02 DE SETEMBRO DE 2002

43ª SESSÃO SOLENE DE ABERTURA DO 3º ENCONTRO NACIONAL DE INSTRUTORES DO Dare/Proerd

 

Presidência: WALTER FELDMAN e EDSON FERRARINI

 

Secretário: EDSON FERRARINI

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 02/09/2002 - Sessão 43ª S. SOLENE Publ. DOE:

Presidente: WALTER FELDMAN/EDSON FERRARINI

ABERTURA DO 3º ENCONTRO NACIONAL DE INSTRUTORES DO DARE/PROERD

 

001 - Presidente WALTER FELDMAN

Abre a sessão. Informa que esta sessão solene foi convocada por este Presidente, atendendo solicitação do Deputado Edson Ferrarini, com a finalidade de comemorar a abertura do 3º Encontro Nacional de Instrutores do Dare/Proerd - Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência. Convida todos os presentes para, em pé, ouvir e cantar o Hino Nacional Brasileiro. Nomeia as autoridades. Pondera sobre a importância do encontro e da prevenção, tanto na Medicina como na questão do consumo de drogas.

 

002 - EDSON FERRARINI

Assume a Presidência.

 

003 - MARCO ANTONIO GERALDINI

Coronel, Presidente do Dare Brasil, faz uma breve explanação sobre o encontro dos instrutores americanos deste ano - 16º Encontro de Las Vegas.

 

004 - Presidente EDSON FERRARINI

Anuncia que está propondo nesta Casa Legislativa que o dia 19 de maio seja o Dia Estadual do Proerd. Fala sobre o Centro de Recuperação Coronel Edson Ferrarini, que fundou há 30 anos.

 

005 - DANIELA GUERREIRO

Pedagoga do Dare Brasil, apresenta a nova metodologia e currículo da instituição.

 

006 - MARCO ANTONIO GERALDINI

Traz detalhes sobre a programação e estrutura do 3º Encontro Nacional de Instrutores do Dare/Proerd, a se realizar em dezembro próximo.

 

007 - Presidente EDSON FERRARINI

Enaltece os resultados conquistados pelo Proerd.

 

008 - LAUDINÉIA PEZAN DE OLIVEIRA

Cel. PM, Diretora da Damco, discorre sobre as próximas metas pretendidas pelo programa.

 

009 - MARCO ANTONIO GERALDINI

Agradece todos os que estão envolvidos no programa, notadamente os parceiros Sociedade Bíblica do Brasil, Fundação Bradesco e o Deputado Edson Ferrarini.

 

010 - Presidente EDSON FERRARINI

Agradece às autoridades e àqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade. Encerra a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - WALTER FELDMAN - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Edson Ferrarini para, como 2º Secretário "ad hoc", proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - EDSON FERRARINI - PTB - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

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O SR. PRESIDENTE - WALTER FELDMAN - PSDB - Srs. Deputados, esta sessão solene foi convocada por este Presidente, atendendo solicitação do Deputado Ferrarini, com a finalidade de comemorar a abertura do 3º Encontro Nacional de Instrutores do Dare/Proerd - Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência.

Convido todos os presentes para, em pé, ouvirmos e cantarmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

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-  É entoado o Hino Nacional.

 

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O SR. PRESIDENTE - WALTER FELDMAN - PSDB - Esta Presidência agradece ao Maestro da 2ª Sessão do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Moisés Fidélix Valério. Parabéns pela execução maravilhosa. É muito bom realizar sessões solenes com a Polícia Militar aqui, porque todos cantam junto e se empolgam com essa música extraordinária que é o Hino Nacional Brasileiro. Obrigado, Maestro, pela contribuição e valorosa execução.

Quero nomear as autoridades aqui presentes na Mesa: nossa queridíssima Cel. PM Laudinéia Pezan de Oliveira, Diretora da Damco; Cel. Marco Antonio Geraldini, Presidente do Dare Brasil; Bruno Piagentini, Vice-Presidente Internacional do Dare Brasil; Alice Giraldi, Secretária de Ação Social da Sociedade Bíblica do Brasil; Sílvia Maria Brandão Queirós, Supervisora Técnica das Oficinas Culturais da Febem. representando o Secretário Marcos Mendonça; Dra. Luzenir Volnei de Carvalho Lago, Diretora Técnica de Divisão do Ambulatório de Álcool e Drogas, do Pampratis, representando o nosso Secretário da Saúde, José da Silva Guedes.

Antes de passar a Presidência para aquele que permitiu que esta sessão solene se realizasse, Cel. Deputado Edson Ferrari, quero fazer uma rápida ponderação sobre este encontro.

Tenho acompanhado, ainda que distante, o trabalho que os senhores vêm realizando. Eu, de formação médica, desde os primeiros anos da Escola de Medicina aprendi que nós, profissionais da área da saúde. devemos investir muito em prevenção. Muito. Porém, a prevenção é um ato continuado, um trabalho contínuo e de repercussão de longa distância. Isso não faz parte da cultura brasileira. Nós temos uma necessidade profissional e de apelo popular, de fazer um atendimento mais rápido, imediato, agudo. Tanto, que nos últimos anos no Brasil cresceu um sistema de atendimento à saúde, chamado de “hospitalocêntrico”, concentrando o atendimento exatamente dentro dos hospitais.

Isso começa a ser revertido, particularmente nos últimos oito anos, um trabalho intenso do Secretário José da Silva Guedes, um homem preparado e versado na área da Medicina Preventiva, que tem absoluta compreensão de que, mesmo sendo a longo prazo, bem realizado, bem feito, nós encontraríamos resultados muito mais expressivos no trabalho de prevenção em todas as áreas da Medicina, apesar da demanda da população ser sempre maior na área de pronto-socorro ou de hospitais. A demanda social é sempre para a construção de equipamentos de atendimento direto à saúde. Tanto que a rede de saúde, particularmente os postos de saúde, as unidades básicas de saúde se deterioram na sua relação e o atendimento se fortaleceu nos hospitais e um pouco nos ambulatórios médicos de especialidades.

Falo isso porque temos a clara compreensão de que boa parte da violência, da criminalidade está vinculada à inserção, à incorporação da juventude no tráfico de drogas e entorpecentes. E nesse sentido, o trabalho que os senhores vêm realizando vem acrescentar valor ao conhecimento e ação da juventude, para que ela se direcione para o bom caminho.

Acredito que nós deveremos ampliar muito mais. Vi os números que seguramente o Cel. Ferrarini vai citar: um milhão de crianças, três mil adolescentes, num trabalho expressivo do programa que vem sendo realizado, mas que poderia ser multiplicado muito mais, se esse não fosse um trabalho localizado, feito pela Polícia Militar, ou algumas entidades da sociedade civil, ou por alguns profissionais que têm se dedicado à matéria. Isso deveria ter um envolvimento generalizado. Nós já identificamos que essa é a questão central, e é tão estratégica, que os Estados Unidos têm se dedicado muito à matéria ainda com resultados pequenos, investindo muitos recursos financeiros, porém ainda com resultados muito aquém do que gostaríamos que houvesse, particularmente num país avançado como os Estados Unidos. Comparativamente sabemos que estamos muito aquém desse trabalho que lá vem sendo realizado.

Por isso fiz questão de comparecer a esta reunião, para mostrar o prestígio e importância que essa iniciativa tem, o empenho que nós da Assembléia gostaríamos de dar adicionalmente ao trabalho que vem sendo realizado, e cumprimentar o Cel. Ferrarini, que tem dedicado toda a sua vida no sentido de orientar as pessoas, particularmente a juventude para compreender o papel e o estrago da droga, e como um caminho mais adequado pode e deve ser adotado.

Queria convidar os senhores, as instituições, para que assinássemos um convênio entre a Assembléia e a Ucip, ou as instituições que trabalham nesse setor, para que a Assembléia também se torne um parceiro, coloque a nossa televisão para debates e palestras, para encontros com os profissionais, os especialistas, e com a juventude.

Talvez pudéssemos ter até uma programação permanente e trouxéssemos para a Assembléia, que é um alto-falante de transmissão do pensamento e das idéias que devem existir no nosso Estado, para que mais pessoas, mais entidades, mais setores do gênero ou não, também possam se empenhar nessa batalha que é de todos nós.

Vamos enviar uma minuta desse protocolo para assinarmos. Gostaria que a Assembléia definitivamente estivesse junto com os senhores, empenhados nessa batalha da qual sairemos vitoriosos, no início do século XXI, com certeza. Acreditamos nisso e nos empenharemos para isso.

Quero cumprimentar a iniciativa do Cel. Ferrarini, a quem peço assumir a Presidência dos trabalhos, a partir deste momento.

 

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-  Assume a Presidência o Sr. Edson Ferrarini.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Antes de assumir a Presidência, agradeço ao Sr. Presidente, Walter Feldman, por esta iniciativa de associar o nosso trabalho com a Assembléia Legislativa, e dizer que o Presidente da Assembléia Legislativa é um grande amigo da Polícia Militar. As portas da Presidência, na pessoa do seu Presidente Walter Feldman, sempre estiveram abertas para que eu pudesse defender a Polícia Militar com toda galhardia. (Palmas).

Quero cumprimentar os representantes dos batalhões que aqui estão, e também o 1º Ten. Jefferson Kansian; Dr. John Wilson, perito internacional; Dr. Virgílio Pereira Rego, advogado; 1º Ten. Lídio, de Rio Claro; 1º Ten. Adriana, da Damco; Major Olavo de Castilho Júnior, representante do Cel. Bucheroni, da Assembléia.

Esta reunião com os senhores na Assembléia Legislativa é uma justa homenagem aos nossos companheiros da Polícia Militar, que exercem esse trabalho simplesmente fantástico, que é o Proerd, que nos dá muito orgulho em desempenhar.

É um trabalho que começou tímido, difícil e ainda enfrenta algumas barreiras. Mas, a cada dia, a cada aula, é uma semente na cabeça daquelas crianças. Eu, que lido com drogados há quase 30 anos, sei muito bem o valor desse trabalho dos senhores; sou representante da Polícia Militar aqui na Assembléia e alguém que está ao lado desse combate às drogas, sei o valor de cada um dos senhores representados pelo Cel. Geraldini e pela Cel. Laudinéia, que aqui estão. É um trabalho realmente fantástico.

Com a palavra o Coronel Marco Antonio Geraldini, Presidente do Dare Brasil.

 

O SR. MARCO ANTONIO GERALDINI - Digníssimo Cel. Ferrarini, Cel. Laudinéia, Vice-Presidente Bruno Piagentini, Dra. Alice e demais integrantes da Assembléia, pessoal do Cerimonial, policiais militares, instrutores e mentores do programa, bom dia.

Quero fazer uma breve explanação sobre o que foi o encontro dos americanos deste ano - 16º Encontro de Las Vegas. Não foi um encontro internacional, foi para os instrutores americanos. No entanto, estavam lá representantes da Costa Rica, Porto Rico, Canadá, Inglaterra, México e Brasil. A nossa bandeira estava alinhada junto com as bandeiras desses países, e de mais 50 bandeiras dos Estados americanos, pois todos esses representantes estavam presentes.

Participar de um encontro desses é muito importante, pois podemos sentir a dimensão do trabalho que hoje a Polícia Militar está fazendo no Brasil, e que está acontecendo nos Estados Unidos. Realmente é um trabalho que conta com muito apoio e solidariedade da própria sociedade, que vê na questão da droga e violência uma grande mancha em toda a sociedade, pois acarreta improdutividade e insegurança para o país.

O evento foi realizado num hotel cinco estrelas, com a presença de quase quatro mil participantes. Foram seis dias. Os três primeiros dias foram destinados à confraternização, com caminhadas e até um campeonato de boliche entre os instrutores. Um evento muito grande. Imaginem estruturar um campeonato desses, ou atividades de confraternização para quatro mil pessoas. Eles organizaram muito bem. Foi um bom exemplo de administração num evento desse porte.

Os outros dias foram destinados a várias palestras com o objetivo de atualização para os instrutores americanos. Nós participamos dessa segunda fase. Foram aberturas maravilhosas, com crianças que passaram pelo programa e corais da própria polícia.

Falou-se muito sobre o “11 de Setembro”, esse episódio que contou com a participação de muitos policiais e bombeiros. Faleceram também com certeza alguns instrutores do programa.

Foi muito importante para nós, brasileiros, perceber o quanto eles amam o país, o quanto sentem orgulho de ser americanos. Nós tivemos essa mesma sensação quando o Brasil ganhou a Copa, e todos se vestiram de verde-amarelo. Nos Estados Unidos eles vestem muito as cores do país, e falam muito sobre o país. Isso é muito bonito.

Quero fazer uma ligação com o trabalho de vocês na escola, resgatando a questão do nacionalismo, das instituições, perante as crianças nas escolas de todo o país. Isso é muito importante, enaltecer a bandeira e o hino, esses valores todos. É importante fazermos crescer o orgulho de sermos brasileiros.

Nós sentimos essa importância, estando lá. Mas é importante que nós vivamos aqui. Vocês têm essa missão também, porque vocês passam isso para as crianças.

Dentre as palestras que foram feitas, havia uma destinada ao “11 de Setembro”, que foi até repetida no dia seguinte. Havia também palestras sobre abusos sexuais, grupos de trabalho interagindo sobre as vivências de cada um. Foi aplicado um treinamento de seis horas sobre a nova metodologia que o programa irá desenvolver. Estão sendo destinados 15 milhões de dólares por uma fundação americana, para essa nova metodologia que já está chegando ao Brasil.

Em suma, o evento foi coroado de êxito. No ano passado a representação brasileira foi composta de dez elementos. Neste ano fomos 20 pessoas. Para o ano que vem, em Atlantic City, esperamos uma participação maior, de 50 ou mais instrutores. Mesmo assim, 20 brasileiros já “fazem muito barulho”. Eles ficaram admirados ao ver tanta gente do Brasil.

O Brasil teve um destaque especial, foi reconhecido como segundo maior país do mundo a aplicar esse programa, e que tem feito um bom trabalho. Tivemos também uma reunião com a Diretoria do Dare América, sobre assuntos relacionados ao programa. Esse contato foi muito importante e os brasileiros que participaram conheceram como o programa está sendo desenvolvido. Eles fazem uma edição anual, e todo ano já se pensa no seguinte. Convido para falar sobre a nova metodologia, a pedagoga do Dare Brasil, a Daniela Guerreiro.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Lido com drogados há quase 30 anos. Para os senhores entenderem, estou propondo aqui na Assembléia Legislativa que o dia 19 de maio seja o Dia Estadual do Proerd, o dia que São Paulo pára para homenagear o Proerd. Como Deputado, quero implantar esse dia, vou prestar essa homenagem.

Vocês já viram que o nosso Presidente já propôs que o nosso trabalho conte também com a Assembléia Legislativa. Chegamos até aqui com muita dificuldade. As coisas da Polícia Militar são difíceis. Mas, após 35 anos, eu já me acostumei com essas dificuldades. Tenho aprendido com meu pai, que já estava há mais de 30 anos na Polícia Militar quando eu nasci.

Vou homenagear o Proerd, e vai ser no dia 19 de maio. Estou propondo esta lei. O Capitão Geraldini, em 1992, quando foi criado no Rio de Janeiro, há 10 anos, já fazia esse trabalho. Como Major Geraldini continuou esse trabalho em outros estados, até que hoje já abrangemos 18 estados. Deve ter sido incompreendido muitas vezes.

Quando eu fundei o Centro de Recuperação Coronel Edson Ferrarini, eu era Major da Polícia Militar. Eu tinha um soldado no meu batalhão - o 5º Batalhão da Zona Norte - que bebia um a dois litros de pinga, por dia. Era um soldado bom, do Tático Móvel. Ele fazia muitos flagrantes, trabalhava muito.

Eu ia expulsá-lo da corporação. Mas pensei, será que não sou capaz de salvar, de ajudar esse homem? Eu conhecia os quatro filhos dele e também a esposa, que vivia no quartel, sofrendo. E esse homem, que só aprontava, era para ser expulso por mim, era minha obrigação. Ele já tinha tido três punições por embriaguez. E a última tinha sido por um motivo muito grave: ele tinha ficado bêbado num bar, e disse no quartel que os terroristas tinham roubado o revólver dele.

Parou o Serviço de Informações da Polícia Militar. Três dias depois chega um português no quartel com uma bolsa, trazendo o revólver “do homem que esqueceu lá, de tão bêbado que ficou”. E o revólver era realmente dele. Ele ia ser expulso. Mas eu pensava que dentro dele devia haver um homem bom. Eu pego aquele soldado, e começo a entendê-lo. Dou-lhe uma chance. E ele se apega a essa chance.

Naquela época eu era só advogado. Eu não entendia de alcoolismo. Mas eu fui entender. Passo a estudar drogas e alcoolismo. Escrevo um livro sobre drogas. Vou estudar na Europa, Estados Unidos e Canadá. Acabo me formando em Psicologia. Esse homem, que se chama Heraldo Serpa, hoje é meu recuperado. Não bebe uma gota de álcool há 30 anos.

O Centro de Recuperação foi crescendo. Há 30 anos ninguém me entendia porque eu não bebo, não fumo e nunca usei drogas. Lutando é que um dia nós vencemos. Hoje o Centro de Recuperação Cel. Edson Ferrarini completa 30 anos de funcionamento, recebendo 200 viciados às terças e 200 às quintas.

Ainda voltarei a falar do grande valor do Proerd, porque os senhores investem na fase anterior à fase de que cuida o meu Centro.

 

A SRA. DANIELA GUERREIRO - Senhores e senhoras, bom dia. A maioria dos presentes já deve ter ouvido falar algo sobre o novo currículo do Dare. Hoje é a primeira vez que o Dare Brasil vai se pronunciar oficialmente sobre essa alteração.

Esse currículo está sendo desenvolvido pela Universidade de Akron, numa equipe multidisciplinar composta de especialistas em toxicologia, prevenção e educação. A Dra. Iris Slobodan é a coordenadora dessa equipe.

Vocês devem se perguntar por que mudar um programa, se ele já funciona. Realmente, o atual currículo tem uma funcionabilidade muito grande. O principal ponto dele é a capilaridade, pois a Polícia Militar consegue atingir escolas em todo o Brasil, mesmo as escolas da periferia.

Outro ponto importante do atual currículo é que existe uma aula exclusivamente destinada à prevenção, sem acréscimos ao professor da sala de aula em termos de responsabilidade. Nesse caso a Polícia Militar ajuda o professor da sala de aula a educar essas crianças.

Sabemos também que o atual currículo tem algumas limitações. A principal é que ele tem muito conteúdo para pouco tempo. Essa é uma reclamação até geral. Esse conteúdo muitas vezes é também desconectado da realidade dessa criança.

Outro aspecto negativo é o tempo insuficiente para a criança praticar as qualidades de recusa às drogas., de como evitar essa pressão. Não há como eles praticarem isso.

O atual programa está centrado no instrutor. Ele chega na sala de aula, fala praticamente 90% do tempo da aula, que gira de acordo com o planejamento desse instrutor. O atual currículo portanto não é interativo. Apesar de existirem poucos momentos onde as crianças trabalham em grupo, a interatividade, a interação social acaba sendo prejudicada.

Querendo aproveitar os aspectos positivos do programa e melhorar os que foram detectados como não tão bons, foi desenvolvido o novo currículo Dare, que vai ser aplicado na quarta e sexta séries.

Esse novo currículo foi elaborado com base na teoria cognitivista, uma das teorias mais modernas da educação, das mais utilizadas atualmente. Baseia-se na idéia do psicólogo suíço Jean Piaget. O instrutor deixa de ser um professor, uma pessoa que chega e fala como é a droga. Ele passa a ser um facilitador de aprendizagem.

Facilitador não é a pessoa que chega e diz todas as respostas, mas indica os caminhos para que a criança possa construir o seu pensamento e chegar às suas próprias conclusões. Neste caso, o conteúdo passa a ser centrado na vivência da criança; embora nós trabalhemos com o assunto droga, nós vamos trazer tudo isso da vivência dela, do dia a dia.

Isso torna o programa muito mais significativo para todas as crianças que participam dele. Dessa forma, estaremos também contribuindo para que a criança desenvolva o pensamento crítico. Precisamos, cada vez mais, de cidadãos críticos. O novo currículo objetiva contribuir, praticando o pensamento crítico desde criança.

O novo programa proporcionará também uma interação social muito maior do que o atual. Eles serão muito mais dinâmicas, mais autênticos e mais ativos. Além de ser fundamentado por uma teoria psicológica de aprendizagem muito reconhecida, o novo programa vai ao encontro do que a atual geração almeja: interatividade, atividade e prática.

Tudo isso já foi testado nos Estados Unidos. Já existiram dois programas pilotos, testados em 80 escolas, em seis municípios americanos. O programa lá será aplicado em todas as escolas a partir de agosto de 2003.

Aqui no Brasil o Dare Brasil começará o treinamento no 3º Encontro Nacional de Instrutores. A partir daí, no 1º semestre do ano que vem, estaremos provavelmente treinando todos os instrutores de São Paulo, para que em agosto o novo currículo seja implantado.

Esse treinamento terá duas fases. A primeira será nos moldes do americano: seis horas de atividades práticas e mais duas horas de conhecimentos teóricos, para ligar a teoria à prática. Uma vez que o instrutor conclua a 1ª fase no 1º semestre do ano que vem, será iniciada a segunda fase, quando será passado o conteúdo do programa propriamente dito.

Assim, o novo programa desenvolverá no sistema atual do Proerd um clima onde a atenção seja colocada não no ensinar, mas na facilitação da aprendizagem autodirigida.

Cada uma das crianças, ao final dos seis meses, deverá estar pronta a sempre aprender, construindo seus conhecimentos, para se afastar das drogas, lembrando-se sempre das lições de vocês.

Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Através dessas informações da pedagoga Daniela, estamos vendo que o Proerd se moderniza, se adapta. A palavra mágica na educação, hoje, é a palavra construtivismo. É onde você fala e o aluno vai pesquisar e construir os conceitos saudáveis. É uma maneira moderna.

O importante é que, com a novas mudanças, a Polícia Militar está presente sempre em todas as escolas. Enquanto não se sabe o que fazer com relação à droga, o nosso soldado está lá ensinando o menino a dizer que hoje é dia de Proerd, e ele consegue envolver a família e a escola. Ao receber o diploma, ele já aprendeu a dizer “não”.

O Coronel Geraldini vai completar com mais algumas orientações.

 

O SR. MARCO ANTONIO GERALDINI - Vamos falar sobre o nosso próximo encontro. Nosso primeiro encontro, no ano de 2000, foi a primeira iniciativa do Dare Brasil em promover um encontro para discutirmos os problemas do programa, atendendo à velha frase: vamos aperfeiçoar os acertos e corrigir os erros.

Esse encontro foi no auditório de uma empresa que nos deu apoio, e a segunda parte foi na Academia da Polícia Militar do Barro Branco. Foi muito bom levar esse encontro para a Academia, pois foi lá que o programa começou. Foi lá que eu, então Capitão, iniciei o trabalho em 93.

O primeiro encontro terminou nessa casa, onde até hoje há pessoas ligadas ao programa. Participaram 80 pessoas. O encontro foi destinado a coordenadores apenas.

O segundo encontro, no ano passado, teve uma dimensão maior. Foi no Centro Internacional de Convenções, em Santos. Era um local muito adequado e digno à realização do encontro. Muitos instrutores até me perguntarem sobre o encontro, sobre os problemas que tivemos. Eu respondi que se não estivéssemos fazendo todo esse trabalho, estaríamos a céu aberto, no pátio de um quartel, em algum lugar sem muita condição. Já partimos com essa preocupação, de dar um destaque especial, um valor que o programa merece, começando com um local bem adequado. Para isso, uma série de parceiros se agregaram e pudemos realizar esse encontro.

Foi com muita surpresa e satisfação que nós constatamos a presença de 600 instrutores, representantes de quase todo o Brasil. Estava presente também o Presidente do Dare International, que veio prestigiar o nosso evento. Nós trouxemos umas fotos mas, infelizmente, por problemas técnicos não foi possível mostrar.

Para o 3º Encontro, nós dispusemos de um local melhor ainda, um hotel em Campinas - o West Palmspring Hotel - com um centro de convenções, o que nos deu condições muito boas para receber o programa. Agendamos a pedido dos instrutores para seis, sete e oito. Não daria para ser em outubro e novembro, como foi no ano passado, porque vocês têm problemas com formaturas, e ainda há aulas para as crianças. Não dá para fazer o mesmo que foi feito nos Estados Unidos, não dá para ficar uma semana num encontro desses. Ainda não dá. Estamos fazendo então em três dias, colocando os mesmos objetivos do ano passado. É confraternização e aprimoramento técnico, O aprimoramento técnico está a cargo do Conselho Científico do Dare Brasil, que já fez a programação do evento. Serão palestras na área de Noções Básicas de Prevenção, Polícia Comunitária - Mitos e Realidade, Epidemiologia, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei de Entorpecentes e Entrevista Motivacional.

Também nesse encontro haverá uma sala destinada aos cursos dessa nova metodologia, aos cursos que vão graduar instrutores, voluntários que queiram trabalhar com essa nova metodologia. Os instrutores são de todo o Brasil, que queiram se inscrever nessas palestras. São inscrições individuais, como no ano passado. Cada um escolhe a sala que quer e pode participar do encontro.

Fica aqui o nosso convite a todos. Diferentemente do que é feito nos Estados Unidos - eles cobram lá o equivalente a 5% do seu salário, cerca de 150 dólares a inscrição - aqui ela será gratuita a todos os instrutores. Estamos fazendo muito esforço nesse sentido, para podermos contar com um grande número de instrutores. No ano passado foram 600. Esperamos uns mil neste ano.

Como disse o nobre Deputado e amigo Coronel Edson Ferrarini, é uma luta sem fim. Lembrando os tempos iniciais do programa, de tudo o que se passou, este é um trabalho que é difícil para quem abraça essa causa, desde o instrutor que está nas escolas, até a Coronel Laudinéia com todo o seu trabalho, e com certeza o Dare Brasil também tem as suas dificuldades.

Em que pesem todas essas dificuldades e problemas que vêm permeando por todo esse tempo, nós continuamos crescendo. O programa continua crescendo. O Dare Brasil como instituição continua crescendo em bases diárias.

Esse nosso encontro com certeza será muito maior que o do ano passado. A diferença entre o 1º e o 2º encontros foi brutal: de 80 para 600 pessoas, além do local e palestras. Nós contamos com 14 palestras.

Para este novo encontro o Dare Brasil tem dois setores trabalhando: o Conselho Científico e o Departamento de Marketing, que vai cuidar de toda a parte de marketing do programa e da confraternização para os instrutores, prevendo apresentações musicais, bailados e afins, para que os momentos sejam os mais agradáveis possíveis, para que seja um momento de confraternização, de reflexão e para que também seja agregado muito conhecimento para vocês. Isso é importante.

O trabalho todo é muito dinâmico. Cada dia, cada ano ele conta com valores novos e o importante é isso. Temos dificuldades, sim, mas a nossa união, a nossa determinação nesse trabalho vem superando tudo.

Passarei a palavra agora ao Coronel Ferrarini.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - O Dia do Proerd é uma homenagem a todos os senhores e senhoras que estão aqui. Esta sessão solene é só para homenageá-los. É só para dizer a vocês que continuem nessa direção.

Depois de andar o mundo estudando drogas, eu diria para vocês que o mundo não tem uma palavra, não conseguiu chegar no jovem e não conseguiu convencê-lo a deixar as drogas. Vou citar um exemplo. O McDonald´s conseguiu. O garoto fala: “papai, vamos ao McDonald´s”. O pai vai, e com orgulho. Eles usam tênis Nike com orgulho. Nós não conseguimos ainda uma frase que toque no coração.

O importante é que nós, do Proerd, da Polícia Militar, essa corporação fantástica com 170 anos de vida, e enquanto ninguém sabe o que fazer, nós temos a nossa direção. Nós continuamos. Os senhores estão lá, devolvendo a auto-estima para o menino, para a menina, para o jovem. Os senhores estão lá às vezes brincando, levando toda a alegria para a sala de aula.

Assisti àquela reunião fantástica na semana passada lá no campo do Corinthians, com 3.500 crianças recebendo o diploma. Estávamos todos nós, o Comandante Geral, Coronel Laudinéia. Ali era o trabalho dos senhores.

Sexta-feira passada fui fazer uma palestra na Vila Sabrina, no Educandário Santa Rita de Cássia. Uma mulher veio, com um menininho do lado e me tocou no braço, dizendo: “Coronel Ferrarini, quando eu tinha a idade do meu filho, assisti a uma palestra sua e o senhor naquele dia colocou na minha cabeça que eu nunca devia usar droga. E hoje eu trouxe meu filho para ouvir”. Ela não se esqueceu daquela pessoa que um dia levou a mensagem ao coração dela e ela foi feliz. Ela nunca usou droga. Cada um dos senhores tem um fato desses para contar. Um dia esse menino, que hoje o senhor ajudou a não usar droga, vai trazer o filho; esse menino vai lhe agradecer.

Continuem. Vocês podem crer que o orgulho de ser do Proerd é cada vez maior porque nós, com esta luta, estamos ajudando Deus a melhorar o mundo.

Peço à nossa Coronel Laudinéia, Comandante da Damco, que dirija a palavra a todos nós.

 

A SRA. LAUDINÉIA PEZAN DE OLIVEIRA - Exmo. Sr. Deputado Edson Ferrarini, que muito nos orgulha como representante da Polícia Militar aqui nesta Casa, Coronel Geraldini, Presidente do Dare e demais componentes desta Mesa, policiais, em nome do Sr. Comandante Geral, Coronel Alberto Silveira Rodrigues, quero agradecer ações como esta do nobre Deputado Ferrarini, que proporcionou este dia e que trouxe a cada um de nós novas reflexões.

E também através deste ato quero agradecer o que o Presidente da Casa nos transmitiu. Esta reunião de hoje, com a Presidência do Deputado Walter Feldman, proporcionou que se iniciassem as tratativas para um convênio, para podermos pensar em um programa através da TV Assembléia. Isso é de um alcance e um significado muito grandes, porque nós lutamos nesses 10 anos, com todas as dificuldades para poder levar o programa às escolas.

Nós vimos então nascer nesta manhã gelada da segunda-feira a possibilidade de um programa na TV para divulgar o nosso trabalho, levar ao conhecimento de um número muito maior de pessoas, sobre o que nós fazemos e o que podemos conseguir através do Proerd.

Nós encerramos o ano de 2001 atendendo mais de 312 mil crianças no Estado. É um número muito alto. Nós poderíamos atender se tivéssemos mais parceiros para colaborar no programa. Este ano devemos encerrar com mais de 350 mil. Quem sabe iniciativas como a do Coronel Ferrarini e do Deputado Walter Feldman virão proporcionar que, daqui a alguns anos, estejamos atingindo 100% da comunidade escolar que, na quarta série, ultrapassa 750 mil crianças. Gostaria de atingir, num prazo muito curto, essas 750 mil crianças.

Em nome da Polícia Militar só tenho que agradecer essa iniciativa que vai nos proporcionar um conjunto de ações muito maior.

Obrigada. (Palmas).

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - A Polícia Militar continua tocando seu tambor e caminhando em frente. Tenho o orgulho de ter esta farda, que usei por 35 anos, como minha segunda pele. Eu a represento e defendo todos os dias e todas as horas. O cidadão, para falar mal da Polícia Militar, ele pode falar se ele for inconseqüente, mas ele vai ter que ouvir toda a nossa história. Estou aqui para defendê-la todos os dias, com orgulho e com competência.

No ano passado foram 312 mil crianças no Estado. Este ano vamos atingir 350 mil. E se tivéssemos mais parceiros, mais seriam. É bom que venham os parceiros, mas se não vierem, não faz mal, não estamos preocupados. Nós somos tão grandes, a Polícia Militar é tão bacana, temos que usar esta roupa com orgulho, encher o peito e dizer: meu Deus do céu, atrás de mim são 170 anos, atrás de cada um de nós há um mausoléu no cemitério, repleto de pessoas que derramaram o seu sangue pela sociedade, do mesmo jeito que nós juramos defender a sociedade, com o sacrifício da própria vida, se necessário, para ajudar a construir uma vida melhor. Ser da Polícia Militar é algo que envaidece a nossa alma.

O Coronel Geraldini vai fazer um agradecimento, e posteriormente encerraremos esta solenidade.

 

O SR. MARCO ANTONIO GERALDINI - Gostaria de agradecer todos os que estão envolvidos no programa, e que têm dado a sua colaboração. Coronel Laudinéia muito tem trabalhado. Costumo dizer que São Paulo é hoje mais de 80% do programa em todo o Brasil. Graças a esse trabalho da Damco. Eu sei dos problemas de efetivo que existem e da luta que ela trava, e que com muito pouca gente consegue fazer muita coisa.

Todos os eventos da Polícia Militar, o Proerd, o ‘Jovens construindo a Cidadania’, todos esses programas comunitários - que são uma tendência mundial das polícias - são um esforço que a Polícia Militar de São Paulo está capitaneando para o Brasil inteiro. A polícia de São Paulo fez os primeiros congressos de polícia comunitária, promoveu congressos internacionais, ocupa um destaque até mundial nesse quesito de polícia comunitária, e tem nesses projetos coordenados pela Damco o seu cartão de visitas, o que existe de mais bonito, de acordo com o próprio Comandante Geral.

Gostaria de agradecer os nossos parceiros - Sociedade Bíblica do Brasil. Graças a essa parceria, nós de mãos dadas estamos distribuindo cartilhas para vários estados brasileiros, estados que fizeram o curso e não conseguem aplicar o programa devido a uma deficiência, por serem locais muito pobres, eles não tinham nenhum material para o programa. Agora eles passam a receber o programa.

Essa parceria mexeu um pouco com o programa. Foi identificado em cada lição do programa um valor que foi encontrado na Bíblia. Cada lição do Proerd vem acompanhada de uma frase bíblica. A criança está recebendo a instrução e ela sabe que aquele valor também está no Livro Sagrado. Isso é um reforço muito importante para o programa. Uma das causas que leva a pessoa à droga e à dependência é a falta da espiritualidade.

Essa parceria é muito ampla porque prevê uma avaliação do trabalho com as frases bíblicas. Agradecemos, portanto, à Sociedade Bíblica, representada pela Dra. Alice.

Outro parceiro nosso é a Fundação Bradesco, que tem o Proerd em quase todas as suas escolas. É também um centro de excelência de ensino no Brasil, e é muito importante para o Proerd estar em suas escolas, somando a qualidade de ensino que eles têm, reconhecendo que esse trabalho é válido para as suas escolas.

Enfim, grande parceiro nosso, Coronel Ferrarini, desde o primeiro tempo. Quando ele citou aqui o Capitão Geraldini, ele se lembrou do começo. Quando nós começamos com esse programa na Academia, uma das primeiras pessoas procuradas por nós foi o Deputado.

O primeiro evento do Proerd foi um “workshop” na Secretaria da Cultura, que contou com a presença da Primeira Dama, e lá estava o Deputado Edson Ferrarini, ao nosso lado, nesse primeiro evento. Ele tem acompanhado em todos os eventos, e estamos falando em projetos em parceria.

Coronel Ferrarini é um dos maiores nomes no Estado de São Paulo e até no Brasil na questão de drogas. Sabemos que a prevenção primária associada ao tratamento, que é o trabalho que ele faz, é dez vezes mais eficiente que a repressão. No entanto, a verba destinada à prevenção e tratamento é sete vezes menor que a destinada para a repressão.

Isso é uma questão de visão de mundo, uma visão nova. E esse trabalho preventivo, depois que o problema aconteceu tem ganhado força, a própria sociedade mundial está reconhecendo isso.

Mais que um parceiro, mais que um Deputado, o Coronel veste a nossa farda, como ele acabou de dizer. É um companheiro de farda que está sempre defendendo as cores da Polícia Militar, já de muita data. Deputado, muito obrigado por essa iniciativa sua em apoiar e fazer a abertura oficial deste nosso encontro, e realizar o Dia do Programa.

Temos que cultuar o Dia do Programa. Temos também o Dia Nacional do Programa lá nos Estados Unidos. Temos aqui já o Dia Estadual que deverá ser comemorado por todos os que estão envolvidos no programa.

Agradeço a todos e gostaria de terminar dando um até breve. Gostaria de ver a todos no dia seis de dezembro no nosso encontro nacional.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Gostaria de agradecer também a Dra. Luzenir Volnei de Carvalho Lago, diretora técnica da Divisão do Ambulatório de Álcool e Drogas do Pampratis, que está representando neste ato o Secretário da Saúde, José da Silva Guedes.

É também uma batalhadora da área, participamos recentemente de um trabalho, um congresso com a Dona Sílvia Maria Brandão Queirós, supervisora técnica das oficinas culturais da Febem. Quando falham todas as prevenções, é lá que o problema vai. Ela trabalha na Secretaria da Cultura, que é parceira da Febem e representa aqui o Secretário, meu amigo, Mário Mendonça.

É para continuarmos cada vez mais entusiasmados com o Proerd, cada vez melhores. Quando chegamos na sala de aula e gritamos: ”Hoje é dia!”, os meninos respondem: “Hoje é dia de Proerd”. É para nos entusiasmarmos porque a solução do problema das drogas - depois de andar o mundo estudando o assunto - está em dois lugares: na escola e na família.

As pessoas perguntam: “E a polícia?” As melhores polícias do mundo, de cada 100 quilos de droga fabricada no mundo, só conseguem apreender 20 quilos. Ou seja, 80% da droga do mundo chega até os consumidores. Isso acontece nas melhores polícias do mundo - Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha.

A família tem que fazer a sua parte. Mas nós fazemos a nossa parte. É um voluntariado, não ganham um centavo. Vou ver se consigo propor uma indicação ao Governador para que alguma coisa seja feita, para ajudar. Vou propor, é uma idéia interessante, para incentivar. A prevenção que os senhores fazem é a solução do problema.

O que leva uma pessoa como eu, que não bebe, não fuma, nunca usou droga, há 30 anos a recuperar pessoas, se não tem esse problema na família? Foi a melhor maneira que eu encontrei de agradecer a Deus por eu andar, falar, enxergar, ter amigos, e até ter sido da Polícia Militar. Isso me transformou ao longo de minha vida. Eu sou tão milionário quanto Bill Gates, da Microsoft. O que ele tem em dólar guardado, eu tenho no meu coração guardado, das mães cujos filhos eu recuperei, ajudando a sair das drogas e do álcool. Essas mães me incluem nas suas orações e me transformaram no milionário do “Deus lhe pague”. Portanto, sou um milionário.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, esta Presidência agradece às autoridades e àqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade. Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 58 minutos.

 

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