1

 

23 DE AGOSTO DE 2004

39ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DOS “90 ANOS DE FUNDAÇÃO DA SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS”

 

Presidência: VITOR SAPIENZA

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 23/08/2004 - Sessão 39ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: VITOR SAPIENZA

 

COMEMORAÇÃO DOS 90 ANOS DE FUNDAÇÃO DA SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS

001 - VITOR SAPIENZA

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada pela Presidência efetiva, a pedido do Deputado ora na condução dos trabalhos, com a finalidade de comemorar os 90 anos de Fundação da Sociedade Esportiva Palmeiras. Convida a todos para, de pé, ouvirem a execução do Hino Nacional.

 

002 - RICARDO TRIPOLI

Deputado Estadual, em nome do PSDB, lembra a origem do Palmeiras, ligada à colônia italiana da Capital. Fala de seu amor ao clube, que remonta à infância. Homenageia conselheiros e dirigentes do Palmeiras.

 

003 - SIMÃO PEDRO

Deputado Estadual, em nome do PT, considera que a Sociedade Esportiva Palmeiras é uma instituição da sociedade brasileira. Comenta que nasceu em uma família de torcedores do time.

 

004 - Presidente VITOR SAPIENZA

Anuncia a execução do Hino do Palmeiras e a exibição de vídeo institucional sobre os 90 anos da Sociedade Esportiva Palmeiras.

 

005 - AFFONSO DELLA MONICA NETTO

Presidente em exercício do Palmeiras, expressa o orgulho e a satisfação por estar o Palmeiras recebendo esta homenagem pelos seus noventa anos de existência. Fala sobre a importância do esporte e lembra a história do clube.

 

006 - Presidente VITOR SAPIENZA

Fala das alegrias que o time de futebol do Palmeiras deu-lhe na vida. Agradece a todos que colaboraram para o êxito desta solenidade. Encerra a sessão.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

 

* * *

 

- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

* * *

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - HUGO DANIEL ROTSCHILD - Boa noite, senhoras e senhores, torcedores, diretores, membros da Sociedade Esportiva Palmeiras, sejam bem-vindos a esta Sessão Solene em comemoração aos 90 anos da fundação da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Para compor a Mesa Diretora desta Sessão Solene convidamos seu proponente, o Exmo. Sr. Deputado e Conselheiro da Sociedade Esportiva Palmeiras, Vitor Sapienza; Sr. Celso Luiz Massa, vice-Presidente do Conselho de Orientação e Fiscalização do Palmeiras; Dr. Salvador Cláudio Mezzaranne, presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Esportiva Palmeiras; Dr. Affonso Della Monica Netto, presidente em exercício da Sociedade Esportiva Palmeiras; Dr. Luiz Augusto de Mello Belluzzo, 4o vice-Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras; Exmo. Sr. Deputado Estadual Ricardo Trípoli; Exmo. Sr. Deputado Estadual Simão Pedro; Cel. PM José Francisco Gianonni, representando o Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Cel. PM Alberto Silveira Rodrigues; Sr. Antônio Lastro, membro eleito do Conselho dos Italianos no Exterior; Sr. Celso José Bellini, 1o Secretário da Sociedade Esportiva Palmeiras; Sr. Carlos Alberto Teixeira Bataglini, suplente do Conselho de Orientação e Fiscalização.

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Sr. Luís Massa, vice-Presidente do Conselho de Orientação e Fiscalização; Dr. Salvador Cláudio Mezzaranne, presidente do Conselho Deliberativo; Dr. Affonso Della Monica Netto, presidente em exercício da Sociedade Esportiva Palmeiras; Dr. Luiz Augusto de Mello Belluzzo, 4o vice-Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras; Deputados estaduais Ricardo Tripoli e Simão Pedro; Sr. Celso José Bellini, 1o Secretário da Sociedade Esportiva Palmeiras; Sr. Carlos Alberto Teixeira Bataglini, suplente do Conselho de Orientação e Fiscalização - COF; caro Coronel José Francisco Giannoni, neste ato representando o Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Coronel Alberto Silveira Rodrigues; Sr. Antonio Laspro, membro eleito do Conselho Geral dos Italianos no Exterior.

Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Sidney Beraldo, atendendo solicitação deste Deputado, com a finalidade de comemorar os 90 anos de Fundação da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Convido todos os presentes para, em pé, ouvirem o Hino Nacional Brasileiro executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do Maestro PM Músico, 2o Tenente Menezes.

 

* * *

 

-         É executado o Hino Nacional.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Esta Presidência agradece a Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, na pessoa do Maestro PM Músico, 2o Tenente Menezes.

Esta Presidência concede a palavra ao palestrino nobre Deputado Ricardo Tripoli, da Bancada do PSDB.

 

O SR. RICARDO TRIPOLI - PSDB - Exmo. Sr. Presidente, nobre Deputado e amigo Vitor Sapienza; nobre Deputado Simão Pedro; Sr. Celso José Bellini, 1º Secretário da Sociedade Esportiva Palmeiras; Sr. Carlos Alberto Teixeira Bataglini, suplente do Conselho de Orientação e Fiscalização, COF; Coronel PM, nosso prezado amigo, José Francisco Giannoni, representando neste evento o Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Coronel Alberto Silveira Rodrigues; Sr. Antonio Laspro, caro amigo, membro eleito do Conselho Geral dos Italianos no Exterior; Sr. Luiz Massa, meu caro vice-Presidente do Conselho de Orientação e Fiscalização; Sr. Salvador Cláudio Mezzaranne, caro parceiro e Presidente do Conselho Deliberativo; Sr. Luiz Augusto de Mello Belluzzo, 4o vice-Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras, minhas senhoras e meus senhores, é sempre motivo de grande orgulho participar de um evento para se comemorar o aniversário de uma família, não só de um clube, mas de uma instituição que criou o talento, a vocação daqueles que se dedicaram e se dedicam ao esporte no nosso País.

O nosso querido Palmeiras, nos anos de 1914, era tratado de outra forma: Palestra Itália. Em 1942, transformou-se na Sociedade Esportiva Palmeiras, obviamente por conta da guerra. Nesse período, as pessoas que moravam aqui e eram italianos, filhos ou descendentes, não podiam se manifestar como tal, por conta dessa malfadada guerra que fez com que naquele período as pessoas tivessem receio de pronunciar o nome da colônia italiana. Foi uma mancha que durou muito mais tempo na Europa, mas aqui no Brasil durou muito pouco tempo por conta da solidariedade do povo brasileiro e pelo fato de os filhos italianos terem colaborado em muito na construção deste Estado de São Paulo. Ao longo do processo econômico, do processo cultural e do processo educacional tivemos a formação de caráter por conta da colônia italiana.

Em particular, quero agradecer a este grande companheiro, amigo e parceiro, que é o Deputado Vitor Sapienza. O Deputado Vitor Sapienza está sempre ocupado não só com as questões da colônia italiana, mas também se preocupa com as questões do nosso Palmeiras. Eu, ele e o Deputado Simão Pedro somos de três partidos diferentes, mas temos uma única bandeira esportiva, que é a bandeira do Palmeiras. Aliás, se há aqui na Assembléia Legislativa alguma coisa que aproxima as bancadas dos diversos partidos, com certeza eu diria que uma delas é o Palmeiras. As bancadas do PTB, do PCdoB, do PT, do PSDB, do PFL, do PMDB, do PRONA - não vou elencar aqui todos os partidos - têm em seus quadros pessoas que não só torcem, mas vivem a vida do Palmeiras e a dos palmeirenses.

Eu diria que 90 anos não é muito tempo, até porque a longevidade vai para mais de 80 anos. Quem tem 80 anos ainda não é tratado como idoso porque a longevidade faz com que o idoso ultrapasse a linha dos 80 anos. Eu diria que o Palmeiras começa, com 90 anos, um longo processo de desenvolvimento na área do esporte. Acho que o Palmeiras deu e continua dando muita satisfação. É com orgulho que digo isso porque falar do Palmeiras é como falar da minha casa, é como falar da minha família e é na intimidade que lidamos e vivemos o dia-a-dia com esta questão.

Tive o privilégio de nascer ali na Rua Teixeira de Souza, travessa da rua Padre Antonio Tomás, onde o Beto Strufaldi foi meu amigo de infância e ainda continua meu amigo. Nascemos em ruas diferentes, mas somos palmeirenses e éramos vizinhos do Palestra Itália. Tive o privilégio de ver alguns jogadores como Ademir da Guia, que está aqui. Vi jogadores do perfil de Djalma Santos, Djalma Dias, Valdir, Dudu, Vavá. Se eu ficar falando e discursando falarei somente sobre jogadores e dos talentos que passaram pela Sociedade Esportiva Palmeiras.

Temos um plantel hoje que é de peso. Eu diria que por descuido, na verdade por inabilidade dos demais times, o nosso Palmeiras está aí, passando pelas chamadas adversidades, mas tenho a certeza que vamos conquistar esse título. Pelo menos, estamos vibrando e torcendo bastante para que isso ocorra.

O Palmeiras nos deu tantas alegrias. Lembro-me que o Mineirão foi inaugurado com o time do Palmeiras usando a camisa da Seleção Brasileira e naqueles idos enfrentou o Uruguai. Para nós, brasileiros, que tínhamos perdido a Copa para os uruguaios, ficamos orgulhosos, pois vencemos por três a um. Um grande orgulho para todos nós. Fico imaginando com que orgulho e com que satisfação os torcedores do nosso time acompanharam a transmissão desse jogo pelo rádio, pois, naquela época, não tinha televisão.

O Palmeiras foi proclamado campeão do século XX, em ranqueamento de diversos órgãos de imprensa, e teve uma série de satisfações como a Copa Libertadores da América, em 1999, para não descrever aqui os demais títulos. Deu-nos o melhor goleiro de todos os tempos, que é o nosso querido Oberdan Catani, que está aqui prestigiando o nosso evento.

Este jovem Oberdan Catani empresta jovialidade para todos os que jogam futebol no dia de hoje, porque às vezes muitos reclamam que estão cansados e não podem jogar. Na época do Oberdan, não havia essa facilidade de pegar avião. Era ônibus, na raça; era carro emprestado; era roupa que tinha que lavar em casa e devolvê-la para poder jogar no outro dia. A coisa era muito mais difícil, a bola era muito mais pesada, de capotão. Passava-se um sebo na costura, não é, Oberdan? Você, com muito talento, defendeu o nosso clube. Você é um dos nossos grandes estereótipos do futebol brasileiro e do Palmeiras e é um grande orgulho para nós.

Acho que time de futebol não se faz só com patrimônio. Temos, lá no Parque Ecológico do Tietê, cinco campos de futebol de treinamento. Eu e o Vitor Sapienza até estivemos na inauguração desses cinco campos, um mais bonito do que o outro. Lá, preparam o jovem jogador que depois é formado dentro dos quadros da Sociedade Esportiva Palmeiras. Depois ele vai para o campo fazer o enfrentamento com o adversário, suando a camisa do nosso querido Palmeiras. Isto é muito importante.

O Palmeiras tem uma administração que adquiriu boa parte da rua Padre Antonio Tomás - a própria Antártica, que tinha cerca de 4.500m, diversas casas, condomínios que havia ali na região. Melhorou a questão da piscina, temos piscina aquecida no clube. Nós falamos com orgulho dessas coisas, mas acho que não é só isso, o principal não é só isso. O principal de um time de futebol - e está aqui o Prof. Bianca, que pode me corrigir, é meu amigo e parceiro, professor de todas as horas e professor de todos nós - não se forma um time, não se faz uma esquadra, não se monta uma equipe se não houver homens por trás disso. Os projetos de construção, de melhoria, de construção de arquibancadas, de vestiários, de campos de futebol até poderíamos dizer que um ou outro poderia fazer igual ou até melhor. O duro é a gestão. O duro é a administração. O duro é o enfrentamento.

Peço autorização, Sr. Presidente, para citar uns nomes - não posso falar de todos, mas separei aqui alguns. Quero falar um pouco sobre o nosso querido Luís Carlos Panhota, que desde 69 é sócio da Sociedade Esportiva Palmeiras, conselheiro em 85, eleito conselheiro vitalício em 95, sócio emérito em 91, eleito 3º vice-presidente para os biênios 2000/2002/2004. Exerceu vários mandatos de diretor, dentre eles o de diretor de coordenadoria dos sócios desportivos e diretor administrativo.

Da mesma forma gostaria de saudar, na figura deles, todos os nossos palmeirenses, o Luís Augusto de Melo Belluzzo, sócio de 51. Não vou cometer aqui a indelicadeza de dizer que nasci em 52. Vejam que o Palmeiras é extremamente jovem. Eleito conselheiro em 73, vitalício em 78, membro do COF, sócio benemérito, sócio grão-benemérito, 4º vice-presidente da diretoria.

Da mesma forma homenageio aqui esse grande homem, Affonso Della Monica Neto, sócio desde 1949. Eleito conselheiro em 73, conselheiro efetivo em 77, vitalício em 81, sócio benemérito, 2º vice-presidente em 93, 94, 95 96 e 77, 97, 98. Eleito 1º vice-presidente para os biênios 2001/2002, 2003/2004 exerceu diversos cargos de diretoria, inclusive diretor de esportes amadores, e hoje é o nosso Presidente do clube, com a licença do nosso Presidente efetivo.

Deixei para falar por último um pouco sobre um jovem que em 1951 se filiava à nossa instituição, ainda muito garotinho. Foi eleito conselheiro em 68, conselheiro vitalício em 73, título de sócio benemérito em 73, titulo de sócio grão-benemérito em 2004. Exerceu no clube diversos cargos de diretor, onde podemos destacar o futebol profissional administrativo. Vice-presidente da diretoria em 91/92, chefe da delegação brasileira de futebol da Copa do Mundo nosso tetracampeão em 94, chefe da delegação brasileira de futebol no torneio pré-olímpico na Argentina, chefe da delegação da seleção brasileira de futebol na Olimpíada de Atlanta, em 96, vice-presidente do Clube dos Três, Presidente do Sindicato Nacional da Associação de Futebóis Profissionais e suas entidades estaduais e administração do esporte e ligas de 2004.

Falo do nosso atual presidente, o Mustafá Contursi. E falo no Mustafá com muita tranqüilidade, pelo mandato que ele exerceu e que vem exercendo. O meu amigo Vitor Sapienza sabe que não é fácil presidir uma instituição. Se tanto eu quanto o Vitor Sapienza já presidimos esta Casa, cada um de nós por dois anos, nós sabemos a dificuldade que é congregar uma Casa que tem pelo menos 10 a 12 partidos com representação nessa Casa. Sabemos da dificuldade que é encontrarmos na negociação, no contraditório, a questão dos funcionários da Assembléia Legislativa. Mais do que isso, pelo fato de exercermos a Presidência também temos a sensibilidade e a tranqüilidade de elaborarmos a pauta dos projetos que deveriam ser votados aqui na Assembléia Legislativa, ou que foram votados aqui na Assembléia Legislativa. É um cargo extremamente duro, extremamente difícil no qual não se agrada a todos mas se tenta buscar o melhor. Vejo na figura do Mustafá Contursi exatamente esse grande elo de uma pessoa que fez o enfrentamento.

Aprendi muito com o homem chamado Mario Covas. Quando diziam para ele: ‘e as adversidades?’ Ele dizia: ‘não me venham com adversidades. Contra as adversidades só há três coisas a fazer: enfrentar, combater e vencer.’

Gostaria, nesses 90 anos da Sociedade Esportiva Palmeiras, em que eu me coloco como uma pequena peça dessa grande engrenagem que é esse clube, essa instituição, felicitar na figura do nosso Presidente Mustafá Contursi, que teve dificuldades, e continua tendo dificuldades, mas jamais deixou de fazer o enfrentamento com o adversário num alto grau, num alto nível, fazendo com que a gente continue tendo a cabeça erguida e o orgulho de dizer que somos palmeirenses. Muito obrigado e felicidades a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Esta Presidência registra ainda a presença do Dr. José Cyrillo Junior, 2º Vice-Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras; do Ebem Fernando Galtieri, membro do Conselho Fiscal da Sociedade Esportiva Palmeiras; de Relmivi Ephisio Libutti, Secretário Geral da Sociedade Esportiva Palmeiras; de Ippolito Occhiuto, Suplente do Conselho Fiscal da Sociedade Esportiva Palmeiras; e dos eternos craques Oberdan Cattani e Ademir da Guia.

Esta Presidência, antes de passar a palavra ao Deputado Simão Pedro, outro palestrino do Partido dos Trabalhadores, quer fazer um registro: os últimos sete presidentes desta Casa - pela ordem, Carlos Apolinário, Vitor Sapienza, Ricardo Tripoli, Paulo Kobayashi, Vanderlei Macris, e então quebrou a seqüência, Walter Feldman, que é santista, e Sidney Beraldo - todos eles são palmeirenses. Ou seja, de sete presidentes, seis eram palmeirenses. Com a palavra o Nobre Deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, proponente desta bela e justa homenagem, Nobre Deputado Vitor Sapienza, em nome de quem cumprimento todos os integrantes da mesa e autoridades presentes, Sr. Presidente em exercício da Sociedade Esportiva Palmeiras, Affonso Della Monica, em nome de quem cumprimento toda a diretoria, funcionários e trabalhadores do clube, Srs. Oberdan Catani, Ademir da Guia, em nome de quem cumprimento toda a comunidade palmeirense presente aqui, que nos acompanha nesta sessão, tenho muito orgulho de estar aqui, falando em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores.

Fiz questão de me fazer presente nesta sessão, porque achei muito justa e importante esta homenagem, que não é para um time de futebol, mas para uma instituição nacional, uma instituição da sociedade brasileira, chamada Sociedade Esportiva Palmeiras. Embora jovem, venho de uma tradição que até há pouco tempo atrás achava que futebol, mesmo o esporte, era uma coisa alienante, algo que não deveria merecer nossa atenção. Felizmente, essa visão foi sendo superada, e hoje o que predomina é a opinião de que o esporte e o futebol são um patrimônio, um instrumento, um fator de integração nacional e de identidade da nossa Nação, além de constituir parte do patrimônio cultural da nossa sociedade, do nosso povo.

Por isso, faço questão de registrar aqui, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, essa visão. E em nome pessoal, pois é um orgulho estar aqui como palmeirense, queria ainda mencionar um fato, lembrando meu pai, Antônio Chiovetti, que era um grande palmeirense. Ele contava uma estória, Sr. Presidente, que eu queria registrar nesta sessão.

Nós somos 11 irmãos, todos palmeirenses, inclusive meu pai e minha mãe. Ele é nascido no interior de São Paulo, mas migrou para o norte do Paraná. Nos idos dos anos 40, o Palestra Itália foi jogar com um time de Londrina, que à época era uma cidade nascente. E no primeiro tempo o Palestra Itália venceu por 11 a zero. Depois, no segundo tempo, foi mais brincadeira, e toda a comunidade que estava ali, não só os descendentes de italianos, viraram palmeirenses. E essa tradição nosso pai foi nos passando. Infelizmente ele já nos deixou. Mas queria aqui fazer essa homenagem, lembrando dessa figura importante que era nosso pai.

Parabéns ao Palmeiras, parabéns a toda a comunidade palmeirense. Viva o nosso grande time, Sociedade Esportiva Palmeiras. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Esta Presidência tem a satisfação muito grande de anunciar a presença do Cônsul Geral da Itália em São Paulo, Ministro Gianluca Bertinetto. Seja bem-vindo! (Palmas.)

convido todos os presentes para, em pé, ouvirem mos o Hino do Palmeiras, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

* * * *

 

- é feita a execução do Hino do Palmeiras.

 

* * *

 

O Sr. Presidente - Vitor Sapienza - PPS - esta Presidência agradece a espetacular exibição da Banda da Polícia Militar. Este Presidente espera que, se Deus quiser, que antecedendo aos comentários do Nelo Rodolfo, aos domingos, às 17 horas e 50 minutos, seja estse o fundo musical na Jovem Pan. (Palmas.)

Teremos, agora, a apresentação do vídeo institucional sobre os 90 Noventa Aanos da Sociedade Esportiva Palmeiras.

 

* * *

 

- é feita a exibição de vídeo.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Esta Presidência concede a palavra ao Dr. Affonso Della Monica Neto, Presidente em exercício do Palmeiras.

 

O SR. AFFONSO DELLA MONICA NETTO - Exmo. Sr.Deputado Vitor Sapienza, nosso preclaro, ilustre e distinto amigo palmeirense Deputado Simão Pedro, Deputado Ricardo Tripoli, Coronel PM Francisco Gianoni, ilustre cônsul da Itália, ministro Gianluca Bertinetto, ilustres componentes da Mesa, companheiros do Conselho Deliberativo, Conselho de Orientação e Fiscalização, Diretoria Executiva, autoridades civis, militares e esportivas aqui presentes, meus senhores e minhas senhoras.

O Palmeiras comemora no dia 26 de agosto noventa anos de vida, noventa anos de existência. Realmente, para nós é motivo de grande orgulho, de grande satisfação receber nesta noite esta homenagem da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo por iniciativa do nobre Deputado Vitor Sapienza.

Falaremos um pouco da história do nosso Palmeiras. Como nasceu o Palmeiras, como surgiu o Palmeiras. O futebol é algo de mágico, ele faz com que as pessoas se aproximem, as pessoas se toquem, as pessoas se tornem amigas. O futebol não é um divisor de águas, fazendo com que as pessoas, as religiões, os credos se separem. Muito pelo contrário, o futebol age como uma ponte aproximando essas pessoas. E é isso o que acontece na noite de hoje. De um lado temos ilustres parlamentares e de outros desportistas, esportistas e elementos dirigentes de clubes.

O futebol tem esse condão, tem essa magia. E nada melhor do que a data de noventa anos de fundação para falarmos de como nasceu o Palestra Itália, como surgiu o Palmeiras e como é o Palmeiras nos dias de hoje. Falaremos “en passant”, “à vol d`oiseau”, uma maneira muito rápida para não cansar muito os nobres companheiros.

Em 1912, em 1913, o Torino e o Pro-Vercelli, duas equipes italianas, fizeram uma excursão em São Paulo e encantaram todos os torcedores, obtendo resultados altamente expressivos. Quatro italianos ficaram comovidos com o que assistiram, com o que viram. Luigi Cervo, Luigi Emanuelle Marzo, Ezequiel Simone e Vicenzo Ragognetti, esses quatro então entenderam que deveriam criar em São Paulo um clube, uma equipe de futebol que representasse a colônia italiana.

Fizeram a primeira reunião na Rua Marechal Deodoro, nº 2, no Saliam Alhambra. Compareceram poucas pessoas. Vicenzo Ragognetti, então jornalista do Fanfulla, o jornal de grande circulação em São Paulo para a colônia italiana, resolveu por um anúncio nesse jornal concitando todos os italianos e descendentes de italianos que comparecessem para uma reunião.

E no dia 26 de agosto aconteceu essa reunião. Compareceram 46 pessoas. E depois de muita discussão fundaram o Palestra Itália. Discussão por quê? Porque esses quatro italianos entendiam que deveria ser uma equipe de futebol e outros entendiam que deveria ser um clube social. Depois de muita discussão chegaram àquela conclusão que só os italianos têm: é um clube de futebol e é também um clube social. E surgiu assim o Palestra Itália.

Em 1915, no dia 24 de janeiro, o Palestra Itália conquista o seu primeiro troféu, a Taça Savóia, jogando contra o Savóia de Votorantin, em Sorocaba, um jogo que venceu por dois a zero, gols de Bianco e Alegrete, sendo que Bianco fez o primeiro gol no Palestra Itália inclusive de penalidade máxima. Em 1920 conquistamos o primeiro título paulista ao vencer o Paulistano por dois a um. E o Palestra foi crescendo, foi evoluindo e em 1940, quando inauguramos o Estádio Municipal do Pacaembu, que foi durante dez anos o maior estádio do Brasil, só perdendo para o Maracanã, em 50, o Palestra participava de um torneio quadrangular juntamente com o Corinthians, Coritiba e Atlético Mineiro.

Venceu o Palestra na ocasião, o Coritiba, por seis a dois, e o Corinthians por dois a um. E como sempre foi pioneiro, conquistou o primeiro título no Estádio Municipal do Pacaembu. Surge, porém, em 42, a 2ª Guerra Mundial, e o Brasil, como não poderia deixar de ser, aliou-se aos Estados Unidos, abrindo guerra contra o Grupo do Eixo Itália, Alemanha e Japão. Todos os italianos passaram a ser perseguidos, assim como todas as colônias; o Palestra não poderia fugir à regra. Achavam que Palestra era um nome italiano, quando na realidade não vem do italiano nem latim e é sim uma palavra grega que significa ginásio, local onde se reúnem muitas pessoas.

Dirigentes do São Paulo Futebol Clube incitaram o movimento popular, tentando fazer com que o Palestra mudasse de nome; tentaram inclusive tomar o Parque Antártica. Mas aqueles valorosos dirigentes da época, tendo à frente o Capitão Adalberto Mendes, que foi enviado para São Paulo pelo Presidente do Vasco da Gama, Otávio de Menezes Póvoa - daí a grande amizade entre Palmeiras e Vasco da Gama - ficou como uma sentinela avançada, defendendo o Palmeiras juntamente com todos os dirigentes da época; como verdadeiros centuriões romanos, valendo cada um por cem. E fizeram aquilo que dizia o grande imperador romano, Júlio César: “Só quem ousa lutar é que ousa vencer.” Eles ousaram lutar e venceram, e o Palestra Itália permaneceu firme e até hoje crescendo, cada dia mais.

Tivemos então a arrancada heróica, em 1942. Mudamos para Palestra de São Paulo e posteriormente para Sociedade Esportiva Palmeiras, por sugestão do dirigente Mário Minervino, na época. O Palmeiras enfrentaria, já com o nome de Palmeiras, o São Paulo Futebol Clube numa partida memorável realizada no Estádio Municipal de Pacaembu. Adentramos ao gramado carregando a bandeira do Brasil, tendo à frente o capitão Adalberto Mendes, com a farda do glorioso Exército Brasileiro, e o Oberdan Cattani, nosso grande capitão da época, juntamente com o Adalberto Mendes. O Palmeiras venceu o São Paulo por 3X1; gols de Cláudio, Del Nero e Echevarrieta, numa partida espetacular. Quando foi marcada uma penalidade máxima contra o São Paulo Futebol Clube, culminando com a expulsão do seu zagueiro Virgílio, Luizinho de Mesquita, então capitão do São Paulo Futebol Clube retirou sua equipe de campo, e o Palmeiras conquista o título de Campeão Paulista.

O Palestra morreu líder e o Palmeiras nasceu campeão! Aí começou a nossa grande jornada. Em seguida, a nossa grande conquista, e na minha modesta opinião, a maior de todas, a Copa Rio, um verdadeiro campeonato mundial de interclubes; esse sim foi um campeonato mundial. Patrocinado pela CBD, na ocasião, com o apoio da Fifa, presidida por Jules Rimet e tendo como Secretário-Geral, e que esteve presente no Maracanã, entregando o troféu de campeão ao Palmeiras, o Sr. Torino Baracci, que era o Presidente da Federação Italiana, e naquela ocasião era o Secretário-Geral da Fifa.

O Palmeiras joga em São Paulo, numa chave juntamente com o Olimpique de Nice, o Estrela Vermelha da Iugoslávia e o Juventus, campeão italiano, base da seleção italiana. E, o Vasco da Gama, sendo tido como o grande favorito, base da seleção brasileira, que perdeu o Mundial de 50, jogava no Rio de Janeiro, com a equipe do Áustria de Viena, Esporte de Portugal e o Nacional do Uruguai. Vencemos as duas primeiras partidas: o Olimpique por 3X0 e o Estrela Vermelha por 2X1. Infelizmente, perdemos para o poderoso Juventus da Itália por 4X0.

Parecia tudo perdido, mas não aconteceu. O Palmeiras se agiganta justamente nesses momentos de dificuldade. Enfrentamos o temível Vasco da Gama, no Rio de Janeiro e vencemos por 2X1. Em seguida empatamos por 0X0, adquirindo o direito de disputarmos a partida final, a partida de revanche, com o grande Juventus da Itália. Na oportunidade, vencemos a primeira partida por 1X0, empatando a segunda por 2X2, com um gol no final do jogo, de Liminha, após uma extraordinária jogada de Canhotinho. O Palmeiras sagrava-se então Campeão Mundial de Interclubes, reconhecido por toda a imprensa brasileira e mundial.

Não parou por aí o caminho vitorioso da Sociedade Esportiva Palmeiras. Posteriormente, representamos o Brasil na inauguração do Mineirão. Toda a equipe do Palmeiras, do Valdir ao Rinaldo, representou o Brasil, enfrentando o Uruguai pela Copa Rio Branco, quando vencemos por 3X0; gol de Rinaldo, de pênalti, Tupãzinho e Germano. Valdir, Djalma Santos, Djalma Dias, Dudu, Carabina e Ferrari; Julinho, Servílio, Tupãzinho, Ademir, que aqui se encontra, e Reinaldo. Essa é a equipe vitoriosa.

O Palmeiras continuou na sua caminhada, na sua trajetória vitoriosa. Posteriormente, conquistamos o troféu Carranza, tricampeões do Carranza; a Copa Mercosul em 98, e finalmente a Copa Libertadores da América, tão sonhada e tão querida por todos nós, em 99.

Mas o futebol apresenta as suas diabruras, digamos assim. Em 2002, apesar de possuirmos uma equipe poderosa, fomos infelizes no Campeonato Brasileiro e rebaixados para a série B. Mas isso serviu para provar mais um pioneirismo do Palmeiras. Demos o pontapé inicial do verdadeiro futebol, do futebol que não se ganha no tribunal, do futebol que não se ganha no tapetão, do futebol que se ganha no campo. E o Palmeiras, com uma equipe heróica, obstinada e determinada, conseguiu de forma heróica vencer o campeonato da série B. Ganhamos a 1ª fase, a 2ª fase e a 3ª fase. Tivemos o ataque mais positivo, a defesa menos vazada, o artilheiro e a revelação. Recuperamos a dignidade dos nossos torcedores e a auto-estima dos nossos jogadores. E o Palmeiras voltou, como sempre, para a 1ª Divisão. Agora disputamos um Campeonato Brasileiro com ótimos resultados e grandes possibilidades de conseguirmos mais uma grande vitória.

Conquistamos 21 Campeonatos Paulistas, quatro Campeonatos Brasileiros, cinco Torneios Rio-São Paulo, além do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, Torneio dos Campeões e Taça do Brasil. Por todos esses títulos conseguimos o maior de todos, reconhecido por toda a imprensa: o de Campeão do Século.

Mas o Palmeiras não é só futebol. É um clube poliesportivo que sempre se dedicou ao esporte amador. Sempre deu ao atleta amador toda a dedicação e empenho. O Palmeiras pontificou no basquetebol ganhando títulos nacionais e internacionais. Pontificamos no futebol de salão, ganhando também títulos estaduais, metropolitanos, nacionais, internacionais, conseguindo também o título de Campeão do Século. No levantamento de peso conseguimos grandes pesistas, que conseguiram os títulos pan-americanos e sul-americanos. Da mesma forma no judô, sempre com grandes resultados, inclusive com medalha de bronze na Olimpíada de Barcelona, em 1992.

O Palmeiras também cresceu muito em relação ao seu patrimônio. Enquanto outros clubes hoje vivem em situação difícil, o Palmeiras, com seus dirigentes sempre com os pés no chão, conseguiu um patrimônio e uma situação financeira totalmente equilibrada. Isso tudo nós devemos a todos os dirigentes que passaram pela Sociedade Esportiva Palmeiras, sempre austeros, com grande visão do futuro e sempre pensando no melhor para o nosso clube.

Para que isso fosse possível, sempre existiu entre todos uma verdadeira coesão. Como diria o grande pensador francês Maurice Riot, o valor de cada grupo não depende única e exclusivamente do valor individual de cada um, mas depende acima de tudo e principalmente daquele imponderável que se chama força de coesão. E essa força esteve presente, existiu em todas as gestões, em todos os tempos.

Agradeço ao nobre Deputado Vitor Sapienza, em nome do Conselho Deliberativo da Sociedade Esportiva Palmeiras, em nome da Diretoria Executiva, em nome do Conselho Fiscal, por esta sessão solene que para nós, nestes 90 anos, constitui-se no maior presente. Não poderíamos receber um presente maior que este.

E nós, palestrinos e palmeirenses, que temos os nossos aurículos verdes e os nossos ventrículos brancos, vibramos com a noite de hoje porque para nós o Palmeiras é um tesouro tão grande que não existe no mundo uma balança capaz de pesá-lo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VITOR SAPIENZA - PPS - Para aqueles que não sabem tem mais: o Della Monica faz aniversário hoje. (Palmas.)

Queremos também anunciar a presença de Américo Calandriello Jr., vice-Presidente de futebol amador da Federação Paulista de Futebol. (Palmas.)

Meus senhores e minhas senhoras, Srs. Deputados, autoridades já mencionadas, a iniciativa deste Deputado em requerer ao Presidente Sidney Beraldo a realização desta sessão solene foi uma forma também de cidadania, porque um dos defeitos do brasileiro é não ter memória, é não saber comemorar muitas vezes datas importantes da sua cultura. E entendo que o Palmeiras também é cultura.

Não quero ser repetitivo, porém, na minha vida tenho três situações que me marcaram muito através do Palmeiras. Sou neto de italianos, nasci no bairro do Bom Retiro, um bairro tipicamente corintiano. Minha avó teve oito filhos. Os três mais velhos foram conselheiros do Corinthians. Aí apareceu meu pai. Começou a namorar a minha mãe e começou a pintar os cinco menores de cores alvo e verde.

Como eu disse, fui criado no Bom Retiro. Lembro-me bem ainda que nos anos 39, 40, 41, era garoto, mas eu via meus tios ouvirem rádios, aqueles trambolhos em ondas curtas, as notícias da guerra. Eles diziam: “os jornais aqui estão dizendo que os aliados estão ganhando. Mas não estão, não. Nós ainda vamos ganhar.” Com toda a sinceridade, a maioria deles era fascista. Eles tinham vindo do sul da Itália, gostavam do Mussolini e eu fui educado nesse meio.

Quando em 1942 meus tios, irmãos da minha mãe, corintianos, num determinado domingo, prepararam-se para assistir a um jogo de futebol, o molequinho, olhando, disse: “o que é que vai acontecer?” Eles não vão conseguir tomar de nós o Parque Antártica; nós vamos enfrentá-los no Pacaembu. E minha mãe, com certo cuidado, com certa preocupação, me levou e a meu irmão na casa de um tio, porque poderia acontecer uma espécie de revolução aqui em São Paulo. Mesmo porque naquele momento, com toda a sinceridade, os mais antigos vão se lembrar, não estava em jogo simplesmente Palmeiras e São Paulo. Estavam em jogo os descendentes de italianos contra São Paulo. E aqueles mais idosos sabem que não estou exagerando. Mesmo porque tive tios no conselho do Corinthians. Eles foram para o Pacaembu para “quebrar o pau”.

Então é a primeira situação em que eu vejo os três a zero. Sem ofensa ao São Paulo Futebol Clube, mas foi a primeira satisfação que o Palmeiras me deu. A segunda satisfação foi logo após a Copa do Mundo. Eu tinha ido assistir o famigerado quatro a zero, eu que sempre fui fã daquele sempre eterno moço que está na minha frente, que pinta o bigode de preto, foi o maior goleiro que o Brasil já teve e nós tomamos de quatro a zero. Eu via e sentia que era a repetição do famigerado 1950.

Naquele tempo, não tinha televisão, eu acompanhei o jogo Palmeiras e Vasco. O primeiro jogo nem ousei assistir, ou melhor, ouvir: “vamos ser goleados”. E o Palmeiras ganhou de um a zero. No segundo só quis ouvir o finalzinho: zero a zero. Quando nós ganhamos, foi a segunda grande vitória, a segunda grande alegria. A terceira foi quando vi a fotografia, ouvia a radiação daquela equipe comandada pelo Filpo Nuñes, fora de campo, e, dentro de campo, por aquele eterno moço de cabelo branco, Ademir da Guia. Foi a terceira grande alegria.

Lembro-me, há uns três meses e meio, eu liguei para o Mustafá e para o Della Mônica. Eu dizia: “Della Monica, vamos comemorar os noventa anos na Assembléia Legislativa”. Ele falou: “Mas, Vitor, é capaz de não ir ninguém.” “Não. Vai, sim. Temos que começar a fazer comemorações cívicas”. E hoje, com grande satisfação, vejo a presença de ilustres figuras, dando razão àquela minha iniciativa. Então, quero, neste momento, parabenizar os Deputados Tripoli, Pedro Simão, as brilhantes palavras do aniversariante de hoje, e dizer a vocês que tenho orgulho de ser palmeirense. Viva, Palestra Itália! Viva, Palmeiras!

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, esta Presidência agradece às autoridades, aos funcionários desta Casa e àqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade e convida para um coquetel no Hall Monumental.

Está encerrada a sessão.

 

* * *

 

-         Encerra-se a sessão às 21 horas e 21 minutos.

 

* * *