meus irmãos menores, foi a mim que o fizeste.” Mateus, Capítulo 25, versículos 35, 37 e 40.

Essas palavras do Santo Evangelho se aplicam às obras assistenciais agostinianas. Que trabalho maravilhoso o que é feito, por exemplo, nos restaurantes populares, atendendo a um chamado do próprio Cristo de fornecer o alimento aos mais carentes, alimentando não só fisicamente, mas também o espírito, resgatando, dessa forma, a dignidade de uma cidadania.

A mesma acolhida é dada aos nossos pequenos nas creches, quando vivem o verdadeiro acolhimento com carinho, dedicação e amor, pois esse é o sentimento dominante nas creches agostinianas. Dotamos um trabalho que possui unidade, onde quer que seja realizado e não poderia ser diferente nos centros educacionais.

A partir de 1988 adentrei como professor à família agostiniana. Iniciei com muito orgulho. Não poderia ser diferente, pois a qualidade do trabalho agostiniano é reconhecida por muitos. Não posso negar a responsabilidade que senti sabendo ser, desde então, um educador agostiniano, já que teria que me empenhar muito para me igualar à qualidade de meus colegas, de quem hoje tenho tanto orgulho.

A educação agostiniana não só oferece um alto grau de escolaridade e intelectualidade, mas prepara os seus alunos para vencer os diversos desafios que o mundo contemporâneo nos oferece. Além disso, como centro educativo católico, forma indivíduos para uma atuação na vida de acordo com os princípios cristãos, a serviço de um mundo mais justo e fraterno.

Prova disso são os encontros de jovens, dentre os quais podemos mencionar: Eureka, em Goiás, e o Coração Inquieto, em São Paulo, quando há um clima de trabalho de uma equipe que se sacrifica pela juventude. Este sacrifício torna-se leve, pois as equipes trabalham com total envolvimento e alegria, cantando, rezando e dançando com os nossos jovens. Ao mesmo tempo, os jovens demonstram claramente a boa formação cristã, cantando e rezando com empenho e emoção. É um trabalho bem dirigido, de uma emoção bem trabalhada e, sobretudo, equilibrada.

Todos esses são motivos que fazem com que nos, funcionários, tenhamos tanta honra de trabalhar com os agostinianos. Não é à toa que o trabalho coordenado por eles seja tão admirado por todos. Se a árvore agostiniana, hoje, pode abrigar a tantos, é devido principalmente ao trabalho de todos os seus profissionais; ramos verdes, pessoas da mais alta competência que estão ligados a um tronco sólido, os agostinianos da Província de Castela, que quiseram deixar suas raízes no nosso território. Muito mais teria a dizer, mas o tempo é breve, pois nem tudo pode ser dito e o poder das palavras é limitado. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CARLOS STANGARLINI - PSDB - Assistiremos agora à apresentação do Coro Infantil e de Violinos do Colégio Agostiniano São José, com a música “Tarde te amei”, seguido do tema da 9ª Sinfonia de Beethoven e de “Carnavalito”, sob a regência do Sr. Cleyton Fernandes.

 

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-              São executados os números musicais.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CARLOS STANGARLINI - PSDB - Esta Presidência agradece ao regente Sr. Cleyton Fernandes e a todo o Coro de Violinos do Colégio Agostiniano de São José.

Daremos agora a palavra ao Diretor do Colégio Agostiniano de São José, Padre César Rafael Rodriguez Martinez.

 

O SR. CÉSAR RAFAEL RODRIGUEZ MARTINEZ - Excelentíssimo Deputado Estadual José Carlos Stangarlini, Presidente desta Sessão Solene; Dom Walter Caldeira, representando o nosso queridíssimo Bispo Dom Pedro Luís, da Regional de Belém; Pe. Fidel Revuelta González, Superior de nossa Vicariato Regional no Brasil; Pe. Matias Boñar Gonzalez, único representante dos pioneiros aqui do nosso vicariato no Brasil, meus senhores e minhas senhoras, sinto-me bastante gratificado, e é uma grande honra ocupar a tribuna dos representantes do povo paulista para falar em nome da Província Agostiniana de Castela, a nossa entidade, nesta bonita homenagem da Assembléia Legislativa de São Paulo.

Tratarei de ser breve e, para tanto, apresentarei, com rápidas pinceladas, nossa intensa atuação nesses 70 anos de Brasil. “Quando vos perseguirem numa cidade, fugí para outra” - Mateus 10.23. Estas palavras do Evangelho fundamentaram adequadamente a chegada dos agostinianos de nossa província. Pois, com a vitória da frente popular, ou seja, das forças da esquerda revolucionária nas eleições de 04 de abril de 1931, formou-se na Espanha um governo dominado pelo Partido Comunista, que provocou um verdadeiro caos social e uma perseguição aberta à igreja.

Uma lei, publicada em 1933, estabelecia que todas as ordens e congregações religiosas estariam submetidas a um regime de inspeção em suas atividades e em sua administração, além de atos vandálicos com o objetivo de assustar os religiosos e os educadores, afastando-os do país.

Três anos depois, na guerra civil, 108 religiosos agostinianos foram torturados e mortos defendendo a pátria e a fé cristã, dificultando assim o apostolado do ensino ou qualquer outra forma de apostolado que impunha-se a abrir novos campos para trabalhar pela difusão do reino de Deus. Por esta razão, e seguindo os apelos do Senhor, a Província Agostiniana de Castela sentiu a necessidade e o grande desejo de fundar uma missão no continente latino-americano.

O Padre Angel Monjas, provinciano na época, percorreu vários países da América do Sul, entre eles o nosso querido Brasil, onde se encontrou com o provinciano dos Agostinianos Recoletos, manifestando este o seu desejo de fundar uma missão em terras latinas.

Os provincianos agostinianos recoletos propuseram deixar algumas paróquias na região Sudeste do Estado de São Paulo, mais precisamente na Diocese de São José do Rio Preto. Padre Angel Monjas interessou-se e, com a aprovação do bispo, foi conhecer a realidade da Diocese, formalizando-se assim a vinda dos agostinianos da Província de Castela.

Atendendo às necessidades da igreja, os padres agostinianos da Província de Castela chegaram ao Brasil, desembarcando no Porto de Santos, em 03 de fevereiro de 1933. Formavam parte do grupo o provincial Padre Angel Monjas, Manoel Campelo, Antimo Del Pozo e nosso querido padre Matias Boñar, felizmente, aqui entre nós. (Palmas.)

Neste momento, vocês vão conhecer um dinossauro em extinção: o Padre Matias, que está com 94 anos e meio. (Palmas.)

Foram acolhidos por dois padres recoletos, da igreja do bairro da Saúde em São Paulo, que os levaram à Paróquia Santo Agostinho-Vergueiro, onde foram hospedados. O Padre Rafael e o Padre Gaspar são do mesmo vicariato, e foram eles que nos acolheram. (Palmas.)

As grandes dificuldades existentes a princípio, como a língua, o clima, a alimentação, os costumes, e tantos outros problemas não os desanimaram em viver a mensagem do Evangelho. “Vinde em meu segmento e vos farei pescadores de homens” - Marcos, 1:17.

O grande objetivo desses primeiros agostinianos, ao colocarem os pés em terras brasileiras, era levar a Boa Nova de Jesus e viver a espiritualidade de nosso Pai, Santo Agostinho. E viveram a espiritualidade de nosso Pai, Santo Agostinho, segundo a regra de vida por ele estabelecida para os seus seguidores.

No mês seguinte, do mesmo ano, somaram-se na primeira comunidade os padres Juan Garcia e Aurélio Alvarez. Esses cinco padres agostinianos constituíam os alicerces da missão que seria iniciada. Devido à grande necessidade de sacerdotes e do imenso trabalho a ser realizado, foi necessário enviar para o Brasil outros religiosos, para que pudessem assim dar continuidade ao projeto missionário. Nossas atividades fizeram-se presentes:

a)                                 na Diocese de São José do Rio Preto - São Paulo, de 1933 a 1938, nas cidades de Ariranha, Santa Adélia, Pindorama, Fernando Prestes, Cândido Rodrigues, Mirassol e Tabapuã.

b)                                na Diocese de Bragança Paulista, de 1933 a 1986, nas cidades de Nazaré Paulista, Atibaia e Bom Jesus dos Perdões, onde foi fundado o primeiro teologado com cerca de noves estudantes e três professores de Teologia, vindos da Espanha. Em Bragança, dirigimos o Colégio Diocesano São Luís. Adquirimos a Fazenda Bom Jesus, local onde foi construído o Seminário Santo Agostinho.

c)                                 na Arquidiocese de Campinas, de 1939 até os dias de hoje, construindo a Paróquia Santo Antonio, considerada Santuário, e o Centro Social.

d)                                na Arquidiocese de São Paulo, de 1939 até os dias de hoje, no bairro do Belém, construímos a igreja São Carlos Borromeu e fundamos os Colégios Agostinianos São José e Agostiniano Mendel, este último no bairro de Tatuapé.

e)                                 em Goiás, de 1951 até os dias de hoje, iniciamos nossos trabalhos na prelazia de Jataí, atendendo a uma extensão territorial de mais de 90 mil km², nas cidades de Jataí, Rio Verde, Mineiros e Caiapônia. Com a elevação da prelazia a diocese, e, não havendo mais a necessidade de nossa presença, deixamos essa rica região do Sudoeste goiano, em 1965.

Atualmente o vicariato regional do Brasil desenvolve uma série de atividades, cuja finalidade filantrópica tem caráter beneficente, educativo, cultural e assistencial. Em seus empreendimentos, ele administra três paróquias, sete creches que atendem a 3.270 crianças, três colégios, com 7.183 alunos, um centro para recuperação de tóxico-dependentes, um albergue que serve mais de 250 refeições diárias, de segunda a domingo, na cidade de Goiânia, uma chácara, um seminário, um centro de convenções em Guarulhos e um hotel na cidade de Bragança Paulista.

Quero que, neste momento, reparem no que vou dizer agora, porque isto é muito importante, para nós e para que vocês tomem conhecimento também. Mais recentemente, foram inaugurados dois restaurantes populares. O primeiro na cidade de Bragança Paulista, em outubro de 2002, que serve de 1.500 a duas mil refeições diárias, de segunda a sábado, e mais 500 almoços e jantares a dois asilos e a uma creche. O segundo, em Guarulhos, funciona desde fevereiro deste ano, com duas mil refeições diárias, de segunda a sábado.

Lembrando que elas são totalmente gratuitas e de excelente qualidade, além de 5.485 cestas básicas distribuídas, por mês, a 20 entidades beneficentes em diversas cidades de São Paulo. Devo esclarecer que todos esses números são reais, pois foram emitidos diretamente pelos responsáveis de cada filial da nossa Sociedade Agostiniana de Educação de Assistência.

A Sociedade Agostiniana de Educação de Assistência, denominação jurídica, tem sob seus cuidados 10.468 pessoas e 1161 funcionários que são conosco responsáveis de viverem, através da nossa espiritualidade, a verdade total do Evangelho do Senhor. A nossa preocupação é promover a formação integral da pessoa humana através dos ensinamentos do nosso mestre Santo Agostino e, acima de tudo, ter Cristo como único mediador com o poder de unir a todos os seres humanos para que possam aderir ao uno, deleitar-se no uno e preservar-se na unidade.

Para manter todas essas obras, contamos com 18 religiosos de votos perpétuos, dois de votos temporários cursando Teologia em Madri, um noviço, 12 cursando Filosofia em São Paulo e 15 participando de encontros vocacionais. Sem dúvida são as bênçãos divinas que iluminaram nossa caminhada iniciada de messionários e orientaram a vinda de nosso vicariato, que teve, nos primeiros religiosos aqui instalados, a rocha firme, Mateus 7,24, para a construção de uma história de realização tão abundante e fraterna.

Queremos agradecer a Deus pelas dádivas que nos proporcionou durante esses 70 anos, aos Srs. Deputados desta Casa e, especialmente, ao Deputado José Carlos Stangarlini, ex-aluno do Colégio Santo Agostino, grande líder católico, que teve a grata iniciativa de solicitar a esta Assembléia Legislativa a homenagem com a qual nossa província está sendo presenteada. Obrigado, Deputado. Continue levando consigo a marca agostiniana de inquietude ante os problemas, ante os desafios, com formação calcada nos princípios cristãos que busque sempre como norma e bem-estar e justiça para o povo paulista e brasileiro.

Um agradecimento saudoso, emocionado aos primeiros padres que iniciaram o trabalho nestas terras brasileiras, com muito zelo apostólico e inquietude agostiniana. Foram eles os pioneiros do nosso vicariato regional do Brasil que tanto têm trabalhado durante todos esses anos pelos reais valores cristãos, éticos, culturais, cívicos e pela promoção social desse povo bom e generoso que, com tanto carinho, tem-nos acolhido. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CARLOS STANGARLINI - PSDB - Muito obrigado, Padre César, pelas palavras tão elogiosas, tão inflamadas e tão verdadeiras. Os organizadores do Fome Zero precisariam conhecer um pouco o trabalho do Santo Agostino. (Palmas.)

Assistiremos agora à apresentação do coral do Colégio Agostiniano Mendel, com as músicas Dialogue; Rosa Amarela; Jimba, Jimba; O Barquinho e Maria Solidária, sob a regência de Kelly Marques.

 

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- É feita a apresentação do número musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CARLOS STANGARLINI - PSDB - Esta presidência agradece à regente Kelly Marques e a todo o coral do Colégio Agostiniano Mendel. (Palmas.)

 

O SR. ÁLVARO FURTADO - Neste momento, o Deputado José Carlos Stangarlini, que faz questão de dizer que é agostiniano e belenense, fará a entrega de placas em homenagem aos padres César Rafael Rodriguez Martinez e padre Matias Boñar González, pelos seus 50 anos de vida ou de ordenação sacerdotal.

Retificando, com relação ao padre Matias é uma homenagem pelo seu pioneirismo. Ele tem mais de 50 anos de vida sacerdotal, obviamente.

Por favor, padre César.

 

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- É feita a entrega da placa.

 

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O SR. CÉSAR RAFAEL RODRIGUEZ MARTINEZ - A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, sessão solene, em comemoração aos 70 anos de chegada ao Brasil da Ordem de Santo Agostinho da província de Castela, o nobre Deputado José Carlos Stangarlini , em nome do Parlamento paulista, confere esta placa ao padre César Rafael Rodrigues Martinez, como homenagem pelo 50º aniversário de sua ordenação sacerdotal.

Plenário Juscelino Kubitschek de Oliveira, 22 de setembro de 2003. José Carlos Stangarlini, Deputado estadual. (Palmas.)

 

O SR. ÁLVARO FURTADO - Convidamos agora o padre Matias Boñar Gonzalez, como pioneiro da ordem no Brasil, a receber a homenagem do Deputado José Carlos Stangarlini.

 

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- É feita a entrega da placa.

 

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O SR. MATIAS BOÑAR GONZÁLEZ - Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, sessão solene em homenagem à Ordem Santo Agostinho da Província de Castela.

O nobre Deputado José Carlos Stangarlini, em nome do Parlamento paulista, confere esta placa ao padre Matias Boñar González, como homenagem pela sua importante participação quando da chegada da Ordem de Santo Agostinho da Província de Castela ao Brasil. Plenário Juscelino Kubitschek de Oliveira, 22 de setembro de 2003. José Carlos Stangarlini, Deputado estadual. (Palmas.)

 

O SR. ÁLVARO FURTADO - A Ordem de Santo Agostinho da Província de Castela, pelos seus 70 anos de chegada ao Brasil, será também homenageada com a entrega de uma placa na pessoa do padre Fidel Revuelta González, Superior Maior do Vicariato Regional do Brasil. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da placa.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CARLOS STANGARLINI - PSDB - Com a palavra agora o padre Fidel Revuelta González, Superior Maior do Vicariato Regional do Brasil.

 

O SR. FIDEL REVUELTA GONZÁLEZ - Hoje à tarde recebi uma carta do padre provincial, nosso superior, da Província de Castela, e faço minhas as suas palavras, que diz o seguinte: “Caros irmãos e amigos, no momento em que estais celebrando a carinhosa homenagem que a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo quer dedicar aos padres agostinianos por sua presença evangelizadora nesses 70 anos, não poderia faltar a mensagem do padre provincial.

Muito obrigado por esse gesto cheio de carinho, e agradecimento aos nossos irmãos agostinianos, do Vicariato do Brasil. Nele reconhecemos o apreço do povo brasileiro à nossa dedicação e entrega personalizada nos padres hoje presentes, e em tantos outros que, através dos 70 anos, gastaram seus dias e sua vida no serviço do evangelho.

Que Deus os recompense.

Meus agradecimentos ao Deputado José Carlos Stangarlini, promotor desta homenagem, sempre comprometido com os valores evangélicos e agostinianos. Quanto me alegraria poder assistir e acompanhar-vos nesta cálida celebração. Os compromissos têm-me impedido. Obrigado também a todos os amigos agostinianos - alunos, pais de alunos, professores, paroquianos - que hoje acompanharam os nossos irmãos agostinianos, testemunhando seu apreço e estima para com todos eles.

Quero comunicar que os padres agostinianos da Província de Castela seguirão comprometidos com a missão evangelizadora para com o povo brasileiro, porque se é verdade que tanto lhes temos dado, muito mais ele nos tem retribuído.

Com nossa oração e benção.

Roma, 22 de setembro de 2003. Padre Jesus Paniágua, Prior Provincial.”

Então, em nome da Província Agostiniana de Castela e do Vicariato do Brasil, muito obrigado. Obrigado a esta Assembléia Legislativa, obrigado a todos os presentes por esta singela homenagem. Que Deus os abençoe. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CARLOS STANGARLINI - PSDB - Assistiremos agora à apresentação do coral do Colégio Agostiniano São José, com as músicas: “Carnavalito”, “Carinhoso” e “Aquarela do Brasil”, sob a regência do Sr. Clayton Fernandes.

 

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-              É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CARLOS STANGARLINI - PSDB - Teremos agora a apresentação do Coral da Associação de Pais e Mestres, também com a regência do Sr. Clayton Fernandes.

 

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-              É feita a apresentação musical.

 

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O Sr. Presidente - José Carlos Stangarlini - PSDB - Agradecemos, mais uma vez, ao Sr. Cleyton Fernandes, que é o regente, e ao Coral do Colégio Agostiniano São José e Associação de Pais e Mestres. Muito obrigado.

Ouviremos agora o pronunciamento do Sr. Vigário Geral da Região Episcopal Belém, Monsenhor Walter Caldeira, neste ato representando o Sr. Bispo da Região Episcopal Belém, Dom Pedro Luiz Stringhini.

 

O sr. WALTER CALDEIRA - Caro Deputado, irmão José Carlos Stangarlini, Padre Fidel, Vigário no Brasil, irmãos agostinianos, padres e seminaristas, Srs. professores, funcionários, alunos, demais irmãos e irmãs e autoridades aqui presentes, em nome de Sua Eminência Reverendíssima o Cardeal Arcebispo de São Paulo D. Cláudio Hummes e também do Bispo Auxiliar de São Paulo, Vigário Episcopal para a região episcopal Belém dessa Arquidiocese São Paulo, D. Pedro Luis Stringhini e em meu próprio nome, após ouvir “Carinhoso” e após ouvir cantar “Aquarela do Brasil”, imagino o Padre Matias e seus companheiros no início do trabalho nesta terra há 70 anos, com certeza pisando muita terra e comendo muita poeira para chegar até os dias de hoje.

O que fez e o que faz o Padre Matias viver até hoje com certeza é a graça que o nosso Senhor Jesus Cristo inflamou no seu coração e nos corações de seus companheiros para ajudarem a evangelizar esta nossa Nação.

Assim, quero dizer ao Padre Fidel e a todos os confrades agostinianos da Província de Castela o nosso muito obrigado por todo o trabalho que tem realizado esse vicariato em nossa Arquidiocese de São Paulo e, em particular, na nossa região episcopal Belém, desde 1939, com a Paróquia de São Carlos e com os Colégios São José e Mendel. Os agostinianos têm feito todo o bem ao nosso povo e especialmente aos mais necessitados, como ouvimos há pouco o Padre César nos narrar.

S. Eminência D. Pedro e eu pedimos que o bondoso Deus possa abençoá-los cada vez mais com novas vocações, força e dinamismo para continuar a evangelização entre o nosso povo seja na área da Educação como na Pastoral Paroquial. Finalizo dizendo-lhes que em Cristo Jesus nós os amamos de todo o coração. Parabéns! Muito obrigado. (Palmas).

 

O SR. PRESIDENTE - JOSÉ CARLOS STANGARLINI - PSDB - Muito obrigado, Monsenhor Walter Caldeira, por suas palavras tão elogiosas.

Senhores padres e seminaristas da Ordem Agostiniana da Província de Castela, do Seminário Agostiniano Mãe do Bom Conselho, religiosas, religiosos, pais e alunos dos colégios agostinianos São José e Mendel:

Por minha iniciativa, esta Assembléia convocou esta sessão solene com a finalidade de homenagear a Ordem de Santo Agostinho da Província de Castela pelos 70 anos de sua chegada ao Brasil.

Impossível fazê-lo sem citar Santo Agostinho , que nasceu na Tunísia, no ano de 354.

Seu pai, patrício, era pagão, porém, sua mãe, Mônica, era uma cristã fervorosa que exercia sobre o filho uma notável influência religiosa.

No ano de 386, abandonou a doutrina maniqueísta a que havia aderido na juventude, para abraçar a filosofia neoplatônica que lhe abriu o coração para a espiritualidade divina e a negatividade do mal.

No mesmo ano, Agostinho renuncia ao mundo, à carreira, ao matrimônio, abstendo-se de todos os seus bens, distribui-os aos pobres.

Foi batizado por Santo Ambrósio, aos 33 anos de idade, antes de ser ordenado sacerdote no ano 391, sagrado bispo em 395 e permanecido à frente da igreja em Hipona, na Argélia, até a sua morte, aos 75 anos de idade.

Trabalhou contra as heresias, fazendo com que, ao longo desses mil anos, surgissem diversas formas de vida religiosa, baseadas em seus preciosos escritos e afirmações, como estas:

1)      "A medida do amor é amar sem medida".

2)      "As lágrimas são o sangue da alma".

3)      "Morte ao erro.  Amor ao que erra".

4)      "Se o compreendesses, ele não seria Deus".

5)      "A igreja avança em sua peregrinação através das

Perseguições do mundo e das consolações de Deus".

Santo Agostinho é um dos principais doutores da Igreja Católica Apostólica Romana, que nos ajuda a compreender um pouco mais do amor de deus.

Fundamentada nesses ensinamentos, surge a Ordem Agostiniana da Província de Castela.

No dia 03 de outubro de 1933, desembarcavam no Porto de Santos o Padre Angel Monjas, acompanhado pelos Padres Manoel Campelo Antimo Del Pozo e Matias Boñar. Sua trajetória em nossa pátria já foi exposta pelo Pe. César.

Cabe, nesta data em que o parlamento paulista evoca a sua história, realçar o exemplo de cidadania e civismo que sempre fez parte da história da Ordem de Santo Agostinho da Província de Castela ao longo destes 70 anos.

E sobre isso posso dar testemunho de modo particular, pois foi nos bancos do Colégio Agostiniano São José e da Igreja São Carlos Borromeu que fui formado cidadão e cristão, acima de tudo.

Não são os padres agostinianos que devem agradecer esta homenagem que fazemos à sua ordem, mas, somos nós que lhes devemos agradecer, por tudo o que deles aprendemos.

Parabéns à Ordem de Santo Agostinho  da Província de Castela.

Parabéns ao Padre Matias Boñar Gonzalez pelo pioneirismo quando da chegada da Congregação ao Brasil.

Parabéns aos padres César Rafael Rodriguez Martinez e Mariano Herreno Cano pelos 50 anos de sacerdócio.

E termino com uma reflexão de Santo Agostinho sobre o Salmo 125:

“O agricultor quando lavra a terra e lança a semente está receoso com o vento frio e com a chuva.

Olha o céu ameaçador, treme de frio, mas vai em frente e semeia, pois receia que, esperando um dia sereno, passe o tempo e já não possa semear.

Semeai no inverno. Semeai boas obras até mesmo quando chorais, pois quem semeia nas lágrimas, colhe na alegria”.

Muito obrigado.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, esta Presidência agradece às autoridades, aos funcionários desta Casa, à TV Assembléia e àqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade e convida todos para um coquetel no Hall Monumental.

Está encerrada a sessão.

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 51 minutos.

 

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